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6º Tutorial O Bebê Mexeu?

Graça, 4ª semana de gravidez, e Júlia, grávida de 8 semanas, conversam


animadas, na sala de espera do obstetra, sobre como seria o
desenvolvimento dos seus bebês neste período de gestação. “Você já sente o
bebê mexer?”, pergunta Graça a Júlia. Mariana, grávida de 20 semanas, de
gêmeos, não resiste em participar da conversa e conta entusiasmada como
ela e o marido se divertem sentindo os movimentos dos bebês. Ao entrar no
consultório, a primeira pergunta de Graça ao médico é: "Quando vou sentir
meu bebê mexer"?

Objetivos:

1) Entender o desenvolvimento embrionário da 4ª a 8ª semana.


1.1. 4ª Semana
1.2. 5 ª Semana
1.3. 6ª Semana
1.4. 7ª Semana
1.5. 8ª Semana
2) Compreender a diferença entre embrião e feto.
3) Discutir o desenvolvimento dos gêmeos (gemelar)
4) Avaliar como as relações familiares influenciam no desenvolvimento do
bebê.

Respostas:

1) Entender o desenvolvimento embrionário da 4ª a 8ª semana.


1.1 4ª Semana

1.2 5 ª Semana

1.3 6ª Semana
1.4 7ª Semana

1.5 8ª Semana

2) Compreender a diferença entre embrião e feto.

O termo embrião é usado para definir um organismo que está nos primeiros


estágios de desenvolvimento. Ele é formado 24 horas após a fecundação. Durante
as primeiras oito semanas de vida, o embrião (que corresponde ao fruto da junção
de um óvulo e um espermatozoide) ainda não tem os traços do corpo definidos,
mas já é considerado um ser vivo do ponto de vista médico.
O chamado “período embrionário” é caracterizado por diferentes etapas e o
futuro bebê começa a crescer e se desenvolver rapidamente. Após esse estágio,
quando o bebê já tem todos os órgãos internos (mesmo que eles não estejam
completamente desenvolvidos), se inicia a etapa fetal (a etapa mais longa da
gravidez) e o embrião se transforma em um feto até o seu nascimento. Os braços,
pernas e dedos começarão a se formar posteriormente.
 Depois desse estágio, quando os traços do corpo estão  claramente  definidos,
ele se transforma em feto.
 Embrião é o nome que o futuro bebê recebe desde a fecundação até a 8ª
semana da gravidez.
 A partir destas 8 semanas de gravidez, até o dia do nascimento, o bebê é um
feto e não mais um embrião.
 O feto já tem todos os órgãos internos, enquanto o embrião ainda está
desenvolvendo cada um deles.
 O feto começa a formar as extremidades até adquirir a forma completa do
bebê.
 O embrião não tem todas as partes do corpo definidas.

3) Discutir o desenvolvimento dos gêmeos (gemelar)


4) Avaliar como as relações familiares influenciam no desenvolvimento do
bebê.

