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NEUROANATOMIA
Professoras:
Ms. Solange Maria Bertol Copetti
Ms. Vanessa Tumelero

2022
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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO

O Sistema Nervoso é um conjunto complexo de células que tem o papel essencial na determinação do
funcionamento e comportamento dos seres vivos.
Sistema nervoso é o conjunto formado por ligações de nervos e órgãos do corpo, com a função de
captar informações, mensagens e demais estímulos externos, assim como também respondê-los, além de ser o
responsável por comandar a execução de todos os movimentos do corpo, sejam eles voluntários ou
involuntários.
Coordena todas as funções corporais, possibilitando a adaptação ás mudanças nos meios interno e
externo. Possui as funções superiores: memória, aprendizado, intelecto, pensamento, personalidade. Recebe
informações sobre variações internas e externas e produz respostas a essas variações.
Funções do Sistema nervoso: Fazer a integração rápida e específica entre todas as regiões do organismo,
interpretar o estímulo, elaborar as respostas, coordenar as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.

ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO


1. Origem filogenética (evolução)
O tecido nervoso é constituido por células especializadas na recepção, condução e transferência de
informações. Estas propriedades são fundamentais para que se faça a interação entre o organismo e o meio
ambiente, e onde são utilizadas também para o controle do meio interno. A interação eficiente com o meio
ambiente é essencial a sobrevivência dos seres vivos e é observada mesmo nos organismos unicelulares.
Ainda não se sabe ao certo como e quando surgiram os primeiros neurônios. Contudo, o exame de
alguns invertebrados mais simples pode nos dar algumas pistas sobre estas questões. Sabemos, por exemplo,
que no epitélio de revestimento da esponja do mar existem células diferenciadas, facilmente excitáveis e
que podem se contrair em resposta a estímulos. Ao mesmo tempo elas são capazes de se comunicar com
outras células, seja através de mecanismos elétricos, ou pela liberação de substâncias que elas mesmas
secretam. Estas células ainda não podem ser consideradas neurônios típicos.
Na água viva (celenterado) já encontra-se o que pode ser chamado de neurônio, ou seja, células
condutoras de impulsos que vão provocar contrações musculares. Uma organização mais próxima daquela
dos vertebrados pode ser encontrada na minhoca. Nestes anelídeos os neurônios tendem a se acumular em
gânglios, sendo possível observar o arco reflexo. Existe para tanto, um neurônio sensitivo e um neurônio
motor. O sistema nervoso ganglionar, contudo, só existe nos invertebrados. Durante a evolução a natureza
mudou de estratégia e para os vertebrados adotou um Sistema Nervoso Central (SNC) compacto e protegido
por estojos ósseos. Nestes animais pode-se observar um encéfalo, situado dentro do crânio, que é contínuo
por uma medula espinhal, protegida pela coluna vertebral.
Nos vertebrados há um aumento gradativo do encéfalo, provocado por acúmulo de células e circuitos
nervosos na porção cefálica do animal, levando ao aparecimento de circuitos neuronais cada vez mais
complexos, possibilitando o aparecimento de funções mais complexas. Entre os mamíferos pode se observar
o córtex cerebral, o que lhe confere capacidades e funções não encontradas nas demais espécies.

RESUMINDO:
Esponjas do mar: células diferenciadas, facilmente excitáveis
e que podem se contrair em respostas a estimulos. São
capazes de se comunicar com outras células.
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Água viva: pode ser chamada de neurônios, células condutoras


de impulsos que vão provocar contrações musculares.

Minhoca: os neurônios tendem a se acumular em ganglios sendo


possíveis observar o arco reflexo. Existe para tanto um neurônio
sensitivo e um neurônio motor.

Mamíferos: observa-se o córtex cerebral, o que lhe confere


capacidades e funções não encontradas na demais especies.

2. Origem Ontogenética (embriogênese)

O sistema nervoso é um tecido originário de um folheto embrionário denominado como ectoderma, mais
precisamente de uma área diferenciada deste folheto embrionário, a placa neural. A placa neural,
aproximadamente na 3º semana de gestação, se fecha, formando um tubo longitudinal (tubo neural) que na
sua região anterior sofre uma dilatação dando origem ao Encefalo primitivo. Nos pontos de encontro ou
fechamento das extremidades da placa neural, no recém formado tubo neural, forma-se a crista neural que
dará origem ao Sistema Nervoso Periférico (SNP).
Em sua região posterior, o tubo neural dá origem à medula espinhal, que estará formada em torno da
a
8 semana de gestação. Os nervos raquidianos da medula espinhal se formarão alinhados ao segmento
vertebral correspondente. A porção final da medula chama-se cone medular.
Durante o desenvolvimento embrionário, verifica-se que a partir da vesícula única que constitui o
encéfalo primitivo, são formadas três outras vesículas: a primeira, denominada prosencéfalo (encéfalo
anterior); a segunda, mesencéfalo (encéfalo médio) e a terceira, rombencéfalo (encéfalo posterior).
O prosencéfalo e o rombencéfalo sofrem estrangulamento, dando origem, cada um deles, a duas outras
vesículas. O mesencéfalo não se divide. Desse modo, o encéfalo do embrião é constituído por cinco
vesículas em linha reta. O prosencéfalo divide-se em telencéfalo (hemisférios cerebrais) e diencéfalo
(tálamo e hipotálamo);o mesencéfalo não sofre divisão e o romboencéfalo divide-se em metencéfalo
(ponte e cerebelo) e mielencéfalo (bulbo).

