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Introdução SNC
Encéfalo – compreende o cérebro, cerebelo e
O sistema nervoso é dividido entre Sistema
tronco encefálico. O prolongamento do encéfalo
Nervoso Central – elemento protegido por caixas
é a medula espinal. Elementos do encéfalo:
ósseas, pelo esqueleto axial (crânio e coluna
vertebral, que protege a medula) – e Sistema • Cérebro – telencéfalo e diencéfalo
Nervoso Periférico – que se comunica com outras • Cerebelo – parte posterior. Cerebelo
partes. significa “pequeno cérebro”.
• Tronco encefálico – estrutura que
conecta o cérebro e a medula espinal. É
dividido em três partes:
• Mesencéfalo – parte superior do tronco
• Ponte – parte mais gordinha do tronco
• Bulbo – porção terminal do tronco
(depois dela vem a medula espinal, até
o bulbo está tudo dentro do crânio, já a
medula espinal já sai a partir da primeira
vértebra, protegida pela coluna
vertebral)
Terminando o bulbo, tem a saída do crânio no que são elementos que reagem com o meio
forame magno e a origem da medula espinal. O externo.
SNC está protegido pelo esqueleto axial.
A partir da segunda semana de vida embrionária,
o Ectoderma começa a se diferenciar em células
de tecido nervoso em uma estrutura chamada
SNP Placa Neural, que é o primeiro estágio de
desenvolvimento do sistema nervoso. Essa placa
Nervos – estruturas de tecido nervoso que se começa a se aprofundar em uma invaginação,
ramificam a partir do SNC. Há dois tipos: formando uma estrutura chamada Sulco Neural.
• Cranianos – emergem/saem a partir do Depois, forma-se a Goteira Neural, uma estrutura
encéfalo. A maior parte dos nervos semelhante a uma gota d’água com orelhinhas
cranianos tem origem no tronco (Cristas Neurais), que é um aprofundamento
encefálico, e dois deles tem origem no ainda maior do sulco e a formação das cristas. O
cérebro. Existem 12 pares de nervos limite entre a goteira e a crista é chamado de
cranianos. Prega Neural. No último estágio de formação do
• Espinais – são aqueles que tem origem sistema nervoso, as pregas se fundem, formando
na medula espinal, nos seguimentos uma estrutura fechada, chamada de Tubo Neural.
epinais. Existem 31 pares de nervos As cristas se separam da goteira, devido à fusão
espinais (emergem da região cervical, das pregas. O tubo vai dar origem a todos os
torácica, lombar, sacral e coccígeo). elementos do SNC (cérebro, cerebelo, tronco
Esses 31 pares ainda dão origem a encefálico e medula espinal), por isso que toda a
outros nervos. conformação do SNC é tubular. Já as cristas vão
dar origem aos elementos do SNP (nervos
No total, existem 43 pares de nervos emergindo espinais e cranianos e gânglios epinais do SNA).
a partir do Sistema Nervoso Central.
A medula espinal é uma grande via para • Sensitiva somática – dor do músculo,
comunicar o cérebro a todas as partes do corpo. propriocepção das articulações,
Estímulos que saem do cérebro precisam temperatura da pele
atravessar a medula para chegar em outras partes • Sensitiva visceral – distensão na alça
do corpo, e vice-versa. É localizada na coluna intestinal/cólica, vísceras.
vertebral.
• Fibras eferentes da medula – coluna
Ela é um tubo cilíndrico, que se estende desde o cinzenta anterior
forame magno (saída do crânio) até a vertebra • Motora somática – músculos motores
L2. O nome “medula” significa que ela é o voluntários, os músculos estriados
“miolo” da vértebra, ela fica dentro da vértebra. esqueléticos, todos os movimentos que
Nossa medula termina fazendo um cone, o que é a gente controla
chamado de cone medular (o final da medula) e • Motora visceral – músculos que a
não na cauda equina; não é mais SNC e sim SNP. gente não controla, como o músculo
Abaixo desse cone vão ter as raízes nervosas dos cardíaco, ou o músculo liso, que são
nervos espinais e é a sequência desses filamentos involuntários.
que descem dessas raízes nervosas que vão
formar o plexo lombar e sacral, que é chamado A parte óssea (coluna vertebral) é maior que a
de conjunto de cauda equina, por parecer o rabo coluna espinal. A medula espinal não vai até o
de um cavalo. final da coluna vertebral, ela mede cerca de
45cm, sendo um pouco mais curta nas mulheres.
