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Sumário
Apresentação.................................................................................................. 4
Por que escrever sobre o Nervo Vago?............................................................. 6
Os “Pais” do sistema nervoso.......................................................................... 7
O sistema nervoso........................................................................................... 8
O sistema nervoso central............................................................................... 10
Principais estruturas do SNC........................................................................... 11
Sistema nervoso periférico.............................................................................. 12
Fisiologia do sistema nervoso periférico......................................................... 13
Sistema nervoso autônomo............................................................................. 14
SNA Simpático................................................................................................ 15
SNA Parassimpático........................................................................................ 16
Divisão do sistema nervoso autônomo............................................................ 17
Sistema parassimpático e estresse.................................................................. 18
“Luta e Fuga”.................................................................................................. 19
Sistema nervoso autônomo em equilíbrio........................................................ 20
Sistema nervoso entérico................................................................................ 21
Nervos cranianos............................................................................................ 23
Fibras aferentes e eferentes............................................................................ 25
Sistema de resposta ao estresse....................................................................... 28
Você Sabia?..................................................................................................... 29
Neurônios, Neurotransmissores e Sinapses..................................................... 33
Bem vindo ao Nervo Vago................................................................................ 37
O “pai” do nervo vago...................................................................................... 39
Teoria Polivagal............................................................................................... 40
Onde nasce o nervo vago?............................................................................... 42
O caminho do nervo vago................................................................................ 43
As Funções Essenciais do Nervo Vago............................................................. 46
Elo Crítico Entre o Corpo e o Cérebro.............................................................. 50
Estimulação simpática.................................................................................... 51
Estimulação vagal........................................................................................... 52
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Nervo vago e saúde mental.............................................................................. 53


Nervo vago e o sistema límbico........................................................................ 57
Nervo vago e o cortisol.................................................................................... 59
Nervo vago e ansiedade................................................................................... 60
O nervo vago e a produção de neurotransmissores.......................................... 61
Função imunomoduladora do nervo vago........................................................ 63
Sintomas do baixo tom vagal........................................................................... 65
Nervo vago e sistema imunológico.................................................................. 66
O que é a síncope vasovagal?.......................................................................... 68
Lesão cerebral, nervo vago e supressão da imunidade.................................... 69
O nervo vago e os sabores............................................................................... 71
Nervo vago e os pulmões................................................................................. 72
O nervo vago controla até a sua tosse.............................................................. 73
Seu paciente tem asma?.................................................................................. 74
Nervo vago e o coração.................................................................................... 75
Entendendo melhor a ação da acetilcolina....................................................... 76
Nervo vago e batimentos cardíacos.................................................................. 77
Nervo vago e pressão arterial........................................................................... 78
Nervo vago, sistema imune e hipertensão........................................................ 79
Nervo vago e digestão...................................................................................... 80
Nervo vago e microbioma................................................................................ 82
Nervo vago e as doenças inflamatórias intestinais........................................... 84
Nervo vago, fígado e pâncreas......................................................................... 85
Nervo vago e vesícula biliar............................................................................. 86
Nervo vago, obesidade e diabetes.................................................................... 87
Nervo vago e homeostase energética............................................................... 88
Nervo vago e terapia VNS................................................................................ 90
Nervo vago e auriculoterapia........................................................................... 91
Localização do ponto nervo vago..................................................................... 92
Artigos Científicos........................................................................................... 93
10 Técnicas Para Estimulação do Nervo Vago.................................................. 112
Referências..................................................................................................... 123

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Apresentação
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Apresentação

Olá, meu nome é Lirane Suliano e sou for-


mada em odontologia há mais de 20 anos, com
mestrado e doutorado pela Universidade Fede-
ral do Paraná – UFPR, especialista em auricu-
loterapia, eletro e laserpuntura há mais de 10
anos.
Sou fundadora do Auriculoterapia de Suces-
so, o treinamento mais completo do Brasil em
auriculoterapia neurofisiológica, formação que
possibilita ganhar entre 5 e 10 mil reais por mês
trabalhando apenas 4 horas por dia.
Os avanços tecnológicos, em especial na
neurociência e nas neuroimagens, tornaram
possível estudar o desenvolvimento neural em
humanos e permitiu a investigar mais a fundo
as funções do sistema parassimpático, redesco-
brindo a importância do nervo vago.
Essa obra não tem a pretensão de esgotar o
tema, ao contrário, visa alertar que estamos
apenas no início de uma jornada sobre um
tema que ainda tem muito a nos surpreender.
Compilei pesquisas recentes que revelam a
importância do nervo vago e como podemos
utilizar a auriculoterapia neurofisiológica para
oferecer mais resultados aos pacientes.
Caro leitor, espero sinceramente que essa lei-
tura estimule o seu interesse pela pesquisa para
que mais descobertas possam acontecer.

Lirane Suliano

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Acolher – Tratar – Transformar


Belsazar, o último rei da Babilônia, assustado com uma
visão que teve, mandou chamar o profeta Daniel, e quan-
do o viu disse a seguinte frase a respeito do sábio:

Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses


está em ti, e que em ti se acham a luz, o entendimento e a
excelente sabedoria.

Daniel 5:14

Espero que sempre que você estiver atendendo seus pa-


cientes eles possam perceber em ti o espírito de Deus, a
luz e a sabedoria.

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Por que escrever sobre o Nervo Vago?

Nervo Vago
Para quem me acompanha já deve ter percebido que es-
tou me aprofundando cada vez mais nessa estrutura que,
embora já venha sendo estudada pela cultura chinesa há
muitos séculos, tem impressionado os pesquisadores nos
últimos anos, pelos resultados que vem apresentando e
por relação intrínseca que mantém com diversos órgãos.
Para facilitar a didática dividi essa obra começando
com algumas características do sistema nervoso, para na
sequência mergulhar no estudo sobre as funções do vago
e como podemos nos beneficiar desse conhecimento para
atender nossos pacientes de auriculoterapia.
Trouxe também diversos artigos científicos que com-
provam a importância dessa estrutura, comprovada in-
clusive por outras técnicas.
E ao final apresento possibilidades para agir no nervo
vago e melhorar a qualidade de vida das pessoas que aten-
demos.
Mais importante que desfrutar da leitura é colocar em
prática e colher os frutos de nosso trabalho.

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Sistema Nervoso
OS ‘PAIS’ DO SISTEMA NERVOSO

Numa época em que estudar os cadáveres era um tabu


e os sábios discutiam se a alma estava no coração ou no
cérebro, dois médicos gregos se destacaram.
São eles Herófilo de Calcedônia (335-280 a.C.) e Era-
sístrato de Chio (310-250 a.C.), pais da anatomia e da
fisiologia, respectivamente.
Dissecando o corpo humano eles estudaram a distri-
buição, o formato e o tamanho de órgãos como o fígado,
o coração, o cérebro e os órgãos sexuais.
Em suas pesquisas descobriram o sistema nervoso,
abrindo as portas para que a ciência começasse a desven-
dar seu funcionamento.

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Sistema
O SISTEMA NERVOSONervoso

O sistema nervoso coleta informações do meio ambiente por meio dos


sentidos da visão, audição, olfato, paladar e tato.
Para o neurocientista Daniel Wolpert a função básica do sistema nervo-
so é o movimento, ao gerenciar as contrações musculares.
Do meio interno recebe informações sobre a temperatura e os níveis de
substâncias presentes no organismo.
O cérebro decodifica essas informações e elabora respostas como con-
trações musculares e produção de hormônios, e ao final expressa dor, pra-
zer e medo, e armazena informações importantes.
O SN controla todo o organismo e é anatomicamente dividido em siste-
ma nervoso central e sistema nervoso periférico.

Fonte: Canva
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Para facilitar o aprendizado os autores


costumam dividir o estudo do sistema
nervoso da seguinte forma:

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CENTRAL
Fonte: Canva

SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Formado pelo encéfalo e me-


dula espinhal.
O encéfalo atua no pensa-
mento, memória, fala, visão,
audição e movimento e está
protegido pela caixa craniana.
A medula espinhal está pro-
tegida pela coluna vertebral e
transmite os sinais entre o cé-
rebro e o corpo por meio dos
nervos cranianos.
Três membranas fibrosas en-
volvem o SNC, as denominadas
meninges, que são chamadas
dura-máter, pia-máter e arac-
noide.

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SNC
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PRINCIPAIS ESTRUTURAS DO SNC

• Cérebro.  É o centro de controle do


corpo. É dividido em dois hemisfé-
rios: direito e esquerdo. 

• Cerebelo.  Está localizado abaixo e


na parte posterior do cérebro. Res-
ponsável pelo equilíbrio e a postura,
controla o tônus muscular e os mo-
vimentos voluntários.
 
• Tronco cerebral ou tronco encefáli-
co. Situado entre a medula espinhal
Fonte: Canva e o cérebro. Responsável pelo con-
trole da pressão arterial, deglutição,
respiração e batimentos cardíacos.
Divide-se em bulbo raquidiano,
ponte e mesencéfalo.
• Nervos cranianos.  Conectam-se
com o encéfalo e transmitem sinais
para o corpo.
 
• Medula espinhal. Composta por fi-
bras nervosas que transportam si-
nais do cérebro para todo o corpo.

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PERIFÉRICO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

Formado por nervos, gânglios


nervosos e terminações motoras e
sensitivas que conectam o SNC aos
órgãos do corpo.
São mais de 100 bilhões de neurô-
nios interligando o cérebro às ou-
tras partes do corpo.
Doze pares de nervos cranianos
inervam a cabeça e se originam no
tronco encefálico exercendo a fun-
ção de ligar o SNC aos outros ór-
gãos do corpo e com isso realizar o
transporte de informações.
Dividido em SN periférico: So-
mático e Autônomo.

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Fonte: Canva
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FISIOLOGIA
FISIOLOGIA DO SISTEMA
NERVOSO PERIFÉRICO
Fonte: Canva

É dividido didaticamente da seguinte forma:

Sistema nervoso somático: relacionado com a forma


que o organismo interage com o meio ambiente externo.
É composto por nervos que ligam o cérebro e a medula
espinhal aos músculos denominados voluntários ou es-
queléticos (controlados por esforço consciente) e aos re-
ceptores sensitivos da pele, terminações especializadas
detectam informações do ambiente.

Sistema nervoso visceral/autônomo: atua no contro-


le das vísceras visando a homeostasia do corpo. Liga o
tronco cerebral e a medula espinhal aos órgãos internos,
regulando processos corporais internos inconscientes,
como por exemplo, a frequência cardíaca e respiratória, a
pressão arterial e a velocidade da passagem dos alimentos
através do trato digestivo.

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AUTÔNOMO
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

É possível que você conheça o sistema nervoso autô-


nomo (SNA) pelos seus nomes antigos: sistema nervoso
vegetativo ou ainda sistema nervoso visceral.
Ele é responsável pelo controle das chamadas ações in-
voluntárias dos órgãos internos, controlando a maioria
das funções viscerais do organismo, em especial a manu-
tenção do ambiente corporal interno – a homeostasia.
Dentre essas funções: controlar a pressão arterial, a mo-
tilidade e a secreção gastrointestinal, o esvaziamento da
bexiga, a sudorese e a temperatura corporal, atuando com
extrema rapidez e intensidade para alterar algumas dessas
funções.
Ele se divide em SNA simpático e parassimpático.

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Fonte: Canva
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SIMPÁTICO SNA SIMPÁTICO

Possui fibras pouco mielinizadas que se distribuem pelo


coração, músculos lisos e glândulas do corpo.
É responsável por estimular o funcionamento dos ór-
gãos por meio da liberação dos neurotransmissores nora-
drenalina e adrenalina em situações de emergência (fuga,
medo e euforia), sendo responsável por:

• Aumentar a frequência cardíaca e força das


contrações do coração (taquicardia)
• Liberar a energia armazenada no fígado
• Aumentar a velocidade em que a energia
é usada para realizar as funções do cor-
po, enquanto uma pessoa está em repouso
(taxa metabólica basal)
• Aumentar a força muscular
• Alargar as vias aéreas para facilitar a respi-
ração
• Sudorese
• Hipertensão
• Hiperglicemia
• Reduzir a motilidade e a digestão.
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PARASIMPÁTICO
SNA PARASSIMPÁTICO
É responsável por inibir as reações desencadeadas pelo SN simpá-
tico, restabelecendo o funcionamento normal do organismo, permi-
tindo a volta à calma.
As fibras parassimpáticas deixam o SNC pelos nervos cranianos,
dentre eles, o vago, que é o décimo nervo craniano.
O SNA parassimpático tem no nervo vago o principal personagem
de atuação, com cerca de 75% de todas as fibras nervosas parassim-
páticas cursando pelo nervo vago e seguindo para todas as regiões
torácicas e abdominais.
Atua com a liberação de acetilcolina no papel antinociceptivo para
anular e/ou reduzir a percepção da dor.
O nervo vago atua em várias áreas, dentre elas:

• Reduzir a frequência cardíaca


• Diminuir a pressão arterial
• Estimular o processamento dos alimentos
pelo trato digestivo e eliminar as excreções
• Hipoglicemia

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DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO AUTÔNOMO

Parasimpático Simpático

https://www1.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/Anatomia/sistema-nervoso-autonomo.pdf

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SISTEMA
PARASSIMPÁTICO

ESTRESSE
E ESTRESSE

Durante nossas atividades


diárias é muito comum passar-
mos por situações de estresse
que causam liberações exces-
sivas de hormônios e afetam a
frequência cardíaca.
Fonte: Pixabay
A forma como o organismo
se recupera de tudo isso acio-
nando seus mecanismos de re-
cuperação parassimpática para
desligar as reações do organis-
mo está intimamente relacio-
nada com a saúde, a longevida-
de e a disposição que o corpo
apresenta. 