DIVISÃO EMBRIOLÓGICA DIVISÃO ANATÔMICA


PROSENCÉFALO Telencéfalo Cérebro
Diencéfalo
MESENCÉFALO Mesencéfalo
ROMBENCÉFALO Metencéfalo Cerebelo e
Mielencéfalo ponte Bulbo
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RESUMINDO

Na segunda semana de vida embrionária, esse ectoderma vai começar a se diferenciar em células de tecido
nervoso com uma estrutura chamada de PLACA NEURAL. A Placa Neural é o primeiro estágio de desenvolvimento
do Sistema Nervoso, começa a se aprofundar formando uma envaginação, formando o SULCO NEURAL. Depois da
formação do Sulco Neural, vai formar uma estrutura com forma de uma gota, chamada de GOTEIRA NEURAL,
nessa fase também forma as CRISTAS NEURAIS, que são dobras, onde é o limite da goteira e da crista, que
chamamos de PREGA NEURAL.
No último estágio do Sistema Nervoso as pregas neurais se fundem, e quando fundidos essas estruturas
que estará fechada chama-se de TUBO NEURAL (fusão das pregas formando uma estrutura tubular) as cristas
neurais, se separam da gosteira neural.
O tubo neural, dá origem aos elementos do Sistema Nervoso Central (esse fechamento se dá na 3ª/4ª
semana e dá origem ao cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal. As cristas que se separam do tubo
neural, elas vão dar origem aos elementos do Sistema Nervoso Periférico (nervos espinhais e nervos cranianos)
oSistema Nervoso Autônomo dá origem aos gânglios espinhais.

1- Prosencéfalo
2- Mesencéfalo
3- Rombencéfalo
4- Futura medula
espinhal
5- Diencéfalo
6- Telencéfalo
7- Mielencéfalo, futuro
bulbo 8- Medula espinhal
9- Hemisfério cerebral
10- Lóbulo olfatório
11- Nervo óptico
12- Cerebelo
13- Metencéfalo
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DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é um conjunto de células que tem o papel essencial na determinação do funcionamento
e comportamento dos seres vivos. O sistema nervoso tem uma grande função em receber informações sobre as
variações internas e externas, produzindo respostas a essas variações, sendo rápidas e especificas, interpretando
o estímulo afim de elaborar respostas e coordenar todas as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas.
O sistema nervoso é um sistema único e completo, sendo esse dividido em duas partes: o sistema nervoso
central (cérebro e medula espinhal) atua como integrador e centro de controle de todo o sistema, interpretando
as informações sensitivas que vem do ambiente externo e elabora respostas no conhecimento passado. A medula
espinhal ela tem uma função de centro de arco reflexo e organizada por segmentação. O cérebro é relacionado
com a maioria das funções e com a recepção das informações.
O sistema nervoso periférico é constituído por nervos que tem sua origem no cérebro e medula espinhal,
esse sistema leva os impulsos para e do encéfalo, permitindo assim as comunicações de todas as partes do corpo
com o sistema nervoso central. Sendo esse sistema divido em duas partes, o sistema nervoso voluntário,
relacionado especificamente com os movimentos voluntários (aqueles que nos exigem de um comando), e o
sistema nervoso autônomo, são os movimentos que acontecem involuntariamente (aqueles que não precisam de
um comando).
Uma das características do Sistema Nervoso, é a presença de um sistema totalmente elaborado para a
transferência das informações pelo organismo, para que aconteça a realização dessas atividades, o sistema
nervoso possui um conjunto de células denominadas neurônios, que são especializados em conduzir o impulso
nervoso a partir de várias partes do corpo ou a partir de um estímulo do meio ambiente para o sistema nervoso
central.
Pode ser dividido com base em: a) Critérios anatômicos, b) Critérios funcionais e c) Com base na segmentação.
A)
B) DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO

Cérebro
Cerebelo
Encéfalo Tronco
Encefálico Mesencéfalo Processamento
SNC Ponte e Integração
de Informações
Medula Espinhal Bulbo

Condução de Informações entre


Nervos Espinhais órgãos receptores de estímulos
Cranianos SNC e órgãos efetores
SNP Gânglios (músculo, glândula

Terminações
Nervosas
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C) DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS FUNCIONAIS

Pode-se dividir o sistema nervoso em: A) sistema nervoso da vida de relação, ou somático e B) sistema
nervoso da vida vegetativa, ou visceral.

A) O sistema nervoso da vida de relação é aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente. Apresenta
um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos
originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que se passa no meio ambiente. O componente
eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando em
movimentos voluntários.
B) Sistema nervoso visceral é aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais. É
muito importante para a integração das diversas vísceras. Também no sistema nervoso visceral distingue-se
uma parte aferente e outra eferente. O componente aferente conduz impulsos nervosos originados em
receptores das vísceras para áreas específicas do sistema nervoso. O componente eferente leva os impulsos
originados em certos centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou músculo
cardíaco. O componente eferente do sistema nervoso visceral é denominado Sistema nervoso autônomo,
que pode ser dividido em simpático e parassimpático.

SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO SISTEMA NERVOSO VISCERAL


VIDA DE RELAÇÃO VIDA VEGETATIVA
AFERENTE AFERENTE
EFERENTE EFERENTE : Sistema Nervoso Autônomo

C) DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE NA SEGMENTAÇÃO


Pode-se dividir o sistema nervoso em sistema nervoso segmentar e sistema nervoso supra-segmentar.
A segmentação do sistema nervoso é evidenciada pela conexão com os nervos.
SISTEMA NERVOSO SEGMENTAR: Todo o sistema nervoso periférico, medula espinha e tronco encefálico.
SISTEMA NERVOSO SUPRA-SEGMENTAR: Cérebro e cerebelo. Nos órgãos do sistema nervoso supra-
segmentar a substância cinzenta situa-se por fora (córtex). No sistema segmentar não existe córtex.

COMO É A ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO

O cérebro é constituído por células (neurônios e células gliais). A maioria das conexões do cérebro
com o corpo é feita por meio da medula espinhal. O encéfalo e a medula espinhal formam o sistema nervoso
central, conhecido como neuroeixo.
A medula espinhal é um prolongamento do tronco encefálico e ocupa o espaço central da coluna
vertebral, sendo o centro dos movimentos reflexos.
O cerebelo controla o equilíbrio do corpo e a coordenação dos movimentos.
O cérebro, órgão de integração central, é dividido em dois hemisférios cerebrais, e é composto pela
região cortical e região subcortical, estando dividido em lobos, que são: occipital, temporal, parietal e frontal.
O sistema nervoso central está conectado com o resto do corpo por meio de fibras nervosas (nervos).
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As fibras nervosas e os neurônios fora do cérebro e da medula espinhal constituem sistema nervoso
periférico
• Nervos sensoriais são aqueles relacionados a sentidos específicos, como a audição, visão, tato
• Nervos motores conectam o cérebro e a medula espinhal aos músculos do corpo
• O sistema nervoso autônomo regula as funções corporais e as respostas emocionais associadas a ações
voluntárias

MEDULA ESPINHAL

Etimológicamente medula significa miolo e indica o que está dentro. Assim, temos a medula óssea
dentro dos ossos, a medula suprarrenal dentro da glândula do mesmo nome, medula espinhal dentro do
canal vertebral.

A medula espinhal é a estrutura que sofre menos modificações durante o seu desenvolvimento. É
uma massa cilíndrica de tecido nervoso, situada dentro do canal vertebral, sem, no entanto, ocupá-lo
completamente. Está totalmente envolvida por membranas, que são as meninges. No homem adulto mede
aproximadamente 45 cm, sendo um pouco menor na mulher.
Os nervos espinhais saem dela para se distribuírem a todas as partes do corpo. Um nervo espinhal
emerge da medula, de cada lado, passando pelo forame intervertebral, entre vértebras adjacentes.
Cranialmente a medula se limita com o bulbo, aproximadamente ao nível do forame magno do osso
occipital. O limite caudal da medula situa-se geralmente na segunda vértebra lombar (L2). A medula termina
afilando-se para formar o cone medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o Filamento
terminal.

FUNÇÃO DA MEDULA
1. Receber fibras aferentes oriundas de receptores sensoriais de tronco e membros; A medula espinhal recebe
impulsos sensoriais de receptores e envia impulsos motores a efetuadores tanto somáticos quanto viscerais.
2. Controlar os movimentos de tronco e membros
3. Fornecer inervação autonômica para a maioria das vísceras;
4. Atuar como um centro reflexo. Ela pode atuar em reflexos dependente ou independentemente do
encéfalo.
5. A maioria das conexões encefálicas com o Sistema Nervoso Periférico ocorrem via medula.

