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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ DE SANTA CATARINA

POLO SÃO JOSÉ - SC


CURSO PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO SUPERVISIONADO PROCEDIMENTO


E ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
PRIMEIRO ESTÁGIO
PSICANÁLISE

RAIMUNDA CARLOS BRAGA NUNES

SÃO JOSÉ, 2023.


RAIMUNDA C. BRAGA NUNES

RELATÓRIO DE ESTÁGIO ESPECÍFICO SUPERVISIONADO PROCEDIMENTO


E ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
PRIMEIRO ESTÁGIO
PSICANÁLISE

Relatório de estágio apresentado ao curso


de Graduação em Psicologia da Faculdade
Estácio de São José, como requisito
avaliativo da disciplina de Segundo Estágio
Supervisionado Específico..

Professor Supervisor: Bianka Any Garcia.

SÃO JOSÉ, 2023.


SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO.........................................................................…................... 04
1.1 Objetivos....................................…...........................................…................... 04
1.2 Justificativa........................................................….....................…................. 04
2 – ATIVIDADES DESENVOLVIDAS....................................................….....….. 05
2.1 Ficha de Atividades Assíncronas...........................................…..................… 05
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................…................. 09
3.1 - CALLIGARIS, Contardo. Cartas para um Jovem Terapeuta…………..….... 09
3.2 - FREUD, Sigmund. Recomendações ao Médico para o Tratamento
Psicanalítico (1912)……………………………………………………………………. 10
3.3 - Freud, Sigmund. Sobre a Dinâmica da Transferência (1912) ……………... 11
3.4 - FREUD, Sigmund. Sobre O início do tratamento (1913)…………..……...... 12
3.5 - FREUD, Sigmund. Recordar, Repetir e Elaborar (1914) .............…...…...... 13
3.6 - FREUD, Sigmund. Observações Sobre o Amor Transferencial. (1915
[1914]) ..........................…...........................….........…................………..……..... 13
3.7 – Freud, S. Fragmento da análise de um caso de histeria (1901)………...…. 14
3.8 - Freud, S. O homem dos ratos (1909) .........................…..………................. 15
3.9 - Freud, S. O homem dos lobos………..........................…..………................. 16
3.10 - Nasio, J.D. O que é um Caso? .....................................…........…..........… 17
3.11 - Nasio J.D. Um Caso S. Freud: Schreber …………………..............…....… 18
3.12 - Nasio J.D. Um Caso S. Freud: O Pequeno Hans.…....….......................... 19
3.13 - Instituto APPOA. Conversando com Isildinha Baptista Nogueira.………... 21
4 - RELATÓRIOS PSICOLÓGICOS............................……....…........…..........… 22
4.1 Relatório Psicológico 1.................................….………………......…..........… 22
4.2 Relatório Psicológico 2 .................................…..………………....…..........… 22
5 – CONCLUSÃO......……………........................…..………………....…..........… 23
6 – REFERENCIAL TEÓRICO…………………………..………………................. 24
7 – ANEXOS...…………….……….......................…..………………....…..........… 25
1. INTRODUÇÃO

Este relatório apresenta os principais pontos de aprendizagem do


semestre, bem como as experiências adquiridas durante o estágio, em nossos
atendimentos. Onde nesse ambiente de troca, foi bastante rico em conhecimento
prático, bem como, na aprendizagem teórica adquirida em sala de aula.

1.1. Objetivos
O objetivo desse relatório é demonstrar as direntes formas de
abordagem que o profissional de Psicologia pode utilizar-se em Psicanálise na
sua atuação prática na clínica, e assim poder desenvolver o processo de autocura
no paciente.
1.2. Justificativa.
Este relatório se justifica pelo obrigatoriedade de apresentação dos trabalhos
realizados ao longo do semestre, como demonstrativo da compreensão de todo o
conteúdo administrado pelo professor.
2 - ATIVIDADES DESENVOLVIDAS:
2.1 Ficha de Atividades Assíncronas

ATENDIMENTO SERVIÇO DE PSICOLOGIA


Ficha de Atividades Assíncronas*

Estagiário: Raimunda Carlos Braga Nunes


Supervisor: Bianka Garcia

Hora Assinatur
Descrição da atividade Hora de Total de
Data de a do
Início horas
encerram. orientador
08/08/2023 Reunião Estágio 10:00:00 13:00:00 3:00
Teams/Daniela
09/08/2023 Leitura Manual de Estágio 14:00:00 18:00:00 4:00
17/08/2023 Orientação Provisória 11:00:00 15:00:00 4:00
Daniela/Preenchimento Termo
Estágio/Ajuda Secretaria/Presencial
22/08/23 Orientação/Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
25/08/2023 Leitura/Discussão Livro – Contado 20:40:00 23:40:00 3:00
“Cartas a um jovem terapeuta”
Cap.1,2,3,4- Teams/com Mara/Print
Tela
29/08/23 SPA/Reserva de Sala para 11:30:00 13:30:00 2:00
Atendimento 0560- registro/Aprent.
Instrução Clínica /Mara
29/08/23 Leitura/Discussão/Resenha/ Livro – 14:00:00 16:00:00 2:00
Contado “Cartas a um jovem
terapeuta” com
Mara/Presencial/Sala de Estudos
29/08/23 Orientação/Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
30/08/23 Leitura/Discussão Livro – Contado 12:30:00 16:30:00 4:00
“Cartas a um jovem terapeuta”
01/09/2023 Leitura/Discussão Livro – Contado 13:00:00 17:00:00 4:00
“Cartas a um jovem terapeuta”
04/09/2023 Recomendações ao médico para o 8:00:00 11:00:00 3:00
tratamento psicanalítico
04/09/2023 Resenha: Recomendações ao !4:00:00 17:00:00: 3:00
médico para o tratamento
psicanalítico
05/09/2023 Leitura de Prontuário 13:00:00 16:50:00 3:50
05/09/2023 Orientação/ Estágio/ Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
12/09/2023 Orientação/Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
12/09/2023 Leitura/ Anotação: Sobre a dinâmica 12:00:00 16:00:00 4:00
da transferência(1912) com Mara
13/09/2023 Sobre o Início do Tratamento 8:00:00 11:00:00 3:00

