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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

AMANDA LOPES RODRIGUES

A ANALISE DO COMPORTAMENTO APLICADA E SEUS


RESULTADOS NO ATRASO DO NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E
EM ADOLESCENTES

GOIANIA
2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

AMANDA LOPES RODRIGUES

A ANALISE DO COMPORTAMENTO APLICADA E SEUS


RESULTADOS NO ATRASO DO NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E
EM ADOLESCENTES

Trabalho de conclusão de
curso apresentado como
requisito parcial à
obtenção do título
especialista em Análise
do Comportamento
Aplicada (ABA)

GOIANIA
2023
A ANALISE DO COMPORTAMENTO APLICADA E SEUS
RESULTADOS NO ATRASO DO NEURODESENVOLVIMENTO INFANTIL E
EM ADOLESCENTES

Amanda Lopes Rodrigues1,

Declaro que sou autora¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que
o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído,
seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas
consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados
resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste
trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou
violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de
Serviços).

RESUMO- Introdução: ABA (Applied Behavior Analysis), Análise do Comportamento


Aplicada, é uma abordagem psicológica capaz de promover comportamentos desejados, como
a interação social, bem como a redução dos comportamentos problemáticos como as
explosões agressivas. Foi apresentada inicialmente pelo psicólogo Skinner entre 1904 a 1990.
Objetivo: Investigar os resultados terapêuticos da abordagem ABA em crianças com atraso do
neurodosenvolvimento no contexto clínico. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da
literatura, realizada nas bases de dados: ScieLo (Scientific Eletronic Library Online) PubMed
(Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
Periódico Capes, Periódicos CAPES e por buscas manuais no Google Acadêmico.
Resultados: 39 estudos foram encontrados nas três bases de dados e na literatura cinzenta.
Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, leitura dos resumos e dos artigos na
íntegra, ficaram elegíveis para a realização da pesquisa o total de 10 estudos. Conclusão: Os
estudos corroboram que a abordagem ABA é uma técnica promissora para o desenvolvimento
do aprendizado e do comportamento adequado em crianças com atraso do
neurodesenvolvimento. Observou-se por meio dessa pesquisa que o maior público atendido
por meio dessa abordagem são as crianças com autismo. Portanto faz-se necessário utilizar
dessa metodologia terapêutica para o desenvolvimento da interação, do comportamento e do
aprendizado.

PALAVRAS-CHAVE: Análise do Comportamento Aplicada. Resultados. Efeitos. Deficiência.


Contribuições.

1 mandylpr33@gmail.com
4

1. INTRODUÇÃO

Análise do Comportamento Aplicada (Applied Behavior Analysis;


abreviando: ABA) é a abordagem psicológica pautada na filosofia do
Behaviorismo Radical que foi inicialmente apresentada pelo psicólogo Skinner
entre 1904 a 1990, e que posteriormente foi desenvolvida pela comunidade de
analistas do comportamento. Estudiosos como Ivan Pavlov, John B. Watson e
Edward Thorndike, também foram considerados os pioneiros nas pesquisas e
descobertas do Behaviorismo (STRAPASSON & DITTRICH, 2018; LEAR,
2004).
A análise do comportamento pressupõe que é imprescindível conhecer
as variáveis que mantém os comportamentos considerados inadequados. Após
a aquisição desse conhecimento, é importante buscar alternativas para o
desenvolvimento e manutenção do comportamento adequado. (IWATA et
al.,1994)
Portanto o analista do comportamento deve identificar quais são as
habilidades básicas do indivíduo com o ensino da comunicação de maneira
funcional e com o reforçamento positivo e não através de métodos tais como
coerção e punição. (TAYLOR & MCDONOUGH, 1994; BRANDÃO, 1999)
A abordagem ABA caminha há mais de 50 anos rumo ao
desenvolvimento científico e de maneira contínua. Os programas estão em
constante mudança juntamente com o analista do comportamento. Visando na
melhor maneira e de forma mais efetiva na transformação dos repertórios
comportamentais individuais. O ensino de novas habilidades e a eliminação
dos comportamentos indesejáveis, servem como objetivos para serem
alcançados. (KENYON & MIGUEL, 2001)
A maioria dos tratamentos utilizam os princípios da abordagem ABA
para o desenvolvimento social. Pois é capaz de promover comportamentos
desejados, como a interação social, bem como a redução dos comportamentos
problemáticos como as explosões agressivas. (BERNIER; DAWSON & NIGG,
2021)
5