FORMA E ESTRUTURA GERAL DA MEDULA

A medula apresenta forma cilíndrica, sendo ligeiramente achatada no sentido antero-posterior. Seu
calibre não é uniforme, pois apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e intumescência
lombar, em nível cervical e lombar. Essas intumescências (maior concentração de neurônios) correspondem
às áreas que saem os plexos braquiais e lombossacral, destinados à inervação dos MMSS e MMII,
respectivamente.
Na superfície da membrana, existem ainda os sulcos longitudinais que percorrem toda a sua
extensão. Na face anterior existe a fissura mediana anterior, ladeada pelos sulcos laterais anteriores. Na face
posterior existe o sulco mediano posterior, ladeado pelos sulcos laterais posteriores.
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Os sulcos da medula delimitam três regiões de cada lado da medula: entre o fissura mediana anterior
e o sulco lateral anterior, o fonículo anterior. Entre os sulcos laterais anterior e posterior, o fonículo lateral.
E entre o sulco lateral posterior e o sulco mediano posterior temos o fonículo posterior.
Os sulcos da superfície da medula são o local onde tem origem os nervos espinhais. Estes são
formados por duas raízes, uma ventral ou anterior e outra dorsal ou posterior. Na raiz dorsal existe um
gânglio, (dilatação formada por corpos de neurônios), conhecido como gânglio espinhal.
A porção da medula que dá origem a um par de nervos espinhais é chamada de segmento medular.
Existem, portanto, tantos segmentos medulares quantos são os nervos espinhais, cada segmento medular
levando o nome do nervo correspondente.
A medula apresenta uma coluna central de substância cinzenta em forma de H envolta por uma
massa de substancia branca.
A substância cinzenta é formada por corpos de neurônios e fibras axonais sem de mielina e está
funcionalmente organizada em áreas sensoriais, associativas e motoras. Na substância cinzenta estão os
circuitos de neurônios que processam os sinais nervosos.
Nela pode-se distinguir de cada lado 3 colunas (anterior, posterior e lateral). A coluna lateral só
aparece na medula torácica e parte da medula lombar. Na coluna ventral é que ficam situados os neurônios
motores anteriores, ou seja, os corpos dos neurônios que vão pelos nervos espinhais e produzem a contração
muscular.
Na coluna posterior ficam os corpos dos neurônios que recebem os sinais sensoriais conduzidos pelos
nervos espinhais.
Na coluna lateral estão os corpos dos neurônios cujos axônios se dirigem ao Sistema Nervoso
Autônomo, que controla órgãos internos.
No centro da substância cinzenta localiza-se o canal central da medula. Esta coloração está
relacionada à presença principalmente de corpos de neurônios.
A substância branca corresponde a feixes de axônios mielinizados que trafegam ascendente e
descendentemente integrando funcionalmente a medula e o encéfalo (fibras ascendentes e descendentes)
e que podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões:
a) Funículo anterior
b) Funículo lateral
c) Funículo posterior – na região cervical é dividido em fascículo grácil e fascículo cuneiforme.
Os sulcos lateral anterior e lateral posterior conectam as raízes ventrais e dorsais dos nervos
espinhais. As duas raízes se unem para formar os nervos espinhais, ocorrendo a união em um ponto distal
ao gânglio espinhal, que existe na raiz dorsal.
A substância branca da medula também apresenta organização funcional de modo que as fibras
descendentes e ascendentes trafegam em colunas distintas (tratos, funículos) veiculando informações
relacionadas

CONEXÃO DOS NERVOS ESPINHAIS COM A MEDULA ESPINHAL

Cada nervo espinhal se conecta com a medula espinhal por meio de duas raízes (raiz dorsal ou
posterior e raiz ventral ou anterior). A raiz dorsal é conhecida como raiz sensorial por transportar fibras
sensoriais, enquanto que a raiz ventral é chamada de raiz motora por conter fibras motoras que saem da
medula até os músculos para promover a contração muscular, ou para o SNA para controlar a atividade dos
órgãos internos.
Na raiz dorsal existe uma dilatação chamada gânglio da raiz dorsal. Existem 32 pares de nervos
espinhais os quais correspondem 31 segmentos medulares assim distribuídos
8 cervicais
Existem oito pares de nervos cervicais, mas somente sete vértebras. O primeiro par cervical
12 torácicos emerge acima da 1a vértebra cervical (entre o osso occipital e C1). Já o 8 o par (C8) emerge
abaixo da 7a vértebra, o mesmo acontecendo com os nervos espinhais abaixo de C8, que
5 lombares emergem sempre abaixo da vértebra correspondente.

5 sacrais
1 coccígeo.
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TOPOGRAFIA VÉRTEBROMEDULAR

No adulto a medula não ocupa todo o canal vertebral, pois termina ao nível da segunda vértebra
lombar (L2). Abaixo deste nível o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos últimos
nervos espinhais, que dispostas em torno do cone medular e filamento terminal, constituem a cauda eqüina.
A diferença de tamanho entre a medula e o canal vertebral, assim como a disposição das raízes dos
nervos espinhais mais caudais, formando a cauda equina, resultam de ritmos de crescimento diferentes, em
sentido longitudinal, entre a medula e coluna vertebral.
Até o quarto mês de vida intrauterina a medula e a coluna crescem no mesmo ritmo. Por isso, a
medula ocupa todo o comprimento do canal vertebral, e os nervos, passando pelos respectivos forames
intervertebrais, dispõem-se horizontalmente formando com a medula um ângulo aproximadamente reto.
A partir do quarto mês a coluna começa a crescer mais do que a medula, especialmente em sua
porção caudal. Como as raízes nervosas mantém suas relações com os respectivos forames intervertebrais,
há alongamento das raízes e diminuição do ângulo que elas fazem com a medula, formando a cauda eqüina.
Então, como conseqüência do crescimento, as vértebras T11 e T12 não estão relacionadas com os
segmentos medulares correspondentes e sim com os segmentos lombares. Assim, uma lesão da vértebra
T12 pode afetar a medula lombar. Uma lesão de L3 afetará apenas a cauda eqüina.

