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Neuroanatomia

Introdução SNC
Encéfalo – compreende o cérebro, cerebelo e
O sistema nervoso é dividido entre Sistema
tronco encefálico. O prolongamento do encéfalo
Nervoso Central – elemento protegido por caixas
é a medula espinal. Elementos do encéfalo:
ósseas, pelo esqueleto axial (crânio e coluna
vertebral, que protege a medula) – e Sistema • Cérebro – telencéfalo e diencéfalo
Nervoso Periférico – que se comunica com outras • Cerebelo – parte posterior. Cerebelo
partes. significa “pequeno cérebro”.
• Tronco encefálico – estrutura que
conecta o cérebro e a medula espinal. É
dividido em três partes:
• Mesencéfalo – parte superior do tronco
• Ponte – parte mais gordinha do tronco
• Bulbo – porção terminal do tronco
(depois dela vem a medula espinal, até
o bulbo está tudo dentro do crânio, já a
medula espinal já sai a partir da primeira
vértebra, protegida pela coluna
vertebral)
Terminando o bulbo, tem a saída do crânio no que são elementos que reagem com o meio
forame magno e a origem da medula espinal. O externo.
SNC está protegido pelo esqueleto axial.
A partir da segunda semana de vida embrionária,
o Ectoderma começa a se diferenciar em células
de tecido nervoso em uma estrutura chamada
SNP Placa Neural, que é o primeiro estágio de
desenvolvimento do sistema nervoso. Essa placa
Nervos – estruturas de tecido nervoso que se começa a se aprofundar em uma invaginação,
ramificam a partir do SNC. Há dois tipos: formando uma estrutura chamada Sulco Neural.
• Cranianos – emergem/saem a partir do Depois, forma-se a Goteira Neural, uma estrutura
encéfalo. A maior parte dos nervos semelhante a uma gota d’água com orelhinhas
cranianos tem origem no tronco (Cristas Neurais), que é um aprofundamento
encefálico, e dois deles tem origem no ainda maior do sulco e a formação das cristas. O
cérebro. Existem 12 pares de nervos limite entre a goteira e a crista é chamado de
cranianos. Prega Neural. No último estágio de formação do
• Espinais – são aqueles que tem origem sistema nervoso, as pregas se fundem, formando
na medula espinal, nos seguimentos uma estrutura fechada, chamada de Tubo Neural.
epinais. Existem 31 pares de nervos As cristas se separam da goteira, devido à fusão
espinais (emergem da região cervical, das pregas. O tubo vai dar origem a todos os
torácica, lombar, sacral e coccígeo). elementos do SNC (cérebro, cerebelo, tronco
Esses 31 pares ainda dão origem a encefálico e medula espinal), por isso que toda a
outros nervos. conformação do SNC é tubular. Já as cristas vão
dar origem aos elementos do SNP (nervos
No total, existem 43 pares de nervos emergindo espinais e cranianos e gânglios epinais do SNA).
a partir do Sistema Nervoso Central.

