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INTELIGÊNCIAS
APRESENTAÇÃO
Plano de Estudo:
• Introdução à neurofisiologia;
• Bases neurobiológicas gerais da neurofisiologia.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar o funcionamento neurofisiológicos e suas bases
neurológicas;
• Compreender como ocorrem os processos psicológicos da memória e aprendizagem;
• Alavancar as contribuições da Teoria das Inteligências Múltiplas no processo
educacional.
INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar quantos pensamentos passam pela sua cabeça por
dia? Quantas decisões tomamos e os inúmeros comportamentos, sensações e
emoções? Seu telefone toca, você atende. Do outro lado da linha alguém diz que você
recebeu um prêmio e que precisa comparecer na loja para retirar. Neste momento você
dá um grito de felicidade, chama todos da casa e conta o que aconteceu. A felicidade
toda conta e vocês vão buscar o prêmio. Uma situação simples desta, é uma espécie de
pintura da ação do sistema nervoso central, ou seja, nosso comportamento é uma
ilustração do que ocorre dentro do nosso cérebro.
Quando vemos alguém feliz, (a pintura), não conseguimos dar conta de perceber
o que ocorre no nosso corpo para que o resultado seja este. Reações químicas
transmissões sinápticas, conexões neurais, descargas de neurotransmissores,
ativamento de áreas do cérebro, liberação de hormônios e respostas fisiológicas, são
apenas alguns dos fenômenos que acontecem no corpo humano, e todos eles advindo
do cérebro.
Agora imagine. Como pensar no desenvolvimento humano e no cenário
educacional, sem compreender este funcionamento interno, suas consequências e
desdobramentos? O processo educacional se fundamenta nessa capacidade de
evolução e especialização contínua do sistema nervoso, sistema este que apreende o
todo dá significado ao mundo e o transforma através de suas ações, de seu
comportamento. Como o cérebro funciona? É exatamente isso que vamos conhecer
nesta unidade.
1 INTRODUÇÃO À NEUROFISIOLOGIA
Fundamentos da neurofisiologia
A) Sistema Nervoso
Tradução Figura 01
SISTEMA NERVOSO HUMANO
B) Neurônios
Como todo o corpo humano que é constituído de células, o cérebro também possui
seu repertório, sendo as células nervosas chamadas de neurônios e as de suporte
denominadas células da glia. Acredita-se que cada cérebro possui aproximadamente 86
bilhões de neurônios e mais de 20 milhões de neurônios na célula espinal. Já o número
das células glias chegam a 84 bilhões.(LENT, et al. 2012.).
Estas células têm uma função extremamente importante na função do cérebro,
pois se comunicam e fazem uma transmissão de dados entre elas, o que resulta na
propagação e manutenção de informações que servirão de base para o funcionamento
da aprendizagem e da memória.
Considera-se que todo neurônio possui em miniatura a capacidade integradora de
todo o sistema nervoso, podendo transformar a informação e transmiti-la a outros
neurônios. O centro do neurônio é chamado de corpo celular (ou soma ou pericário).
Dentro do corpo celular tem um núcleo, e dentro do núcleo tem um nucléolo. O núcleo é
grande e torna o neurônio claramente distinto de outras células do SN. (BEAR; BW,
2017).
Estas conexões são chamadas de sinapses estima-se que ocorram no mínimo
100 trilhões de conexões neurais em um adulto, ocorrendo por meio de sinais elétricos,
na qual estes impulsos nervosos direcionam ao longo de grandes distâncias em
milésimos de segundos, percorrendo entre o SNC, SNP e SN. São tantas conexões que
Gerald Edelman, um neurobiólogo vencedor do Prêmio Nobel, estimou que levaria 32
milhões de anos para contar o número de sinapses no Sistema Nervoso Central.
Para que possam manter-se unidos os neurônios, o próprio cérebro conta com a
células de suporte (células da glia), que atendem às necessidades dos neurônios para
que se mantenham promovendo a sinapses, o que requer que se tenha as mesmas
quantidades de neurônios e células gliais. (COSENZA, 2011).
Durante muito tempo acreditou-se que nós humanos ao nascermos já possuíamos
uma quantidade determinada de neurônios e que ao longo da vida perdiam-se, chegando
à velhice com uma perda considerável, o que justificava as demências, ou como eram
chamados a “caduquice”.
Atualmente sabe-se que as células neurais são produzidas ao longo de todo o
desenvolvimento humano, tendo picos em faixas etárias e declínios em momentos
específicos, o que justificam e nos permite compreender as demências que vem com a
idade, como o caso da senescência e as degenerativas como o Alzheimer.
Ao contrário de outras células do corpo, eles não podem ser “regenerados” após
seu tempo de vida útil, hoje com os achados da neurobiologia é possível pensar a
reprogramação cerebral por meio da neuroplasticidade. Não obstante, como todo
sistema funcional, para que novas conexões sejam possíveis com novos neurônios, é
necessário que se tenha a finitude de conexões e neurônios desgastados.(CARDINALLI,
1992).
Na imagem a seguir é possível compreender como é a estrutura anatômica de um
neurônio e ilustrar como funcionam suas partes. Para atender a essas tarefas, o neurônio
é assim organizado: (I) um segmento receptivo (dendritos e corpo celular); (II) um
segmento condutor (axônio); e (III) um segmento efetor (sinapse). (KANDEL et al.,
2014).
(I) Segmento receptivo: Normalmente, existem vários dendritos que se
estendem a partir do corpo celular, mas apenas um axônio. Os dendritos podem se
ramificar para formar uma massa de processos dendríticos. Isso é vantajoso, porque o
papel dos dendritos é receber sinais de outros neurônios. Os dendritos também podem
ter neles pequenos espigões ou espinhas, que aumentam sua área de superfície e,
portanto, permitem que mais informações sejam recebidas.
