Introdução

O Estudo do Desenvolvimento Humano é um estudo científico em constante evolução,

sobre os processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nos seres
humanos, desde sua concepção até a maturidade, que tem por objetivo descrever, explicar,
prever e intervir no desenvolvimento dos indivíduos. Os cientistas do Desenvolvimento
estudam através de observação e análise, o que se é esperado de uma criança de acordo
com sua faixa etária. Para explicar estas questões, eles utilizam de teorias científicas que
sustentam e justificam o comportamento em questão de acordo com uma abordagem da
psicologia, dispondo de normas ou médias para chegar em tais conclusões. No caso deste
estudo, toda a análise será pautada nas seguintes perspectivas e teorias:

 Psicanalítica: Abrange a Teoria Psicossexual de Freud e a Teoria Psicossocial de

Erik Erikson.
 Behaviorismo: Abrange a Teoria de Condicionamento de Skinner e Teoria da
Aprendizagem Social de Bandura
 Cognitivista: Abrange a Teoria dos Estágios Cognitivos de PIAGET, Teoria Sócio
Cultural ou Sócio Interacionista de Vygotsky e Teoria da Psicogênese da Pessoa
Completa de Wallon
 Humanista: Abrande a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow.

Através dos resultados obtidos através destes estudos, os cientistas são capazes de prever
possíveis comportamentos futuros da criança, bem como, intervir em seu desenvolvimento
a fim de auxiliá-la neste quesito caso seja necessário, sempre de acordo com as
perspectivas da psicologia e suas teorias de desenvolvimento.

Sabendo-se que, um dos objetos aos quais o Estudo do Desenvolvimento Humano se

debruça são as mudanças, é importante elucidar que existem dois tipos de transformações
que podem ocorrer no indivíduo em termos de desenvolvimento. Uma delas são as
mudanças quantitativas, referem-se às mudanças que podem ser medidas ou quantificadas,
como peso, altura, ou a quantidade de palavras em um vocabulário em uma faixa etária
específica, por exemplo, portanto são mudanças unidirecionais e contínuas. Já as
mudanças qualitativas, por sua vez, não podem ser medidas e nem são contínuas.
Contemplam as mudanças de sofisticação de comportamentos, sejam elas de tipo, estrutura
ou de organização.

Ademais, o estudo destas mudanças pode ser realizado através de observação e análise de
3 aspectos específicos, os quais chamamos de domínios do desenvolvimento: físico
(capacidades motoras), cognitivo (aprendizagem, linguagem, pensamento) e psicossocial
(emoções, personalidade), eles englobam o desenvolvimento em todos os seus ciclos,
ciclos estes que são divididos em períodos. Embora este conceito dos Períodos de Ciclos
da Vida seja uma construção social, ele nos auxilia a esmiuçar de forma mais clara as fases
da vida de um ser humano. O conceito se divide da seguinte forma:

 Pré Natal
 1ª Infância (0-3)
  2ª Infância (3-6)
 3ª Infância (6/7-11)
 Adolescência (12-18)
 Adulto Jovem (20-40)
 Adulto Intermediário/Maduro (40-60)
 Adulto Tardio (60+)

Baseando-se nos conceitos do desenvolvimento humano nestes aspectos de mudanças e

estabilidade, podemos afirmar que também é um processo multidirecional, ou seja, é
relativo, pode haver ganhos em algumas áreas e perdas em outras. "Algumas habilidades,
como o vocabulário, geralmente continuam crescendo ao longo da idade adulta; outras,
como a capacidade de resolver problemas com os quais não estão familiarizados, poderão
diminuir; mas alguns novos atributos, como a sabedoria, poderão aumentar com a idade".
PAPALIA, D. E. e FELDMAN, R. D. (2013). Desenvolvimento Humano, p. 46.

No entanto, é importante considerar as possíveis influências no desenvolvimento de uma

pessoa devido à alguns fatores cruciais, como os eventos normativos (condições que
afetam todos os seres humanos em sua determinada faixa etária) e os não normativos (que
são imprevisíveis, podem ou não atingir o indivíduo e independe de faixa etária).
Temos 3 tipos de categorias para as influências que podem levar à uma mudança de
desenvolvimento/comportamento nas pessoas, como por exemplo: A hereditariedade, que é
a carga genética a qual herdamos, potencialidades que podem ou não serem
desenvolvidas. Temos também as influências e estímulos causados pelo ambiente/meio,
que podem alterar padrões de comportamento. E por fim, o que chamamos de maturação, a
nossa prontidão física, o quanto o nosso corpo está pronto para aquele desenvolvimento em
específico. Essas influências sejam biológicas, ou contextuais fazem total diferença em
termos de desenvolvimento.

Considerando todos esses fatos, precisamos enaltecer a vital importância do estudo do

desenvolvimento humano para nós enquanto psicólogos, tanto em formação quanto já
formados e atuantes na área. Pois para que se exerça funções como a do profissional da
psicologia, é necessário entender os processos cognitivos em toda a sua complexidade.
Seja em práticas clínicas, organizacional, escolar etc, é imprescindível saber, por exemplo,
o que se é esperado de um indivíduo de acordo com sua faixa etária à luz de teorias
científicas, o que se é dado através do estudo do desenvolvimento humano, a fim de
proporcionar um melhor acolhimento e apresentação de intervenções a favor de um
indivíduo.