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RESUMO GERAL

DESENVOLVIMENTO HUMANO
Temas fundamentais do desenvolvimento humano:
 Todos os domínios do desenvolvimento são inter-relacionados.
 O desenvolvimento normal inclui uma ampla gama de diferenças individuais.
 As pessoas ajudam a moldar seu próprio desenvolvimento e influenciam as
reações dos outros em relação a elas.
 Os contextos histórico e cultural influenciam fortemente o desenvolvimento.
 A experiência inicial é importante, mas as pessoas podem ser
extraordinariamente resilientes.
 O desenvolvimento continua por toda a vida.
O campo do desenvolvimento humano constitui-se do estudo científico de como as
pessoas mudam, bem como das características que permanecem razoavelmente estáveis
durante toda a vida. O desenvolvimento humano tem ocorrido, evidentemente, desde
que os seres humanos existem, mas seu estudo científico formal é relativamente novo.
A idéia de que o desenvolvimento continua depois da infância é relativamente nova. A
adolescência não era considerada um período separado de desenvolvimento até o início
do século XX, quando G. Stanley Hall (1904-1916), pioneiro no estudo de crianças,
publicou Adolescence (Adolescência), um livro popular, mas não científico. Hall
também foi um dos primeiros psicólogos a se interessar pelo envelhecimento. Stanley
Hall foi considerado o pai da adolescência.
Hoje, a maioria dos cientistas do desenvolvimento reconhecem que o desenvolvimento
ocorre durante toda a vida. Esse conceito de um processo vitalício de desenvolvimento
que pode ser estudado cientificamente é conhecido como desenvolvimento no ciclo
vital. Paul B. Baltes (1987; Baltes, Lindenberger e Staudinger, 1998), líder no estudo da
psicologia desse desenvolvimento, identifica os princípios fundamentais de uma
abordagem do desenvolvimento no ciclo vital, os quais servem de estrutura para o seu
estudo. São eles:
 O desenvolvimento é vitalício. Cada período do tempo de vida é influenciado
pelo que aconteceu antes e irá afetar o que está por vir. Cada período tem suas
próprias características e um valor sem igual; nenhum é mais ou menos
importante.
 O desenvolvimento depende de história e contexto. Cada pessoa desenvolve-se
dentro de um conjunto específico de circunstância ou condições definidas por
tempo e lugar. Os seres humanos influenciam seu contexto histórico social e são
influenciados por eles. Eles não apenas respondem a seus ambientes físicos e
sociais, mas também interagem com eles e os mudam.
 O desenvolvimento é multidimensional e multidirecional. O desenvolvimento
durante toda a vida envolve um equilíbrio entre crescimento e declínio. Quando
as pessoas ganham em um aspecto, podem perder em outro, e em taxas
variáveis. As crianças crescem sobretudo em uma direção - para cima - tanto em
tamanho como em habilidades. Na idade adulta, o equilíbrio muda
gradualmente. Algumas capacidades, como vocabulário, continuam
aumentando; outras, como a capacidade de resolver problemas desconhecidos,
podem diminuir; alguns novos atributos, como perícia, podem aparecer. As
pessoas procuram maximizar ganhos e minimizar perdas aprendendo a
administrá-las ou compensá-las.
 O desenvolvimento é flexível ou plástico. Plasticidade significa capacidade de
modificação do desempenho. Muitas capacidades, como memória, força e
persistência, podem ser significativamente aperfeiçoadas com treinamento e
prática, mesmo em idade avançada. Entretanto, como aprendeu Itard, nem
mesmo as crianças são infinitamente flexíveis; o potencial para mudança tem
limites.
O desenvolvimento humano é muito complexo, e por isso seu estudo exige uma parceria
entre estudiosos de muitas disciplinas, incluindo psicologia, psiquiatria, sociologia,
antropologia, biologia, genética (o estudo das características herdadas), ciência da
família (o estudo interdisciplinar das relações familiares), educação, história, filosofia e
medicina. Este livro utiliza a pesquisa em todos esses campos.

A CIENCIA E SEUS OBJETIVOS


A medida que o campo do desenvolvimento humano tornou-se uma disciplina científica,
seus objetivos evoluíram para incluir a descrição, explicação, predição e modificação
do comportamento. Descrição é uma tentativa de retratar o comportamento com
precisão. Explicação é a revelação das possíveis causas do comportamento. Predição é
prever o desenvolvimento futuro com base no desenvolvimento pregresso ou presente.
Modificação é a intervenção para promover o desenvolvimento ideal.

PROCESSOS DE DESENVOLVIMENTO: MUDANÇA


Os cientistas do desenvolvimento estudam dois tipos de mudança no desenvolvimento:
quantitativa e qualitativa. A mudança quantitativa é uma mudança de número ou
quantidade, como as do crescimento em altura, peso, vocabulário ou freqüência de
comunicação. A mudança qualitativa é uma mudança no tipo, na estrutura ou na
organização. Ela é marcada pelo surgimento de novos fenômenos que não podem ser
facilmente antecipados com base no funcionamento anterior, como a mudança de uma
criança não verbal para outra que compreende as palavras e sabe comunicar-se
verbalmente.

ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO
O estudo do desenvolvimento humano é complicado pelo fato de que a mudança e a
estabilidade ocorrem em diversos aspectos da pessoa. Para simplificar a discussão, os
cientistas do desenvolvimento falam de modo distinto sobre desenvolvimento físico,
desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento psicossocial. Na verdade, contudo,
esses aspectos ou domínios do desenvolvimento estão interligados. Durante toda a vida,
cada um deles influencia os outros
 Desenvolvimento físico: Responsável pelo crescimento do corpo e do cérebro,
das capacidades sensoriais, das habilidades motoras e da saúde (podem
influenciar outros aspectos do desenvolvimento).
 Desenvolvimento cognitivo: Responsável pela mudança e a estabilidade nas
capacidades mentais, como aprendizagem memória, linguagem, pensamento,
julgamento moral e criatividade.
 Desenvolvimento psicossocial: Responsável pela mudança e pela estabilidade
na personalidade e nos relacionamentos sociais. Esse aspecto pode influenciar
tanto no cognitivo quanto no físico.
Período do ciclo vital: O conceito de períodos do ciclo de vida é uma construção
social: um ideal acerca da natureza da realidade aceito pelos integrantes de uma
determinada sociedade em uma determinada época com base em percepções ou
suposições subjetivas compartilhadas. Não existe um momento objetivamente definível
em que uma criança torna-se um adulto ou em que uma pessoa jovem torna-se velha,
essa definição vai depender de cada cultura.
Porém há oito períodos geralmente aceitos nas sociedades ocidentais industriais sendo
elas:
 Periodo Pré-natal (concepção ao nascimento): Nesta fase ocorre um maior
desenvolvimento físico a dotação genética interage com as influências
ambientais desde o início. Formam-se as estruturas e os órgãos corporais
básicos. Inicia-se o crescimento cerebral. O crescimento físico é o mais rápido
de todo o ciclo vital. O feto ouve e responde a estímulos sensórios. A
vulnerabilidade a influências ambientais é grande. No desenvolvimento
cognitivo as capacidades de aprender e lembrar estão presentes durante a etapa
fetal. E no desenvolvimento psicossocial o feto tem o primeiro contato com a
voz da mãe e desenvolve uma preferência por ela
 O desenvolvimento pré-natal ocorre em três fases: germinal,
embrionária e fetal. Durante essas três fases de gestação, o zigoto
original unicelular transforma-se em um embrião e depois em um feto.
Tanto antes como depois do nascimento, o desenvolvimento segue dois
princípios fundamentais. O crescimento e o desenvolvimento motor
ocorrem de cima para baixo e do centro do corpo para fora
O princípio cefalocaudal (do latim "da cabeça para a cauda") determina
que o desenvolvimento ocorra da cabeça para a parte inferior do tronco.
A cabeça, o encéfalo e os olhos do embrião desenvolvem-se mais cedo e
são desproporcionalmente grandes até que as outras partes os alcancem.
Aos 2 meses de idade, a cabeça de um embrião mede a metade do
comprimento de todo o corpo. No momento do nascimento, a cabeça
representa apenas um quarto do comprimento do corpo, mas ainda é
desproporcionalmente grande; segundo o princípio próximo-distal (do
latim "do próximo ao distante"), o desenvolvimento ocorre das partes
próximas ao centro do corpo para as partes externas. A cabeça e o tronco
do embrião desenvolvem-se antes dos membros, e braços e pernas antes
dos dedos de pés e mãos.
 Primeira infância (Nascimento aos 3 anos): nesta fase do desenvolvimento
físico todos os sentidos funcionam no nascimento em graus variados. O cérebro
aumenta de complexidade e é altamente sensível à influência ambiental. O
crescimento e o desenvolvimento físico das habilidades motoras são rápidos. Já
no desenvolvimento cognitivo as capacidades de aprender e lembrar estão
presentes, mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de
resolver problemas desenvolvem-se ao final do segundo ano de vida. A
compreensão e o uso da linguagem desenvolvem-se rapidamente. E no
desenvolvimento psicossocial desenvolve-se um apego a pais e a outras
pessoas. Desenvolve-se a autoconsciência. Ocorre uma mudança da dependência
para a autonomia. Aumenta o interesse por outras crianças.

 Segunda infância (3 aos 6 anos): nesta fase do desenvolvimento físico o


crescimento é constante; o corpo fica mais delgado e as proporções mais
semelhantes às de um adulto. O apetite diminui, e os problemas de sono são
comuns. A preferência pelo uso de uma das mãos aparece; as habilidades
motoras finas e gerais e a força aumentam. Já no desenvolvimento cognitivo O
pensamento é um pouco egocêntrico (Segundo Piaget), mas a compreensão do
ponto de vista das outras pessoas aumenta. A imaturidade cognitiva leva a
algumas idéias ilógicas sobre o mundo. A memória e a linguagem se
aperfeiçoam. A inteligência torna-se mais previsível. E no desenvolvimento
psicossocial o autoconceito e a compreensão das emoções tornam-se mais
complexos; a auto-estima é global. Aumentam a independência. a iniciativa, o
autocontrole e os cuidados consigo mesmo. Desenvolve-se a identidade de
gênero. O brincar torna-se mais imaginativo. mais complexo e mais social.
Altruísmo, agressão e temores são comuns. A família ainda é o foco da vida
social, mas as outras crianças tornam-se mais importantes. Frequentar a pré-
escola é comum. É possível notar que há um maior desenvolvimento
psicossocial nesta fase

 Terceira infância (6 aos 11 anos): nesta fase do desenvolvimento físico o


crescimento diminui. Força e habilidades atléticas aumentam. Doenças
respiratórias são comuns, mas a saúde geralmente é melhor do que em qualquer
outro período do ciclo vital. Já no desenvolvimento cognitivo o egocentrismo
diminui. As crianças começam a pensar com lógica, mas de maneira concreta.
As habilidades de memória e linguagem aumentam. Os desenvolvimentos
cognitivos permitem que as crianças beneficiem-se com a educação escolar.
Algumas crianças apresentam necessidades e talentos educacionais especiais. E
no desenvolvimento psicossocial o autoconceito torna-se mais complexo,
influenciando a auto-estima. A co-regulação reflete a transferência gradual de
controle dos pais para a criança Os amigos assumem importância central.
 Adolescência (11 aos aproximadamente 20): nesta fase do desenvolvimento
físico o crescimento físico e outras mudanças são rápidas e profundas. Ocorre
maturidade reprodutiva. Questões comportamentais, como transtornos
alimentares e abuso de drogas, trazem importantes riscos à saúde. Já no
desenvolvimento cognitivo desenvolve-se a capacidade de pensar em termos
abstratos e utilizar o raciocínio científico. O pensamento imaturo persiste em
algumas atitudes e em alguns comportamentos. A educação se concentra na
preparação para a faculdade ou para a vida profissional. E no desenvolvimento
psicossocial Busca de identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se central.
Relacionamentos com os pais são, em geral, bons. Os grupos de amigos ajudam
a desenvolver e testar o autoconceito, mas também podem exercer uma
influência anti-social. Vale ressaltar que é nesta fase que se ocorre a puberdade,
um processo biológico que afeta o jovem em todos os aspectos.

 Jovem adulto (20 aos 40 anos): nesta fase do desenvolvimento físico a


condição física atinge o máximo, depois diminui ligeiramente. As escolhas de
estilo de vida influenciam a saúde. Já no desenvolvimento cognitivo as
capacidades cognitivas e os julgamentos morais assumem maior complexidade.
Escolhas educacionais e profissionais são feitas. E no desenvolvimento
psicossocial os traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente
estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas
etapas e pelos eventos de vida. Tomam-se decisões sobre os relacionamentos
íntimos e os estilos de vida pessoais. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos.

Além destas fases ainda existem mais duas fases que n abordaremos aqui que são meia
idade (40 aos 60 anos) e a terceira idade ( 65 em diante).

INFLUÊNCIAS NO DESENVOLVIMENTO
 Hereditariedade: Influências inatas sobre o desenvolvimento, transmitidas
pelos genes herdados dos pais biológicos. Através da hereditariedade podemos
receber diversas doenças transmitidas geneticamente.
 Ambiente Externo: Totalidade de influências nãogenéticas sobre o
desenvolvimento, externas à pessoa. O ambiente externo influencia diretamente
no desenvolvimento humano. Esse ambiente consiste no seu ciclo social, cultura,
classe e etnicidade.
Muitas mudanças típicas da primeira e segunda infâncias parecem vinculadas à
maturação do corpo e do cérebro - o desdobramento de uma sequência natural
geneticamente influenciada de mudanças físicas e padrões de comportamento, incluindo
a prontidão para adquirir novas habilidades, como caminhar e falar. A medida que as
crianças transformam-se em adolescentes e depois em adultos, as diferenças nas
características inatas e na experiência de vida desempenham um papel mais importante

PRINCIPAIS INFLUÊNCIAS CONTEXTUAIS


Conforme a abordagem do desenvolvimento no ciclo vital de Baltes nos informa, os
seres humanos são seres sociais. Desde o início, desenvolvem-se dentro de um contexto
social e histórico. Para um bebê, o contexto imediato normalmente é a família, mas a
família, por sua vez, está sujeita às influências mais amplas e sempre em transformação
do bairro, da comunidade e da sociedade.
 Família Nuclear: a família nuclear consiste em Pai, Mãe e filhos(depende do
modelo de família é claro). Influenciam diretamente no desenvolvimento seja ele
hereditário (sendo filho biológico) ou social com a criação.
 Família extensiva: Mais comum nos países ocidentais como Japão/China, as
famílias extensivas estão compostas por todo tipo de parentesco sendo eles avós,
tios e tias.

CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA
A condição socioeconômica (CS) mescla diversos fatores relacionados, incluindo
renda, nível de instrução e profissão. Ao longo deste livro, descrevemos muitos estudos
que relacionam a CS aos processos de desenvolvimento (como diferenças na interação
verbal das mães com seus filhos) e às consequências no desenvolvimento). Geralmente
não é a CS propriamente dita que tem influência nessas consequências, e sim fatores
associados à CS, como os tipos de lares e bairros em que as pessoas residem e a
qualidade da assistência médica, da educação escolar e de outras oportunidades
disponíveis a elas.

