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R. Dr. Afonso Cordeiro, nº 154 | Matosinhos | 224077544 | 913388997
neurológico, endócrino e órgãos dos sentidos
UFCD 6568 – Noções gerais sobre o sistema

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O SISTEMA NERVOSO

Autor: Paulo Miguel


INTRODUÇÃO

O sistema nervoso é o mais complexo de todos os sistemas do corpo humano. As


suas unidades básicas são os neurónios e estão organizados em redes e circuitos
que processam a informação. Nestes circuitos reside não apenas a capacidade de
gerar respostas imediatas a estímulos, mas também a capacidade de recordar
esses estímulos e respostas, bem como de os relacionar com outras experiências
e de aprender com elas.
Sistema nervoso é formado por um conjunto de ligações de nervos e órgãos do
corpo, com a função de captar informações, mensagens e demais estímulos
externos, assim como, dar-lhes resposta. É também o responsável por comandar a
execução de todos os movimentos do corpo, sejam eles voluntários ou
involuntários.
Este sistema funciona também como coordenador e integrador das funções das
células, tecidos, órgãos e sistemas, de modo que se obtenha um todo que funcione
como uma unidade, o organismo.

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Graças ao sistema nervoso as pessoas são capazes de identificar, interpretar e
“armazenar” todos os estímulos externos (cheiros, gostos, sons, toques,
imagens…. e internos (sensação de fome, por exemplo) que recebem.
Pode-se então dizer que o sistema nervoso é fundamental para a perceção do
mundo que nos rodeia, para o funcionamento do nosso corpo bem como para a
realização da maioria das atividades, como locomoção, raciocínio e memória, entre
outras.

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ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
Os neurónios são as células funcionais do sistema nervoso, ou seja, são
responsáveis pela troca de impulsos nervosos (sinapses) que transmitem as
informações das zonas periféricas do corpo para o sistema nervoso central e vice-
versa.
O sistema nervoso dos seres humanos é dividido em duas partes principais:
Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso Periférico (SNP).

Na figura seguinte pode-se observar esta divisão.

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Sistema Nervoso Central

O Sistema Nervoso Central (SNC) é responsável por receber e transmitir


informações para todo o organismo. Pode-se definir como central de comando e
coordenação pois é ele que coordena as atividades do corpo, atua como um centro
integrador, processando todas as informações dos impulsos recebidos. É
responsável pelo funcionamento do nosso corpo, quer sejam atos voluntários como
brincar ou comer, quer atos involuntários como respirar. É nessa região, portanto,
que as decisões são tomadas as ordens são geradas e enviadas para o órgão que
irá efetuar a tarefa.

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O sistema nervoso central é formado por duas partes básicas: o encéfalo e a
medula espinal. O encéfalo está contido no interior da caixa craniana, e a medula
espinhal está contida no interior da coluna vertebral, no canal vertebral.

O encéfalo, órgão mais importante do corpo, é formado pelo cérebro, cerebelo e


tronco encefálico. Encontra-se na caixa craniana, ocupando todo seu espaço e junto
com a medula e os nervos compõe o sistema nervoso. É envolvido por membranas
chamadas meninges, cuja função é proteger o encéfalo e a medula contra choques
mecânicos.

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O cérebro é o órgão mais complexo do sistema nervoso, representa apenas 2% da
nossa massa corporal, porém consome mais de 20% do nosso oxigênio. Comanda
atividades como o controlo da ações motoras, a integração dos estímulos
sensoriais e as atividades neurológicas como a memória, aprendizagem e a fala.
O cérebro é formado por dois tecidos sobrepostos. O córtex cerebral, mais externo,
e mais extenso, de coloração cinza, é composto pelos corpos celulares dos

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neurónios e outras células nervosas e cobre os dois hemisférios. O córtex cerebral
é considerado uma das partes mais importantes do sistema nervoso, pois é aqui
que chegam os impulsos produzidos pelas vias da sensibilidade e onde estas são
interpretadas, e é ainda do córtex que saem os impulsos nervosos que iniciam e
comandam os movimentos voluntários. É o centro do entendimento e da razão,
responsável pela memória, perceção e linguagem.
O tecido de coloração branca é o núcleo cerebral, rico em fibras nervosas que
estabelecem comunicação entre o córtex cerebral, os órgãos sensoriais e os músculos
de todo o corpo.
O cérebro está dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, sendo cada um
responsável por diferentes funções, como mostra na figura seguinte.

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Apesar de cada hemisfério ser responsável por funções diferentes ambos

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trabalham de forma articulada como o objetivo de controlar as funções do nosso
corpo.
Sabe-se ainda que cada hemisfério controla uma parte do corpo, ou seja,
hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo, e o hemisfério esquerdo
controla o lado direito do corpo, pelo que uma lesão ocorrida na sequência de um
AVC no lado esquerdo do cérebro terá consequências a nível dos movimentos ou
falta de força do lado direito do corpo.
Por sua vez cada hemisfério cerebral está dividido em lobos, que têm a mesma
designação dos ossos do crânio, frontal, parietal, occipital e temporal.
O lobo frontal é o maior dos quatro, estende-se por trás da testa. É responsável pelos
movimentos mais simples, como também pelas funções da aprendizagem, do
pensamento, da memória, da fala e emoções.
O lobo parietal localiza-se por trás do lobo frontal, estende-se até á parte posterior da
cabeça. É responsável pela perceção espacial e pelas informações sensoriais de dor,
calor e frio.

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O lobo temporal localiza-se na base do lobo parietal, até a altura dos ouvidos e é
responsável pelos estímulos auditivos.
O lobo occipital é o menor dos quatro, situa-se na parte posterior do lobo temporal,
recebe e processa as imagens visuais.
A figura mostra os diferentes lobos cerebrais e as funções associadas a cada um.