(II) Segmento condutor: O axônio é responsável por levar o impulso nervoso a
outros neurônios. Os axônios podem ser curtos ou muito longos (o mais longo é pouco
mais de 1 m). A vantagem de ter axônios de diferentes comprimentos é que permite que
eles se comuniquem com neurônios que estão muito distantes ou muito próximos do
axônio (KANDEL, 2014). O axônio deixa o corpo celular em um ponto chamado de Cone
de implantação ou o segmento inicial ou zona de disparo. No final do axônio há um ligeiro
alargamento semelhante a um botão chamado terminal axonal.
(III) Segmento efetor: Isso também tem vários nomes, incluindo botão terminal
ou botão sináptico. O terminal axonal normalmente é encontrado perto do neurônio que
recebe a mensagem do axônio.
Tradução Figura 02
COMUNICAÇÃO NEURAL
Dendritos
C) A Mielinização
Tradução Figura 03
Espaço extracelular
Sódio Potássio
Concentração
Espaço intracelular
Em síntese, mesmo que vários estudos apontem que ela é a peça fundamental
para a formação de memórias, deve-se enaltecer o importante papel na emoção
propriamente dita, tanto no reconhecimento, quanto nas expressões fisiológicas das
respostas emocionais.
Neurotransmissores
SAIBA MAIS
Embora os neurotransmissores desempenham um papel muito importante, em
algumas pessoas eles podem apresentar algum déficit na produção, desta forma, é
necessário a busca por um profissional especializado da medicina, a fim de prescrever
medicamentos que possam auxiliar na produção. Podem ser os medicamentos
conhecidos como psicotrópicos ou os benzodiazepínicos.
Fonte: RANG, H. P. [et. al.]. Farmacologia. [Tradução Gea Consultoría Editorial]. - 8. ed. - Rio de Janeiro
: Elsevier, 2016
#SAIBA MAIS#
REFLITA
“A neuro é uma arte; e para realizá-la como arte, requer um cuidado tão primoroso
como a obra de um pintor ou escultor. Mas o que é lidar com a tela morta ou o frio
mármore comparado ao tratar do corpo vivo? A neuro é arte, e eu quase diria, a mais
belas de todas”
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E agora? Está mais claro como funciona esta máquina de produzir pensamentos?
Fascinante entender as especificidades do sistema nervoso não é mesmo. A
compreensão do sistema nervoso central e as estruturas que fazem parte nos permite
descortinar horizontes a respeito do funcionamento cerebral.
Conhecer os neurônios as trocar e reações químicas que ocorrem, nos permite
pensar o humanos como um ser dotado de complexidades acima de tudo, no entanto,
com particularidades e subjetividades que podem ser explicadas pelo olhar na
neurofisiologia do corpo humano.
Nesta unidade pode-se ter contato com informações valiosas e enriquecedoras
sob o ponto de vista fisiológico do cérebro, o que é ponto de partida para todos os nossos
comportamentos, sentimentos, emoções e formas de interagir com o meio que nos cerca.
Foi possível construir um alicerce para aqueles que desejam enveredar pelo campo da
educação ou aos que já estão neste contexto, a fim de promover as reflexões acerca das
possibilidades e dos limites de cada sujeito, identificando que toda pintura ou ilustração,
existe uma mágica que acontece por detrás da tela.
LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: ZARO, Milton Antonio et al . Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da neurociência para
agregar valor à pesquisa educacional. Ciênc. cogn., Rio de Janeiro , v. 15, n. 1, p. 199-210, abr. 2010 .
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212010000100016&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 maio 2021.
.
LIVRO
HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. [tradução Alcides Marinho Junior ... et
al.]. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
LENT, R. et al. How many neurons do you have? Some dogmas of quantitative
neuroscience under revision. European Journal of Neuroscience. v 35. n. 1. jan. 2012.
RANG, H. P. [et. al.]. Farmacologia. [Tradução Gea Consultoría Editorial]. - 8. ed. - Rio
de Janeiro : Elsevier, 2016
ZARO, Milton Antonio et al . Emergência da Neuroeducação: a hora e a vez da
neurociência para agregar valor à pesquisa educacional. Ciênc. cogn. Rio de Janeiro ,
v. 15, n. 1, p. 199-210, abr. 2010 . Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
58212010000100016&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 maio 2021.
UNIDADE II
NEUROFISIOLOGIA DA APRENDIZAGEM E MEMÓRIA
Professor Mestre Frank Duarte
Plano de Estudo:
• Conceitos e definições das bases neurobiológicas da memória;
• Tipos de memória e demências;
• Campos de estudo do processo neurofisiológico da aprendizagem.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar os processos da memória e aprendizagem;
• Compreender os tipos de aprendizagem, memória e o processo neurofisiológico;
• Estabelecer a importância da relação entre aprendizagem, memória e como o cérebro
aprende.
INTRODUÇÃO
Por que lembramos de algumas coisas e outras não? Já parou para pensar
quantas coisas temos contato ao longo de um dia inteiro, e que pouco conseguimos nos
recordar no dia seguinte. Você que está estudando já deve ter passado por algum
momento, em que leu, estudou, interpretou o texto, foi dormir e no dia seguinte não se
recorda de muita coisa.
Isso é quase que rotina para muitas pessoas que têm lapsos de memória ou falta
de atenção, o que compromete o processo de aprendizagem e aquisição de novas
informações. Desta forma, acabam por vivenciarem um constante ir e vir de informações,
para que possam gravar e não esquecer mais, ou se debruçam horas estudando para
fazer uma prova.