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Fonte: Pixabay
LUTA E FUGA
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“LUTA E FUGA”
A palavra de ordem que rege o
nosso cérebro é SOBREVIVÊN-
CIA.
Quando acontecem situações
que possam representar uma
ameaça é acionado um alarme e
o cérebro ativa o sistema nervoso
simpático para desencadear mu-
danças fisiológicas desse sistema
de defesa que nos permitirá so-
breviver.

Fonte: Pixabay

Quer um exemplo? Quando


você se depara com um animal
raivoso acontecem mudanças: o
coração acelera para enviar mais
sangue aos músculos, exatamen-
te para lutar ou correr.
Começamos a suar, as pupilas
se dilatam para enxergar melhor,
há um aumento do suor.
Passada essa situação o cérebro
percebe que estamos seguros,
que o perigo passou e aciona o
SN parassimpático que vai desa-
tivar as mudanças fisiológicas e
fazer o corpo relaxar.
E o nervo vago é o principal
responsável por ‘desligar’ o siste-
ma de defesa.
19
Fonte: Pixabay
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SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

EQUILÍBRIO
EM EQUILÍBRIO

De forma mais didática poderíamos comparar a atuação do SNA


com um carro, em que o SNA simpático seria o acelerador, que co-
loca o carro em movimento e o SN parassimpático seria o freio, que
faz parar aquela aceleração gerada pela liberação de noradrenalina
nos momentos de estresse.
É fundamental manter esses dois mecanismos em equilíbrio, ati-
vando e desativando de forma que o organismo possa agir e depois
relaxar.

Fonte: Pixabay

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ENTÉRICO
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO
Além da subdivisão do sistema nervoso periférico autônomo (em
simpático e parassimpático) existe uma terceira subdivisão: sistema
nervoso entérico.
Essa tese foi apresentada pelo fisiologista inglês John Newport,
que foi vice-presidente da London Royal Society que defendeu o re-
conhecimento, como divisão própria do SNA, integrando-se aos sis-
temas nervosos simpático e parassimpático.
O SNE está ‘esparramado’ ao longo de todo trato gastrointestinal,
do esôfago ao reto, passando por pâncreas e vesícula biliar, atuan-
do no controle da motilidade gastrointestinal (movimentos peristál-
ticos do intestino), das secreções, absorção de nutrientes, do fluxo
sanguíneo e nos processos inflamatórios.
Ele é formado por cerca de 500 milhões de neurônios dos intes-
tinos, e pode determinar desde que enzimas digestivas são adequa-
das para decompor cada alimento, monitorar a acidez estomacal e
detectar a presença de bactérias no alimento ingerido, provocando
reações como vômitos ou diarreia.

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Fonte: Canva
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Por meio de uma extensa rede neural comunica-se com o sistema


nervoso central e produz neurotransmissores essenciais ao funcio-
namento cerebral, como acetilcolina, noradrenalina e adrenalina,
além de sintetizar serotonina, dopamina e opioides naturais para a
dor.
O sistema nervoso entérico integra o sistema nervoso e é especia-
lizado nas seguintes áreas:

• Digestão, controlando a acidez estomacal


• Motilidade intestinal
• Fluxo sanguíneo gastrointestinal
• Absorção de nutrientes e excreção
• Atua no sistema imunológico

Fonte: Pixabay

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NERVOS
NervosCANIANOS
cranianos

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Existem 12 pares de nervos cranianos ligados ao encéfalo e que estão


designados por algarismos romanos.
Eles se dividem em nervos motores, sensoriais e mistos (motor + sen-
sitivo). São eles:

I – nervo olfatório – atua com o órgão responsável pela percepção odorí-

fera

II – nervo óptico – relacionado com a percepção das imagens

III – nervo oculomotor – inerva os músculos que movimentam o olho

IV – nervo troclear – inerva os músculos oblíquos superiores do olho

V – nervo trigêmeo – sensibilidade dos músculos mastigatórios

VI – nervo abducente – supre os músculos retos laterais do olho

VII – nervo facial – supre parte da língua para a gustação, sensibilidade

VIII – nervo vestíbulococlear – relacionado com a audição e o equilíbrio

IX – nervo glossofaríngeo – permite a percepção de sabores na língua

X – nervo vago ou pneumogástrico – maior nervo craniano, inervando

diversos órgãos, se estendendo do pescoço, tórax até o abdômen

XI – nervo acessório – costuma acompanhar o vago em algumas áreas

XII – nervo hipoglosso – faz a movimentação motora da língua

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AFERENTES
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FIBRAS AFERENTES E
EFERENTES
EFERENTES
Os nervos compõem o sistema nervoso periférico, são formados
por um agrupamento de fibras nervosas e têm como função princi-
pal conectar o SNC aos órgãos efetores e de sensibilidade.
Esses nervos podem apresentar fibras aferentes, que levam infor-
mações do ambiente e do organismo para o SNC e fibras eferentes,
que levam os impulsos produzidos no SNC para os órgãos onde a
ação será realizada, chamados órgãos efetores.
Denominam-se nervos sensitivos aqueles que possuem fibras afe-
rentes e nervos motores aqueles que possuem fibras eferentes.
O vago faz parte de uma categoria mista e possui fibras dos dois
tipos.

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Fonte: Canva
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80% das informações transmitidas


pelo nervo vago fluem do corpo para
o cérebro (fibras nervosas aferentes).

20% do nervo vago é efe-


rente, ou seja, transmite
sinais do cérebro para o
corpo.
Fonte: Pixabay

Acreditava-se que a principal função do nervo vago era levar co-


mandos do cérebro para os órgãos, mas os cientistas descobriram
que funciona ao contrário: 80% das fibras do nervo vago retransmi-
tem informações do intestino para o bulbo cerebral que responde ao
trato gastrointestinal controlando inúmeras funções.

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Como exemplo podem ser citados os comandos do intestino para


o bulbo cerebral e que desencadeiam comandos do cérebro para a
secreção do estômago e contrações abdominais que geram urgência
na defecação
Outra resposta importante acontece quando ocorre a digestão de
alimentos gordurosos, havendo a liberação de colecistocinina pelo
duodeno para contrair a vesícula biliar e liberar bile para o intestino
delgado para permitir a digestão.
O nervo vago também envia comandos para inibir os centros de
alimentação no cérebro inibindo o apetite e evitando excessos nas
refeições.
E um outro exemplo acontece no esôfago, em que a musculatu-
ra lisa, controlada pelo nervo vago, atua nas ondas peristálticas que
conduzem o alimento ao estômago.

Fonte: Pixabay

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ESTRESSE
SISTEMA DE RESPOSTA AO ESTRESSE

O eixo Hipófise – Hipotálamo – Adrenal (H2A) é aciona-


do sempre que há uma situação de perigo (real ou imaginá-
rio) e sua principal função é manter o equilíbrio interno.
Na geração do estresse temos que o hipotálamo produz o
hormônio liberador de corticotrofina (CRH) e a vasopressi-
na.
A vasopressina e o CRH induzem a hipófise a secretar hor-
mônio adrenocorticotrófico (ACTH).
Ele estimula as glândulas adrenais a produzir corticoste-
roides.
O sistema renina-angiotensina-aldosterona, regulado
principalmente pelos rins, faz com que as glândulas adrenais
produzam uma quantidade maior ou menor de aldosterona.
E por que esse eixo desempenha um papel tão importante
para o organismo?
Entre outras coisas ele atua como imunomodulador du-
rante infecções virais e sua ativação permite, por meio da
liberação de cortisol, mediar os efeitos adaptativos compor-
tamentais, metabólicos, cardiovasculares e imunológicos.

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VOCÊ SABIA?
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VOCÊ SABIA?

HIPÓFISE – controla a função da maioria das outras glândulas en-


dócrinas e por isso é chamada glândula mestra. É controlada em
grande parte pelo hipotálamo.

HIPOTÁLAMO – é o centro de controle do organismo, responsável


por fenômenos vitais, dividindo-se em três partes responsáveis por
funções fisiológicas específicas.

ADRENAIS – dividida em córtex (que sintetiza hormônios como


aldosterona, cortisol, e hormônios sexuais como testosterona e pro-
gesterona; e medula responsável pela produção de noradrenalina e
adrenalina.

ALDOSTERONA – é um hormônio liberado pela adrenal e que


atua no regulando o volume do sódio e do potássio, diminuindo a
excreção de sódio e aumentando a eliminação do potássio pelos rins,
glândulas sudoríparas e salivares. 

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A liberação de hormônios pela hipófise aumenta a taxa de glicose


no sangue para que haja energia disponível para a ação, mas a persis-
tência do estresse faz com que a glicose passe a causar sérios danos
aos tecidos.
Ocorre que diante de uma situação estressora são liberadas nora-
drenalina e dopamina e o mecanismo de defesa é ativado, preparan-
do o organismo para reagir (aumento dos batimentos cardíacos, etc).
Como o excesso de cortisol suprime o sistema imune, isso pode
facilitar a entrada de microorganismos e a geração de células cance-
rígenas.
Pode ter acontecido com você de, passado um momento de gran-
de estresse, sentir-se extremamente cansado, como se o corpo esti-
vesse ‘moído’, com dores fortes. Após uma batida de carro, um susto
muito grande, enfim, algo que fez com que houvesse liberação de
substâncias que fizessem seus músculos se retrair a ponto de gerar
dor, posteriormente.
Mas essas substâncias agem em outras áreas e um estudo da Har-
vard Health Publishing liga o cortisol ao desejo por açúcar, gordura
ou ambos, e os cientistas acreditam que o hormônio se liga a recep-
tores no cérebro que controlam a ingestão de alimentos, favorecen-
do a obesidade.

Fonte: Pixabay

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Assim, se os estímulos estressores continuam e se tornam crôni-


cos, a resposta começa a diminuir de intensidade e altera a arquitetu-
ra dos circuitos neuronais modificando a própria anatomia cerebral.
A revista Science revelou uma tese que vem ganhando força e que
tenta explicar a depressão: a hipótese do estresse, segundo a qual, em
resposta aos estímulos agressivos do ambiente, o hipotálamo aciona
a hipófise para que ela acione as glândulas adrenais para liberarem
cortisol e outros derivados da cortisona.
Diversos trabalhos experimentais mostraram que os hormônios
do estresse prejudicam a saúde dos neurônios porque modificam
a composição química do meio em que essas células exercem suas
funções.
Neurocientistas proeminentes defendem a teoria de que o meca-
nismo através do qual o estresse induziria a depressão e estaria li-
gado ao hipocampo: os hormônios do estresse suprimiriam o nas-
cimento de novos neurônios (neurogênese) nessa estrutura crucial
para o processamento da memória.

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As consequências do estresse
todos conhecem, mas vamos
destacar algumas:

• Dependência de cafeína, açú-


car e sal
• Gripes e resfriados constantes
• Ansiedade
• Fadiga
• Insônia
• Irritabilidade
• Depressão
• Compulsão por alimentos
• Ganho de peso
• Tensão pré-menstrual
• Confusão mental
• Esquecimento
• Diarreia ou prisão de ventre
• Cólicas
• Palpitações cardíacas
• Dores pelo corpo
• Dor nas articulações
• Dor de cabeça
• Fadiga adrenal

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NEURÔNIOS,
NEUROTRANSMISSORES
E SINAPSES
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Os neurônios  são células presentes no sistema nervoso e têm


como função básica responder a estímulos num fenômeno conheci-
do como impulso nervoso meio pelo qual as informações são trans-
mitidas para um outro neurônio, para as glândulas e músculos. 
Para que as mensagens sejam enviadas aos órgãos os neurônios
transmitem os sinais de um para outro por sinais elétricos e quími-
cos que acontecem em regiões denominadas sinapses.
Nessa região acontece a comunicação entre os neurônios, entre
neurônios e músculos e entre neurônios e glândulas.
Essa é a área de atuação dos neurotransmissores, mensageiros quí-
micos responsáveis pelo transporte dessas informações, por estimu-
lar e equilibrar esses sinais.
Em razão disso atuam em todo o organismo e exercem funções
físicas e psicológicas essenciais à vida, como: frequência cardíaca,
sono, apetite, humor e medo.

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Nosso corpo envia sinais por meio de atividade elétrica e bioquí-


mica, que é passada de uma célula para outra num processo deno-
minado sinapse.
Dessa forma os neurônios enviam sinais a longas distâncias utili-
zando os neurotransmissores para essa comunicação.
O nervo vago utiliza um neurotransmissor denominado acetilco-
lina.
Quando você estica o braço para pegar uma caneta é enviado um
sinal do cérebro para que o movimento aconteça.
O sinal é enviado para o córtex motor, e ele envia um sinal através
do axônio ao músculo necessário para estender o braço e pegar a
caneta.

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Agora que você descobriu o que são e a importância que eles


têm, vamos descobrir quais são os principais neurotransmissores
presentes no nosso organismo e o que eles fazem:

• Ácido gama-aminobutírico ou GABA é o principal inibidor do


corpo, atuando no controle motor e na ansiedade, oferecendo sen-
sação de relaxamento e calma.
• Glutamato é o neurotransmissor mais abundante no SN, atuando
na memória e aprendizagem.
• Ocitocina é produzida pelo hipotálamo e atua na reprodução se-
xual exercendo papel importante no trabalho de parto.
• Endorfina  liberada, por exemplo, pela atividade física, inibe a
transmissão de sinais de dor e promove sentimentos de euforia e
felicidade.
• Epinefrina ou adrenalina é liberada pelas adrenais em momen-
tos de estresse.
• Noradrenalina atua no estado de alerta (luta ou fuga) quando nos
sentimos em perigo.
• Histamina é produzida pelo sistema imunológico em resposta a
patógenos, em especial nas reações alérgicas.
• Dopamina atua na coordenação dos movimentos do corpo e na
área da recompensa e motivação do cérebro, estando relaciona-
da com vícios. A deficiência está relacionada com a doença de
Parkinson.
• Serotonina relacionada com humor, sono, ansiedade, depressão
e apetite.
• Acetilcolina principal neurotransmissor associado aos neurônios
motores atuando nos movimentos musculares, na memória e na
aprendizagem.

