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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

TOURRETTE, Catherine; GUIDETTI, Michele. Introdução à psicologia do


desenvolvimento: do nascimento à adolescência. In: TOURRETTE, Catherine; GUIDETTI,
Michele (org.). Vida pré-natal e nascimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. p. 39-59.
Vida pré-natal e nascimento (páginas 39 a 59)
1 A VIDA PRÉ-NATAL
1.1 O embrião

Acadêmicos: ROSE CLÉIA SCHUENCKER, THAMIRES DOS SANTOS, THAYS


SOARES E SARAH MEDEIROS

Pontos de referência:
Avida pré-natal desenrola-se durante. ois períodos bem distintos: embrionário e fetal

1.1
O embrião
Apartir da fecundação, os primeiros 20 dias - operíodo pré-embrionário -cor- espondem à
nidificação do óvulo, à clivagem e à segmentação.

De maneira resumida, pode-se dizer que, em 4semanas de vida intrauterina (no


momento em que a mulher estáem condições de tomar consciência desuagravidez),
océrebro já possui 3vesículas, o coração bate e já existe um esboço da retina, dos va
sos sanguíneos e dos membros.

1.1.2 O feto
No início deste período, é forma
do o estoque de neurônios a serem utilizados pela criança e, em seguida, pelo adulto;
Assiste-se, então, ao desenvolvimento considerável, por um lado, das células neuróglias que
irão multiplicar-se até o nascimentopara fornecerem energia aos neurônios e, por outro, das
arborizações dos neurônios, dos axônios edasdendrites que, ao permitirem os
emparelhamentos sinápticos, constituem os eixos de circulação do impulso nervoso.

.1 O feto e os estimulos sensoriais


2.1.1 Audição pré-natal

• Será que ofeto consegue ouvir?


A observação das reações fisiológicas
(por exemplo, modificações eletroencefalográficas ou doritmo cardíaco) ou comportamentais
(reação de susto ou orientação para a fonte sonora) de um prematuro aos ruídos circundantes
(ruídos repentinos, voz humana...) permite afirmar que um
bebê dessa idade consegue ouvir; mas, será que o modo como ele ouve se é realmente
semelhante ao nosso? A inferência que poderia ser retirada dessas interferências de relações
de prematuros
que permanece
em relação aos fetos com a mesma idade gestacional.
2.1.6 E a motricidade pré-natal?
O papel dessa atividade motora espontânea sobre o desenvolvimento neuromuscular é
enegavel, a tal ponto que se for empedida essa atividade, é provável que seria observado uma
atrofia muscular irreversível.

2.1.7 Qual será o papel desempenhado, portanto,pelos estímulos sensoriais no feto ?

Os estímulos sensoriais do feto desempenham, certamente um papel na implementação


dessas diferentes funções , facilitando a aparição do comportamento correspondente.

3. A gravidez e o nascimento
Técnicas sobre o desenvolvimento psicológico da criança: por um lado, no decorrer da
gravidez , as novas modalidades de fecundação e a incidência psicológica da ecografia.

3.1 A reprodução assistida


É um conjunto de técnicas, utilizadas por médicos especializados, que têm por finalidade
facilitar ou viabilizar a procriação por homens e mulheres estéreis ou inférteis.

3.2 A incidência psicológica da ecografia

O interesse da ecografia médica por ultrassson ,assim como sua suposta inocuidade sobre a
mãe e o feto ,levou a generalizar a exploração econografica que atualmente, faz parte dos
exames obrigatórios da gravidez . Com efeito, ela permite rastrear deficiências pré-natais ou
identificar distúrbios.

2.1.2 Será que existe uma visão pré-natal?


A precocidade da manutenção orgânica e neurológica do aparelho visual sugere uma
funcionalidade precoce. Uma criança prematura nascida, por exemplo, com 6 meses de vida
intrauterina pode fornecer informações sobre a maturidade funcional do sistema sensorial: a
criança prematura ao olhar para uma fonte luminosa conseguirá seguir com o olhar e sua
reação vai consistir em fechar os olhos. Desde o nascimento, o bebê é bombardeado com
estímulos sensoriais: auditivos, olfativos, gustativos e visuais. Esses estímulos ativam o
sistema sensorial que, se aperfeiçoa de forma rápida e durante a gestação pode-se conceber
que uma fonte luminosa de intensidade forte, projetada sobre o ventre da mãe, venha a
produzir uma variação no entorno visual do feto.
2.1.3 Paladar e olfato pré-natais

O sistema gustativo já funciona, aos 3 meses de vida intrauterina: ao serem injetadas


substâncias açucaradas no líquido amniótico, constata-se o aumento da frequência dos
movimentos de deglutição do feto. Já no caso das substâncias amargas, verifica-se a
diminuição de tal frequência. No que diz respeito ao sistema olfativo, concebe-se que o meio
líquido em que o feto está imerso não seja propício ao estímulo olfativo que se desenrola
normalmente em um meio aéreo. É após o nascimento que esse sistema deve entrar em
função.
2.1.4 Tato
Determinadas observações sobre os embriões (por volta das 9 semanas) mostram que o
estímulo de algumas partes do corpo que correspondem ao rosto e à palma das mãos
provocam reações motoras. Em seu meio intrauterino, o tato do feto dispõe de numerosas
oportunidades de ser estimulado, pelos seus próprios movimentos ou dos movimentos da mãe.
O recém-nascido reage aos cafunés e às carícias que implicam descontração muscular e
reação de vigília.
2.1.5 Sistema vestibular (ou labiríntico)
Sistema responsável pelo equilíbrio, os canais semicirculares labirínticos encontram-se na
orelha interna que contém, igualmente, á cóclea, órgão da audição conectado ao cérebro pelo
auricular. Os canais semicirculares podem entrar em funcionamento desde as primeiras
semanas, o sistema vestibular também é incentivado, pelos movimentos da mãe ou pelos
próprios movimentos do bebê no útero.