Fetal: do tamanho da coluna


vertebral

Nascimento: na altura de L3

Adulto: na altura de L1 e L2

ENVOLTÓRIOS DA MEDULA

Como todo SNC, a medula é envolvida por membranas fibrosas denominadas meninges:
a) Duramáter: mais espessa e mais externa. Envolve toda a medula como se fosse um dedo de luva, o saco
dural. Termina a nível de S2.
b) Aracnóide: entre a dura-máter e a pia-máter.
c) Pia-máter: é a meninge mais delicada e mais interna. Adere intimamente ao tecido nervoso da superfície
da medula. Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua, formando o filamento
terminal, que vai se constituir no ligamento coccígeo. Essa membrana formará ainda outros ligamentos
que são pontos de fixação da medula.
Ainda com relação às meninges que envolvem a medula, existem três cavidades ou espaços:
• Epidural (ou extradural) está por fora da dura-máter e contém tecido adiposo e o plexo venoso
vertebral interno.
• Subdural, situado entre a dura-máter e a aracnóide, é uma fenda estreita, contendo uma pequena
quantidade de líquor, suficiente apenas para evitar aderência das paredes.
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• Subaracnóideo é o mais importante e contém uma grande quantidade de líquor. Situado entre a
aracnóide e a pia-máter.

ATIVIDADES PRÁTICAS
1. Explique o que é a medula espinhal, destacando sua localização.
2. Qual é a função da medula espinhal?
3. De que é formada a substância cinzenta do SN e qual é a importância desta?
4. Que tipos de neurônios estão localizados nas colunas anterior (ventral), posterior e lateral,
respectivamente?
5. O que é a substância branca da medula espinhal? Como ela está dividida?
6. Como é feita a conexão dos nervos espinhais com a medula?
7. Quantos e quais são os nervos espinhais?
8. O que é cauda equina e por que ela surge nos humanos?
9. Existem 3 envoltórios protegendo a medula, chamados de meninges. Identifique quais são e explique a
sua localização.
10. Identifique as estruturas da medula espinhal

11.Faça um desenho esquemático identificando: Fissura anterior, sulco lateral anterior, sulco lateral
posterior, sulco mediano posterior, fonículo anterior, lateral e posterior.

12. Identifique as setas

ELEMENTOS FUNCIONAIS DO SN

Os elementos funcionais do sistema nervoso são: o Neurônio, a Neuróglia, os Nervos e as Terminações


nervosas.

1. NEURÔNIO
Célula especializada que processa informação, sendo a estrutura básica do sistema nervoso. São células
do SNC que possuem a capacidade de estabelecer conexões entre si quando recebem estímulos advindos do
ambiente externo ou do próprio organismo.
Os neurônios são células funcionais do Sistema Nervoso proprioamente dito, e as células que são
chamadas de células da glia ou neuróglia, conferem os preenchimentos entre os neurônios, e assim dão o
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suporte nutricional para eles principalmente.
Uma vez estimulados, os neurônios geram impulsos de natureza elétrica e liberam íons e substâncias
químicas que lançadas nas sinapses (espaços vazios entre um neurônio e outro) estabelecem ligações entre
eles.
A cada novo estímulo, a rede de neurônios se recompõe e reorganiza, o que possibilita uma diversidade
enorme de respostas.
Por serem células especializadas, os neurônios apresentam pequena capacidade de regeneração. São
células altamente excitáveis, que comunicam-se entre si ou com células efetuadoras por meio de sinapses,
ou seja, transmissão de impulsos nervosos (eletroquímicos)
Os neurônios detectam, transmitem, analisam e utilizam informações geradas por estímulos sensoriais e
modificações químicas do ambiente externo e interno.
São compostos por 4 partes: dendritos, axônio e corpo celular (pericário).
a) Pericário ou corpo celular: Contém o núcleo da célula.
b) Axônio: é a própria fibra nervosa
c) Dendritos são expansões do pericário
d) Terminal Sináptico
Quando o corpo celular envia uma mensagem, cabe ao axônio conduzi-la até o dendrito do próximo
neurônio para fazer a sinapse. Para que o axônio consiga transmitir a mensagem ele precisa estar maduro.
Torna-se maduro quando é envolvida por uma camada de gordura e proteína denominada mielina. O
processo de mielinização acontece progressivamente, de modo que diferentes neurônios se mielinizam em
épocas distintas do desenvolvimento do organismo.

a) CORPO CELULAR ou PERICÁRIO ou SOMA: centro de processamento, contem o núcleo e organelas


citoplasmáticas. Mantém o neurônio vivo, é o local onde vai ter o estímulo elétrico o qual percorre todo esse
neurônio, o Sistema Nervoso Central e o Sistema Nervovo Periférico trabalham a base da eletricidade, toda
essa eletricidade vai ser produzida no corpo celular. Os neurônios tem por objetivo enviar impulsos elétricos.
Do corpo celular saem diversas ramificações chamadas de DENDRITOS, que se unem a outros neurônios
dando mais conexões ao Sistema Nervoso.
É composto por:
a) Membrana neuronal: É repleta de proteínas, sendo que algumas bombeiam substâncias de dentro para
fora da célula; outras formam poros que regulam a entrada de substâncias. A composição protéica varia
de acordo com a região da célula: soma, dendritos ou axônio.
b) Citoplasma: composto por:
Citosol: fluido aquoso coloidal rico em potássio, que preenche o interior do soma.
• Organelas citoplasmáticas mais abundantes: RE rugoso, RE liso, aparelho de Golgi e mitocôndrias.
• Citoesqueleto: dão a forma característica aos neurônios. São os microtúbulos,
microfilamentos e neurofilamentos (filamentos intermediários).
• Núcleo: contém o material genético e as instruções para a síntese das proteínas neuronais.