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BEM-VINDO AO
NERVO VAGO

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Ele é o nervo mais longo do


corpo e o nome tem origem
no latim vagare e significa “o
nervo que vagueia”.
O vago pode ser considera-
do um componente primário
do SNA, sendo que a maioria
das inervações parassimpáti-
cas têm origem no nervo vago
e inervam o trato gastrointes-
tinal, além do sistema respira-
tório, coração e vísceras abdo-
minais.
Esse nervo misto serve como
um importante conduto bidi-
recional entre o corpo e o cé-
rebro, é composto principal-
mente por fibras amielínicas,
com 80% de fibras aferentes
que transmitem sensações vis-
cerais, somáticas e gustativas
e 20% de fibras eferentes que
estão envolvidas no controle
da motilidade e secreção gas-
trointestinal e atua principal-
mente para manter a homeos-
tase.

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O ‘PAI’ DO
NERVO VAGO
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Coube ao cientista Charles Darwin, criador da Teoria da Evo-


lução, trazer a teoria de uma comunicação bidirecional entre o
cérebro e o coração e que teria relação com as nossas emoções.
O responsável por essa ligação seria um nervo, que na época
ele deu o nome de pneumogástrico.
Darwin afirmou que aquele nervo era uma estrada que trans-
portava sinais do cérebro até o coração e vice-versa, descre-
vendo:

“Quando a mente é fortemente estimulada, espera-se que


essa agitação afete instantaneamente, de maneira direta, o
coração; tal fato é universalmente aceito. (...) Quando o co-
ração é afetado, reage ao cérebro; e o estado do cérebro, mais
uma vez, reage por meio do nervo pneumogástrico, que con-
duz ao coração; assim, em qualquer situação de empolgação,
haverá ação e reação mútuas entre eles, os dois órgãos mais
importantes do corpo.”

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TEORIA POLIVAGAL

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Stephen Porges, professor de psiquiatria da Universidade da


Carolina do Norte, estabeleceu uma ligação entre a evolução
do Sistema Nervoso Autônomo e o comportamento social, o
que revolucionou o conhecimento sobre a fisiologia autonômi-
ca, relacionando as ativações fisiológicas com a expressão de
problemas comportamentais e psicológicos.
Ele desenvolveu uma teoria que vincula a evolução do siste-
ma nervoso autônomo dos mamíferos ao comportamento so-
cial e enfatiza a importância do estado fisiológico na expressão
de problemas comportamentais e transtornos psiquiátricos.
Segundo a teoria do professor Porges, o nervo vago foi divi-
dido em dois ramos, com funções distintas:

Ventral – responsável pelo descanso, relaxamento, digestão,


acalmar e a tão importante função de interação social
Dorsal – responsável pela resposta de imobilização

Essa teoria merece um aprofundamento para identificar o


funcionamento do SNA, como se dá a ativação fisiológica dos
pacientes e como eles respondem às situações de estresse.

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A amplitude da inervação e as funções exercidas influenciam


o comportamento e a forma como vivemos diariamente.
O vago tem origem no tronco encefálico (especificamente no
bulbo) e leva impulsos parassimpáticos para vísceras torácicas
e abdominais, fazendo a ligação entre o SNC e o sistema ner-
voso entérico (SNE).
O ramo central do nervo vago origina-se no núcleo ambigus
no tronco encefálico e é mielinizado para fornecer melhor con-
trole e maior velocidade na resposta para estímulos externos.
Os nervos periféricos são feixes de fibras nervosas, revesti-
das por uma substância gordurosa chamada mielina, que rea-
liza a proteção do axônio e sua presença permite que a trans-
missão das informações entre os neurônios tenha muito mais
qualidade.
A bainha de mielina favorece a condução de impulsos nervo-
sos ao longo da fibra nervosa.

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NASCE
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ONDE NASCE O NERVO VAGO?

A área negritada na figura mostra a localização do bulbo, respon-


sável pela transmissão dos impulsos parassimpáticos por meio dos
nervos vagos até o coração.
Ele também transmite impulsos simpáticos, pela medula espinal e
pelos nervos simpáticos periféricos, para as artérias e veias do corpo.
O bulbo integra o tronco encefálico, uma estrutura situada na base
do cérebro que responde pelos sinais vitais, como controle respirató-
rio e cardiovascular, sono e consciência.
O tronco encefálico é formado por 3 partes: bulbo, ponte e mesen-
céfalo.
O bulbo está na porção inferior do tronco encefálico e se liga à
medula espinhal, mais abaixo. Dele saem diversos nervos cranianos,
sendo um deles o vago.

Fonte: Pixabay

Nervo vago nasce aqui

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CAMINHO
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O CAMINHO DO NERVO VAGO


A obra Tratado de fisiologia médica traz que o SN parassimpático
faz referência à bifurcação do nervo vago.
Essa divisão permite suprir de nervos parassimpáticos o coração,
os pulmões, o esôfago, o estômago, todo o intestino delgado, a meta-
de proximal do cólon, o fígado, a vesícula biliar, o pâncreas, os rins e
as porções superiores dos ureteres.
As fibras parassimpáticas do 3º nervo craniano vão para o esfínc-
ter pupilar e o músculo ciliar do olho.
Fibras do 7º nervo craniano se projetam para as glândulas lacri-
mais, nasais e submandibulares, e as fibras do nono nervo craniano
vão para a glândula parótida.
As fibras parassimpáticas sacrais cursam pelos nervos pélvicos,
que passam pelo plexo espinal sacral de cada lado da medula.
Essas fibras se distribuem para o cólon descendente, o reto, a bexi-
ga e as porções inferiores dos ureteres.
Além disso, esse grupo sacral parassimpático supre sinais nervo-
sos para toda a genitália externa para causar ereção.
Ao descer pelos 2 lados do corpo ele interage com fígado e pân-
creas (pelo lado direito), e com coração, baço e estômago (pelo lado
esquerdo).
Nos pulmões, rins e nos intestinos o nervo vago interage por am-
bos os lados.
Lembre-se que o nervo vago é sensorial e motor, vai do cérebro ao
abdômen, e passa por órgãos como coração, pulmões, estômago e
intestinos, com reflexos diretos na rotina do paciente, uma vez que
pode inibir ou desinibir os circuitos límbicos do cérebro, restringir a
frequência cardíaca e regular ‘a chave’ que colocou o corpo no modo
excitação e com comportamentos de luta ou fuga.

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Compreender a atuação do vago e como estimulá-lo contribui para


frear o estímulo simpático que deixa o corpo ativado e consumindo
muita energia, aumentando os resultados da técnica.
Num primeiro momento o estímulo simpático é muito importan-
te por desencadear reações para a sobrevivência do organismo, mas
quanto antes ele retomar suas atividades normais menor será o des-
gaste dos diversos órgãos envolvidos nessa situação de alerta, desati-
vando a emergência e trazendo benefícios aos pacientes.

O nervo vago integra o SNA e é o mais


extenso do corpo humano, tendo origem
no tronco encefálico, com percepções sen-
soriais que percorrem a orelha, o pescoço, o
tórax, o abdômen, inervando o sistema gas-
trointestinal, o sistema respiratório, o cora-
ção e o fígado.
No caminho que o vago faz ele sai do cé-
rebro e desce pelo pescoço, estando lado a
lado com a artéria carótida e a veia jugular,
de cada lado do pescoço.
Esses vasos sanguíneos levam sangue do
coração para o cérebro e vice-versa, além de
serem os vasos mais importantes em relação
à função cerebral e do sistema nervoso.
Enquanto desce, o vago vem se ‘agarran-
do’ na orelha, na garganta e cordas vocais
até chegar ao tórax, coração, pulmões, fíga-
do, pâncreas e intestinos.

Fonte: Pixabay

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• O nervo vago surge do tronco encefálico


• Desce por ambos os lados da cervical
• Se estende pelo tórax e abdômem, pela direita e pela esquerda, se
encontrando no tórax, quando forma o plexo esofágico
• Desse plexo esofágico se originam so nervos gástricos, que se espa-
lham por diverssos orgãos abdominais, como pâncreas, baço rins,
glândulas andrenais, intestino, fígado, vesícula biliar.

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AS FUNÇÕES ESSENCIAIS
DO NERVO VAGO

Fonte: google

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Fonte: Canva

Além de atravessar quase todo o corpo, inervando diversos ór-


gãos, o nervo vago é o responsável por conectar o cérebro ao
corpo.
O nervo vago exerce funções essenciais nos mais variados ór-
gãos:

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Considerando os inúmeros órgãos com os quais


o vago se conecta ele exerce várias funções, dentre
elas:

Sensorial: da garganta, coração, pulmões e abdô-


men.
Sensorial especial: Proporciona sensação gustati-
va atrás da língua.
Motor: fornece funções de movimento para os
músculos do pescoço responsáveis pela ​​ deglutição
e fala.
Parassimpático: Responsável pelo funcionamen-
to do trato digestivo, respiração e frequência cardí-
aca.

Nessas atividades ele equilibra o sistema nervoso


reduzindo o estado de alerta, a pressão arterial e a
frequência cardíaca, permitindo o relaxamento e a
digestão.
Veja a lista de funções exercidas pelo vago:

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• Reduzir o inotropismo (força de contração) e o cronotropismo (frequ-


ência) dos batimentos cardíacos;
• Dilatação de coronárias;
• Redução da pressão arterial;
• Redução da inflamação regulando a liberação de citocinas pró-inflama-
tórias;
• Alívio em quadros de ansiedade e depressão;
• Redução do zumbido no ouvido;
• Dilatação de brônquios;
• Aumento de peristaltismo;
• Melhora do paladar, deglutição e fala e na produção de saliva
• Regula a secreção de insulina;
• Regular a produção do ácido estomacal;
• Atua na absorção de nutrientes pelo intestino e desencadeia contrações
musculares (peristaltismo) pelo trato digestivo;
• Relaxamento de esfíncteres intestinais;
• Atua na produção e liberação de enzimas pancreáticas para auxiliar a
digestão;
• Atua na desintoxicação do fígado;
• Permite que as vias aéreas dos pulmões se expandam e contraiam, re-
duzindo a frequência respiratória;
• Atua nos rins, no controle do excesso de sódio e glicose no sangue;
• Desencadeia a liberação de bile para quebra a gordura;
• Promover a economia de energia do organismo;
• Permite a retenção de urina na bexiga, evitando a micção frequente;
• Atua nos órgãos genitais e reprodutivos, aumentando a excitação sexu-
al e a possibilidade de fertilidade;
• Atua no armazenamento da memória;
• Atua na produção de GABA, norepinefrina e acetilcolina;
• Atua na homeostase.
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ELO CRÍTICO
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O ELO CRÍTICO ENTRE


O CORPO E O CÉREBRO
• O nervo vago transmite diversas informações
sensoriais de tecidos viscerais importantes
para metabolismo, respiração, inflamação e
funções cardiovasculares, incluindo: estôma-
go, duodeno, íleo, coração, aorta, fígado, pul-
mão, traqueia e pâncreas.

• Regula várias funções autonômicas básicas


dos sistemas respiratórios, cardiovascular, di-
gestivo e imunológico.
• Possui propriedades morfológicas, elétricas e
genéticas.

Fonte: Pixabay

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ESTIMULAÇÃO
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ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA

Liberação de norepinefrina dos nervos simpáticos e epinefrina,


assim como norepinefrina da medula da adrenal

Aumenta a frequência cardíaca e a contratilidade cardíaca

Aumenta a intensidade do metabolismo cardíaco

Metabolismo elevado do coração desencadeia mecanismos regu-


ladores do fluxo sanguíneo local

Dilatação dos vasos coronarianos

Fluxo sanguíneo aumenta proporcionalmente às


necessidades metabólicas do músculo cardíaco

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ESTIMULAÇÃO
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ESTIMULAÇÃO VAGAL

Liberação de acetilcolina

Diminui a frequência cardíaca

Tem leve efeito depressor sobre a contratilidade cardíaca

Esses efeitos reduzem o consumo de oxigênio cardíaco

Contraem as artérias coronárias

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SAÚDE MENTAL
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NERVO VAGO E SAÚDE MENTAL

Vimos anteriormente as diversas funções


exercidas pelo vago, revelando a importân-
cia de seu bom funcionamento.
Ele atua na transição do SN simpático
(ativado para enfrentar situações de perigo)
e do sistema nervoso parassimpático (de re-
cuperação), ou seja, um tônus vagal elevado
ajuda a relaxar rapidamente após um evento
estressante (redução dos batimentos
cardíacos, do nível de glicose no san-
gue dos processos inflamatórios pro-
vocados pelo sistema imunológico),
retomando o bem-estar, a calma e o
convício social.
O cientista Otto Loewi descobriu,
em 1921, que a frequência cardíaca
podia ser reduzida ou ativada quan-
do estimulado o nervo vago.
Fonte: Canva Pesquisas confirmam que o siste-
ma parassimpático, via nervo vago, contri-
bui para a conexão do cérebro com o sistema
imunológico e nesse contexto o nervo vago
atua como uma força motriz do SN paras-
simpático, modulando nossas respostas de
descanso, digestão, necessidade de fuga ou
de relaxamento.

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Estudos apontam que os níveis de citocinas pró-inflamatórias


aumentam durante episódios depressivos e que o estresse pode
inibir o controle do eixo H2A, ativando a microglia no cérebro e
aumentando a permeabilidade da barreira hematoencefálica, re-
sultando em ativação excessiva de citocinas pró-inflamatórias.
Manter o equilíbrio dos sistemas simpático e parassimpático
reduz o estresse, a pressão muitas vezes insuportável, as noites
sem dormir e a apatia, proporcionando mais disposição e uma
visão positiva da vida.
A saúde mental, por sua vez, permite lidar com as emoções
positivas e negativas com as quais somos expostos diariamente.
Gerenciar essas emoções e oferecer respostas eficazes nos per-
mite manter a saúde física e mental, evitar conflitos e manter re-
lacionamentos saudáveis, em especial na família e no trabalho. 
O equilíbrio das funções mentais é essencial para um convívio
social mais saudável e para a tomada de decisões inteligentes.
Além de ser determinante para a estabilidade física, a saúde
mental está relacionada à qualidade da interação individual e
coletiva.
No cenário atual, em que os números de casos de ansiedade e
depressão dispararam, em especial nos jovens, buscar alternati-
vas que possibilitem a harmonia nessas relações é uma urgente
necessidade de saúde pública.
A pandemia revelou que muitas pessoas estão sofrendo com
o isolamento social, com o medo da morte, perda de emprego e
da qualidade de vida.
Um tônus vagal elevado regula os batimentos cardíacos, a res-
piração e faz o cérebro relaxar.