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Derivado do latim, o termo cerebelo significa “Pequeno Cérebro”. O cerebelo


corresponde a cerca de 10% do volume total do encéfalo, está localizado entre o
cérebro e o tronco encefálico, sendo um importantíssimo órgão do sistema nervoso.
O cerebelo possui cerca de metade dos neurônios de todo o cérebro e é responsável
por receber informações a nível inconsciente e coordenar atividades motoras e
sensitivas, como o domínio dos

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músculos, visão, tato e audição. É órgão responsável pelo equilíbrio e postura
corporal, recebendo impulsos sensitivos das estruturas locomotoras mais
importantes, como os músculos, tendões, articulações e órgãos relacionados com
o equilíbrio e olhos.
O cerebelo localiza-se atrás do cérebro, na zona posterior do crânio e região
posterior ao bulbo e ponte, possuindo ligação direta com o córtex cerebral e o
tronco encefálico.
Á semelhança do cérebro o cerebelo está dividido em dois hemisférios, esquerdo e
direito. O controlo dos movimentos não é invertido como nos hemisférios cerebrais,
pelo que o hemisfério direito controla o lado direito do corpo e o hemisfério
esquerdo controla o lado esquerdo do corpo.
Os hemisférios estão interligados pelo vérmis.
A superfície do cerebelo possui vários sulcos transversais, que lhe conferem um
aspeto laminado.
O cerebelo recebe estímulos de estruturas muito importantes para o processo de
locomoção, como músculos e tendões. Assim, as suas funcionalidades que
compreendem a função motora, incluem:

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• Manutenção do equilíbrio e da postura corporal;
• Controle do tônus muscular;
• Coordenação dos movimentos corporais, sobretudo dos músculos
esqueléticos.
• Captação dos impulsos sensitivos de todo o corpo (tendões, músculos,
articulações);
• Relação com a aprendizagem motora.
Apesar de sua atividade motora ser ainda mais proeminente, o órgão também possui
funcionalidade relacionada com os órgãos sensitivos, principalmente de sentidos como
o tato, a visão e audição.
Quando o cerebelo sofre alguma lesão ou fica comprometido devido ao
desenvolvimento de alguma doença, os sintomas podem incluir:
• Problemas de coordenação motora;
• Alterações de postura, movimento e marcha;
• Perda de tónus muscular
(hipotonia);

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• Tremor;
• Movimentos descoordenados;
• Complicações com a fala e o movimento dos olhos;
• Fadiga;
• Perda de equilíbrio;

O tronco encefálico também conhecido como tronco cerebral faz parte do sistema

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nervoso. O tronco encefálico interpõe-se entre a Medula espinal e o Diencéfalo,
ventralmente ao Cerebelo, pode-se dizer que conecta a medula espinal com as
estruturas localizadas acima.

Divide-se macroscopicamente em Bulbo (mais caudal), Ponte (intermédio) e


Mesencéfalo (mais cranial).
Tem como função receber informações sensitivas de estruturas cranianas e controlar
os músculos da cabeça, possui circuitos nervosos que transmitem informações da
medula espinal para estruturas encefálicas, e em direção contrária também. Outra
função é regular a atenção, o estado de alerta consciente, a respiração e a temperatura
do corpo. Fora estas funções gerais, as diversas divisões do tronco encefálico
desempenham funções motoras e sensitivas específicas.

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O tronco encefálico possui substância branca e substância cinzenta. Na substância
branca incluem-se as partes que recebem e enviam informações motoras e
sensitivas para o cérebro e a partir do cérebro. Separadamente, encontra-se a
substância cinzenta, onde se encontram os núcleos, que entre outras funções irá
controlar a pressão sanguínea. A maioria dos núcleos do tronco encefálico recebe
e emite fibras nervosas que entram na constituição dos 12 pares de nervos

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cranianos. Quando ocorre uma lesão dos núcleos que comandam os mecanismos
homeostáticos, como a respiração e a sensação de dor, a troca de mensagens
entre o Sistema Nervoso Central e o restante organismo não consegue ser
realizada, o que poderá resultar na morte cerebral do indivíduo, ou seja, mesmo
que o coração continue a bater o indivíduo é declarado morto, se houver a parada
do tronco cerebral.
A medula espinal é um componente importante do sistema nervoso central e
desempenha um papel vital em muitas funções do organismo, incluindo o movimento
das várias partes do corpo e a transmissão de impulsos nervosos para e a partir do
cérebro. A sua função é estabelecer a comunicação entre o corpo e o sistema nervoso,
e agir também nos reflexos, protegendo o corpo em situações de emergência em que é
preciso que haja uma resposta rápida
A medula espinal é uma estrutura longa e estreita, que consiste em células do tecido
nervoso e de onde partem 31 pares de nervos raquidianos que constituem o sistema
nervoso periférico. Passa
através do canal da coluna

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vertebral, estando protegida pelas vértebras e estende-se a partir da base do
cérebro para a região lombar superior. É constituída por fibras nervosas que
facilitam a transmissão da informação elétrica entre o cérebro e as várias partes do
corpo. O seu diâmetro é o equivalente ao diâmetro do dedo mindinho humano. Na
parte externa encontra-se protegida por três membranas, as meninges, que são
compostas por três camadas de membranas conhecidas como dura-máter,
aracnoide e pia-máter. Cada camada das meninges desempenha um papel vital na
manutenção e função adequadas do sistema nervoso central.

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Sistema Nervoso Periférico

O sistema nervoso periférico é constituído por uma densa rede de milhares de


filamentos esbranquiçados, nervos, que irradiam do sistema nervoso central para se
distribuírem, dividindo-se e subdividindo-se, em ramificações dos nervos cada vez mais
finas para chegar a todos órgãos e por gânglios nervosos que são aglomerados de
neurónios situados fora do sistema nervoso central, espalhados pelo corpo.

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Este sistema é constituído por dois tipos de nervos, cranianos e raquidianos, de
acordo com o local de saída do SNC. Os nervos cranianos partem do encéfalo
(cérebro e tronco cerebral) e são em número de 12 pares, enquanto que os nervos
raquidianos são 31 pares e saem da medula espinal, dando um total de 43 pares de
nervos que formam a base do sistema nervoso periférico. Originados no encéfalo,
os nervos cranianos conectam os órgãos dos sentidos (boca, nariz, ouvido e olhos)

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com o cérebro, este que, por sua vez, inerva a parte da cabeça, o coração e os
pulmões. Na figura seguinte podem-se observar os pares de nervos cranianos.