b) DENDRITOS: São prolongamentos do corpo celular que recebem estímulos, aumentando a superficie
receptora. Assemelham-se a ramos de uma árvore à medida em que se afastam do soma. Funcionam como
uma antena: sua membrana apresenta muitas moléculas de proteínas receptoras. Os dendritos são
especializados na recepção de informação.

c) AXÔNIO: É a unidade condutora do estímulo nervoso (conduz o impulso elétrico do corpo celular para o
terminal sináptico). É um prolongamento único, sendo uma estrutura altamente especializada na
transferência de informação entre pontos distantes do sistema nervoso. Apresentam comprimento e
diâmetro variáveis, e podem se ramificar, emitindo ramos colaterais.
No segmento inicial do axônio encontra-se o cone de implantação, de onde partem os impusos nervosos
para o segmento final, conhecido como terminal axonal ou botão terminal, que é o local onde o axônio entra
em contato com outros neurônios ou outras células através das sinapses, passando informações nervosas. A
maioria dos axônios estão envolvidos pela bainha de mielina, invólucro principalmente lipídico que atua
como isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso, aumentando assim a condução de
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impulsos elétricos que passam dentro do axônio, responsável pelo aumento da velocidade de condução do
impulso elétrico do axônio. A bainha de mielina pode ser formada por dois tipos de células:
Célula de Schwann: encontrada apenas no SNP;
Oligodendrócito: encontrado apenas no SNC.
A bainha de mielina apresenta regiões descontínuas, conhecidas como nódulos de Ranvier. No caso dos
axônios mielinizados envolvidos pelas células de Schwann, a parte celular da bainha de mielina (citoplasma
e núcleo) constitui o chamado neurilema.

d) TERMINAL SINÁPTICO: ter ligação do primeiro neurônio com o segundo neurônio, não podendo ter
contato físico. O BOTÃO SINÁPTICO (produz a vesícula sináptica, que contém os neurotransmissores) é
liberado uma substância química, essa substância conecta os dois neurônios, mesmo não tendo contato,
eles se comunicam pela substância, a qual chamamos de NEUROTRANSMISSORES (é uma substância
química que excita o segundo neurônio (neurônio pós sináptico) transmitindo a informação contida no
primeiro neurônio.
Os neurônios controlam todas as informações todas as informações do nosso organismo através de
conexões, então todos os órgãos do nosso corpo estão conectados no Sistema Nervoso Central através dessa
ligação, quando tiver a junção de dois neurônios através desse neurotransmissor, chamamos de SINAPSES,
nada mais é a comunicação entre dois ou mais neurônios através de neurotransmissores (substância química
que conectam os neurônios).
DIFERENÇAS ENTRE AXÔNIOS E DENDRITOS:
AXÔNIOS DENDRITOS
Levam informações do corpo celular Trazem informação para o corpo celular
Superfície lisa Superfícies irregulares (espinhas
dendríticas)
Apenas 1 por célula Muitos dendritos por célula
Sem ribossomos Tem ribossomos
Pode ser coberto com mielina Sem mielina
Ramificam longe do corpo celular Ramificam perto do corpo celular

OS NEURÔNIOS E A ORGANIZAÇÃO DO SN
Os corpos celulares dos neurônios são geralmente encontrados em áreas restritas do sistema nervoso
Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinhal) e
Gânglios nervosos (localizados próximo à coluna vertebral).
Do sistema nervoso central partem os prolongamentos dos neurônios, formando feixes chamados nervos,
que constituem o Sistema Nervoso Periférico (SNP).

LINGUAGEM DOS NEURÔNIOS


▪ Excitação: ligam, ou mandam mensagens excitatórias
▪ Inibição: desligam, ou mandam mensagens inibitórias
▪ O neurônio soma as mensagens que entram, assim, será estimulado se as mensagens excitatórias
excederem as inibitórias e vice-versa

TIPOS DE NEURÔNIOS

1- De acordo com o número de neuritos (prolongamentos), os neurônios podem ser classificados em:
• Unipolares: apresentam um único neurito.
• Bipolares: apresentam dois neuritos.
• Multipolares: apresentam três ou mais neuritos.
2- De acordo com as conexões ou funções na condução dos impulsos, os neurônios podem ser classificados
em:
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• Neurônios receptores ou sensitivos (aferentes): são os que recebem estímulos sensoriais e conduzem o
impulso nervoso ao sistema nervoso central.
• Neurônios motores ou efetuadores (eferentes): transmitem os impulsos motores (respostas ao estímulo).
• Neurônios associativos ou interneurônios: estabelecem ligações entre os neurônios receptores e os
neurônios motores.

