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CURSO DE PSICOLOGIA
RECIFE
SET. / 2023
O Sistema Nervoso é uma das primeiras partes formadas no corpo. Três semanas após
a fecundação, o cérebro e a medula estão no início de seu desenvolvimento com a formação
da placa neural e do tubo neural. A partir de dois a quatro meses, as células nervosas são
produzidas pelo cérebro até ser desenvolvida a quantidade necessária para nos acompanhar
por toda a vida. No nascimento ainda faltam conexões vitais entre essas células, a partir disso
os aprendizados do bebê vão moldando as estruturas cerebrais, programando o cérebro através
de conexões mais fortes.
O lobo parietal está localizado na parte superior e posterior da cabeça, logo atrás do
lobo frontal. Ele desempenha um papel fundamental na integração sensorial e processa
informações sensoriais de diferentes partes do corpo, incluindo tato, temperatura e dor. Além
disso, o lobo parietal está envolvido na percepção espacial e na orientação. Ele nos ajuda a
construir uma representação mental do ambiente e a navegar por ele. Outra função importante
é a memória de curto prazo, que é fundamental para a retenção temporária de informações.
Além disso, o lobo parietal desempenha um papel crucial na atenção espacial e na linguagem.
Ele nos ajuda a direcionar nossa atenção para objetos ou áreas específicas em nosso campo de
visão e está envolvido na compreensão da linguagem escrita.
O lobo temporal é uma região do cérebro localizada nas laterais, acima dos ouvidos, e
desempenha um papel fundamental em várias funções incluindo a audição, a compreensão da
linguagem, e a memória, pois dentro dele, encontramos a estrutura chamada hipocampo, que
desempenha um papel crucial na formação e recuperação de memórias de longo prazo. Além
disso, o lobo temporal é responsável pelo processamento auditivo. Contém áreas dedicadas à
audição, permitindo-nos perceber sons e compreender a linguagem falada. Isso é facilitado
pela sua conexão com áreas cerebrais responsáveis pela produção da fala e pela interpretação
de informações visuais. Além dessas funções, o lobo temporal está envolvido em processos
emocionais e na regulação das respostas emocionais. Isso se deve à sua relação com a
amígdala, uma estrutura do cérebro que desempenha um papel crucial na avaliação de
estímulos emocionais e na geração de respostas emocionais.
O sistema nervoso periférico (SNP) é uma parte essencial do sistema nervoso humano
que se estende além do sistema nervoso central (SNC), composto pelo cérebro e pela medula
espinhal. Aqui está um resumo do sistema nervoso periférico: 1. Função: O SNP atua como
uma rede de comunicação entre o SNC e o resto do corpo. Ele é responsável por transmitir
informações sensoriais dos órgãos sensoriais para o cérebro e medula espinhal (sensação) e
por enviar comandos motores dos SNC para os músculos e glândulas (movimento e resposta).
2. Componentes: O SNP é composto por nervos e gânglios nervosos. Os nervos são feixes de
fibras nervosas que conectam órgãos, músculos e tecidos ao SNC. Os gânglios nervosos são
aglomerados de corpos celulares de neurônios localizados ao longo dos nervos. 3. Divisões: O
SNP é dividido em duas principais subdivisões: - SNP somático: Controla movimentos
voluntários, transmitindo informações sensoriais do corpo para o SNC e comandos motores
do SNC para os músculos esqueléticos. - SNP autônomo (ou vegetativo): Controla funções
involuntárias, como frequência cardíaca, digestão e respiração. É subdividido em sistema
simpático (ativação) e sistema parassimpático (relaxamento). 4. Funcionamento: O SNP
somático utiliza um único neurônio motor para transmitir sinais do SNC para os músculos
esqueléticos. O SNP autônomo utiliza dois neurônios (pré-ganglionar e pós-ganglionar) para
regular funções involuntárias. 5. Resposta a Estímulos: O SNP permite que o corpo responda
a estímulos do ambiente, como calor, dor, pressão e luz. Ele também regula funções
automáticas, como a pressão arterial e a digestão. Em resumo, o sistema nervoso periférico
desempenha um papel crucial na comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e o resto do
corpo, permitindo a percepção sensorial e o controle motor, além de regular funções
autônomas essenciais para a sobrevivência.
Os neurônios formam uma rede interconectada que transmite informações por meio de
impulsos nervosos, que são correntes elétricas que percorrem a célula. A transmissão desse
impulso ocorre quando a membrana do neurônio sofre despolarização, resultando na saída de
íons Na+ (sódio) a cada dois íons K+ (potássio) que entram, um processo chamado de bomba
de sódio e potássio. Esse estímulo gera uma onda de despolarizações e repolarizações que se
propaga ao longo da membrana do neurônio. Os dendritos conduzem o impulso em direção ao
corpo celular, enquanto o axônio o conduz em direção às suas extremidades, em uma única
direção. A velocidade de propagação do impulso nervoso na membrana de um neurônio varia
de 10cm/s a 1m/s. A rápida propagação dos impulsos nervosos é possível devido à presença
da bainha de mielina que envolve as fibras nervosas. Essa bainha consiste em camadas
concêntricas de membranas plasmáticas de células da glia, incluindo células de Schwann e
oligodendrócitos, que atuam como isolantes elétricos e aceleram a condução dos impulsos
nervosos.