Divisões Embriológicas do Sistema


SNA
Nervoso
Divisão do Sistema Nervoso Periférico. É a parte
do SNP que tem dilatações, chamadas Gânglios, Embrião – estrutura central é o tubo neural já
onde tem a junção de neurônios, as chamadas devidamente fechado, enquanto a parte superior
sinapses. Ou seja, as sinapses do SNA ocorrem e inferior permanecem abertas, nas quais formam
dentro dos gânglios. Esses gânglios podem ser do dois poros, os chamados Neuróporos. O
SNA Parassinpático ou SNA Simpático. Neuróporo superior é chamado de Rostral,
enquanto o inferior é o Caudal. Primeiro ele
fecha no meio, depois em cima e por último
embaixo. Do Neuróporo Rostral se origina todos
Embriologia do Sistema Nervoso os elementos do Encéfalo. O Neuróporo Caudal
(Origem) dá origem a medula espinal. Ou seja, enquanto o
caudal só cresce em comprimento e em
O folheto embrionário mais externo é chamado espessura, o rostral começa a apresentar
de Ectoderma, o mais interno é a Endoderma e a dilatações (vesículas). As três dilatações do
parte do meio é a Mesoderma. Esses são os Neurópolo Rostral:
folhetos que formam todos os tecidos do nosso Prosencéfalo – só faz parte do encéfalo primitivo
corpo. O Endoderma dá origem aos nossos (arquencéfalo). “Forebrain” = cérebro anterior.
órgãos mais internos (vísceras e esqueleto axial Forma elementos anteriores do encéfalo.
como um todo), o Mesoderma dá origem aos
nossos músculos e o Ectoderma dá origem à pele Mesencéfalo – único que continua mesmo na
e ao sistema nervoso, além de órgãos sensoriais, idade adulta, os outros dois não continuam.
“Midbrain” = cérebro médio, o meio do cérebro. (SNA – trabalha por conta própria, porção
Forma elementos do meio do encéfalo. motora eferente do sistema visceral, é dividido
em simpático e parassimpático –> controle
Rombencéfalo – “Hindbrain” = cérebro
involuntário dos músculos lisos (ex.: descer a
posterior. Forma elementos posteriores do
comida que a gente come), músculo estriado
encéfalo.
cardíaco (bate sozinho) e as glândulas (secreção
Esse cérebro primitivo, com três dilatações, vai glandular) são condições involuntárias,
evoluir e formar outras cinco dilatações. O controladas pelo SNA, que é a porção motora do
Prosencéfalo forma o Telencéfalo e Diencéfalo – Sistema Nervoso Visceral, no qual controla todo
que formam o cérebro, porções direita e esqueda o nosso ambiente interno.
(hemisférios cerebrais) –, o Mesencéfalo não se
altera e o Rombencéfalo forma o Metencéfalo –
que forma o cerebelo e ponte – e o Mielencéfalo Divisão Segmentar e Supra
– que forma o bulbo.
Segmentar do Sistema Nervoso
Divisão Segmentar – também é chamada de
Divisão Funcional do Sistema divisão por metameria (segmentação, um
Nervoso metâmero = um segmento; ex.: cabeça e braços
são metâmeros do nosso corpo). Órgãos
Aferente – do SNP para o SNC – estímulos de divididos por segmentos (tronco encefálico,
sensibilidade subindo para o cérebro. Direção medula espinal, nervos espinais e cranianos)
centrípeta, vai para o centro.
Divisão Supra Segmentar – a parte que está
Eferente – do SNC para o SNP – estímulos de acima/superior do sistema segmentar (cérebro e
movimento descendo para os órgãos periféricos. cerebelo)
Direção centrifuga, foge do centro.
A diferença entre as duas divisões é que os
Do ponto de vista funcional, os neurônios (fibras órgãos do sistema supra segmentar possuem uma
nervosas) conduzem estímulos para o cérebro e camada externa, que parece uma casca, que é
estímulos do cérebro para outros. Para comandar chamada de córtex, que possui a substância
tudo no nosso corpo, o cérebro precisa receber cinzenta (onde ficam os corpos celulares dos
estímulos dos órgãos periféricos e o cérebro neurônios), enquanto os órgãos do sistema
também precisa emitir estímulos para controlar segmentar não possuem córtex, só a medula que
esses órgãos periféricos: é uma via de mão dupla. possui a substância cinzenta, mas localizada na
sua parte central.
O sistema nervoso é separado em duas porções
funcionais:
Somática – relativo à parede do corpo, o corpo Proteção do Sistema Nervoso Central
físico. Controla o ambiente externo (pele e
músculos) e reagem com o meio externo. É Existem quatro elementos protetores do SNC
dividido em uma porção aferente (sensibilidade como um todo: estruturas ósseas (crânio e coluna
geral – tato, frio, calor, dor, pressão, vibração, luz vertebral, que protegem o encéfalo e a medula
pelos olhos, paladar, olfato –, propriocepção – espinal), meninges (sacos/membranas que
estímulos provenientes dos músculos, tendões, revestem e protegem o nosso cérebro e coluna
ligamentos e articulações) e eferente espinal), líquor (líquido céfalo-raquidiano,
(movimentos dos músculos esqueléticos – porção proteção mecânica do cérebro e medula espinal),
voluntária dos nossos músculos, os únicos que barreiras encefálicas (barreiras entre o sangue e o
contraem de acordo com a nossa vontade) líquor, quase nada que vem do sangue pode
passar pro líquor, porque pode causar infecções).
Visceral – controla a homeostase interna. É
separada em uma porção aferente e uma eferente
O crânio tem uma chapa interna e outra externa pulando de nodo em nodo, o que aumenta a
de osso compacto, e no meio delas uma camada velocidade do transporte do impulso elétrico).
de osso esponjoso. É como se fosse um capacete.
– Diploe é o nome dessa configuração. Há • Terminal sináptico – começa onde termina o
também os seios aéreos, preenchidos por ar (na axônio. Nele tem uma dilatação chamada de
sinusite são cheios de secreção), que deixam o botão sináptico, com inúmeras vesículas
crânio mais leve. O crânio protege o cérebro, o sinápticas, com substâncias chamadas de
cerebelo e o tronco encefálico. neurotransmissores. Por isso entre dois
neurônios que irão fazer uma comunicação fica
A medula espinal, por sua vez, fica protegida
uma fenda sináptica. Sinapse é a comunicação
pelas vértebras. Ela passa por dentro do canal
entre dois ou mais neurônios, que é feita através
medular (um buraco). Medula significa miolo,
de uma substância química chamada de
porque ela fica dentro da vértebra protegida.
neurotransmissor. A grande parte das sinapses
do corpo são chamadas de sinapses químicas,
mas há uma pequena parte de sinapses elétricas.
Neurônios e células gliais
Células gliais ou neuroglias – são as mais
Neurônios – células funcionais do sistema abundantes no nosso sistema nervoso, ainda
nervoso. mais que os neurônios. São as células da glia:
astrócitos, oligodendrócitos e células de
• Corpo celular – parte que abriga o núcleo, schwann. Conferem o preenchimento entre os
portanto é a parte que mantém o neurônio vivo. neurônios e dão suporte nutricional pra eles.
Tem uma alta alta atividade metabólica, pois
tem bastante ribossomos, retículo • Astrócitos – parecidos com o corpo celular do
endoplasmático rugoso, mitocôndrias e neurônio, preenche os espaços entre os
complexo de golgi (gasta bastante energia pra neurônios e confere nutrição pra eles.
exercer as suas funções de controle orgânico).
AVC mata o neurônio no corpo celular, fazendo • Oligodendrocitos e células de schwann –
ele morrer na hora, pois não tem como responsáveis por formar uma capa no axônio do
metabolizar os nutrientes que ele recebe. neurônio chamada de bainha de mielina.
Oligodendrocitos formam a bainha de mielina
• Dendritos – são ramificações provenientes do dos neurônios do SNC, enquanto as células de
corpo celular. Partem do corpo celular e se schwann formam a bainha de mielina dos
comunicam com os neurônios subjacentes, neurônios do SNP.
recebendo estímulos elétricos deles. “Dendron”
= árvore.

• Axônio – prolongamento único do neurônio.


Porção mais comprida do neurônio. Ele vai
determinar dois tipos de neurônios diferentes:
mielínicos e amielínicos, a depender da
presença ou não da bainha de mielina (estrutura
de gordura e proteínas que protege e reveste o
axônio, que tem como função isolar
eletricamente, proteger e aumentar a velocidade
de condução elétrica do estímulo que passa pelo
axônio). Todos os neurônios do nosso corpo são
mielínicos. Entre as bainhas de mielina há
intervalos chamados de Nodos de Ranvier, que
caracterizam o chamado impulso saltatório (vai
Medula Espinal
Fibras aferentes da medula – coluna cinzenta
posterior