CULTURA
Cultura refere-se ao modo de vida total de uma sociedade ou de um grupo, incluindo
costumes, tradições, crenças, valores, idioma e produtos materiais, desde ferramentas a
obras de arte - todo o comportamento adquirido transmitido dos pais para as crianças. A
cultura não é estática; ela está sempre mudando, muitas vezes, por meio do contato com
outras culturas. Vale lembrar que a cultura influencia diretamente no
desenvolvimento humano.

INFLUÊNCIAS NORMATIVAS E NÃO-NORMATIVAS


 Um evento Normativo é experimentado de modo semelhante pela maioria das
pessoas em um grupo. Influências normativas etárias são muito semelhantes para
pessoas de uma determinada faixa etária. Elas incluem eventos biológicos (como
puberdade e menopausa) e eventos sociais (como ingresso na educação formal,
casamento, paternidade-maternidade e aposentadoria.) O tempo de ocorrência
dos eventos biológicos é fixo, dentro de uma faixa normal.
 Um evento Não-Normativo (Famosas fatalidades) são eventos incomuns que
têm grande impacto sobre vidas individuais. Eles podem ser eventos típicos que
ocorrem em um momento atípico da vida (como casamento nos primeiros anos
da adolescência ou a morte de um dos pais quando o filho ainda é pequeno) ou
eventos atípicos (como ter um problema congênito ou sofrer um acidente de
automóvel). Eles também podem, é claro, ser eventos positivos (como obter uma
bolsa de estudos ou uma promoção inesperada)
É bom lembrar também sobre o Período Crítico que é um tempo específico em que
um determinado evento ou sua ausência tem maior impacto sobre o
desenvolvimento seja da pessoa ou de sua criança como por exemplo o abuso do
álcool na gravidez.

O DESENVOLVIMENTO É ATIVO OU PASSIVO?


 No Modelo Mecanicista, as pessoas são como máquinas que reagem ao que
lhes chega do ambiente (Pepper, 1942,1961). Ponha gasolina em um carro, gire
a chave de ignição, aperte o acelerador, e o veículo irá andar. Na visão
mecanicista, o comportamento é muito semelhante. Se soubermos o suficiente
sobre a composição da "máquina" humana e as forças internas e externas que
atuam sobre ela, podemos predizer o que uma pessoa fará. A pesquisa
mecanicista procura identificar e isolar os fatores que fazem as pessoas
comportarem-se - ou reagirem - do modo como o fazem. Ou seja, o
desenvolvimento é Contínuo.
 O Modelo Organísmico vê as pessoas como organismos ativos em crescimento
que põem em marcha seu próprio desenvolvimento (Pepper, 1942,1961). Elas
desencadeiam os eventos, e não simplesmente reagem a eles. O ímpeto para a
mudança é interno. As influências ambientais não causam desenvolvimento,
embora possam acelerá-lo ou retardá-lo. A totalidade do comportamento de um
ser humano é maior do que a soma das partes que o compõem. Assim, segundo
os teóricos organísmicos, não podemos prever o comportamento subdividindo-o
em simples respostas à estimulação ambiental, como sugere o modelo
mecanicista. Ou seja, o desenvolvimento é por Etapas.

ESTUDANDO A HEREDITARIEDADE E O AMBIENTE


 Herdabilidade é a estimativa estatística do quanto a hereditariedade contribui
para as diferenças individuais em um traço específico em um determinado
momento dentro de uma certa população. A herdabilidade não se refere à
influência relativa da hereditariedade e do ambiente em um determinado
indivíduo; essas influências podem ser praticamente impossíveis de separar. A
herdabilidade tampouco nos informa como desenvolvem-se os traços. Ela apenas
indica o grau estatístico em que os genes contribuem para um traço. A
herdabilidade expressa-se como um percentual que varia de 0 a 100%; quanto
maior o percentual, maior a herdabilidade de um traço.

 Interação genótipo-ambiente: A parcela de variação fenotípica que resulta das


reações de indivíduos geneticamente diferentes a condições ambientais
semelhantes.
 Correlação genótipo-ambiente: Tendência de certas influências genéticas e
ambientais para se reforçarem mutuamente; pode ser passiva, reativa (evocativa)
ou ativa. Também denominada covariância genótipo-ambiente.

 Efeitos ambientais não-compartilhados: É o ambiente único em que cresce


cada criança, composto de influências distintivas ou influências que afetam cada
criança de maneira diferente.

ALGUMAS CARACTERISTICAS INFLUENCIADAS POR


HEREDITARIEDADE E AMBIENTE
 Traços Físicos e Fisiológicos;
 Inteligência;
 Personalidade;
 Psicopatologias.

DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
 Fase Germinativa (Fecundação até duas semanas):
 Primeiras duas semanas de desenvolvimento pré-natal, caracterizadas por
rápida divisão celular, crescente complexidade e diferenciação e
implantação na parede do útero.

 Fase Embrionária (2 a 8 semanas)


 Segunda fase da gestação (2 a 8 semanas), caracterizada por rápido
crescimento e desenvolvimento dos principais sistemas e órgãos
corporais.
 Nesta fase podo ocorrer o aborto espontâneo que é a expulsão natural
de um embrião ou feto que não pode sobreviver fora do útero (fase em
que se deve ter extremo cuidado – Período Crítico)
 Fase Fetal (8 semanas até o nascimento)
 Etapa final da gestação (de 8 semanas ao nascimento), caracterizada pelo
maior detalhamento das partes corporais e grande aumento do tamanho
do corpo.
Como o ambiente pré-natal é o corpo da mãe, praticamente tudo que afeta o bem-estar
dela, desde sua dieta a seu humor, pode alterar o ambiente da criança e afetar seu
crescimento. Nem todas as ameaças ambientais oferecem o mesmo risco para todos os
fetos. Alguns fatores que são teratogênicos (produzem defeitos congênitos) em alguns
casos têm pouco ou nenhum efeito sobre outros. O momento de exposição a um
teratógeno, sua intensidade e sua interação com outros fatores podem ser importantes
TAMANHO E APARÊNCIA
 Um neonato ou recém-nascido nos Estados Unidos tem em média cerca de 50
cm de comprimento e pesa aproximadamente 3,4 Kg. Ao nascer, 95% de bebês
de termo completo pesam entre 2,5 e 4,5 kg e têm entre 45 e 55 cm de
comprimento. Os meninos tendem a ser ligeiramente mais compridos e pesados
do que as meninas, e o primogênito tende a pesar menos ao nascer do que os
filhos posteriores. Em seus primeiros dias, os neonatos perdem até 10% de seu
peso, basicamente por causa da perda de líquidos. Eles começam a ganhar peso
novamente em torno do quinto dia c geralmente entre o décimo e o décimo
quarto dia já recuperaram o peso que tinham ao nascer.

ADOLESCENCIA
 A adolescência dura aproximadamente 10 anos, dos 11 ou 12 anos até pouco
antes ou depois dos 20 anos. Seu ponto de início ou de término não é
claramente definido. Em geral, considera-se que a adolescência começa com a
puberdade, processo que conduz à maturidade sexual ou fertilidade, ou seja, a
capacidade de reprodução. Antes do século XX, as crianças das culturas
ocidentais entravam no mundo adulto quando amadureciam fisicamente ou
quando iniciavam um aprendizado vocacional. Hoje, o ingresso na idade adulta
leva mais tempo e é menos bem-definido. A puberdade começa mais cedo do
que antes, e o ingresso em uma profissão tende a ocorrer mais tarde, pois
sociedades complexas exigem períodos mais longos de educação ou de
treinamento profissional para que o jovem possa assumir responsabilidades
adultas. A adolescência é uma fase marcada por grandes mudanças físicas,
cognitivas e psicossociais (ver mais no resumo de Davi).

 Puberdade: A puberdade começa com um rápido aumento na produção dos


hormônios sexuais. Primeiramente, em algum momento entre os 5 e 9 anos, as
supra-renais passam a segregar maiores quantidades de androgênios, os quais
participam do crescimento dos pelos pubianos, axilares e faciais. Alguns anos
depois, nas moças, os ovários aumentam sua produção de estrogênio, o qual
estimula o crescimento dos genitais femininos e o desenvolvimento dos seios.
Nos rapazes, os testículos aumentam a fabricação de androgênios,
principalmente testosterona, os quais estimulam o crescimento dos genitais
masculinos, da massa muscular e dos pelos do corpo. Moças e rapazes possuem
ambos os tipos de hormônios, mas as moças possuem níveis superiores de
estrogênio, enquanto os rapazes possuem níveis superiores de androgênios; nas
moças, a testosterona influencia o crescimento do clitóris, bem como dos ossos e
dos pelos púbicos e axilares. A puberdade ela anuncia a despedida da fase
infantil, mas vale ressaltar que ela não é a adolescência (já que a adolescência é
uma fase psicossocial).
 Meninos: A idade mediana dos meninos para a entrada na puberdade é
12 anos, mas eles podem começar a apresentar mudanças entre 10 e 14
anos. Esse processo primeiro ocorre com o crescimento dos testículos,
depois com os pelos pubianos (pubarca) e crescimento do pênis; dois
anos após o aparecimento dos pelos pubianos começam a surgir nas
axilas faces e demais partes do corpo. Nesta fase ocorre a espermarca
que é a primeira ejaculação do menino podendo ser com a polução
noturna

 Meninas: as meninas começam a apresentar as mudanças da puberdade


dos 8 aos 10 anos. Esse processo primeiro ocorre com o aparecimento
das mamas – botão ou broto mamário (telarca); crescimento dos pelos
pubianos; fluxo menstrual (menarca) ocorre por volta dos 12 anos de
idade, mas segue irregular nos primeiros dois anos, e é iniciado após o
estirão

A puberdade é uma transformação biológica dividida em dois caracteres sendo eles


primários e secundários
 Caracteres Sexuais Primários: São os órgãos necessários para a produção. Na
fêmea, os órgãos sexuais são os ovários, as trompas, o útero e a vagina e, no
macho, os testículos, o pênis, o escroto, as vesículas seminais e a próstata.
Durante a puberdade, esses órgãos crescem e amadurecem. Nos rapazes, o
primeiro sinal de puberdade é o crescimento dos testículos e do escroto. Nas
mulheres, o surgimento dos caracteres sexuais primários não é diretamente
visível porque esses órgãos são internos.
 Caracteres Sexuais Secundários: São sinais fisiológicos de maturação sexual
que não envolvem diretamente os órgãos sexuais: por exemplo, os seios das
mulheres e os ombros largos dos homens. Outros caracteres sexuais secundários
são alterações na voz e na textura da pele, desenvolvimento muscular e
crescimento de pelos pubianos, faciais, axilares e corporais.

MATURAÇÃO (PUBERDADE) PRECOCE


 A puberdade precoce ocorre antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 anos
nos meninos, esse fenômeno tende a ocorrer 10 vezes mais nas meninas, e pode
afetar diretamente na personalidade. Algumas pesquisas realizadas durante as
últimas décadas constataram que os meninos que amadurecem mais cedo são
mais equilibrados, tranquilos, afáveis, populares entre os amigos e inclinados à
liderança, além de menos impulsivos do que os que amadurecem tardiamente.
Outros estudos constataram que eles se preocupam mais em serem estimados e
são mais cautelosos, mais dependentes dos outros e mais limitados por regras e
rotinas. Alguns estudos sugerem que os meninos que amadurecem mais cedo
mantêm a dianteira no desempenho cognitivo durante o final da adolescência e
na idade adulta (Graber, Lewinsohn Seeley e Brooks-Gunn, 1997; Gross e
Duke, 1980; Jones, 1957; Tanner, 1978). Constatou-se que os jovens com
amadurecimento tardio sentem-se mais incompetentes, inibidos, rejeitados e
dominados, são mais dependentes, agressivos, inseguros ou deprimidos,
possuem habilidades sociais e de enfrentamento inferiores e têm pior opinião a
seu próprio respeito (Graber et al., 1997; Mussen e Jones, 1957;Peskin, 1967,
1973; Siegel, 1982). Os meninos tendem a gostar mais dessa maturação precoce
 A tratamentos para essa condição de puberdade precoce que é realizado com
medicamentos supressores das gonadotróficas a fim de interromper essas
mudanças precoces
 As consequências dessa condição são, baixa estatura, desejo sexual precoce e
comportamento inadequado para a idade

SÍNDROME NORMAL DA ADOLESCENCIA (MAURÍCIO


KNOBEL)
 O adolescente vivencia instabilidades e desequilíbrios extremos.
 Nesta síndrome o adolescente tente a fazer uma busca por si mesmo e sua
identidade; tem uma tendencia grupal, ou seja, buscar outros jovens com o
mesmos gostos e vontades; eles possuem uma necessidade de intelectualizar e
fantasiar; tem crises religiosas (esta fase pode ser a melhor fase para uma
conversão religiosa mas a depender o adolescente pode criar uma repulsa pela
religião); há uma deslocalização temporal (dificuldade em determinar tempo,
Ex: “a faz mó tempo que não falo com meus amigos” /Mó tempo = 2 dias); a
evolução sexual se manifesta; tende a ter uma atitude social reivindicatória;
contradições sucessivas em todas as manifestações da conduta; uma separação
progressiva dos pais (os adolescentes tendem a se afastar mais dos pais); e tem
constates flutuações de humor e estado de ânimo.