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Originados na medula espinal, os nervos raquidianos (nervos espinais) são nervos

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mistos que se ramificam ao longo da medula. Eles são responsáveis pela
inervação de parte da cabeça, do tronco e dos membros superiores.
Eles são compostos por 31 pares, sendo:
• 8 pares de nervos cervicais
• 12 pares de nervos torácicos
• 5 pares de nervos lombares
• 5 pares de nervos sacrais
• 1 par de nervo coccígeo
A figura seguinte mostra como se encontram organizados os nervos raquidianos.

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Os nervos podem classificar-se ainda em sensitivos, motores e mistos. Os nervos
sensitivos ou aferentes enviam sinais da periferia do corpo para o sistema nervoso
central. Este tipo de nervo é capaz de captar estímulos como o calor e a luz. Os
nervos motores ou eferentes enviam sinais do sistema nervoso central para os
músculos ou glândulas. Os nervos mistos são formados por fibras sensoriais e

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fibras motoras, como é o caso dos nervos raquidianos.
O sistema nervoso periférico divide-se em sistema nervoso somático e sistema
nervoso autónomo ou vegetativo, de acordo com as suas funções.
O sistema nervoso somático é uma pequena parte do sistema nervoso.
Basicamente é composto pelos nervos e neurónios, que atuam como recetores das
ordens enviadas pelo cérebro e transmitidas pela medula, realizando todas as
atividades chamadas voluntárias pelo sistema nervoso, como mexer os braços ou
pernas, piscar os olhos, entre outras que realizamos conscientemente (atua sob a
musculatura esquelética de contração voluntária). As ações promovidas pelos cinco
sentidos (audição, visão, olfato, paladar e tato) também são decorrentes do sistema
nervoso somático.
Para realizar suas funções corretamente, o sistema nervoso somático divide as áreas
do cérebro em dois grandes grupos, com o intuito de organizar as funções do sistema,
sendo denominados aferente e eferente. O componente aferente do sistema nervoso
somático tem a função de enviar

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informações ao sistema nervoso central sobre o ambiente em torno da pessoa,
usando principalmente os cinco sentidos para esta tarefa. Já o componente
eferente cuida dos movimentos voluntários do ser humano, recebe as ordens do
cérebro por meio dos neurônios e estimula os músculos e ossos para realizar os
movimentos.
O sistema nervoso autónomo atua de modo integrado com o sistema nervoso
central. Geralmente, exerce o controlo de atividades independentes da nossa
vontade, ou seja, ações involuntárias como as atividades realizadas pelos órgãos
internos (processos fisiológicos), atuando sobre a musculatura lisa e cardíaca.
O sistema nervoso autónomo tem como função regular as atividades orgânicas,
garantindo a homeostase do organismo.
Este sistema está subdividido em sistema nervoso simpático e sistema nervoso
parassimpático.
Estes dois sistemas têm funções contrárias, mas que se complementam para
regular as funções orgânicas e para que o equilíbrio interno do organismo se
mantenha constante.
O sistema nervoso autónomo simpático tem como função preparar o corpo humano

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para responder a situações de stress e emergência. Para isso, estimula o aumento
da pressão arterial, aumenta a frequência cardíaca, liberta adrenalina, contrai e
relaxa os músculos, dilata os brônquios, dilata as pupilas e aumenta a transpiração.
Por sua vez o sistema nervoso autónomo parassimpático, é responsável pelo
restabelecimento do funcionamento normal do corpo após este ter passado por
uma situação de stress, emergência e libertação de adrenalina, ou seja, os
batimentos cardíacos, pressão arterial e níveis de adrenalina voltam ao normal.
A figura seguinte mostra as principais funções dos dois sistemas, simpático e
parassimpático.

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Condução do impulso neuronal e Neurotransmissores
O nosso organismo possui um sistema nervoso com grande capacidade de

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perceção de estímulos do ambiente que nos rodeia bem como estímulos que vêm
do nosso meio interno. Os neurónios são as células especializadas que garantem a
transmissão de informações através da propagação de impulsos nervosos. A
transmissão do impulso nervoso é um fenómeno eletroquímico que ocorre nas
células nervosas e faz o sistema nervoso funcionar.
A estrutura do neurônio é formada por corpo celular, dendrites (ramificações
nervosas ligadas ao corpo) e axónios (espécie de cauda do neurônio). A comunicação
entre os neurônios é feita através das sinapses, áreas ativas de contato entre as
terminações nervosas de dois neurônios, onde são transmitidos os impulsos nervosos.
A comunicação ocorre somente na direção do dendrito ao axónio.

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Os neurónios transmitem a informação na forma de correntes elétricas fracas.
Cada neurónio comunica o impulso nervoso ao neurónio seguinte através das
dendrites e dos axónios, mas sem que estes se toquem, pois, as ramificações do
axónio de um neurónio e as dendrites do seguinte estão pouco separadas. Ao

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chegar à extremidade do axónio de um neurónio, o impulso nervoso provoca a
libertação de substâncias chamadas neurotransmissores, que por sua vez são
captadas pelo neurónio seguinte.

Principais alterações do sistema nervoso e seus sintomas

O sistema biológico mais comprometido com o envelhecimento é o Sistema Nervoso


Central (SNC), responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas (vida de
relações) e pelas funções biológicas autónomas.
Com o envelhecimento, o sistema nervoso apresenta alterações como redução no
número de neurónios, redução na velocidade de condução de impulsos nervosos,
redução da intensidade dos reflexos, restrição das respostas motoras, do poder de
reação e da capacidade de coordenação.
Assim, à medida que o cérebro envelhece, a atividade bioquímica (neurotransmissores)
é afetada frequentemente. Deste modo, com o envelhecimento normal, ocorre um
decréscimo no número de