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Certos estímulos ao nervo vago, provocados por ansiedade,


medo, dor, alterações da temperatura podem provocar tontura
ou desmaio, com a queda dos batimentos cardíacos e da pressão
arterial. 
Inúmeras pesquisas revelam a influência da microbiota intes-
tinal sobre o hospedeiro, que se efetiva por uma via bidirecio-
nal, denominada de eixo microbiota-intestino-cérebro, com re-
flexos diretos na imunidade e que será abordado na sequência.
Esse eixo utiliza como comunicação os sistemas parassimpá-
tico (em especial, o nervo vago), imunológico, neuroendócrino
e circulatório, transportando metabólitos e neurotransmissores
produzidos pelas bactérias do intestino, tais como os neuro-
transmissores serotonina, GABA, catecolaminas, acetilcolina e
histamina, essenciais ao bom funcionamento do organismo por
suas propriedades anti-inflamatórias, bactericidas e antioxidan-
tes.
Estudos apontam que a administração adequada de probióti-
cos pode trazer excelentes benefícios no tratamento de patolo-
gias como depressão, autismo e enxaqueca entre várias outras.

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Inclusive a estimulação elétrica do nervo vago está sendo


utilizada com sucesso no tratamento de certos tipos de epilep-
sia, depressão, esclerose múltipla e Alzheimer.
Pesquisa realizada na Universidade College London revelou
que a constipação é uma das primeiras manifestações da doen-
ça de Parkinson, o que também nos remete a uma análise mais
acurada de uma possível relação entre o distúrbio e o funciona-
mento do nervo vago.
Embora o mecanismo ainda não tenha sido completamente
elucidado, presume-se que a estimulação vagal esteja relacio-
nada com a modulação do tálamo e do circuito límbico e, dessa
forma, altera o humor, a liberação de noradrenalina, aumenta
os níveis do neurotransmissor inibitório GABA e inibe a ativi-
dade cortical.

Fonte: Canva

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SISTEMA LÍMBICO
NERVO VAGO E O SISTEMA LÍMBICO

Diariamente somos invadidos por diversas experiências emocio-


nais (medo, ansiedade, felicidade) e a capacidade de gerenciá-las de
forma saudável nos permite tomar decisões e estar menos propensos
a doenças. 
A forma como lidamos com perdas materiais, pessoais, frustra-
ções e medos faz toda a diferença para nossa condições de saúde.
Não por acaso a OMS afirma que o estresse está presente em 90%
das doenças.
Cada experiência desencadeia o mecanismo do sistema simpático
(respostas de alerta) e precisamos equilibrar a ativação do sistema
parassimpático (respostas de descanso).
Reduzir os efeitos do estresse elevando o tônus vagal permite re-
gular os batimentos cardíacos, a respiração e o nível de glicose no
sangue, reequilibrando o organismo e oferencendo maior bem-estar.

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A otimização da função do nervo vago favorece que o organismo


relaxe mais rápido depois de uma situação de estresse e potencializa
a saúde fortalecendo as defesas imunológicas.
A relação que o nervo vago mantém com o SNC revela que suas
projeções estão associadas com funções cerebrais envolvidas na per-
cepção da dor.
A estimulação vagal transcutânea reduziu o sinal em regiões im-
portantes para a modulação inibitória nociceptiva e para a percep-
ção de dor, como:

amígdala,
hipocampo,
córtex cingulado posterior
giro para-hipocampal

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Fonte: Canva
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CORTISOL
NERVO VAGO E O CORTISOL

O acionamento constante do SN simpático (lutar ou fugir) não


permite que os hormônio do estresse sejam eliminados e com o pas-
sar do tempo a exposição crônica ao cortisol danifica os tecidos.
O cortisol atua no metabolismo dos açúcares e lipídios, influencia
o sistema imunológico, o colágeno da pele e o funcionamento do
cérebro.
O estresse aumenta a permeabilidade intestinal, modifica a flora
e a imunidade intestinal, ativando o sistema simpático e inibindo a
ação vagal.
O nervo vago desempenha papel central na coordenação da res-
posta parassimpática, desacelerando a respiração e os batimentos do
coração, promovendo o relaxamento, estimulando a digestão e tra-
zendo uma sensação de paz e calma.
Para isso libera o neurotransmissor acetilcolina que auxilia no
controle da inflamação.

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NERVO VAGO
E ANSIEDADE
ANSIEDADE
Fonte: Pixabay

Você já passou a noite acordada pensando em algo muito impor-


tante que iria acontecer no dia seguinte ?
Sentiu dor de barriga por ter que falar em público?
Em momentos estressantes é comum ter esse tipo de reação e fato-
res psicossociais influenciam o funcionamento do intestino.
Resumindo: estresse, ansiedade e depressão podem afetar os mo-
vimentos e as contrações do trato gastrointestinal.
E o contrário também acontece: pessoas com distúrbios gastroin-
testinais sentem a dor de forma mais aguda do que outras pessoas
porque seus cérebros respondem mais aos sinais de dor do trato gas-
trointestinal.
Essa condição intestinal agrava a percepção da dor.
Diante dessa constatação muitos pacientes com condições gas-
trointestinais funcionais podem responder favoravelmente ao trata-
mento, em especial visando reduzir o estresse e a ansiedade, deven-
do o profissional de saúde observar que o nervo vago é a principal
via de conexão.

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O NERVO VAGO E A PRODUÇÃO DE


NEUROTRANSMISSORES
NEUROTRANSMISSORES

Fonte: google

A estimulação do nervo vago está relacionada com a produção de


diversas substâncias:

DOPAMINA – neurotransmissor multifuncional que atua no


SNC, entre elas a regulação das emoções, no alívio da dor, controle
motor,  prazer, atenção, cognição, além de fisiologicamente excreção
do sódio pelos rins e retardar o esvaziamento gástrico.

SEROTONINA – esse neurotransmissor age como um mensagei-


ro do sistema nervoso, e atua na regulação do sono, do humor, do
apetite, da temperatura do corpo, dos movimentos e até mesmo nas
funções intelectuais fundamentais.

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NOREPINEFRINA ou NORADRENALINA –  atua como neuro-


transmissor que excita o sistema nervoso autônomo e são liberadas
pelo sistema nervoso simpático em resposta à ingestão alimentar,
além de controlar áreas no hipotálamo que atuam no comporta-
mento alimentar. Um dos seus efeitos mais conhecidos é o vasopres-
sor, ou seja, ela provoca aumento da pressão arterial.

OREXINA ou HIPOCRETINA – neurotransmissor produzido


no hipotálamo, no intestino e no estômago, é o responsável por le-
var as respostas intestinais para o cérebro e por processos fisiológi-
cos como estimular o apetite, regular a glicose, realizar homeostase
energética, regular a excitação e o ciclo sono-vigília.

Atua na interação entre o cérebro e o sistema digestivo (eixo cé-


rebro-intestino) são capazes de regular a motilidade gástrica ou a
secreção do hormônio pancreático, exercendo grande influência na
nutrição, na ingestão de alimentos e no controle do apetite, comuni-
cando ao cérebro informações de carência nutricional e de necessi-
dade de alimentos. 
Os neurônios orexinérgicos também são localizados em áreas do
sistema límbico, e por esse motivo exercem um papel importante em
funções emocionais, motivacionais e de recompensa.
A orexina também exerce influência no eixo hipotálamo-hipófi-
se-gônadas atuando no processo reprodutivo por regular a secreção
de hormônios sexuais como oxitocina e a vasopressina, na ovulação
e comportamento sexual.

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FUNÇÃO
IMUNOMODULADORA
DO NERVO VAGO
Fonte: Pixabay

Estudos apontam que o nervo vago atua no controle das respostas


inflamatórias realizadas pelas citocinas, que têm papel relevante na
depressão.
As citocinas afetam comportamentos: letargia, sonolência, fadiga,
falta de interesse, falta de apetite e menor concentração, sintomas
similares aos descritos na síndrome depressiva.
A produção de citocinas pode ser desencadeada pelo estresse.
Pelas fibras vagais o sistema parassimpático libera acetilcolina para
inibir a produção de citocinas inflamatórias, atuando sobre o baço e
o fígado, fontes de citocinas pró-inflamatórias.
Pesquisas relacionam a interrupção da ação anti-inflamatória do
vago com o aparecimento de distúrbios inflamatórios como artrite
reumatoide, doenças pancreáticas e intestinais.
Os patógenos ativam a resposta do organismo e as fibras sen-
soriais do nervo vago transmitem informações ao cérebro da ne-
cessidade de iniciar a febre e outras respostas à infecção, como a
produção de citocinas para combatê-los. Contudo, uma resposta
excessiva também causa estragos ao organismo e nesse ponto si-
nais eferentes do nervo vago atuam para inibir o excesso de pro-
dução de citocinas.

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Estudos demonstram os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios da


neuroestimulação auricular do nervo vago sobre a dor inflamatória
persistente.
Pode ser que você esteja pensando que a inflamação é um proces-
so prejudicial ao organismo.
Calma, não é bem assim, pois o organismo busca sempre manter
um equilíbrio entre as citocinas pró e anti-inflamatórias.
A inflamação é a fase inicial da cicatrização, evento fisiológico es-
sencial para nossa preservação e possibilita o processo de reparo te-
cidual.
Isso mesmo, para que haja a cicatrização de feridas é necessário
um processo complexo em que células inflamatórias interagem na
liberação de substâncias que irão reparar o tecido celular que foi da-
nificado.
Para que isso aconteça o SNC precisa interagir com o sistema imu-
nológico, modulando a resposta inflamatória no nível suficiente para
o reparo necessário, e isso se dá por meio do nervo vago e da libera-
ção de acetilcolina nos macrófagos.
Assim sendo, o sistema imune respondem aos patógenos e dão
início à reparação dos danos teciduais.
Como vimos, a síntese e liberação de citocinas é um componen-
te essencial do sistema imunológico inato, e a produção excessiva
gera uma resposta inflamatória sistêmica generalizada que danifi-
ca órgãos distantes, condição muito evidente, por exemplo, na CO-
VID-19.
Esse controle de citocinas ocorre pelas fibras eferentes, que passou
a ser denominada via anti-inflamatória colinérgica e estudos apon-
tam que esse mecanismo de supressão de citocinas pelo nervo vago
converge para o baço.

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SINTOMAS DO BAIXO
TOM VAGAL

Essas patologias podem estar relacionadas • TDAH


com o baixo tom vagal: • Ansiedade
• Depressão
• Alzheimer
• Doenças cardíacas
• Câncer
• Diabetes
• Constipação
• Transtorno bipolar
• Dificuldade em engolir
• Tendência de engasgar
ao comer 
• Artrite reumatoide
Fonte: kenhub
• Vícios
• Síndrome de fadiga
• crônica
• Epilepsia
• Transtornos digestivos
• Ronco
• Enxaqueca
• Obesidade
• Doenças autoimunes
• Quedas repentinas na
pressão arterial

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NERVO VAGO E
SISTEMA
IMUNOLÓGICO

O sistema imunológico é inervado


pelo SN simpático e o SN parassimpá-
tico, via nervo vago, atua na conexão
entre o cérebro e o sistema imunológico
e por meio dele o sistema nervoso e o
sistema endócrino conseguem atuar no
sistema imunológico.
O vago é um elemento essencial do
sistema imunológico neuroendócrino
para garantir a homeostase.
Como personagem principal do refle-
xo inflamatório, o nervo vago controla
respostas imunológicas inatas e a infla-
mação durante a invasão de patógenos,
reduzindo a lesão tecidual.
O nervo vago possui importante pa-
pel na homeostase e a redução em suas
funções foi identificada em uma série de
distúrbios, incluindo dispepsia funcio-
nal, síndrome do intestino irritável, do-
ença inflamatória intestinal e diabetes.

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Fonte: kenhub
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Além disso, o nervo vago se relaciona com o SNC e suas projeções no


encéfalo atuam diretamente na percepção da dor.
Tem atuação ampla no organismo, participando do controle dos siste-
mas cardiovascular, respiratório, endócrino e na motilidade gastroitesti-
nal.
Não existe resposta simpática e o parassimpática ao mesmo tempo:
quando uma é ativada a outra é desativada - não se pisa no freio e no ace-
lerador ao mesmo tempo.
A inflamação acontece de forma local e temporária, sendo restaurada
pela homoestase imunológica e fisiológica, por ação do sistema nervoso
parassimpático.
A regeneração ou cura dos tecidos do copo ocorre somente com a
ação do SN parassimpático, quando há um relaxamento da situação do
estresse.
Desligar o sistemaa simpático que alivia a resposta ao estresse (luta ou
fuga) é fundamental para a saúde.

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O QUE É A SÍNCOPE
VASOVAGAL?

Fonte: Pixabay

Você já ouviu falar nessa expressão?


Pessoas vivenciando intensos distúrbios emocionais estão mais
propensas a essa reação vasodilatadora que leva a desmaios.
Em geral as pessoas sentem alguns sinais como: fraqueza, transpi-
ração, palidez, calor, náusea, tontura, dor de cabeça ou palpitações.
Na síncope acontece um processo interessante em que o organismo
ativa o sistema vasodilatador muscular enquanto o vago transmite
sinais ao coração, diminuindo, rapidamente a frequência cardíaca.
A perda da consciência acontece em razão da queda da pressão
arterial e do fluxo sanguíneo para o cérebro.