A medula espinal é uma grande via para • Sensitiva somática – dor do músculo,
comunicar o cérebro a todas as partes do corpo. propriocepção das articulações,
Estímulos que saem do cérebro precisam temperatura da pele
atravessar a medula para chegar em outras partes • Sensitiva visceral – distensão na alça
do corpo, e vice-versa. É localizada na coluna intestinal/cólica, vísceras.
vertebral.
• Fibras eferentes da medula – coluna
Ela é um tubo cilíndrico, que se estende desde o cinzenta anterior
forame magno (saída do crânio) até a vertebra • Motora somática – músculos motores
L2. O nome “medula” significa que ela é o voluntários, os músculos estriados
“miolo” da vértebra, ela fica dentro da vértebra. esqueléticos, todos os movimentos que
Nossa medula termina fazendo um cone, o que é a gente controla
chamado de cone medular (o final da medula) e • Motora visceral – músculos que a
não na cauda equina; não é mais SNC e sim SNP. gente não controla, como o músculo
Abaixo desse cone vão ter as raízes nervosas dos cardíaco, ou o músculo liso, que são
nervos espinais e é a sequência desses filamentos involuntários.
que descem dessas raízes nervosas que vão
formar o plexo lombar e sacral, que é chamado A parte óssea (coluna vertebral) é maior que a
de conjunto de cauda equina, por parecer o rabo coluna espinal. A medula espinal não vai até o
de um cavalo. final da coluna vertebral, ela mede cerca de
45cm, sendo um pouco mais curta nas mulheres.
A vista anterior da medula é o único lugar que
tem uma fissura, chamada de fissura mediana A coluna vertebral é dividida em 5 segmentos:
anterior (um buraco). cervical, torácico, lombar, sacral e tocciger. A
medula espinal também é dividida nessas 5
Nervo espinal – nervos que saem pela coluna partes. A parte cervical e a parte lombar são mais
vertebral. Há 31 do lado direito e 31 do lado “gordinhas”, largas, partes chamadas de
direito. Onde tem um nervo espinal de cada lado intumescências. Isso acontece porque na cervical
é chamado de segmento medular. Esses nervos tem a formação do plexo braquial, que inerva os
transportam 4 tipos de fibras: 2 fibras que nervos superiores, e na lombar do plexo
chegam da periferia na medula e 2 fibras que lombossacro, que é responsável por inervar os
saem da medula pra periferia. A saída da medula nervos inferiores, que são os nervos que saem
é sempre pela parte anterior. Já o que chega na para a cauda equina, no final da medula espinal.
medula, vai chegar pela divisão posterior. Desses A cervical é do segmento C4 ao segmento T1
31 nervos, há 7 vértebras e 8 nervos na região (vértebra C2 até a vértebra C7), relacionada a
cervical; na região torácica há 12 vértebras e nossa coluna cervical. Já a lombar vai dos
nervos; na lombar 5 vértebras e 5 nervos; na segmentos T11 até S1 (vértebra T9 até a vértebra
região sacral 5 vértebras e 5 nervos; e cóccix 4 L1), na parte final.
vértebras e 1 nervo apenas.
Se fizermos um corte transversal na medula
Forames intravertebrais são os buracos entre espinal temos o formato da “borboleta”, que é
duas vértebras, de onde saem os nervos espinais. chamada de H medular ou substância cinzenta
(tem corpos celulares de neurônios) da medula.
Plexo – trocas de fibras nervosas.
Em volta da substância cinzenta está a substância
Tato – existem dois tipos de tato: o epicrítico branca (formada por axônios/fibras nervosas, que
(refinado, da ponta dos dedos por exemplo) ou o contém mielina. A presença da bainha de mielina
protopático (grosseiro). faz a cor branca dessa substância).
A medula espinal é meio achatada no seu Dentro desses funículos, há os tratos, fascículos
sentido anteroposterior. Na parte anterior tem a e lemniscos – ficam em áreas de substância
fissura mediana anterior, que é um sulco branca.
aprofundado; na parte posterior temos o sulco
mediano superior e dois sulcos intermédios
posteriores, já os dois que se conectam às partes OBS.: na substância cinzenta:
da substância cinzenta são chamados de sulcos
laterais posteriores e os de baixo, os sulcos • “Núcleos” – significa que tenho corpos
laterais anteriores. celulares de neurônios no SNC.
• “Gânglios” – significa o acúmulo de
Dividimos a substância cinzenta em três corpos celulares de neurônios também,
partes/colunas/cornos: coluna posterior, coluna mas no SNP.
anterior e coluna lateral.
Coluna posterior – é onde chegam os neurônios
sensitivos. Os estímulos que vêm da pele
atravessam os neurônios sensitivos e chegam na
coluna posterior da massa cinzenta.
Coluna anterior – dá origem aos neurônios
motores, que vão inervar os músculos. É
predominantemente motora.
Coluna lateral – não existe em todas as partes da
medula. É responsável pela origem dos neurônios
do SNA, os neurônios pré-ganglionares.
A substância branca é dividida em 3 grandes
funículos. A parte de cima é chamada de funículo
posterior; a região delimitada pelos sulcos lateral
superior e anterior é chamada de funículo lateral
dos dois lados; e o que está entre o sulco lateral
anterior e a fissura mediana anterior é chamada
de funículo anterior dos dois lados.

Vias aferentes, ascendentes ou


sensitivas da medula espinal
Via aferente é a mesma coisa que via ascendente
ou sensitiva, ou seja, os estímulos estão sendo
conduzidos do SNP para o SNC no sentindo
ascendente: está sempre subindo.
Trato/Fascículos – organização de axônios por
função.
“Espino” na frente do nome – via aferente
“Córtico” na frente do nome ou “Espinal”
como sufixo – via eferente
A maioria dos estímulos sensitivos é cruzado na
medula. Entram pela coluna posterior e a maioria
deles cruza pro outro lado, ligando-se a tratos.
Apenas o fascículo grácio e o cuneiforme que não
são cruzados.
Trato Espinotalâmico Anterior – carrega ao
cérebro estímulos de tato e pressão.
Trato Espinotalâmico Lateral – carrega ao
cérebro estímulos de calor e temperatura (calor e
frio) Vias eferentes, descendentes ou
Trato Espino Cerebelar Anterior e Posterior piramidais da medula espinal
– carregam ao cerebelo estímulos da
propriocepção. São chamadas de vias descendentes (pois os
Fascículo Grácio e Cuneiforme – carregam ao estímulos descem), vias motoras (pois chegam
cérebro estímulos do reconhecimento de objetos nos músculos) e vias piramidais.
mesmo sem olhar (esterognosia), propriocepção As vias eferentes têm que chegar aos músculos.
consciente (posição das articulações no espaço), A origem delas pode ser no córtex (substância
tato epicrítico (tato fino, consegue reconhecer cinzenta) cerebral ou no tronco encefálico.
dois pontos em até 2mm de distância – na mão é
onde a gente tem mais terminações nervosas que Elas emitem estímulos do SNC para o SNP, ou
captam tato e melhor sensibilidade), vibração. seja, sempre descem.
Vias Piramidais/Sistema Piramidal:
• Trato Córtico-Espinal Lateral
• Trato Cótico-Espinal Anterior
A origem desses tratos se dá sempre no córtex e
trafega pela medula. Quando chega na altura do
bulbo, que tem as suas pirâmides bulbares, os
feixes que se originam do lado direito do cérebro
cruzam e enervam o lado esquerdo do corpo, e os
feixes que se originam do lado esquerdo do
cérebro enervam o lado direito do corpo. Esse
cruzamento das fibras no sentido oblíquo é
chamado de Decussação. Se elas cruzassem,
porém em paralelo, daríamos o nome de
Comissura.
As fibras que cruzaram formam o Trato Córtico-
Espinal Lateral. Uma parte das fibras não
cruzam, passam direto (do lado esquerdo pro
lado esquerdo e do direito pro direito) e formam
o Trato Córtico-Espinal Anterior.
Por isso esses dois tratos são chamados de
vias/sistema piramidal. Há também as vias extra-
piramidais, que não passam pelas pirâmides
bulbares, são elas:
• Trato Vestíbulo-Espinal
• Trato Tecto-Espinal
• Trato Rubro-Espinal
• Trato Retículo-Espinal

