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1.

1 Início do ciclo vital 


O desenvolvimento humano inicia durante a fecundação, em que milhões de espermatozoides são lançados no corpo da mulher
e percorrem um caminho da vagina, passando pelo útero, até as trompas em busca do óvulo, um óvulo amadurece em um dos
dois ovários e sai para as trompas de Falópio em direção ao útero, momento em que pode ser penetrado por um espermatozoide,
dando início a uma gravidez. Esse momento em que o espermatozoide masculino encontra o óvulo feminino é chamado
de concepção. Após isso, inicia-se ao desenvolvimento pré-natal, que é dividido em períodos, são eles:

Período germinal: Esse período, chamado de estágio germinal de desenvolvimento, com duração de
aproximadamente duas semanas, corresponde ao período da fecundação até a introdução no útero.
Período embriônico (2ª semana até a 8ª semana): Caracterizado por um rápido desenvolvimento e uma
diferenciação dos principais sistemas (respiratório, digestivo e nervoso) e órgãos do corpo, assim como de várias
estruturas que apoiam o desenvolvimento fetal, como a placenta.
Período fetal (8ª semana até o parto): Estende-se do final do segundo mês até o nascimento. É o estágio em que
ocorrem, rapidamente, as mudanças na forma do corpo e aprimoramento de todos os sistemas e órgãos. É nessa fase que a mãe
costuma sentir os primeiros movimentos do bebê e os ossos começam a se desenvolver. O sistema reprodutivo também começa
a se desenvolver e é possível de ser reconhecido o sexo do bebê através dos exames de ultrassom. Contudo, o sistema nervoso
ainda está bastante incompleto e é por volta da 28ª semana, assim como outros sistemas do corpo, que a maturidade estará
suficiente para uma chance de funcionar adequadamente fora do útero, embora muitos cuidados especiais sejam necessários.
As últimas semanas da gestação (38 a 40 semanas) são marcadas pela continuação do desenvolvimento das estruturas e funções
do corpo, do aumento do peso e da altura. Cada semana que o feto permanece na barriga da mãe, faz aumentar suas chances de
sobrevivência e desenvolvimento normal.

1.2   Influências ambientais no período pré-natal 


Com o estudo do desenvolvimento pré-natal, pode-se observar que durante a gestação o estado físico e emocional da mãe e,
consequentemente, o ambiente pré-natal em que ela está inserida, exerce uma influência importante no desenvolvimento fetal.
Entre os fatores que podem afetar o desenvolvimento estão:

IDADE DOS PAIS: Idade avançada pode aumentar a chance de ter filhos com alguma alteração genética. Mulheres acima dos 30
anos tronam-se menos férteis, tendo maior probabilidade de passar por doenças durante a gravidez. 

ALCOOL: A ingestão de álcool por mulheres grávidas pode causar a síndrome alcoólica fetal, uma série de problemas
irreversíveis (más formações) que pode atingir desde os aspectos comportamental, cognitivo e fisiológico, como principalmente o
sistema nervoso central. 

NICOTINA: O uso do cigarro pode retardar o crescimento do feto devido à diminuição de oxigênio recebida, aumento da chance
de um nascimento prematuro e um baixo peso ao nascer.

NUTRIÇÃO: A desnutrição da mãe pode afetar o desenvolvimento intelectual das crianças. Alguns aspectos da dieta são
especialmente importantes, como a ingestão de ácido fólico, encontrada em folhas verdes, pois a ausência dessa vitamina é um
fator de risco para ter um bebê com má formação na coluna.

1.3 Processo do nascimento


Uma vez que o bebê se desenvolveu completamente no útero, ele está pronto para nascer e o corpo da mulher se prepara para o
parto. Esse momento é chamado de trabalho de parto e pode ser dividido em quatro períodos distintos:
Primeiro período: Ocorre a dilatação e é dividido em:
Fase latente – quando as contrações começam, ainda numa frequência e intensidade baixas.
Fase ativa – as contrações ligeiramente aumentam de intensidade e o colo do útero passa a ter dilatação total ou
completa, ou seja, o cérvix abre e agora o bebê tem um estreito canal para descer (canal vaginal).
Segundo período: Fase de expulsão do bebê. Essa fase inicia-se com a dilatação completa e culmina com o
nascimento do bebê.
Terceiro período: Período que se inicia logo após a saída do bebê e termina com o deslocamento, a descida e a
expulsão da placenta para o meio externo.
Quarto período: Considerado o período de estabilização do quadro da mulher.

2 Conceito de infância
Assim como em outras fases da vida, a infância tem suas especificidades e pode ser dividida em 1ª, 2ª e 3ª infância de acordo
com a idade e as características de cada momento. Infância significa um período da vida, no ser humano, que corresponde desde
o nascimento até o início da adolescência.

3 Desenvolvimento bio-psico-social e cognitivo na 1ª infância (0-2 anos)


Primeiros dois anos de vida. 