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Lesão cerebral, nervo vago e


supressão da imunidade

Fonte: Pixabay

O SNC identifica a inflamação periférica pela sinalização do nervo vago


aferente, e o cérebro produz citocinas pró-inflamatórias e recruta leucóci-
tos, ocasionando febre e a ativação do eixo H2A e do SN simpático.
Estudos apontam que a lesão cerebral e o consequente aumento da pres-
são intracraniana podem levar ao aumento da atividade do nervo vago,
que suprime a imunidade inata. 
Essa reação explicaria o aumento da suscetibilidade à infecção que afeta
pacientes com lesões cerebrais. 
Mas qual a relação entre lesão cerebral, nervo vago e supressão da imu-
nidade inata?

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Em pacientes que sofreram AVE, apesar das sequelas neurológicas te-


rem um grande impacto na mortalidade, a principal causa de morte nestes
doente são as infecções bacterianas, sendo a pneumonia a mais frequente.
Pesquisa que comparou pacientes com hemorragia intracraniana e vo-
luntários saudáveis revelou que a potência espectral total da velocidade
da frequência cardíaca e da produção de citocinas foram gravemente de-
primidas naqueles pacientes em comparação com voluntários saudáveis,
o que sugere que lesões cerebrais estão associadas à imunossupressão me-
diada pelo nervo vago.
A resposta pode estar no fato de que, embora a inflamação tenha uma
papel importante na recuperação do tecido, acaba por ser neurotóxica e
impede a regeneração e a plasticidade dos neurônios.
Para limitar os danos provocados pela inflamação o organismo ativa
um processo anti-inflamatório, que provoca a supressão do sistema imu-
nitário.
Com essa imunodepressão causada pelo próprio corpo para reduzir a
inflamação reduz-se a proteção às infecções bacterianas, que podem co-
meçar a acontecer.

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O NERVO VAGO
E OS SABORES
Fonte: Pixabay

A língua é um órgão sensorial e muscular localizado na cavidade


oral e faríngea e compõe a estrutura do sistema gustativo, recoberta
por uma membrana com papilas gustativas que possuem quimiorre-
ceptores que interagem com as moléculas do alimento.
Esses receptores transformam a informação química em estímulos
elétricos e em sinais elétricos, com uma identificação diferente para
cada tipo de sabor.
Essa identificação segue um trajeto pelo nervo lingual e os estímu-
los da porção posterior da língua e da epiglote seguem ao SNC pelos
nervos glossofaríngeo e pelo nervo vago.

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NERVO VAGO
E OS PULMÕES
Fonte: Canva

Quando chega à caixa torácica fibras do nervo vago emergem e


formam os ramos bronquiais, o plexo pulmonar e o plexo esofágico,
para a inervação parassimpática dessas estruturas.
Terminais nervosos aferentes presentes nas vias aéreas que enviam
informações sensoriais por meio do nervo vago, com reflexo na res-
piração.
O SN parassimpático é considerado o principal mecanismo neural
broncoconstritor com papel fundamental nas vias áreas.
Aqui uma questão muito interessante levantada na obra Tratado
de fisiologia médica, afirma que fibras parassimpáticas, derivadas do
nervo vago, penetram no parênquima pulmonar.
Quando ativado a acetilcolina é secretada e provoca constrição
leve a moderada dos bronquíolos.
No caso, por exemplo, de uma crise de asma, que causa constrição
bronquiolar, a estimulação nervosa parassimpática sobreposta, com
frequência, piora essa condição.
Quando isso acontece é importante bloquear os efeitos da acetil-
colina, relaxando as vias aéreas para reverter a obstrução.

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O NERVO VAGO
CONTROLA ATÉ A SUA
TOSSE
Fonte: Pixabay

Quando respiramos não é incomum a entrada de partículas estra-


nhas ou cheiros mais fortes no sistema respiratório, que são detecta-
das na traqueia ou nos brônquios causando uma irritação e um pro-
cesso de tosse, que é uma das formas do organismo expelir o invasor.
Entram em cena impulsos neurais aferentes em que as vias res-
piratórias, por meio do nervo vago, comunicam ao bulbo, sobre o
problema.
O Tratado de fisiologia médica traz a sequência de como nasce a
tosse:

1 – são inspirados até 2,5 litros de ar.


2 – fechamento da epiglote e das cordas vocais para aprisionar o ar no
interior
dos pulmões.
3 – os músculos abdominais se contraem com força, empurrando o
diafragma.
4 – contração de músculos expiratórios como os intercostais internos.
5 – a pressão nos pulmões aumenta rapidamente até 100 mmHg ou
mais.
6 – as cordas vocais e a epiglote subitamente se abrem de forma ampla,
e o ar sob alta pressão nos pulmões explode em direção ao exterior, com
velocidades que variam entre 120 e 160 km/h.
7 – a forte compressão dos pulmões faz com que o ar passe rapida-
mente pelas fendas dos brônquios e das traqueias carregando o invasor.
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SEU PACIENTE TEM


ASMA?

Fonte: Pixabay

A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns,


com sintomas peculiares que tendem a piorar à noite e pela manhã:
obstrução das vias aéreas gerando dificuldade de respirar, chiado,
aperto no peito, respiração curta e rápida.
O SNA está diretamente relacionado com aspectos da função pul-
monar, seja modulando o calibre das vias aéreas, regulando o tônus
muscular liso, a secreção de muco e o fluxo sanguíneo da circulação
brônquica.
Pesquisas realizadas em 1920 com pacientes asmáticos revelaram
que os sintomas da patologia eram revertidos com injeções de adre-
nalina, constando haver uma desregulação entre os sistemas nervo-
sos colinérgicos e simpático.
Estudos recentes apontam que a asma estaria associada a respostas
inflamatórias na parede das vias aéreas.
Terminais nervosos podem ser responsáveis pela resposta bronco-
dilatadora, e participariam do controle de ventilação nos asmáticos
encurtando o tempo de inspiração e prolongando o de expiração.
Além do ponto do pulmão é possível utilizar o ponto do vago para
estabilizar a respiração do paciente, especialmente em crise.

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NERVO VAGO
E O CORAÇÃO

Fonte: Pixabay

O SNA exerce influência direta sobre o sistema cardiovascular, e


os neurotransmissores noradrenalina e acetilcolina liberadas no ór-
gão alteram a força de contração das fibras miocárdicas e a frequên-
cia cardíaca.
Dessa forma, o bombeamento cardíaco é controlado pela atuação
conjunta simpático e parassimpático, aumentando a quantidade de
sangue bombeada e a frequência ou reduzindo, respectivamente.
Reflexos circulatórios que estimulem o vago causam liberação de
acetilcolina pelas terminações vagais na  membrana celular do mio-
cárdio, produzindo efeito parassimpático, ou seja, uma vez ativado,
o nervo vago gera uma redução tanto na frequência cardíaca quanto
na pressão arterial.

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ENTENDENDO MELHOR A AÇÃO DA


ACETILCOLINA
A acetilcolina (ACH) é um poderoso anti-inflamatório e gera vasodi-
latação e redução da frequência cardíaca, ao dilatar as veias e diminuir
contração do coração. 
Esse neurotransmissor produzido pelo SN (central e periférico) foi des-
coberto em 1914 pelo médico inglês Henry Dale.
A acetilcolina atua nas células nervosas no sistema cardiovascular, ex-
cretor e muscular, com funções relacionadas com a vasodilatação, redu-
ção da frequência cardíaca e relaxamento intestinal.
Os neurônios do sistema nervoso parassimpático que secretam a acetil-
colina são denominados colinérgicos.
Mas é importante mencionar que embora a acetilcolina tenha efeito ex-
citatório, em algumas terminações nervosas parassimpáticas periféricas
ela tem efeitos inibitórios, como a inibição do coração pelo nervo vago.
No caso específico do coração, ao ser estimulado, o nervo vago libera
acetilcolina, que torna mais lenta a transmissão do impulso cardíaco para
os ventrículos, reduzindo a frequência cardíaca até cerca da metade do
valor normal.

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NERVO VAGO E BATIMENTOS


CARDÍACOS
No artigo “Mecanismos neurais centrais e periféricos de gênese e con-
trole a curto prazo da pressão arterial: da fisiologia à fisiopatologia” encon-
tramos informações importantes sobre o funcionamento do nervo vago e
como podemos oferecer mais resultado aos nossos pacientes.
A regulação da atividade cardíaca e da circulação periférica pelo SNC
é acompanhada pela ativação de grupos de neurônios localizados princi-
palmente no bulbo.
A atividade desses neurônios é em parte determinada por comandos
oriundos de regiões do SNC num sistema complexo de controle das sim-
páticas e parassimpáticas, modulando a rápida resposta cardiovascular
em diferentes situações como ao realizar atividade física ou aumento da
temperatura.
O equilíbrio dessa ativação e desativação contribui para a estabilização
e manutenção da pressão arterial (PA), ampliando a capacidade de adap-
tação e sobrevivência do organismo.

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NERVO VAGO E
PRESSÃO ARTERIAL
Fonte: Pixabay

Dois fatores são capitais para determinar a pressão arterial:

• A força dos batimentos cardíacos (propulsão do sangue); e


• A resistência apresentada pelos vasos sanguíneos periféricos
quando da passagem desse ao fluxo de sangue.

E aqui entra em cena a atuação conjunta da estimulação simpática


e parassimpática para regular a pressão sanguínea:

• Simpática: aumenta a propulsão do coração e a resistência ao


fluxo, causando aumento agudo da pressão arterial, variação
muito pequena.

• Parassimpática moderada: mediada pelos nervos vagos, dimi-


nui o bombeamento cardíaco gerando uma leve diminuição da
pressão arterial.

• Parassimpática vagal muito forte: pode até mesmo parar o co-


ração por alguns segundos e reduzir drasticamente a pressão
arterial.
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NERVO VAGO, SISTEMA IMUNE E


HIPERTENSÃO
A hipertensão do sistema cardiovascular de multifatores, incluindo, me-
canismos que desregulam o SNA, questões imunológicas e a inflamação.
A hipertensão arterial é um dos maiores fatores de risco a eventos cere-
brais e cardiovasculares, por isso deve-se ter um cuidado redobrado.
O SNA é composto por uma vasta rede de fibras tanto aferentes quanto
eferentes, que atuam nessa troca de informações entre o cérebro e as ativi-
dades cardiovasculares, e essa engrenagem regula a pressão arterial.
Mas nesse meio ainda existem respostas imunológicas que interferem
na modulação da pressão e no surgimento da hipertensão.
Esse mecanismo é muito complexo e pode acontecer de o sistema imu-
ne provocar alterações no SNC e alterar o controle da pressão arterial.
A resposta autoimune também é um fator causador da hipertensão e a
infiltração de células imunes nos rins, por exemplo, pode provocar uma
inflamação crônica que, por sua vez, altera o sistema de controle da pres-
são arterial.  

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NERVO VAGO E
DIGESTÃO

Fonte: Canva

Os sistemas simpático e parassimpático são antagônicos e o caráter


misto do nervo vago é responsável pela comunicação bidirecional entre
o SNC e o trato digestivo, garantindo o funcionamento integrado e coor-
denado das funções digestivas, como motilidade, sensibilidade, secreção,
permeabilidade, imunidade. 
A ativação do SN parassimpático é essencial para que a digestão acon-
teça de forma adequada.
Durante a ingestão de alimentos os aferentes vagais do trato gastrointes-
tinal detectam os alimentos digeríveis, enquanto os eferentes vagais e os
mecanismos hormonais codificam a taxa de absorção, armazenamento e
mobilização de nutrientes. 
O aumento da secreção da saliva e da acidez estomacal auxiliam no fun-
cionamento das enzimas digestivas, na secreção de bile e nos movimentos
peristálticos que conduzem os alimentos pelo trato gastrointestinal, per-
mitindo que o organismo retire dos alimentos todos os nutrientes neces-
sários ao seu regular funcionamento.

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Algumas pessoas têm uma digestão muito lenta.


Esse pode ser um problema estomacal, em razão da deficiência de ácido
estomacal.
Pode ser também um peristaltismo lento no intestino delgado ou gros-
so.
Mas pode acontecer o contrário: pessoas que têm um trânsito intestinal
muito rápido.
Por isso é fundamental avaliar o tempo que o alimento leva no trato
gastrointestinal.
O tempo ideal deve ser entre 12 e 24 horas, sendo que 16 é melhor ain-
da.
Como assim? Se o alimento entra e sai após 16 horas isso demonstra um
funcionamento ideal do nervo vago, do estômago e dos intestinos.
Como fazer esse teste? Comer milho e observar é uma opção...

Fonte: Pixabay
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NERVO VAGO E
MICROBIOMA

Fonte: Pixabay

O microbioma intestinal exerce influência nas mais diversas áreas do


corpo humano: desde o funcionamento do sistema gastrointestinal até as
respostas do sistema imunológico.
A comunicação entre a microbiota, o intestino e o cérebro forma o eixo
microbiota-intestino-cérebro e inúmeras patologias neurodegenerativas
estão relacionadas com rupturas desse eixo.
As bactérias intestinais podem produzir hormônios e neurotransmisso-
res idênticos aos produzidos pelos humanos que estimulam diretamente
os neurônios aferentes do sistema nervoso entérico para enviar sinais ao
cérebro. E o faz por meio do nervo vago.
Memória, humor, aprendizado, sono, alcoolismo, fadiga crônica e fibro-
mialgia estão diretamente relacionados com as atividades os microorga-
nismos intestinais.
Quando há um desequilíbrio nesse ambiente – disbiose intestinal – alte-
ra-se a proporção das Firmicutes/Bacteroidetes afetando o funcionamen-
to do organismo pela produção de metabólitos neurotóxicos.