No entanto, isso não é algo apenas relacionado ao estudo, também é possível
perceber pessoas com dificuldades de guardar informações que acabaram de ter acesso.
Por exemplo, qual o nome completo desta disciplina? E desta unidade? Normalmente
isso é resultado de interferências no processo de aprendizagem, onde o cérebro não
consegue fazer o processo correto e armazenar o conhecimento.
Já imaginou? Como se lembrar de algo que você ainda nem guardou? Vamos
nesta unidade conhecer os processos neurofisiológicos da aprendizagem e da memória
e compreender de fato, como o cérebro aprende. Bons estudos!
1 BASES NEUROFISIOLÓGICAS DA MEMÓRIA
Memória
Memória de Memória
longo prazo operacional
Explícita Implícita
Fonte: Strauss e
colaboradores (2006)
#SAIBA MAIS#
REFLITA
Aprendizagem é a única coisa que a mente não se cansa, nunca tem medo e
nunca se arrepende.
Albert Schweitzer.
#REFLITA #
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Link: https://super.abril.com.br/comportamento/12-super-memoria/
.
• Título: Aprendendo Inteligência: Manual de instruções do cérebro para estudantes em
geral: 1
• Autor: Pierluigi Piazzi.
• Editora: Aleph.
• Sinopse: Durante muito tempo, acreditou-se que a inteligência fosse uma característica
inata. O fator genético era considerado bem mais influente do que o fator ambiental.
Porém, devido aos avanços da neurociência, ficou demonstrado que inteligência, talento
e vocação são características que podem ser adquiridas com facilidade e um pouco de
esforço. Neste livro, dedicado aos estudantes de todos os níveis, o Pierluigi Piazzi
(conhecido carinhosamente pelos seus alunos como Prof. Pier) ensina a usar a
inteligência para se tornar uma pessoa mais inteligente.
FILME/VÍDEO
• Título: Divertida Mente (Inside Out)
• Ano: 2015.
• Sinopse: No filme, a menina Riley passa por diversas emoções ao se mudar do Meio-
Oeste dos EUA para San Francisco. As emoções - Alegria (Amy Poehler), Medo (Bill
Hader), Raiva (Lewis Black), Nojo (Mindy Kaling) e Tristeza (Phyllis Smith) - moram
no Quartel-General, o centro de controle dentro da mente de Riley, onde eles a ajudam
com conselhos diariamente. Enquanto Riley e suas emoções se esforçam para se ajustar
à nova vida em San Francisco, a turbulência no Quartel-General aumenta. Embora
Alegria, a principal e mais importante emoção de Riley, tente pensar positivo, as
emoções entram em conflito sobre como navegar pela nova cidade, a nova casa, a nova
escola.
REFERÊNCIAS
ABNEURO. Ansiedade e estresse estão agravando os problemas de memórias.
Disponível em: https://www.abneuro.org.br/post/ansiedade-e-estresse-est%C3%A3o-
agravando-problemas-de-mem%C3%B3ria. Acesso em: 03 fev. 2021.
Plano de Estudo:
• Conceitos de inteligência;
• Tipos de inteligências;
• As teorias das múltiplas inteligências;
• Teoria das múltiplas inteligências: implicações e aplicabilidades na escola.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar inteligência e seus diversos contextos;
• Compreender os tipos de Inteligência e suas singularidades;
• Evidenciar a importância da Teoria das Múltiplas inteligências para o contexto
educacional.
INTRODUÇÃO
E aí, você se sente inteligente? Será que ela pode ser medida ou quantificada?
Nascemos com inteligência ou vamos desenvolvendo essa capacidade? Se a
inteligência é hereditária como explicamos aquelas pessoas que se destacam em
algumas áreas e outras não. Pois é, todos estes inculcamentos estão presentes quando
pensamos, discutimos e aprendemos sobre inteligência.
Desde da década de 30, quando se pensou em quantificar a inteligência por meio
de escalas de quociente, muitas figuras ilustre receberam a classificação como forma de
enaltecer sua trajetória ou feitos, dentre eles estão Einstein, Da Vinci, Michelangelo,
Steven Spielberg e Santos Dumont.
A menção ao QI, sempre esteve atrelado a um potencial que dá ao sujeito
“superpoderes”, e o é colocado num pedestal como alguém completamente bem
resolvido e contemplado, o que se sabe que não tem disso, toda a verdade. Pelo
contrário, pessoas que apresentam um QI (Quociente de Inteligência) alto, tendem a
desenvolver uma QE (Quociente Emocional) abaixo do esperado, o que compromete
outras áreas do desenvolvimento. Isso implica em minimizar a potencialidade das
habilidades das IM (Inteligências Múltiplas).
No entanto, como entender melhor o QI ou QE, e a relação com a forma de pensar
e compreender o sujeito? As especificações e detalhamento de cada um deles e como
podemos aplicar no dia a dia, em especial no ambiente educacional, será tratado nesta
Unidade. Está preparado(a) para viajar nas teorias das inteligências e desvendar os
desdobramentos das múltiplas inteligências no âmbito educativo? Sim. Então vem
comigo.
1 CONCEITO DE INTELIGÊNCIA
Conta a história que certa vez, num vilarejo havia um rapaz que todos faziam
piada. Um belo dia um homem se aproximou dele e lhe apresentou duas moedas, uma
de 50 centavos e outra de 5 centavos e pediu para que ele escolhesse. O rapaz pegou
a de 5 centavos, e o homem riu da sua atitude. No dia seguinte o homem reuniu diversas
pessoas e teve a mesma atitude e o rapaz repetiu a ação.
