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Os pacientes com diagnósticos de psicopatia, possuem menor ativação do Córtex Frontal.

Pois a conexão entre o córtex pré-frontal ventromedial e a amígdala é consideravelmente


reduzida. Vamos entender o que cada uma dessas áreas são responsáveis para facilitar o
entendimento do porque elas possuem uma interferência relevante em relação ao
comportamento e personalidade de um indivíduo diante de um diagnóstico de psicopatia.
O córtex pré-frontal é responsável por sentimentos como empatia e culpa. Sentimentos não
experienciados em pessoas com este tipo de doença, quando esta região tem menor
ativação. E por sua vez a amígdala, que está relacionada ao medo, ansiedade e também é
responsável por respostas emocionais relativas ao comportamento social de humanos e
outros mamíferos; é uma das principais áreas do controle da agressividade. Sentimentos e
comportamentos que também afetam os psicopatas.

De uma forma geral podemos compreender que essas duas áreas são extremamente
importantes para um ser humano funcional, pois estão diretamente ligadas com a
capacidade de planejamento de comportamentos e pensamentos complexos, expressão da
personalidade, tomadas de decisões, modulação de comportamento social, atenção, foco e
regulação das emoções, sentimentos de culpa, angústia, vergonha e também a empatia
como discutimos acima. A ausência desses tipos de sentimentos apresentada em casos de
psicopatas podem levá-los a práticas de infração à lei, hábito constante de mentir,
manipular, e também negligência e irresponsabilidade em situações de exposição ao perigo.
Bem como, também possuem a tendência de serem pessoas hedonistas; buscando a
gratificação imediata dos desejos e necessidades sem pensar nos outros.

Há alguns casos de pacientes que passaram por lesões no lobo frontal e sofreram grandes
alterações em relação a características de suas personalidades, como: Dificuldade em
respeitar normas sociais, se conectar emocionalmente com as pessoas, e comportamentos
que fogem ao comportamento do habitual anterior, por exemplo, pessoas amáveis se
tornando agressivas e irresponsáveis.
Podemos observar este tipo de eventualidade no caso que estudamos em sala, que se
tornou o mais famoso de dano cerebral, o caso de Phineas Gage. Este caso proporcionou a
base das primeiras teorias modernas sobre o papel do córtex pré-frontal na personalidade e
no autocontrole. Gage teve uma haste de ferro de de 90 cm de comprimento e 2,5 cm de
diâmetro atravessada em seu lobo frontal em um acidente de trabalho, após permanecer
inconsciente por duas semanas ele teve uma ótima recuperação, de acordo com seus
médicos. Porém, Gagy teve grandes alterações em sua personalidade, “O equilíbrio ou
balanço, por assim dizer, entre suas faculdades intelectuais e propensões animais
aparentemente tinha sido destruído. Ele se mostrava vacilante, irreverente e indulgente em
momentos de grosseira irreverência... impaciente para com restrições ou conselhos que
conflitassem com seus desejos... Sendo uma criança quanto à capacidade intelectual e
suas manifestações, mostrava as paixões animais de um homem forte” (Harlow, 1868, p.
340).
Do mesmo modo, temos registros de casos onde o lobo temporal é lesionado influenciando
diretamente na funcionalidade da capacidade de memória do indivíduo. Como estudamos
também no caso do Paciente HM. Henry Molaison sofria de terríveis crises epilépticas, e na
tentativa de curá-lo desta doença, ele se submeteu a uma cirurgia onde parte de seu
cérebro foi extraída, uma parte cuja fazia parte do hipocampo e da amígdala (ambos ficam
no lobo temporal). Após acordar foi constatado que embora Henry manteve a capacidade
de acessar suas memórias antes da cirurgia, ele havia perdido a capacidade de criar
memórias novas após o procedimento.

Como podemos perceber através dos dois casos expressos acima, a estrutura do lobo
temporal e do lobo frontal são de vital importância para o comportamento, memória e
personalidade . Porém também são muito importantes também para a linguagem, lesões
nessas duas estruturas, podem desencadear por exemplo, casos de afasia; que é a perda
parcial ou total da capacidade de expressar ou compreender a linguagem falada ou escrita.
Podemos apontar 3 tipos clássicos de afasia, dados devido a lesões no lobo frontal e/ou
temporal.
A Afasia de Broca pode ocorrer por danos no lobo frontal, área cerebral responsável pela
elaboração do pensamento, planejamento, linguagem e emoção. Já a Afasia de Wernicke
resulta por lesões no lobo temporal, área responsável pelo gerenciamento da memória; e
temos também a Afasia mista, situação em que as duas zonas são afetadas.

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