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Síntese módulo 1

Psicologia da gravidez

Iniciamos o modulo sobre psicologia da gravidez, vendo que existem


muitas demandas para o campo de atuação perinatal, e muitos poucos profissionais para
estas demandas, profissionais estes que digo, com um conhecimento especifico para
atuar nesta área, pois como citado no código de ética profissional do psicólogo,
devemos apenas trabalhar em áreas que temos realmente conhecimento sobre o assunto,
sendo assim não basta apenas ser psicólogo e atuar com mulheres e famílias gravidas e
tudo que envolvem a gravidez, ou seja, a perinatal, é preciso mais que apenas
conhecimento em psicologia, para se trabalhar com este público. A psicologia perinatal
é muito ampla em questões de demandas, e apesar de ser recente este campo de atuação,
hoje em dia vemos o quão necessária ela se faz.

A psicologia que neste curso chamamos de perinatal, já teve diversos


nomes, como alguns exemplos, psicologia da gravidez, psicologia obstétrica, psicologia
parto e pós parto, enfim algumas outras nomenclaturas que ainda podemos ver em,
artigos, livros e eventos, que são voltados para este campo da perinatal, o nome
perinatal é recente e significa tudo que está em torno do nascimento, mas pude ver ao
longo deste modulo, que vai muito além de apenas no nascimento, a diversos fatores,
variáveis, e situações muito importantes, como o planejamento familiar, desde a
construção da parentalidade, a subjetividade de cada um, sendo assim a perinatal, é um
campo de atuação que tem ganhado muito espaço.

Podemos destacar neste módulo, a cada aula os importantes aspectos,


como a crença sobre instinto materno, que com toda certeza toda mulher que passou ou
pretende passar pela maternidade já ouviu, o fato é que pude aprender (confesso que já
imaginava), que instituo materno não existe, a questão é que a maternidade ao longo dos
tempos tem passado por muitas mudanças sobre suas concepções, a centenas de anos
atrás, a maternidade, na verdade era uma responsabilidade comunitária, sendo assim,
uma criança que era concebida por uma casal de uma determinada comunidade, trazia
para aquele grupo, a responsabilidade de todos com os cuidados sobre aquela criança,
ou seja, não era apenas um dever do pai e da mãe a responsabilidade de manter aquela
criança viva e segura, repare que estamos falando de muito tempo atrás, vendo que o
nível de mortalidade de crianças naquela época, era muito grande, já que cuidar de uma
criança requer muitos cuidados e atenção, mesmo estas crianças sendo vistas como
“substituíveis”, pois mulheres engravidavam muitas vezes e perdiam seus bebês durante
a gravidez, ou até crescidos, devido a medicina ainda não ter avanços para tratamentos
de doenças que hoje já são fáceis solucionáveis, mas a questão é que diante de diversas
situações, encontraram a necessidade de se ter um cuidado especial a aquelas crianças
para que o grupo se mante-se em quantidade, pois se via que com as mortes excessivas
dessas criança a comunidade também poderia vir a ser extinta, e foi atribuído a mãe em
ter estes cuidados ao bebê e a criança, mas o que o instituo materno tem a ver com
isto?!.

Bom diante disto tudo, podemos ver que instituo materno não vem
juntamente com a genética de uma mulher, porque instituo é algo inato, como o instituo
de perigo, o de se alimentar quando se está com fome, entre outros, a mulher nem
sempre foi a responsável por seu bebê, podemos ver isto em diversas histórias da nossa
humanidade, então o amor entre mãe e bebê não se nasce do nada, ou juntamente com
uma genética feminina, é um relação como todas as outras que se deve a um processo
para que seja concretizada.

Esta construção sobre o amor materno e paterno, tem muita relação


com a parentalidade, (uma outra riquíssima aula que tivemos), sendo assim, uma mulher
só terá noções sobre ser mãe, e um homem sobre ser pai, a partir da construção da
parentalidade que se teve ao longe de sua historia de vida, como esta mulher se imagino
sendo mãe desde de pequena, qual foram suas referências, suas expectativa, sua
subjetividade, e ao mesmo para o homem, ou seja, a parentalidade é subjetiva para cada
um, e é neste sentido que podemos imagina a relação de uma gravidez para esta mulher
e este homem, a historia de vida de cada um, se ela/ele se imaginaram grávidos, ou não,
se já tinha um sexo preferível desde a infância, enfim, a relação de uma gravidez vai
além da crença de instinto materno, é uma relação de um conjunto de histórias de vida.

Também podemos destacar o fato de que ao longo da vida a mulher


tem maior riscos de saúde mental afetada durante o período perinatal, do que ao restante
da vida, pois como dito anteriormente a diversos fatores que influenciam a fragilidade
da saúde mental da mulher neste período, além das questões hormonais, a mulher nem
sempre fica feliz com a descoberta de uma gravidez, como todos pensam ou a faz
pensar, por isto a construção da parentalidade é importante, porque muitas vezes, pode
correr uma gravidez na adolescência não planejada (gostaria de deixar esse parentes
para destacar uma aula deste modulo que diz, a gravidez na adolescência nem sempre é
um problema, ou indesejada, se olharmos para anos passados, mulheres engravidavam
na adolescência, pois se casavam muito jovens, então o corpo quase sempre está sim
preparado para uma gravidez neste período, e mulheres podem sim engravidar na
adolescência e ainda terem suas vidas normais, estudos, profissão e etc..., o que
devemos nos alertar é quando esta gravidez não é desejada como o esperado, mas este
fato deve ser analisado, em qualquer período do ciclo de vida da mulher), ou uma
gravidez de risco, uma gravidez solo ( sem apoio da família, e/ou companheiro), ou até
mesmo esta mulher pode ter sonhado com uma gravidez desejado, mas o momento em
que aconteceu esta gravidez, não é propicio para essa mulher, como uma promoção no
trabalho, uma viajem para outro país, enfim, são diversos motivos, que podem levar esta
mulher a não querer a gravidez, ou não estar radiante com aquele momento, e
independentemente dos motivo, devem ser respeitados, e acolhidos com uma escuta
profissional que possa ajudar esta mulher a passar por estes momentos.