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células nervosas, podendo ocorrer variações com uma mínima perda celular em
uma região e prejuízos mais pronunciados em outras.
O envelhecimento normal associa-se, além das alterações microscópicas dos
neurônios, a mudanças nos sistemas de neurotransmissores.
O que acontece durante o envelhecimento? Frequentemente ocorrem falhas na
memória e diminuição na velocidade de processamento. Para compensar é
importante que o idoso, tenha reservas intelectuais e experiências acumuladas e
que promova a manutenção das capacidades de raciocínio por meio de treinos de
raciocínio, treinos de linguagem e de espaço visual.
O declínio de memória não necessita, necessariamente, estar associado à lesão
estrutural, podendo ocorrer devido à disfunção fisiológica e não à perda neuronal.
Com o envelhecimento, o número de células nervosas no cérebro tende a
diminuir, embora a perda varie muito em cada caso, dependendo da saúde da
pessoa. Além disso, as células nervosas remanescentes funcionam de forma
inferior. Contudo, o cérebro tem certas características que ajudam a compensar
essas perdas.
• Redundância: O cérebro tem mais células do que precisa para funcionar

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normalmente. A redundância também ajuda a compensar a perda de células
nervosas, resultante do envelhecimento ou de doenças.
• Formações de novas conexões: O cérebro compensa ativamente a
redução de células nervosas relacionada à idade formando novas conexões
entre as células nervosas remanescentes.
• Produção de novas células nervosas: Algumas áreas do cérebro podem
produzir novas células nervosas, especialmente após uma lesão cerebral ou um
acidente vascular cerebral. Essas áreas incluem o hipocampo (que é envolvido
na formação e restauração de memórias) e os gânglios basais (que coordenam
e suavizam os movimentos).
Contudo, pode ser difícil separar os efeitos do envelhecimento sobre o funcionamento
do cérebro dos efeitos de várias doenças comuns em pessoas mais velhas. Essas
doenças incluem acidente vascular cerebral, epilepsia, doenças cerebrais
degenerativas como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, demência e
presença de tumores cerebrais.

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O acidente vascular cerebral (AVC) ocorre quando uma artéria no cérebro fica
bloqueada ou se rompe, resultando na morte de uma área do tecido cerebral
devido à perda da circulação sanguínea, causando sintomas repentinos.
A maioria dos AVC é isquémica, resultam normalmente da ausência de oxigénio e
de nutrientes na sequência de um bloqueio do fluxo de sangue, geralmente devido
ao bloqueio de uma artéria, noutros casos são AVC hemorrágicos porque as
células cerebrais são inundadas por sangue devido à rotura de uma artéria. Pode
ainda ocorrer outro tipo de AVC de duração mais reduzida que se denomina
acidente isquémico transitório (AIT), em que a artéria cerebral sofre entupimento
transitório e os sintomas podem durar minutos ou horas, não devendo ser ignorado
pois é um primeiro sinal de um AVC.

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Os sintomas ocorrem subitamente e podem incluir fraqueza muscular, paralisia,
sensibilidade anormal ou perda de sensibilidade em um lado do corpo, dificuldade
para falar, confusão, problemas com a visão, tonturas, perda de equilíbrio e
coordenação, uma cefaleia súbita e grave. Uma vez que o cérebro controla as funções
corporais, os sinais do AVC irão variar em função da área do cérebro afetada. Por
exemplo, se o AVC afetar a área que controla os movimentos do corpo do lado direito,
esse lado do corpo irá ficar com a mobilidade reduzida.
Como o cérebro também controla os processos mentais mais complexos, como a
comunicação, as emoções, o raciocínio e o pensamento, todas estas funções tenderão
a ficar afetadas após um AVC.
Um AVC ocorre de forma súbita, pela oclusão ou pela rotura de uma artéria, e,

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portanto, os seus efeitos no corpo são imediatos.
De um modo geral, é simples reconhecer um AVC recorrendo à regra dos 5 F’s.
Estes sintomas podem surgir de forma isolada ou em combinação:
Face: a face pode ficar assimétrica de uma forma súbita, parecendo um “canto da
boca” ou uma das pálpebras estarem descaídos. Estes sinais poderão ser melhor
percebidos se a pessoa afetada tentar sorrir.
Força: é comum um braço ou uma perna perderem subitamente a força ou ocorrer
uma súbita falta de equilíbrio.
Fala: a fala pode parecer estranha ou incompreensível e o discurso não fazer
sentido. Com frequência, a pessoa parece não compreender o que se lhe diz.
Falta de visão súbita: a perda súbita de visão, de um ou de ambos os olhos, é um
sintoma frequente num AVC, bem como a visão dupla.
Forte dor de cabeça: igualmente, é importante valorizar uma dor de cabeça súbita
e muito intensa, diferente do padrão habitual e sem causa aparente.
Os fatores de risco são muito numerosos e, quanto maior for o seu número, maior
o risco de ocorrência de um AVC.
Alguns desses fatores não são controláveis, como a idade, o género (mais

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frequente nos homens) e a genética. Em relação à idade, é importante referir que
cerca de 25% dos AVCs ocorrem em pessoas jovens.
A diabetes, a hipertensão arterial, o colesterol, a obesidade, o sedentarismo, as
arritmias, a displasia fibromuscular, o consumo de tabaco e de álcool também
aumentam o risco de AVC.
Como forma de prevenção é importante controlar todas as componentes da nossa
saúde, verificando regularmente a pressão arterial e o colesterol, não fumando nem
consumindo álcool ou sal em excesso, mantendo uma dieta saudável e praticando
exercício físico.
As consequências dependem do tipo de AVC, da localização da artéria afetada, da
área cerebral lesionada, do estado geral de saúde e da atividade antes do acidente.
Cada pessoa é afetada de forma diferente, apresentando por isso problemas e
necessidades diferentes.
A recuperação de um AVC demora tempo. Cerca de um terço dos doentes recupera de
um modo significativo no
primeiro mês, mas muitos

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doentes irão exibir sequelas ao longo das suas vidas.
A recuperação irá depender da localização e extensão do AVC, mas também do
tempo decorrido, razão pela qual é crucial o recurso imediato ao Hospital quando
existe suspeita de desenvolvimento de um AVC.
A fisioterapia e a alteração no estilo de vida são aspetos importantes para a
recuperação. A manutenção de uma atitude positiva, o suporte profissional e
familiar são aspetos importantes para que a recuperação seja a melhor possível.
A Epilepsia é um distúrbio do cérebro, não transmissível, em que a atividade das
células nervosas é perturbada o que provoca uma atividade excessiva e anormal
nas células cerebrais, gerando crises epiléticas.
Quando este distúrbio ocorre, o cérebro interrompe temporariamente sua função
habitual e produz manifestações involuntárias no comportamento, no controle
muscular, na consciência e na sensibilidade do indivíduo.
O diagnóstico da epilepsia deve ser realizado por um neurologista e é feito a partir
do relato detalhado do paciente ou de alguém que presenciou a crise. São
necessárias informações detalhadas sobre a ocorrência, parte do corpo afetada,
tempo de duração da crise, período do dia em que aconteceu; todas as