A passaram dias, semanas e meses, sempre o homem fazia-lhe a proposta, e o
rapaz pegava a moeda de 5 centavos. Um certo dia, o homem já injuriado, perguntou ao
rapaz. “-Mas você é muito burro! Você não sabe que a moeda de 50 centavos tem mais
valor que a de 5?” E o rapaz disse: “– Sim eu sei que é.”. E então por que você não a
pega logo?” replicou o homem. Então o rapaz abriu um sorriso e disse tranquilamente. “-
Por que o dia que eu pegar a de 50 centavos, o senhor para de me dar moedas!”
Essa ligeira história, é nosso ponto de partida para dialogarmos sobre inteligência
e o quanto ela é representada nas pessoas, e o que elas fazem com a capacidade que
tem.
Partindo da epistemologia da palavra “inteligência” sua origem está na junção
de duas palavras latinas: inter = entre e eligere = escolher, que no seu sentido mais
amplo, significa a capacidade cerebral pela qual conseguimos penetrar na compreensão
das coisas escolhendo o melhor caminho. A formação de ideias, o juízo e o raciocínio
são frequentemente apontados como atos
essenciais à inteligência. A inteligência é resumida pelo pequeno dicionário ilustrado
brasileiro da língua portuguesa como “a faculdade de compreender”. (ANTUNES, 2015).
Galton (1865) iniciou os estudos estatísticos de inteligência e a definiu como
“faculdade que os gênios têm e os idiotas não tem”. Desde os tempos de Galton, os
psicometristas tentam explicar as diferenças de performance intelectual entre crianças
como sendo resultante da diferença na quantidade de “inteligência”.
Nunca houve um consenso sobre o significado da “inteligência”, porém em 1921,
no Jornal da Psicologia Educacional, diferentes psicólogos de várias teorias reuniram-se
e apesar de grande relação entre suas definições, ainda hoje o que se vê são definições
e concepções sobre a inteligências, bastante diferentes (STERNBERG; DETTERMAN,
1986 apud DOCKRELL; MCSHANE, 2007, p. 21).
Seguindo uma visão tradicionalista, Travassos (2001) afirma que a inteligência já
foi conceituada como uma capacidade inata do indivíduo, um atributo do qual o ser
humano dispõe para responder a testes de inteligência, (NOVIKOBAS; LAMARI MAIA,
2020). Alguns autores sugeriram que a inteligência fosse um termo descritivo e não
explicativo (OLSON,1986). Muitas definições afirmam explicitamente que ao se introduzir
o termo, de alguma forma se está explicando a performance e não descrevendo-a.
No entanto, William Stern, psicólogo Alemão do século XVIII/XIV, afirmava que se
tratava da capacidade pessoal para resolver os problemas novos, utilizando de forma
adequada o pensamento. Todavia, outros a consideravam como o arranjo de todos os
equipamentos mentais que atendessem a adequação das tarefas vitais. Mesmo com
essas definições vagas, havia e há o entendimento de que a inteligência é uma
capacidade mental que pode ser medida e quantificada por meio dos famosos testes de
QI. (AMARAL, 2007).
A “inteligência enquanto adaptação” tornou-se desde então um conceito chave
que de forma mais ou menos explícita atravessou a história da psicologia da inteligência
humana, na base da investigação fundamental como aplicada, no cerne do
desenvolvimento teórico como das técnicas de avaliação da inteligência e em resposta
a necessidades e pressões sociais (MIRANDA, 2002).
Foram os pesquisadores Alfred Binet e Théodore Simon, que deram início a
testagem psicológica com o intuito de atender as necessidades da seleção escolar da
época, tendo como objetivo identificar as crianças que não se beneficiaram dos
programas públicos, onde esperava-se desenvolver uma avaliação imparcial de
checagem das atitudes escolares.
Os trabalhos de Binet e Simon logo foram bastante questionados, especialmente
porque os testes não apresentavam a condição de fidedignidade daquilo que propunham
de avaliar a capacidade do indivíduo adulto, e pelo fato de partirem do estudo de crianças
com deficiências. Na verdade, eles buscavam construir uma “escala métrica da
inteligência” para identificar nas escolas as crianças denominadas de retardados
“perfeitos”, ou seja, aqueles que seriam suscetíveis de frequentar as classes chamadas
de “aperfeiçoamento”, e que conseguiriam se adaptar. (AMARAL, 2007).
Em busca de conseguir quantificar e mensurar o QI – Quociente de Inteligência,
os testes foram utilizados como ferramentas com normas de referências desenvolvidas
para avaliar o funcionamento cognitivo de um indivíduo. Assim como todas as medidas
com normas de referências, eles sempre vão conter algumas margens de erro (HARRIS,
1983 apud AMARAL, 2007, p. 88). O uso dos testes de Ql caminhou junto com a crença
de que a inteligência era herdada, passada de uma geração para outra e de acordo com
essa perspectiva, cada indivíduo portanto, nascia com uma determinada 'quantidade' de
inteligência; assim, seria possível elaborar testes para qualificar e classificar as pessoas
em relação a sua inteligência (SMOLE,1999).
Antunes (2015) ressalta que é possível afirmar com segurança que a inteligência
de um indivíduo é produto de uma carga genética que vai muito além da de seus avós,
mas que alguns detalhes da estrutura da inteligência podem ser alterados com estímulos
significativos aplicados em momentos cruciais do desenvolvimento humano.
A delimitação da “inteligência humana” enquanto objeto de investigação assume
desde logo dois pressupostos: o da existência de um conceito de “inteligência não
humana”, daquelas que estão ligadas a condição de adaptação e funcionalidade. Por
exemplo, ao conectar seu celular a rede wifi, é uma forma de executar a “inteligência não
humana”. Também há outro pressuposto que é a do reconhecimento do “carácter único”
da inteligência humana, no quadro da enorme diversidade biológica, que integram as
predisposições específicas do humano, que se aplica muito para lá da descrição do
potencial cognitivo humano.