Preciso também dizer que estes conflitos podem também acontecer,


quando uma mulher quer engravidar e não consegui, não por motivos biológicos, mais
bloqueios psíquicos que a impedem, também existem aquelas mulheres que planejaram
a gravidez e foi tudo lindo e maravilhoso, porem quando o bebe nasce, vem a
abstinência do sono, o choro, as cólicas do bebê, o cansaço, a falta de tempo para si
mesma, que faz com que a saúde mental desta mãe se abale e fique frustrada com que se
esperava no pós parto.

E é aí que entramos na construção de um bebê ideal, como esta mãe


imaginou este bebê, ou este pai que sonhou desde pequeno em um determinado sexo
para o bebê, as características, a personalidade, entre outros, e quando este bebe ideal
não se concretiza, também podem acarretar diversas confusões mentais não só na
mulher como no homem, e não apenas durante a gravidez, como também após a
gravidez. Neste momento ambos cuidadores deste bebê podem ter sentimentos de
ambivalência, aonde se encontram, com o desejo de se tornarem pais, com a frustração
da não realização completa deste sonho, podem se sentir culpados por se sentirem
frustrados ou tristes, podem ter pensamento suicidas por essa confusão de sentimentos,
de querer um bebe ( o idealizado) e ao mesmo tempo de não querer aquele bebe ( o
real), estes sentimentos quando não trabalhados podem sim afetar severamente a saúde
mental desta família gravida, sim! Pois quando uma mulher engravida, todos da família
também, uma mãe se torna avó, um pai se torna avô, uma irmã se torna tia e por ai vai,
todos com suas subjetividades e desejos sobre aquela criança em especifico, criando
seus bebes idealizados, e é preciso tomar cuidado para que essa idealização da família
não seja um problema para este momento na vida da mãe e do bebê.

O luto perinatal também é muito importante para se alertar sobre a


saúde mental da mulher, do casal e de todos envolvidos, por exemplo, uma mulher que
planejou sua gravidez e somente no segundo trimestre, depois de já ter comprado
roupinhas e falado a todos sobre a gestação, vem a ter complicações e infelizmente
perde esse bebê, certamente ela e toda família vai passar por um momento de luto e
angustia, e dever ser acompanhado para que o quadro não permaneça e acabe afetando
ainda mais a saúde mental desta mãe, que pode querer ter outro filho ou não depois, mas
se olharmos para uma mulher que não estava pensando em engravidar, mas descobre
estar gravida de um mês, e logo começa a fantasiar com este bebê que a priori ela não
queria, e quando ela já esta vinculada com esta ideia, vem infelizmente a perde o bebê
no primeiro trimestre de gravidez, também pode trazer para ela sentimentos diversos,
causando nela uma fragilidade em sua saúde mental e também a aquele que está com ela
neste momento, veja que são situação aonde houve planejamento, e não, onde já se
esperava o bebe com um enxoval e o outro não, porem são dores que não tem peso, pois
estamos falando da subjetividade de cada gravidez, e o peso que cada uma tem na vida
da mulher, do homem, e da família.

Aprendemos que no primeiro trimestre, podem existir sentimentos de


insegurança, pois são os primeiros 3 meses primordiais para a formação do bebê, por
isto existem muitos abortos espontâneos neste período, o que deixa as mãe, pais e
família muito ansiosos e inseguros. Já no segundo trimestre, vem as mudanças bruscas
no corpo da mulher, onde afeta seu humor, sua rotina, apesar de ser considerado o
trimestre mais tranquilo, a mulher pode ficar mais angustiada com os exames que
podem avaliar se o bebê terá alguma anomalia, alguma deficiência, ou alguma
complicação da gravidez, e todos esses fatores afetam suas relações, com o pai e sua
família. No terceiro trimestre, os três últimos, provocam muitos medos e incertezas,
como o momento do parto, o medo da dor, o medo de não ser respeitada a sua vontade,
medo de ficar sozinha, temos também, a incerteza de que será uma boa mãe, ou um bom
pai, como será a relação com o bebê, e diversos outros sentimentos, além das questões
fisiológicas, onde a mulher já não consegui fazer o que conseguia antes, o sono fica
alterado por conta da barriga, vem os desconfortos e isto podem sim afetar a saúde
mental deste casal gravido.

Ao longo desta síntese, destaquei que não apenas a mulher, mas o


homem e a família também esta ligados a esta gravidez, e por isto a saúde mental de
todo são muito importantes neste momento pré, durante e pós gravídico, trouxe apenas
um resumo de tudo que foi aprendido durante este modulo, porem a diversas outras
situações, apontamentos e aprendizagens que foram destacados neste modulo, pela
professora Rafaela, apontamentos também importantes, mas que se for escrever
detalhadamente de tudo, quase daria um livro, pois somente neste modulo, pude
aprender diversas temáticas voltadas a psicologia da gravidez, porem vai muito além
como dito inicialmente, a psicologia perinatal é ampla em seu campo de atuação.

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