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informações ajudam no diagnóstico e consequentemente na busca do tratamento
mais adequado.
A maioria dos casos tem início na infância ou adolescência e, nalguns desses
casos, a epilepsia desaparece com o tempo e com o amadurecimento cerebral.
Porém, não há cura para a doença, mas existem tratamentos capazes de diminuir
os sintomas.
A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, logo
a seguir à doença de Alzheimer. É uma doença crónica e progressiva do sistema
nervoso central que consiste na morte de células produtoras de um neurotransmissor,
designado de dopamina. A figura mostra um neurónio normal e outro com doença de
Parkinson.

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Verifica-se uma diferença significativa na quantidade de dopamina produzida.
A doença de Parkinson ocorre tipicamente na 5.ª e 6.ª décadas de vida e estima-se
que afete cerca de 1% da população com mais de 60 anos.
O principal fator de risco para desenvolver a doença é a idade, ou seja, com o
envelhecimento aumenta a probabilidade de desenvolver esta patologia
neurodegenerativa. Outro fator de risco reconhecido é a história familiar e há
algumas mutações (alterações genéticas) que são particularmente frequentes.

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Admite-se que a doença seja mais frequente no sexo masculino, mas esta
diferença entre os sexos não é consensual.
A doença de Parkinson caracteriza-se pela combinação de sinais e sintomas,
motores e não motores.
Os sintomas motores são bradicinesia ou lentidão dos movimentos é um sintoma
fulcral e tem de estar presente para se fazer o diagnóstico. Manifesta-se, entre
outros, pela falta de expressão facial (hipomímia), diminuição do tom de voz
(hipofonese), caligrafia mais pequena (micrografia);
rigidez é a resistência à mobilização passiva de uma articulação. De entre os sintomas
iniciais incluem-se a dor no ombro (que pode ser confundida com doenças articulares)
e dificuldade em virar-se na cama; tremor em repouso ocorre em cerca de 70% dos
doentes; instabilidade postural e alterações de marcha, alguns doentes apresentam
uma marcha típica com flexão do tronco (curvado), pequenos passos e pés colados ao
chão.

22
Os sinais e sintomas não motores estão habitualmente presentes aquando do
diagnóstico e podem preceder os sintomas motores, em vários anos. De entre os
sintomas não motores incluem-se:
Distúrbios emocionais (anedonia, ansiedade, apatia, depressão);
Hipotensão ortostática (queda súbita de pressão arterial quando o doente se
levanta);
Disfunção cognitiva (inatenção, alterações de memória);
Distúrbios gastrointestinais (obstipação, saciedade precoce, falta de apetite);
Distúrbios sexuais (diminuição ou aumento do desejo sexual, disfunção sexual);
Distúrbios de sono (sonolência diurna excessiva, distúrbio do sono REM – em que
o doente se movimenta de forma excessiva ou violenta, insónia, sonhos vividos,
fragmentação do sono);
Alteração dos sentidos (diminuição do olfato e do paladar);
Disfunção urinária (frequência, incontinência);
Outros (síndrome de pernas inquietas - inquietude e vontade irresistível de
movimentar as pernas, dor, fadiga, distúrbios visuais).
Embora não exista cura, os sintomas podem ser controlados através de diversos

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tipos de medicamentos que estimulam a libertação de dopamina, desde que ainda
existam células cerebrais produtoras de dopamina. São igualmente importantes
medidas como a prática regular de exercício físico e uma dieta equilibrada que
permitem oferecer melhor qualidade vida e melhorar o controlo corporal. Numa fase
mais avançada da doença, algumas pessoas podem desenvolver Demência. A
medicação pode melhorar a sintomatologia física, mas também pode provocar
efeitos secundários que incluem: alucinações, delírios, aumento temporário da
confusão e movimentos anormais.
Demência é o termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de
doenças que causam um declínio progressivo no funcionamento da pessoa. É um
termo abrangente que descreve a perda de memória, capacidade intelectual, raciocínio,
competências sociais e alterações das reações emocionais normais
Apesar da maioria das pessoas com Demência ser idosa, é importante salientar que
nem todas as pessoas idosas desenvolvem Demência e que esta não faz parte do
processo de envelhecimento
natural. A demência pode surgir

23
em qualquer pessoa, mas é mais frequente a partir dos 65 anos. Em algumas
situações pode ocorrer em pessoas com idades compreendidas entre os 40 e os
60 anos.
A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de Demência, constituindo cerca de
50% a 70% de todos os casos. É uma doença progressiva, degenerativa e que
afeta o cérebro. À medida que as células cerebrais vão sofrendo uma redução, de
tamanho e número, formam-se tranças neurofibrilares no seu interior e placas senis
no espaço exterior existente entre elas. Esta situação impossibilita a comunicação
dentro do cérebro e danifica as conexões existentes entre as células cerebrais.
Estas acabam por morrer, e isto traduz-se numa incapacidade de recordar ou
assimilar a informação. Deste modo, conforme a Doença de Alzheimer vai afetando
as
várias
áreas
cereb
rais,
vão-

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se
perde
ndo
certas
funçõ
es ou capacidades.

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Demência Vascular é um termo utilizado para descrever o tipo de Demência
associado aos problemas da circulação do sangue para o cérebro e constitui o
segundo tipo mais comum de Demência. Existem vários tipos de Demência
Vascular, mas as duas formas mais comuns são a Demência por multienfartes
cerebrais e Doença de Binswanger. A primeira é causada por vários pequenos
enfartes cerebrais, também conhecidos por acidentes isquémicos transitórios e é
provavelmente a forma mais comum de Demência Vascular. A segunda, também
denominada por Demência vascular subcortical, está associada às alterações
cerebrais relacionadas com os enfartes e é causada por hipertensão arterial,
estreitamento das artérias e por uma circulação sanguínea deficitária.