A teoria de Skinner baseia-se na ideia de que o aprendizado ocorre em


função de mudança no comportamento manifesto. As mudanças no
comportamento são o resultado de uma resposta individual por meio de
estímulos produzindo uma consequência. Quando uma resposta é reforçada ou
recompensada, o indivíduo é condicionado a reagir, esse método é chamado
de condicionamento operante, onde é empregado recompensas e punições
para o comportamento. Portanto a característica que distingue o
condicionamento operante em relação às formas anteriores de behaviorismo é
que o organismo pode emitir respostas, em vez de só obter respostas devido a
um estímulo externo. Sendo assim o reforço é o elemento chave na teoria dos
estímulos conforme Skinner. Um reforço é qualquer coisa que fortaleça a
resposta desejada. Pode ser um elogio verbal, uma boa nota, um sentimento
de realização ou satisfação crescente. A teoria também cobre reforços
negativos, como uma ação que evita uma consequência indesejada. (VELOSO;
TONET; DITTRICH, 2018)
Essa pesquisa visa expor a relevância da ciência ABA no
desenvolvimento do comportamento, da aprendizagem e da linguagem em
crianças que necessitam desse tipo de intervenção. O estudo propõe destacar
os resultados terapêuticos que essa abordagem pode favorecer em crianças
com atraso do neurodesenvolvimento.
Foram realizadas as análises das abordagens propostas nos estudos, e
identificadas as informações que foram direcionadas aos conceitos e
resultados da abordagem ABA em sua prática clínica.
O objetivo dessa pesquisa foi investigar os resultados terapêuticos da
abordagem ABA em crianças com atraso do neurodosenvolvimento no contexto
clínico. Os objetivos específicos foram: identificar as técnicas e explicitar os
resultados terapêuticos dessa abordagem.
7

2. MÉTODO

Trata-se de uma revisão integrativa com abordagem metodológica ampla


que permite a inclusão de diversos métodos de pesquisas para discussão de
seus resultados (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008) e de estudos
experimentais e não-experimentais (WHITTEMORE & KNAFL, 2005) que
proporciona análise ampla e síntese de conhecimentos para aplicabilidade de
resultados na prática clínica.
Os artigos que compõem esse estudo foram pesquisados por meio da
busca de periódicos indexados nas bases de dados: ScieLo (Scientific Eletronic
Library Online) PubMed (Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos),
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Periódicos CAPES e por buscas manuais
no Google Acadêmico.
Os descritores foram: Analise do comportamento aplicada, resultados,
efeitos, deficiência, contribuições e seus correspondentes em inglês: result;
effects; deficiency; contributions. Foram utilizados os operadores booleanos
AND e OR para combinar os termos e NOT para exclusão de estudos que não
condiziam com os objetivos e critérios de inclusão e exclusão desta pesquisa.
Os critérios de inclusão foram estudos que fossem no contexto clínico,
em crianças e adolescentes com atraso no neurodesenvolvimento, como o
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), Deficiência Intelectual (DI), entre
outros. Também foram inclusos artigos em português e inglês dos últimos 10
anos, entre 2013 a 2023.
Os critérios de exclusão foram pesquisas que citaram a coleta de dados
realizadas em adultos e/ou que não especificaram a faixa etária em crianças e
adolescentes. Também pesquisas com mais de 10 anos, estudos que não
elencaram o contexto clínico, estudos com enfoque apenas no contexto escolar
e/ou domiciliar, bem como também os estudos que empregaram técnicas
similares e que não utilizaram a abordagem ABA como foco principal na
pesquisa.
8

3. RESULTADOS

Na busca pelos descritores, 39 estudos foram encontrados nas três bases


de dados e na literatura cinzenta. Após a aplicação dos critérios de inclusão e
exclusão, leitura dos resumos, e dos artigos na íntegra, ficaram elegíveis para
a realização da pesquisa o total de 10 estudos, sendo 1 revisão integrativa, 2
de revisões sistemáticas, 1 relato de caso, 1 retrospectivo, 1 retrospectivo
observacional, 1 exploratório, 1 pesquisa em campo observacional e 1 coorte
prospectiva.
Os resultados foram resumidos por meio de um quadro contendo
informações sobre autores, título, revista e ano de publicação; área da saúde
em que foi publicado o estudo; objetivos; método; principais resultados e
conclusão. No item descrito como área da saúde contida no quadro, três
artigos foram publicados na área da psicologia, um da educação e um sobre
design. Dois artigos foram publicados com mais de uma especialidade sendo a
psiquiatria, nutrição com a área das políticas públicas, e o outro com as
especialidades como nutrição, psicologia e educação. Três artigos não
especificaram a área da saúde.
O estudo de Varella & Souza (2014) consistiu em uma revisão da
literatura empregada no tratamento por meio da tentativa discreta com o uso da
vídeo modelação, podendo atingir qualquer público intervencionista como:
profissionais ABA, terapeutas treinados e não treinados na ABA, estudantes,
cuidadores, familiares e outros. As buscas nas bases de dados resultaram em
86 artigos e que após uma rígida seleção, apenas 7 artigos ficaram como
elegíveis. Todos os programas de treinamento utilizados no estudo incluíram o
treino dos componentes, apresentação dos materiais, fornecimento de
instruções, fornecimento de ajuda, reforçamento das respostas corretas e
registro dos dados corretamente. Os autores concluíram que programas de
treinamento com a vídeo modelação podem ser uma estratégia de baixo custo,
utilizada por profissionais com ou sem o conhecimento ABA, bem como
também, por familiares e cuidadores.
O estudo de Assunção (2014) foi realizado com duas crianças. Ambas
com 7 anos de idade, com diagnóstico de Síndrome de Kanner e que
receberam a intervenção ABA num total de 100 horas mensais durante 3 anos.
9

