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A maneira de estudar o homem foi modificada no século XIX, pois com o

desenvolvimento do positivismo e da crença de que só era válido como científico o que


era observado e estudado de forma empírica (Discussão que, aliás, já se arrastava por
muitos anos e ainda se arrasta até hoje) houve o aparecimento de muitas novas ciências,
além das que já existiam, que visavam estudar, não o ser humano por completo, mas
aspectos separados do homem, da natureza e sociedade humana. Estudar o ser humano é
complexo e os métodos de estudo são transitórios e adaptam-se à cada momento vivido
pela humanidade. Ao que parece, estes momentos têm um espaço de tempo cada vez
mais curto e logo um modo de comportamento e desenvolvimento e substituído por
outro. Há muitos avanços na ciência em relação aos estudos do cérebro, doenças e
funções do sistema nervoso e, também, ao comportamento individual e em grupo do ser
humano, mas é muito importante, nesta seara, saber separar o que é fato é o que é
previsão ou até mesmo fantasia. O estudo do desenvolvimento humano é coisa recente
em relação à história do homem neste mundo, então, há que se entenda que é algo que,
embora tenha já muitas respostas em relação a diversos assuntos, tem muito mais
questões ainda em aberto. O estudo do desenvolvimento humano, ao deparar-se com
questões como: “Como nascem os homens?”, “como um bebê se torna adulto?”, e tantas
outras, abandonando preceitos tradicionais e religiosos, proporcionaram à humanidade
coisas como o tratamento e cura de diversas doenças, um melhor conhecimento e
entendimento do homem sobre si mesmo, a criação de leis que protegessem a infância e
a adolescência, avanços no campo social através da educação obrigatória nesta fase do
desenvolvimento, etc. O estudo do desenvolvimento humano se dá durante toda a vida
levando-se em conta que a maioria dos cientistas concordam que o mesmo se dá durante
todo o tempo de vida do ser humano. Algumas conclusões: O desenvolvimento no ciclo
vital se dá durante toda a vida, cada período tem suas próprias características e valor
únicos, nenhum é mais importante que o outro; Cada caso é diferente de todos os outros
dependendo da história, contexto, circunstâncias tempo e ambiente onde o indivíduo se
desenvolve; O ser humano integra, influencia e é influenciado pelo ambiente em que
vive, interagindo e modificando tanto a sua própria história quanto a do mesmo;
Durante o desenvolvimento há equilíbrio entre crescimento e declínio, enquanto há
ganhos em alguns aspectos pode haver perda e compensações em outros; Capacidades
como memória, força e persistência podem ser aperfeiçoadas com treino e prática, mas
existe um limite para esta flexibilidade ou plasticidade do desenvolvimento. O
desenvolvimento humano é muito complexo e seu estudo exige parceria entre diversas
disciplinas. Hoje o estudo desenvolvimento humano inclui descrição, explicação,
predição e modificação do comportamento para tentar descrevê-lo com precisão,
explicá-lo revelando suas possíveis causas, prever o que acontecerá com base no que
ocorre agora e até mesmo modifica-lo para alcançar melhores resultados. O
desenvolvimento da linguagem é um dos principais itens observados na infância, além
da vacinação, crescimento, peso, etc. Os atuais cartões da criança, usados pelo SUS
brasileiro, têm imagens e textos com figuras de crianças e a idade em que geralmente
começam a dizer frases e até mesmo contar ou inventar histórias. Logicamente esses
dados foram adquiridos através de estudos do desenvolvimento infantil previsto para
determinados períodos e qualquer mudança precisa ser muito bem avaliada para que não
resulte em atraso ou dano ao processo esperado. O desenvolvimento adulto também
pode e deve ser acompanhado destacando-se os casos de gravidez, doenças crônicas,
envelhecimento entre outros, novamente citando o SUS, temos os cartões da gestante,
do idoso e vacinação de adultos. Faz-se necessário citar que através de estudos tendo o
desenvolvimento humano abriu-se espaço para o surgimento de leis que amparam
pessoas em situação pessoal e social de risco como a gratuidade na tarifa de transportes
públicos para idosos e portadores de deficiência física, prioridade em filas para
grávidas, idosos, crianças, etc. No processo de desenvolvimento são estudadas as
mudanças quantitativas e qualitativas, as primeiras dizem respeito a números: Peso,
altura, palavras que conhece e frequência com que se comunica. Mudanças qualitativas
dizem respeito ao surgimento de novas características, por exemplo: Uma criança que
aprende a andar, falar, ler, escrever, etc. Embora essas mudanças sejam notórias e
comuns à todas as pessoas a maioria delas apresenta constância ou estabilidade de
personalidade, isso quer dizer que se enquadrará em grupos com características de
personalidade predominantes: Calmo, agitado, tímido, ousado, sério, brincalhão, etc. O
desenvolvimento do corpo, do sistema nervoso, das capacidades sensoriais e motoras e
da saúde fazem parte do desenvolvimento físico e influenciam diretamente em vários
aspectos do desenvolvimento humano, por exemplo, crianças com problemas de
ouvidos, fonação, visão, etc. podem ter problemas no desenvolvimento da linguagem. O
desenvolvimento das capacidades como memória, linguagem, pensamento, julgamento
moral e criatividade constituem o desenvolvimento cognitivo. O desenvolvimento
físico, psicossocial e cognitivo são partes de um todo, o desenvolvimento é um processo
unificado. Os períodos do ciclo vital são: Pré-natal (Da concepção ao nascimento),
Primeira Infância (De um a três anos), Segunda Infância (De três a seis anos), Terceira
infância (De seis a onze anos), Adolescência (De onze à aproximadamente vinte anos),
Jovem adulto (De vinte à quarenta anos), Meia Idade (De quarenta a sessenta e cinco
anos) e Terceira Idade (Sessenta e cinco anos em diante). Esses números, é claro, não
são “Ciência exata” e variações são comuns e aceitáveis, mas em geral as mudanças se
dão nessas fases. Existem fatores no estudo do desenvolvimento humano que são muito
levados em conta como as influencias nesse desenvolvimento que podem ocorrer devido
a fatores físicos: Sexo altura, peso e estrutura corporal; Fatores emocionais e de
personalidade, ambientais e hereditários entre outros. Também são levados em conta o
tipo de família em que cada indivíduo se desenvolveu.

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Isaias Castro de Sousa
Psicologia da Educação
Noturno

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