13/09/2023 Resenha: Sobre o início do 14:00:00 17:00:00 3:00


Tratamento
14/09/2023 Leitura de Prontuário 12:30:00 16:00:00 3:30
19/09/2023 Orientação/ Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
20/092023 Leitura: Lembrar, repetir e 8:00:00 11:00:00 3:00
perlaborar
20/09/2023 Resenha: Lembrar, repetir e 14:00:00 17:00:00 3:00
perlaborar
Inst. APPOA- Conversando com a
25/09/2023 Isildinha B. Nogueira- Racismo/ 10:00:00 13:00:00 3:00
Online Zoom
Resenha: Conversando com
25/09/2023 13:00:00 15:00:00 2:00
Isildinha B. Nogueira
26/09/2023 Orientação/ Estágio Bianca 17:00:00 19:00:00 2:00
Observações sobre o amor
27/09/2023 12:00:00 14:30:00 2:30
transferencial
Resenha: Observações sobre o
27/09/2023 13:00:00 17:00:00 2:30
amor transferencial
Leitura: Fragmentos da análise de
28/09/2023 12:00:00 15:00:00 3:00
um caso de Histeria
Resenha: Fragmento da análise de
28/09/2023 15:00:00 16:00:00 1:00
um caso de Histeria
02/10/2023 Leitura: Homem dos ratos 13:00:00 15:30:00 2:30
02/10/2023 Resenha: Homem dos ratos 12:00:00 16:00:00 4:00
02/10/2023 Resenha: O Homem dos lobos 12:00:00 16:00:00 4:00
03/10/2023 SPA/Leitura/prontuário/Contato/ 12:00:00 16:00:00 4:00
Mara
03/10/2023 Orientação: Estágio Bianca 17:00 19:00 2:00
04/10/2023 Leitura: O que é um caso
04/10/2023 Resenha: O que é um caso
05/10/2023 Prontuário
10/10/2023 Prontuário/Contato
10/10/2023 Orientação: Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
11/10/2023 Leitura: Observações Psicanalíticas
sobre as psicoses
Um caso de S. Freud: Schreber
13/10/2023 Cont. da leitura: Observações 14:00:00 17:00:00 3:00
psicanalíticas sobre as psicoses
Um caso de S. Freud: Schreber
13/10/2023 Aulão GESTALT- 19:00:00 22:00:00 3:00
Palestrante: Caroline e Bianka
16/10/2023 Seminário da Saúde: Palestra 12:00:00 15:00:00 3:00
“Inteligência Artificial e a
Pesquisa Acadêmica.
16/102023 SPA/ Atendimento 13:00:00 16:00:00 3:00
17/10/2023 Orientação/ Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 02:00
17/10/2023 Semana da saúde: Palestra 19:00:00 22:00:00 3:00
“Inteligência Artificial e o
Desenvolvimento na Educação”.
18/10/2023 Sem. Da saúde: Palestra Online 14:00:00 15:30:00 1:30
“Cheguei na Faculdade e o futuro
mudou...poxa! Bem na minha
vez!”.
18/10/2023 Sem. Da Saúde: Palestra Online: 15:30:00 17:00:00 2:30
“A escuta para a compreensão
da diversidade”. NAAP
19/10/2023 Sem. Da Saúde- Palestra Online: 15:30:00 16:50:00 1:45
Momentos de Reflexões.
“Reflexões- Histórias de um
Cego”.
19/10/2023 Sem. Da Saúde- Palestra Online: 19:00:00 22:00:00 3:00
Fórum de Internacionalização.
20/10/2023 Análise de uma fobia em um 08:00:00 11:00:00 3:00
menino de cinco anos(1909) O
Pequeno Hans
20/10/2023 Resenha: O pequeno Hans 14:00:00 17:00:00 3:00
24/10/2023 Orientação/Estágio Bianka 17:00:00 19:00:00 2:00
24/10/2023 Palestra: Auditório (3 Andar-5 08:00:00 12:00:00 4:00
bloco)
25/10/2023 Palestra: Auditório (3 andar- 5 19:00:00 22:00:00 10:00
bloco)
26/10/2023 Preparo prontuário/Atendimento/ 14:00:00 17:00:00 3:00
anotação/Registro-Pasta
A602023
30/102023 Reagendamento 13:00:00 1400:00 1:00
01/11/2023 Preparo/ Prontuario/Atendimento/ 14:00:00 17:00:00 3:00
Anotação/Pasta A602023
09/11/2023 Preparo/Prontuário/Atendimento/ 11:30:00 14:30:00 3:00
Anotação/
Registro- Pasta A602023