Há uma região entre os neurônios onde ocorre a transmissão do impulso nervoso por
meio de neurotransmissores é conhecida como sinapse. A fenda entre as membranas das
células envolvidas é chamada de fenda sináptica. A membrana do axônio que origina o sinal e
libera vesículas contendo neurotransmissores na fenda sináptica é chamada de pré-sináptica.
Por outro lado, a membrana que recebe o estímulo por meio dos neurotransmissores é
chamada de pós-sináptica. A sinapse desempenha um papel fundamental na comunicação
entre neurônios e na transmissão de informações para células musculares ou glandulares.
LOBOTOMIA
A lobotomia é uma técnica médica desenvolvida no século XX, com o objetivo de tratar
doenças mentais graves. Envolve a remoção ou destruição de partes do cérebro, geralmente
por meio de um procedimento cirúrgico. Havia algumas técnicas diferentes de lobotomia, mas
a mais conhecida foi a lobotomia pré-frontal, desenvolvida pelo neurocirurgião português
António Egas Moniz e pelo médico Walter Freeman, nos Estados Unidos. Essa técnica
envolvia a inserção de um objeto cortante através dos crânios, geralmente via buracos
perfurados nos crânios, e a desconexão ou destruição das fibras nervosas que conectam a parte
frontal do cérebro (o córtex pré-frontal) a outras áreas do cérebro, em outras palavras,
cortavam os nervos que ligam o lobo frontal ao tálamo, convictos de que o tálamo era
responsável pela origem das emoções humana e que os sintomas associados às doenças
mentais eram resultado de impulsos nervosos que saíam do tálamo para os lobos frontais.
Logo após a segunda guerra mundial, Freeman sentiu a necessidade de simplificar a técnica
para que alcance mais pessoas, surgindo, a partir de então, a lobotomia transorbital. Nesta,
eram usadas máquinas de choques eletroconvulsivos para manter o paciente em estado de
inconsciência, o que durava um curto período de tempo. Após isso, os enfermeiros tampava a
boca e o nariz do doente, enquanto o médico levantava as pálpebras do mesmo e introduziu
um objeto nomeado de "picador de gelo", utilizava a ajuda de um martelo para penetrar o
cérebro, movendo o objeto de um lado para o outro, fazendo com que atingisse os lobos
frontais, então, eles o retiravam. Essa cirurgia durava de 3 a 4 minutos, com ela Watson
Freeman conseguiu alcançar grande números de operações realizadas, mas começou a ser
visto de forma diferente, por alguns profissionais e familiares de seus pacientes.
" Ele se baseava nessa visão terrivelmente rude e simplista do cérebro, que o via como um
mecanismo simples no qual você poderia colocar coisas. A ideia era que pensamentos
obsessivos e angustiantes giravam e giravam e, ao interromper o circuito, era possível parar
esses pensamentos" , explica o neurocirurgião e escritor Henry Marsh. " Na verdade, o
cérebro é absolutamente complicado e nem começamos a entender como tudo está
interligado." Acrescenta. Moniz afirmou que os seus primeiros 20 pacientes tiveram uma
grande melhora, e o jovem neurologista americano, Walter Freeman, ficou muito
impressionado. Com seu parceiro colaborador, James Wattes, realizou a sua primeira
lobotomia nos Estados Unidos em 1836, e no ano seguinte no jornal americano The New York
Times se referiu a operação como uma nova cirurgia de alma, mas no início o procedimento
era complicado e muito demorado.
Ele tinha o objetivo de tornar a lobotomia mais rápida e barata. Em 1946 ele concedeu a
lobotomia transorbital. Com o sucesso de procedimento brutal, Freeman dirigiu pelos Estados
Unidos durante as longas férias de verão para realizar as suas lobotomias com picador de
gelo, às vezes levando seus filhos com ele. Embora esse recurso fosse apenas para ser
utilizado como um último recurso, quando todos os outros tratamentos falharem, Freeman
começou a promover a lobotomia como a cura para tudo, a doença mentais graves, a
depressão pós parto, fortes dores de cabeça, dor crônica, indigestão nervosa, insônia e
dificuldades comportamentais. Muitos pacientes e suas famílias ficaram muito gratos a
Freeman, chegando a encher a caixa de correio do mesmo com muitas cartas de
agradecimento, e cartões de Natal. Mas em outros casos, foram desastrosos, os pacientes
começaram a apresentar recaídas e os mesmos eram submetidos a novas cirurgias, às vezes
por duas ou três vezes. Ainda nesse período, o médico surge com a ideia de operar os
indivíduos ainda conscientes e se guiava pelas suas reações. Muitas vezes, Walter pedia que
fizessem tarefas mentais enquanto eram lobotomizados, como contar até 100, dizer nomes de
políticos e cantar.