Meninges: dura-máter, aracnoide


e pia-máter

Revestem o SNC e a medula, protegendo-o. No


SNP (nervos), há um revestimento mais externo
chamado de epi neuro.
As meninges estão separadas em três folhetos.
Do lado externo do crânio tem o periósteo, gálea
aponeurótica (membrana que une os músculos) e
o couro cabeludo. Do lado de dentro do osso tem
as meninges: a membrana mais externa é a dura-
máter, que está em contato direto com o crânio, a
intermediária é a aracnoide e a membrana que
está em contato direto com o cérebro, dando
resistência ao tecido cerebral, é a pia-máter.
Dura-máter (Paquimeninge) – parece um couro,
o seu nome significa “mãe dura”. É a membrana
mais grossa de todas e por isso é também
chamada de paquimeninge (meninge grossa). É
dividida em dois folhetos: um encostado no
crânio (externo) e um encostado na aracnoide
(interno). É ricamente inervada e vascularizada,
então se houver um aumento de pressão cerebral,
dá dor de cabeça pela pressão da dura-máter.
Aracnoide-máter (Leptomeninge) – emite
prolongamentos pra pia-máter semelhantes a
teias de aranha. É a membrana intermediária.
Pia-máter (Leptomeninge) – colada na nossa
medula (é como se fosse a pelezinha do salame).
É a membrana mais profunda, encostada
diretamente no tecido cerebral, com contato
direto com o encéfalo e com a medula espinal,
então todos os órgãos centrais ficam em contato
com a pia-máter. Aracnoide + pia-máter =
leptomeninge (meninge fina). É a pia-máter que
dá consistência aos elementos do SNC.
A pia-máter e a aracnóide-máter são leves em transporte também. Podemos considerá-lo como
relação a dura-máter, por isso são as um tipo de líquido intersticial (todos vêm do
leptomeninges (pensar que um laptop é leve, por sangue), que banha e fica entre as células. O saco
isso “lepto-“ é leve). dural é onde tem mais líquor, abaixo da vértebra
L2 até a vértebra S2, onde, dentro dele, tem a
Entre essas meninges existem espaços e cada um
cauda equina e um prolongamento da pia máter,
tem um nome: o espaço entre o osso e a dura-
chamado de filamento terminal.
máter é chamado de epidural ou extradural; o
espaço entre a dura-máter e a aracnoide é Formação – a formação do líquor se dá em
chamado de subdural; o espaço entre a aracnoide regiões chamadas plexos coróides, que são
e a pia-máter é chamado de subaracnóideo (sub = amontoados de células epiteliais que são
abaixo) – é onde circula o líquor, que lubrifica e responsáveis por pegar o líquido do plasma e
protege o SNC mecanicamente. transformá-lo em líquor.
• Espaço peridural – fora da dura-máter Absorção – a eliminação do líquor do SNC se dá
• Epidural – acima da dura-máter em regiões chamadas vilos aracnoides, que
• Eridural – ao redor da dura-máter servem como válvulas unidirecionais (sempre
• Extradural – fora da dura-máter pra fora do sistema nervoso). A pressão de líquor
dentro do cérebro deve se manter equilibrada
(“PIC” – pressão intracraniana). O líquor é
Anestesias: renovado a cada 8 horas.

Peridural – a agulha vai passar pela epiderme, Função – as funções do líquor estão relacionadas
derme, ligamento amarelo, e quando perde a a proteção do SNC contra pancadas. Deixa o
resistência ao passar pelo ligamento amarelo, a sistema nervoso mais leve (Princípio de
pessoa tem que parar de empurrar pra não furar a Arquimedes: um corpo imerso em líquido torna-
dura-máter. Requer uma resistência maior do se mais leve; Princípio de Pascal: qualquer
anestesista. pressão ou choque no líquido é distribuído
igualmente em todos os pontos)
Raquidiana – a agulha vai atingir o líquor, no
espaço subaracnóide, em uma anestesia geral. Circulação do Líquor pelo SNC

As anestesias são sempre na região lombar para • Forame de monro ou intraventricular –