A vista anterior da medula é o único lugar que
tem uma fissura, chamada de fissura mediana A coluna vertebral é dividida em 5 segmentos:
anterior (um buraco). cervical, torácico, lombar, sacral e tocciger. A
medula espinal também é dividida nessas 5
Nervo espinal – nervos que saem pela coluna partes. A parte cervical e a parte lombar são mais
vertebral. Há 31 do lado direito e 31 do lado “gordinhas”, largas, partes chamadas de
direito. Onde tem um nervo espinal de cada lado intumescências. Isso acontece porque na cervical
é chamado de segmento medular. Esses nervos tem a formação do plexo braquial, que inerva os
transportam 4 tipos de fibras: 2 fibras que nervos superiores, e na lombar do plexo
chegam da periferia na medula e 2 fibras que lombossacro, que é responsável por inervar os
saem da medula pra periferia. A saída da medula nervos inferiores, que são os nervos que saem
é sempre pela parte anterior. Já o que chega na para a cauda equina, no final da medula espinal.
medula, vai chegar pela divisão posterior. Desses A cervical é do segmento C4 ao segmento T1
31 nervos, há 7 vértebras e 8 nervos na região (vértebra C2 até a vértebra C7), relacionada a
cervical; na região torácica há 12 vértebras e nossa coluna cervical. Já a lombar vai dos
nervos; na lombar 5 vértebras e 5 nervos; na segmentos T11 até S1 (vértebra T9 até a vértebra
região sacral 5 vértebras e 5 nervos; e cóccix 4 L1), na parte final.
vértebras e 1 nervo apenas.
Se fizermos um corte transversal na medula
Forames intravertebrais são os buracos entre espinal temos o formato da “borboleta”, que é
duas vértebras, de onde saem os nervos espinais. chamada de H medular ou substância cinzenta
(tem corpos celulares de neurônios) da medula.
Plexo – trocas de fibras nervosas.
Em volta da substância cinzenta está a substância
Tato – existem dois tipos de tato: o epicrítico branca (formada por axônios/fibras nervosas, que
(refinado, da ponta dos dedos por exemplo) ou o contém mielina. A presença da bainha de mielina
protopático (grosseiro). faz a cor branca dessa substância).
A medula espinal é meio achatada no seu Dentro desses funículos, há os tratos, fascículos
sentido anteroposterior. Na parte anterior tem a e lemniscos – ficam em áreas de substância
fissura mediana anterior, que é um sulco branca.
aprofundado; na parte posterior temos o sulco
mediano superior e dois sulcos intermédios
posteriores, já os dois que se conectam às partes OBS.: na substância cinzenta:
da substância cinzenta são chamados de sulcos
laterais posteriores e os de baixo, os sulcos • “Núcleos” – significa que tenho corpos
laterais anteriores. celulares de neurônios no SNC.
• “Gânglios” – significa o acúmulo de
Dividimos a substância cinzenta em três corpos celulares de neurônios também,
partes/colunas/cornos: coluna posterior, coluna mas no SNP.
anterior e coluna lateral.
Coluna posterior – é onde chegam os neurônios
sensitivos. Os estímulos que vêm da pele
atravessam os neurônios sensitivos e chegam na
coluna posterior da massa cinzenta.
Coluna anterior – dá origem aos neurônios
motores, que vão inervar os músculos. É
predominantemente motora.
Coluna lateral – não existe em todas as partes da
medula. É responsável pela origem dos neurônios
do SNA, os neurônios pré-ganglionares.
A substância branca é dividida em 3 grandes
funículos. A parte de cima é chamada de funículo
posterior; a região delimitada pelos sulcos lateral
superior e anterior é chamada de funículo lateral
dos dois lados; e o que está entre o sulco lateral
anterior e a fissura mediana anterior é chamada
de funículo anterior dos dois lados.
Peridural – a agulha vai passar pela epiderme, Função – as funções do líquor estão relacionadas
derme, ligamento amarelo, e quando perde a a proteção do SNC contra pancadas. Deixa o
resistência ao passar pelo ligamento amarelo, a sistema nervoso mais leve (Princípio de
pessoa tem que parar de empurrar pra não furar a Arquimedes: um corpo imerso em líquido torna-
dura-máter. Requer uma resistência maior do se mais leve; Princípio de Pascal: qualquer
anestesista. pressão ou choque no líquido é distribuído
igualmente em todos os pontos)
Raquidiana – a agulha vai atingir o líquor, no
espaço subaracnóide, em uma anestesia geral. Circulação do Líquor pelo SNC
O teto são duas estruturas anatômicas: o colículo As olivas estão relacionadas ao controle motor e
superior, mais arredondado, e uma mais inferior, à aprendizagem motora por repetição; elas
chamada de colículo inferior. O teto do informam o cerebelo que ele tem que continuar
mesencéfalo são as bolinhas que parecem um aperfeiçoando o movimento.