16/11/2023 Prontuário/Atendimento/ 12:00:00 14:00:00 2:00


Anotações/Registro-
Pasta A602023
17/11/2023 Relatório Psicológico 13:00:00 19:00:00 6:00
Paciente 1
20/11/2023 Relatório Psicológico 13:00:00 19:00:00 6:00
Paciente 2
22/11/2023 Preenchimento Ata/ ficha 13:00:00 17:00:00 4:00
comprovação de Horas
23/11/2023 Relatório Final de Estágio 13:00:00 19:00:00 6:00

21/11/2023 Relatório Final de Estágio 13:00:00 19:00:00 6:00


TOTAL
DE 181:75
HORAS
3 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste relatório apresenta-se o estágio supervisionado realizado na SPA -


serviço de Psicologia Aplicado, localizado em São José, no Bairro Barreiros, na
Rua Leoberto Leal, no 431. O serviço de Psicologia Aplicado foi implantado no
curso de Psicologia em 2014, onde SPA passa a ser parte integrante da Clínica
Integrada de Saúde da Instituição em 2019.

A Clínica Escola tem como objetivo principal oferecer atendimento em


saúde mental, além disso, oferece os Estágio Supervisionados aos alunos do
curso de Psicologia, bem como as aulas práticas das disciplinas instrumentais
integrantes da estrutura curricular do curso; buscando, assim, promover a saúde
mental e o bem-estar social e uma melhor qualidade de vida à comunidade em
seu entorno, oferecerecendo serviços de qualidade, e ainda ampliando os
conhecimentos dos futuros profissionais através do contato dos acadêmicos com
a realidade social empírica.

3.1 - CALLIGARIS, Contardo ‫ ־‬Cartas a um Jovem Terapeuta.

No Livro “Carta a um Jovem Terapeuta” o autor afirma que para ser um


bom psicoterapeuta, são necessários alguns requisitos, ter traços de caráter e
personalidade. Contardo afirma que se você quiser demonstração de gratidão de
seus pacientes, então deve escolher outra profissão, por duas razoes, não se
deve esperar a mesma gratidão que outros profissionais, a que um médico
recebe, após o problema do paciente ser curado, o psicoterapeuta é
simplesmente esquecido. Na vida social o psicoterapeuta não irá se deparar com
a gratidão.
Para Contardo, a confiança que o paciente deposita no terapeuta é muito
importante para o processo da cura. De acordo com o autor, é necessário que o
terapeuta goste de conversar e ouvir, que sinta empatia pelas pessoas, que seja
desprovido de preconceitos, e que não deixe suas crenças interfirem em suas
análises clínicas. Sendo a curiosidade, em medida, um diferencil na profissão, em
basada em suas experiencias de vida.
Sobre os bilhetes, o autor apresenta algumas questões: Se haveria algum
impedimento como por exemplo, um travesti se tornar um terapeuta. Em resposta,
vem a importância de o paciente confiar e sentir-se a vontade com o terapeuta.
Quanto ao pedófilo se tornar um terapeuta, Contardo diz que não é possível, pois
ele possui uma fantasia dominante. Outra questão, é sobre qual limite ele se
recusaria a tratar um paciente. O autor afirma que não trata aqueles que cometem
atos absurdos e permanecem friamente diante deles. No último bilhete o autor diz
que se deve dirigir o paciente até o seu próprio desejo sem influenciar na tomada
de decisão.
Para o autor, a experiencia não é mais importante , pois em alguns casos
o paciente até prefere um terapeuta inexperiente. O mesmo em relação a
formação do terapeuta, que não necessariamente devem ser psicólogos ou
psiquiatras, pois esses conhecimentos podem ser adiquiridos em diversas áreas.
Contardo afirma que a interação do terapeuta com cada paciente deve ser
individualizada, mantendo com este, um diálogo aberto e impessoal, e assim
buscar descobrir o que o paciente necessita. Para ele, a psicanálise tem a
capacidade de mudar e transformar vidas, mas o processo de cura é lento.

3.2 - Recomendações ao Médico para o Tratamento Psicanalítico (1912).


- FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica.

No texto, Freud afirma que seu objetivo é poupar os médicos que


exercem a psicanálise, de um esforço desnecessário ao mesmo tempo em que os
resguardam de algumas advertências, pois os métodos são individuais e as
regras técnicas apresentadas, foram alcançadas por meio da experimentação.
Nesse intuito, o autor apresenta algumas regras e recomendações aos
médicos, importantes para a execução da tarefa: Atenção flutuante, fazer poucas
anotações ou não fazer nenhuma, deixando para anotar no final do dia, relatar os
casos de pacientes apenas no final do tratamento, manter distanciamento
emocional à fala dos paciente durantes durante a sessão, a fim de também não
interferir, e, assim, prejudicar o paciente, fazer auto análise, para que questões da
vida pessoal não interfiram, ou atrapalhem o tratamento, não manter relação de
amizade com seu paciente, não deve dar conselhos ou querer educar seus
pacientes, ele deve resistir a essa tentação, e, por fim, o analista não deve passar
ao paciente tarefas intelectuais, para ele realizar fora do consultório, sob risco de
interferência prejudicial.