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A Demência de Corpos de Lewy é causada pela degeneração e morte das células


cerebrais. O nome deriva da presença de estruturas esféricas anormais, denominadas
por corpos de Lewy, que se desenvolvem dentro das células cerebrais e que se pensa
poderem contribuir para a morte destas. As pessoas com Demência de Corpos de
Lewy podem ter alucinações visuais, rigidez ou tremores (parkinsonismo) e a sua
condição tende a oscilar rapidamente, de hora a hora ou de dia para dia. Estes

25
sintomas permitem a sua diferenciação da Doença de Alzheimer.
Demência frontotemporal (DFT) é o nome dado a um grupo demências em que
existe a degeneração de um ou de ambos os lobos cerebrais, frontal ou temporais.
Neste grupo de demências estão incluídas a Demência fronto-temporal, Afasia
Progressiva não-fluente, Demência semântica e Doença de Pick. Cerca de 50%
das pessoas com DFT tem história familiar da doença, não sendo conhecidos
outros fatores de risco.
A Doença de Huntington é uma doença degenerativa e hereditária, que afeta o
cérebro e o corpo. Inicia-se, habitualmente, no período entre os 30 e 50 anos e é
caracterizada pelo declínio intelectual e movimentos irregulares involuntários dos
membros ou músculos faciais.

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As alterações de personalidade, memória, fala, capacidade de discernimento e
problemas psiquiátricos são outros sintomas característicos desta doença. Não
existe tratamento disponível para impedir a sua progressão, contudo a medicação
pode controlar as perturbações do movimento e os sintomas psiquiátricos. Na
maioria dos casos, a pessoa desenvolve demência.
Os sinais iniciais de Demência são muito subtis e vagos podendo não ser
imediatamente óbvios. Os sintomas comuns são perda de memória frequente e
progressiva, confusão, alterações da personalidade, apatia e isolamento e perda de
capacidades para a execução das tarefas diárias.
Atualmente não existe cura para a maioria das formas de demência, contudo existem
medicamentos disponíveis que podem reduzir alguns dos sintomas.
O suporte familiar é vital para as pessoas com demência, podendo fazer uma diferença
positiva na forma de lidar com a doença.

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A Meningite é uma doença causada pela inflamação das meninges, que são as
membranas que protegem o cérebro e a medula espinal. Essa inflamação é
habitualmente o resultado de uma infeção do líquido que se encontra em torno do
cérebro e da medula espinal.
Quando as meninges estão inflamadas pode ocorrer lesão do cérebro ou da
medula.

A meningite na criança é um importante problema de saúde pública e, apesar dos


avanços feitos nas últimas décadas, a morbilidade e a mortalidade associadas a

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esta doença têm-se mantido praticamente inalteradas. De facto, a maioria dos
casos, cerca de 70%, ocorre antes dos 5 anos.
Apesar dos progressos em termos de tratamento antibiótico, a taxa de mortalidade
inerente a esta infeção permanece elevada, entre 5 e 15%, e as sequelas
permanentes, como surdez e alterações do desenvolvimento psicomotor, ocorrem
em cerca de 25% dos sobreviventes.
Dos vários tipos de infeções podem-se destacar diferentes tipos de meningite.
Meningite vírica, a mais comum e tendencialmente menos grave, causada por vírus
como os enterovírus, Meningite bacteriana, frequentemente provocadas por bactérias
como a Neisseria meningitidis (meningococo), o Streptococcus pneumoniae
(pneumococo) e o Haemophilus influenzae tipo b, que são infeções graves que podem
ser fatais, Meningite fúngica, mais rara e mas que pode ocorrer a partir de inalação de
fungos no meio ambiente ou em doentes afetados por diabetes, cancro ou infeção pelo
vírus VIH/SIDA, por fim, temos a Meningite causada por parasitas, importantes nos
países menos desenvolvidos.

27
Embora as causas da meningite sejam diversas, as infeções virais são, de facto, as
mais comuns. As meningites bacterianas são, de um modo geral, adquiridas a
partir do meio ambiente pelas vias respiratórias e, como tal, são muito contagiosas.
Outras causas possíveis são o trauma com fratura do crânio, a cirurgia cerebral,
alguns tipos de cancro, as otites ou o uso de algumas drogas.
Nem sempre é fácil reconhecer os sintomas de uma meningite. Nas fases iniciais, os
sintomas são semelhantes aos de uma gripe ou de uma gastroenterite, mas a
doença pode evoluir rapidamente e ser fatal em poucas horas.
Inicialmente, a meningite pode manifestar-se por vómitos, náuseas, dores
musculares, febre, cefaleia, extremidades frias e erupções cutâneas que persistem
sob pressão. Essa erupção começa sob a forma de pequenas manchas e progride
assemelhando-se a nódoas negras, o que significa que o sangue passou dos
vasos para os tecidos sob a pele.
Nos bebés, a meningite pode manifestar-se por choro, fontanela mais
saliente, dificuldade em acordar, membros flácidos ou muito rígidos, recusa
alimentar, respiração difícil e erupção cutânea.
Em crianças mais velhas, verifica-se rigidez do pescoço, dores articulares,

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sonolência ou estado confusional, fotofobia, calafrios com extremidades frias e
erupção cutânea.
O tratamento depende da idade, da gravidade da doença, do agente causal e da
presença de outras doenças associadas.
As meningites virais, muito mais frequentes, resolvem-se rapidamente sem
qualquer tratamento.
Nas meningites bacterianas, o tratamento é fundamental e envolve internamento,
antibióticos e medicamentos de suporte. Este tipo de meningite pode invadir a
corrente sanguínea causando um quadro de infeção generalizada (septicemia), pelo
que a meningite
bacteriana deve ser considerada uma emergência médica.
A prevenção da meningite por meningoco, pneumococo e Haemophilus podem ser
prevenidas através de vacinas que são administradas na infância.
A Encefalite corresponde a uma irritação e inchaço (inflamação) do cérebro, quase
sempre causada por uma infeção.