não ter perigo de atingir a medula. carrega o líquor dos ventrículos laterais
pro 3º ventrículo.
• Forame de sylvius ou aqueduto cerebral
– carrega o líquor do 3º para o 4º
Líquor – líquido cérebro-espinal ventrículo.
(LCR) ou céfalo-raquidiano • Forame de magende – do 4º ventrículo
para a medula espinal.
É um líquido que circula no cérebro (encéfalo) e • Forame de luschka – do 4º ventrículo
na medula (“espinha”). Todo o nosso líquor está para o encéfalo.
no espaço subaracnóideo. Ele circula nos
ventrículos cerebrais (dilatações, ventrículos
laterais e 3º e 4º ventrículos – a camada mais
profunda por onde o líquor circula) e no espaço Tronco Encefálico
subaracnóideo. Ele escoa através de forames
(buracos, canais). Temos cerca de 150mL de Mesencéfalo
líquor circulantes na região. É basicamente uma A palavra “mesencéfalo” significa “encéfalo
solução salina de NaCl e glicose, que é o médio”, ele é uma parte do tronco encefálico, que
principal elemento nutricional do encéfalo (que fica no final do tronco, entre a ponte e o
precisa de O2 e glicose), mas a função principal diencéfalo.
do líquor é de proteção, mesmo que ele sirva para
O mesencéfalo começa a perder funções a o centro-reflexo da visão (relacionado à visão
medida que o telencéfalo (em cima) vai se periférica) e o inferior é o centro-reflexo da
desenvolvendo. audição (vias auditivas passam por esse colículo)
O mesencéfalo é dividida em duas divisões, a Doença de Parkinson – está relacionada ao
anterior, que é o pedúnculo cerebral (pé do desaparecimento da substância negra/nigra do
cérebro, comunicação da medula e do tronco com mesencéfalo. Ela se relaciona com outras 4
o cérebro), e a posterior, o teto. estruturas fisiologicamente, então o seu mau
funcionamento acaba atrapalhando o
funcionamento também dessas outras 4
estruturas, desencadeando a Doença de
Parkinson na pessoa.
Ponte – é separada do bulbo, que é mais inferior,
através do sulco bulbo-contínuo. Ela é delimitada
dos pedúnculos cerebelares (que fixam o
cerebelo ao tronco encefálico), através do nervo
trigêmeo. Passando do nervo trigêmeo, já deixa
de ser considerado ponte e passa a ser
considerado o pedúnculo cerebelar médio. No
centro da ponte, há o sulco da artéria basilar.
Núcleos cerebelares profundos: eferências do
O pedúnculo cerebral é delimitado pelo aqueduto cerebelo.
cerebral (ou aqueduto mesencefálico), que separa
Formação reticular pontinha: controle da
o pedúnculo cerebral anterior do teto posterior. O
postura corporal, regular o sono e vigília.
pedúnculo é dividido em 3 regiões: a anterior
(base do pedúnculo, área mais clara, onde passam Núcleos pontinhos: aferências ao córtex
as fibras motoras, da motricidade voluntária), a cerebelar.
substância negra/nigra (ela é escura porque tem
melanina) e o tegmento (maior área do Bulbo – é separado da ponte pelo sulco-
pedúnculo). No tegmento tem de cada lado um bulbopontino, onde alguns pares cranianos têm
núcleo, chamados de núcleo rubro – vias motoras origem aparente. No centro do sulco-
em desuso, pois os humanos utilizam o giro bulbopontino está o forame cego, que é a união
motor do telencéfalo para os movimentos desse sulco com a fissura mediana anterior da
motores somáticos/voluntários; antes, ele era medula. O bulbo tem a pirâmide e uma estrutura
utilizado. Ao redor do aqueduto cerebral tem arredondada chamada de oliva (pois parece uma
uma camada de substância cinzenta, chamada de oliva). Nas pirâmides passam as fibras motoras,
substância cinzenta periaquedutal (PAG), que, em torno de 80/85% das fibras motoras passam
quando estimulada, cessa a dor; está relacionada por dentro da pirâmide. Há também o local da
ao congelamento também, em uma situação de decussação das pirâmides, onde as fibras motoras
stress/pânico, quando a gente congela/trava. cruzam pro lado oposto da medula, por isso que
Antes de ter telencéfalo, a visão terminava no se diz que os movimentos motores somáticos do
colículo superior e a audição terminava no lado direito são comandados pelo hemisfério
colículo inferior. esquerdo e vice-versa.

O teto são duas estruturas anatômicas: o colículo As olivas estão relacionadas ao controle motor e
superior, mais arredondado, e uma mais inferior, à aprendizagem motora por repetição; elas
chamada de colículo inferior. O teto do informam o cerebelo que ele tem que continuar
mesencéfalo são as bolinhas que parecem um aperfeiçoando o movimento.
“abdômen”. No total, são quatro colículos, Núcleo da rafe magno – o núcleo da rafe está
chamados de corpos quadrigêmeos. O superior é presente em todo o tronco encefálico, mas o do
bulbo é o principal. Ele está relacionado à síntese área tegmental ventral (dopamina) e substância
de serotonina e é importante para a modulação da cinzenta periaquidutal.
dor, do humor e da vigília. Para sintetizarmos a
• Controle da atividade elétrica cortical,
serotonina, nós precisamos de um aminoácido
sono e vigília
chamado triptofano, que é encontrado em
alimentos ricos em grãos. • Controle eferente da sensibilidade
• Controle da motricidade somática
Núcleos cocleares – “cóclea” é “audição”, então • Controle do SNA
os núcleos cocleares ventral e dorsal estão • Controle neuroendócrito
relacionados à audição. • Integração reflexas. Centro
Núcleo vestibular – relacionado ao equilíbrio. O respiratório e vasomotor.
oitavo par craniano é chamado de
vestibulococlear, pois ele está relacionado à Pares Cranianos
audição e ao equilíbrio.
Fibras eferentes:
Núcleo do trato solitário – se relaciona com
aspectos viscerais, com a parte que envolve o Somáticas (músculos miotômicos)
nosso sistema digestório.
• Demais pares cranianos que não são
Lemnisco medial – contém axônios que levam especiais.
informação sensorial somática ao tálamo.
Viscerais
Núcleos da coluna dorsal – recebem informação
somatossensorial da medula espinal e após 1. Especiais (músculos branquiométricos)
decussarem, ascendem pelo lemnisco medial ao • V – músculos da mastigação e ventre
tálamo. anterior do digástrico
Motricidade somática voluntária – o corpo do • VII – músculo mímica, ventre posterior
neurônio está giro motor, no telencéfalo. O digástrico e estapédio
axônio motor vai passar pela cápsula interna, • IX – músculo estilofaríngeo e constitor
cruzar pelo pedúnculo cerebral, na base do superior da faringe
pedúnculo, cruza a ponte, passa por dentro da • X – músculo constritor médio e inferior
pirâmide e em torno de 80/90% das fibras vão da faringe e músculo da laringe
cruzar pro lado oposto da medula, que formam o 2. Gerais (músculos involuntários ou glândulas)
trato córtico espinal lateral (ele desce pelo – Sistema Parassimpático
funículo lateral da medula). As fibras que não
cruzaram na decussação da pirâmide vão
continuar no mesmo antímero/lado do corpo,
Os pares cranianos conduzem:
formando o trato córtico espinal anterior (ele
desce pelo funículo anterior da medula) mas elas 1. Fibras eferentes
vão cruzar também pro lado oposto da medula,
Somáticas
mas na altura do antímero/segmento medular
correspondente, então 100% das fibras motoras • Gerais: exteroceptivas e proprioceptivas
somáticas cruzam pro lado oposto da medula. – temperatura, dor, pressão, tato e
propriocepção.
• Especiais – visão, audição e equilíbrio
Formação Reticular
Há substância branca no tronco encefálico, mas
imerso na substância tem pequenos núcleos Viscerais
(corpos de neurônios do SNC) e substância • Gerais – dor visceral
cinzenta (denominada de formação reticular) – • Especiais – gustação e olfação
núcleo da rafe, locus ceruleus (noradrenalina),
Epitálamo
Núcleo dos pares cranianos – 10 dos 12 estão • Bêmola ou trígono das bemolas – o
no tronco encefálico nosso centro reflexo olfativo, antes o
olfato terminava na bêmola.
Origem aparente dos pares cranianos – a
entrada ou saída do par craniano pelo encéfalo

