Genética e parentalidade: Por que o Psicólogo deve saber?
A genética para o estudo da psicologia perinatal, é muito importante,
pois é possível atuar com a equipe de aconselhamento genético, também no acolhimento aos pais quando recebem a noticia que o filho ainda intraútero pode vir a desenvolver ou já tem uma síndrome genética, além de muitas vezes o psicólogo tem contatos e precisa se interagir com pessoas que tem uma síndrome genética, o conhecimento sobre essas condição genética pode facilitar a interação e o desenvolvimento do trabalho que precisa ser realizado, seja em uma clínica, hospitais e instituições, como as APAES, AACDs entre outras.
Para a biologia a gestação vai desde a formação do zigoto até o
nascimento, sendo o tempo médio de 38 semanas para que todo o processo aconteça, porem muitos especialistas, a idade de 24 semanas já é possível a viabilidade da criança sobreviver fora do útero, pois neste período o bebê já tem formado as vias respiratórias, e as funções principais do cérebro com o corpo também já estão ativas.
Sendo assim existem três fases no período pré-natal, a germinal,
embrionária e a fetal, sendo a germinal as duas primeiras duas semanas, o que acontece a divisão celular e implantação no útero, a embrionária de 3 a 8 semanas, acontece a formação dos órgãos e principais sistemas, e por ultimo a fase fetal, que vai da nona semana até o fim da gestação, nele acontece o aprimoramento dos órgãos, células ósseas, e movimentação. Tudo começa por uma célula, onde duas células germinativas que vai se formando aos poucos o corpo e sistemas do ser humano que vai se desenvolvendo até o nascimento e também ao longo da vida.
As células eucarionte em seu núcleo se encontra o DNA, no qual fica
armazenado todo nosso material genético, por isto ele é revestido com uma proteção, para que esse material genético não se perca, ou se parta, assim deixando esse conteúdo irregular, durante a formação do bebê no útero, assim toda perca ou defeito neste material genético, pode acarretar em má formação no órgão em que foi afetado.
O conjunto do cromossomos, é chamado de cariótipo, nele os
cromossomos se agrupam em pares, e assim é possível por meio da analise desses pares de cromossomos, se esta tudo em sua normalidade ou se apresenta alguma alteração, sendo que para o sexo feminino teremos o cromossomo X e para o masculino o cromossomo Y, é possível que através da análise dos cromossomos, encontrar diversas patologias e síndromes, que podem até mesmo vir a se desenvolve após o nascimento, por isto muitos casais antes de se casar ou de engravidar fazem esse mapeamento genético, com o intuito de prevenir essas alterações intraútero ou pós parto. Como também é possível fazer, caso alguém da família apresente alguma patologia ou síndrome, para se descobrir se a pessoa também tem o fator genético alterado em seu DNA.
O nosso corpo quando se percebe que um embrião se formou com
uma má formação genética, pode acontecer abortos espontâneos loco nas primeiras semanas, pois ele faz essa seleção genética para que o embrião consiga se desenvolver ao longo do período desejado, é aqui que o psicólogo também pode ir atuar no luto perinatal, orientando a mãe que sofrem recorrentemente de abortos, a fazer uma mapeamento genético, por que muitas vezes os médicos nem pensem esses tipos de exames, ainda mais se for pelo SUS, mas para além de orientação, também atuar no acolhimento em diagnósticos que famílias que tem um fator genéticos relevante, ou que recebeu a noticia que o filho terá uma síndrome, ou até que já tenha, como nos exames de ultrassom que acontecem por volta do segundo trimestre, onde é possível saber sobre a microcefalia, síndrome de Dawn, patologias crônicas que vão acarretar em mobilidade reduzidas, ou até mesmo baixa expectativa de vida do bebê.
Além da perca do bebê idealizado, para um diagnóstico de um bebê
real, onde ele terá uma limitação na vida, que muitas vezes os pais sem conhecimento, sem sabedoria, acabam por criar seus filhos da maneira que acham certo, ou até mesmo limitando o desenvolvimento desta criança por conta dos medos, dos tabus, e dos mitos, como por exemplo, as crianças com síndrome de Dawn que a muitos anos atras, eram isoladas, colocadas como incapazes, e não se estimulava estas crianças, como se estimulava as crianças ditas como “normais”, isto parava e estagnava o desenvolvimento deles, com os estudos e com o passar do tempo foi possível mudar um pouco esse pensamento, e hoje temos muitas pessoas com esta síndrome que tem uma vida socialmente normal, onde trabalham, tem interações, relacionamentos e filhos, claro que ainda se tem pais e famílias despreparadas para lidarem com a síndromes genéticas de seus filhos, o que quase sempre acarreta nos questionamentos de “porque o filho do fulano de tal trabalha e estuda, e o meu tem a mesma síndrome e não consegue nem sair de casa sozinho”, podemos ver essa limitação não somente em crianças com síndromes, mas em muitas outras crianças que os pais jugam incapazes para executar tal tarefa, subestimando as capacidades desta criança, assim como todas, é preciso respeitar sim os limites e limitações que cada uma tem, porem sempre buscar estimular ao máximo para que ela consiga atingir o seu melhor desempenho e desenvolvimento infantil para a vida adulta.
Por isto a orientação e aconselhamento genético onde é explicado
aos pais e familiares tudo que se trata a síndrome de forma multidisciplinar é importante, pois com trabalho em equipe onde o psicólogo deve fazer parte, é possível trazer para os pais e familiares, maior segurança seja ainda na gestação, ou após, na criação de desta criança. Outro fator que precisa e deve ser avaliado pelo psicólogo é as questões emocionais destes pais que muitas vezes não tem nem tempo para chorar a perda do filho idealizado, porque acontecem tantos acontecimentos como tratamentos, cuidados e outros que esta questão emocional e psicologia acaba ficando de lado, e internamente vai causando diversas disfunções nesses pais e família, que podem só serem percebidas quando ele já estiver em um estado mais grave, como depressões, distúrbios entre outros.