28
Trata-se de uma condição rara, mais comum no primeiro ano de vida, e cuja
incidência diminui com a idade. As formas mais graves ocorrem no adulto jovem e
no adulto idoso.
As causas mais comuns são as infeções virais. A exposição ao vírus pode ocorrer
através da respiração (partículas emitidas por uma pessoa infetada), água ou
alimentos contaminados, picadas de mosquitos ou outros insetos ou pelo contacto
direto com a pele.
Os vírus responsáveis variam conforme a localização geográfica e a estação do
ano. A encefalite causada pelo vírus herpes simplex é a causa mais comum para
todas as idades, incluindo os recém-nascidos.
A infeção do cérebro pelo vírus provoca inchaço dos tecidos, com destruição de
células nervosas, hemorragia e lesões cerebrais.
A encefalite pode ainda ser causada por uma reação alérgica a uma vacinação,
doenças autoimunes, infeções por bactérias, fungos ou parasitas ou ser uma
consequência de um cancro.
Por vezes, os sintomas da encefalite são precedidos por queixas sugestivas de
uma constipação ou gastrenterite.

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Quando a encefalite não é muito grave, os sintomas são semelhantes aos de
outras doenças: febre não muito elevada, cefaleias moderadas, fadiga e perda de
apetite.
Pode ainda ocorrer confusão, desequilíbrio, desorientação, irritabilidade,
sensibilidade à luz, rigidez da nuca e do pescoço e vómitos.
No recém-nascido e nas crianças pode ser mais difícil reconhecer o quadro clínico,
que tende a se caracterizar por rigidez do corpo, irritabilidade, choro frequente (que
aumenta quando se pega no bebé ao colo), má alimentação, fontanelas mais salientes
e vómitos.
Deve-se encarar a encefalite como uma emergência quando ocorre perda de
consciência, ausência de resposta a estímulos ou coma, fraqueza muscular ou
paralisia, convulsões, cefaleias fortes, alteração súbita no estado mental (indiferença,
perda de memória, perda de capacidade de julgamento). O prognóstico é variável.
Sendo que nalguns casos resolve-se rapidamente e sem sequelas. Contudo, a

29
encefalite pode ser grave, causando problemas permanentes ou mesmo morte.
A fase aguda normalmente dura 1 a 2 semanas, desaparecendo depois a febre e
os restantes sintomas de um modo gradual. Algumas pessoas podem demorar
meses a recuperar por completo.
Quando ocorre lesão cerebral, ela pode afetar a audição, a memória, o controlo
muscular, a sensibilidade, a fala ou a visão.
O tratamento deve fornecer suporte médico (repouso, nutrição e fluidos) de modo a
ajudar o organismo a combater a infeção, e para aliviar os sintomas.
Os medicamentos podem incluir antivirais, antibióticos, anticonvulsivantes,
corticoides para reduzir o inchaço cerebral, sedativos, analgésicos e antipiréticos.
Em caso de lesão cerebral, será necessária fisioterapia e/ou terapia da fala para
melhorar as funções perdidas e aumentar a qualidade de vida.
Para prevenir a Encefalite crianças e adultos devem evitar o contacto com doentes
com encefalite. O cumprimento do programa de vacinação é importante e, em caso
de viagem para zonas potencialmente perigosas, devem ser administradas as
vacinas recomendadas numa consulta do viajante.
A Afasia é um distúrbio da comunicação adquirido que interfere na capacidade de

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processamento da linguagem, sem afetar a inteligência. A afasia prejudica a
capacidade de falar e de compreender outras pessoas, e, em muitos casos,
também compromete a leitura e a escrita.
A causa mais comum da afasia é um acidente vascular cerebral (cerca de 25-40%
das pessoas com acidente vascular cerebral apresentam afasia). Outras causas
comuns são os traumatismos crânio-encefálicos, tumores cerebrais ou outros
problemas neurológicos. Portanto, na afasia, como resultado de uma lesão cerebral,
uma ou mais partes do uso da linguagem deixam de funcionar apropriadamente.
A afasia é uma das sequelas mais incapacitantes de um acidente vascular sendo difícil
para o doente e para a sua família a adaptação a esta situação. A afasia obriga a
modificações dramáticas a nível profissional, social e económico, e gera dificuldades de
comunicação e distúrbios emocionais por vezes graves. Por outro lado, a afasia tem
um forte impacto na noção de identidade, na autoestima e nas relações interpessoais e
sociais, gerando depressão, limitação física e isolamento.
A afasia pode associar-se a
dificuldades em ações

30
quotidianas, na observação dos arredores, na concentração, na iniciativa para
falar, na memória e pode causar incapacidade para fazer duas coisas ao mesmo
tempo.
Não existem duas pessoas que sofram de afasia do mesmo modo. A gravidade e a
extensão da afasia dependem, entre outras coisas, da localização e da gravidade
da lesão cerebral, da competência linguística anterior e da personalidade do
indivíduo. Algumas pessoas com afasia podem entender a linguagem, mas têm
problemas para achar as palavras certas ou para construir frases. Outras tendem a
falar em demasia, mas o que dizem é difícil de se compreender
Uma pessoa com afasia pode ter dificuldade em recordar palavras e nomes, mas a
sua inteligência está basicamente intacta. A afasia não é como a doença de
Alzheimer porque, na afasia, a dificuldade está na capacidade em aceder às ideias
e pensamentos e não na elaboração da ideia ou do pensamento em si. Contudo,
como muitas pessoas com afasia têm dificuldade em comunicar, elas são
frequentemente confundidas com pessoas com problema ou doença mental.
Muitas pessoas com afasia também apresentam paralisia ou fraqueza dos
membros superior e inferior direitos porque a afasia resulta de uma lesão no lado

