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CÉREBRO : O Básico
OS DOIS HEMISFÉRIOS
com que os pais arrulham (exprimir sentimentos com ternura) e falam com seus filhos.
Essas interações, no
contexto de segurança e sintonia, moldam o lado direito do cérebro do bebê
por meio de relacionamentos iniciais de apego (Schore, 2003). Por outro
lado, interações inseguras ou traumáticas com cuidadores afetam negativamente
o desenvolvimento do lado direito do cérebro do bebê. O córtex pré-
frontal direito está profundamente conectado às áreas límbicas e é central na
regulação do afeto ao longo da vida (Siegel, 2012).
MEMÓRIA
Os neurocientistas diferenciam dois tipos diferentes de memória: explícita
e implícita. A memória explícita – consciente, semântica (relativa ao sentido das
palavras e da interpretação das sentenças e dos enunciados) narrativa –
depende do hipocampo, que, como observamos, só começa a se desenvolver
por volta dos 18 meses. O sistema de memória implícita é funcional no
início da vida do bebê e é responsável pela memória sensorial, processual
e emocional; funciona abaixo da consciência. Nossas memórias mais
antigas são implícitas e pré-verbais (a linguagem, uma função do
hemisfério esquerdo, se desenvolve no final do primeiro ano). Essas memórias,
especialmente se forem carregadas emocionalmente, podem afetar nosso
comportamento mais tarde na vida, mesmo sem nossa consciência de ter essas
memórias. Memórias implícitas muitas vezes estão dirigindo nossa reatividade
atual, mesmo que não tenhamos consciência da memória. Como diz Cozolino
(2006, p. 131), "o que a mente esquece, o corpo lembra"; e, na famosa frase
de van der Kolk (1994), "o corpo marca o placar". O trauma, especialmente,
é mantido em sistemas inconscientes de memória implícita e pode
ressurgir repentinamente e com força numa interação atual. Flashbacks e outros
sintomas de transtorno de estresse pós-traumático são vistos sob esta luz.
Memórias mais antigas que são desencadeadas na interação atual de um
casal podem vir da infância de qualquer um dos parceiros, de experiências
anteriores de relacionamento com outros parceiros ou desse próprio
relacionamento. As "feridas relacionais" ou "traumas relacionais" do início do
relacionamento podem ser reativadas no momento presente, especialmente
se não tiverem sido processadas pelo casal (Johnson, Makinen, & Milliken, 2001)
O CÉREBRO CORPORALIZADO
TRAUMA E O CÉREBRO
INTEGRAÇÃO