“abdômen”. No total, são quatro colículos, Núcleo da rafe magno – o núcleo da rafe está
chamados de corpos quadrigêmeos. O superior é presente em todo o tronco encefálico, mas o do
bulbo é o principal. Ele está relacionado à síntese área tegmental ventral (dopamina) e substância
de serotonina e é importante para a modulação da cinzenta periaquidutal.
dor, do humor e da vigília. Para sintetizarmos a
• Controle da atividade elétrica cortical,
serotonina, nós precisamos de um aminoácido
sono e vigília
chamado triptofano, que é encontrado em
alimentos ricos em grãos. • Controle eferente da sensibilidade
• Controle da motricidade somática
Núcleos cocleares – “cóclea” é “audição”, então • Controle do SNA
os núcleos cocleares ventral e dorsal estão • Controle neuroendócrito
relacionados à audição. • Integração reflexas. Centro
Núcleo vestibular – relacionado ao equilíbrio. O respiratório e vasomotor.
oitavo par craniano é chamado de
vestibulococlear, pois ele está relacionado à Pares Cranianos
audição e ao equilíbrio.
Fibras eferentes:
Núcleo do trato solitário – se relaciona com
aspectos viscerais, com a parte que envolve o Somáticas (músculos miotômicos)
nosso sistema digestório.
• Demais pares cranianos que não são
Lemnisco medial – contém axônios que levam especiais.
informação sensorial somática ao tálamo.
Viscerais
Núcleos da coluna dorsal – recebem informação
somatossensorial da medula espinal e após 1. Especiais (músculos branquiométricos)
decussarem, ascendem pelo lemnisco medial ao • V – músculos da mastigação e ventre
tálamo. anterior do digástrico
Motricidade somática voluntária – o corpo do • VII – músculo mímica, ventre posterior
neurônio está giro motor, no telencéfalo. O digástrico e estapédio
axônio motor vai passar pela cápsula interna, • IX – músculo estilofaríngeo e constitor
cruzar pelo pedúnculo cerebral, na base do superior da faringe
pedúnculo, cruza a ponte, passa por dentro da • X – músculo constritor médio e inferior
pirâmide e em torno de 80/90% das fibras vão da faringe e músculo da laringe
cruzar pro lado oposto da medula, que formam o 2. Gerais (músculos involuntários ou glândulas)
trato córtico espinal lateral (ele desce pelo – Sistema Parassimpático
funículo lateral da medula). As fibras que não
cruzaram na decussação da pirâmide vão
continuar no mesmo antímero/lado do corpo,
Os pares cranianos conduzem:
formando o trato córtico espinal anterior (ele
desce pelo funículo anterior da medula) mas elas 1. Fibras eferentes
vão cruzar também pro lado oposto da medula,
Somáticas
mas na altura do antímero/segmento medular
correspondente, então 100% das fibras motoras • Gerais: exteroceptivas e proprioceptivas
somáticas cruzam pro lado oposto da medula. – temperatura, dor, pressão, tato e
propriocepção.
• Especiais – visão, audição e equilíbrio
Formação Reticular
Há substância branca no tronco encefálico, mas
imerso na substância tem pequenos núcleos Viscerais
(corpos de neurônios do SNC) e substância • Gerais – dor visceral
cinzenta (denominada de formação reticular) – • Especiais – gustação e olfação
núcleo da rafe, locus ceruleus (noradrenalina),
Epitálamo
Núcleo dos pares cranianos – 10 dos 12 estão • Bêmola ou trígono das bemolas – o
no tronco encefálico nosso centro reflexo olfativo, antes o
olfato terminava na bêmola.
Origem aparente dos pares cranianos – a
entrada ou saída do par craniano pelo encéfalo
II – NERVO ÓPTICO
I – NERVO OLFATÓRIO Aferente Somático Especial (ASE)
Aferente Visceral Especial (AVE) A luz vai entrar pela nossa pupila e vai incidir em
uma emiretina, que é a parte posterior do nosso
Ele começa através de um bulbo, uma região
globo ocular. Das células ganglionares da retina
mais dilatada. Depois, ele continua, na base do
sai a informação visual através do nervo óptico e
lobo frontal.
essas fibras chegar no quiasma óptico. Desse
Ele fica sobre uma parte do osso etmoide cheia quiasma óptico, elas vão para o trato óptico até
de furos (lâmina crivosa ou lâmina cribiforme do chegar no corpo (conjunto de núcleos)
etmoide). No teto da nossa cavidade nasal, nós geniculado, dali algumas fibras vão cruzar para o
temos a mucosa olfativa e, imerso nela, estão as lado oposto e outras vão seguir para o mesmo
radículas ou raízes do nervo olfatório. Elas vão lado.
captar as partículas odoríferas e levar para o
As fibras vêm no trato óptico até chegar na
bulbo do nervo olfatório, onde já vai ter uma
estrutura do corpo geniculado lateral, onde
sinapse e vai partir essa aferência olfativa através
algumas fibras vão para o colículo superior (o
do nervo olfatório.
centro reflexo da visão) e a maioria das fibras vai
O nervo olfatório se divide em duas estrias: a para o córtex visual primário (forma a imagem,
olfatória medial, que vem pra parte medial do como se fosse uma foto, para formar movimento
encéfalo em direção a área septal, e a olfatória precisa do córtex de associação secundária, do
lateral, que vem para o nosso córtex olfativo, feixe dorsal e do feixe ventral), que fica no lobo
chamado de uncus ou giro paripocampal. O aceptal ao longo do sulco calcarino.
olfato é um paleocórtex.