3.4: O Recém-nascido Prematuro


O recém-nascido é considerado prematuro se nasce antes das 37 semanas de gestação. Sua
idade neurológica é mais crucial que o peso. Nascimentos mais prematuros apresentam
complicações, como falta de autonomia respiratória e riscos de lesões cerebrais. Avanços na
neonatologia reduziram sequelas, mas a separação dos prematuros de suas mães pode ter
efeitos negativos. A diminuição da taxa de prematuros é atribuída à prevenção eficaz. No
entanto, a falta de investimento afetivo pode levar a consequências graves, incluindo
abandono ou maus-tratos. Para prevenir perturbações nas relações mãe-criança, instituiu-se
uma política de inclusão do pai/mãe nos serviços de neonatologia. Isso visa manter vínculos
diretos ou indiretos entre a criança e a mãe, através da mediação do pai. Inclui a participação
precoce do pai/mãe nos cuidados ao bebê e busca uma alta hospitalar rápida. O objetivo é
fortalecer os laços familiares e diminuir possíveis impactos negativos da separação durante a
internação neonatal.

4. O Recém-nascido
O estado de suas capacidades sensoriais e motoras: A exposição das competências sensoriais
e motoras dos recém-nascidos, bastante divulgada, cria a impressão de bebês
hipercompetentes e hiperativos, focados exclusivamente no desenvolvimento da inteligência.
No entanto, alguns pais podem se sentir desorientados ao deparar-se com um bebê que parece
menos ágil e competente do que o esperado, questionando a pertinência dessa expectativa em
relação ao desenvolvimento infantil.

4.1: Haverá continuidade entre as competências pré-natais e pós-natais: A questão da


continuidade entre as competências pré-natais e pós-natais levanta debates sobre a coerência
funcional e mnésica. Em termos funcionais, observa-se consistência nas reações sensoriais
tanto antes quanto após o nascimento. Contudo, a continuidade mnésica é menos clara devido
às limitadas capacidades de aprendizagem do feto em comparação com o bebê. A associação
regular de estímulos pré-natais com reforço é crucial para a memorização efetiva. A pesquisa,
muitas vezes feita em animais, propõe uma continuidade, mas a aplicação direta a humanos é
desafiadora. Surge a questão da significação independente das competências sensoriais em
relação ao ambiente. A estabilidade dos comportamentos individuais e do meio é questionada,
considerando o nascimento como uma ruptura nos processos de desenvolvimento. A questão
da continuidade precisa ser avaliada em termos mais modulados.

4.2: Audição: O estudo da audição pré-natal mostrou que as capacidades sensoriais do bebê já
estão bem desenvolvidas antes do nascimento. Em estado de vigília, o bebê reage a estímulos
sonoros, preferindo sons complexos de intensidade média e frequência baixa, como a voz
humana. Reações a sons de alta intensidade e frequência elevada incluem sobressalto, choro e
aceleração cardíaca. A habituação pode ser usada para verificar a capacidade de discriminação
sonora, evidenciando que os desempenhos auditivos dos recém-nascidos variam. Alguns
bebês demonstram movimentos faciais em resposta a estímulos auditivos, enquanto condições
especiais mostram que um recém-nascido pode até estender a mão para alcançar e tocar
objetos. Essas observações desafiam a teoria piagetiana, destacando a diversidade nas
habilidades auditivas dos recém-nascidos.

4.9: O que pensar de todas essas competências neonatais: As aparentes discrepâncias entre o
discurso dos cientistas e o dos pais sobre as competências neonatais podem ser explicadas
pela idealização do bebê hipercompetente. As capacidades demonstradas em pesquisas são
reais, mas geralmente observadas em condições específicas e em amostras que não
representam totalmente a população. Os avanços tecnológicos contribuíram para a construção
desse modelo, inquietando pais diante de bebês que parecem não apresentar tais habilidades
durante a maior parte do tempo. É necessário relacionar comportamentos observados com
condições experimentais específicas e considerar os estados de vigília variáveis dos bebês ao
interpretar resultados. Algumas pesquisas propõem que as capacidades do recém-nascido
facilitam a interação com o ambiente, apoiando sua sobrevivência. No entanto, essas
habilidades não são fixas, sofrendo constantes reorganizações ao longo do desenvolvimento, o
que implica uma abordagem dinâmica na compreensão do repertório comportamental infantil.
O futuro das pesquisas com bebês é promissor, com avanços tecnológicos e metodológicos
provando a importância desses estudos obtidos e desafiando teorias prévias.

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