Muitas utilizações da palavra “inteligência”, ou do adjetivo “inteligente”, na
linguagem comum, e em particular na qualificação de objetos inanimados, remetem para
esta noção de funcionalidade decorrente da adequação às exigências externas: a
“inteligência” definindo-se pela flexibilidade na resposta adaptativa às circunstâncias, ou
seja, pela eficácia da relação funcional do objeto num contexto. (MIRANDA, 2002).
Isso é percebido pelo resultado das ações comportamentais que demonstramos,
após um longo processo neurológico que ocorre utilizando-se de processos superiores
complexos, como atenção, percepção, aprendizagem e memória.
Segundo Antunes (2015) a inteligência é, um fluxo cerebral que nos leva a
escolher a melhor opção para solucionar uma dificuldade e que se completa como uma
faculdade para compreender, entre opções, qual a melhor; ela também nos ajuda a
resolver problemas ou até mesmo a criar produtos válidos para a cultura que nos
envolve.
Desde ponto de vista, esta faculdade é uma condição dos humanos, ao considerar
que é comum as pessoas acreditarem que seu pet de estimação é dotado de inteligência.
Isso mesmo, seu cachorro e seu gato, não possuem inteligência, apenas uma
capacidade de responder a estímulos e com isso, obter um repertório de informações
armazenadas na memória e sempre que se repete, já induz ao resultado, a isso
chamamos de comportamento condicionado.
Damásio (1994/1995, apud MIRANDA, 2002, p. 19) identifica relações
significativas entre o córtex pré-frontal e outros níveis de funcionamento neuronal
pertencentes apenas ao cérebro humano, como os núcleos neurotransmissores do
tronco cerebral, a amígdala, o cíngulo anterior e o hipotálamo, e todas as vias de resposta
motora e química do cérebro. Resumidamente pode-se afirmar que embora os animais
possuam encéfalos, não desenvolvem as conexões neurais que dão origem às
capacidades de resolução de problemas.
Pensar a inteligência como um indicador quantitativo de escala, ao qual dará um
resultado e enquadrar o sujeito numa classificação de “normal”, ou com indicativos de
altas habilidades, superdotação ou retardo mental. O QI, atualmente é muito utilizado em
especial para compreender como as pessoas se organizam e lidam com a forma de se
relacionar, de ver o mundo e até mesmo de se auto entenderem. Contudo, jamais deve
ser uma métrica apenas para quantificar uma pessoa.
Afinal, se a inteligência está para os humanos o que pode ser feito para contribuir,
a fim de alcançar um maior aprimoramento e desenvolvimento? A potencialização deste
processo psicológico básico tão vital, pode ser pensado a partir de algumas óticas e
dinâmica de relacionamento com o contexto e o meio. Dependendo da forma como
olhamos para a inteligência, contribuirá para obter um melhor desempenho. Sei que deve
estar se perguntando: “Então existem outras formas de pensar a inteligência?” Claro que
iremos estudar logo mais.
2 TIPOS DE INTELIGÊNCIAS
Nas últimas cinco décadas, o olhar para o ser humano e sua forma de se
relacionar e interagir com o mundo que o cerca, assim como o termo inteligência vem se
configurando em concepções distintas e variadas. Ao lado de termos como “testes de
inteligência”, “inteligência brilhante”, “pouco inteligente”, temos ouvido e visto aparecer
“inteligência artificial”, “sistemas inteligentes”, “inteligência emocional”. (AMARAL, 2007).
A realidade é que muitos profissionais da psicologia têm se direcionado a
possibilidade de pensar a mensuração da inteligência por meio do QI, com
questionamentos acerca da sua efetividade. O propósito de Simon e Binet deixa de ser
relevante, não na sua importância no auxílio de quem precisa de suporte e ajuda, mas
na categorização e comparação a uma possível padronização da inteligência.
A própria concepção de inteligência como uma competência individual, como a
capacidade de raciocinar, de compreender, desprezando-se aspectos outros da
subjetividade dos indivíduos, parece hoje questionável. Neste sentido, ao invés de
apenas indicar o nível ou graus, inicia-se um movimento de perceber outras
possibilidades e condições do humano na forma de potencializar suas capacidades e
habilidades.
Cada vez mais ganha força uma concepção de que a inteligência tem aspectos
múltiplos e variados na sua avaliação, e, sobretudo, questiona-se a relação entre
inteligência e bom desempenho escolar (AMARAL, 2007). Contrapondo o pensamento
existente, Salowey e Mayer (1990), trouxeram à discussão a distinção que os seres
humanos poderiam fazer de um tipo de inteligência social, que estava vinculada às
próprias emoções.
Assim, eles a descreveram como uma habilidade que tem-se de reconhecer o
significado das emoções e das relações, também como condições de raciocinar e
resolver os problemas baseado nas emoções (MAYER, CARUSO, SALOVEY, 2000,
apud ROBERTS; NASCIMENTO, 2002, on-line). No entanto, quem a popularizou foi o
psicólogo americano chamado Daniel Goleman, o precursor da teoria que amplia a visão
sobre o humano, considerando suas especificidades mais singulares, e não mais o
comparando com os padrões vigentes de classificação, a Teoria da Inteligência
Emocional.(VIEIRA-SANTOS; MUNIZ, 2018).
Ele trouxe à discussão aspectos relevantes da percepção do próprio sujeito em
relação aos seus sentimentos, sensações e emoções, criando o conceito de inteligência
emocional. Para ele, a inteligência emocional caracteriza a maneira como as pessoas
lidam com suas emoções e com as das pessoas ao seu redor. Isso implica
autoconsciência, motivação, persistência, empatia, entendimento e características
sociais como persuasão, cooperação, negociações e liderança. Essa é uma maneira
alternativa de ser esperto, não em termos de QI, mas em termos de qualidades humanas
do coração. (ABRAE, 2007).