3.3 - Sobre a Dinâmica da Transferência (1912).

A transferência é um termo extremamente fundamental na teoria


psicanalítica, Freud trouxe esse termo junto com Ferenzci, porém ele surgiu
oficialmente no mesmo ano com o texto “interpretação dos sonhos”, depois de
Freud ter abandonado o método Cartático baseado na hipnose, que antes era o
método específico para trabalhar com as histéricas(quando Freud abandona a
hipnose). Nesse processo é explicado que cada pessoa a partir de suas
experiências e suas composições, tem uma forma de comandar sua vida,
seguindo os instintos que o satisfaz. Isso acaba resultando em “clichês” que ao
longo da vida são repetidos, na medida em que as circunstancias externas e a
natureza dos objetos amorosos possíveis os concedem.
É comum que o investimento libidinal também se volte para o Psicanalista
, e tal coisa se apegará a padrões, se ligará a um desses clichês presentes na
pessoa. Surge então duas questões: a de que a transferência em outras
abordagens pode ser uma vantagem enorme porém para a psicanálise é um meio
de resistência. Observando mais atentamente, ao menos dois dos problemas o
primeiro é afastado. Não é correto que durante a psicanálise a transferência surja
de modo mais intenso e desenfreado que fora dela. Essas características de
transferência devem ser, portanto, atribuídas à própria neurose. Já o segundo
problema continua e para ele a resposta é a de que eles se mostram também ali,
mas tem de ser apreciados como tais e, sendo assim, não é apenas do âmbito da
Psicanálise, ela que enxerga e analisa tal movimento.
Em seguida é citada a fonte de resistência e seu caminho percorrido. A
resistência acompanha o tratamento passo a passo; cada ideia, ato do
analisando precisa levar em conta a resistência, representante de um
compromisso entre as forças que visam a cura e as aqui descritas que elas se
opõem. Seguindo um complexo patogênico desde sua representação no
consciente até sua raiz no inconsciente, logo se chega a uma região em que a
resistência vigora tão claramente que a associação seguinte tem de leva-la em
conta e aparecer como compromisso entre as suas exigências e as do trabalho de
investigação. É assim então que surge a transferência.
A relação transferência para resistência é melhor entendida quando se
dissolve a distinguir uma transferência “positiva” de uma “negativa”. A positiva
decompõe-se ainda na dos sentimentos amigáveis ou termos que são capazes de
consciência, e na dos prolongamentos destes no inconsciente. Já a negativa,
resumidamente, o analisando apresentará sentimentos de raiva, desconfiança,
descredibilidade, hostilidade e até mesmo agressividade direcionados à figura do
analista, sendo considerado uma manifestação de resistência. Portanto, a
transferência para o analista presta-se para resistência na terapia somente na
medida em que é transferência negativa ou positiva de impulsos eróticos
reprimidos.
O psicanalista tem a intenção de levar o paciente a inserir os seus
impulsos afetivos na terapia, juntamente com a sua historia e personalidade à fim
de conhece-los segundo o seu valor psíquico. Esse embate entre medico e
paciente, intelecto e vida instintual, entre o conhecer, desenrola-se quase
exclusivamente nos fenômenos da transferência.

3.4 - Sobre O início do tratamento (1913)

É um texto fundamental para pensar a organização clinica do Freud,


Nesse texto ele faz uma comparação ao jogo de xadrez, pois nada se pode prever
antes que o jogo comece e as peças comecem a se movimentar. Só assim
podemos pensar o que vem depois.
Como nos primeiros encontros não sabemos nada desse paciente que
chega, é essa a nossa posição de não saber de fato é que vai possibilitar que o
paciente faça a narrativa daquilo que o angustia, pra só assim poder analisar, e
dependendo do que vem na transferência é que o analista pode dar ou não
continuidade ao tratamento, pois nesse primeiro momento, pode acontecer aquilo
que nos atravessa e vai atrapalhar a escuta e a fala desse paciente.
De acordo com Freud, dentro dos limites da clinica, não é correto analisar
pacientes, familiares, amigos e amigos dos amigos. Também fala da boa relação
que deve se estabelecer entre analista e paciente.

3.5 - Recordar, repetir e elaborar.

Esse é um artigo muito importante na psicanálise. Nesse texto de 1914,


Freud vai sintetizar o que acontece na análise clínica. Durante as análises,
lembrando e retornando às origens dos nossos desejos esquecidos- a nossa
infância- retorna as nossas memórias para que assim seja reinventado o outro
futuro. Por isso que é “repetir, recordar e elaborar”, porque como regra da análise,
enquanto a gente não se recorda há sempre a repetição, que faz uma espécie de
prisão no presente, p na vida.
Segundo Freud, é preciso sair do presente, voltar ao passado e projetar o
futuro. O tratamento psicanalítico começa com uma repetição, ou seja, quando
“eu” falo da minha história se repete ou reatualiza na minha relação com o
psicanalista, muitas vezes acontecendo um abandono da análise no início do
tratamento. O trabalho mais difícil da analise é passar da transferência para uma
elaboração.

3.6 - Observações sobre o amor transferencial (1914).