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Certos estímulos ao nervo vago, provocados por ansiedade, medo, dor,


alterações da temperatura podem provocar tontura ou desmaio, com a
queda dos batimentos cardíacos e da pressão arterial. 
Inúmeras pesquisas revelam a influência da microbiota intestinal sobre
o hospedeiro, que se efetiva por uma via bidirecional, denominada de eixo
microbiota-intestino-cérebro, com reflexos diretos na imunidade.
Esse eixo utiliza como comunicação os sistemas parassimpático (em es-
pecial, o nervo vago), imunológico, neuroendócrino e circulatório, trans-
portando metabólitos e neurotransmissores produzidos pelas bactérias
do intestino, tais como os neurotransmissores serotonina, GABA, cate-
colaminas, acetilcolina e histamina, essenciais ao bom funcionamento do
organismo por suas propriedades anti-inflamatórias, bactericidas e antio-
xidantes.
Estudos apontam que a administração adequada de probióticos pode
trazer excelentes benefícios no tratamento de patologias como depressão,
autismo e enxaqueca entre várias outras.
Inclusive a estimulação elétrica do nervo vago está sendo utilizada com
sucesso no tratamento de certos tipos de epilepsia, depressão, esclerose
múltipla e Alzheimer.

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NERVO VAGO E AS
DOENÇAS
INFLAMATÓRIAS
INTESTINAIS
Fonte: Pixabay

Doenças inflamatórias intestinais como a doença de Crohn e a colite


ulcerosa afetam milhares de brasileiros.
O vago, principal componente do SN parassimpático, tem uma impor-
tância muito grande em razão de sua extensão de atuação, como uma au-
toestrada ele atravessa quase todo o corpo e inerva vários órgãos, em es-
pecial os relacionados com o trato gastrointestinal.
Ele exerce um papel anti-inflamatório, podendo ser usado como uma te-
rapia não medicamentosa na doença inflamatória intestinal crônica (DII):
por meios eferentes ou aferentes, ao estimular o eixo HPA e a liberação de
cortisol das adrenais. 
Estimular as propriedades anti-inflamatórias do nervo vago pode trazer
excelentes resultados ao paciente com DII. 
Nesse contexto a auriculoterapia se revela uma excelente opção tera-
pêutica, pois ao equilibrar as propriedades anti-inflamatórias do nervo
vago atuam por meio de seu aferente (eixo H2A) e nas fibras eferentes,
evitando os inúmeros efeitos colaterais que impactam a qualidade de vida
do paciente portador de doenças inflamatórias intestinais.

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NERVO VAGO, FÍGADO


E PÂNCREAS

Fonte: Pixabay

Fígado e pâncreas são órgãos diretamente relacionados com o equilí-


brio de açúcar no sangue.
O fígado monitora os níveis e informa a situação do organismo ao cére-
bro, que por sua vez aciona o pâncreas, que responde liberando insulina
quando os níveis de açúcar estão elevados no sangue.
Quem faz essa comunicação? Agora você já sabe.
São cada vez mais comuns os casos de distúrbios metabólicos, resistên-
cia à insulina e diabetes tipo 2.
A resistência à insulina acontece quando as células não têm o capacida-
de de absorver a glicose e o açúcar permanece no sangue.
Nesse ponto o vago é muito importante para regular essa comunicação
entre os 3 órgãos envolvidos diretamente no problema do excesso de açú-
car.

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NERVO VAGO E
VESÍCULA BILIAR
Fonte: Pixabay

A vesícula biliar é uma pequena bolsa localizada no abdômen, integra o


sistema digestório e é responsável por armazenar a bile, um líquido ama-
relado que atua na digestão das gorduras presentes nos alimentos.
Fibras nervosas secretoras de acetilcolina do nervo vago e do sistema
nervoso entérico estimulam a vesícula biliar para lançar a bile no intestino
delgado.
Problemas digestivos podem estar relacionados com a atuação deficien-
te da vesícula biliar pode gerar náuseas, vômitos, inchaço e perda de ape-
tite.

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NERVO VAGO,
OBESIDADE E
DIABETES
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O SN parassimpático tem forte atuação no metabolismo energético.


O eixo intestino-cérebro via nervo vago é a via neuro-humoral autôno-
ma que integra os elementos da homeostase energética.
O nervo vago pode afetar o nível de insulina no sangue e suprimir o
apetite para atingir o objetivo de emagrecimento. 
A atividade do nervo vago é diminuída em condições inflamatórias crô-
nicas, em especial no caso de obesos e diabéticos, em que pode haver uma
atenuação da sinalização do nervo vago aferente e eferente em suas ativi-
dades de regulação metabólica.
Nesses casos pesquisas apontam uma redução na atividade vagal na re-
gulação da produção de glicose hepática, interferindo nos níveis de glico-
se no sangue.
O aumento da atividade física e a redução nos níveis de marcadores
inflamatórios e de complicações metabólicas aliados à normalização da
atividade do nervo vago favorece a perda de peso, revelando que restaurar
ou aumentar a atividade vagal pode reduzir a inflamação e outras condi-
ções associadas à obesidade.

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NERVO VAGO E
HOMEOSTASE
ENERGÉTICA
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A ingestão e o gasto de energia são rigidamente controlados para man-


ter o equilíbrio energético, essencial para as funções fisiológicas normais. 
O nervo vago tem um papel importante na regulação da homeostase
metabólica, além de controlar a função imunológica e as respostas pró-in-
flamatórias por meio do reflexo inflamatório.
Ele exerce papel fundamental no metabolismo, detecção dos níveis dos
nutrientes, ingestão de alimentos, termogênese e o gasto energético e pode
regular o apetite e o peso corporal a longo prazo.

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São as fibras aferentes e eferentes do nervo vago que exercem esse papel
fundamental de regular o comportamento alimentar e a homeostase me-
tabólica.
E como isso se reflete nos pacientes?
A atuação do vago preserva o equilíbrio energético e evita o efeito san-
fona, aquelas flutuações no peso corporal.
Essa homeostase metabólica acontece por meio de atividades como:

• Controle da frequência cardíaca,


• Motilidade e secreção gastrointestinal,
• Secreção endócrina e exócrina pancreática, e
• Produção de glicose hepática.

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NERVO VAGO E
TERAPIA VNS

Fonte: Pixabay

A medicina tradicional está ampliando a utilização de um eletroestimu-


lador implantado cirurgicamente no tórax que se conecta ao ramo cervi-
cal do nervo vago no pescoço através de um conjunto de eletrodos, deno-
minado VNS.
Essa terapia se popularizou nos casos de epilepsia refratária, insuficiên-
cia cardíaca crônica e condições psiquiátricas como depressão. 
O procedimento foi aprovado pela FDA (que seria para os americanos
o que a ANVISA é para o Brasil) como um tratamento alternativo para
doenças neuropsiquiátricas, como epilepsia e depressão.
Esses aparelhos são utilizados com dispositivos de estimulação elétrica
nervosa transcutânea (TENS), sendo uma opção para o tratamento de
epilepsia, depressão, tremor e dores, que não respondem ao padrão far-
macológico intervenções. 
As cirurgias para implanta dispositivos VNS são minimamente invasi-
vas, mas têm alto custo e podem apresentar efeitos adversos em caso de
estimulação excessiva do nervo vago.
De qualquer forma isso prova que é possível estimular o vago e ter bons
resultados. Então, por que não fazer isso com a auriculoterapia?

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NERVO VAGO E
AURICULOTERAPIA

O nervo vago possui ramificações para o pavilhão auricular, onde é de-


nominado ramo auricular do nervo vago (RANV).
Ele inerva principalmente o centro da aurícula e o conduto auditivo.
O avanço tecnológico e as pesquisas sobre o tema vem comprovando
dia-a-dia a efetividade da estimulação auricular em várias patologias.
Cumprindo sua função de restabelecer o equilíbrio homeostático o ner-
vo vago vem ganhando espaço nos atendimentos a pacientes com con-
dições disfuncionais, que passam a responder à estimulação auricular e
passa a ser uma excelente opção para inúmeras patologias.

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LOCALIZAÇÃO DO PONTO NERVO VAGO

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Artigos
Científicos

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O avanço da tecnologia e dos exames de última geração da medicina


ocidental possibilitou aprofundar no conhecimento do sistema nervoso
autônomo, em especial nas funções do nervo vago e de sua ativação, des-
cobrindo os benefícios que isso proporciona ao organismo e à saúde.
Teorias começaram a explicar o funcionalmente do vago e o controle
parassimpático que ele exerce sobre órgãos como coração, pulmão e tra-
to digestivo, sua relação com o sistema imunológico e com o emocional,
explicando alguns comportamentos de pacientes e favorecendo o sucesso
nos tratamentos.
Por exemplo: vários pontos utilizados em protocolos de auriculoterapia
no tratamento de usuários de drogas incluíam pulmão, fígado e rim, que
não por acaso estão localizados na região da orelha inervada pelo nervo
vago.
Destacaremos aqui inúmeras pesquisas científicas que revelam o papel
do nervo vago e sua regulação pelo hipotálamo, o que nos permite imagi-
nar que muitas outras descobertas envolvendo o parassimpático estão por
vir, e a auriculoterapia pode trazer muitas contribuições para a ciência.

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A matriz de inervações de órgãos finais do nervo vago, juntamente com


o aumento da evidência científica básica, levou a estimulação do nervo
vago (VNS) a ser explorada como uma opção de tratamento em uma série
de distúrbios clínicos, como insuficiência cardíaca, enxaqueca e doença
inflamatória intestinal . Existem técnicas invasivas (implantadas cirurgi-
camente) e não invasivas (transcutâneas) de VNS.
Desequilíbrios na atividade das partes constituintes do SNA foram as-
sociados a vários distúrbios clínicos: insuficiência cardíaca, doença infla-
matória intestinal e dor crônica síndromes. 
Em geral, o desequilíbrio relatado envolve atividade simpática relativa-
mente maior associada a uma escassez de atividade parassimpática.
Portanto, os esforços para reequilibrar terapeuticamente esse equilíbrio
com técnicas como a estimulação do nervo vago (VNS), que supostamen-
te aumenta a atividade do nervo vago, são de interesse em uma variedade
de disciplinas clínicas.
No momento, os resultados dos estudos de FMRI publicados até o mo-
mento tornam razoável supor que a concha e o trago interno são locais
adequados para a modulação vagal. 

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/joa.13122

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A estimulação do nervo vago pode, portanto, induzir a liberação de do-


pamina e noradrenalina. 
Uma ativação simpática poderia, portanto, fazer parte do mecanismo
de ação do VNS. 

Conclusão
Ter como alvo as propriedades antiinflamatórias do VN com VNS pode ser de interes-
se no manejo de pacientes com DC por meio de uma terapia não medicamentosa. 
A neuroestimulação não invasiva pela via auricular transcutânea (ta-VNS) é uma al-
ternativa à neuroestimulação invasiva, conforme usada em nosso estudo piloto (Butt et
al., 2020). O objetivo do ta-VNS é estimular a concha da orelha ( concha aurícula), parte
da orelha que é 100% inervada pelo ramo auricular do VN (Peuker e Filler, 2002), cuja
estimulação ativaria o “reflexo inflamatório”. O tragus e a cavidade da concha são 45%
inervados pelo ramo auricular do VN. Um estudo de imagem cerebral funcional recen-
te mostrou que a neuroestimulação dessa região da orelha induziu a ativação cerebral
do NTS e seus numerosos locais de projeção, conforme observado com VNS invasi-
vo (Badran et al., 2018). Ta-VNS está sob investigação clínica em um estudo duplo-ce-
go controlado por placebo em pacientes adultos com UC (ClinicalTrials.gov Identifier:
NCT03908073) e pacientes pediátricos com IBD (CD e UC) (ClinicalTrials.gov Identi-
fier: NCT03863704). Também é possível estimular o VN no nível cervical esquerdo com
o dispositivo Gammacore comercializado pela Electrocore LLC (Basking Ridge, NJ, Es-
tados Unidos) representado por dois discos redondos de aço inoxidável que servem como
superfície de contato com a pele. Este dispositivo, recomendado no tratamento de dores
de cabeça, epilepsia e depressão (Ben-Menachem et al., 2015), fornece uma estimulação
com duração de 2 minutos com uma frequência de 20 Hz.
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O transtorno depressivo maior (TDM) é a quarta principal causa de de-


ficiência em todo o mund e está projetado para se tornar a segunda prin-
cipal causa de deficiência em todo o mundo até o ano de 2020.
Este ensaio clínico randomizado duplo-cego visa superar essas limita-
ções do VNS testando a eficácia de um novo método de estimulação do
nervo vago transcutâneo (tVNS) para tratar MDD. A justificativa para o
uso de tVNS é que estudos anatômicos mostraram que o ouvido é o único
lugar na superfície do corpo humano onde há distribuição do nervo vago
aferente. 
Assim, a estimulação direta das fibras nervosas aferentes na orelha deve
produzir um efeito semelhante ao VNS clássico na redução dos sintomas
depressivos sem o fardo da intervenção cirúrgica.
Além disso, como um importante ramo da acupuntura, a acupuntura
auricular tem sido amplamente usada para tratar vários distúrbios, in-
cluindo MDD, estimulando pontos na orelha.

https://bmccomplementmedtherapies.biomedcentral.com/articles/10.1186/1472-6882-12-255

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5. Conclusão
A seguinte conclusão pode ser tirada dos resultados deste estudo: a fre-
quência cardíaca diminui e a variabilidade da frequência cardíaca total
aumenta significativamente durante a acupressão da orelha e / ou vibra-
ção da acupressão da orelha. A velocidade da onda de pulso entre a raiz
aórtica e a bifurcação da aorta diminui acentuadamente (ainda que de
forma insignificante), enquanto o índice de aumento aumenta imediata-
mente após a vibração de acupressão e acupuntura manual no ponto de
acupuntura auricular “coração”.  Nossa hipótese, conforme declarada na
Discussão, exigirá investigação futura para verificação.