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esquerdo do cérebro e este lado controla os movimentos do lado direito do corpo.
Pode ocorrer perda de campo visual; desconhecimento de como realizar
sequências de ações simples como vestir-se, comer ou beber; dificuldades em
comer, beber e deglutir; problemas de memória; dificuldade no controlo de
emoções; epilepsia.
O tratamento da afasia é quase sempre realizado por fonoaudiólogos (terapeutas
da fala). Por princípio, qualquer pessoa sofrendo de afasia é elegível para terapia
fonoaudiológica. A duração do tratamento depende, entre outras coisas, do tempo de
recuperação da afasia.
Sendo a causa mais comum da afasia o acidente vascular cerebral, a prevenção passa
por medidas que minimizem o risco da sua ocorrência: exercício físico regular; dieta
equilibrada com pouco sal e gordura e rica em fruta e vegetais, evitar o tabaco;
ingestão moderada de álcool; controlo do peso e da pressão arterial; tratamento de
doenças associadas como a diabetes e o excesso de colesterol.
A Disfasia é um transtorno da
comunicação verbal que afeta a

31
expressão (disfasia expressiva), a compreensão oral (disfasia da receção) ou pode,
ainda, combinar os dois. Esse transtorno afeta as crianças, principalmente os
meninos, e surge durante a aprendizagem.
A disfasia surge por uma disfunção cerebral na área da linguagem, causando
transtornos importantes na expressão verbal e compreensão oral. Em geral, surge
principalmente após um acidente vascular cerebral (AVC).
Os sinais que indicam presença da disfasia são aprendizagem tardia da linguagem
e longo período de silêncio, discurso pouco estruturado, transtornos da fonação
com palavras incompreensíveis, falta de vocabulário, transtornos da sintaxe,
compreensão dificultada, transtornos da concentração ou cognitivos, com retardo
psicomotor.
A Parésia representa a perda de parte da motricidade de um ou mais músculos do
corpo, de forma temporária ou permanente. Ao contrário da paralisia, que é uma
perda total da motricidade, a paresia causa apenas limitação, fazendo com que
alguns movimentos não sejam realizados corretamente. O paciente também
apresenta perda de força muscular. A paresia pode ser consequência de um
problema nos neurônios, cuja função é transmitir a ordem de comando motor para

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o corpo. A causa da paresia também pode estar localizada no sistema nervoso
central, seja por problema estrutural do cérebro ou da medula espinhal. A paresia
pode afetar um único lado do corpo (hemiparesia) ou os membros inferiores
(paraparesia).
Plegia é o termo geral, normalmente utilizado para descrever a perda grave ou
completa da força muscular (paralisia) devido a doença do sistema motor desde o
nível do córtex cerebral até a fibra muscular. Este termo, também pode ocasionalmente
referir-se a perda da função sensorial. Esta patologia pode ter diferentes designações
consoante a área do corpo afetada como mostra a figura seguinte.

32
O sistema nervoso pode ainda ver a sua atividade afetada por diferentes tipos de
tumores (neoplasias), que são alterações celulares que provocam o aumento
anormal dos tecidos corporais envolvidos. Eles são considerados benignos quando
são bem delimitados, de crescimento lento; e também não reincidem após sua
remoção, e nem se espalham. Já os malignos infiltram as células adjacentes, têm
crescimento rápido, e podem reincidir e espalhar-se pelo organismo, atacando
outros órgãos, por via linfática ou sanguínea: são as metástases. Nesse último
caso, tais tumores também são chamados de cancro.
Os tumores podem surgir em qualquer idade, estando as consequências

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relacionadas com a região do cérebro onde estão alojados os tumores.
Sinais como fraqueza, alterações na sensibilidade, sensação de formigueiro nos
membros, alterações do estado de consciência, falta de força repentina nalgum
membro ou de forma generalizada, diminuição da aptidão física geral, alterações
na fala ou deglutição, lentificação do pensamento e raciocínio, revelam alterações
no sistema nervoso, que quanto mais precocemente forem identificadas e aceites mais
hipóteses tem de tratamento e menores serão as consequências para a pessoa.

Conclusão

O sistema nervoso dos seres humanos realiza várias funções de extrema importância
para o perfeito funcionamento do organismo. Além de executar tarefas específicas, o
sistema nervoso atua em conjunto com outros órgãos do corpo humano, auxiliando-os
no seu funcionamento.

33
É formado por um conjunto de órgãos que possuem a função de captar as
mensagens, estímulos do ambiente, "interpretá-los" e "arquivá-los", e
consequentemente elabora respostas, que podem ser dadas na forma de
movimentos, sensações ou constatações.
O sistema nervoso é um dos mais importantes para o bem-estar do organismo,
pois controla e intervém na maioria das funções do corpo do ser humano. É
formado por neurônios, os quais se reproduzem, mas esta produção diminui à
medida que envelhecemos, por isso é muito importante cuidar do sistema nervoso
para gozar de uma excelente velhice. O sistema nervoso é responsável por
sentirmos medo, a coordenação nos movimentos de nossas extremidades, o
sentido do tato, do equilíbrio, e de muitas outras funções vitais para a vida de um
ser humano. Então para o mantermos saudável e funcional por mais tempo
devemos ter alguns cuidados. Seguir uma alimentação saudável é importante para
cuidar do sistema nervoso, pois o que comemos pode influenciar negativamente ou
positivamente as funções do nosso corpo e em especial do sistema nervoso, o
consumo de álcool e tabaco favorece o desenvolvimento de algumas doenças,
como a diabetes tipo 2, hipertensão arterial, AVC entre outras que contribuem para

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a degradação deste sistema pelo que se deve evitar o seu consumo. A prática de
exercício físico regular é outro dos fatores que contribui para a manutenção de uma
boa condição do sistema nervoso, promovendo ainda a auto-estima e diminuindo o
stress.
Uma exposição excessiva ao sol é prejudicial para a saúde da nossa pele, contudo
em pequenas doses a luz solar contribui para um melhor funcionamento do nosso
corpo, melhorando entre outras funções a oxigenação do sangue, otimiza o
funcionamento do sistema imunitário e melhora a saúde dos neurónios. As atividades
de lazer e culturais afetam positivamente o humor, podendo melhorar e fortalecer o
sistema nervoso. Leitura, artesanato, xadrez, música são algumas das muitas
atividades que ajudam a exercitar os neurónios e a estimular diferentes áreas do
cérebro, o que por sua vez irá contribuir para a manutenção do sistema nervoso
saudável.
FIM

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