Podemos considerar a gravidez como sendo uma situação transitória que faz
parte do processo normal do desenvolvimento, na qual a complexidade de fatores
que envolvem a espera de um bebê exige uma reestruturação e reajustamento do
casal em várias dimensões. O útero é o primeiro meio ambiente do bebê. Durante
muitos anos, foi tido como sendo um local absolutamente silencioso, impenetrável e
inacessível, totalmente isolado e sem contato algum com o meio externo. Hoje em
dia essa crença já está ultrapassada. Sabe-se que o feto sofre constantemente com
as interferências do meio ambiente, respondendo, portanto, aos estímulos tácteis,
de pressão, sinestésicos, térmicos, vestibulares, gustativos e dolorosos. Essas são
respostas provindas dos órgãos dos sentidos, que já estão em atividade mesmo
durante a gestação. A partir do décimo oitavo dia de gravidez, o sistema nervoso do
bebê começa a se formar e rudimentos do que serão os olhos aparecem como
pequenos pontos demarcando o terreno da visão, que, dentre os cinco sentidos, é o
que levará mais tempo para se desenvolver. Em menos de um mês, o pequeno e
rudimentar coração começa a bater, a boca já está formada com cerca de dez mil
papilas gustativas que irão detectar os sabores e, ao final de oito semanas, quando
tocado, o embrião já é capaz de responder com alguns movimentos simples. A
partir dessa etapa, os cientistas começam a se referir a ele como feto e não mais
embrião.
O olfato se forma por volta da vigésima semana de gestação. O meio ambiente
do feto é rico em estimulação acústica que provém do interior do corpo da mãe.
São os movimentos gastrintestinais, cardiovasculares, a respiração, a voz da mãe e
outros ruídos ambientais que vão, aos poucos, estimulando a audição para que, a
partir da vigésima oitava semana, o cérebro passe a processar essas informações,
transformando-as em memória. Mesmo no útero, o bebê sente o odor do líquido
amniótico e é capaz de reagir negativamente na presença de uma substância
amarga ou positivamente quando a substância for adocicada (MOORE &
PERSAUD, 1995).
Quando nascem, os bebês não conseguem discernir a figura da mãe. Porém, são
capazes de identificá-la pelo cheiro. Levam de dois a três meses para ter noção de
profundidade e a percepção total das cores surge entre o quarto e o sétimo mês de
vida.
Verny & Kelly (1993) mencionam a existência de três canais de comunicação
existentes entre a mãe e o bebê durante a gestação. O primeiro canal é o da
comunicação fisiológica que se dá pela passagem do alimento através do cordão
umbilical; o segundo é a comunicação comportamental onde o feto pode
manifestar, através de movimentos, seu desconforto, medo e ansiedade; o terceiro
é o da simpatia, do sentimento de aceitação e diz respeito à sensação física e
emocional que afeta o bebê durante a gestação.
Apesar do bebê estar bem protegido no útero, certos agentes ambientais, tidos
por teratógenos, podem causar sérias perturbações no desenvolvimento
neuropsicofisiológico do novo bebê. Diversos estudos já mostraram que certos
teratógenos, agentes externos capazes de induzir ou aumentar a incidência de
doenças, podem afetar o desenvolvimento embrionário interferindo nos processos
fundamentais como a divisão intracelular, a superfície da célula, a matriz
extracelular, bem como alterar a energia do ambiente fetal e, consequentemente, a
energia do bebê (FRANKS & TEICH, 1990). Todos os estímulos do meio ambiente,
quando adotam características adversas e/ou punitivas, podem ser estressantes.
Segundo REICH (1985, p. 360), “o organismo da mãe cumpre a função do meio,
desde o momento em que se forma o embrião, até o momento em que se
concretiza o nascimento”.
A fase de desenvolvimento em que o embrião se encontra é que determina sua
suscetibilidade aos agentes teratógenos sendo que o período mais crítico é quando
a divisão celular está em seu pico. No caso do embrião, isso ocorre entre 3 e 16
semanas. O tipo de anomalia causada depende das partes e órgãos mais
suscetíveis no momento em que o teratógeno está ativo. Como teratógenos
encontramos: drogas, antibióticos, anticoagulantes, anticonvulsivantes, cortizona,
ácido retinóico (vitamina A), salicilatos (AAS ou aspirina), xarope para tosse que
contenham iodeto de potássio e muitos outros. Sabe-se que fumo, álcool, drogas e
qualquer outro tipo de substância injetada ou ingerida pela mãe atingem o feto.
O mesmo se pode dizer da emoção e do estresse, que fazem com que a mãe
descarregue em seu corpo hormônios que irão atravessar a placenta e alterar o
ambiente em que o bebê está sendo formado, provocando vários problemas, tanto
físicos, quanto psicológicos, sendo esta posição arduamente defendida por alguns
cientistas (NAVARRO, 1996; RELLIER, 1998; PAPALIA & OLDS, 2000). Esses
hormônios são chamados de catecolaminas e quando secretados em níveis
aumentados pelo organismo da mãe num estado emocional de tensão, atravessam
a membrana placentária e o cordão umbilical e provocam no embrião ou no feto,
perturbações semelhantes às sentidas pela mãe. Afirma Boadella (1992, p. 39):
“Sensações de tensão e desconforto da mãe podem ser comunicadas para o feto,
assim como sentimento de rejeição, culpa ou hostilidade em relação ao bebê que
está se desenvolvendo”.
Alguns pesquisadores (BOADELLA, 1992; VERNY & KELLY, 1993; NAVARRO,
1995; RELIER, 1998), concordam que todas as experiências biológicas pelas quais
passa o bebê desde a gestação até o nascimento ficam registradas numa memória
celular. Sendo assim, todos os acontecimentos da gestação terão uma importância
fundamental na formação e na estruturação da personalidade, da libido e dos
impulsos. Segundo REICH (1985, p. 63),“uma experiência psíquica pode provocar
uma resposta somática que produz uma mudança permanente em um órgão”,
fenômeno que mais tarde chamou de ancoragem somática de uma experiência
psíquica, ou seja, couraça muscular. É também durante a gestação que se inicia a
formação da estrutura biológica e caracterológica da pessoa. Faz parte da estrutura
biológica o patrimônio energético e o terreno biológico. O patrimônio energético é
formado pelas energias autógena, gerada pela própria célula, e trofo-umbilical,
transmitida da mãe para a criança através da placenta e do cordão umbilical.
Portanto, podemos encontrar indivíduos com baixa carga energética
(hipoorgonóticos), com boa quantidade de energia (normoorgonóticos) e indivíduos
com excessiva carga energética (hiperorgonóticos) (NAVARRO, 1995).

VOLPI, J. H. O meio ambiente estressante comprometendo o desenvolvimento neuropsicofisiológico da criança.