Saber lidar com as nossas emoções é o desafio da humanidade neste milênio, em
especial, aquelas que estão intrinsecamente ligadas nas relações que temos com as
outras pessoas. Acredita-se que o QE – Quociente Emocional, tem maior valor
competitivo, no que se refere ao diferencial competitivo nas organizações do que o fator
de QI. Até porque, mais do que saber ou ter conhecimento, é necessário saber utilizá-lo
com eficiência, sendo a QE reconhecida como sabedoria e QI apenas inteligência.
Dizem que inteligência é reconhecer que tomate é uma fruta e sabedoria é não a
coloca numa salada de frutas. A inteligência emocional transcende a condição apenas
de entender a relação das relações afetivas, e perpassa pela forma de como lidar com o
impacto que nosso jeito de ser tem na organização do outro.
A ideia básica na proposição de Goleman é que não seria possível pensar a
inteligência somente por meio de seu componente racional, mas que seria de
fundamental importância considerar também as questões emocionais envolvidas na
tomada de decisões. Assim, nas decisões, seria importante não somente “ser racional”,
mas também “pensar com o coração” e levar em conta aspectos da intuição. Alcançar
esse tipo de inteligência exigiria treinamento, persistência e esforço, uma vez que ela
não é herdada, não é genética (AMARAL, 2007)
Aqui surge a divergência na forma de pensar a relação do fator genético sobre a
inteligência. O que antes era preponderante para a condição de um ser superdotado,
agora não encontra relevância, à considerar que para muitos que possuem um QI
elevado, têm em contrapartida tem um QE minimizado, seja por considerar-se muito
superior aos outros, ou pela deficiência de repertório de como lidar com as relações
sociais.
No entanto, Goleman, afirma que é possível desenvolver tal habilidade, sendo
para isso necessário um treinamento que envolve cinco habilidades, sendo elas: 1.
autoconsciência: reconhecer os próprios estados de ânimo, os recursos e as intuições;
2. auto-regulação: saber manejar os próprios estados de ânimo e impulsos; 3. motivação:
reconhecer as tendências emocionais que guiam ou facilitam o cumprimento das metas
estabelecidas; 4. empatia: ter consciência dos sentimentos, necessidades e
preocupações dos outros; 5. destrezas sociais: saber induzir as respostas desejadas
pelo outro. (GOLEMAN, 1996).
Embasados nestes eixos todo humano tem condições de aumentar seu potencial
de relações emocionais partindo da autopercepção até a indução de respostas que os
outros esperam, alcançando o ápice da teoria, de identificar, perceber, assimilar, analisar
e gerenciar as emoções.
Se as emoções nos afetam em todos os contextos, não seria difícil deixar de
percebê-la no âmbito empresarial e organizacional, espaço por onde também transita a
aprendizagem, a memória e a inteligência. A competitividade dentre as empresas por
alcançar um alto patamar ou reconhecimento no cenário e área em que atua, trás
promissores avanços no olhar para a aprendizagem organizacional, ou seja, se a
inteligência é uma capacidade exclusiva do humano, logo as empresas que necessitam
se exponenciar, então este é um caminho inteligente e sábio a ser seguido.
Com a globalização muitas pessoas passaram a compartilhar e a ter acesso às
mesmas informações, passou-se a ser a sociedade da informação, que está
basicamente alicerçada na economia, comunicação e tecnologia da informação
(VALENTIM, 2002).
Considerando esse cenário, surge o conceito de Inteligência Competitiva, como
sendo a seleção, coleção, interpretação e distribuição da informação publicamente
segura que possui importância estratégica (COMB; MOORTHEAD, 1993, apud
MIRANDA, 2002). Já para Jacobiak (1996, apud LIMA, RIÇA, 2004, p. 80), a inteligência
competitiva pode ser considerada uma parte significativa da gestão estratégica da
organização, por meio da informação que permita aos tomadores de decisão se
anteciparem sobre tendências dos mercados e posição dos concorrentes.
Assim, ela está transformando informações aleatórias do conhecimento
estratégico nas organizações, em busca de manter o aprimoramento contínuo, contando
com a confiança para agir nas ameaças e oportunidades. Pode agir como um radar,
monitorando o ambiente da organização na busca de informações valiosas, alcançando
as oportunidades sem correr riscos.
Valentim (2002), afirma que o conhecimento é cada vez mais um fator de
competitividade sendo o desafio maior a ser enfrentado, é o de transformar informação
em conhecimento antes que o ponto de decisão tenha passado.
Assim, a evolução da aprendizagem em conhecimento e a sua aplicabilidade de
inteligência para sabedoria, traz consigo dilemas e entraves que demandam grandes
investimentos na busca por soluções, tais como: contratação de recursos humanos
adequados, desenho de perfil e habilidades profissionais, programas de
desenvolvimento e treinamento de competências e espaços de disseminação e
propagação de formação contínua.
Embora, a subjetividade do humano como já vimos, traz muita vantagem
competitiva e singularidade para as relações, em alguns contextos seu tempo de
maturação e preparo para implantação é grandioso e pode provocar morosidade.
Pensando nisso, neurocientistas têm investido profundamente em pesquisas que
garantam maior rapidez e tentam replicar o que as conexões cerebrais processam num
menor tempo possível. Daí surge na década de 50 com os cientistas Hebert Simon e
Allen Newell, as primeiras investidas no desenvolvimento da Inteligência Artificial.