II – NERVO ÓPTICO
I – NERVO OLFATÓRIO Aferente Somático Especial (ASE)
Aferente Visceral Especial (AVE) A luz vai entrar pela nossa pupila e vai incidir em
uma emiretina, que é a parte posterior do nosso
Ele começa através de um bulbo, uma região
globo ocular. Das células ganglionares da retina
mais dilatada. Depois, ele continua, na base do
sai a informação visual através do nervo óptico e
lobo frontal.
essas fibras chegar no quiasma óptico. Desse
Ele fica sobre uma parte do osso etmoide cheia quiasma óptico, elas vão para o trato óptico até
de furos (lâmina crivosa ou lâmina cribiforme do chegar no corpo (conjunto de núcleos)
etmoide). No teto da nossa cavidade nasal, nós geniculado, dali algumas fibras vão cruzar para o
temos a mucosa olfativa e, imerso nela, estão as lado oposto e outras vão seguir para o mesmo
radículas ou raízes do nervo olfatório. Elas vão lado.
captar as partículas odoríferas e levar para o
As fibras vêm no trato óptico até chegar na
bulbo do nervo olfatório, onde já vai ter uma
estrutura do corpo geniculado lateral, onde
sinapse e vai partir essa aferência olfativa através
algumas fibras vão para o colículo superior (o
do nervo olfatório.
centro reflexo da visão) e a maioria das fibras vai
O nervo olfatório se divide em duas estrias: a para o córtex visual primário (forma a imagem,
olfatória medial, que vem pra parte medial do como se fosse uma foto, para formar movimento
encéfalo em direção a área septal, e a olfatória precisa do córtex de associação secundária, do
lateral, que vem para o nosso córtex olfativo, feixe dorsal e do feixe ventral), que fica no lobo
chamado de uncus ou giro paripocampal. O aceptal ao longo do sulco calcarino.
olfato é um paleocórtex.
Visão binocular – com qualquer olho, nós
A estria olfatória lateral está associada ao fato de enxergamos a área central. Se eu fechar o olho
que um cheiro pode nos desencadear emoções. A direito, eu continuo vendo com o meu olho
amídala, corpo ou complexo amidalóide é uma esquerdo o que está na minha frente.
estrutura relacionada a isso.
A luz entra pela pupila e pega a emiretina nasal.
A estria olfatória medial, por sua vez, está As emiretinas nasais vão cruzar no quiasma
relacionada aos feromônios, que são partículas óptico para o lado ou antímero oposto, sempre.
odoríferas que cada pessoa exala, o cheiro de Por isso que temos a visão binocular, por causa
cada um. do quiasma óptico onde decussam fibras visuais.
Já se a luz entrar pela pupila e pegar a emiretina
temporal, elas sempre ficam do mesmo lado ou
antímero no quiasma.
Defeitos do campo visual da pupila é o músculo que fecha a pupila, fazendo
a miose. Já o músculo ciliar vai arredondar a lente
• Lesão no nervo óptico – não se enxerga pra enxergarmos de perto.
nada no campo visual, pois as fibras
estão sendo bloqueadas. O nervo oculomotor vai passar pela fissura
• Lesão no quiasma óptico – não ocorre a orbital superior, atravessando o seio cavernoso.
troca de fibras, então se tem a chamada Ele tem a sua origem aparente na fossa
“visão em túnel”, quando se enxerga interpeduncular (entre os pedúnculos cerebrais).
apenas o centro e não as laterais.
É responsável pelos movimentos do olho em
• Lesão no trato óptico – o que se enxerga direção ao foco (olhar pros lados, pra cima, pra
depende se cruza para o trato baixo, pra direita, esquerda, etc.)
seccionado ou não.
Inerva os músculos levantador da pálpebra
superior, reto superior, reto inferior, reto medial
e oblíquo inferior.
Lesões no nervo oculomotor causam:
• Impossibilidade de mover o olho
• Estrabismo divergente (olho pra fora)
• Pupila dilatada (midríase)
• Perda do reflexo pulpilar do mesmo
lado da lesão (ipsilateral)
• Queda da pálpebra (ptose palpebral)

IV – NERVO TROCLEAR
Motor somático e proprioceptivo
Responsável por invervar o músculo oblíquo
superior.
O nervo troclear é muito fino. Ele é o único nervo
craniano que tem a origem dorsal no tronco
encefálico (origem posterior). A sua origem
aparente é abaixo do colículo inferior. Ele
contorna o pedúnculo cerebral e chega na região
anterior.
O nome dele é troclear, pois o músculo oblíquo
superior passa na “tróclea”, uma espécie de polia.
Ele serve para a nossa visão lateral e da região
inferior do campo visual.