Os autores conseguiram registrar a melhora da pontuação no decorrer desse


período nessas crianças por meio do instrumento de avaliação chamado de
VB-MAPP (Verbal Behavior Milestones Assessment and Placement Program)
na sigla inglês, em português (Avaliação de Marco do Desenvolvimento e
Programa de Nivelamento), que é um protocolo feito para oferecer um
levantamento de uma amostra demonstrativa das habilidades verbais e
relacionadas da criança. Segundo o estudo de Sundberg (2008) esse protocolo
de avaliação dos comportamentos sociais e de linguagem para crianças com
autismo ou atrasos similares, contribui na determinação de quais desses
comportamentos estão em atraso. Foi também importante considerar a análise
skinneriana de comportamento verbal (FARIAS & ELIAS (2020). Os autores
observaram melhora nas aquisições de competências relativas aos operantes
verbais e ganhos no desenvolvimento da linguagem com a utilização do
sistema PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Picture
Exchange Communication System) que foi desenvolvido nos EUA por Lori
Frost e Andy Bondy em 1985, usado pela primeira vez com alunos de pré-
escola diagnosticadas com autismo (WALTER, 2017). O estudo concluiu que a
ciência ABA analisa os comportamentos que estão em déficit ou em excesso,
buscando verificar o que cada indivíduo precisa para aprender e ser bem
sucedido nas habilidades comunicativas e acadêmicas; baseadas num ensino
por Tentativas Discretas ou Ensino Sequencial de forma intensiva. Sendo
assim, é possível que qualquer indivíduo possa se desenvolver e assim
melhorar a qualidade de vida.
Linstead et al. (2017) abordaram um estudo contendo um grupo de
2.471 crianças, resultando numa amostra de 1.468 participantes obedecendo
os seguintes critérios: ter entre 18 meses a 12 anos de idade, receber pelo
menos 20 horas de tratamento ABA por mês e completar pelo menos um mês
de tratamento. Os participantes tinham diagnóstico de TEA e transtorno
invasivo do desenvolvimento sem outra especificação pelo médico e a
intervenção foi cerca de 36 meses. Esse estudo dividiu em oito domínios
curriculares, tais como acadêmico, adaptativo, cognitivo, função executiva,
linguagem, sistema motor, jogo e habilidades sociais. Segundo esse estudo os
domínios que impactaram grandemente foram o acadêmico e o da linguagem.
Os autores concluíram que a terapia ABA pode atribuir efeitos positivos em
10

crianças com TEA. Ressaltaram que pesquisas futuras devem levar em


consideração esses domínios e utilizar como critério avaliativo e de forma
padronizada. Pesquisadores devem identificar outros fatores específicos da
criança como sexo, idade, e assim por diante. Também é importante que tenha
a supervisão dos atendimentos, juntamente com a realização das orientações
para as famílias. Pois assim é possível prever maiores resultados positivos do
tratamento.
Silva & Guimarães (2018) também realizaram um estudo baseado na
intervenção com jogos digitais como recurso terapêutico em crianças com TEA.
O estudo propôs a criação do um jogo, podendo ser utilizado em tablets ou
smartphones e com a utilização do programa TEACCH (Tratamento e
Educação para autistas e crianças com Dificuldade de Comunicação) de
autoria de MESIBOV; SHEA; SCHOPLER (2004).
As ferramentas utilizadas ao longo da produção do jogo digital foram os
softwares Adobe Photoshop CC versão 2018, da Adobe, para esboços,
elaboração de protótipos de telas, o Unity 3D da Unity Technologies para
programação do jogo. As atividades foram estruturadas em níveis de trabalho
que consistiu em cinco fases com tarefas distintas para cada nível e
sequenciadas de modo que permitisse a progressão da dificuldade. A pesquisa
foi realizada em uma clínica particular localizada no Maranhão e voltada para a
abordagem ABA. Houve a participação de 5 indivíduos com TEA com a idade
entre 4 a 14 anos. A pesquisa foi dividida em duas etapas, sendo elas:
levantamento das habilidades motoras; cognitivas e acadêmicas, por meio de
um protocolo aplicado pelo terapeuta. Segundo o estudo a maioria dos
participantes obtiveram boas pontuações e foram considerados como
participantes com habilidades mais desenvolvidas. Em contrapartida as duas
menores notas apresentadas no estudo, corresponderam aos indivíduos que se
encontraram no último nível, ou seja, se referiu ao nível de trabalho mais baixo.
Foi verificado se as fases concluídas estavam apresentando uma exigência de
dificuldade compatível com o nível de trabalho, onde foi calculado a média de
tempo que cada participante demorou para completar as fases. Ao analisar os
resultados, percebe-se a importância de um jogo digital para o
desenvolvimento infantil, proporcionando a aprendizagem de conteúdos de
11