3.1 Desenvolvimento do corpo


Os bebês crescem rapidamente nos dois primeiros anos de vida, chegam a dobrar seu peso de nascimento em quatro ou seis
meses e quando chegam aos dois anos, possuem metade de sua provável altura quando forem adultos. O desenvolvimento
corporal ocorre em duas direções:
Cefalocaudal: da cabeça para os pés. 
Próximo-distal: do centro para as extremidades.

O cérebro do bebê se desenvolve em uma velocidade impressionante no início da vida e há uma grande plasticidade neuronal.
Os neurônios e as sinapses estão prontos para receber todo e qualquer tipo de estimulação sensorial e motora.
Um dos grandes desenvolvimentos que o bebê realiza nessa primeira fase da infância, é o controle motor.

3.2 Desenvolvimento cognitivo


Piaget contribui com conceitos fundamentais sobre como ocorre o funcionamento intelectual do ser humano nas diferentes fases
da vida:
 Adaptação: Processo de ajustamento ao meio ambiente.
 Organização: Processo que inclui a combinação de informações e classificação ou agrupamento em
conjuntos ou sistemas.
 Assimilação: Processo de incorporação de novas experiências.
 Acomodação: Processo de modificação das ideias em função da nova experiência.
 Esquemas: Padrões de comportamento, mas não uma estrutura passiva. À medida que a criança progride,
esses esquemas se tornam gradativamente sofisticados.
Nesse primeiro período de vida, o bebê se desenvolve cognitivamente também por meio de seus avanços e conquistas das
habilidades motoras. A capacidade de engatinhar e se locomover sozinho representam uma autonomia para a criança, expandem
seu campo de visão e exploração do mundo. Esse é o momento do desenvolvimento intelectual que Piaget nomeou como período
sensório-motor, onde o bebê se torna capaz de organizar atividades em relação ao ambiente por meio da atividade sensorial e
motora.
Em relação à linguagem, o bebê já se comunica, o choro, o balbucio e a imitação dos sons é a chamada fala pré-linguística. Aos
seis meses o bebê já aprendeu os sons básicos de sua língua e por volta dos 12 meses a primeira palavra costuma surgir, dando
início à fala linguística. 

4 Desenvolvimento bio-psico-social e cognitivo na 2ª infância (3-6 anos)


É uma etapa em que a criança passará por um florescimento social, passando a reconhecer o mundo em que está inserida, se
diferenciando uma das outras e podendo interagir socialmente.

4.1 Desenvolvimento do corpo


À medida que as crianças amadurecem, suas habilidades locomotoras alcançam novas conquistas. O desenvolvimento nessa
fase é continuo, porém mais lento se comparado à primeira infância.  
3 ANOS: Podem andar ou correr e levantar ambos os pés do chão, embora não consigam parar abruptamente quando estão
correndo. 

4 ANOS: São capazes de pegar uma bola grande com ambas as mãos, pular em um pé só e correr muito mais longe e mais
rápido que podiam um ano antes.

5 ANOS: O equilíbrio já se desenvolveu a tal ponto que podem aprender a andar de bicicleta e conseguem descer uma escada
alterando seus pés. 

A cada ano que passa, elas podem pular um pouco mais alto e jogar uma bola mais longe, por exemplo. Isso representa o
desenvolvimento dos músculos e aperfeiçoamento de suas habilidades motoras.
É nessa fase que também observamos o desenvolvimento das atividades artísticas. Os rabiscos, traços e grafismos começam a
expressar a evolução da coordenação motora fina e a maturação do cérebro. 

4.2 Desenvolvimento cognitivo


Pensamento simbólico a criança, nessa fase, não precisa mais ver o objeto concretamente para que possa pensar nele e saber
que ele existe, agora ela é capaz de fazer uso de símbolos, que são representações mentais atribuídas de significados que
ajudam a criança a lembrar e pensar coisas que não estão em sua frente, presentes. É como se a criança, através dessa
capacidade, conseguisse tornar público o que lhe é privado, é conseguir se comunicar com o seu meio social, por isso está
intimamente ligada com a evolução do desenho e da linguagem.
Outro significativo avanço nessa fase é o início da percepção de causa e efeito. As crianças começam a desenvolver o
entendimento de que alguns acontecimentos têm causas por consequência de outras ações.
O desenvolvimento cognitivo apresenta períodos ou estágios caracterizados pelas novas formas de pensar cada vez mais
complexas e elaboradas. Na abordagem piagetiana, essa forma de organização mental da segunda infância é chamada
de período pré-operatório. 

4.3 Desenvolvimento psicossocial 


É durante a segunda infância que há uma das mais importantes fases do desenvolvimento psicossocial da criança.
É a fase do início da escolarização, em que o contato social ganha expressiva representatividade. A capacidade de brincar, o uso
da imaginação e o faz de conta demonstra o saudável desenvolvimento da criança, uma vez que é por meio das brincadeiras que
a criança poderá explorar o mundo a sua volta.
Outra aquisição importante durante a segunda infância é o desenvolvimento da identidade. A criança inicia um processo de
autoconceito que se desenvolve a partir das representações descritivas e avaliativas que ela recebe do seu meio.

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