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Curso: Psicologia noturno

Disciplina: Neuropsicologia

Resumo Da Revisão da Literatura Neurobiologia das emoções

Vanderson Esperidião-Antonio1 Marilia Majeski-Colombo2 ,Diana Toledo-


Monteverde2 , Glaciele Moraes-Martins2 , Juliana José Fernandes2 , Marjorie
Bauchiglioni de Assis2 , Rodrigo Siqueira-Batista3

INTRODUÇÃO

Dentro deste quadro geral, este artigo visa rever alguns conceitos sobre os
mecanismos biológicos das emoções. A complexa relação emoção–razão tornou-se
mote recorrente no pensamento dentro de diferentes filósofos, os quais formularam
concepções, as mais variadas, para explicar as origens e o papel das emoções na
condição humana. No caso do pensador francês René Descartes, que, em suas
Meditações Metafísicas, chega à concepção de uma substância pensante.
A curiosidade humana a respeito da origem e como são formadas as emoções
foram estudadas em diversos saberes como psicologia, psicanálise, e principalmente a
biologia. Desde o princípio, fazendo uma ligação entre a mente, a razão, a emoção, a
memória, e o cognitivo. Apesar desses avanços, muito se tem discutido sobre a
possibilidade de se tratar, cientificamente, as questões relativas à emoção.
Com o avanço da humanidade e consequentemente o avanço da tecnologia, foi
possível diversas pesquisas no campo da neurociência e neurobiologia, sempre em
busca da detenção do conhecimento sobre as emoções, sendo elas relacionadas
essencialmente ao sistema límbico.
Analisar as emoções humanas a partir deste enfoque evolutivo tem sido muito
útil para o aperfeiçoamento dos modelos fisiopatológicos de transtornos mentais como
depressão e ansiedade, além de servir de guia para o desenvolvimento de novos tipos de
tratamento.
Assim sendo os autores abordam a história do desenvolvimento acerca do
sistema nervoso e límbico, como se iniciou e como é estudado até os dias atuais, de
maneira didática e bastante informativa.
O curioso caso de Phineas Gage, foi um grande avanço nas pesquisas pois, após
ser atingido por uma barra, de um metro e meio de comprimento, onde perpassou a
parte frontal do cérebro e saindo pelo topo do crânio, notou-se grandes diferenças em
sua personalidade, transformou-se num homem de falsidade, deslealdade e desleixo,
grosseiro, desrespeitoso para com os colegas. Sendo assim percebível a importância do
lobo frontal para a personalidade, emoções e comportamentos.