Curitiba: Centro Reichiano, 2004. Disponível em: www.centroreichiano.com.br/artigos.htm. Acesso em:
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O período de organogênese ocorre da quarta à oitava semana do


desenvolvimento embrionário. Ao final da oitava semana, o funcionamento da
maioria dos principais sistemas de órgãos é mínimo, com exceção do sistema
cardiovascular. No término desse período, o embrião terá aspecto humano.
1) Dobramentos do embrião
Os dobramentos levarão à transformação de um disco trilaminar plano em um
embrião praticamente cilíndrico.
O dobramento ocorre nos planos mediano e horizontal e é decorrente do rápido
crescimento do embrião, particularmente do encéfalo e da medula espinhal.
A velocidade de crescimento lateral do embrião não acompanha a velocidade de
crescimento longitudinal, ocasionando o seu dobramento.
Os dobramentos das extremidades cefálica (Figura 1) e caudal (Figura 2) e o
dobramento lateral (Figura 3) ocorrem simultaneamente.
Dobramentos do embrião no plano mediano
O dobramento ventral nas extremidades cefálica e caudal do embrião produz as
pregas cefálica e caudal.
1) Prega cefálica
No início, o encéfalo em desenvolvimento cresce para dentro da cavidade
amniótica. Posteriormente, o prosencéfalo projeta-se cefalicamente, e ultrapassa a
membrana bucofaríngea (ou orofaríngea), recobrindo o coração em
desenvolvimento. Concomitantemente, o septo transverso, Coração Primitivo,
celoma pericárdico e membrana bucofaríngea se deslocam para a superfície ventral
do embrião.
Durante o dobramento longitudinal, a parte dorsal do endoderma do saco
vitelínico é incorporada ao embrião com o intestino anterior (primórdio do segmento
inicial do sistema digestório).
A prega cefálica também influencia a disposição do celoma embrionário já que
após o dobramento, o celoma pericárdico fica em posição caudal em relação ao
coração e cefálica, ao Septo Transverso.
Nesse estágio, o celoma intra-embrionário se comunica com o celoma extra-
embrionário.
2) Prega caudal
 Resulta do crescimento da parte distal do tubo neural. A medida que o embrião
cresce, a região caudal projeta-se sobre a membrana cloacal.
Durante esse dobramento, parte do Endoderma é incorporado como intestino
posterior, cuja porção terminal dilata-se para formar a cloaca.
Após o dobramento, o pedículo de fixação (ou pedículo de conexão) , primórdio
do cordão umbilical, fica preso à superfície ventral do embrião, enquanto
a Alantóide é parcialmente incorporada.
Dobramento Lateral no Plano Horizontal
1) Pregas laterais
Resulta do crescimento rápido da medula espinhal e dos somitos, formando as
pregas laterais direita e esquerda, cujo crescimento desloca o disco embrionário
ventralmente, formando um embrião praticamente cilíndrico.
Conforme as paredes abdominais se formam, parte do endoderma é incorporada
como intestino médio, que antes do dobramento tinha conexão com o Saco Vitelino.
Após o dobramento, essa conexão fica reduzida a um canal vitelino ou ducto
vitelino. Quando as pregas do embrião fundem-se ao longo da linha média ventral,
forma-se o celoma intra-embrionário. Os dobramentos do embrião são
responsáveis pela arquitetura anatômica das membranas serosas no indivíduo: o
interior da parede do corpo será coberto por mesoderma somático; e as vísceras,
pelo mesoderma esplâncnico.
O embrião formado será “um tubo dentro de um tubo” no qual o tubo
ectodérmico externo forma a pele, e o tudo endodérmico interno formam o intestino.
Preenchendo o espaço entre esses dois tubos está a mesoderme.
2) Derivados dos folhetos germinativos
Os Três Folhetos Germinativos (ectoderma, mesoderma e endoderma) que dão
origem a todos os órgãos e tecidos são formados durante a Gastrulação.
Alguns derivados dos folhetos germinativos são (Figura 4):
Ectoderma: sistema nervoso central e periférico; epitélios sensoriais do olho, da
orelha e do nariz; epiderme e anexos (unhas e pelos); glândulas mamárias;
hipófise; glândulas subcutâneas; esmalte dos dentes; gânglios espinhais,
autônomos e cranianos ( V, VII, IX, X ); bainha dos nervos do sistema nervoso
periférico; meninges do encéfalo e da medula espinhal.
Mesoderma: tecido conjuntivo; cartilagem; ossos; músculos estriados e lisos;
coração; vasos sanguíneos e linfáticos; rins; ovários, testículos; ductos genitais;
membranas pericárdica, pleural e peritonial; baço e córtex das adrenais.
Endoderma: revestimento epitelial dos tratos respiratório e gastrointestinal;
tonsilas; tireóide e paratireóides; timo, fígado e pâncreas; revestimento epitelial da
bexiga e maior parte da uretra; revestimento epitelial da cavidade do tímpano, antro
timpânico e da tuba auditiva.
3) Estágios de Carnegie:
A classifcação de Carnegie é um sistema padronizado de 23 estágios usados
para fornecer uma cronologia unificada de desenvolvimento de vertebrados. Os
estágios são delineados pelo desenvolvimento de estruturas e não pelo tamanho ou
número de dias de desenvolvimento.
Neste quadro podem ser observados os critérios para se e

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