Para mais informações consultar o resumo de Davi DH2

HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
A psicologia não surgiu diretamente como uma ciência, antes da psicologia se tornar o
que ela é hoje, ela passou por diversos processos ao longo dos anos, tanto que a
psicologia é uma matéria/profissão recente. Antes da psicologia se tornar o que ela é ela
começou como um ramo da filosofia e se estendeu por cerca de 2000 anos antes de
surgir como ciência. Começou como um resultado da curiosidade dos cosmologos para
entender sobre as experiencias místicas e atividades de pessoas e eventos (experiencias
da vida, sonhos, vida material, os impulsos que tem e as peculiaridades no
comportamento das pessoas diferentes).
 Para Homero, a intervenção maléfica ou benéfica dos deuses sempre está
dominando a essência do comportamento dos heróis, pois são os deuses quem
comandam suas ações. O mito corresponde à satisfação do desejo humano de
encontrar o sentido e a sistematicidade dos fenômenos que o envolvem.
A psicologia se constituiu num conjunto de conhecimentos sobre o mundo psíquico
humano. Algumas vezes você irá encontrá-la no âmbito das Ciências Biológicas, outras
vezes no das Ciências Humanas. Isso porque filosofia e medicina foram os pontos de
partida e inspiração para seu nascimento.
 Vários mitos revelaram a trilogia médico-saúde-doença (geralmente por meio de
xamãs, feiticeiros ou sacerdotes que faziam o papel de médico) de forma
contundente.
 O mito tem a função de oferecer um modelo logico para resolver as contradições
da vida cotidiana – Levi Strauss
 O mito serve para dominar o real – Sigmund Freud

OS PRÉ-SOCRÁTICOS
No pensamento pré-socrático destacam-se duas formas de compreensão do mundo. Um
grupo preocupava-se, prioritariamente, com a natureza e por meio da observação
tentava encontrar o elemento básico (Physis) originador e princípio ordenador da vida e
da totalidade do universo (Arché).
 Thales de Mileto: Matemático e político, foi considerado o primeiro pensador
grego. Thales introduziu um pensamento que envolve a ideia de sequência e de
modificação e passou a apontar as origens dos fenômenos do cotidiano,
recorrendo ao que existe e ao que é conhecido. Segundo ele, nada existe
autonomamente, ou seja, se algo existe é porque emergiu de alguma outra
essência e, pra ele, o elemento originador (Arché) é a água.
 Heráclito: Outro nome importante, no grupo de fisiólogos, pensador minucioso
e de difícil compreensão, discípulo de Pitágoras, da cidade de Éfeso. Para ele a
Arché é o fogo, símbolo de inquietude, de não permanência, do processo e do
movimento tendo inserido em sua discussão a questão da transformação.
 Anaxímenes: Arché  Ar
 Demócrito: Filosofo muito famoso que dois mil anos antes dos cientistas já se
falava de átomos sua Arché
 Pitágoras: número como essência originadora
Cada um desses pensadores exercitava o pensamento numa compreensão apoiada em
embriões de lógica e aportados na observação e na experiência direta com fenômenos,
podendo ser considerados os precursores da ciência, inclusive da ciência psicológica.
OS SOFISTAS
 Nesses grupos são destacados com frequência dois nomes: Protágoras de
Abdera (485-411 a.C) e Gorgias de Leontinos (485-380 a.C)
 Protágoras desenvolveu um pensamento que ligava o conhecimento ao sujeito
conhecedor, entende este como instantâneo, passageiro, relativo e puramente
individual, ou seja: o Homem é a medida de todas as coisas, das que são o que
são e das que não são o que não são. Para Protágoras não há possibilidade de
formulação de uma verdade absoluta.
 Górgias, igualmente importante no sentido da aquisição da subjetividade, em
certa medida inverte o pensamento sobre a obtenção do conhecimento até então
discutido.
Os sofistas, assim como os fisiólogos, ao exercitarem a observação e a razão com o
objetivo de compreender a transformação e dar sentido atualizado às relações do homem
com a realidade, criam uma linguagem que, lentamente, irá se opor à dos mitos,
apontando bases referenciais e elaborando princípios, quer no plano social, que no plano
natural (início do pensamento científico).
 “A vida mental é uma função do cérebro” – Alcméon de Crotona
 Alcméon de Crotona, que estudou na escola de Pitágoras, é um exemplo a ser
destacado. Segundo Margotta (1998, p. 24), Alcméon elevou a Medicina à
categoria de ciência, por isso é considerado, por alguns historiadores, médico.
Praticou a dissecação de cadáveres de animais, descreveu as espécies de vasos
de corpo (veias e artérias), órgãos sensoriais (olhos e ouvidos), vislumbrou a
existência dos nervos, intuiu a importância do papel do cérebro e tentou
compreender o sono. Em seus estudos observa-se o início da experimentação A
compreensão de saúde (estudo científico).
O período pré-sócratico simbolizou a conquista do pensamento racional, e, muito
embora o mito ainda se manifestasse de forma intensa, os diferentes pensadores de
distintas regiões ousaram formular perguntas e estabelecer conexões entre os
fenômenos naturais.

O PENSAMENTO PSICOLOGICO EM SÓCRATES, PLATÃO E


ARISTÓTELES.
O surgimento da filosofia clássica, no século V a.C, foi marcado pela inserção do
método socrático. Esse foi o primeiro encontro do Homem-Razão com a subjetividade,
aqui entendida de acordo com Severino (1992, p. 39) como a: “condição daquilo que se
refere à consciência enquanto polo que recebe as informações sobre os objetos nas
relações que constituem as experiencias do homem frente aos vários aspectos da
realidade”.
SOCRÁTES
A “psicologia socrática” esta ligada a ética que fundamentam o corpo humano. É pelo
conhecimento do bem, reconhecido em si como virtude, que o homem chegara à
felicidade. O oposto, ou seja, o mal é fruto da ignorância.
 Sócrates aproximou o homem de si e o pensamento da humanidade passou a
inclui-lo como parte dos fenômenos e processos naturais, observador e
observado, sujeito e objeto, integrante dinâmico da natureza. Esse passo no
desenvolvimento do pensamento serviu como respaldo para o surgimento da
psicologia séculos depois.
A partir da base socrática, o pensamento filosófico despontou posteriormente, no
decorrer do século V a.C, levou uma visão de separação entre o corpo e alma que
colocou o filosofo como um tipo de médico que era responsável por curar as impurezas
da alma por meio da técnica da descoberta das virtudes que compõem a essência.
 A alma, para Sócrates, é o ponto de partida da vida e na sua base de sua
constituição estão caráter, moral e razão.
Ao afirmar que nada sabe, Sócrates permite que o interlocutor reveja suas ideias e,com
muita habilidade, coloca em questão opiniões e certezas. Nesse momento angustiante,
acontece o parto das ideias, em que Sócrates, segundo ele, assume o papel de parteiro –
como sua mãe.
 Desenvolveu a maiêutica que consiste numa prática filosófica desenvolvida por
Sócrates em que, por meio de perguntas sobre um determinado assunto, o
interlocutor é levado a descobrir a verdade sobre algo, essa técnica é dividida em
quatro fases:
 Extorsão;
 Indagação;
 Ironia;
 Maiêtica.

PLATÃO (mito da caverna)


Platão estava mais interessado em saber o papel da mente no controle do
comportamento humano, ele foi o progenitor do dualismo (corpo e alma) na
psicologia, ele considerava as substâncias materiais espirituais, corpo e mente, como
dois princípios independentes e antagônicos.
 O corpo, no pensamento platônico, é definido como “o tumulo da alma”. Isso
significa que o conhecimento é adquirido por meio das sensações é fugaz e
dificulta a aquisição do verdadeiro conhecimento. Na verdade, o mundo
material, sensível aos sentidos, como o mundo da cor, do som, do movimento
etc., é ilusório, passageiro e não se consolida como verdadeiro conhecimento.
 É necessário entender que, para Platão, acima desse ilusório mundo sensível esta
o mundo das ideias gerais, das essências imutáveis que o homem pode atingir
por meio da contemplação e da depuração dos sentidos. (mundo sensível e
mundo das ideias).
 Para Platão a alma possui a verdade em si.
 Ele propõe a doutrina da reminiscência para explicar a ligação da alma com as
ideias, mostrando que a partir da experiencia sensorial, ou seja, do exercício de
contato com os objetos e os fenômenos, é possível a revivência daquele
conhecimento perfeito que existe esquecido dentro da alma.
Se arriscarmos pensar em uma “psicologia platônica”, poderíamos utilizar um modelo
que o próprio Platão descreve quando compara alma a uma parelha de cavalos
conduzidos por um cocheiro. O cocheiro simboliza a razão, um dos cavalos a energia
vital e o outro o desejo.
É importante para nos estudantes de psicologia, perceber que, com Platão, o conceito de
saúde vinculou-se fortemente à ideia da relação corpo-alma. A alma é soberana sobre o
corpo. No pensamento platônico, o corpo abriga a alma de forma conflituosa e se
submete a ela. Pela razão e pelo raciocínio, elementos divinos da alma, que os desejos
são controlados. Tudo o que Platão escreveu sobre o funcionamento do organismo e
sobre as perturbações psíquicas esta apoiado na ideia de que a alma é tripartida:
intelecto, razão e desejo.

ARISTÓTELES
Estruturou sua filosofia de maneira diferente de Platão e Sócrates. Ele fazia registros de
seus experimentos, de suas observações e das aulas que preparava. Seus escritos são
sistematizados, técnicos, classificatórios e dão uma contribuição importante sobre a
consciência.
 Causa Formal: é a forma física e conceitual que um determinado ser ou objeto
possui. Tudo tem uma forma que o define. Se pegarmos o exemplo da cadeira, o
formato de cadeira é a sua causa formal.
 Causa Material: diz respeito à matéria que compõe um ser ou objeto do mundo.
Ou seja, se pensarmos na casa do joão-de-barro, a sua causa material é o barro.
 Causa Eficiente ou Motora: é a causa primeira, que deu origem ao ser ou
objeto, ou seja, aquilo que foi responsável pela criação. A causa eficiente da casa
do joão-de-barro é o próprio pássaro que a construiu.
 Causa Final: diz respeito à finalidade do objeto ou ser. As finalidades são
diversas para os diversos seres e objetos presentes no mundo. É mais fácil tomar
como exemplo, mais uma vez, um objeto inanimado como a casa do joão-de-
barro, pois a sua causa final é servir de abrigo e ninho para o pássaro e seus
filhotes.

“Sou amigo de Platão, porém mais amigo da verdade” – Aristóteles

“Aristóteles foi um organizador, um homem extremamente meticuloso, que queria por


ordem nos conceitos do homem” (Gaarder,1995). Se fosse possível falar sobre uma
“psicologia Aristotélica”, poderíamos dizer que seus estudos sobre sensações e
percepções permitiram o retorno ao corpo como fonte de conhecimento e, ao estudar a
razão, os sonhos, a memória, os temperamentos etc., o campo de observação sobre o
funcionamento interno do homem foi ampliado e aprofundado, mostrando – o pronto
para exercício do pensamento, o que Aristóteles considera a principal fonte de
felicidade e virtude.
 É possível pensar que se Sócrates deu ao homem a filosofia, Aristóteles deu a
ciência*

FILOSOFIA E MEDICINA NA ANTIGUIDADE


Esse período é chamado Antiguidade, e nele ocorreu a apropriação da cultura grega
pelos romanos em todo mundo mediterrâneo (Fenômeno histórico-social chamado
helenismo). Nesse período de miscigenação cultural (com a invasão dos povos
romanos) tão importante no processo de desenvolvimento das civilizações, surgiram
muitos núcleos filosóficos, como Epicurismo, estoicismo, ceticismo e Neoplatonismo.
 Epicurismo: que acentuava a firmeza do espírito, a indiferença à dor, a
submissão à ordem natural das coisas e a independência em relação aos bens
materiais. Foi considerada a primeira grande escola helenística fundada por
Epicuro, em Atenas. Segundo Reale (1992, p. 212) o Epicuro distingue três
classes de prazeres: naturais e necessários; naturais mas não necessários e não
naturais e não necessários.

 Estoicismo: O estoicismo, de Zenão de Cício (334-262 a.C.) – os representantes


desta escola, conhecidos como estoicos, defendiam uma atitude de completa
austeridade física e moral, baseada na resistência do homem ante os sofrimentos
e os males do mundo. Seu ideal de vida, designado pelo termo grego apathéia
(que costuma ser mal traduzido por "apatia"), era alcançar uma serenidade diante
dos acontecimentos fundada na aceitação da "lei universal do cosmos", que rege
toda a vida. Fundado pelas ideias de Zenão de Cício, Defendiam a noção de que
toda a realidade existente é uma realidade racional.

 Ceticismo: foi uma corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é
incerto, nenhum conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser
contestado.

 Neoplatonismo: foi uma vertente filosófica que se desenvolveu entre o século


III e IV. A corrente possuía várias doutrinas e pensamentos diferentes, porém
matinha a filosofia platônica como sua inspiração principal. Além de ser uma
corrente filosófica, o neoplatonismo também foi identificado como uma seita.
Muitos grupos neoplatonistas misturavam as ideias ao misticismo e a religião,
relacionando-as também com crenças particulares e adoração à divindade. O
objetivo dessa escola filosófica era dar legitimidade às verdades religiosas
que já tinham sido reveladas aos homens.
 Galeno: Estudo do sistema nervoso e a forma de experimentação que
desenvolveu para a descoberta da estrutura e do funcionamento do corpo
humano.

EPOCA MEDIEVAL (IDADE MEDIA)


 Destaque a santo Agostinho que rediscute a alma
 São Thomas de Aquino  Há uma nova maneira de pensar. O pensamento
tomista irá reforçar a ideia de que matéria corporal não exprime sua marca no
intelecto e, portanto, não existe sensação sem objeto ou pensamento sem
conteúdo.

FILOSOFIA E MEDICINA NO RENASCIMENTO


(MODERNIDADE)
Destaques a tres grandes filósofos desse período: Francis Bacon (1561-1626), René
Descartes (1596-1650) e John Locke (1632-1704).

FRANCIS BACON
 “Os filósofos se esforçavam por tornar a alma por demais uniforme e por demais
harmônica, mas nada fizeram para acostumá-los aos movimentos contrários” –
Francis Bacon
 Considerado o “pensador do renascimento” e o representante típico da época dos
descobrimentos, Bacon afirma que para descobrir é preciso que o homem
conheça, e que a aquisição do conhecimento irá se processar por meio da
experiencia, na imperfeição dos sentidos. Ressalta que a observação,
compreensão, repetição de experiencias e análise unem razão e experiencia na
direção do conhecimento.
 “Saber é poder”

DESCARTES
 Representou a passagem da renascença para o período da Moderno da ciência e
segundo alguns autores, representou também os primórdios da Psicologia
moderna.
 Descartes aponta a dúvida como forca motriz para o levantamento de hipóteses,
que irão testar a objetividade do pensamento científico. A incerteza pode levar
a certezas, por isso ele afirma “Se duvido, penso, logo existo” ou “Penso logo
existo”.
 Descartes criou uma perspectiva filosófica que redireciona a atenção do estudo
da alma para o das operações mentais realizadas pela mente. Descartes afirmava
que essas operações mentais se localizavam na Glândula pineal por ela n
apresentar nenhumas correspondências nos dois lados do cérebro.

JOHN LOCKE
 Principal empirista da época, a preocupação intelectual de John era como a
mente adquire conhecimento.
 Ele negava a existência das ideias inatas, afirmando que o homem, ao nascer,
não possui conhecimento algum; mesmo que, aparentemente, algumas ideias
pareçam fazer parte constitucional da mente humana, eles são, na verdade, fruto
de aprendizagem (nosso pequeno precursor da vertente). O que equivale a dizer
que o desenvolvimento da mente ocorre pelo acúmulo de experiencias
sensoriais.

Com a perspectiva cientifica sendo desenvolvida a filosofia começou a perder sua


proeminência, assim como o conceito de alma.

- A psicologia foi definida como o estudo da mente

O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA
O primeiro instituto de psicologia foi criado na Alemanha na cidade de Leipzig em
1879, pelo fisiólogo Wilhelm Wundt e foi definida como Psicologia Estrutural.
 Foi aqui que os primeiros Psicólogos profissionais adquiriram as competências
de trabalho experimental para estudar a mente.
 Wundt centrou sua experiencias, nas experiencias conscientes, e ele substituiu o
conceito de espírito por consciência. Adotando o método da Introspecção
(autoanalise da mente para inspecionar e relatar pensamentos).
 Com o tempo houve o desenvolvimento da psicologia como uma ciência
independente. Os psicólogos começaram a rejeitar os métodos e abordagens
baseadas em especulações e tentaram fornecer base cientifica para o seu trabalho
 Surge diferentes escolas de pensamento na psicologia com o passar do tempo
cada uma tendo suas abordagens sendo elas: Behaviorismo, Estruturalismo,
Funcionalismo, Gestalt, Humanismo, Psicanálise etc. (Há mais escolas, mas
citarei depois com as caraterísticas).
A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA NO BRASIL
A história da psicologia no Brasil é um tanto quanto recente e pode ser dividida em três
partes:
 Pré-profissional (1830 – 1890): A psicologia antes de se tornar uma
profissão/curso antes ela era dada como matéria nas faculdades de medicina.
 Houve a criação das faculdades de medicina RJ/BA
 A psicologia era dada como matéria nessas faculdades
 A psicologia não era uma prática regularizada, ainda estava se
constituindo como área específica do saber.
 Ainda não existia a psicologia como ciência, estava sempre ligada a outra
área (Medicina, Enfermagem, Pedagogia).