forma didática, criativa, maior qualidade de vida, maior autonomia e


independência dentro de um contexto de inclusão social.
Yu et al. (2020) realizaram um estudo com 14 ensaios clínicos
randomizados, com a participação de 555 participantes, sendo 278 do grupo
controle e 277 do grupo experimental. As idades foram entre 6 a 102 meses
com diagnóstico de TEA. A duração de cada sessão foi de 30 a 120 minutos e
a duração da intervenção variou entre 2 a 36 meses. De acordo com as
características e comportamento das crianças autistas, este estudo sugeriu por
meio dos resultados encontrados pelos autores como, o da socialização, da
comunicação e da linguagem expressiva, que as intervenções baseadas em
ABA, podem ser promissoras para o desenvolvimento das crianças com TEA.
Segundo o estudo, houve a coleta de dados sinalizando intervenções tanto
ABA, como a ESDM (Early Start Denver Model,) conhecido como modelo
Denver de Intervenção Precoce em Crianças com Autismo. ROGERS &
DAWSON (2014)
O PECS e o DDT (Discrete Trial Training) que é um método onde as
habilidades são divididas em etapas distintas e depois ensinadas por meio de
testes massivos. (WALTER, 2017; SONJA, 2018) Porém não puderam
compará-las devido a pequena quantidade de estudos disponíveis,
ocasionando na limitação na pesquisa dos autores. São necessárias pesquisas
rigorosas para a determinação das competências de tais intervenções.
Ho; Perry; Koudys (2020) realizaram uma revisão sistemática referente
as intervenções analíticas comportamentais em crianças com DI, com idade de
0 a 8 anos e sem diagnóstico de TEA. O processo de revisão resultou em 49
estudos avaliados em cinco dimensões de qualidade metodológica com base
na Escala de Avaliação de Mérito Científico desenvolvido pelo Centro Nacional
de Autismo (NAC). Segundo os autores, esta é a primeira revisão sistemática
abrangente que avaliou e resumiu a base de evidências para essas
intervenções pela NAC (2009). Afirmam também que embora o estudo tenha
sido limitado, pode contribuir para o desenvolvimento de habilidades em
crianças com DI, nos domínios da comunicação, resultados adaptativos, pré-
acadêmicos e acadêmicos. Os autores ressaltam a necessidade de pesquisas
rigorosas para o melhor entendimento dessa intervenção nesse público.
12

Barcelos et al. (2020) realizaram uma revisão da literatura para melhor


entendimento da abordagem ABA em indivíduos com TEA. Os autores
destacaram apenas 10 dos 30 artigos encontrados para a pesquisa.
Conseguiram realizar o levantamento que a terapia ABA é voltada não apenas
para indívduos com TEA e sim para todos que possuem atraso do
neurodesenvolvimento. Ressaltaram também que a abordagem ABA
atualmente é a mais indicada para indivíduos com autismo e que pode intervir
diretamente no comportamento e no processo de aprendizagem. Frisaram que
com a análise dos materiais para a realização desta revisão é notável a
necessidade de mais estudos relevantes e com critérios claros de avaliação
dos resultados.
Ozsahin et al. (2021) com o desejo de ajudar terapeutas, pais,
instituições de saúde e pesquisadores, os autores realizaram um estudo para
selecionar a melhor técnica terapêutica para o manejo do TEA utilizando o
método de organização de classificação de preferência difusa para avaliação
de enriquecimento, em inglês, Preference Ranking Organization Method for
Enrichment Evaluation (PROMETHEE), juntamente com a Técnica de
Preferência de Ordem por Similaridade com a Solução Ideal, em inglês,
Technique for Order Preference by Similarity to Ideal Solution (TOPSIS), com a
otimização multicritério, solução de compromissos e métodos de tomada de
decisão multicritério fuzzy, ou seja para tomada de decisão em cenários de
incerteza, baseada na teoria dos conjuntos fuzzy da matemática, ou Multi-
criteria decision-making (MCDM). Esses métodos ou técnicas servem para
ajudar os profissionais a comparar e fazer melhores alternativas. Segundo o
estudo os autores definiram que as terapias preferidas foram a ABA, a terapia
cognitiva comportamental e a fonoaudiologia. Enquanto que a terapia
farmacológica com risperidona e aripiprazol foram as alternativas menos
eficazes segundo o estudo. Os autores finalizam o estudo mencionando a
importância de outras abordagens com o método (MCDM) e que podem ser
usadas para comparação em estudos futuros, pois a aplicação desse método
na avaliação em pacientes com TEA, pode contribuir para um processo de
tomada de decisão mais eficaz para os terapeutas e assim resultar no melhor
manejo durante as intervenções.
13