III – NERVO OCULOMOTOR V – NERVO TRIGÊMEO


Motor somático e propioceptivo (para 5 Ele é chamado de trigêmeo, pois tem três núcleos
músculos extrínsecos da órbita) no tronco encefálico.
Motor visceral, invervação parassimpática
(músculo liso, cardíaco ou glândula) – músculo
esfíncter da pupila e músculo ciliar. O esfíncter
Sensitivo geral: superior, dentes maxilares, parte anterior da
bochecha e lábio superior.
Exterocepção – pele, conjuntiva ocular, dentes,
dura-máter. Existe uma via trigeminal da dor Mandibular – passa pelo forame oval do crânio.
relacionada a cabeça. Inerva a mucosa, dois terços anteriores da língua,
assoalho da boca e vestíbulo oral inferior,
Propiocepção – músculos da mastigação e para
posterior e anterior, dentes mandibulares, pele do
a articulação temporomandibular.
lábio inferior, das regiões bucal, parotídea e
A origem aparente do nervo trigêmeo é entre a temporal da face, orelha externa.
ponte e o pedúnculo cerebelar médio. Esse nervo
Esses três ramos chegam em um gânglio (corpos
tem uma grande raiz sensitiva e uma pequena raiz
de neurônios no SNP), o chamado gânglio
motora.
trigeminal. Desse gânglio o outro axônio vai sair
Moror Somático: em direção ao nervo para entrar entre a ponte e o
pedúnculo cerebelar médio.
• Músculos da mastigação (temporal,
masseter, pterigoideo medial e lateral) A pequena raiz motora não passa por dentro do
• Músculo milo-hióideo gânglio trigeminal, mas quando ela vai cruzar o
• Músculo do ventre anterior do forame oval, ela fica junto ao nervo mandibular.
digástrico Lesões do nervo trigêmeo causam:
• Músculo tensor do véu palatino
• Músculo tensor do tímpano • Perturbações motoras – paralisia da
musculatura mastigatória (desvio da
mandíbula contralateral)
Divisões ou Ramos: • Perda do reflexo corneano e do espirro
• Anestesia da face do mesmo lado da
Olftámica – passa pela fissura orbital superior. lesão (ipsilateral) – a pessoa não é
Inerva a córnea, conjuntiva superior, mucosa da sensível ao toque, ela não sente nada do
cavidade nasal-superior, seios frontal e etmoidal, lado afetado
dura-máter, fronte e couro cabeludo.
Maxilar – passa pelo forame redondo do crânio.
Inerva a dura-máter anterior da fossa média do VI – NERVO ABDUCENTE
crânio, conjuntiva da pálpebra inferior e pálpebra
Motor somático e proprioceptivo
inferior, mucosa da cavidade nasal póstero-
inferior e pele da região lateral do nariz, seio Inerva o músculo reto lateral
maxilar, palato e parte anterior do vestíbulo oral
Passa pelo seio cavernoso e pela fissura orbital
superior. A origem aparente do nervo abducente
é no sulco bulbopontino, entre a pirâmide bulbar
e a ponte.
• O músculo reto lateral abduz o olho
e faz-nos olhar para a lateral.
• Lesões no nervo abducente:
• Impossibilidade de abduzir o olho
• Estrabismo convergente
• Visualização dupla de objetos
(diplopia)
VII – NERVO FACIAL Além do músculo da mímica, o nervo facial
também inerva:
É motor somático (músculos da mímica etc.),
motor visceral (parassimpático, gânglios • Músculo estapédio – evita uma oscilação
pterigopalatino e submandibular), sensitivo geral muito abrupta da bigorna e estribo na
(somático, a pele próximo ao poro acústico janela oval, no processo de audição,
externo) e sensitivo especial (a gustação dos 2/3 evitando lesões.
anteriores da língua). • Ventre posterior do digástrico – o
digástrico tem ventres inervados por
Sensitivo (especial) inerva:
nervos diferentes: enquanto o seu ventre
• Paladar para 2/3 anteriores da língua; anterior é inervado pelo nervo trigêmeo,
• Palato mole o seu ventre posterior é inervado pelo
nervo facial.
Sensitivo (geral) inerva:
O nervo facial, saindo pelo forame estilo
• Pele próxima do poro meato acústico mastoideo, vai ter uma divisão anterior e uma
externo divisão posterior. A posterior é um ramo
Entra no poro acústico interno e percorre o meato posterior apenas, que é chamado de auricular
acústico interno até fazer uma curva para a posterior, porque vai pra parte posterior da
posterior e sair do crânio pelo forame. Ele tem aurícula, e inerva o ventroceptal do músculo
um trajeto por dentro da parte petrosa do oxípeto frontal. Já a divisão anterior passa por
temporal. dentro de uma glândula salivar, chamada de
glândula parótida, que vai emitir cinco ramos
A origem aparente do nervo facial é do sulco pra face e pescoço: temporal (que sobe para a
bulbopontino. Ele tem uma grande raiz motora testa), zigomático (que vai em direção ao
(nervo facial propriamente dito) e uma pequena músculo zigomático), bucal (que vai em direção
raiz intermédia (nervo intermédio, que fica entre à boca), marginal da mandíbula (que
a raiz motora e o par craniano seguinte, o oitavo) acompanha a base da mandíbula) e cervical
(que vai em direção à região do pescoço).
• Raiz motora – músculo da expressão
facial (músculos da mímica, estapédio e Nessa inervação dos ramos extracranianos do
ventre posterior do digástrico) nervo facial, podemos identificar os cinco
• Nervo intermédio – conduz fibras principais colocando a mão na face (na região
parassimpáticas, motoras viscerais e da orelha).
sensitivas
O nervo lingual é um ramo do nervo mandibular
Gânglio submandibular – glândulas (trigêmeo), só ele que chega até a língua, o
submandibular e sublingual facial não. O nervo facial é responsável pela
gustação nos 2/3 anteriores da língua graças a
Gânglio pterigopalatino – glândulas lacrimais
Ele entra no poro acústico interno, vai percorrer
o meato acústico interno e passa por dentro do
osso temporal. Dentro desse osso, ele faz uma
curva no processo mastoide, onde fica o gânglio
geniculado, que está relacionado com as
aferências do nervo facial. A parte motora do
nervo facial sai de dentro do crânio através de um
forame, chamado de forame estilo mastoideo (ele
recebe esse nome pois fica entre o processo
estiloide do temporal e o processo mastoide do
temporal).
uma “ponte” que tem entre o nervo lingual e o Motor visceral – glândula parótida (inervação
facial: o nervo corda do tímpano. parassimpática para essa glândula salivar)
Através do gânglio pterigopalatino, o nervo
facial vai ser responsável pela inervação, na
Músculo estilofaríngeo - é um dos músculos
órbita, da glândula lacrimal, que produz a
longitudinais da faringe
lágrima; através do gânglio submandibular há a
inervação das glândulas salivares sublingual e Carótida se divide em carótida externa e
submandibular (ele passa por dentro da interna. No início da carótida interna tem uma
glândula parótida, que é salivar, mas ele não “barriga”, uma região mais larga, chamada de
inerva ela) seio carotídeo. Quem inerva esse seio é o ramo
do seio carotídeo (um ramo do nervo
Lesão do nervo facial:
glossofaríngeo. Tem uma bolinha chamada de
• Perto da origem – perda das funções glomo carótido, que detecta os níveis de gases
motoras ipsolaterais (do mesmo lado da no sangue, que fica entre as carótidas externa e
face; perda gustativa interna. São inervados pelo nervo
• Central (SNC) – paralisia da glossofaríngeo.
musculação na região inferior da face
• Nervo do seio carótico:
contralateral.
baro/pressorreceptor sensível as
alterações na pressão arterial.
• Nervo do glomo carótico:
VIII – NERVO quimiorreceptor sensível aos gases do
VESTIBULOCOCLEAR sangue.
O nervo vestibulococlear também passa pelo • A inervação parassimpática do
poro acústico interno. Ele é o único par glossofaríngeo para a glândula parótida
craniano que não sai de dentro do crânio, que é através do gânglio ótico.
fica dentro do osso temporal. Tem uma
inervação auditiva, para a cóclea e uma função
de equilíbrio (parte vestibular). Sensitivo especial – paladar do terço
posterior da língua
A sua origem aparente é no sulco bulbopontino.
Na verdade é constituído por dois nervos: o Sensibilidade geral – faringe, fossa tonsilar,
coclear e o vestibular. tuba auditiva, cavidade da orelha média.