 Período de profissionalização (1890/1906 – 1975)


 Fundação de alguns laboratórios de psicologia experimental no RJ
(mesmo modelo alemão).
 A ideia da criação de um curso de Psicologia começa a ser cogitado
 Psiquiatria queria a função de Psicólogo como auxiliar ao médico e não
como um profissional detentor de uma ciência própria.
 A psicologia estava mais bem encaminhada em termos acadêmicos,
filosóficos e científicos, por mais que não tenha sido suficiente para se
tornar profissão. Para a população o trabalho do psicólogo era
completamente desconhecido
 Processo de industrialização (oportunidade de mudança) – Getúlio
Vargas (1940)  Psicólogos recrutados pela indústria (RH).
 Além da Medicina e da Industria, a Psicologia era introduzida também
nas escolas em parceria com a Pedagogia e em âmbito social.
 Psicologia definida como profissão independente de outra ciência ou
profissão no dia 27/08/1962 pela lei n° 4.119 sancionada por João
Goulart.
 Ditadura Militar (1964) limitou os avanços da psicologia como ciência
interferindo no currículo limitando algumas matérias que apresentavam
ameaça ao regime militar (filosofia/sociologia)  O currículo voltado
para o ensino técnico retirando a tendencia social da área (Psicologia
direcionada evitando a crítica social e atendendo as demandas do
governo e da burguesia)

 Período Profissional (a partir de 1975)


 Primeiro encontro de psicologia (1971)  Criação do CFP e CRP
 Primeiro código de ética do psicólogo (1975).
VERTENTES DA PSICOLOGIA

BEHAVIORISMO:

Os estudos do Behaviorismo iniciaram-se no século 19, a partir de um trabalho do


psicólogo John B. Watson, intitulado de ”Psicology as the Behaviorist views it”,
traduzindo para o português: “Psicologia como um comportamentista a vê”. Esse estudo
teve como referências as teorias dos filósofos russos Vladimir Mikhailovich
Bechterev e Ivan Petrovich Pavlov. Entre 1920 até meados de 1950, o behaviorismo
se tornou a escola dominante de psicologia, com o propósito de estabelecer a psicologia
como uma ciência objetiva e mensurável. Os estudiosos e pesquisadores do
behaviorismo estavam envolvidos em criar teorias que pudessem ser descritas e medidas
de forma clara e prática.

 É uma das três principais correntes da Psicologia, junto com a psicologia da


forma (Gestalt) e psicologia analítica (Psicanálise).
 defende que a psicologia humana ou animal pode ser objetivamente estudada por
meio de observação de suas ações, ou seja, observando o comportamento.
(Perspectiva por aprendizagem).
 Os Behavioristas acreditam que todos os comportamentos são resultados de
experiência e condicionamentos. As figuras influentes do Behaviorismo incluem
os psicólogos John B. Watson (Metodológico) e B.F. Skinner (Radical), que
estão associados ao condicionamento clássico e ao condicionamento operante,
respectivamente.
 O Behaviorismo estuda o comportamento de forma direta, com base no ambiente
e no condicionamento em que vive o indivíduo ou animal.
 Condicionamento Clássico (Metodológico) e o Condicionamento Operante
(Radical).

BEHAVIORISMO METODOLOGICO (JOHN B. WATSON)


 O Behaviorismo metodológico foi o ponto de partida do Behaviorismo, fundado
por John B. Watson, com base nas teorias sobre condicionamento do russo Ivan
Pavlov.
 se opõe ao Mentalismo e introspeccionismo, ou seja, descarta os estudos
relacionados à mente, pensamento e emoções. É baseado através de observação
e experimentação.
 Essa abordagem defende que o comportamento pode ser previsível e controlado
a partir de estímulos.
 Na educação, a teoria comportamental de Watson defende que o comportamento
do indivíduo pode ser moldado e ajustado, capaz de fazer com que uma criança
tivesse determinada formação de caráter ou exercesse qualquer profissão que
escolhessem para ela, por exemplo.
 Experimentos importantes para o desenvolvimento: Cão de Pavlov, Pequeno
Albert (Trauma)
BEHAVIORISMO RADICAL (B. F. SKINNER)
 O Behaviorismo radical, corrente comportamentalista de Skinner, surgiu em
oposição ao behaviorismo metodológico. Essa abordagem considera que os
comportamentos observáveis eram manifestações externas de processos mentais
invisíveis, como o autocontrole, o pensamento, entre outros. Porém, defende que
era mais conveniente estudar os comportamentos observáveis. Com isso, ele
pretende dizer que as emoções não dão origem à nossa conduta, pois também
fazem parte do modo de agir. Ou seja, o comportamento não é consequência do
livre arbítrio, mas sim das consequências dos seus atos, sejam positivos ou
negativos.
 Para Skinner, o comportamento é reforçado através das suas próprias
consequências. Partindo da premissa que o indivíduo busca sobreviver, se
proteger, se autorrealizar, entre outras ações que sentem necessidade, à medida
que alcançasse o seu objetivo, o comportamento se repetiria. Esse mecanismo de
repetição é chamado de operante, sendo que se for seguido de um reforço
positivo ou reforço negativo, a probabilidade de ele se repetir, aumenta.
Enquanto que se for seguido de uma punição, a probabilidade do
comportamento ser repetido, diminui.
 Skinner contribuiu grandemente com a criação do Condicionamento Operante,
um método de aprendizado que ocorre através de reforços positivos ou
negativos (têm o objetivo de estimular a repetição de comportamentos que
tem como consequência uma premiação positiva) e punições(têm o objetivo
de cessar ou diminuir a frequência de um comportamento, pois sua
consequência é algo ruim).
 Reforço positivo: quando algo bom é adicionado, por exemplo alimento
cai na caixa, para ensinar um novo comportamento.
 Reforço negativo: quando algo ruim é removido, por exemplo, uma
corrente elétrica é interrompida, para ensinar um novo comportamento.
 Punição: Quando algo ruim é adicionado, por exemplo, multa de
trânsito, para ensinar a parar um comportamento.
 Experimentos importantes: Caixa de skinner

AS PRINCIPAIS DIFERENCAS: CONDICIONAMENTO


CLASSICO X CONDICIONAMENTO OPERANTE
As principais diferenças entre o condicionamento clássico e o condicionamento
operante é que o condicionamento clássico destaca que o estímulo neutro (comida, rato
branco e objetos) pode ser transformado em um estímulo condicionado (quando é
adicionado o som ou barulho), produzindo uma resposta conforme às condições que
foram transformadas o estímulo neutro. Enquanto que o condicionamento operante,
envolve condicionamento voluntário, ou seja, o indivíduo controla através das
consequências. Ou seja, no condicionamento clássico, a associação não pode ser
controlada, e no condicionamento operante, a associação entre comportamentos e
resultados é aprendida.
PSICANÁLISE
 Trata-se de uma abordagem que trabalha profundamente o inconsciente,
responsável pelas nossas atitudes que temos “em modo automático”. Essas
podem chegar a desafiar a lógica e o bom senso. Para exemplificar, pense em
todas as vezes que você disse “a partir de amanhã não vou mais fazer X coisa” e
se pegou repetindo o comportamento sem perceber.
 Sigmund Freud (1856-1939) foi fundador dessa abordagem e talvez o
psicanalista mais conhecido, mas há outras escolas de pensamento que
contribuíram para o movimento psicanalítico.
 O inconsciente é a chave da psicanálise: Freud descobriu que muitos
comportamentos conscientes são influenciados por forças inconscientes, como
memórias, impulsos e desejos reprimidos. Estes podem ser desagradáveis ou
inaceitáveis socialmente, pois podem causar sofrimento e brigas. Tudo o que
está armazenado em nosso inconsciente afeta as nossas vidas. O modo como
pensamos, agimos e expressamos opiniões é resultado de uma memória, crença
ou desejo que não está na superfície do psiquismo. Por isso, podemos entrar em
conflito conosco ou com pessoas sem compreender exatamente a razão. A
psicanálise, então, busca as causas da infelicidade das pessoas nos
esconderijos do inconsciente.
 A psicanálise possui 7 escolas de acordo com David Zimerman sendo estas:
 Escola Freudiana (Sigmund Freud, Anna Freud e Wilhelm Reich);
 Escola Kleiniana (Melanie Klein);
 Escola da psicologia do Ego (Margareth Mahler, Heinz Hartmann e Otto
kernberg);
 Escola da Psicologia do Self (Heinz Kohut);
 Escola Francesa (Jaques Lacan);
 Escola Winnicottiana (Donald Winnicott);
 Escola de Bion (Wilfred Bion).

PSICANÁLISE DE FREUD
1ª TÓPICA (1900 – 1920)
Por meio dos mecanismos de repressão e recalque, certos conteúdos vão sendo
pressionados a sair da consciência, por serem assustadores, inadequados ou absurdos.
 Consciente – Na psicanálise, o campo consciente da mente é considerado a
parte ciente do cérebro. Responde pelo lado racional, pela nossa mente atenta,
por aquilo que estamos pensando agora, por aquilo que sabemos sobre nós
mesmos (quando alguém nos pergunta “quem é você?) e pela nossa interação
com a realidade externa. (Percepção e pensamentos)
 pré-consciente – Este é o lar de tudo o que podemos lembrar ou recuperar de
nossa memória. São informações em que não estamos pensando agora, mas que
sobre elas não houve repressão ou recalque. Então, são informações que podem
ser recuperadas. Por exemplo, se perguntarmos a você o significado de
“indigestão”, esta informação não estava no seu consciente no exato momento
antes de fazermos a pergunta. Estava no pré-consciente, foi trazida ao
consciente após nossa pergunta. (memórias)
 inconsciente- é a maior parte de nossa mente, a parte submersa do nosso
iceberg mental. No inconsciente, reside um repositório no nível mais profundo,
capaz de impulsionar o comportamento, percepções, desejos. A ideia de
inconsciente é a ideia mais importante dentro da psicanálise, segundo os autores
Laplanche e Pontalis (“Vocabulário de Psicanálise”). (pulsões memórias
reprimidas)

2ª TÓPICA (1920 EM DIANTE)


Mais tarde, Freud postulou um novo modelo da mente que coexistiu com suas ideias
originais sobre consciência e inconsciência. Estamos nos referindo aos três elementos
do aparelho psíquico, cujos nomes são conhecidos como: Ego, Id e Superego.
 ID: armazena os desejos inconscientes, os quais não são totalmente lógicos e às
vezes não seguem as regras estabelecidas pela sociedade. É o ego que coordena
o que o id pode ou não fazer, permitindo ou inibindo a sua satisfação.
 EGO: é a parte do sistema psíquico que lida diretamente com a realidade.
Embora seja visto como um vilão por aí, o ego é o mediador entre os impulsos
do id e as exigências do superego.
 SUPERGO: é o aspecto final da personalidade. Contém nossos valores e ideias
bem como as lições aprendidas com os pais e com a sociedade. É uma espécie de
juiz que determina o comportamento de acordo com esses aspectos morais.
Quando muito severo, o superego anula as escolhas do ego e causa conflito
psíquico.
FASES PSICOSSEXUAIS (Desenvolvimento)
Segundo Freud, as crianças passam por uma série de estágios que levam ao
desenvolvimento da personalidade adulta, acreditava que a personalidade se desenvolvia
através de uma série de fases da infância em que as energias do id buscadas pelo prazer
se concentravam em certas áreas erógenas. Uma zona erógena é caracterizada como
uma área do corpo que é particularmente sensível à estimulação, associada a cada
estágio servindo como fonte de prazer. Essa energia que busca prazer e satisfação
físicos é denominada libido. Se esses estágios psicossexuais forem completados com
sucesso, uma personalidade saudável é o resultado. Se determinados problemas não
forem resolvidos no estágio apropriado, poderão ocorrer fixações. Uma fixação é um
foco persistente em um estágio psicossexual anterior. Até que esse conflito seja
resolvido, o indivíduo permanecerá “preso” nesse estágio.
AS 5 FASES DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL SEGUNDO FREUD:
Fase Oral (0 a 1 ano), zona erógena: BOCA
 No primeiro estágio do desenvolvimento da personalidade, a libido é centrada na
boca do bebê. Ele fica muito satisfeito ao colocar todo tipo de coisa na sua boca
(brinquedos etc.) para satisfazer sua libido. Isso significa que nesta fase da vida,
seus prazeres são orais ou orientados para a boca. (Maior controle do ID)
Fase Anal (1 a 3 anos), zona erógena: ANUS, INTESTINO E CONTROLE DA
BEXIGA
 Segundo Freud, nesta fase a libido se concentra no anus, e a criança sente muito
prazer em defecar. A criança está plenamente consciente de que é uma pessoa
por si só, e que seus desejos podem colocá-la em conflito com as demandas do
mundo exterior (ou seja, seu EGO já se desenvolveu). Freud acreditava que esse
tipo de conflito tende a surgir no treinamento do uso do vaso sanitário, no qual
os adultos impõem restrições sobre quando e onde a criança pode defecar.
Fase Fálica (3 a 6 anos), zona erógena: GENITAIS
 A sensibilidade agora na fase fálica se concentra nos órgãos genitais, e a
masturbação (em ambos os sexos) se torna uma nova fonte de prazer. A criança
toma consciência das diferenças anatômicas sexuais, que desencadeiam o
conflito entre atração erótica, ressentimento, rivalidade, ciúme e medo. Freud
chamou isso de complexo de Édipo nos meninos, e complexo de Electra nas
meninas1. Esse conflito é resolvido através do processo de identificação, no qual
a criança adota as características dos pais do mesmo sexo.
Período de latência (6 a puberdade), zona erógena: SENTIMENTOS SEXUAIS
ESTÃO INATIVOS

 Latente significa “oculto”. Isso significa que nesta fase não há mais
desenvolvimento psicossexual. A libido está adormecida. Freud pensou que a
maioria dos impulsos sexuais é reprimida durante o estágio latente. Assim, a
energia sexual é sublimada. Isso quer dizer que grande parte da energia da
criança é canalizada para o desenvolvimento de novas habilidades e a aquisição
de novos conhecimentos. E nesta fase, as brincadeiras são feitas em sua maioria
com outras crianças do mesmo sexo.