A “inteligência artificial”, é definida pelo dicionário Houaiss da língua portuguesa
(Inst. António Houaiss, 2004) como “ramo da informática que visa dotar os computadores
da capacidade de simular certos aspectos da inteligência humana”. Apresenta como o
mais expressivo da inteligência enquanto metáfora do humano aplicada ao mundo
inanimado, e dela decorre o segundo pressuposto enunciado, o de que a inteligência
humana se distingue das demais formas de inteligência (MIRANDA, 2002).
Desafio você uma atividade para demonstrar a inteligência artificial, no que tange
a essa tentativa de réplica das conexões neurais. Abra seu navegador de internet e
pesquise qualquer produto que tenha interesse de comprar, navegue conhecendo as
características do produto, mas não compre. Depois fique cinco minutos fora da internet
e na sequência abra suas redes sociais, e verá a magia acontecer. Em poucos segundos,
aparecerá uma promoção sobre o produto que você estava olhando alguns minutos
antes. Isso acontece não ao acaso, é fruto dos algoritmos e da inteligência artificial.
O mesmo ocorre quando você entra em contato com alguma empresa prestadora
de serviços, sejam telefonia, internet, tv a cabo ou serviços bancários. Em geral,
transferiu-se o esforço da mão de obra humana, pela automação e tecnologia das
inteligências artificiais, ou seja, ao buscar suporte é direcionado para um atendente
virtual, seja na internet ou pelo telefone, que lhe trará informações por meio de comando
de voz. Na realidade o que ocorre, é que está dialogando com um computador que está
abastecido com uma gama gigantesca de informações, que por meio de palavras chaves,
promove a busca nas suas memórias respondendo suas necessidades. Quem nunca
ouvi... “diga de forma resumida o que pretende, para que eu possa lhe atender”.
Russell e Norving (2004), afirma que a Inteligência Artificial pode ser visto como
sistemas que pensam como seres humanos, onde se busca criar um sistema que passe
pelas mesmas etapas que um ser humano passaria, para resolver problemas e essa
visão giram em torno da ciência cognitiva, que tem a capacidade de se comunicar,
armazenar conhecimento e interpretar dados, utilizando a lógica para a solução dos
problemas.
Outro exemplo está em alguns smartphones. Se seu celular tem um sensor que
faz a adaptação da iluminação do visor, conforme a claridade do ambiente, pronto! Esta
funcionalidade é uma réplica do nosso cérebro, pois a região do lóbulo occipital,
responsável pela visão, faz o mesmo. Basta apagar todas as luzes fechar os olhos, num
primeiro momento não conseguirá ver nada, mas com o tempo se adapta a luminosidade.
Gordilho (2017) nos dá alguns exemplos de como ele já está presente no nosso
dia a dia, um desses é o assistente virtual, que temos no google assistente nos Android,
a Siri do Iphone e a Cortana do Windows, todos eles interagem com o usuário quando
que pede ou diz alguma coisa, interpretando o que foi dito e dando uma resposta quase
instantânea.
O que é comum em ambas as formas de inteligências apresentadas (emocional e
artificial), está relacionada a pensar o sujeito de forma fragmentada apenas por um viés
da condição humana. No entanto, existe uma possibilidade de pensar no humano, pela
sua singularidade não o fragmentando, e sim potencializando esta peculiaridade e
explorando formas de desenvolver suas capacidades, a esta inteligência Harvard
Gardner (2010), denominou como Inteligência Múltiplas ou a Teoria das Múltiplas
Inteligências.
3 A TEORIA DAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS
SAIBA MAIS
Não é só o QI que pode ser mensurado por meio dos Testes de Avaliação
Wechsler (Avaliação WISC ou WAIS), a Inteligência Emocional também pode ser
identificada por meio do MSCEIT(Mayer Salovey Caruso Emotional Intelligence Test) e
as Múltiplas Inteligências pelo MIDAS (Multiple Intelligences Developmental Assessment
Scales).
#SAIBA MAIS#
REFLITA
A capacidade de se colocar no lugar do outro é uma das funções mais importantes
da inteligência. Demonstra um grau de maturidade do ser humano.
Augusto Cury
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E aí, ficou mais fácil entender por que sofremos tanto na escola quando tiramos
uma nota abaixo da média, ou o quando nossos professores precisavam buscar
conhecimento para nos possibilitar um ensino de forma diferente, e que nos atendesse
à nossa singularidade.
Se eles foram educados no modelo tradicional valorizando a nota que resultava
numa percepção de sucesso e potência, onde o número de QI era mais importante, como
vão perceber o sujeito da atualidade pensando numa prática pedagógica que alcance as
Teoria Múltiplas da Inteligências contemplando as suas especificações mais particulares,
num ambiente que ainda necessita problematizar as relações emocionais dos atores que
fazem parte deste cenário.
Se a sociedade perpassa por transformações, junto com ela vem percepções e
olhares diferentes para o mesmo objeto, haja visto que se direciona o olhar conforme o
período histórico e cultural. Foi assim com a inteligência, com o processo de aprendizado
e também com o próprio humano.
A Escola tem o papel de fortalecer e legitimar a prática transformacional, primeiro
em possibilitar espaços adequados para sua aplicação, segundo por formar o professor
de forma inicial ou continuada sobre as práticas pedagógicas, terceiro em elaborar um
planejamento que mencione as múltiplas habilidade e conhecimento desde o conteúdo,
método e processo avaliativo, assumindo assim o local de agente de transformação
pessoal e social.
LEITURA COMPLEMENTAR
Fonte: MARTINS, Beatriz Prado. Inteligências Múltiplas – A teoria na prática da educação infantil. Revista
Científica APRENDER. Disponível em: http://revista.fundacaoaprender.org.br/. Acesso em: 18 ago. 2021.
LIVRO
FILME/VÍDEO
• Título: O Discurso do Rei
• Ano: 2010.
