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NERVO VAGO

Por que? Quando?


Como? Onde?
Um passo a passo para o Fisioterapeuta
atuar com o seu paciente
INTRODUÇÃO

O raciocínio clínico é uma ferramenta primordial no tratamento


fisioterapêutico, e no centro dele, deve estar o paciente.
Entender o que o paciente precisa e só então escolher as técnicas a
serem utilizadas é respeitar o paciente, adaptando as técnicas ao
paciente e não o paciente às técnicas. Neste sentido você entenderá
a construção deste ebook, que começa pelo porquê utilizar e não
por onde aplicar a técnica.
POR QUE?

POR QUE CONHECER E ATUAR SOBRE O NERVO VAGO?

Sendo direto ao ponto, você deve saber atuar sobre o nervo vago e
sistema nervoso autônomo pois isso traz possibilidades de
potencializar a sua atuação fisioterapêutica nas condições
frequentemente tratadas, como dores crônicas, mas também atuar
em condições muito além do que se aprende na faculdade.

JÁ PENSOU EM AUXILIAR NO TRATAMENTO DE


PROBLEMAS VISCERAIS, NA GESTÃO DO ESTRESSE E
ANSIEDADE E TAMBÉM EM DESREGULAÇÕES
HORMONAIS E IMUNOLÓGICAS?

Isso mesmo, o nervo vago atua sobre todas estas condições e está ao
nosso alcance contribuir com estas situações. Isso amplia o leque de
atuação e eleva o status da profissão, valorizando o profissional
fisioterapeuta.

Quando pensamos em porquê devemos ou não trabalhar sobre uma


estrutura, o que deve estar em nosso raciocínio é: quais são as
possibilidades de melhora ao estimular esta estrutura? E com
isso vem à tona o raciocínio clínico.
As eferências do nervo vago estão
ligadas à inervação das estruturas de:
Pescoço, tórax e abdome onde a
estimulação do nervo vago em si pode
produzir efeitos sobre toda a função
destas estruturas como por exemplo
em queixas ligadas à:
Deglutição
Fonação
Alterações respiratórias
Alterações digestivas.

Entretanto o nervo vago por ser o maior nervo da divisão


parassimpática do Sistema Nervoso Autônomo também produz
efeitos sistêmicos, pela regulação da atividade autonômica, como
por exemplo:
Dores e disfunções crônicas
Sensibilização central
Ansiedade e depressão
Alterações hormonais
Alterações imunológicas.

Esta atuação em muitos casos, deve ser em conjunto com outras


modalidades terapêuticas necessárias para a melhor regulação
funcional do paciente.

Portanto, as possibilidades são


inúmeras de normalização através
da estimulação do nervo vago que
podem levar o fisioterapeuta a
patamares muito maiores dentro
da área da saúde.
QUANDO?

EM QUE MOMENTO DO PLANO DE TRATAMENTO DEVO TRATAR


DO NERVO VAGO?
EM QUE MOMENTO DENTRO DE CADA ATENDIMENTO?

O Sistema Nervoso Autônomo, como o próprio nome já diz, trabalha


sozinho, recebendo os estímulos aferentes e gerando respostas
eferentes sem a necessidade de conscientização, ou seja, de ativação
cortical.

A maioria das funções corporais sequer chegam à nossa consciência,


mesmo porque de forma consciente conseguimos fazer somente
uma tarefa por vez.

Com esta informação em mente, podemos dizer que o grau de


atividade e de importância da função autonômica e de suas
estruturas é muito maior que outras, como os músculos, mesmo
porque em uma mudança de estado autonômico, o tônus muscular
muda.

Por exemplo se estamos nervosos, há uma atividade simpática e um


aumento do tônus. A mesma coisa acontece com as vísceras, onde
uma disautonomia pode levar a um quadro de síndrome dos
intestinos irritáveis.
PORTANTO O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO TEM
UMA FUNÇÃO DE CONTROLE SOBRE
OS DEMAIS SISTEMAS.

Neste sentido hierárquico, onde sempre devemos tratar o que é mais


importante, o nervo vago deve ser estimulado primeiramente
tanto dentro do plano de tratamento quanto dentro de cada
atendimento pois ele já irá provocar modificações na função dos
demais tecidos e sistemas que estão abaixo dele hierarquicamente
falando.
COMO?

QUAIS MODALIDADES TERAPÊUTICAS SÃO APLICADAS SOBRE


O NERVO VAGO?

A literatura mostra várias formas de estimulação do nervo vago. A


constituição das fibras aferentes é de 80 a 90% de fibras sensitivas e,
qualquer estímulo sobre estas fibras irá produzir uma ativação sobre
o nervo. Algumas das possibilidades de atuação são:
Eletroestimulação
Toque
Pressão
Vibração
Calor entre
outras

No caso da eletroestimulação externa, seja com eletrodos


convencionais ou com eletroacupuntura, uma frequência de 10 a
25hz com uma largura de pulso de 250ms são os parâmetros
indicados.

Estímulos manuais e vibracionais podem ser feitas em pontos de


acesso ao nervo vago a nível do pescoço.