Silva et al. (2023) realizaram um estudo observacional incluindo 16


crianças com TEA e que receberam o tratamento ABA em uma clínica
terapêutica em São Paulo, com dados mensurados por software de inteligência
ativa em ABA, durante 12 meses com melhora das habilidades ao longo do
período observado. Portanto segundo a análise geral desse estudo, todas as
crianças conseguiram completar pelo menos duas atividades de maneira
independente. As habilidades acadêmicas foram as que as crianças
conseguiram mais realizar de forma independente seguidas das atividades de
vida diária. Contudo, segundo o estudo, a ciência ABA contribuiu que crianças
com TEA pudessem realizar de forma independente a maioria das atividades
propostas.
Fonseca & Schirmer (2020) realizaram um estudo no período entre
agosto de 2018 a novembro de 2018, utilizando como base de dados o Google
Play Store para avaliar aplicativos utilizados em autistas. Continha informações
como nome, categoria, nota, quantidade de avaliações, classificação etária,
idade indicada, número de downloads, se é destinado exclusivamente para
autistas ou não, se é pago ou gratuito e o idioma em que o aplicativo é
disponibilizado. Entre os duzentos aplicativos, cinquenta e três foram
selecionados. Os autores concluíram que os aplicativos para dispositivos
móveis são recursos funcionais que podem auxiliar o aluno durante a
aprendizagem, proporcionando novas experiências visuais e sensoriais
importantes às crianças com TEA.
Em resumo, conforme analisado nos estudos, o público alvo das
intervenções relacionadas a esta pesquisa foi principalmente em crianças, e a
maioria com TEA. (VARELLA & SOUZA (2014); ASSUNÇÃO, 2014; LINSTEAD
et al., 2017; YU et al., 2020; BARCELOS et al., 2020; OZSAHIN et al., 2021;
Silva et al., 2023, FONSECA & SCHIRMER (2020) e SILVA & GUIMARÃES
(2018). Apenas no estudo de Ho; Perry; Koudys (2020) que a pesquisa foi
realizada em crianças contendo apenas o diagnóstico de DI e sem TEA.
14

Descrição dos artigos que pesquisaram sobre a eficácia e os resultados da terapia


ABA.
Autores/título Área da Objetivo Método Principais
/revista/ano Saúde Resultados/Conclus
de ão
publicação
ASSUNÇÃO. Educação Realçar a eficácia Estudo Resultados: O
ABA da abordagem de caso estudo relata sobre
TRATAMENT ABA em crianças duas 2 crianças com
O E e jovens com 7 anos de idade com
RESULTADO Perturbações de Diagnóstico de
S NAS Desenvolvimento Síndrome de Kanner,
PERTURBAÇ Geral e no que receberam
ÕES DO Espectro de intervenção intensiva
ESPECTRO Autismo. num total de 100h
DO mensais durante 3
AUTISMO. E- anos. Houve aumento
book–IV da socialização e um
Congresso deles conseguiu
Internacional proferir
ASPESM. espontaneamente a
2014. sua primeira palavra
com a terapia ABA.
Conclusão: a ABA
analisa os
comportamentos em
déficit e em excesso
de um indivíduo,
através do Modelo de
Análise Funcional,
apurando-se o que é
que o indivíduo
necessita de aprender
para ter sucesso em
determinada tarefa
(conversação,
15

responder a
instruções, ir ao
banheiro, e entre
outras habilidades).

VARELLA & Psicologia Enfoque em Revisão Resultados:


SOUZA. vídeo modelação Sistemáti Resultaram em um
Ensino por com tentativas ca total de 86 artigos e
tentativas discretas após uma criteriosa
discretas: seleção resultou em
Revisão um número final de 7
sistemática artigos. Todos os
dos estudos programas de
sobre treinamento utilizados
treinamento no estudo incluíram o
com vídeo treino dos
modelação. componentes,
Revista apresentação dos
Brasileira de materiais,
Terapia fornecimento de
Comportamen instruções,
tal e fornecimento de
Cognitiva. ajuda, reforçamento
2014. das respostas
corretas e registro dos
dados corretamente.
Na última categoria
analisada houve
muita variabilidade
dos resultados,
especialmente no que
se refere ao número
de vídeos
empregados, que
variou de 1 a 33
vídeos, ao tempo de
16

duração dos vídeos


que variou de 10
segundos a 19
minutos.
Conclusão: O
Treinamento com a
vídeo modelação é
eficaz, de baixo custo
e pode ser uma
técnica aliada nas
intervenções
comportamentais no
Brasil.