Prazer e recompensa: é formada por neurônios dopaminérgicos de várias


regiões e núcleos principalmente pelo feixe pros encefálico medial nos núcleos do
hipotálamo, ligação com o septo, a amígdala, áreas do tálamo e os gânglios da base,
explica a relação do cérebro com o prazer e a motivação, como também existe o circuito
de punição (desgosto, aversão), com um circuito neural específico. O neurotransmissor
dopamina, é bastante relacionado a essa sensação de recompensa, estando diretamente
ligado ao fato de vícios a drogas que causam dependência. Para alguns pesquisadores a
sensação de prazer pode ser distinguida pelas expressões faciais e atitudes do animal
após sua exposição a um estímulo hedônico; tais expressões são mantidas mesmo em
indivíduos anencefálicos, sugerindo que o “centro de recompensa” deva se estender até
o tronco cerebral.
Alegria: essa emoção se dá através da dopamina fabricada na substância negra
do estriado ventral e o putâmen. A dopamina utiliza receptores opióides e GABAérgicos
no estriado ventral, na amígdala e no córtex orbito frontal. Descrições neuroanatômicas
de lesões das vias cérebro-ponto cerebelares em indivíduos com riso e choro patológicos
sugerem que o cerebelo seja uma estrutura envolvida na associação entre a execução do
riso e do choro e o contexto cognitivo e situacional em questão; de fato, quando tal
estrutura está lesionada há transição incompleta das informações, provocando um
comportamento inadequado ao seu contexto. Vale ressaltar o que foi dito no artigo que o
cerebelo pode estar interligado com sorrisos e choros e lesões podem afetar diretamente
esses comportamentos e condição.
Medo: a amígdala é considerada a principal estrutura do SL, sendo a
responsável pela sensação de medo, sensações de ameaça e perigo. Sua lesão pode
causar falta de emocionalidade e reconhecimento do medo. Mas também, estudos
revelaram uma ligação entre a alegria e a amígdala sendo de extrema importância
emocional. Embora o papel da amígdala no condicionamento do medo esteja bem
estabelecido, ela também parece estar envolvida numa vasta gama de outras funções
relacionadas com a informação emocional. A lesão da amígdala em humanos produz
redução da emocionalidade e da capacidade de reconhecer o medo. Por outro lado, a
estimulação da amígdala pode levar a um estado de vigilância ou atenção aumentada,
ansiedade e medo
Raiva: a principal estrutura relacionada raiva e agressividade é o hipotálamo, o
telencéfalo agiria inibindo tais comportamentos. De acordo com a área do hipotálamo
estimulada teremos tipos de agressões diferentes, assim como no medo, a amígdala está
envolvida na sensação de raiva também. Além disso, os autores encontraram um efeito
de expressões de raiva sobre os padrões de atividade neural durante fases posteriores da
tarefa, sugerindo que o efeito destas expressões na reatividade neural é mais do que
apenas uma resposta de curto prazo. A raiva é manifestada basicamente por
comportamentos agressivos, os quais dependem do envolvimento de diversas estruturas
e sistemas orgânicos para serem expressos. A raiva, assim como o medo, é uma emoção
relacionada às funções da amígdala, em decorrência de conexões com o hipotálamo e
outras estruturas.
Reações de luta-fuga: pela via eferente temos o hipotálamo e o Sistema
Nervoso Autônomo, ligados presumivelmente a projeções hipotalâmicas no tronco
encefálico. Pela via eferente temos o Nervo vago que leva informações ao SNC, onde se
interligam a estruturas do prosencéfalo (hipotálamo, amígdala e regiões talâmicas que
controlam a ínsula e o córtex orbito frontal e pré-frontal). Produzindo assim resposta
autonômica simpática como elevação da frequência cardíaca e da pressão arterial,
aumento do nível de glicose no sangue, pupilas dilatadas dentre outros. Que ocorre
associadamente a efeitos ocorridos no SNC como estímulos a amígdalas que produzem
várias respostas, onde reflete no comportamento de “luta ou fuga”, quando ameaçado.
Tristeza: é uma emoção que nos leva a refletir, sendo sinônimo da alegria, e
ocorre nas regiões corticais, em diversos lobos e giros e também na amígdala. Muitas
vezes a tristeza é confundida com depressão por terem características comuns, porém a
depressão é uma doença patológica, associadas a déficits neuroquímicos assim sendo
mais complexa e prevalecendo mais do que uma simples tristeza causada por algum
motivo.
Emoção e razão: mensagens que chegam ao cérebro são processadas e seguem
por vias para toma um significado emocional, passando por estruturas límbicas,
paralímbicas, acarretando tomada de decisões. As principais estruturas envolvidas são o
córtex visual occipital, a amígdala, circuitos hipocampais relacionados as memórias e o
córtex pré-frontal. Outra estrutura ligada é o lobo da ínsula, ativada quando se tem
recordações de emoções vividas. Deixando claro assim que a tomada de decisão
necessita de mecanismos emocionais vividos previamente, criando respostas externas
como as motoras e autonômicas.
Objetivo deste artigo foi discutir de forma resumida a importância dos modelos
biológicos para o entendimento das emoções humanas. Além disso, buscou-se mostrar
alguns exemplos para ilustrar a importância deste tipo de conhecimento.

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