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PROC. PSICO.

BÁSICOS:
MOTIV., PENSAM. E
LINGUAGEM - ARA1060
Prof. Rafael Rodrigues
PROC. PSICO. BÁSICOS: MOTIV.,
PENSAM. E LINGUAGEM - ARA1060
2. EMOÇÃO
2.1 EMOÇÕES E SENTIMENTOS

Prof. Rafael Rodrigues


Leitura

 Leia o artigo: Emoções


acadêmicas, autorregulação e
seu impacto sobre motivação e
aprendizagem.

 Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp
.br/ojs/index.php/etd/article/vi
ew/8650251/18676
Problema:
 As emoções fazem parte da
evolução da espécie humana. Por
que a história da humanidade
seria um caos sem dispor de
funções de autorregulação
emocional?
Etimologicamente, a palavra "emoção" provém
do Latim emotione, "movimento, comoção, ato
de mover". É derivado tardio de uma forma
composta de duas palavras latinas: ex, "fora,
para fora", e motio, "movimento, ação",
"comoção" e "gesto“

Fonte: WIKIPÉDIA
O que é emoção?

• Para a neurociência, segundo Kandel(2014), o termo emoção é “o


conjunto de respostas fisiológicas que ocorre mais ou menos
inconscientemente quando o encéfalo detecta certas situações
desafiadoras.”

• Ainda com o autor (Op. Cit) “as emoções servem como dicas para o
comportamento adequado em resposta a desafios e oportunidades
no ambiente, permitindo a um organismo empregar rapidamente
comportamentos específicos vantajosos.”
O que é emoção?
“...Os comportamentos emocionais e homeostáticos, são inconscientes e instintivos. Eles são mediados,
quase de modo reflexo, por sistemas nas regiões encefálicas subcorticais ligadas ao comer, ao beber, à
regulação da temperatura e ao sexo.”(KANDEL, 2014)

“...conforme Sigmund Freud mostrou pela primeira vez em 1900, os estados emocionais são
experimentados não apenas consciente, mas inconscientemente. Muitos desses estados emocionais,
particularmente aqueles que envolvem medo, dependem da amígdala, uma região subcortical do sistema
límbico.” (KANDEL, 2014)

“Acredita-se que os elementos cognitivos nas emoções, chamados de estados de sentimentos, sejam
medidos por vias até o córtex cerebral que se originam da musculatura do corpo e de órgãos internos...
Acredita-se que estados emocionais inconscientes dependam de respostas motoras esqueléticas, viscerais
e endócrinas... Por meio de conexões entre os núcleos da amígdala, do hipotálamo e do tronco
encefálico...”(KANDEL, 2014)
Emoção é uma reação complexa a estímulos externos (mais
frequentemente) e também a internos, que se traduz em reações
fisiológicas, comportamentais, cognitivas, afetivas, sentimentais e em
expressões faciais.
Bases neurais das emoções
O neuroanatomista James Papez,
em 1937, demonstraria que a
emoção não é função de centros
cerebrais específicos e sim de um
circuito, envolvendo quatro
estruturas básicas,
interconectadas por feixes
nervosos : o hipotálamo com
seus corpos mamilares, o núcleo
anterior do tálamo, o giro
cingulado e o hipocampo. Este
circuito, o circuito de Papez,
atuando harmonicamente, é
responsável pelo mecanismo de
elaboração das funções centrais
das emoções (afetos), bem como
de suas expressões periféricas
(sintomas).
SISTEMA LÍMBICO
•Mais recentemente, Paul MacLean, aceitando, em
sua essência, a proposta de Papez, criou a
denominação sistema límbico e acrescentou novas
estruturas ao sistema: as córtices órbitofrontal e
médiofrontal (área pré-frontal), o giro
parahipocampal, e importantes grupamentos
subcorticais : amigdala, núcleo mediano do
tálamo, área septal, núcleos basais do prosencéfalo
(região mais anterior do cérebro), e formações do
tronco cerebral.
Sistema límbico:
• O Sistema Límbico compreende todas as estruturas cerebrais que estejam
relacionadas, principalmente, com comportamentos emocionais e sexuais,
aprendizagem, memória, motivação, mas também com algumas respostas
homeostáticas. Resumindo, a sua principal função será a integração de
informações sensitivo-sensoriais com o estado psíquico interno, onde é
atribuído um conteúdo afetivo a esses estímulos, a informação é registrada e
relacionada com as memórias pré-existentes, o que leva à produção de uma
resposta emocional adequada, consciente e/ou vegetativa. Estas formações
podem dividir-se em componentes corticais e componentes subcorticais, estando
associadas a esta região cerebral um conjunto de estruturas que, contribuem
para a execução das funções deste sistema.
•As emoções ocorrem quando as imagens processadas no cérebro põem em ação
regiões desencadeadoras de emoção como amígdala ou regiões especiais do córtex
do lobo frontal (Damásio, 2013). Este mesmo autor classifica as emoções em três
categorias:

•Emoções de fundo - são aquelas que percebemos rapidamente em variados contextos


•Emoções primárias ou universais - seriam disposições inatas para responder a certas
classes de estímulos, controladas pelo sistema límbico.
•Emoções secundárias ou sociais - são aprendidas e associadas a respostas passadas,
avaliadas como positivas ou negativas.

Frequentemente as emoções primárias são apropriadas ao contexto. Contudo ao


julgá-las como ruins ou impróprias muitas pessoas respondem a elas com emoções
secundárias, sentindo-se culpadas, irritadas, ansiosas, tornando o desconforto ainda
mais intenso (Linehan, 2010).
Legados Emocionais da Evolução

FELICIDADE
RAIVA MEDO AMOR
(PRAZER)

VERGONHA
SURPRESA REPUGNANCIA TRISTEZA
(CULPA)
Sistema límbico

Fórnice Giro Cingulado

Tálamo

Lobo Occipital

Lobo Frontal

Hipotálamo

Área Sepital
(Septo)
Amígdala Giro para-hipocampal
Corpo mamilar
Hipocampo
Lobo Temporal
•Córtex Pré-Frontal

•Córtex Dorso Lateral –Planejamento, Memória


operacional, Flexibilidade mental – DL Esquerdo;
Abstração, Atenção

•Córtex Órbito-Frontal – Regula a emoção, Conduta,


Relações afetivas e sociais, Decisão afetiva,
Recompensa

•Córtex Ventro-Medial – Inibição, Decisão e solução


de conflitos, Atenção de controle inibitório, Regula
a agressão, Motivação, Consciência e percepção
Prevendo consequências

Antecipar problemas, ou mais do que isso,


antecipar as consequências das próprias
ações é função de uma parte específica do
Amadureciment cérebro: o córtex órbito-frontal. Esta área é
uma das últimas a terminar de amadurecer no
o cérebro adolescente. O córtex órbitofrontal só
termina de amadurecer aos 18-19 anos de
idade e desenvolver sua função plenamente
por volta dos 25/30 anos (CONTROLE
EMOCIONAL).
Prazer e recompensa

Segundo Esperidião-Antonio(2008), as emoções mais “primitivas” e bem estudadas pelos neurofisiologistas –


com a finalidade de estabelecer suas relações com o funcionamento cerebral – são a sensação de
recompensa(prazer, satisfação) e de punição(desgosto, aversão) , tendo sido caracterizado, para cada uma
delas um circuito encefálico específico.

Recompensa – hipotálamo + septo + amígdala + tálamo e gânglios da base + prosencéfalo(telencéfalo +


diencéfalo)

Punição – área que rodeia o aqueduto cerebral de Sylvius + hipotálamo + tálamo + amígdala + hipocampo +
mesencéfalo
• Sobrevivência: Nossas emoções foram desenvolvidas
naturalmente através de milhões de anos de evolução.
Como resultado, nossas emoções possuem o potencial
de nos servir como um sofisticado e delicado sistema
interno de orientação. Nossas emoções nos alertam