LINSTEAD et Psicologia Investigar como a Estudo Resultados:


al. Uma intensidade e a retrospec Indicaram que a
Avaliação dos duração do tivo intensidade e a
efeitos de tratamento duração do
intensidade e afetam o tratamento foram
duração nos aprendizado em preditores
resultados em diferentes significativos. Os
todos os domínios de domínios de
domínios de tratamento. linguagem e
tratamento aprendizagem foram
para crianças os que possuíram
com dados mais fortes.
transtorno do Conclusão: Com
espectro do base nesses
autismo. preditores os
Psiquiatria profissionais da saúde
Translacional. podem projetar
2017. programas de
tratamento
individualizados mais
eficientes que gerem
melhores resultados
17

SILVA & Design Estudar a Pesquisa Resultados: Os


GUIMARÃES. possibilidade do em dados recolhidos por
JOGO uso de jogos campo meio do jogo e pelos
DIGITAL digitais como por meio protocolos, foram
EDUCATIVO recursos de transferidos para o
PARA complementares observaç Software Microsoft
CRIANÇAS no tratamento de ão direta, Excel para que
COM crianças com sistemáti pudessem ser
TRANSTORN TEA, ca e não analisados
O DO fundamentando- participa quantitativamente
ESPECTRO se em um nte. com o uso de
AUTISTA. programa de estatística descritiva.
Educação tratamento Conclusão: O estudo
Gráfica, Brasil, multidisciplinar. refere que ao analisar
Bauru. 2018. os resultados foi
percebida a
importância que um
jogo digital pode ter
para o
desenvolvimento
infantil. Pois é capaz
de promover a
aprendizagem de
conteúdos de forma
didática e
criativa, inclusive em
crianças autistas.
BARCELOS et Neurologia, Investigar como a Revisão Resultados: Foram
al. psicologia e análise do Integrativ 10 artigos
Contribuições educação. comportamento a da encontrados, com os
da análise do aplicada pode literatura dados apresentados
comportament contribuir para o em dois tópicos, onde
o aplicada desenvolvimento o primeiro abordou o
para de indivíduos conceito e aspectos
indivíduos com o transtorno da análise do
com do espectro do comportamento
18

transtorno do autismo bem aplicada, e o segundo


espectro do como aspectos abordou as
autismo: uma conceituais e contribuições da
revisão. principais análise do
Brazilian características. comportamento
Journal of aplicada no
Development. tratamento de
2020. indivíduos com TEA.
Conclusão: Mediante
os estudos conclui-se
que a ABA é
empregada fora dos
laboratórios, ou seja,
em situações da vida
real. É vista como
ciência, pode ser
aplicada em diversos
ambiente e em
variados públicos.
Atualmente é a mais
indicada para
pessoas com TEA.

FONSECA & Sem Apresentar e Explorat Resultados: 17


SCHIRMER. especialida discutir como os ório (32%) foram
Tecnologia de aplicativos para classificados como
Assistiva: dispositivos educacionais e
aplicativos móveis quinze (28%)
para multifuncionais softwares de
dispositivos com Sistema comunicação. Os
móveis, uma Operacional aplicativos são
contribuição Android podem recursos funcionais
tecnológica colaborar para a que podem auxiliar
para aprendizagem o aluno com TEA
aprendizage de pessoas com durante a
19

m de TEA. aprendizagem e
crianças comunicação.
autistas. Conclusão: Este
REVISTA estudo sugeriu a
EDUCAÇÃO ampliação das
E CULTURA pesquisas. Que as
CONTEMPO pesquisas possam
RÂNEA. mostrar não só a
2020. existência dos
aplicativos, mas
também a sua
eficiência nos
diversos contextos.
HO; PERRY; Psicologia Realizar uma Revisão Resultados: Foram
KOUDYS. Revisão Sistemáti 48 artigos
Uma Revisão Sistemática da ca encontrados em
Sistemática de literatura a janeiro de 2000 a abril
Intervenções respeito da de 2020 e que
Analítico importância da atenderam os critérios
Comportamen intervenção de inclusão.
tais para analítico Conclusão: Embora
crianças comportamental haja uma limitação
pequenas com em crianças dos estudos, a
deficiência pequenas com intervenção ABA pode
intelectual. faixa etária entre ser usada
2020. 0 a 8 anos. efetivamente para o
desenvolvimento das
habilidades em
crianças com DI.
YU et al. Sem Avaliar as Coorte Resultados: 14
Eficácia de especialida evidências para o prospecti ensaios clínicos
Intervenções de uso de va randomizados de 555
Baseadas na intervenções participantes. Tais
Análise do baseadas na ABA resultados contidos
Comportamen para gerenciar nesse estudo foi que
20