• Sinopse: Desde os 4 anos, George (Colin Firth) é gago. Este é um sério problema para
um integrante da realiza britânica, que frequentemente precisa fazer discursos. George
procurou diversos médicos, mas nenhum deles trouxe resultados eficazes. Quando sua
esposa, Elizabeth (Helena Bonham Carter), o leva até Lionel Logue (Geoffrey Rush), um
terapeuta de fala de método pouco convencional, George está desesperançoso. Lionel
se coloca de igual para igual com George e atua também como seu psicólogo, de forma
a tornar-se seu amigo. Seus exercícios e métodos fazem com que George adquira
autoconfiança para cumprir o maior de seus desafios: assumir a coroa, após a abdicação
de seu irmão David (Guy Pearce).
Link: https://www.youtube.com/watch?v=E2mepjS1-vQ.
REFERÊNCIAS
SILVA, Luiz Carlos Rodrigues da. Teoria das inteligências múltiplas: conhecimento
significativo para uma nova prática avaliativa. Revista internacional de audición y
lenguaje, logopedia, apoyo a la integración y multiculturalidad. v.2, n. 2, p. 106 –
119, abril, 2016. Disponível em:
https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/6940991.pdf. Acesso em: 17 ago. 2021.
Plano de Estudo:
• Inteligência linguística e lógico matemática;
• Inteligência espacial e corpo cinestésico;
• inteligência musical;
• Inteligência interpessoal e intrapessoal.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar os tipos de Inteligências;
• Compreender as características intrínsecas de cada uma;
• Estabelecer a importância da escola no processo de estimulação.
INTRODUÇÃO
Quando criança eu não entendi por que alguns amigos se davam tão bem jogando
bola, enquanto outros adoravam ler e falar em público. Era difícil descobrir o que levava
algumas pessoas a se relacionarem tão bem com os demais, e outros apresentarem
tantas dificuldades em se socializar. Uns se realizavam dançando e fazendo as
coreografias e outros andavam batucando as mesas, cadeiras, portas e etc.
Pois é. Isso é intrigante para muitos professores ainda hoje. Mesmo com Gardner
nos apresentando sua Teoria e mostrando como é possível pensar o sujeito de forma tão
diferente e singular, os ambientes pedagógicos estão aquém de potencializar e
desenvolver as múltiplas inteligências. A causa mais essencial disto se dá na ausência
de formação de professores que estejam relacionados aos aspectos de habilidades
múltiplas e desempenho diferentes. Ainda e espero que por pouco tempo, estamos
padronizando as pessoas e suas habilidades e competências.
Neste momento, você que se tornará um futuro profissional da Psicopedagogia,
terá o privilégio de desvendar com minúcias os tipos de Inteligências, suas
características, personalidades que se enquadram em cada umas, além de relacioná-las
com as estruturas cerebrais, e compreender como proporcionar situações de
desenvolvimento para cada sujeito.
Vamos juntos nessa viagem?
1 INTELIGÊNCIAS LINGUÍSTICA E LÓGICO MATEMÁTICA
Inteligência Linguística
Inteligência Espacial
Inteligência Musical
Inteligência Intrapessoal
Inteligência Interpessoal
Hoje já se discutem outras duas inteligências que são continuidade das propostas
por Gardner, sendo eles a transcendência do humano. I) Inteligência Naturalista: Essa é
definida como a capacidade de distinguir, classificar e utilizar elementos do meio
ambiente, objetos, animais ou plantas; e II) Existência: Ela aborda assuntos como a
formação do mundo, o sentido da vida e questiona a existência humana. Ela está ligada
aos hábitos familiares e suas crenças.
#SAIBA MAIS#
REFLITA
“Cada ser humano tem uma combinação única de inteligência. Esse é o desafio
educativo fundamental”
Howard Gardner.
#REFLITA#
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARTIGO 01
ARTIGO 02
O universo infantil tem sido foco de diversas áreas das investidas científicas.
Neste aspecto a professora Tânia Gomes Ferreira da Costa produziu “Um novo olhar
sobre as Inteligências Múltiplas na Educação Infantil”, investiga a possibilidade de
implementação da proposta pedagógica das Inteligências Múltiplas. A fim de apresentá-
la, a pesquisa propõe uma revisão da literatura acerca desse conceito. Parte-se da
hipótese de que a Teoria das Inteligências Múltiplas reconhece a possibilidade de se
trabalhar com recursos diversos, de forma interdependente, na prática pedagógica. Cada
uma das formas de inteligência podem ser canalizadas para fins diversos e os símbolos
criados por elas acarretam situações de aprendizagem diversas.
Discutir sobre essas formas de inteligência é o objetivo desta proposta. Amparada
por essa teoria, a pesquisa analisará a capacidade intelectual do educando na fase
infantil, visando à estimulação da aprendizagem para o aperfeiçoamento individual e a
integração social de cada um. Propõe-se a compreender a educação no contexto das
inteligências múltiplas que ocorre no ambiente escolar. Contextualiza as Inteligências
Múltiplas como objeto de estudo e de pesquisa e privilegia a sua inserção como proposta
pedagógica. Observa-se a implementação das Inteligências Múltiplas como um processo
em construção, evidenciando a necessidade de mudanças na ação pedagógica do
professor e no projeto político pedagógico da escola.
Leia mais em:
Fonte: COSTA, Tânia Gomes Ferreira da. Um novo olhar sobre as Inteligências Múltiplas
na Educação Infantil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento.
Ano 05, Ed. 05, Vol. 06, pp. 166-176. Maio de 2020. ISSN: 2448-0959. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/novo-olhar, DOI:
10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/educacao/novo-olhar. Acesso em: 13 set. 2021.
LIVRO
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