As técnicas viscerais também são grandes técnicas de atuação sobre


o nervo vago.
Além da estimulação do nervo vago em si,
algumas atividades como respiração,
yoga, tai chi chuan, meditação e oração
são modalidades que atuam na regulação
autonômica, que pelo fato do
relaxamento, do posicionamento ou pela
própria ação da respiração produzem este
efeito.

A respiração, que é uma modalidade simples


de ser realizada dever ser feita de forma lenta
e profunda, sem esforço respiratório, onde ao
longo dos dias de treinamento deve-se
alcançar o padrão de 6 Ciclos/minuto com 5
segundos de inspiração e 5 segundos de
expiração. Para auxiliar neste treinamento
respiratório existem vários equipamentos e
aplicativos de biofeedback disponíveis no
mercado.

A QUESTÃO ESTÁ EM ESCOLHER QUAIS DAS


MODALIDADES O PROFISSIONAL SE IDENTIFICA, E
PRINCIPALMENTE, QUAL OU QUAIS DELAS PRODUZEM
EFEITOS SOBRE O PACIENTE.
ONDE?

Chegamos à parte final deste e-book. Vamos olhar um pouco a


anatomia do nervo vago e fazer as correlações com as modalidades
que podem ser utilizadas.

O nervo vago, que é o X par craniano é o mais longo e mais


complexo dos nervos cranianos. Ele corre desde o cérebro passando
pela face, pescoço, tórax e abdome. É um nervo misto, portanto
contém fibras sensoriais e motoras, que contém fibras
parassimpáticas.

O NERVO VAGO PROVE INFORMAÇÕES AFERENTES


SENSORIAIS (80 A 90%) E MOTORAS (10-20%).

O nervo vago possui dois gânglios:


Superior, que envia ramos nervosos
cutâneos para a concha da orelha (ramo
cutâneo auricular do vago),
Inferior que dá origem a dois ramos, o
nervo faríngeo e o nervo laríngeo
superior.
Neste ebook já diferenciamos possibilidades terapêuticas, então, na
concha da orelha facilmente conseguimos utilizar agulhas e
sementes da acupuntura e eletroestimulação com equipamentos
de localização de pontos de acupuntura. Também de forma fácil,
mas com a necessidade de acessórios especiais, como eletrodos
auriculares, podemos utilizar qualquer equipamento de
eletroestimulação. Pequenos equipamentos de vibração também
podem ser usados neste ramo cutâneo na orelha.

Estímulos manuais nesta região da


concha da orelha não são comuns,
mas vamos fazer um teste? Siga
o passo a passo:
1. Palpe seu pulso carotídeo no
pescoço.
2. Posicione o indicador da outra
mão na concha da orelha (ramo
auricular do vago. Como ele é
um ramo cutâneo, só o fato de
encontar o dedo é suficiente,
não precisa pressionar.
3. Faça uma vibração com o dedo
na orelha e perceba se o pulso
carotídeo muda de frequência,
mas também de intensidade.

>>>PERCEBEU??
Entendendo o restante do trajeto descendente no pescoço, o nervo
laríngeo recorrente é um ramo do vago da parte inferior do pescoço
e tórax superior que inera os músculos da laringe que irão controlar a
nossa caixa vocal.

Nestes pontos ao longo do pescoço, podemos utilizar a eletroterapia,


vibração e estímulos manuais sem qualquer dificuldade. Esta região
e modalidades são as minhas preferidas.

O vago na sua trajetória descendente para o tórax e abdome, origina


ramos cardíacos e pulmonares, e no abdome inerva a maior parte do
trato digestivo e outras visceral abdominais, mais especificamente
até o colon transverso.
Nestas ramificações não conseguimos efeitos com eletroestimulação
ou vibração, mas a respiração e atividade física interferem sobre as
aferências cardíacas e pulmonares.
Já a terapia manual visceral utiliza as aferências viscerais para a
normalização da função autonômica através do nervo vago.
O raciocínio clínico deve seguir os passos de como este e-book foi
construído, pois sabendo o porque e quando utilizar, a escolha da
modalidade e o posicionamento da mesma para produzir os efeitos
será voltada para o paciente e será uma decisão mais acertada.
Se o raciocínio for feito a partir do ponto a ser estimulado, a escolha
da modalidade não será em função do paciente, mas sim em função
do ponto de estimulação.

Um exemplo de raciocínio errôneo: decidi estimular o vago na


região auricular, porém não tenho o eletrodo auricular, somente
tenho as agulhas de acupuntura, mas meu paciente tem medo de
agulhas. Pronto, acabou, não conseguirei fazer o que eu queria, pois
eu pensei no ponto, na técnica e não no paciente, e o paciente é o
protagonista da atuação profissional.

Sempre siga o raciocínio onde o paciente é o ponto central, e então


as os pontos a tratar, com uma determinada modalidade
dependerão primariamente do quando e porque utiliza-los
em seu paciente.

O FOCO SEMPRE É O PACIENTE

Use este e-book como forma de estudo, para poder utilizar as


informações aqui contidas em sua prática clínica.
CONCLUSÃO

Atuar sobre sistema nervoso autônomo é uma realidade


desconhecida para muitos e precisamos mudar este cenário, para a
valorização profissional e pelo bem do paciente.
Espero que este material tenha trazido informações valiosas para seu
conhecimento.

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que deu origem a este e-book.

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