Lesões do nervo vestibulococlear: Lesões no nervo glossofaríngeo:

• Podem causar zumbido • Paladar ausente no terço posterior da


• Vertigem língua
• Comprometimento ou perda da • Reflexo do vômito ausente (colocar o
audição dedo na goela)
• Fraqueza ipsilateral pode causar
alteração notável na deglutição (engolir
IX – NERVO GLOSSOFARÍNGEO o alimento)
• O glossofaríngeo é responsável tanto
Inerva a faringe e tem relação com a gustação
pela inervação tanto especial da
da língua (o termo “glosso” = “língua”).
gustação, como a geral (tato, pressão e
A origem aparente é no sulco lateral posterior temperatura) do terço posterior da
do bulbo, atrás da oliva bulbar. língua.
Motor somático – músculo estilofaríngeo
(músculo que sai do processo estiloide e vai pra
faringe)
X – NERVO VAGO Ele tem dois gânglios, relacionados às aferências
do vago:
Nervo errante (“vagari”), pois ele é um par
craniano que sai do crânio, desce no pescoço, • Gânglio superior/jugular – sensitivo geral
entra na abertura superior do tórax, atravessa (somáticas). Está localizado na altura do
todo o tórax e vai para o abdome. Inerva quase forame jugular, por isso leva esse nome.
todas as vísceras abdominais (inervação • Gânglio inferior – sensitivo visceral
parassimpática). (viscerais). Está localizado logo abaixo do
gânglio jugular.
Ele é importante, pois quase todo o abdome é
inervado por ele. Ele passa através do forame Em resumo, o nervo vago vai inervar parte da
jugular. A origem aparente do nervo vago é faringe, da laringe, esôfago, pulmão, coração,
também no sulco lateral posterior do bulbo, fígado, pâncreas, baço, estomago, intestino
atrás da oliva bulbar. delgado e quase todo o intestino grosso. A
inervação parassimpática do vago termina na
Motor – palato, faringe, laringe, traquéia,
flexura cólica esquerda.
árvore brônquica, trato GI
Vago esquerdo – entra na abertura superior do
• Motor somático: músculos da faringe, tórax e emite os plexos esofágico, cardíaco e
músculo palatoglosso (da língua), pulmonar. Se reorganiza, formando o tronco
músculos intrínsecos da laringe vagal anterior para passar para o abdome. Esse
(fonação) tronco tem ramos para a face anterior do
• Motor visceral e sensitivo visceral: estômago, para a curvatura gástrica menor do
inervação parassimpática para vísceras estômago, um ramo pilórico ou duodenal e um
torácicas e abdominais ramo hepático que vai para o fígado.
Vago direito – entra na abertura superior do
Sensitivo – faringe, laringe, árvore brônquica, tórax e emite os plexos esofágico, cardíaco e
pulmões, coração, trato GI pulmonar. Se reorganiza, formando o tronco
vagal posterior para passar para o abdome. Esse
• Sensitivo geral (somático): parte tronco tem ramos para face anterior do estômago,
inferior da faringe e laringe curvatura gástrica menor e um ramo celíaco que
• Sensitivo especial: a parte da raiz da vai para o plexo celíaco.
língua e canalículos gustatórios na
epiglote Lesões do nervo vago:
• Ramos faríngeos = disfagia
• Nervo laríngeo superior = voz fraca
• Nervo laríngeo recorrente = rouquidão e
disfonia
• Ambos os nervos = afonia e ruído respiratório
agudo

XI – NERVO ACESSÓRIO
Motor somático e sensitivo geral: inerva o
músculo esternocleidomastóideo e músculo
trapézio. Tanto pra contração quanto pra
sensibilidade.
O nervo acessório é formado por cinco raízes
cervicais mais uma raiz, chamada raiz do nervo
vago, que se unem formando um tronco. Esse
tronco entra pelo forame magno, sobe e sai pelo OBS.:
crânio através do forame jugular, junto com os
Núcleo de um par craniano é onde estão os
nervos glossofaríngeo e vago.
corpos de neurônio.
Lesões do nervo acessório:
Dez deles têm núcleo no tronco encefálico.
• Fraqueza para girar a cabeça O primeiro par craniano (olfatório) tem
• Causam fraqueza e atrofia do músculo núcleo no telencéfalo e o segundo par
trapézio (ombro caído) craniano (óptico) no prosencéfalo.
Localização dos núcleos dos pares cranianos
no tronco encefálico:
XII – NERVO HIPOGLOSSO
Motor somático – músculos extrínsecos e
intrínsecos da língua (“glosso” = língua)
Vai passar no crânio pelo canal do nervo
hipoglosso, que fica um pouco antes do forame
magno. Inerva todos os músculos da língua,
menos o músculo palatoglosso que é inervado
pelo nervo vago.
A origem aparente desse nervo é no sulco
lateral anterior do bulbo, entre a pirâmide
bulbar e a oliva.

Músculos da língua (são 16, com 8 músculos


de cada lado, sendo 7 do hipoglosso)
Extrínsecos: movimentam a nossa língua
• Estilo-hióideo – sai do processo estilóide
e vai para a língua
• Hioglosso – sai do osso hióide, do corpo
e do corno maior, e vai pra língua
• Genioglosso – sai das espinhas genianas
da mandíbula e vai para a língua
• Palatoglosso – não é inervado pelo nervo
hipoglosso, mas sim pelo vago.
Intrínsecos: mudam o formato da nossa
língua
• Longitudinal superior, transverso e
vertical, longitudinal inferior (nessa
ordem, de cima pra baixo)
Lesões do nervo hipoglosso:
• Paralisa a metade ipsilateral da língua
(no mesmo lado da lesão)

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