to Aplicada vários sintomas a socialização,


para o de crianças com comunicação e
Transtorno do TEA. linguagem expressiva
Espectro do podem ser
Autismo: uma promissores para a
Meta Análise. intervenção ABA em
Associação crianças com TEA.
Coreana de Conclusão: O
Neuropsiquiatr pequeno número de
ia. 2020. estudos limitou a
capacidade de fazer
inferências,
comparações,
intervenções, em
especial a ABA.
OZSAHIN et Sem Avaliar, comparar Resultados: indicam
al. Uma especialida e hierarquizar as que a ABA, terapia
investigação de técnicas cognitiva
para escolher terapêuticas comportamental e
a técnica de utilizadas no terapia de fala são as
terapia manejo do TEA, técnicas mais
adequada no utilizando preferidas, seguidas
manejo do abordagens de de aripiprazol e
transtorno do tomada de respiridona.
espectro decisão Conclusão: Maiores
autista. multicritério. análises são
Journal of necessárias para
Comparative obter resultados mais
Effectiveness precisos e de acordo
Research. com o perfil do
2021. paciente.
SILVA et al. Psiquiatria, Analisar a Retrospe Resultados: Foram
Análise nutrição e estratégia ctivo observadas evolução
comportament políticas terapêutica para Observa das habilidades das
al aplicada públicas. independência cional crianças a longo
para o em diferentes prazo.
21

desempenho tarefas de Conclusão: Segundo


de habilidades desempenho de o estudo observado
de crianças habilidades de no período de longo
com pacientes com prazo, as estratégias
transtorno do TEA. da terapia ABA
espectro apresentou melhora
autista. no desempenho das
Frontiers in habilidades das
Psychiatry. crianças com TEA.
2023.

4. DISCUSSÃO

De acordo com os resultados coletados nessa pesquisa, todos os


estudos foram unânimes ao relatarem sobre os resultados e a eficácia da
análise do comportamento aplicada. (VARELLA & SOUZA (2014);
ASSUNÇÃO, 2014; LINSTEAD et al., 2017; YU et al., 2020; HO; PERRY;
KOUDYS (2020); BARCELOS et al., 2020; OZSAHIN et al., 2021; Silva et al.,
2023, FONSECA & SCHIRMER (2020) e SILVA & GUIMARÃES (2018).
Segundo descritores poucas publicações foram encontradas no que se
refere aos resultados da terapia ABA em crianças com atraso do
neurodesenvolvimento. A maioria das pesquisas estão destacadas em crianças
com TEA. (VARELLA & SOUZA (2014); ASSUNÇÃO, 2014; LINSTEAD et al.,
2017; YU et al., 2020; BARCELOS et al., 2020; OZSAHIN et al., 2021; Silva et
al., 2023, FONSECA & SCHIRMER (2020) e SILVA & GUIMARÃES (2018).
Apenas no estudo de Ho; Perry; Koudys (2020) em que a pesquisa foi
realizada em crianças contendo apenas o diagnóstico de DI e sem TEA.
Segundo os autores desse estudo, até o momento não existe nenhuma revisão
abrangente da literatura semelhante. Não há evidencia suficiente na literatura
para corroborar a preponderância da ABA. (FERNANDES & AMATO. 2013).
Porém a terapia ABA é uma intervenção que tem mostrado bastante efetiva
para tratamento de crianças com o TEA. (PEREIRA, 2022).
São necessárias maiores publicações afim de nortear tanto profissionais,
terapeutas e cuidadores, como também os pais ou responsáveis dessas
22

crianças. (SOUSA et al., 2020; LINSTEAD et al., 2017; OZSAHIN et al., (2021);
BARCELOS, 2020). Tanto os pais como os profissionais, relatam que com a
ABA é possível observar melhorias no comportamento, na concentração, na
atenção, nas habilidades sociais, na interação e na autonomia, bastante
observável em indivíduos com TEA. (SOUSA et al.;2020)
A intervenção precoce é essencial para o desenvolvimento em crianças
com atraso do neurodesenvolvimento devido a fase da neuroplasticiade neural
e assim aumentar o desenvolvimento social e da comunicação o quanto antes.
(SILVA; LIRA; FARIAS, 2021; MARCO et al., 2021)
A psicologia e a fonoaudiologia são áreas de atuação da saúde que
possuem um papel fundamental na contribuição do desenvolvimento do
comportamento, na linguagem e na interação social. O psicólogo tem sido um
grande intervencionista por trazer maior acesso a ciência ABA que é umas das
diversas abordagens da psicologia na área comportamental. (SILVA, GAIATO
& RAVELES, 2012).
No estudo de (Barcelos, 2020), a ABA é uma abordagem da psicologia,
e busca contribuir no desenvolvimento de habilidades sociais, motoras, da
comunicação e autocuidados do paciente com TEA. Portanto a intervenção
visa buscar melhorias na comunicação, socialização e autonomia. Faz com que
o sujeito se aproxime o máximo de sua faixa etária.
A intervenção ABA atua no comportamento de maneira observável e
mensurável. Treina o indivíduo para que as habilidades e os comportamentos
aprendidos, sejam utilizados em outros ambientes por meio da generalização,
com diferentes pessoas e com variados estímulos. (DUARTE, SILVA &
VELLOSO, 2018)
Linstead et al. (2017), observaram que entre durante a intervenção ABA,
os domínios do desenvolvimento que mais se destacou a longo prazo foi o da
linguagem.
De acordo com os levantamentos dessa pesquisa, apenas o estudo de
Ozsahin et al. (2021) destacou o uso de medicamentos como medida
terapêutica em crianças autistas. Também ao compararem o uso dos
medicamentos como Risperidona e Aripiprazol, mencionaram a fonoaudiologia
e a ABA como as técnicas preferidas para o tratamento em crianças com TEA.
23