Fase Genital (puberdade até a morte), zona erógena: AMADURECENDO E


INTERESSES SEXUAIS
 Este é a última fase da teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud e
começa na puberdade. É um momento de experimentação sexual adolescente,
cuja resolução bem-sucedida é estabelecer um relacionamento amoroso com
outra pessoa nos nossos 20 anos. O instinto sexual é direcionado ao prazer
obtido através do outro, ao invés do prazer próprio, como no estágio fálico. Para
Freud, a saída apropriada do instinto sexual em adultos era por meio de relações
amorosas. Fixação e conflito podem impedir isso, tendo como consequência as
perversões sexuais. Por exemplo, a fixação no estágio oral pode resultar em uma
pessoa obtendo prazer sexual principalmente por beijos e sexo oral, em vez de
relações sexuais.

Determinismo Psíquico:
 Nossos processos mentais segundo Freud ocorrem de forma encadeada, ou seja,
nenhum pensamento, sentimento ou lembrança acontece isoladamente, por acaso
ou como se surgisse do nada, mesmo que as vezes um pensamento possa surgir
do nada há elos antigos que ligam esses eventos mentais a outros que ocorreram
antes. De acordo com Freud a vida mental se desenvolve de forma contínua
mesmo que as pessoas não estejam conscientes dessa continuidade entre seus
pensamentos e sentimentos.

Pulsões (impulso ou instinto):


As pulsões são um dos elementos do inconsciente elas são pressões ou necessidades que
nos dirigem a um determinado fim, toda pulsão tem uma fonte, uma finalidade, uma
pressão e um objeto. Essas pulsões são uma necessidade psíquica e ao mesmo tempo
orgânica ela fica em uma fronteira entre o mental e o físico, todas as diversidades de
pulsões foram organizadas por Freud em dois tipos básicos as pulsões de morte e as
pulsões de vida.
 Pulsão de Vida: É toda a demanda interna que nos leva buscar o prazer, a criar
e a realizar projetos por exemplo.
 Pulsão de Morte: É aquela demanda que nos conduz a busca por isolamento, da
estagnação e a atos de destruição e morte.
Essas pulsões que mantem a vida e incitam a morte reside em todos os seres em conflito
permanente e não resolvido e a maior parte dos nossos pensamentos e ações é resultado
de não apenas uma dessas forças mais de uma combinação das duas.
Energias:
Tanto a pulsão de vida quanto a de morte tem fontes de energias distintas. A fonte de
energia das pulsões de vida vem da libido (palavra latina para desejo), a libido é a
energia empregada na manutenção da vida. Já a pulsão de morte também tem uma fonte
de energia específica porem Freud não deu um nome especial para ela. Como um
exemplo sempre quando você se dedica a construir ou a levar adiante um projeto
importante você impregna uma certa libido neste projeto enquanto você estiver
envolvido e empolgado com o projeto aquela parte de libido despejada tornasse
indisponível para outros objetivos não dizendo que nada mais importe na vida pois é
possível distribuir níveis diferentes de libido na sua vida, mas quanto maior o interesse
maior a liberação de energia será investida.

CONCEITOS RELATIVOS ÀS ESTRUTURAS PSÍQUICAS:


Segundo Freud, as estruturas psíquicas são formas macro de pensarmos o mecanismo
principal que dirige a vida psíquica de um sujeito. São três estruturas, cujos conceitos
veremos a seguir. Conforme o indivíduo tenha uma tendência maior a uma delas,
costuma-se dizer que é neurótico, psicótico ou perverso.
 Neurose: é a estrutura principal do ponto de vista da psicanálise; os principais
psicanalistas concordam que são as neuroses aquilo que a psicanálise melhor
consegue tratar. O sujeito neurótico tem uma tendência de pensar e se comportar
de modo que é possível ele conseguir “olhar de fora” e perceber o seu problema,
ou pelo menos desconfiar do problema, ainda que não seja fácil superá-lo.
 Um exemplo são os transtornos obsessivos. Todos somos, em alguma
medida, neuróticos: o que varia é o grau de incômodo que nossas
neuroses geram nos outros e, principalmente, em nós mesmos. Freud
diferenciava dois grandes grupos de neuroses: as neuroses atuais e as
psiconeuroses.

 Psicose: diferentemente do neurótico, o sujeito psicótico não desconfia que


seu transtorno é de fato um transtorno. Acredita ser a própria realidade.
Então, a psicose imerge o sujeito em uma chamada realidade paralela, com
elementos de delírios, paranoias, alucinações e outras alterações mais severas da
percepção. Sem um lugar para se “olhar de fora”, há quem questione se o
método psicanalítico seria eficaz ao tratar o quadro psicótico. Claro que há
tratamentos medicamentosos ou terapêuticos que atuam na psicose. Por sinal, em
contrapartida, há psicanalistas que consideram a capacidade de a psicanálise
contribuir com uma melhora deste quadro clínico. A teoria costuma identificar a
esquizofrenia e a paranoia como formas da psicose.

 Perversão: na acepção inicial em psicanálise, perversão é qualquer


manifestação de sexualidade que não seja a relação de coito “pênis-vagina”.
Mesmo relações heterossexuais podem ter dimensões de perversão. São
exemplos de perversão as chamadas parafilias, tais como: voyeuriusmo,
exibicionismo, sado-masoquismo, fetichismo, frotteurismo, entre outras. Freud
afirmava que “a predisposição às perversões era a predisposição original e
universal da sexualidade humana”. O fato de que o sadismo e o masoquismo
(duas das principais parafilias) tenham orientações voltadas à agressividade
provavelmente é a causa para o conceito de perversão ter sido cada vez mais
relacionado à ideia de crueldade, embora não exista este teor de agressividade na
grande maioria das parafilias.

PSICANÁLISE DE LACAN
A abordagem lacaniana enfatiza a estrutura linguística. O indivíduo é formado através
da linguagem. O mundo em que vivemos, de acordo com o psicanalista, é construído de
símbolos e de significantes, conceito que define que um objeto, imagem ou situação
pode representar outra coisa. O indivíduo, portanto, consegue identificar esses símbolos
por conta da linguagem. A construção do “eu” é formada no interior. O que reside no
íntimo de cada um tem ligação direta com o exterior. Para compreender uma pessoa
como um todo, é necessário pensar em ambos os aspectos, e não apenas julgá-la sobre
uma única ótica. Caso contrário, a análise do outro fica incompleta. Neste contexto,
Lacan estabelece a relação entre o “eu” e o outro, sendo a linguagem o instrumento de
mediação entre eles.

PSICANÁLISE DE WINNICOTT

O foco de Donald Winnicott (1896-1971) é a relação entre a criança e a mãe. Segundo


ele, todos nós nascemos indefesos, porém, com grande potencial. Para que este possa se
desenvolver propriamente, o ambiente precisa ser acolhedor e garantir a satisfação das
necessidades básicas. O ambiente familiar, econômico e social influencia diretamente a
formação do indivíduo. Mas a mãe é o fator principal. O seu relacionamento e
interações com o bebê são essenciais para que ele cresça bem. Assim, nasce o conceito
da “mãe suficientemente boa”, referente à figura que satisfaz todas as necessidades e
carências do bebê. Consequentemente, os transtornos mentais seriam resultado tanto de
um relacionamento defeituoso com a mãe quanto de um ambiente desfavorável. A
criança não desenvolve apropriadamente o seu lado emocional, resultando em uma série
de complicações na vida adulta. O ambiente deficiente exerce influência até mesmo em
bebês recém-nascidos.

PSICANÁLISE DE KLEIN

Melanie Klein (1882-1960) dedicou-se a estudar a mente das crianças para descobrir
seus medos, fantasias e angústias. Ela desenvolveu a análise do comportamento delas
por meio da brincadeira para ter acesso ao inconsciente da criança já que a associação
livre de Freud dificilmente seria usada com indivíduos de pouca idade. Diferente de
Freud, Klein apontou a agressividade como elemento primordial no desenvolvimento da
criança em vez dos aspectos sexuais. Este é resultante de um ego primitivo existente
desde o nascimento. Além disso, fundou uma teoria da psicanálise referente às
fantasias do inconsciente. Estas são elaboradas pelas crianças sobre suas mães,
geralmente criando uma imagem mais malvada do que a realidade. As fantasias são
inatas porque representam os instintos mais primitivos da criança. Para ter acesso a
essas fantasias, o psicanalista precisa inserir o lúdico no tratamento com a criança e
estimular brincadeiras para encorajar determinados comportamentos.

PSICANÁLISE DE BION

Wilfred Bion (1897-1979) desenvolveu a Teoria do Pensar. O ato de pensar surge como
uma forma de lidar com a frustração, criando novas realidades para satisfazer os desejos
não satisfeitos. Quando o ódio oriundo da frustração é grande demais para a pessoa
suportar, este sentimento encontra alívio na descarga imediata por meio de agitações
motoras. Segundo ele, o pensar depende de dois fatores: os pensamentos propriamente
ditos e a faculdade de pensar. O pensamento vazio acontece quando uma pré-concepção
do indivíduo não é realizada. Consequentemente, a frustração aparece, sendo esta
definida como uma “ausência”. Logo, a pessoa se abre para um universo simbólico
construído ao longo de sua existência através de pensamentos e interpretações do
mundo, de seus sentimentos e das pessoas. Neste contexto, o pensamento precede o
conhecimento já que o indivíduo cria o que não existe ou não conhece (pré-concepção).
Bion também desenvolveu a Teoria do Conhecimento a qual afirma que a formação do
conhecimento da criança é proporcional à capacidade do ego de tolerar a frustração.
Desse modo, ela pode criar mecanismos para evitá-la.

TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PIAGET

 A teoria de Piaget, chamada de teoria piagetiana, foca no desenvolvimento


infantil e, por isso, é chamada de teoria do desenvolvimento. Segundo ele: “A
infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano”. Ancorada
nos estudos sobre o desenvolvimento humano e cognitivo, a chamada teoria
cognitiva de Piaget foi denominada por ele próprio como “epistemologia
genética”. Sua teoria foi fundamental para o surgimento da corrente
construtivista.

CONSTRUTIVISMO

Desenvolvido pelo psicólogo e epistemólogo suíço Jean Piaget, no início da década


de 1920, o construtivismo considera que há uma construção do conhecimento e
que, para que isso aconteça, a educação deve criar métodos que estimulem essa
construção. Essa linha entende que o aprendizado deve acontecer por meio do
professor mediador e dos alunos, que não são apenas meros aprendizes, e sim,
indivíduos com informações e conhecimentos que precisam ser levados em
consideração no contexto escolar.

Os 4 principais princípios do construtivismo são:

 O aluno é o centro e o protagonista do processo de aprendizagem;


 O nível de amadurecimento de cada estudante é respeitado;
 O ensino é visto como processo dinâmico, em que o aluno interage, e não
estático, como acontece com frequência em métodos pedagógicos
tradicionais;
 O aprendizado é construído gradualmente, e cada novo conhecimento é
aprendido a partir de conceitos anteriores.

Outros fatores importantes também para o construtivismo são os conceitos de


Conhecimento/aprendizagem, assimilação, acomodação, equilibração, interação,
pensamento e linguagem.(dá uma lida antes da prova que ta show)

OS 4 ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO DE PIAGET

Segundo Piaget, a criança passa por quatro fases de desenvolvimento até chegar na
adolescência. Esses estágios estão relacionados com a capacidade cognitiva do ser
humano, ou seja, com a construção do conhecimento na psiquê. São eles:

 Sensorio-Motor (0 a 2 anos): O próprio nome já indica que nessa fase as


sensações e a coordenação motora da criança são desenvolvidas. Ainda que a
capacidade de cognição seja limitada, nesse momento, ela começa a perceber o
mundo ao seu redor dando início ao reconhecimento de objetos.
 Pré-Operatorio (2 aos 7 anos): Com o desenvolvimento da fala, a criança
começa a nomear os objetos que a rodeiam ao mesmo tempo em que passa a ter
uma capacidade mental de lembrar deles (representação mental). O raciocínio
começa também a ser desenvolvido, embora esteja em sua fase inicial.
 Operatório Concreto (7 aos 11 anos): Essa fase está relacionada com a
capacidade cognitiva de resolução concreta de alguns problemas. Nela, a criança
começa a ter uma capacidade maior de interpretação e, portanto, já consegue
resolver alguns problemas básicos. Alguns conceitos são interiorizados, por
exemplo, dos números e das operações matemáticas.
 Operatório Formal (11 aos 14 anos): Já na adolescência, o raciocínio lógico se
desenvolve e o indivíduo já começa a pensar por si só, ao mesmo tempo em que
tem a capacidade de criar teorias e refletir sobre as possibilidades do mundo.
Trata-se, portanto, de uma fase de autonomia.
INTELIGÊNCIA SEGUNDO PIAGET

Para Piaget, a inteligência só existe na ação. Ou seja, inteligência é uma propriedade da


ação que maximiza o seu poder adaptativo. Adaptar-se inteligentemente então é agir da
forma que propicie máxima adaptação ao meio. Visto desta maneira não há como medi-
la. Entretanto, como Piaget descreve vários estágios evolutivos, isto pode ser usado para
identificar crianças acima ou abaixo da média. De acordo com as idéias de Piaget, as
funções cognitivas da criança se organizam em agrupamentos que funcionam como um
todo e que são ativados também como totalidade, sempre que qualquer parte do sistema
é colocado em ação a partir de dados empíricos significativos. Explica o
desenvolvimento destes sistemas organizados de operações intelectuais pelo processo de
equilibração.

SOCIOCONSTRUTIVISMO DE VYGOTSKI
(DESENVOLVIMENTO)

Vygotsky entende o homem e seu desenvolvimento numa perspectiva sociocultural, ou


seja, percebe que o homem se constitui na interação com o meio em que está inserido
(RESENDE, 2009). Por isso, sua teoria ganhou o nome de socioconstrutivismo, sendo
também denominada sociointeracionismo. É importante afirmar que essa interação entre
homem e meio é considerada uma relação dialética, já que o indivíduo não só
internaliza as formas culturais como também intervém e as transforma (RESENDE,
2009). Sua obra tem como temas centrais o desenvolvimento humano e a aprendizagem
– dois processos indissociáveis que se constituem reciprocamente (RESENDE, 2009).

LINGUAGEM E PENSAMENTO

Vygotsky afirma que o desenvolvimento da linguagem implica o desenvolvimento


do pensamento, pois pelas palavras o pensamento ganha existência (MIRANDA;
SENRA, 2012). “A linguagem age decisivamente na estrutura do pensamento e é
ferramenta básica para a construção de conhecimentos”. Intervém no desenvolvimento
intelectual da criança desde seu nascimento (STADLER et al). “A linguagem fornece
os conceitos e as formas de organização do real que constituem a mediação entre o
sujeito e o objeto de conhecimento” (FOSSILE, 2010). Percebemos, portanto, que dar
voz às crianças é de fundamental importância para que elas exercitem o pensamento.
Nós, educadores, não devemos cerceá-las. Devemos ouvi-las e agir como mediadores,
auxiliando também em sua construção intelectual.