Freud chama de amor transferencial o que pode ocorrer entre o paciente


e o analista, que também pode ser tomado como uma resistência, mas
fundamentalmente ele se pergunta porque o paciente se apaixona pelo analista.
Ele escrevia para o paciente e o médico mas isso não impede que ocorra entre
pessoas do mesmo sexo.
Freud deixa claro que o analista precisa manejar e compreender que este
fenômeno é fundamentalmente humano que tem uma particularidade importante
quando ele de alguma maneira atrapalha uma analise que é obviamente trazer
os elementos inconscientes a tona e por sua vez trata-los por meio de uma
elaboração; quando o paciente se apaixona pelo analista ele para de associar,
não conseguindo investir libido em outro processo. Se o analista corresponder a
essa “paixão”, é ético que ele interrompa a analise e indique outro profissional.

3.7 - Fragmento da análise de um caso de histeria - O caso Dora.

O Caso Dora, que Freud redigiu com o título fragmento da análise de um


caso de histeria, entre 1900 e 1901, e o publicou em 1905, descreve o quadro
clinico de uma jovem de apenas 18 anos, com diagnóstico de histeria, que ele
atendeu por apenas três meses, conhecida pelo pseudônimo Dora, com as
informações do início deste caso sendo cedidas pelo seu pai.

Na verdade, os pacientes são incapazes de fornecer tais relatos a seu


próprio respeito. Parte do conhecimento amnésico que o paciente dispõe em
outras ocasiões não lhe ocorre quando ele narra a sua historia, sem que ele tem
nenhuma intenção de retê-la e a contribuição da insinceridade inconsciente.
Compete-nos o dever, em nossos casos clínicos, prestar atenção a circunstâncias
humanas e sociais dos enfermos, quanto aos dados somáticos e os sintomas
patológicos.
O circulo familiar de Dora incluía seu pai (que era o dominante deste) e
sua mãe mais o seu irmão um ano mais velho. O pai de Dora havia se consultado
anos antes com Freud devido uma doença (nesse meio tempo ela adoeceu) e
quando ela tinha quatorze, ele a levou para se consultar com ele também.
Freud conheceu, também em Viena, os tios de Dora, que tinham
psiconeurose e hipocondria. Ele não chegou a conhecer a mãe dela, porém sabia
de sua neurose obsessiva – citada por ele como “psicose da dona de casa”. A
relação de mãe e filha era muito inamistosa há vários anos; tinham diversos
conflitos por personalidades e interesses diferentes. Ela tinha seu pai como uma
figura muito importante e o tinha por muita estima mas na adolescência a relação
deles começou a decair também. Já com seu irmão mais velho era de indiferença
pois ele havia se afastado da família ao crescer mas quando crianças ela o tinha
como um modelo.

Dora, por volta dos 12 anos, começou a sofrer de dores de cabeça e


acessos de tosse nervosa. Aos 18, ela entrou em tratamento com Freud e tossia
novamente da mesma forma. O desânimo e alterações de humor tinham se
tornado os principais traços de sua doença; não estava satisfeita consigo mesma
nem com a sua família. Ela procurava evitar contatos sociais quando a fadiga e a
falta de concentração de que se queixava a deixava. Um dia seus pais ficaram
alarmados ao encontrarem uma carta em que ela se despedia deles por que “não
suportava a vida”.Foi através de sonhos que Freud começou a analisar melhor
seu caso.

3.8 - Freud, S. Obras completas volume X - O homem dos ratos (1909).

No caso “O homem dos ratos”, o autor traça uma análise bastante


emblemático sobre o caso de um de seus pacientes. Trata-se da história de um
homem que, por volta dos vinte anos, está se preparando para prestar uma prova
que o habilitaria para a prática da advocacia, e, além disso, também estava em
treinamento militar.

O paciente em estudo, começa a apresentar pensamentos obcessivos de


que acontecerá alguma coisa muito ruim a sua família e a sua amada. Ainda que
existam variadas explicações relacionadas ao tema das neuroses obsessivas, o
motivo primordial que levou o paciente a procurar análise foi o impacto causado
pela história de um tipo de tortura provocado pela penetração de ratos no reto de
um indivíduo, que ouviu de seu superior enquanto prestava o serviço militar.

Com base nas análises de Freud, a neurose obsessiva é caracterizada


por sintomas obcecantes e ruminações mentais permanentes. A neurose fóbica,
por sua vez, foi a terceira estrutura clínica, para tanto, o caso do pequeno Hans.
Trata-se da análise de um menino de três anos de idade. Em síntese, o pai trazia
relatos do que estava acontecendo com o filho.
O caso mostra a relação da fobia com o complexo paterno. Hans começa
a se libertar do medo na medida em que Freud auxilia no intermédio da conversa
com pai e filho. Ao final, quando todos seus pensamentos/desejos reprimidos
foram expostos, os pensamentos delirantes que os pacientes sofriam
desapareceram.

3.9 - Freud, S. Obras completas volume X - O Homem dos Lobos.

O Homem dos Lobos é um caso analisado por Freud, onde ele relata o
caso de um aristocrata russo que vai se tratar com ele em Viena, em função de
muitas fobias, pesadelos e depressões que vem lhe acometendo nos últimos
anos. Freud decide começar suas analises pelos relatos da infância do paciente,
onde ele busca confrontar possíveis neuroses infantis do paciente. A análise de
Freud se concentrou na formação da neurose primária do paciente, desenvolvida
com fantasias relacionadas à cena primária.