Visão binocular – com qualquer olho, nós
A estria olfatória lateral está associada ao fato de enxergamos a área central. Se eu fechar o olho
que um cheiro pode nos desencadear emoções. A direito, eu continuo vendo com o meu olho
amídala, corpo ou complexo amidalóide é uma esquerdo o que está na minha frente.
estrutura relacionada a isso.
A luz entra pela pupila e pega a emiretina nasal.
A estria olfatória medial, por sua vez, está As emiretinas nasais vão cruzar no quiasma
relacionada aos feromônios, que são partículas óptico para o lado ou antímero oposto, sempre.
odoríferas que cada pessoa exala, o cheiro de Por isso que temos a visão binocular, por causa
cada um. do quiasma óptico onde decussam fibras visuais.
Já se a luz entrar pela pupila e pegar a emiretina
temporal, elas sempre ficam do mesmo lado ou
antímero no quiasma.
Defeitos do campo visual da pupila é o músculo que fecha a pupila, fazendo
a miose. Já o músculo ciliar vai arredondar a lente
• Lesão no nervo óptico – não se enxerga pra enxergarmos de perto.
nada no campo visual, pois as fibras
estão sendo bloqueadas. O nervo oculomotor vai passar pela fissura
• Lesão no quiasma óptico – não ocorre a orbital superior, atravessando o seio cavernoso.
troca de fibras, então se tem a chamada Ele tem a sua origem aparente na fossa
“visão em túnel”, quando se enxerga interpeduncular (entre os pedúnculos cerebrais).
apenas o centro e não as laterais.
É responsável pelos movimentos do olho em
• Lesão no trato óptico – o que se enxerga direção ao foco (olhar pros lados, pra cima, pra
depende se cruza para o trato baixo, pra direita, esquerda, etc.)
seccionado ou não.
Inerva os músculos levantador da pálpebra
superior, reto superior, reto inferior, reto medial
e oblíquo inferior.
Lesões no nervo oculomotor causam:
• Impossibilidade de mover o olho
• Estrabismo divergente (olho pra fora)
• Pupila dilatada (midríase)
• Perda do reflexo pulpilar do mesmo
lado da lesão (ipsilateral)
• Queda da pálpebra (ptose palpebral)
IV – NERVO TROCLEAR
Motor somático e proprioceptivo
Responsável por invervar o músculo oblíquo
superior.
O nervo troclear é muito fino. Ele é o único nervo
craniano que tem a origem dorsal no tronco
encefálico (origem posterior). A sua origem
aparente é abaixo do colículo inferior. Ele
contorna o pedúnculo cerebral e chega na região
anterior.
O nome dele é troclear, pois o músculo oblíquo
superior passa na “tróclea”, uma espécie de polia.
Ele serve para a nossa visão lateral e da região
inferior do campo visual.
XI – NERVO ACESSÓRIO
Motor somático e sensitivo geral: inerva o
músculo esternocleidomastóideo e músculo
trapézio. Tanto pra contração quanto pra
sensibilidade.
O nervo acessório é formado por cinco raízes
cervicais mais uma raiz, chamada raiz do nervo
vago, que se unem formando um tronco. Esse
tronco entra pelo forame magno, sobe e sai pelo OBS.:
crânio através do forame jugular, junto com os
Núcleo de um par craniano é onde estão os
nervos glossofaríngeo e vago.
corpos de neurônio.
Lesões do nervo acessório:
Dez deles têm núcleo no tronco encefálico.
• Fraqueza para girar a cabeça O primeiro par craniano (olfatório) tem
• Causam fraqueza e atrofia do músculo núcleo no telencéfalo e o segundo par
trapézio (ombro caído) craniano (óptico) no prosencéfalo.
Localização dos núcleos dos pares cranianos
no tronco encefálico:
XII – NERVO HIPOGLOSSO
Motor somático – músculos extrínsecos e
intrínsecos da língua (“glosso” = língua)
Vai passar no crânio pelo canal do nervo
hipoglosso, que fica um pouco antes do forame
magno. Inerva todos os músculos da língua,
menos o músculo palatoglosso que é inervado
pelo nervo vago.
A origem aparente desse nervo é no sulco
lateral anterior do bulbo, entre a pirâmide
bulbar e a oliva.