Vygotsky afirma que a linguagem possui duas funções básicas: intercâmbio social e
pensamento generalizante. A função de intercâmbio social é bem visível nos bebês,
uma vez que conseguem, por meio de gestos, expressões e sons, demonstrar seus
sentimentos, desejos e necessidades. A função de pensamento generalizante pode ser
exemplificada quando falamos, por exemplo, a palavra boi. Independentemente de ter
visto de perto algum boi ou de comer ou não sua carne, nosso pensamento classifica tal
palavra na categoria animais e nos remete à sua imagem. Dentre as manifestações da
linguagem encontramos também a fala privada – é a fala consigo mesmo. Vygotsky a
considera uma ligação entre linguagem e pensamento, já que, conforme a fala privada se
desenvolve, a criança torna-se capaz de orientar e dominar ações (MIRANDA; SENRA,
2012). Estes são os pilares básicos do pensamento de Vygotsky:

 “As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da


atividade cerebral”. O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas
estruturas são moldadas ao longo da história do homem e seu desenvolvimento
individual.
 O funcionamento psicológico tem como base as relações sociais, dentro de um
contexto histórico;
 A cultura é a parte essencial do processo de construção da natureza humana;
 A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos

O socioconstrutivismo vai tentar conciliar as ideias do behaviorismo/cognitivismo


(conhecimento que vem de fora através de estímulos) e do construtivismo
(conhecimento a partir de interações com o ambiente), dizendo que, de fato existe o
conhecimento do lado de fora, ou seja, um conhecimento que está impregnado na
cultura, nos objetos e nas formas como as pessoas vivem mas quando o conhecimento é
internalizada ou seja quando alguém adota esse conhecimento é internalizada, ou seja,
quando alguém adota esse conhecimento ele é reinterpretado pelo sujeito com base na
sua história de vida, vejamos um exemplo quando somos crianças observamos como os
adultos utilizam os objetos, como realizam tarefas e como discutem certos problemas e
vamos pouco a pouco internalizando esses conhecimentos que já existem na nossa
sociedade, vamos adquirindo palavras novas, gestos, sotaques e valores, mas esses
conhecimentos são reinterpretados ao serem internalizados, eles não se tornam meras
copias do que já existe na cultura.

ZONAS DE DESENVOLVIMENTO

Vygotsky, em sua teoria socioconstrutivista, afirma que sempre que há um tipo de troca
(relação) existe aprendizagem. O homem não é um ser passivo, visto que é um ser que,
ao criar cultura, cria a si mesmo (STADLER et al). Como afirmar, então, que uma
criança só adquire conhecimento quando passa a frequentar a escola? O pensamento de
Vygotsky é contrário: fora da escola, a criança desenvolve seu potencial, sim, com todas
as trocas estabelecidas, também quanto ao desenvolvimento da língua escrita. Porém
Vygotsky não diminui a importância do ambiente escolar, pois quando a criança se
familiariza com o mundo escolar ocorre algo fundamentalmente novo em seu
desenvolvimento: a criança sai da sua zona de desenvolvimento real e passa, com
auxílio do professor ou outro mediador, para a zona de desenvolvimento potencial –
caracterizando a zona de desenvolvimento proximal (MAGALHÃES, 2007).
A zona de desenvolvimento real refere-se à etapa em que a criança soluciona os
problemas de forma independente, sem ajuda; a zona de desenvolvimento potencial
refere-se à etapa em que a criança está pronta para compreensão de problemas mais
complexos, mas ainda necessitando da ajuda de um mediador (STADLER et al).

A zona de desenvolvimento proximal é uma metáfora criada para explicar como ocorre
a aprendizagem. É a distância entre o nível real e nível potencial da criança
(MAGALHÃES, 2007).

TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL – ALBERT BANDURA

A teoria destaca o aprendizado por meio da observação. Bandura aponta que o estado
mental interno daquele que está aprendendo desempenha um papel fundamental no
processo de absorção de conhecimento. Assim, a aprendizagem social acontece a
partir da interação entre a mente do aprendiz e o ambiente ao seu redor. Ou seja,
essa teoria ressalta aquilo que deve ser levado em consideração por todos: educa-se pelo
exemplo e ações. Isso tudo, é claro, somado ao estado mental de uma pessoa.

Os 4 passos no processo de modelagem da teoria de Bandura:

 Atenção: a atenção do modelador ou aprendiz deve se focar no modelo, caso


o contrário a aprendizagem será interrompido.
 Memória: o indivíduo deve reter o que observou para depois executá-lo.
 Reprodução: o comportamento é iniciado e a pessoa deve ser capaz de
imita-lo não necessariamente igual, mas deve realiza-lo
 Motivação: nesta parte é necessário conhecer o que levou a pessoa à
realização do comportamento. O que deseja conseguir com a imitação?
Talvez queira chegar ao mesmo estado do seu modelo.

A motivação é um passo ou aspecto chave no momento de iniciar a aprendizagem


do que se quer imitar. É indispensável que existam razões ou motivos para querer
aprender algo, caso contrário, é difícil manter o foco da atenção, a retenção e
reprodução dos comportamentos.

RAZÃO DA APRENDIZAGEM SEGUNDO A TEORIA DE


BANDURA

Segundo Bandura, existem vários motivos para querermos aprender algo. A seguir,
os diferentes tipos de motivos que a teoria da aprendizagem social expõe:

 Recompensa ou punição passadas (reforço passado/behaviorismo


clássico), acontece quando realizamos um comportamento e recebemos
algo bom em troca voltaremos a reproduzi-lo se existir a mesma
recompensa.
 Reforço ou punição prometidos (incentivos), expectativas do que se quer
conseguir. São todos aqueles possíveis benefícios futuros que nos
motivam a querer aprender.
 Reforço ou punição vicariantes, o que observamos que o modelo com
qual aprendemos conseguiu

As motivações negativas (punições) mencionadas também podem existir e nos levam a


não imitar determinado comportamento: 1. Castigo passado; 2. Castigo prometido
(ameaças) e 3. Castigo vicário. Esta teoria exposta por Bandura, nos ensina então que
o entorno em que nos desenvolvemos potencializa ou debilita o desenvolvimento de
nossas habilidades e também depende de que possamos nos mobilizar em diferentes
entornos ou contextos sociais, o que nos permite ter mais diversidade de aprendizagem e
desenvolver diferentes habilidades dependendo do entorno que selecionarmos. A
essência da aprendizagem por observação é a imitação; mas também implica somar e
subtrair do comportamento observado e generalizar a partir desta observação; em outras
palavras, implica processos cognitivos e não consiste apenas em mimética ou repetição
simples. É algo mais que a repetição ou imitar as atitudes de outras pessoas, implica a
representação simbólica de informação e armazenamento para situações futuras.

FATORES QUE DETERMINAM A APRENDIZAGEM MODELADA


DE BANDURA

Segundo Albert Bandura, os fatores que determinam a aprendizagem são:

 As características do Modelo: as pessoas tendem a observar mais as pessoas de


nível social mais alto do que as de nível baixo, as competentes do que as não
qualificadas e ainda mais as que possuem poder.
 As características do Observador: estas são as que são influenciam a
probabilidade de que se produza imitação. Geralmente, as pessoas de posições
sociais mais baixas tendem a imitar com frequência o comportamento ou, até
mesmo, apresentar ausência de auto identificação ou da percepção de ser um ser
individual com características próprias, o que leva a repetição de modelos.

GESTALT-TERAPIA

 A terapia Gestalt foi desenvolvida por Fritz Perls, com a ajuda de sua esposa na
época, Laura Perls. Tanto Fritz quanto Laura foram treinados em psicanálise e
psicologia da Gestalt. Junto com Paul Goodman, eles trabalharam para
desenvolver um estilo de terapia humanista por natureza. Em outras palavras, a
abordagem focalizou a pessoa e a singularidade de sua experiência. O
objetivo da terapia gestáltica é que o cliente colabore com o terapeuta para
aumentar a sua conscientização pessoal. O indivíduo é convidado a desafiar
ativamente os seus bloqueios.

IDEIAS CHAVES DA GESTALT-TERAPIA

 A experiência influencia a percepção: Nesta abordagem de terapia centrada no


cliente, o terapeuta Gestalt entende que ninguém pode ser totalmente objetivo.
Entende-se que somos influenciados pelo nosso ambiente e nossas experiências.
O psicólogo tem espaço para seus clientes compartilharem sua verdade. Não há
imposição de julgamento e aceita-se a verdade das experiências de seus clientes.
(Como os psicólogos também são humanos, é importante que os terapeutas da
Gestalt considerem a influência de suas próprias experiências no que está
acontecendo na sessão.)
 O contexto importa para a Gestalt: Quando em sessão, os terapeutas Gestalt
querem aprender sobre a experiência de seus clientes. Entende-se que o contexto
é importante. Os psicólogos usam técnicas para ajudar o cliente a tornar-se mais
consciente de suas experiências, percepções e respostas aos eventos no aqui e
agora.
 O presente: Uma característica principal da Gestalt é o foco no presente. Na
sessão, o relacionamento com o cliente e o terapeuta é fundamental para
construir confiança e segurança. À medida que o cliente compartilha um relato,
o psicólogo ajudará trazer o cliente de volta ao presente se houver uma sensação
de que ele está passando muito tempo no passado ou se a ansiedade estiver
acelerando-o para o futuro.
 Autoconhecimento: Durante a sessão de terapia o sujeito pode ser submetido a
alguns exercícios experienciais. Você pode ter se perguntado: que tipo de
exercício? Estamos falando de atividades terapêuticas realizadas durante o
processo de terapia. Elas podem ajudar a aumentar a conscientização e ajudar no
processamento da demanda. O coração da terapia Gestalt é a consciência. Como
diria Frederick Salomon Perls, “a consciência em si é a cura”.
 Palavras de linguagem;
 Poltrona vazia (roleplay);
 Encenação;
 Linguagem corporal;
 Exagero;
 Localização das emoções;
 Artes criativas.

PSICOLOGIA DA GESTALT

A psicologia Gestalt surgiu entre 1910 e 1912, na Alemanha. Apesar de os significados


serem complexos, podemos dizer que “gestalt”, em português, significa “forma”,
“configuração”. Ela foi fundada por Max Wertheimer, que tomou como objeto de
estudo a análise e compreensão do movimento aparente. Wertheimer fez experiências
com dois pontos iluminados, acendendo e apagando as luzes no escuro, em intervalos de
tempo variados, com diferentes velocidades. Ele chegou à conclusão de que o
movimento percebido pelas luzes se dava como uma ilusão de ótica na mente do
indivíduo. Até hoje, a psicologia da Gestalt ainda é relacionada ao conceito de ilusão de
ótica.

 A Psicologia da Gestalt estuda as sensações de espaço forma e tempo forma. As


bases dessa teoria foram estruturadas por Max Wertheimer, Wolfgang Köhler
e Kurt Koffka.
 "A Teoria da Gestalt estuda a percepção e a sensação do movimento, os
processos psicológicos envolvidos diante de um estímulo e como este é
percebido pelo sujeito."

PRINCIPIOS BASICOS DA GESTALT

 Similaridade: Define que os objetos similares tendem a se agrupar. Algumas


características podem ser exploradas quando desejamos criar relações ou agrupar
elementos na composição de uma figura, como na cor dos objetos, a textura e na
sensação de massa dos elementos. Por outro lado, o mau uso da similaridade
pode dificultar a percepção visual como, por exemplo, o uso de texturas
semelhantes em elementos do “fundo” e em elementos do primeiro plano.
 Proximidade: Na proximidade, os elementos são agrupados de acordo com a
distância a que se encontram uns dos outros, onde os elementos que estão mais
perto de outros numa região tendem a ser percebidos como um grupo, mais do
que se estiverem distantes de seus similares. Neste momento você está se
deparando com um princípio da proximidade. Ele transforma os milhões de
pixels no monitor em que vemos, em perfeitas imagens.
 Continuidade: Relaciona-se à coincidência de direções, ou alinhamento, das
formas dispostas. Se vários elementos de um quadro apontam para o mesmo
canto, por exemplo, o resultado final irá apresentar mais naturalmente. O
conceito de boa continuidade está ligado ao alinhamento, pois dois elementos
alinhados passam a impressão de estarem relacionados.
 Alinhamento: Cada elemento que constitui um layout deve ter uma conexão
visual com outro elemento. Não se deve fazer ou colocar nada arbitrariamente,
sem levar em consideração a composição do todo. Esta conexão pode ser feita
alinhando os elementos que precisam passar a ideia de que estão ligados, de
forma que seu conteúdo, ao seguir sua linha base, transmita a ideia do
relacionamento. No entanto, algumas vezes é necessário diferenciar,
desalinhando algo, para dar destaque ou tirar a atenção do usuário para algum
item importante. É algo como um processo quebrado ou sair da rotina na mente
humana.
 Experiências Passadas: Este princípio refere-se à experiência adquirida no
passado que o observador de determinado objeto, peça, cena, etc, possui e de
quais maneiras isso pode ajudá-lo a reconhecer e interpretar algo. É bastante
pessoal, já que a experiência adquirida é relativa à vivência de cada indivíduo.
Por exemplo, o “X” de fechar dos navegadores e outros programas que já são
comumente posicionados no canto superior direito, podemos usá-lo também em
outras situações, como um padrão para facilitar o reconhecimento.

TEORIA BIOECOLOGICA DE BRONFRENBRENNER


(DESENVOLVIMENTO)

A teoria ecológica de Bronfenbrenner é uma das explicações mais aceitas sobre a


influência do meio social no desenvolvimento das pessoas. Esta hipótese defende que o
ambiente em que crescemos afeta todos os planos da nossa vida. Assim, nosso modo
de pensar, as emoções que sentimos ou nossos gostos e preferências seriam
determinados por vários fatores sociais. Urie Bronfenbrenner, criador dessa teoria,
observou que o modo de ser das crianças mudava de acordo com o contexto em que
cresciam. Por isso, decidiu estudar quais eram os elementos que mais afetavam o
desenvolvimento infantil a esse respeito. O psicólogo entendia o ambiente como um
conjunto de sistemas que se relacionavam entre si. Inicialmente ele identificou quatro
deles, embora em versões posteriores um quinto tenha sido incluído.

 Os cinco sistemas estão relacionados entre si. Desta forma, a influência de um


deles no desenvolvimento da criança depende do seu relacionamento com os
outros. Além disso, estão organizados desde os mais próximos da criança, até os
mais distantes dela. Por outro lado, uma mudança de ambiente pode influenciar a
pessoa. Assim, é normal que o modo de ser de alguém que se muda para
outra cultura mude. O mesmo pode acontecer quando alguém muda de papel
social dentro de um dos sistemas. Do mais próximo à pessoa até o mais distante,
os cinco sistemas da teoria ecológica de Bronfenbrenner são os seguintes:
 Microssistema: O microssistema é formado pelos grupos que têm
contato direto com a criança. Embora possam existir muitas
possibilidades diferentes, algumas das mais importantes são a família e a
escola. A relação entre esse sistema e o desenvolvimento da criança é
evidente, mas ocorre em ambas as direções. Assim, as crenças dos pais
afetam diretamente a forma como a criança acabará sendo. No entanto,
ela também é capaz de modificar as perspectivas de seus familiares.
O mesmo acontece com a escola e com o restante dos grupos que fazem
parte do microssistema.
 Mesossistema: O segundo sistema descrito pela teoria ecológica de
Bronfenbrenner é formado pelas relações existentes entre os
elementos do primeiro nível. Desta forma, a relação dos pais com os
professores, por exemplo, terá um impacto direto sobre a criança.
 Exosisstema: O terceiro nível também tem a ver com elementos que
afetam a vida da criança. No entanto, não tem um relacionamento
direto com eles. A influência no desenvolvimento da pessoa, portanto,
ocorre por meios indiretos. Um exemplo de exossistema seria, por
exemplo, a empresa em que os membros da família da criança trabalham.
Isso afetaria o modo de pensar, o tempo livre ou o bem-estar dos pais.
Portanto, também teria um impacto significativo na vida da pessoa.
 Macrosisstema: O último dos quatro sistemas originalmente descritos
pela teoria ecológica de Bronfenbrenner é o macrossistema. Seria
formado pelos elementos da cultura em que a pessoa está imersa, que
afeta todos os outros. Por exemplo, os valores da mesma ou a existência
de uma religião oficial. Nesse caso, a influência ocorreria porque esses
elementos determinam como os outros sistemas podem ser expressos.
Assim, isso não aconteceria de forma direta, mas modificando o restante
dos grupos que afetam a vida da pessoa.
 Cronosisstema: Esse último sistema foi incluído em versões posteriores
da teoria. Refere-se ao momento da vida no qual a pessoa se encontra
em relação às situações que está vivendo. Por exemplo, a morte de um
ente querido é interpretada de forma diferente, dependendo da idade.