https://www.proquest.com/docview/2060806161/3D6962D499CE45C4PQ/141

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Foi demonstrado que os nervos sensorial e simpático promovem a pro-


gressão da endometriose por meio da liberação de neuromediadores e da ati-
vação lesional dos respectivos receptores. O papel dos nervos vago (VN) na
progressão da lesão, entretanto, é completamente obscuro, apesar dos sinais
sugestivos de aumento do tônus ​​simpático em mulheres com endometrio-
se. Este estudo foi realizado para investigar se a VN desempenha algum papel
na progressão da endometriose. Recrutamos 45 pacientes com endometriose
e 42 mulheres saudáveis, que realizaram teste de eletrocardiograma e avaliou
a variabilidade da frequência cardíaca.  Além disso, três experimentos pros-
pectivos e randomizados com camundongos foram conduzidos para avaliar,
respectivamente, o efeito da vagotomia, o efeito da estimulação VN (VNS), e
o potencial terapêutico da VNS após a endometriose foi bem estabelecido. To-
das as lesões foram excisadas, pesadas e processadas para análise imunohisto-
química e histoquímica de marcadores selecionados para progressão da lesão
e fibrose. Descobrimos que pacientes com endometriose exibiram atividade
vagal reduzida em comparação com controles, indicativo de equilíbrio au-
tonômico prejudicado. A vagotomia aumentou enquanto o VNS diminuiu o
peso da lesão em comparação com os camundongos controle, concomitante
com o desenvolvimento mais progressivo e retardado da lesão e fibrogênese,
respectivamente. Além disso, a VNS demonstrou efeito terapêutico promissor,
conforme evidenciado pela redução significativa do peso da lesão, progressão
da lesão mais atenuada concomitante à melhora da hiperalgesia. Tomados em
conjunto, nossos dados indicam que a atividade VN pode desempenhar um
papel de amortecimento na progressão da endometriose. Consequentemente,
o aumento da atividade VN pode ter potenciais terapêuticos para pacientes
com endometriose. 101
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Estudo publicado no periódico Nature feito por um grupo de cientistas in-


ternacionais com 36 pacientes, avaliou biomarcadores clínicos e moleculares
do Mal de Parkinson a partir da estimulação não invasiva do nervo vago e
verificou que sintomas da doença podem melhorar. A terapia não invasiva
promoveu melhora considerável na marcha e aspectos motores de pacientes
com a doença, especialmente em terapia aplicada três vezes ao dia, durante
um mês.    
Segundo a neurocirurgiã Vanessa Holanda, diretora de Comunica-
ção da Sociedade Brasileira de Neurologia (SBN), o estudo está mostran-
do nova possibilidade de terapia para ajudar no chamado freezing (con-
gelamento) de marcha, isto é, na dificuldade que o paciente tem para
começar a andar. “Já existiam outros estudos antes com a estimulação do
nervo vago para epilepsia e, inclusive é feito aqui no Brasil para essa fina-
lidade, mas agora eles estão fazendo o estímulo do nervo vago para aju-
dar na doença de Parkinson. E de uma forma também não invasiva”.
Isso pode contribuir com a qualidade de vida dos pacientes e reduzir ao
risco de queda, um dos maiores problemas para os pacientes com Parkinson.
A técnica testada pelos pesquisadores estrangeiros é mais comum em casos
de epilepsia, cefaleias, depressão, e consiste no uso de um dispositivo portátil
acoplado em determinada região para receber estímulos elétricos.

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-07/estimulacao-do-nervo-vago-melhora-marcha-de-
-pacientes-com-parkinson

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Fundo Acredita-se que a disfunção da rede de conectividade thalamocorti-


cal está por trás da fisiopatologia da enxaqueca. Este estudo atual teve como
objetivo explorar as mudanças de conectividade thalamocortical durante 4 se-
manas de tratamento contínuo de estimulação transcutânea do nervo vago
(taVNS) em pacientes com enxaqueca.
Métodos 70 pacientes com enxaqueca foram recrutados e randomizados em
uma razão igual para receber tratamentos reais de taVNS ou taVNS falsos
por 4 semanas. A ressonância magnética funcional de estado de repouso foi
coletada antes e depois do tratamento. O tálamo foi parcelado em regiões fun-
cionais de interesse (ROIs) com base em seis ROIs cortical previamente defi-
nidas cobrindo todo o córtex. A análise de conectividade funcional baseada
em sementes entre cada sub-região talámica e todo o cérebro foi ainda mais
comparada entre grupos após o tratamento.
Resultados  Dos 59 pacientes que terminaram o estudo, aqueles do grupo
taVNS tiveram número significativamente reduzido de dias de enxaqueca, in-
tensidade da dor e tempos de ataque de enxaqueca após 4 semanas de trata-
mento em comparação com o taVNS falso. A análise de conectividade funcio-
nal revelou que o taVNS pode aumentar a conectividade entre a sub-região
de tálamo relacionado ao motor e o córtex pré-frontal cingulado/pré-frontal
anterior, e diminuir a conectividade entre a sub-região de tálâmo relacionada
ao córtex occipital e o giro pós-cíndice/pré-nupcial.
Conclusão Nossos achados sugerem que o TAVNS pode aliviar os sintomas
da dor de cabeça, bem como modular os circuitos thalamocorticais em pa-
cientes com enxaqueca. Os resultados fornecem insights sobre o mecanismo
neural do taVNS e revelam potenciais alvos terapêuticos para pacientes com
enxaqueca.

Estimulação do nervo vagus auricular transcutâneo (taVNS) para enxaqueca: um estudo de ressonância
magnética | Anestesia Regional & Medicina da Dor (bmj.com)
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Resumo
Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da acupuntura a laser
no sistema nervoso autônomo (SNA) de trabalhadores do turno noturno. An-
tecedentes: Muitos artigos têm demonstrado que os níveis de transtornos afe-
tivos e estresse são elevados em trabalhadores noturnos. Aplicamos a energia
do laser ao ponto Neiguan (PC6) para examinar o impacto da acupuntura a
laser no SNA de 45 jovens saudáveis do ​​ sexo masculino que trabalhavam no
turno da noite e avaliamos a variabilidade da frequência cardíaca (VFC). Ma-
teriais e Métodos: O grupo de laser (n = 15) recebeu acupuntura a laser (9,7
J / cm 2, 830 nm) por 10 min, e o grupo placebo (n = 15) recebeu tratamento
com laser simulado. Os efeitos antes e depois desta intervenção sobre a VFC
dos indivíduos foram avaliados, juntamente com aqueles vistos após 30 min
de deitar. Resultados: Após o tratamento e após o período de descanso de 30
min, o teste t de amostra independente mostrou que ambos os grupos exibi-
ram diferenças estatisticamente significativas na VFC de alta frequência (HF),
VFC de baixa frequência (LF) e LF: HF razão de VFC ( p <0,05). Em compa-
ração com o grupo de placebo, o teste t de amostras emparelhadas mostrou
que após o tratamento com laser o grupo de tratamento teve uma melhora
estatisticamente significativa em HF HRV ( p = 0,001), LF HRV ( p = 0,001)
e a relação LF: HF HRV ( p= 0,02). Conclusões: A estimulação por laser acu-
puntura aplicada ao ponto Neiguan aumentou a atividade vagal e a supressão
dos nervos simpáticos cardíacos. Esse efeito foi positivo e pode ser usado para
ajudar pacientes com distúrbios do ritmo circadiano.

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/pho.2007.2235

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Resumo
Antecedentes:  O sistema imunológico protege o hospedeiro contra pató-
genos e toxinas perigosas.  O sistema nervoso central está encarregado de
monitorar e coordenar as respostas apropriadas aos estímulos internos e ex-
ternos. O reflexo inflamatório fica na encruzilhada desses sistemas homeostá-
ticos cruciais. Esta revisão destaca como o reflexo inflamatório mediado pelo
nervo vago facilita a troca rápida e específica de informações entre os sistemas
nervoso e imunológico para prevenir lesões e infecções nos tecidos.
Métodos:  Revisão da literatura pertinente em língua inglesa.  Quase duas
décadas de pesquisa elucidaram algumas das conexões anatômicas, fisiológi-
cas e moleculares essenciais do reflexo inflamatório. As descrições originais de
como esses componentes-chave contribuem para a sinalização do nervo vago
antiinflamatório aferente e eferente são resumidas.
Resultados:  O sistema nervoso central reconhece a inflamação periférica
por meio da sinalização do nervo vago aferente. O cérebro pode atenuar as
respostas imunes inatas periféricas, incluindo produção de citocinas pró-in-
flamatórias, recrutamento de leucócitos e ativação do fator nuclear kappa β via
receptor α7-nicotínico da acetilcolina dependente da subunidade, dependen-
te de linfócitos T, sinalização do nervo vago para o baço. Este braço eferente
do reflexo inflamatório é conhecido como “via antiinflamatória colinérgica”. A
ativação desta via por meio da estimulação do nervo vago ou agonistas α7
farmacológicos evita a lesão do tecido em vários modelos de inflamação sistê-
mica, choque e sepse.
Conclusões: O reflexo inflamatório mediado pelo nervo vago é um pode-
roso aliado na luta contra o dano tecidual letal após lesão e infecção. Novos
estudos ajudarão a traduzir os efeitos benéficos dessa via em uso clínico para
nossos pacientes cirúrgicos.
https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/sur.2012.126 105
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https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/neu.2005.22.1485

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Resumo. Lesão cerebral traumática (TCE) é um dos maiores problemas de saúde nos Estados Unidos e afeta
cerca de 2 milhões de pessoas todos os anos. Os efeitos do TCE, incluindo fraqueza e perda de coordenação,
podem ser debilitantes e durar anos após a lesão inicial. A recuperação da função motora geralmente é in-
completa. Desenvolvemos um método que usa estimulação elétrica do nervo vago emparelhado com o uso do
membro anterior, pelo qual demonstramos uma recuperação aprimorada de acidente vascular cerebral isquê-
mico e hemorrágico. Aqui, testamos a hipótese de que a estimulação do nervo vago (ENV) combinada com a
reabilitação física poderia aumentar a recuperação funcional após o TCE. Treinamos ratos para puxar uma alça
para receber uma recompensa alimentar. Após o treinamento, eles receberam um impacto cortical controlado
(CCI) na área anterior do córtex motor oposto ao membro anterior treinado, e foram então randomizados em
dois grupos de tratamento. Um grupo de animais recebeu VNS emparelhado com terapia de reabilitação, en-
quanto outro grupo recebeu terapia de reabilitação sem VNS. Após a CCI, a força volitiva do membro anterior
e a taxa de sucesso da tarefa em todos os animais foram significativamente reduzidas. VNS emparelhado com
terapia de reabilitação por um período de 5 semanas aumentou significativamente a recuperação da força do
membro anterior e a taxa de sucesso na tarefa de puxar isométrica em comparação com o treinamento de rea-
bilitação sem VNS. Nenhuma melhora significativa foi observada no grupo de reabilitação. Nossos resultados
indicam que VNS emparelhado com terapia de reabilitação aumenta a recuperação motora funcional após
TCE. enquanto outro grupo recebeu terapia de reabilitação sem VNS. Após a CCI, a força volitiva do membro
anterior e a taxa de sucesso da tarefa em todos os animais foram significativamente reduzidas. VNS empare-
lhado com terapia de reabilitação por um período de 5 semanas aumentou significativamente a recuperação da
força do membro anterior e a taxa de sucesso na tarefa de puxar isométrica em comparação com o treinamento
de reabilitação sem VNS. Nenhuma melhora significativa foi observada no grupo de reabilitação. Nossos re-
sultados indicam que VNS emparelhado com terapia de reabilitação aumenta a recuperação motora funcional
após TCE. enquanto outro grupo recebeu terapia de reabilitação sem VNS. Após a CCI, a força volitiva do
membro anterior e a taxa de sucesso da tarefa em todos os animais foram significativamente reduzidas. VNS
emparelhado com terapia de reabilitação por um período de 5 semanas aumentou significativamente a recu-
peração da força do membro anterior e a taxa de sucesso na tarefa de puxar isométrica em comparação com
o treinamento de reabilitação sem VNS. Nenhuma melhora significativa foi observada no grupo de reabili-
tação. Nossos resultados indicam que VNS emparelhado com terapia de reabilitação aumenta a recuperação
motora funcional após TCE.  VNS emparelhado com terapia de reabilitação por um período de 5 semanas
aumentou significativamente a recuperação da força do membro anterior e a taxa de sucesso na tarefa de puxar
isométrica em comparação com o treinamento de reabilitação sem VNS. Nenhuma melhora significativa foi
observada no grupo de reabilitação. Nossos resultados indicam que VNS emparelhado com terapia de reabili-
tação aumenta a recuperação motora funcional após TCE. VNS emparelhado com terapia de reabilitação por
um período de 5 semanas aumentou significativamente a recuperação da força do membro anterior e a taxa de
sucesso na tarefa de puxar isométrica em comparação com o treinamento de reabilitação sem VNS. Nenhuma
melhora significativa foi observada no grupo de reabilitação. Nossos resultados indicam que VNS emparelha-
do com terapia de reabilitação aumenta a recuperação motora funcional após TCE.

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/neu.2015.3972
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A Acupuntura do Campo de Batalha (BFA) foi desenvolvida por Richard C.