Rosemary Kennedy, irmã do futuro presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, que
ficou com incontinência e incapaz de falar, após uma lobotomia aos 23 anos. Rosemary
precisou fazer essa lobotomia, pois desde pequena apresentava dificuldades no aprendizado, e
quando foi crescendo se tornou um pouco agressiva, os pais com medo que a irmã
atrapalhasse o caminho político do seu irmão, John F. Kennedy, decidiram fazer uma
lobotomia. Ao longo de sua carreira Freeman realizou lobotomia em mais 3 mil pacientes,
incluindo 19 crianças, a mais nova tendo apenas 4 anos de idade.
A lobotomia não era apenas utilizada para casos de problemas mentais, esse procedimento
também era feito em mulheres que tinha um comportamento temperamental, pois naquela
época não se tinha consciência de que a mulher produzia bastante hormônio, e que de alguma
forma aquilo afetava o seu humor, naquela época era visto com algo fora de ética, então elas
eram expostas a fazer isso.
Da mesma forma que pessoas LGBT eram diagnosticadas com transtornos de apego, que
significa que o paciente estava apegado a desejos eróticos e sexuais inadequados. Os médicos
acreditavam que o uso de choque elétrico e perfuração no crânio podiam modificar o
comportamento e levar a heterossexualidade e a recuperação. A promulgação da lei da saúde
mental de 1983 introduziu controles mais rígidos e mais supervisão. Hoje as operações psico
cirúrgicas raramente são realizadas. A lobotomia teve seus críticos desde o início, mas a sua
oposição foi ficando cada vez mais forte à medida que os seus resultados ficaram aparentes.
Descobriu que Walter Freeman, que inicialmente alegava uma taxa de sucesso de 85% , tinha
na verdade uma taxa de mortalidade de 15% e quando os médicos investigaram os resultados
de seus pacientes descobriu que, apenas um terço havia experimentado melhora, enquanto o
outro terço estava pior.
"A lobotomia não era menos sutil do que um tiro na cabeça."
Disse um ex defensor da lobotomia dos Estados Unidos.
15 anos atrás médicos e familiares das vítimas que passaram pela lobotomia fizeram uma
campanha para que Walter Freeman perdesse o seu prêmio Nobel, mas infelizmente esse
pedido foi negado depois que a lobotomia foi vista como algo terrível, logo foi abolida, e
pacientes bipolares, depressivos, hiperativos, ou crianças desobedientes, passaram a utilizar
remédios tarja preta.
As áreas anatômicas afetadas pela lobotomia são principalmente as partes frontais do cérebro,
incluindo o córtex pré-frontal. O córtex pré-frontal é responsável por funções cognitivas
superiores, como tomada de decisões, planejamento, controle de impulsos, empatia e
comportamento social. Ao remover ou desconectar essa região, os pacientes muitas vezes
obtiam alterações significativas em seu comportamento e personalidade. Depois da lobotomia
alguns deles apresentavam comportamentos semelhantes ao de crianças, tendo até que
reaprender a caminhar, assim como, a perda de memória, do intelecto superior e da
capacidade de ler e escrever. A inatividade dessas práticas estão associadas aos impactos da
cirurgia agindo diretamente nos giros do lobo frontal, além disso, a lobotomia também
implicava em efeitos colaterais fisiológicos graves, incluindo aumento da temperatura
corporal, vômitos, incontinência urinária e intestinal e problemas oculares, além de apatia e
letargia
No Brasil, grande parte das lobotomias aconteceu na cidade de Barbacena, em Minas Gerais,
que em 1903 chegou a ser apelidada de “Cidade dos Loucos”, por conta da inauguração de
sete instituições psiquiátricas. A mais famosa delas foi o Hospital Colônia. No entanto, 70%
dos internados não apresentavam simplesmente nenhum registro de doença mental.
SILVERTHORN, A.C. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. 7° edição. São Paulo:
Ed. Artmed, 2017.
http://bio-neuro-psicologia.usuarios.rdc.puc-rio.br/assets/livro_sem_exercicios.pdf
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/estruturas-encefalo-suas-funcoes.htm
https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/sistema-nervoso-central.htm
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https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/tecido-nervoso.htm#:~:text=O%20tecido%20nerv
oso%20%C3%A9%20composto,c%C3%A9lulas%20da%20neur%C3%B3glia%20ou%20glia
.
https://www.todamateria.com.br/sinapses/
https://www.significados.com.br/sinapse/