TEORIA DO APEGO DE BOWLBY

Teoria do apego é um modelo psicológico que tenta descrever a dinâmica das


relações interpessoais de longo e curto prazo entre os seres humanos. Ela explica
como a relação pai-filho surge e influencia o desenvolvimento subsequente A teoria do
apego estuda o vínculo formado entre bebês com as mães e cuidadores. Ela também
se estende para os laços entre adultos, mas, inicialmente, a atenção maior foi dada as
crianças e aos pais. Viemos ao mundo para formar laços com os demais. Além de ser
prazeroso e benéfico para a nossa saúde mental, esses relacionamentos são uma forma
de garantirmos a nossa sobrevivência.

O psicanalista John Bowlby (1907-1990) desenvolveu a teoria que o apego é inato do


ser humano. Nós nos aproximamos das pessoas de maneira instintiva para criar vínculos
que possam ser úteis tanto para nós quanto para os demais. O bebê, principalmente,
procura esses vínculos para sobreviver. Neste contexto, os relacionamentos
interpessoais sustentam-se por conta das necessidades que sentimos. Por exemplo, o
bebê não consegue se alimentar sozinho. Ele depende da mãe para conseguir alimento e,
por isso, se apega a ela. Ou seja, as necessidades delimitadas por Bowlby são as mais
básicas. O seu ponto de partida foi o estudo do comportamento. A teoria do apego
chegou a ser denominada como uma versão do behaviorismo. Porém, o psicanalista
acreditava que essa confusão era feita por conta da noção de apego e de comportamento
de apego. Para ele, o apego nada mais é do que um vínculo que transmite uma sensação
de segurança. O bebê associa seu conforto e proteção à figura de outro indivíduo. No
caso, a mãe ou quem toma conta dele. John Bowlby teve contato direto com crianças
órfãs após a Segunda Guerra Mundial e procurou compreender como o relacionamento
entre pais e filhos (principalmente entre mãe e filho) era construído bem como qual era
a sua importância para o desenvolvimento sadio do ser humano.

 A criança expressa comportamentos de apego para conseguir manter a relação


com a figura de apego. O sorriso, o contato visual, o tocar, o chorar são alguns
desses comportamentos.
 A diferença entre apego e comportamentos de apego está na intensidade do laço
formado. Um vínculo de afeição duradouro é restrito a poucas pessoas enquanto
o comportamento de apego pode ser mostrado a diversos indivíduos.
 O comportamento de apego está enraizado em todos nós e é considerado tão
fundamental quanto outros comportamentos intrínsecos dos seres humanos,
como o reprodutivo, parental e exploratório.

Aqui estão algumas características da Teoria do apego

 O bebe estabelece um único laço primordial: Para a criança, embora houvesse


outros cuidadores em sua vida ou, no caso de órfãos, pais adotivos para suprir as
necessidades, o elo mais importante ainda seria com a mãe. Bowlby especulou
que a mãe correspondia à ligação formada com o bebê quase que na mesma
intensidade, sendo igualmente dependente deste vínculo. Os professores da pré-
escola são exemplos de figuras que apenas recebem comportamentos de apego.
A criança desenvolve uma ligação superficial com o professor para receber o
cuidado dele e fazer a manutenção do relacionamento. Caso o vínculo com a
mãe fosse negado ou interrompido abruptamente, o bebê sofreria com as
consequências negativas dessa privação. O desenvolvimento social e emocional
do indivíduo estaria comprometido após o fim deste laço.
 Os cuidados contínuos são extremamente importantes nos primeiros anos
de vida: A criança tem um período crítico em que precisa receber cuidados
consistentes de um único cuidador, sendo este entre os seis meses a dois anos de
idade. Para Bowlby, a maternidade tardia de nada adiantaria para o bebê. A
interrupção do vínculo poderia levar a danos cognitivos, sociais e emocionais
irreversíveis. (Hipótese altamente questionada).
 As experiências com o cuidador primário ditam o comportamento, as
crenças e os pensamentos futuros: Com o desenvolvimento da criança, ela
começa a fazer representações mentais de suas experiências. Esta habilidade é
denominada de modelo interno de funcionamento. Aos três anos, esse modelo
interno passa a se desenvolver e se integrar a personalidade da criança. O
cuidador principal é o espelho. A criança desenvolve expectativa sobre si
mesma, as relações sociais e o mundo em que habita a partir de observações
do comportamento dele. Além disso, a qualidade do laço entre a criança e o
cuidador, como a presença dos pais na vida dos filhos ou as respostas deles aos
momentos de estresse da criança, influencia diretamente no modelo interno de
funcionamento. Quando este modelo interno é positivo, na vida adulta, o
indivíduo é autoconfiante e independente. Ele explora a sua liberdade da
melhor maneira possível. Contrariamente, se for negativo, ele é inseguro,
dependente e não consegue interagir com o mundo e as pessoas da maneira
como deveria. Em casos extremos, segundo Bowlby, a pessoa pode chegar a
desenvolver a psicopatia sem afeto, se tornando incapaz de compreender os
sentimentos alheios. Dessa forma, age por impulso e não se importa com as
consequências de seus atos, mesmo se afetar outras pessoas negativamente.
 A ameaça da separação causa ansiedade: A separação tornaria o bebê ou
criança insegura e ansiosa. Quando está longe da figura de apego, a criança
ficaria incomodada e não responderia bem aos estímulos sociais de outras
pessoas. Este momento de afastamento faz a criança chorar e protestar a
ausência da pessoa a qual é apegada. Mesmo sozinha, ela se torna desinteressada
nas pessoas ou no ambiente em que está inserida. Com o tempo, a criança
começa a interagir com quem está ao redor. No regresso do cuidador, ela o
rejeita e sente raiva por ele tê-la deixado. Assim, de acordo com Bowlby,
quanto maior o tempo de separação, maior seria o desapego e a dificuldade
para retomar o vínculo. As crianças que experimentam separações difíceis na
infância se tornam sensíveis para outras na vida adulta. Fatores como idade,
tempo de afastamento, tipo de relacionamento com o cuidador principal e a
qualidade do ambiente onde a criança vive determinam as consequências da
separação. Em casos de abandono, é criado um trauma no íntimo da criança
que pode afetar os seus relacionamentos futuros.

TEORIA PSICOSSOCIAL DE ERICK ERIKSON

Identificações e crises da adolescência: Erikson modificou a teoria freudiana sobre o


desenvolvimento psicossexual. De acordo com ele, inspirado nos experimentos
advindos da sociopsicologia e da antropologia, a tarefa global do indivíduo seria
adquirir uma identidade positiva, à medida que avança de uma etapa de
desenvolvimento para a seguinte. A comunidade influencia e dá reconhecimento aos
novos indivíduos que emergem em suas sucessivas e provisórias identificações. A
criança começa a construir expectativas de como gostaria de ser no futuro a partir de
como se sente como criança. O processo de formação da identidade emergiria como
uma configuração envolvente, gradualmente estabelecida por meio de sucessivas
elaborações e reelaborações do ego na infância. Erikson destacou que a crise de
identidade era mais pronunciada na adolescência e que, durante outros períodos da vida
adulta, também poderia ter lugar uma redefinição da identidade individual: quando os
indivíduos abandonavam os lares, casavam-se, eram pais pela primeira vez,
divorciavam-se ou mudavam de trabalho. O êxito com que enfrentavam tais mudanças
de identidade estava determinado parcialmente pela capacidade para superar as crises de
identidade adolescentes.

AS FASES PSICOSSOCIAIS DE ERIKSON


(DESENVOLVIMENTO)

 CONFIANÇA X DESCONFIANÇA (ATÉ 2 ANOS): Nesse estágio, o bebê


interage com seus cuidadores próximos. Desses primeiros atos de socialização
surge um sentimento de segurança que desenvolverá a confiança nas pessoas e
no ambiente. Os comportamentos de insegurança, desconfiança e ansiedade
seriam efeitos colaterais de negligência nessa fase.
 AUTONOMIA X VERGONHA E DUVIDA (2 A 3 ANOS): A fase de
aquisição da linguagem coincide com o senso de autonomia. A criança começa a
entender que é um ser social dentre outros e a aprender a manipular objetos. Ser
ela própria é aceitável nesse círculo social desenvolvendo sua autonomia.
Contudo, críticas repressivas tendem a causar sentimentos de dúvida ou
vergonha. A vergonha seria uma raiva de si mesmo pela exposição à censura.
 INCIATIVA X CULPA (3 A 6 ANOS): Uma vez desenvolvida a autonomia, a
criança parte para a iniciativa. Aplica suas capacidades físicas e mentais para
expandir em outras áreas de forma criativa e social. Amplia sua rede social além
da família imediata, alfabetiza-se e desenvolve a imaginação. Os mesmos
brinquedos ganham funções diferentes e o mundo ao redor é mais explorado
intensamente. A iniciativa (ou falta dela) gera a responsabilidade, internalizada
na forma de culpa.
 DILIGENCIA (INDUSTRIA) X INFERIORIDADE (6 A 12 ANOS): A
liberação da criatividade é um verdadeiro dique se abre. Surge, então, a
necessidade de controlar a imaginação e direcionar o foco criativo para
processos de socialização formal, principalmente a educação. A industriosidade,
a diligência e a perseverança são recompensantes. Contudo, se há muita
cobrança ou inadmissão de falhas, pode surgir uma desmotivação e sentimento
de inferioridade.
 IDENTIDADE X CONFUSÃO DE PAPEL (12 A 19 ANOS): Já na
adolescência domina a demanda pela identidade. A tensão entre ser diferente e
se conformar às normas de algum grupo para ser aceito gera a crise de
identidade. Há pressão para assumir um papel na sociedade (qual carreira
seguir? Quem sou na minha família? Quem sou? Como quem vou me
relacionar?). Acompanhado pelas drásticas e autoconscientes transformações
biológicas, o adolescente muda rapidamente muito de seus traços de
personalidade. Às vezes, não se reconhece nos novos papéis, resultando em uma
confusão.
 INTIMIDADE X ISOLAMENTO (19 A 40 ANOS): Uma vez estabelecida a
identidade, a pessoa aproxima-se de outras conforme os valores, gostos e
interesses que em conjunto formam essa mesma identidade. Essa socialização
em faculdades, trabalho ou relacionamento íntimo requer uma identidade forte,
“saber o que quer”. A incompreensão (mútua ou não) de outros sujeitos ou a
dificuldade em forjar relações íntimas podem empurrar a pessoa para o
isolamento.
 GENERATIVIDADE X ESTAGNAÇÃO (40 A 60 ANOS): A socialização
adulta anterior pode resultar em uma carreira, família ou amizades duradouras.
Aqui começa uma atividade reflexiva de transmissão dos bastões. É o tempo de
educar seus filhos. Socialmente, é quando se torna comum engajar-se em causas
com uma articulação maior e menos com improvisos ou paixões espontâneas. O
papel profissional requer tanto reconhecimento quanto influência em seu meio,
inclusive além das recompensas meramente utilitárias. Se os projetos frustram
ou sua autoavaliação não é satisfatória, há um estagnação e autossabotagem.
 INTEGRIDADE X DESESPERO (60 ATÉ A MORTE): É a fase do balanço.
A pessoa madura reflete sua vida. Sua história e legado são avaliados. Quer por
arrependimento ou gratidão, a pessoa pode se tornar mais doce. Quer por revolta
ou indiferente, uma pessoa amarga que liga menos para a opinião alheia.
Contudo, se não houver um sentimento de realização, a tendência é ao desespero
e não conformidade com o fim da vida.

TEORIA HUMANISTA DE MASLOW

Para Maslow, as pessoas têm um desejo natural de serem auto realizadas. Ou seja, de
serem tudo o que puderem ser. Para isso, antes buscam atender necessidades inerentes
do ser humano, nomeada de hierarquia das necessidades.

A hierarquia das necessidades de Maslow é representada por uma pirâmide.

 Necessidades fisiológicas: comida, água, sono, homeostase (funcionamento do


organismo em equilíbrio), sexo, respiração, excreção (Coisas básicas).
 Necessidades de segurança: segurança do corpo, família, emprego, recursos.
 Necessidades Sociais: Família, amigos, comunidade.
 Necessidade de Estima: Aprovação da família, aprovação dos amigos, respeito
dos demais.
 Necessidade de Realização Pessoal: Crescimento pessoal, autoconhecimento,
realização de seu potencial, autocontrole, independência.
TEORIA HUMANISTA DE CARL ROGERS

Mais tarde, Carl Rogers, que foi um psicólogo humanista, concordou com as
pressuposições de Maslow e acrescentou que para uma pessoa “crescer” e se
autorrealizar, precisa de um ambiente que lhes proporcione verdade (abertura e
revelação), aceitação (ser aceito como é, sem imposição de condições) e empatia (ser
compreendido). Rogers complementa que sem isso, relacionamentos e personalidades
saudáveis não se desenvolvem como deveriam. Rogers centrava seus estudos e atenção
no ser humano saudável. Logo, o considerava agente de sua mudança, e não um ser
humano doente à espera de fatores condicionantes. Rogers denominou o indivíduo como
cliente. O objetivo era aumentar a sua confiança no processo, assim, surgindo um novo
conceito de psicoterapia: A Terapia centrada no cliente (pessoa). Carl Rogers acreditava
que as pessoas são naturalmente boas e estão sempre buscando o seu crescimento
pessoal. Ele destacou a importância do apoio incondicional, inclusive partindo dos
psicólogos, para um tratamento efetivo.