Niemtzow em uma pesquisa de 2001 para encontrar um sistema de auriculoterapia
mais eficiente para o alívio da dor que funcione muito rápido. Essa técnica resulta
em uma redução muito significativa da dor em minutos. A duração do período sem
dor varia de minutos a horas, dias, semanas e meses, dependendo da patologia que
ocorre e da duração da estimulação; a agulha, AE e a excitação do laser dos pontos
de acupuntura do ouvido também influenciam a duração do tempo sem dor. Os
pontos de acupuntura da orelha são estimulados sequencialmente da seguinte for-
ma: Giro Cingulado;  Thalamus;  Omega 2;  Ponto Zero;  e  Shen Men.  Muito pro-
vavelmente, o método BFA afeta o processamento e a modulação da dor no SNC
envolvendo o hipotálamo, o tálamo, o giro cingulado e as estruturas do córtex ce-
rebral. A pesquisa de ressonância magnética funcional (fMRI) conduzida por Cho
mostrou o envolvimento dessas estruturas. 
Usichenko et al. realizaram uma revisão sistemática, em 2017, de 17 ECRs para
determinar quais pontos de acupuntura auricular eram mais usados ​​no tratamen-
to da dor. Os pesquisadores descobriram que 15 dos 20 pontos de acupuntura da
orelha mais amplamente usados ​​para o tratamento da dor estão localizados na área
da aurícula externa que é inervada pelo ramo auricular do nervo vago (ABVN),
enquanto os pontos usados como​​ simulação de comparação são principalmente
localizado na área de hélices e lóbulos, que são inervados pelo nervo cervical. A
estimulação ABVN na aurícula externa produz uma resposta cardiovascular que
pode ser bloqueada pela administração de antagonistas muscarínicos do receptor
de acetilcolina, como a atropina. Além disso, o exame de fMRI mostrou ativação
do núcleo solitário e locus coeruleus e diminuição da atividade da amígdala, hipo-
campo, giro parahippocampal, e córtex cingulado. Isso sugere que a acupuntura de
ouvido provavelmente estimula o ABVN e afeta os órgãos do corpo por meio do
sistema autônomo, enquanto a diminuição da dor causada pela acupuntura de ou-
vido pode surgir da regulação do sistema autônomo e da regulação do componente
emocional da dor.
https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acu.2020.1423
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Resumo
Contexto: Este estudo teve como objetivo examinar a correlação da variabilidade
da frequência cardíaca (VFC) e condutância elétrica meridiana entre mulheres de
meia-idade durante um período de 8 semanas de tratamento com acupressão auri-
cular (AA) para redução de peso.
Métodos: Sessenta (60) indivíduos foram randomizados para um grupo controle
( n = 30) ou para um grupo de tratamento com AA ( n = 30). Parâmetros antro-
pométricos, índices de VFC e níveis de meridianos foram medidos antes do trata-
mento, na 5ª semana e 1 semana após o período de tratamento de 8 semanas.
Resultados:  Embora nenhuma mudança significativa tenha sido observada no
peso corporal (PC) e índice de massa corporal (IMC) desde o início até 1 semana
após o tratamento com AA, uma redução significativa na circunferência da cintura
(CC) foi observada no grupo de acupressão. Em contraste, o peso corporal, o IMC
e a CC dos indivíduos aumentaram significativamente desde o início até a 9ª sema-
na no grupo de controle. Com ajuste para baixas frequências (LF) basais de VFC,
a LF na 5ª e 9ª semanas nos grupos de acupressão foi geralmente menor do que no
grupo controle, com umvalor de p = 0,027 usando o modelo linear misto. Os níveis
dos meridianos do Baço, da Bexiga e da Vesícula Biliar foram significativamente
menores no grupo submetido à acupressão do que no grupo controle na 5ª semana.
Conclusões: Os resultados do presente estudo indicam que o AA tende a inativar
a atividade nervosa simpática demonstrada tanto pela VFC quanto pelas alterações
da condutância elétrica dos meridianos. Como resultado, o AA pode modular o
sistema nervoso autônomo para exercer seu efeito fisiológico por meio do sistema
de meridianos.

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acm.2012.0900

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https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acu.2018.1327

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10 TÉCNICAS PARA ESTIMULAÇÃO


DO NERVO VAGO

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Y
O
G
A
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Qualquer exercício moderado pode estimular o nervo


vago, mas a yoga se destaca.
Ela melhora o tônus vagal e aumenta a liberação de
GABA, neurotransmissor do relaxamento.
As posturas e exercícios respiratórios estimulam o ner-
vo vago e ativam o sistema parassimpático.

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ME
DI
TA
ÇÃO
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Reduz a ativação da amígdala e diminui a sensação de


medo.
Gera o relaxamento do tronco cerebral e a regulação
dos nervos.

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DAN
ÇAR
E
CAN
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TAR

Cantar sozinho ou com outras pessoas estimula o ner-


vo vago pela ativação mecânica de músculos na laringe.
Ao cantar com outras pessoas, a frequência cardíaca
fica sincronizada.
As vibrações do som estimulam o vago e aumenta a va-
riabilidade da frequência cardíaca.

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EMOÇÕES POSITIVAS
Busque estar com pessoas que você ama, brincar, rir e
se descontrair.
A ativação do sistema simpático não resiste a uma boa
gargalhada porque ele não está programado para rir e
o estresse ‘buga’.

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ALIMENTAÇÃO
Manter uma alimentação equilibrada que seja capaz de
balancear a microbiota intestinal favorece a atuação do
nervo vago.
Bactérias presentes no trato digestivo produzem neuro-
transmissores que controlam o humor, a resposta imu-
nológica, a digestão e a frequência cardíaca. 
O vago conecta o intestino e o cérebro (eixo intestino-
-cérebro) e envia sinais bioquímicos em ambas as dire-
ções.
Os probióticos entram nessa equação favorecendo a
formação de uma microbioma saudável.
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RESPIRAÇÃO
A respiração profunda e lenta estimula o nervo vago e ativa
o sistema nervoso parassimpático.
Durante a inalação o SNS promove uma aceleração da frequ-
ência cardíaca e que, durante a exalação, o nervo vago libera
a acetilcolina pelo SNP que causa desaceleração nos interva-
los entre os batimentos.
Diminuir o ritmo da respiração, tornando-a mais diafrag-
mática, com exalação prolongada ativa o SNP pela função
aferente do nervo vago nas vias aéreas, resultando em rela-
xamento.
Uma das técnicas de respiração é: 1. Inspire e conte até qua-
tro. 2. Segure e conte até quatro. 3. Expire contando até seis.
4. Aguarde uma contagem de quatro. Faça isso 6 vezes.
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EXPOSIÇÃO AO FRIO
A água fria é uma das maneiras mais simples de estimular o
nervo vago e melhorar o tônus ​​vagal.
Isso porque a exposição ao frio ativa o SN parassimpático,
dilata os vasos sanguíneos, melhora a condução nervosa e
ativa a resposta de relaxamento.

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ATIVIDADE FÍSICA
O exercício ajuda a ativar o estado parassimpático ao melho-
rar a oxigenação e o fluxo sanguíneo no cérebro.
Além disso, há uma ativação da atividade pulmonar e cardí-
aca.
Os exercícios são excelentes para descarregar o estresse em
razão da liberação de inúmeros hormônios que equilibram
o organismo.
Estudo realizado pela Universidade do Colorado revelou be-
nefícios da caminhada e da dança para a saúde cerebral.

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VITAMINA D
A exposição da pele à luz solar ativa o sistema nervoso pa-
rassimpático e regula a produção de vitamina D, essencial
para o sistema imunológico.
Influencia praticamente todas as células do nosso corpo e
atua especialmente na saúde do coração e do cérebro, e na
função imunológica.
Baixos níveis de vitamina D estão relacionados com resis-
tência à insulina, síndrome metabólica e diabetes.

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ACUPUNTURA AURICULAR
A estimulação mecânica de pontos específicos do pavilhão
auricular provoca a propagação de estímulos elétricos afe-
rentes no nervo indo da periferia em direção ao tronco cere-
bral e estruturas centrais, estimulando-o.

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Referências
Tratado de fisiologia médica / John E. Hall. - 13. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.

Uma viagem pelo cérebro – a via rápida para entender neurociência – Carla Tieppo – ed Conectomus

Vagus Nerve Stimulation Strategies - Turn on Your Body’s Ability to Heal - Jodi Cohen

Artigo de revisão: Fatores neurais na asma – Patrícia Rieken Macedo Rocco

https://portais.univasf.edu.br/noticias/professor-da-univasf-lanca-e-book-de-anatomia-humana-basica/
copy2_of_ebook_Anatomia_Humana_Sistematica_Basica.pdf

Livro Como fazer a escolha certa na hora certa - Frank Partnoy


yhttps://books.google.com.br/books?id=mj4iENenTq0C&pg=PA2&lpg=PA2&dq=da-
rwin+pneumog%C3%A1strico&source=bl&ots=YizEbzGMW3&sig=ACfU3U16IReo7E6r-
Z70IhluoKLW-URjbag&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwic6ruRu7vyAhWIK7kGHV19A2EQ6AF6BAgsE-
AM#v=onepage&q=darwin%20pneumog%C3%A1strico&f=false

https://bv.fapesp.br/pt/bolsas/168776/papel-dos-neuronios-orexina-como-mediadores-dos-efeitos-centrais-
-induzidos-pelo-hormonio-do-crescime/

https://amenteemaravilhosa.com.br/orexinas-influencia-sono-alimentacao/

https://vibrantblueoils.com/wp-content/uploads/2021/07/2021-Vagus-Nerve-Stimulation.pdf?utm_source=-
summit&utm_medium=share&utm_term=para-activation-vagus-event&utm_content=download&utm_
campaign=store&inf_contact_key=b5bea707961e48e41a6436d57427bc60d18a532c4142cb79caf2b269de-
1401fa

https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-sistema-nervoso-periferico

https://www.sanarmed.com/resumo-de-sistema-nervoso-histologia-snc-snp-e-autonomo

Correspondências neuroanatômicas e clínicas: acupuntura e estimulação do nervo vago


https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acm.2012.1022

Influência neuromoduladora de dois tratamentos de eletroacupuntura na variabilidade da frequência cardía-


ca, estresse e atividade vagal. https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acm.2019.0267

Os efeitos da lesão cerebral na variabilidade da frequência cardíaca e na resposta imune inata em pacientes
criticamente enfermos. https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/neu.2011.2035

O Microbioma Intestino e o Cérebro. https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/jmf.2014.7000

https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/088282403322017884
O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e a infecção viral

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https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/farmacia/fisiologia-do-estresse/335

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https://dredemmoura.com.br/blog/nervos-cranianos-pares-funcoes-apostila/

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https://www.sanarmed.com/nervo-vago-o-que-e-anatomia-e-principais-funcoes-colunistas-2

https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/nervo-vago

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6314717/

4-WEEK PROGRAM TO STRENGTHEN YOUR VAGUS NERVE & BOOST YOUR IMMUNE SYSTEM

https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/BUBD-AC4EEJ

https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-incrivel-conexao-cerebro-intestino/

O eixo intestino-cérebro e sintomas depressivos: uma revisão sistemática dos ensaios clínicos randomizados
com probióticos.
https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/vC7DMqRZtLcK7QmxS6NH3jM/?lang=pt

Identificação de sinais neurais sensoriais específicos de citocinas por meio da decodificação da atividade do
nervo vago murino. https://www.pnas.org/content/115/21/E4843.short?rss=1

https://carlacarvalho.pt/teoria-polivagal-a-ciencia-da-conexao-e-da-seguranca/

https://www.academia.edu/40005763/Tecido_Nervoso?email_work_card=thumbnail

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1053811921005814

Resposta vasovagal associada à acupuntura: terminologia revisada e experiência hospitalar


https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acu.2017.1245

Resposta vasovagal associada à acupuntura: terminologia revisada e experiência hospitalar


https://www.liebertpub.com/doi/10.1089/acu.2017.1245

https://www.healthline.com/human-body-maps/vagus-nerve#problems

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fpsyt.2018.00044/full

https://thumbor.kenhub.com/-ST-RGeg6RiD1W39lsu9vbRx-ro=/fit-in/800×1600/filters:watermark
(/images/logo_url.png,-10,-10,0):background_color(FFFFFF):
format(jpeg)/images/library/10417/Nervo_vago.png

Potencial terapêutico da estimulação do nervo vago para doenças inflamatórias intestinais


https://www.proquest.com/docview/2503634263/5C8388090EFE4B38PQ/88
O nervo vago e o reflexo inflamatório - ligando imunidade e metabolismo

Envolvimento da via anti-inflamatória colinérgica nos efeitos do ácido graxo docosahexaenóico (DHA) du-
rante a cicatrização de feridas - http://repositorio.unicamp.br/jspui/bitstream/REPOSIP/332253/1/Kuhl_Ca-
rolinaMeneguettiCintra_M.pdf

A imunidade na hipertensão arterial: o papel dos linfócitos e da resposta humoral. https://docs.bvsalud.org/


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biblioref/2018/03/881234/rbh_v22n3_93-97.pdf

FULL–LENGTH TALK TRANSCRIPTS


Enjoy these 3 expert talk transcripts from the Mind, Body & The Vagus Nerve Connection Summit!

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/
biologia-do-sistema-nervoso/nervos?query=paladar

https://www.infoescola.com/anatomia-humana/lingua/

https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/musculos-da-lingua-e-paladar

https://www.anatomiaonline.com/lingua/

https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/lingua/

A Imunidade pós-AVC: da Inflamação à Infecção.


https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/28958/1/KarishmaNParmar.pdf

Estimulação do nervo vago: uma nova ferramenta terapêutica promissora na doença inflamatória intestinal

https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/cerebelo-e-tronco-cerebral

https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-vasovagal/

http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/1997/n_03/fatores-neurais-
-na-asma.pdf

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/o-sistema-nervoso-central/881/176/

https://www.vittude.com/blog/neurotransmissores/

https://www.sanarmed.com/sistema-nervoso-autonomo

http://sociedades.cardiol.br/sbc-rs/revista/2004/03/artigo05.pdf - “Mecanismos neurais centrais e periféricos


de gênese e controle a curto prazo da pressão arterial: da fisiologia à fisiopatologia”

O nervo vago e o reflexo inflamatório: vagando em um novo paradigma de tratamento para inflamação sistê-
mica e sepse. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22913335/

https://vibrantblueoils.com/how-stress-shuts-down-the-immune-system-with-some-cool-science-to-back-it-
-up/?utm_source=infusionsoft&utm_medium=email&utm_campaign=blog

https://www.medicalnewstoday.com/articles/318128#What-is-the-vagus-nerve

O sistema nervoso entérico. https://openaccess.blucher.com.br › download-pdf

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