Vale ressaltar que o principal objetivo da fonoaudiologia no atendimento


da criança com TEA consiste na melhoria e no desenvolvimento do
comportamento adaptativo, desenvolvimento da linguagem e na comunicação,
tanto verbal como a comunicação não verbal. (GONÇALVES & CASTRO,
2013); (NASCIMENTO, 2023). Observou-se nessa pesquisa que nenhum dos
estudos evidenciaram a equipe multiprofissional com médicos capacitados para
que pudessem correlacionar o uso de tais medicamentos ou até mesmo outros,
como medida fundamental e complementar para o tratamento e diminuição das
crises e determinadas estereotipias em crianças com TEA.
A atuação multiprofissional e interdisciplinar como: médico, psicólogos,
fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional e outros
profissionais, é muito importante para a efetivação dos resultados terapêuticos
de maneira conjunta. (KENYON & MIGUEL, 2001; CHEREGUINI et al., 2022;
ARAUJO; JÚNIOR; SOUSA; 2022).
Embora saibamos que conforme recomendações fornecidas pelo Conselho
Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos (National Research Council, 2001)
no que se refere à intensidade de carga horária, ela deve ser similar à carga
escolar regular, com aproximadamente 25 horas de atendimento semanais da
intervenção ABA. (Benitez et al.,2020; Priscila et al., 2020). Nessa pesquisa, os
estudos não destacaram a quantidade de horas durante as intervenções.
Somente os estudos de SILVA & GUIMARÃES (2018), VARELLA &
SOUZA (2014) e FONSECA & SCHIRMER. (2020), sistematizaram a
importância do conhecimento da ABA com o uso da tecnologia por meio de
jogos digitais e da videomodelagem.
Verificou-se por meio dessa pesquisa que os estudos não citaram o grau de
severidade ou nível de suporte dos pacientes ou participantes estudados.
Pode-se deduzir que existe a severidade de grau ou classificação de nível de
suporte nos estudos, mesmo que seja identificada explicitamente. (VARELLA &
SOUZA (2014); ASSUNÇÃO, 2014; LINSTEAD et al., 2017; YU et al, 2020;
HO; PERRY; KOUDYS (2020); BARCELOS et al., (2020); OZSAHIN et al.,
(2021); SILVA et al.,2023, FONSECA & SCHIRMER (2020) e SILVA &
GUIMARÃES (2018).
Vale ressaltar que no estudo de Silva & Guimarães (2018) foi destacado
sobre a classificação dos diferentes níveis ou tarefas para serem trabalhados
24

com as crianças ou adolescentes no jogo terapêutico digital elaborado pelo


autor.
Espera-se que esta pesquisa possa nortear a prática da abordagem ABA
em crianças com atraso do neurodesenvolvimento principalmente no contexto
clínico, bem como também incentivar a publicação de pesquisas relacionadas a
este assunto.

5. CONCLUSÃO

Mediante o que foi pesquisado e analisado, conseguimos alcançar os


objetivos propostos desta pesquisa por meio dos registros encontrados na
literatura. Pois evidenciou os resultados terapêuticos da ciência ABA em
crianças e adolescentes com atraso do neurodesenvolvimento.
Os estudos corroboram que a abordagem ABA ao longo do tempo tem
sido uma técnica promissora para o desenvolvimento do aprendizado, com
estratégias padronizadas para a adequação do comportamento, inibição ou
diminuição do comportamento inadequado, aumento da autonomia, da
interação social e maior qualidade de vida.
Por meio do levantamento dos estudos foi possível identificar que a
ciência ABA é um tratamento baseado em evidências e que passou por vários
testes que resultaram positivamente na qualidade e eficácia. Essa abordagem
pode ser aplicada por profissionais qualificados como psicólogos, pedagogos,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, e entre outros. E com o suporte
fornecido e orientações repassadas por esses profissionais, a ABA pode ser
executada por cuidadores, estagiários e familiares.
Observou-se por meio dessa pesquisa que o maior público atendido por
meio dessa abordagem, são as crianças com TEA. Sendo assim, após
evidenciadas as características fundamentais desse espectro e os déficits
comuns nas habilidades sociais e no comportamento, faz-se necessário utilizar
dessa abordagem terapêutica, afim de contribuir para o desenvolvimento da
interação, do comportamento e do aprendizado.
Deste modo, salienta-se a importância que durante a execução dessa
abordagem é necessário que o desempenho terapêutico seja mensurado de
forma individualizada e com base nos princípios da ABA.
25

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