NEURÓGLIA Células da glia (ou células gliais) **Permitem a sustentação e nutrição do SN


São as células mais freqüentes do tecido nervoso, que se relacionam com os neurônios. Não geram
impULSos nem formam sinapses. São responsáveis pela sustentação do SN e pela formação dos circuitos
neuronais. Apresentam um papel isolante: permitem a formação de circuitos neuronais independentes
que impedem a propagação desordenada dos impulsos nervosos.
No sistema nervoso central, a neuroglia apresenta quatro tipos celulares: Astrócitos, oligodendrócitos,
micróglia e células ependimárias.
• ASTRÓCITO: Suporte estrutural
• OLIGODENDRÓCITOS: Formam a bainha de mielina no axônio do SNC.
• MICRÓGLIA: Ação Fagocitária
• EPENDIMÓCITOS: Reveste as cavidades do SNC. Produção do LCR

Astrócitos: são as maiores células da neuróglia e estão


associados à sustentação e à nutrição dos neurônios. Outras
funções: preenchem os espaços entre os neurônios; regulam
a concentração de diversas substâncias com potencial para
interferir nas funções neuronais normais (ex.: concentrações
extracelulares de potássio); regulam os neurotransmissores
(restringem a difusão de neurotransmissores liberados e
possuem proteínas especiais em suas membranas que
removem os neurotransmissores da fenda sináptica);
*estudos recentes sugerem que podem ativar a maturação e
a proliferação de células-tronco nervosas adultas e ainda,
que fatores de crescimento produzidos pelos astrócitos
podem ser críticos na regeneração dos tecidos cerebrais ou espinhais danificados por traumas ou
enfermidades.

Oligodendrócitos: Encontrados apenas no SNC. Devem exercer papéis importantes na manutenção dos
neurônios, uma vez que, sem eles, os neurônios não sobrevivem em meio de cultura. No SNC, são as células
responsáveis pela formação da bainha de mielina um único oligodendrócito contribui para a formação de
mielina em vários neurônios. No SNP cada célula de Schwann mieliniza apenas um único axônio.

Micróglia: constituída por células fagocitárias, análogas aos macrófagos e que participam da defesa do
sistema nervoso.
ATIVIDADES PRÁTICAS

1. O que é Sistema Nervoso?


2. Quais as funções do Sistema Nervoso?
3. Explique a origem ontogenética do Sistema Nervoso.
4. Durante o desenvolvimento embrionário, a partir de uma vesícula única forma-se o encéfalo primitivo. Daí
são formadas 3 outras vesículas. Identifique-as, relacionando com as estruturas finais do adulto.
5. Esquematize o SN com base em critérios anatômicos
6. Com base em critérios funcionais, o SN é dividido em somático ou visceral. Explique a que se refere cada
um deles.
7. Como é feita a divisâo do SN com base na segmentação?
8. O que é um neurônio?
14
9. O que faz com que os neurônios transmitam os impulsos nervosos?
10. Os neurõnios sâo constituídos por 3 partes. Quais são elas?
11. Qual é a função do corpo celular ou pericário? O que o compõe?
12. O que são dendritos? Qual a sua função?
13. O que é axônio? Qual a sua função?
14. Explique o que é Bainha de Mielina, destacando a sua importância.
15. O que é neuróglia? Quais são as células Gliais?
16. Identifique as estruturas do neurônio

COMUNICAÇÃO NERVOSA: NEUROTRANSMISSÃO


SINAPSES

A comunicação entre os neurônios ocorre a partir da formação de impulsos nervosos, onde são
excitados os neurotransmissores, que são substâncias químicas capazes de passar mensagens (impulsos
nervosos) para centenas ou até milhares de neurônios diferentes. Função das sinapses: excitatória e
inibitória.
SINAPSES É a junção entre dois neurônios, permitindo a transmissão de sinais.

Por meio das sinapses, o impulso nervoso percorre vários neurônios reunidos em cadeia.

O impulso nervoso vai do corpo celular para o efetor nas fibras de condução motora e do receptor até o
corpo celular nas fibras de condução sensitiva.
Os neurônios através de suas terminações axônicas entram em contato com outros neurônios, passando-lhes
informações. Os locais destes contatos são denominados SINAPSES.

• Na porção terminal do axônio tem um botão terminal ou botão sináptico (telodendro) que contém as
substâncias químicas secretadas pelo próprio neurônio.
• A chegada do impulso nervoso provoca o esvaziamento dessas vesículas no espaço sináptico.
• A substância cruza o espaço e combina-se com moléculas receptoras situadas na membrana da célula pós
sináptica, modificando a permeabilidade da sua membrana.