Apesar de, inicialmente, o paciente demonstrar-se apático, e relutante ao


tratamento, Freud busca uma aproximação de afetividade com paciente, para,
assim, quebrar a resistência do paciente. A partir de então, o paciente começa a
relatar mais abertamente seus traumas da infância, e a partir desses relatos,
Freud intercruza com a sua interpretação analítica dos fatos com os sintomas
neuróticos.
Nesse sentindo, o autor entende que a neurose obsessiva que foi descrita
desenvolve-se com constituição anal-sádica, e que o fator sádico é ponto a ser
analisado. Segundo Freud, diante da análise fatos narrados, em um certo
momento as fezes representaram para o paciente o mesmo sentido de dinheiro,
quando ele ilustra, por exemplo, com fatos do passado, a visita que o paciente fez
a um primo pobre e se censurou por não o apoiá-lo financeiramente. Logo em
seguida, sentiu uma necessidade urgente de evacuar.
Não à toa, quando adulto, o paciente sofria perturbações na função
intestinal, fato que o analista reconheceu como traço característico de histeria
encontrado regularmente na neurose obsessiva. Uma consequência do
tratamento foi a recuperação do funcionamento normal do órgão do paciente.

3.10 - NASIO, J.D. Os grandes casos de Psicose. O que é um Caso?

Para Nasio, “um caso é sempre um texto escrito”. O que para o autor
divide-se em dois momentos no contexto clínico: o “momento da escuta”, e o
“momento da escrita”, que é a organização de um caso, um registro dirigido de
algo simbólico que possa ser transmitido, portanto, o que configura um caso, é a
transformação do texto do indivíduo analisado no texto do analista.
No livro discute as três funções de um caso: didática, metafórica e
heurística. A exemplo, a leitura de Schreber, nos traz a compreensão do conceito
de narcisismo, abrindo discussão, acerca da projeção na paranoia, até mesmo da
psicose. A função metafórica, Nasio escreve, “é frequente, e estou pensando
sobretudo nos casos célebres da psicanálise, a observação clínica e o conceito
que ela ilustra estarem tão intimamente implicados, que a observação clínica
substitui o conceito e se toma uma metáfora dele”. E depois continua: “que são
Schreber, Dora e Hans, senão histórias consagradas pela tradição psicanalítica
como os arquétipos da psicose, da histeria e da fobia?”. Já a Função heurística, é
alcançada, quando um caso se serve dele próprio, como impulsor de um avanço
teórico procriando conceitos.
No texto, o autor nos dá uma direção em psicanálise, onde poderemos
definir o caso como o relato de uma experiencia singular, escrito por um terapeuta
para atestar seu encontro com um paciente e respaldar um avanço teórico. Essa
presença teórica, que se faz fundamental para que se possa entrelaçar o
momento da escuta e da escrita do caso. E na gestação de um caso clínico, o
papel do “esquema da análise”, entre a prática e a teoria, é fundamental no
processo analítico.
Outra condição importante, segundo o autor, é se colocar à escuta do
paciente guardando na pré-consciência o que o autor chama de esquema da
análise, ou seja, um conjunto de hipóteses que definem a problemática principal
de um paciente. É esse esquema que é o resultado, no analista de uma reflexão
dos conflitos pulsionais do analisando, personalizando a escuta de cada
analisando.
Além disso, o sigilo da identidade do paciente, que está na origem do
texto clínico, é muito importante, faz parte das regras éticas, que devem ser
observadas com rigor, como condição fundamental para que a psicanálise possa
atuar nos casos clínicos. Segundo o autor, há duas regras intocáveis, que o
psicanalista autor de ‘’um caso’’, deve sempre respeitar com rigor: resguardar os
dados e detalhes do analisando, para que não se possibilite identificá-lo por
outrem, e fazer com que o analisando leia seu documento, solicitando sua
concordância a uma comunicação ou eventual publicação.
No livro, o autor reúne excertos das obras de S. Freud e J. Lacan sobre a
ideia de “caso clínico”. Os casos apresentados são: o caso Schreber de Freud, o
caso Dominique de Dolto, o caso das irmãs Papin de Lacan e outros. Cada
capítulo consagrado a um caso descreve a vida do paciente, seus sintomas e o
desenrolar da análise, bem como, a importância do caso para a teoria
psicanalítica.

3.11 - O caso Schreber.