Uma das contribuições mais importantes de Rogers foi a descrição de uma pessoa
totalmente funcional, que, para ele, era o ideal de personalidade que todos os indivíduos
deveriam perseguir. Rogers descreve uma pessoa que está buscando se aperfeiçoar para
chegar a autorrealização, uma pessoa altamente funcional. Segundo o psicólogo, cinco
comportamentos e características indicam um indivíduo funcional:

 ABERTOS À EXPERIÊNCIA: Pessoas abertas a viver experiências e que


aceitam todas as emoções oriundas delas, sendo positivas ou negativas. Pessoas
altamente funcionais não negam as emoções negativas, e sim, aprendem a
trabalhá-las.
 VIDA EXISTENCIAL: São pessoas que dão um sentido à sua existência, são
ativas e estão em constante movimento, vivendo, aprendendo, existindo. Essas
pessoas se preocupam em viver o presente, sem deixar de considerar o passado
ou futuro, mas aproveitando ao máximo o momento atual.
 CONFIAM NOS SENTIMENTOS: Essas pessoas confiam nos seus
sentimentos, instintos e reações. São pessoas autoconfiantes e que prezam a sua
capacidade de decidir e fazer escolhas certas.
 CRITATIVIDADE: Pessoas que possuem pensamento criativo e assumem
riscos, agem com criatividade e inovação para superar crises. Diz respeito a
capacidade de se ajustar às situações e buscar novas experiências.
 LIBERDADE EXPERENCIAL: Uma pessoa feliz e autorrealizada está sempre
em busca de preencher seu tempo com novas experiências e emoções com
liberdade e responsabilidade, fazendo o que elas gostam e querem.

PROCESSOS PSICOLOGICOS BASICOS


Há 6 processos psicológicos básicos sendo eles: Sensação e Percepção, linguagem,
aprendizagem, memoria, emoção e pensamento.

SENSAÇÃO

Capacidade que os animais apresentam de codificar certos aspectos da energia física e


química que os circunda, representando-os como impulsos nervosos capazes de serem
“compreendidos” pelos neurônios. Sensação que basicamente podemos chamar de
processo que excita os sistemas sensoriais

“ A aquisição e o processamento da informação sensorial para ver, ouvir, provar ou


sentir os objetos do mundo; também guia as ações de um organismo no que diz respeito
a esses objetos” (SEKULER & BLAKE, 2002)  Mundo sensível.

VISÃO

A visão é o sentido mais preciso, complexo e bem capacitado dos homo sapiens em
relação a sistemas sensoriais

A luz (fotorreceptores) é um estimulo de ordem física (primeiro passo), que funciona


como uma onda com determinada frequência  Se propaga dentro do globo optico
chegando a retina (parede celular do globo)  pega o estimulo físico da luz e
transforma em excitação biológica  transdução (ato de mudança do estimulo físico
para o bioquímico).

-Formação da imagem: componentes: córnea, cristalino e retina. Sistema funciona


como uma câmera que focaliza a luz refletida dos objetos para formar uma imagem na
retina.
-Transdução da imagem: células receptoras: bastonetes e cones. Fazem a transdução
da luz em impulsos elétricos.
 Cones: responsável pela detecção de cores  aproximadamente 3 Milhoes 
Azul, verde e vermelho  consegue detectar detalhes e texturas  se localiza
no centro da retina.
 Bastonetes: Responsável pela detecção de luz e sombra (Branco, Preto e Cinza)
 aproximadamente 125 milhões de bastonetes  movimento periférico da
retina (serve para detectar movimento também).

VIAS DO PROCESSAMENTO VISUAL


Região occipital: região responsável pela visão, onde chegam os nervos opticos, logo
após a chegada eles migram para duas ramificações diferentes a dorsal e a
ventrolateral.
 Via Dorsal (Via Botton-UP): responsável pela localização espacial, programação
motora (movimento) e profundidade (bebes já tem essa área desenvolvida) 
“Como vou interagir com objeto”.
 Via Ventrolateral (Via TOP-Down): Responsável por identificar a forma e a
textura dos objetos (reconhecimento e pigmentação da cor)  “O que farei com
este objeto”

- As vias se comunicam entre si para a programação de interação

REGIÕES DO CÓRTEX VISUAL

- Região v1 e v2: Cor e formato (esboço) - Região v4: Cor e linha (unidimensional)

- Região v3: Forma somente -Região v5: Movimento

-Acromatopsia (daltonismo)
 Acromatopsia total: é a perda ou ausência de cones ou mesmos bastonetes da
retina incapaz de ver cores (sentir, ou seja não transduz)  branco, preto e
alguns cinzas
 Acromatopsia parcial: é a perda ou ausência de cones de um determinado tipo
(Azul, Verde e vermelho)  pode enxergar algumas cores (dependendo do cone
faltante)
 Acromatopsia congênita: é uma lesão no congênita, na área visual v4 do córtex
visual que impede o processamento da cor na sua totalidade (não nasceu ou
nasceu com deficiência)  Não significa que é incapaz de ver cor.
 Acromatopsia cerebral: são lesões no córtex visual primário que impede o
processamento de cor.
AUDIÇÃO
 Estímulo físico: ondas sonoras (mecanorreceptores)
 Amplificação e transmissão do som
 Transdução do som
 Componentes: ouvido externo (aurícula e canal auditivo) e ouvido médio
(tímpano, martelo, bigorna e estríbo). As ondas sonoras fazem o tímpano vibrar.
Esta vibração movimenta os três ossículos, provocando a transmissão e
amplificação do som.
 Componentes: ouvido interno (cóclea), que contém os receptores auditivos
(células ciliares). Seu arqueamento provoca o impulso elétrico.

PERCEPÇÃO
Consiste em uma organização e interpretação dos estímulos que foram recebidos pelos
sentidos e que possibilita identificar certos objetos e acontecimentos, ou seja, é
capacidade que alguns animais apresentam de vincular sentido a outros aspectos da
existência, como o comportamento no caso dos animais, e o pensamento, no caso dos
seres humanos. (habilidade para captar, processar e entender a informação que
nossos sentidos recebem.)
Na percepção a dois tipos de processamento, um processamento Botton-UP (de baixo
para cima) e o TOP –Down (de cima para baixo).
 Bottom-UP: Processos automáticos (puramente fisiológicos)
 TOP-Down: Geralmente processamentos voluntários e na maioria das vezes
conscientes. (Necessariamente influenciável por uma experiência anterior).

PERCEPÇÃO SUBLIMINAR
A capacidade do ser humano de captar de forma inconsciente estímulos fracos demais
para provocar uma resposta consciente.
 EFEITO PRIMING: é um efeito que acontece quando a exposição de um
indivíduo a um determinado estímulo influencia na sua resposta a um estímulo
subsequente, sem que haja qualquer consciência da conexão entre eles.

PERCEPÇÃO DE OBJETOS
Reconhecimento de padrões  segundo Biederman, somos tendenciados a buscar
padrões para reconhecer os objetos, padrões específicos que vão nos dar a informação
necessária para que possamos diferenciar os objetos  Padrão: cor e textura

PSICOLOGIA ECOLOGICA
Como o ambiente interage com os diferentes individuais psicológicas nas dimensões
biológicas, sociais e históricas.
 A percepção existe para facilitar a interação indivíduo-meio: todos os
processos são independentes e evoluíram a partir das demandas que o meio
impôs aos sujeitos.

FLUXO OPTICO
A percepção funciona a depender da necessidade do indivíduo para um piloto de
aeronave, durante o pouso, o centro é a cabeceira da pista, ou para o pedestre o fluxo de
carros.

NEURONIOS ESPELHOS
São um grupo de neurônios alocados na região frontal (motor) do cérebro, que está
associado a capacidade em identificar em outros seres humanos/espécie certos
movimentos e nos sermos capazes de reproduzir aqueles mesmos movimentos (alguns
estudos apontam que esses neurônios também são capazes de reproduzir emoções e
pensamentos em casos específicos).

ATENÇÃO
É um processo dinâmico cujo o foco muda de acordo com diferentes localizações
espaciais e características dos objetos, conforme os objetivos comportamentais de um
momento especifico, e conforme as demandas do ambiente, ou seja, a atenção é a
capacidade de alocar recursos cognitivos em certos aspectos no ambiente
A dois tipos de atenção sendo eles:
 Atenção Seletiva: É a nossa capacidade de selecionar um aspecto do ambiente
em relação a todos os demais (focalização de um objeto).
 Atenção Dividida: É a nossa capacidade de dispor atenção a várias coisas
diferentes ao mesmo tempo (falar ao telefone enquanto cozinha), ou seja,
quando dividimos a atenção prestamos a mais de um estimulo ao mesmo tempo.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
“Consistem nessas capacidades mentais necessárias para formar objetivos, planejar
como alcança-los e levar a cabo esses planos de modo eficaz” Muriel Lezak. Sendo
assim, as funções executivas são funções psicológicas superiores com capacidades de
gerir os recursos comportamentais, emocionais e cognitivos com objetivo de colocar em
pratica a resposta referente as demandas impostas pelo ambiente ou pelas interações
sociais.
Envolve 3 habilidades básicas:
 O Autocontrole, ou seja, a capacidade de resistir contrafazer algo tentador para
privilegiar a ação desejada
 A Memória de Trabalho, ou seja, a capacidade de conservar as informações na
mente, o que permite utiliza-las para fazer vínculo entre as ideias, calcular
mentalmente e estabelecer prioridades.
 A Flexibilidade Cognitiva, ou seja, a capacidade de pensar de forma criativa e
de se adaptar as demandas inconscientes. (Ocorre graças aos processos de
inibição cognitiva e comportamental e a memória de trabalho).

O CASO DE PHINEAS GAGE


Em 1848, Phineas Gage, um operário ferroviário americano de 25 anos, teve o crânio
atravessado por uma barra de ferro, o que provocou danos ao lobo frontal. Depois disso,
Gage apresentou mudanças em sua personalidade, atribuídas na época a possíveis lesões
na região frontal esquerda. Em 15 de agosto de 2012, o brasileiro E.L., de 24 anos,
sofreu um acidente semelhante em uma construção: um vergalhão caiu do 5º andar
perfurando o lado direito de seu crânio e o seu lobo frontal. Com uma separação de 164
anos, o estudo das lesões de E.L. envolvendo pesquisadores da Fiocruz, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Albert Einstein College of Medicine (EUA) e da
New York University (EUA), entre outros, ajuda a desvendar o processo de
compensação cerebral após traumatismo do lobo frontal, joga luz sobre o caso de Gage
e abre caminho para tratamento médico.
A área pré-frontal do córtex corresponde à parte anterior do lobo frontal, não motora, e
constitui o reflexo mais sofisticado da evolução humana. Evolutivamente falando, foi a
última região cortical a se desenvolver. É nessa área que ocorrem os processos mentais,
comportamentais e cognitivos mais complexos. Ela é, por exemplo, responsável pela
escolha das opções e estratégias comportamentais, pela manutenção da atenção, pelo
planejamento e pelo controle do comportamento emocional.
 John Harlow vai dizer que existe uma regulação de estruturas mais anteriores
(córtex órbitor frontal), e essa regulação que vai permitir que nos consigamos
regular nossas ações motoras e aprendizagem (córtex cingulado anterior), mas é
a mesma estrutura que também vai regular as emoções (amigdala).
INTELIGENCIA FLUIDA
É a capacidade de pensar abstratamente, raciocinar rapidamente e resolver problemas
independentemente de qualquer conhecimento previamente adquirido

INTELIGENCIA CRISTALIZADA
Diz respeito a todo conhecimento adquirido ao longo da vida escolar e a conhecimentos
gerais armazenados pela memória semântica(responsável por consolidar o
conhecimento do mundo à nossa volta, mas através de palavras).

MEMORIA
 É compreendido como um local de armazenamento, em que as informações
ficam guardadas. A memória está diretamente ligada a afetividade (mais fácil
lembrar de coisas que você ama ou odeia).
 Mecanismos dinâmicos associados à retenção e recuperação de informação.
 Meios pelos quais as pessoas recorrem ao conhecimento passado, a fim de
utilizá-lo no presente.

MEMORIA E APRENDIZAGEM
 Aprendizado: processo de aquisição de informações.
 Memória: persistência do aprendizado em um estado que pode ser evidenciado
posteriormente.

O aprendizado então, tem um resultado ao qual chamamos de memória.

SEQUENCIA DE PROCESSOS DA MEMORIA


 Aquisição: entrada de um evento qualquer nos sistemas neurais ligados à
memória. Durante a aquisição ocorre um processo de seleção do material.
 Retenção: armazenamento dos aspectos selecionados por algum tempo, de
modo a ficarem disponíveis para serem lembrados. O tempo de retenção pode
ser limitado pelo esquecimento.
 Esquecimento: é uma propriedade normal e funcional da memória, pois evita a
sobrecarga nos sistemas cerebrais e filtra os aspectos mais importantes de cada
evento.
 Consolidação: se dá quando o evento é memorizado por um tempo prolongado.
 Evocação: também conhecida como lembrança. Através do qual temos acesso à
informação armazenada, para utilizá-la posteriormente.

TIPOS DE MEMORIA
 Memória de curto prazo: A memória de curto prazo seria uma forma de
reter informações já armazenadas. Esse processo acontece por 30-40
segundos, e por ser um tempo bem curto de retenção, a memória é
considerada de curto prazo. Pois, se você memoriza o conteúdo por mais
tempo, a memória pode acabar sendo a de longo prazo.
 Memória de trabalho: A memória de trabalho está dentro da memória de
curto prazo. Ela guarda informações sobre a capacidade de entender e
executar funções rápidas. Por exemplo, leitura de livros e textos,
planejamento de estudo ou tarefas, compreensão da linguagem, fazer
cálculos rápidos de cabeça ao fazer compras, ou se lembrar de alguns
conceitos importantes ao ler sobre temas gerais.
 Memória de longo prazo: Diferente da memória de curto prazo ou da
memória de trabalho, a memória de longo prazo permite que você se lembre
de informações como suas características, sua personalidade, do que você
gosta e não gosta, quem são seus parentes, amigos e conhecidos. Memórias
de infância são um bom exemplo da memória de longo prazo.
 Memória sensorial: Acontece quando o conteúdo estudado passa pela sua
visão, ouvido e capacidade espacial. Então, por exemplo, quando você
assiste a aulas online ou presenciais relacionadas a assuntos de que você
gosta, ver o professor ou professora e ouvir o conteúdo falado facilita a
recordação do conteúdo estudado. E você também vai se lembrar do
ambiente onde ocorreu.
 Memória episódica: Memória episódica é a lembrança de todos tipos de
eventos e experiências de sua vida pessoal, desde os mais importantes até os
mais simples. Por exemplo, quando você se lembra do que você vestiu
ontem, mas também quando você se lembra do nascimento dos seus filhos
ou netos, do seu casamento, de sua formatura, de seus momentos de lazer ou
de como você conheceu seu marido ou sua esposa, amigos, a primeira vez
que você viajou sozinho. E além do evento em si, você também se lembra de
detalhes como o lugar onde ocorreu e com quem você estava.
 Memória semântica: A memória semântica é um tipo de memória que
permite você definir e saber as características de fatos gerais da realidade
concreta. Por exemplo, você sabe a sua altura, sabe que a grama é verde, que
a maçã é redonda, que chocolate é doce e que você deixa de crescer depois
de uma certa idade. Ou seja, esse tipo de memória armazena as informações
de conhecimento geral e culturais que cercam você. Como tradições,
significações e outros!
 Memória Processual: A memória processual é responsável pela capacidade
de você lembrar como executar atividades que você adquire através da
prática e repetição, e não somente através da descrição verbal. Por exemplo,
saber ler, escrever, tocar algum instrumento, bordar, desenhar, andar de
bicicleta.

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