Você está na página 1de 4

O Instinto materno

Se é fato que as crianças estão ausentes da História até a Modernidade, pelo menos no
recorte de Ariès (1981), também é fato que a história da infância é algo pouco discutido e
pelo qual só recentemente começamos a nos interessar.

“Existe, sim, uma prontidão biológica para o cuidado dos filhos”, afirma a etóloga Suemi
Tokumaru, da Pontifícia Universidade Católica, de São Paulo. “A fisiologia, a anatomia e,
provavelmente, alguns circuitos neurais preparam a mulher para gerar e amamentar o filho.
Mas a maneira com que ela cuidará do bebê vai depender de fatores circunstanciais.” Esses
fatores resultam da interação com o ambiente, das influências culturais e do equilíbrio entre
as ambições daquela mulher e as demandas da maternidade. No modo de zelar pelos
filhos, portanto, não há nada de instintivo.
as mulheres não amam instintivamente seus bebês. Como as outras fêmeas do reino
animal, elas não se afeiçoam de maneira automática a cada filho que nasce. O instinto
materno, tal como o concebemos – uma determinação genética inevitável –, não existe.
Tampouco o amor incondicional de mãe para filho baseia-se numa exigência biológica.

Parentalidade

A construção da parentalidade é mediada pela cultura.


A partir dos 2 anos, os jogos simbólicos começam e são uma interação da criança com o
social, como ela está percebendo e internalizando as relações e papéis. Então a criação da
parentalidade inicia já na primeira infância, com a construção que se tem sobre o que é pai
e mãe e como foi construindo essa percepção ao longo da vida.

Cada homem e mulher tem a sua própria história e afetos internalizados sobre o que é ser
pai e mãe.

Portanto, o casal, ao se tornarem eles mesmos pai e mãe de seu filho, cada um terá
separadamente o seu ideal do que é ser pai e mãe.

Também construirão a imagem de um filho imaginário,

atribuindo a ele um sexo, características físicas,

comportamentos, personalidade etc.

Gravidez e subjetividade

Sempre levar em consideração a subjetividade, para não cairmos na armadilha de


invalidar a pessoa grávida por conta de experiências mais comuns.
Até aqui já percebemos que a gestação não é igual para todas, desde a construção dessa
pessoa como filha e suas percepções parentais, até a sua própria gravidez a profundezas,
que diferenciam a relação e a vivência dessa mulher durante a gestação e pós parto.

Fatos da gravidez 1 e 2

O corpo grávido e humano e cheio de complexidades.

Favorável socialmente: jovem estável e casada.

Desfavorável socialmente: adolescente, casal gay, trans, hvi, morador de rua, fim de
relacionamentos, traições.

Nem toda gestante se sente bem no corpo grávido, nem toda mãe se sente mal no corpo
grávido.

mudanças corporais e insatisfações, adaptações…


Insatisfações.
Essas são situações de risco para alterações emocionais e afetam a relação conjugal tbm.

Maior alterações emocionais por conta hormonal e da construção social sobre a gestação e
maternar.

mudança de status social


mudança de dependências psicológicas
mudanças hormonais
mudanças de responsabilidades
mudança de rotina de trabalho

Gravidez: momento potencial de crise.


Aquele momento que tem potência para apresentar situações de crise, mas não é todos os
casos que acontecem.

3 momentos potenciais de crise na mulher:


puberdade e adolescência (menarca), gravidez(perinatal) e menopausa.

A ambivalência afetiva se refere à “balança do querer e do não-querer”. Por mais


que tenha sido planejada, quando a notícia da gravidez se confirma surge também
uma sensação de medo e insegurança que pode provocar sentimentos
contraditórios. Há sempre uma oscilação entre desejar e não desejar aquele filho.

Mais de 50% das gravidezes no Brasil não são planejadas.


Histórico de alterações e transtornos mentais tem maior risco de apresentar.

35% apresentam alta ansiedade


60% apresentam stress
50% apresentam DPP na pandemia.

Ansiedade na gestação

Característica biológica
que acontece em momentos de medo, perigo ou tensão.
estado emocional transitório ou dependendo do nível mal contínuo.

A ansiedade pode ser normal, ela só é prejudicial quando atrapalha e dificulta o dia
a dia da pessoa.

Pode ocorrer sozinha ou junto com outros transtornos (stress e depressão ).


É um estado emocional esperado em determinados momentos da vida humana e
em seu desenvolvimento.

Ansiedade X transtorno de ansiedade


quando é sentida de forma exagerada e se Manifesta como
pânico,fobias, toc, stress pós traumático. que precisam de tratamento
medicamentoso e psicoterápico.

A ansiedade na gravidez é normal E esperada, mas a alta ansiedade não, e pode


afetar o desenvolvimento da gravidez.
tocofobia

O stress é a resposta fisiológica de quem está se ajustando a stress.

A depressão perinatal, mostra maior prevalência na gravidez.


sintomas de depressão X diagnóstico de depressão

Planejamento

Se expor em situações de risco sem planejamento.


Só se fala de prevenção e não de planejamento familiar completo mesmo.

1 trimestre

descoberta
enjoo, dor de cabeça, azia, sono, banheiro, pesadelos, vontades.
ambivalência
aborto
culpa
ansiedade
não sente os movimentos fetais
Não vínculo com bebê
reestruturação de planos
Medo de perder o bebê
anunciar a gravidez

2 trimestre

estabilização dos sintomas


evidência da barriga
movimentos fetais
+fácil início da vinculação
alterações emocionais por conta do corpo
arrependimento
descoberta do sexo do bebê
saúde do bebê
diabetes, pressão alta, Infecção urinária

3 trimestre

+ansioso
insônia
ânsia, azia, mt xixi, pesadelos,
Medo do parto e complicações

O homem e a família também gestam, precisam de cuidado e orientação perinatal.

A gravidez na adolescência nem sempre é indesejada e não planejada.

canais de pesquisa acadêmica:


https://lilacs.bvsalud.org/
https://scholar.google.com.br/?hl=pt

Você também pode gostar