Desde que surgiu, em 1903, o livro do juiz Schreber se tornou alvo de


amplo debate entre psiquiatras da época. Tratava-se do dr. Daniel Paul Schreber,
ex-presidente da Corte de Apelação da Saxônia. Em 1884, aos 42 anos, casado,
filho quando já era magistrado durante o período que está internado numa clínica
psiquiátrica devido a uma crise hipocondríaca escreve “Memórias de um doente
dos nervos”.
Nessas memorias ele descreve em detalhes seus delírios, como forma de
comprovar sua sanidade mental e requisitar sua liberação psiquiátrica como a
hipocondria e sonhos eróticos quando se via como uma mulher, para ele só uma
mulher poderia sentir tanto prazer no gozo, depois dos epsódios dos sonhos ele
sofria crises de insônias. Schreber em sua autobiografia, relatou, que sua
emasculação era uma determinação divina para remissão do mundo. Ele se
achava o escolhido dentre todas as pessoas para a propagação de uma nova
espécie.
Além das questões psicanalíticas, a que parece ser mais importante é ao
que se refere ao histórico familiar de Schreber. Ele é a quarta geração de homens
que escreveram livros e influenciaram a Alemanha de sua época. No entanto
Freud ao analisar o caso, tenderia a dizer que, as características paranoicas da
doença era o fato de o paciente, para repelir uma fantasia de desejo
homossexual, ter reagido precisamente com delírios de perseguição desta
espécie.
Nesse sentido, serão abordadas as características básicas da paranoia
como uma ferramenta para entender o caso e suas repercussões no cotidiano do
mundo jurídico. Freud aborda, então que todos esses elementos funcionam para
afastar um desejo reprimido e, nesse caso, um desejo homossexual que requer
do paranoico comportamentos para negar a frase “eu o amo” através dos delírios
de perseguição (“eu o odeio por que ele me persegue”), da erotomania (“eu a amo
porque ela me ama”), dos delírios de ciúmes(“não sou eu que ama o homem – ele
o ama”) e, por fim, a megalomania (“ eu não amo ninguém. Eu só amo a mim
mesmo”).
Assim, é dentro dessa megalomania que construiu a relação com o divino
à maneira de Schreber, acreditando falar diretamente com Deus e que o estado
das coisas deveria ser restabelecido através de sua atuação no mundo e de sua
emasculação. O caso Schreber foi um dos mais importantes casos clínicos de
Freud no qual ele analisa estruturas clinicas dentro da psicanálise como a,
hipocondria, psicose, paranoias, narcisismo, e outras.

3.12 - O Pequeno Hans.

No caso do Pequeno Hans, Freud analisa um caso de fobia de uma


criança de cinco anos, o pequeno Hans, que tinha fobia a cavalo, medo de ser
mordido por um, e de que cair dos carros conduzidos por ele, e isso numa época
em que todo transporte urbano era feito por carruagens, em meados do século
XX, significava um transtorno enorme, uma vez que estava tendo bastante
dificuldade para sair de casa.

Importante lembrar, que esse caso foi abordado no artigo de Freud


intitulado Análise de uma fobia em um menino de cinco anos, que consta do
volume X, de suas Obras Completas, cujo título é Duas histórias clínicas: O
pequeno Hans e O homem dos ratos, de 1909.

No caso narrado, Freud aborda a teoria da sexualidade infantil, deixando


claro o conceito de narcisismo primário e como ocorre sua evolução para a
relação de objeto. Das obras de Freud, o caso Hans é o único sobre a clínica
infantil, onde ele dirige seu olhar psicanalítico para a psicanálise com crianças, e
aborda o tema do Complexo de Édipo. Esta análise contou com a mediação do
pai do pequeno Hans, o qual revelou a Freud o as conversas que havia entre ele
e o filho, uma vez que Freud nunca atendeu Hans, diretamente.

Hans é um menino de cinco anos, que, de acordo com os relatos de


Freud e do próprio pai, é dotado de grande astúcia, comunica-se bem e é
bastante afetivo, o que desperta certa perplexidade. O Pai do Hans comunicava-
se com Freud, frequentemente, por meio de cartas, relatando o que acontecia na
rotina deles e como o pequeno Hans se comportava em alguns momentos. As
primeiras descrições de Hans indicam que ele tinha cerca de três anos e meio
quando se iniciou essa análise, intermediada pelo pai.

De acordo com o relato, a criança trazia questionamentos sobre os


órgãos sexuais, as diferenças anatômicas entre o homem e a mulher e, segundo
Freud, sobre o nascimento de bebês e estava envolvido por uma série de
fantasias ligadas à masturbação, ao Édipo e ao sentimento de castração.
Segundo o pai da criança a fobia de Hans surgiu por ocasião do nascimento da
irmã Hanna, o que provocou nele o desejo de posse pela mãe e ódio ao pai.

Para Freud, Hans estava na fase que denomina de Complexo de Édipo,


período em que ele passa a ter um interesse muito grande pelos órgãos genitais,
de sua irmã recém-nascida, de seus pais e o seu próprio. Essa descoberta é um
processo natural na criança, que precisa ser transcorrido sem traumas, para que
a criança possa se tornar um adulto saudável. Após o tratamento com Freud a
criança foi curada.

3.13 - ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA DE PORTO ALEGRE. INSTITUTO


APPOA. Leituras na Biblioteca da APPOA com Isildinha Baptista Nogueira,
“A cor do inconsciente: significações do corpo negro".

- Conversando com Isildinha Baptista Nogueira.

