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Princípios da Neurociência
Ellen Balielo Manfrim
Introdução
A neurociência é a área que estuda o sistema nervoso de forma
detalhada. Seu objetivo principal é compreender a mente e entender como o
encéfalo, também conhecido como cérebro, participa na formação, ou melhor,
na produção de comportamentos.
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dinamitando rochedos para abrir espaço para a construção de uma estrada de
feno, mas foi traído por um descuido. Gage colocou a pólvora no buraco
cavado, mas esqueceu de jogar areia sobre a pedra e a pólvora para evitar o
atrito. Ao pressionar a pólvora com uma barra de ferro, o atrito gerou uma
faísca, que resultou numa explosão: a barra de ferro voou e perfurou o rosto de
Gage, entrando pela bochecha esquerda e saindo pela região superior direita
da cabeça. Apesar dos danos sofridos, ele recebeu alta em bom estado físico
após 3 meses de internamento. Porém seu comportamento nunca mais foi o
mesmo: passou a ter um comportamento hostil, violento, arruaceiro, falava
palavras inapropriadas, arrumava brigas constantemente, o que o levou a ser
demitido do seu emprego e marginalizado socialmente. Seu caso foi
amplamente estudado na época, mas a contribuição foi mais a nível de história
do que da neurociência. Contudo, o caso de Phineas Gage exemplifica a
importância que o encéfalo tem sobre o comportamento humano. E a
neurociência se debruça sobre o estudo do comportamento, da mente,
relacionando-os ao encéfalo.
Como dizia Hipócrates, “para entender a mente, é necessário primeiro
conhecer o encéfalo”. Hoje, sabemos que tão importante quanto estudar o
encéfalo, é estudar as circuitarias neurais e suas ligações, e entender como as
mudanças moleculares a nível de neurônios modificam o nosso
comportamento.
E para entender um mais sobre isso, precisamos retomar alguns
conceitos básicos da neurociência. Como dito anteriormente, a neurociência
estuda o sistema nervoso. Os primeiros registros relacionados ao sistema
nervoso datam de XVII a.C. e são símbolos retirados de um papiro cirúrgico
onde haviam registros de sintomas, diagnósticos e prognósticos de pacientes
com fraturas ósseas do crânio. Esse papiro está na sala de livros raros, da
Academia de Medicina de Nova Iorque.
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Introdução à Neurociência
A neurociência é uma ciência interdisciplinar que estuda os aspectos
moleculares, celulares, de desenvolvimento, estruturais, funcionais, evolutivos
e médicos. Embora seja considerada um ramo da biologia, ela colabora e
fornece informações para outras áreas como a educação, a química, a
engenharia, antropologia, linguística, psicologia, medicina e outros campos.
Seu objetivo, como falamos anteriormente, é entender a mente. Ou seja,
como nós agimos, como percebemos, como aprendemos, enfim, como essas
funções tão complexas são realizadas pelo cérebro humano. De forma
simplista, a neurociência objetiva entender o comportamento humano através
da compreensão de células nervosas individuais.
De maneira simples: a neurociência compreende 5 disciplinas:
• Neurociência Molecular: Estuda a importância funcional das moléculas;
• Neurociência Celular: Estuda as células que compõem o Sistema Nervoso,
suas estruturas e suas funções;
• Neurociência Sistêmica: Regiões do Sistema Nervoso, ou seja, a
neuroanatomia;
• Neurociência Comportamental: Explica as capacidades
mentais que produzem comportamentos;
• Neurociência Cognitiva: Capacidades mentais mais complexas,
como linguagem e memória.
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Historicamente, sempre houve dois grandes grupos de discussão dentro
da neurociência:
• Globalistas: Acreditavam que o Sistema Nervoso era responsável, de forma
inteira, por todas as funções;
• Localizacionistas: Acreditam que diferentes áreas do cérebro eram
responsáveis por diferentes funções e que todas as capacidades mentais
vinham do Sistema Nervoso.
Sistema Nervoso
O SN é um dos 11 sistemas do organismo, caracterizado por um
conjunto de estruturas integradas que desempenha funções específicas e
vitais. Ele é formado por células (neurônios e células da glia).
O SN desempenha diversas funções e age junto com o sistema
endócrino para regular funções corporais. Mas basicamente o SN exerce
função motora (contração muscular), sensitiva (recebe informações),
moduladora (seleciona estímulos), associativa e psíquica. O SN sensorial, por
exemplo, recebe estímulos internos e externos, integra, analisa, armazena e
decide como usar esses estímulos, produzindo uma resposta.
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De forma simplificada, podemos dizer que o SN tem duas grandes
funções:
• Manutenção da Homeostase: Pressão arterial, temperatura, glicemia e
volemia.
• Geração de Comportamentos Diversos: Reflexos, alimentares, de
defesa, fuga, sono.
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Portanto, o desenvolvimento do cérebro e do SN como um todo começa
a partir da segunda semana de gestacional, num processo pelo qual o
ectoderma forma a placa neural. Essa placa neural começa a se aprofundar e,
entre a 3ª e 4ª semana de gestação, dará origem ao tubo neural. O tubo neural
dará origem aos elementos do Sistema Nervoso Central (cérebro, cerebelo,
tronco encefálico e medula espinhal), enquanto as cristas neurais darão origem
ao Sistema Nervoso Periférico (nervos espinhais e cranianos, gânglios
espinhais).
A primeira parte que se fecha no tubo neural é a central, depois a parte
superior, seguida da inferior. O neuróporo rostral dará origem ao encéfalo,
enquanto o caudal à medula espinhal.
O neuróporo caudal cresce em comprimento e espessura. O neuróporo
rostral dilata e se divide em 3 estruturas (prosencéfalo, mesencéfalo e
rombencéfalo). O prosencéfalo formará os elementos anteriores, o
mesencéfalo formará os elementos da região média e o rombencéfalo formará
os elementos da região posterior.
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constituindo o córtex (cerebral e cerebelar); o tronco encefálico constitui a
porção segmentar, cuja característica anatômica é possuir a substância
cinzenta disposta centralmente, e a branca perifericamente, como na medula
espinhal.
Já o SNP é composto por nervos e gânglios nervosos. Suas
ramificações originam-se da porção segmentar do SNC. Os nervos são
chamados de cranianos quando são oriundos do encéfalo, e de espinhais
quando são oriundos da medula espinhal.
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Já o SN Visceral, aquele que controla o meio interno, também tem via
aferente, isto é, recebe informações da periferia, porém sua porção eferente
(motora) é conhecida como SN Autônomo, pois controla de forma involuntária
toda a parte motora dos músculos lisos (ex.: peristaltismo que controla a
digestão, músculo cardíaco, secreção gandular etc.).
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Referências Bibliográficas
MOORE, K.L.; Persaud, T.V.N.; Torchia, M.G. Embriologia Clínica. 9ªed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2013.
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