Importância quando as necessidades humanas naturais não são


encontradas. Por exemplo, quando nos sentimos sós,
nossa necessidade é encontrar outras pessoas. Quando
das nos sentimos receosos, nossa necessidade é por
segurança. Quando nos sentimos rejeitados, nossa
Emoções necessidade é por aceitação.
• Tomadas de Decisão: Nossas emoções são uma fonte
valiosa da informação. Nossas emoções nos ajudam a
tomar decisões. Os estudos mostram que quando as
conexões emocionais de uma pessoa estão
danificadas no cérebro, ela não pode tomar nem
mesmo as decisões simples. Por que? Porque não
sentirá nada sobre suas escolhas.
• Ajuste de limites: Quando nos sentimos incomodados
com o comportamento de uma pessoa, nossas
emoções nos alertam. Se nós aprendermos a confiar
em nossas emoções e sensações isto nos ajudará a
ajustar nossos limites que são necessários para
proteger nossa saúde física e mental.
Importância • Comunicação: Nossas emoções ajudam-nos a
comunicar com os outros. Nossas expressões faciais,
das por exemplo, podem demonstrar uma grande
quantidade de emoções. Com o olhar, podemos

Emoções sinalizar que precisamos de ajuda. Se formos também


verbalmente hábeis, juntamente com nossas
expressões teremos uma possibilidade maior de
melhor expressar nossas emoções. Também é
necessário que nós sejamos eficazes para escutar e
entender os problemas dos outros.
• União: Nossas emoções são talvez a maior fonte
potencial capaz de unir todos os membros da espécie
humana.
•Talvez pela intensa malha de conexões entre a área pré-frontal e as
estruturas límbicas tradicionais, a espécie humana é aquela que
apresenta a maior variedade de sentimentos e emoções. Embora
alguns indícios de afetividade sejam percebidos entre os pássaros, o
sistema límbico só começou a evoluir, de fato, a partir dos primeiros
mamíferos, sendo praticamente inexistente em répteis e anfíbios e em
todas as outras espécies que os precederam.

Por: Júlio Rocha do Amaral, MD & Jorge Martins de Oliveira, MD, PhD
RAIVA
RAIVA

• A amígdala também é um ponto de disparo da raiva. Na planta do cérebro ela detém uma região
privilegiada. Detecta uma ameaça num instante e consegue dominar o resto do cérebro, particularmente
o Córtex Pré-Frontal, e temos, o que é chamado de, sequestro da amígdala. Durante o sequestro, não
conseguimos aprender e somos tomados por um alto nível de agitação. Quando esse sistema de alarme
dispara, obtemos a clássica reações de luta-fuga ou pare, o que no cérebro significa que a amígdala
acionou o eixo HPA (Eixo Hipotalâmico – Pituitária - Adrenal), assim, o corpo recebe um fluxo de
hormônios de estresse, principalmente cortisol e adrenalina.

• Existe um grande problema com tudo isso: A amígdala muitas vezes comete erros, ela obtém dados do
que vemos e ouvimos a partir de um único neurônio do olho ou do ouvido, isso é muito rápida no
cérebro. A amígdala percebe apenas uma pequena fração dos sinais que estes sentidos recebem. A
maioria vai para outras áreas do cérebro que demoram mais tempo para analisar estes impulsos.
RAIVA

• Hipotálamo – medial e
lateral(HPA)
• Tem relação com a amígdala

Fonte: https://digitaispuccampinas.files.wordpress.com/2014/10/hipotalamo.jpg Fonte: http://image.fichub.com/Fox/raivaS.jpg


MEDO
MEDO

• Principal região do medo é a amígdala, ela se localiza na base do cérebro no lobo temporal, e funciona
como o radar do cérebro.

• Ela esta no centro da nossa vida emocional, principalmente na nossas reações de medo. Se não a
tivéssemos não teríamos medo de nada, do mesmo jeito, um problema em seu funcionamento nos impede
de perceber a emoção. Um paciente com lesões raras nas 2 amígdalas não conseguiria reconhecer
expressões de medo no rosto dos outros.

• Tem uma estrutura complexa que é formada por várias partes, cada uma com uma função diferente.

• O núcleo central (CeA) e o Complexo Barso Lateral são partes importantes.


• O estímulo externo chega primeiro ao tálamo (parte do
MEDO cérebro que serve como centro de integração entre o mundo
externo e nossa percepção dele). Do tálamo passa para o
córtex áudio visual ( onde o estimulo é processado), mas o
sinal também pode seguir um atalho que leva diretamente
aos nossos centros emocionais. O tálamo tem uma ligação
direta com a amígdala, e, para ser exato, com o Complexo
Barso Lateral.