A palestra com Isildinha, no Instituto APPOA, começa com a fala: "Se o


racismo brasileiro é cruel com negros e negras ele se empobrece, isso porque
vivemos dentro de uma sociedade racista, muitas vezes nós brancos não nos
damos conta desse racismo. Como dever de psicanalistas e ser humanos, temos
que conviver e respeitar as diferenças, pois nós podemos nos confrontar com as
diferenças, com situações que nos envolvem, e bem de como fomos marcados
brancos e negros no racismo, a forma com que cada um foi marcado pelo
racismo".
Isildinha enfatiza, que é de fundamental importância, refletirmos juntos
sobre o racismo. Por que pensamos juntos? Isildinha fala que nunca acreditou
que racismo fosse coisa de preto, que racismo é coisa de todos nós. Que todos
nós, brancos e pretos, fomos atravessados pelo racismo, a questão é, de que
forma fomos atravessados, e não tem outra forma de pensarmos juntos sem nos
unirmos. Isildinha fala que é algo recente o fato dos psicanalistas, estarem se
dando conta, que esse exercício precisa ser feito.
Isildinha conta que alguém recentemente lhe falou, "olha você precisa
aprender a pensar decolonial”. Na fala de Isildinha, decolonial é pensar todo
mundo, é poder estender essa fantasia de universalidade branca para todos os
seres humanos, não só pensarmos especificamente.
A psicanalista fala que é óbvio que temos uma tarefa hercúlea. Por quê?
Isildinha fala que a psicanálise nasceu na Europa, em um tempo em que se
pensava de forma muito egocêntrica, mas que hoje já se está descentralizando
tudo isso, pois hoje são vários pensadores, continentes, várias culturas com
formas diferentes de pensar, mas até bem pouco tempo se pensava muito
segundo os europeus, como se articularam, o conhecimento. E o conhecimento,
segundo Izildinha, é algo sempre inacabado, não existe uma verdade, existe é
possibilidades de repensarmos sempre de acordo com nosso tempo, nossa
cultura, a psicanalista fala, que isso é necessário fazer com determinada
urgência, porque segundo Isildinha, sempre se pensou a psicanálise a partir do
sujeito branco, e como é pensar essa especificidade do sujeito negro, do sujeito
judeu, ou seja, são especificidades que precisam ser melhor entendidas e
compreendidas.
Isildinha fala: se um psicanalista branco, diante de um paciente negro,
não entende como é que se deu a formação desse sujeito, isso é muito complexo.
Porque segundo Isildinha, a psicanálise parte de uma formação de família
burguesa, com papai e mamãe juntos. A psicanalista, comenta que com os
negros, isso não aconteceu dessa forma, pois os negros chegaram aqui como
escravos, assim, sendo entendidos como sub-humanos. Enquanto profissionais e
seres humanos que somos, é preciso determinada urgência de conscientização
na luta contra o racismo de forma universal, é preciso se colocar no lugar da dor,
do sofrimento do sujeito.

4 - RELATÓRIOS PSICOLÓGICOS
4.1 Relatório Psicológico 1
 Paciente/Beneficiário(a): Maria Terezinha Machado Coelho
 Estagiário(a) Raimunda Carlos Braga Nunes
 Supervisor Responsável - Bianka Any Garcia - CRP-12/17015

4.2 Relatório Psicológico 2


 Paciente/Beneficiário(a): Letícia Pagani Dos Santos
 Estagiário(a): Raimunda Carlos Braga Nunes
 Supervisor Responsável: Bianka Any Garcia - CRP-12/ 17015
5 – CONCLUSÃO
Conclui que foi de suma importância para expandir meus conhecimentos
dentro dos estágios que me trouxe a oportunidade abrangência dos meus
conhecimentos dentro da abordagem que estagiei me tornando assim uma
aspirante conhecedora das estruturas da clínica psicanalítica adquirindo esses
conhecimentos através das leituras obrigatórias, vídeos, filmes, Podcast, entre
outros.
Acredito que a supervisão foi importantíssima nesse estágio, pois foi
através pois a mesma me fez ter um olhar mais amplo sobre a abordagem da
psicanálise e acredito que foi a partir dela que veio todas as outras.
6 – REFERENCIAL TEÓRICO

CALLIGARIS, Contardo. Cartas para um Jovem Terapeuta – Rio de Janeiro 2004,


Elsevier Editora Ltda.

FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalíticas. Editora. Autêntica.

Recomendações ao Médico para o Tratamento Psicanalítico (1912). Editora.


Autêntica.

Freud, S. Fundamentos da. Clínica psicanalítica. Sobre o início do tratamento,


(1913). Editora. Autêntica.

FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Recordar, Repetir e


Elaborar (1914). Recordar, Repetir e Elaborar (1914). Editora. Autêntica.

FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica - A Dinâmica da


Transferência (1912). Editora. Autêntica. Sobre a Dinâmica da Transferência
(1912). Editora. Autêntica.

FREUD, Sigmund. Fundamentos da Clínica Psicanalítica. Observações Sobre o


Amor Transferencial. (1915 [1914]). Editora. Autêntica.

FREUD, S. Obras completas volume VII. Fragmentos da análise de um caso de


histeria (1901). Editora. IMAGO.

FREUD, S. Obras completas volume X. O homem dos ratos (1909). Editora


IMAGO

NASIO, J.D. Os Grandes Casos de Psicose. O que é um caso? Rio de Janeiro:


Editora. Zahar, 2001.

NASIO, J.D. Os Grandes Casos de Psicose. Um Caso. S. Freud: Schreber. Rio de


Janeiro: Editora Zahar, 2001.

ASSOCIAÇÃO PSICANALÍTICA DE PORTO ALEGRE. INSTITUTO APPOA.

Leituras na Biblioteca da APPOA com Isildinha Baptista Nogueira, “A cor do


inconsciente: significações do corpo negro". Conversando com Isildinha
Baptista Nogueira.
7 – ANEXOS

7.1 – Cursos e Palestras:

- Psicoterapia – Animação.

- Cinema e Psicanáse.

- Outros

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