• É na amígdala que a memória emocional do estimulo externo,


ou qualquer que seja o gatilho emocional, é guardada. Dela,
um sinal de perigo é repassado ao tronco cerebral, que ativa
as reações de medo.

• Existem duas reações neurais de medo na amígdala que


mediam o impacto dos estímulos, uma que aciona as reações
passivas de medo e outra que facilita atitudes diferentes. Em
serem humanos, os dois caminhos estão disponíveis, mas o
segundo tem que ser aprendido. Ao envolver este caminho
alternativo o medo passivo, é substituído pela ação, e na área
é conhecida como estratégia ativa de enfrentamento.
MEDO

• Amígdala e hipotálamo
estão intimamente ligadas
às sensações de medo e
raiva

Fonte: http://www.asociacioneducar.com/imagenesnotas/articulo-sistemas-emocionales-primarios/2.jpg Fonte: http://image.fichub.com/Fox/medoS.jpg


REPUGNANCIA
TRISTEZA
FELICIDADE
(PRAZER)
FELICIDADE
(PRAZER)

• O cérebro tem um centro dedicado ao prazer que normalmente é chamado de “sistema de


recompensa”. Devido ao antigo proposito Evolucionado do prazer sensorial, o sistema de recompensa é
um recurso primordial e parte essencial do cérebro que em seres humanos é composta por diversos
tecidos.

• Os tecidos mais relevantes no cérebro humano são:


• Area Tegmental Ventral (ATV)
• Nucleo accumbens (NA)

• A ATV faz parte do tronco cerebral que cobre o topo da espinha. O NA se inclina em direção ao septo,
uma região menor do cérebro acima dele. O funcionamento adequado do sistema de recompensa
garante que comportamentos essenciais como se alimentar ou fazer sexo sejam experimentados como
satisfatório e, assim, repetidos, permitindo a sobrevivência e reprodução.
FELICIDADE
(PRAZER)

• As recompensas aumentam a frequência e intensidade desses estímulos e ações.

• As células neurais do circuito de recompensa se comunicam uma com as outras mandando


e recebendo o neurotransmissor chamado dopamina, que atua como mensageiro do
mesmo modo que a serotonina. Sob estímulo, a dopamina é liberada de um neurônio a
outro, passando a mensagem pela sinapse, ligando os receptores de dopamina. Quando a
mensagem é entregue, a dopamina é deslocada dos receptores e retomada através de um
transportador de dopamina especifico, que funciona como barragem de um neurônio de
origem.

• A circulação da dopamina tem o poder de nos causar euforia. Isso nos deixa hiperativos,
aumenta nossa disposição, ajuda a nos concentrar, melhoram nossa atenção direcionando
nossa concentração e ações, ela nos da motivação.
FELICIDADE
(PRAZER)
• Gânglios basais: estriado
ventral + putâmen.
• Recebem rica inervação de
neurônios dopaminérgicos

Fonte: http://www.afh.bio.br/nervoso/img/ganglios%20basais%200.gif Fonte: http://image.fichub.com/Fox/alegriaS.jpg


FELICIDADE
(PRAZER)

Segundo Esperidião-Antonio(2008), as emoções mais “primitivas” e bem


estudadas pelos neurofisiologistas – com a finalidade de estabelecer suas
relações com o funcionamento cerebral – são a sensação de
recompensa(prazer, satisfação) e de punição(desgosto, aversão), tendo sido
caracterizado, para cada uma delas um circuito encefálico específico.

Recompensa – hipotálamo + septo + amígdala + tálamo e gânglios da base +


prosencéfalo(telencéfalo + diencéfalo)

Punição – área que rodeia o aqueduto cerebral de Sylvius + hipotálamo +


tálamo + amígdala + hipocampo + mesencéfalo
Phineas
Gage
Reações de luta-fuga

 O SNA está diretamente envolvido.

http://image.slidesharecdn.com/sistemanervosoautonomo-120116173048-phpapp01/95/sistema-nervoso-autonomo-9-728.jpg?cb=1326735123 Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nApO0bI2b6M


Aprenda +

 Assista ao vídeo "Cérebro


processa medo aprendido
de forma diferente do medo
inato", onde você aprenderá
que o processamento
cerebral do medo aprendido
é diferente do medo inato.
 Disponível em:
https://www.youtube.com/
watch?v=kPhH2BE9yZ0

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