As fibras nervosas têm a propriedade de propagar impulsos muito rapidamente, em todo o seu comprimento,
e de transmiti-los à célula que se lhe segue. As sinapses podem existir entre dois neurônios, entre célula
sensorial e neurônio ou entre neurônio e órgão efetor (músculo ou glândula). Quando a célula efetora é um
músculo, o local da sinapse é chamado de placa motora. O impulso é captado pelos dendritos, passa ao corpo
celular e deste para o axônio, que o envia para a célula seguinte. O impulso nervoso vai do corpo celular para o
efetor nas fibras de condução motora e do receptor até o corpo celular nas fibras de condução sensitiva.
15

• Entre os neurônios
• Entre neurônios e células efetuadoras
(músculos e glândulas)

A LIBERAÇÃO DO NEUROTRANSMISSOR NA SINAPSE

Localizadas em botões sinápticos, no fim do axônio há numerosas vesículas pequenas que contém
uma substância transmissora. A chegada do impulso nervoso provoca o esvaziamento dessas vesículas no
espaço sinaptico. A substância cruza o espaço e combina-se com moléculas receptoras situadas na
membrana da célula pós sináptica, modificando a permeabilidade da sua membrana. As sinapses são
unidirecionais. As substâncias neurotransmissoras mais comuns são a adrenalina e a acetilcolina.

****Existem dois tipos de sinapses: elétricas e químicas.

a) SINAPSES ELÉTRICAS

São raras em vertebrados, e ocorrem exclusivamente entre neurônios. A comunicação entre dois neurônios
se dá através de canais iônicos presentes em cada uma das membranas em contato, que permitem a
passagem direta de pequenas moléculas do citoplasma de uma das células para o da outra. Ao contrário das
sinapses químicas, estas não são polarizadas, ou seja, a comunicação se faz nos dois sentidos.
16

b) SINAPSES QUÍMICAS
A grande maioria das sinapses interneuronais e todas as neuroefetuadoras são sinapses químicas, ou seja, a
comunicação entre os elementos de contato depende da liberação de substância química, denominada
neurotransmissor, que está presente no elemento pré- sináptico armazenado em vesículas sinápticas.
Componenentes da estrutura das sinapses químicas:
• Elemento pré-sináptico (que armazena e libera o neurotransmissor, ex. botão sináptico),
• Elemento pós-sináptico (que contém o receptor para o neurotransmissor)
• Fenda sináptica (que separa as duas membranas - espaço de 20-30 nm).
• Vesícula sináptica (armazena o neurotransmissor)
• Receptores (inseridos na membrana. Específicos para o neurotransmissor).
As sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, isto é, apenas um dos dois elementos de
contato, o elemento pré-sináptico, possui o transmissor. Este é armazenado em vesículas especiais,
denominadas vesículas sinápticas. A maioria das vesículas sinápticas são produzidas no pericário e levadas
até a terminação axônica através do fluxo axoplasmático.
A grande maioria dessas sinapses ocorrem entre a terminação axônica e o dendrito (axodendrítica),
pericário ou soma (axosomática), ou com outro axônio (axoaxônica), podendo ainda ocorrer entre as outras
partes do neurônio (dendrodendríticas, dendrosomáticas, somatosomáticas, somatodendríticas ou
somatoaxônicas).
Uma sinapse química apresenta sempre um elemento pré-sináptico (que armazena e libera o
neurotransmissor, ex. botão sináptico), um elemento pós-sináptico (que contém o receptor para o
neurotransmissor) e uma fenda sináptica (que separa as duas membranas).
Na célula pré-sinaptica, encontramos a membrana pré-sináptica, que possui projeções densas que
mantém de forma organizada, as vesículas sinápticas (estruturas que contém em seu interior os
neurotransmissores). Na célula pós-sináptica, encontramos a membrana pós-sináptica, que possui os
receptores específicos para os neurotransmissores.
Quando o axônio é o elemento pré-sináptico, os contatos ocorrem através de botões sinápticos,
estruturas que ficam na sua extremidade ou através de varicosidades, terminações axônicas onde se
acumulam as vesículas sinápticas. As vesículas sinápticas se aproximam adequadamente da membrana pré-
sináptica, para com ela se difundirem rapidamente, liberando um neurotransmissor. A fenda sináptica
apresenta um espaço de 20-30 nm que separa as duas membranas em oposição.
O elemento pós-sináptico é formado pela membrana pós-sináptica, na qual se inserem os receptores
específicos para o neurotransmissor. A transmissão sináptica decorre da união do neurotransmissor com seu
receptor na membrana pós-sináptica.
As sinapses neuroefetuadoras são as que ocorrem entre os axônios dos nervos periféricos e uma
célula efetuadora não neuronal. A junção que ocorre com as células musculares estriadas esqueléticas
chama-se junção neuroefetuadora somática, a que ocorre com células musculares lisas ou cardíacas, ou com
células glandulares chama-se junção neuroefetuadora visceral.
JUNÇÃO NEUROEFETUADORA SOMATICA: Compreende as placas motoras. O elemento pré-sináptico é a
terminação axônica de um neurônio motor somático, cujo corpo está na coluna anterior da medula espinhal
ou do tronco encefálico.
17
JUNÇÀO NEUROEFETUADORA VISCERAL: Contatos das terminações nervosas dos neurônios do SNA, cujos
corpos se localizam nos gânglios autonômicos.

TRANSMISSÃO SINÁPTICA:

1. Quando o impulso nervoso atinge a membrana do elemento pré-sináptico, ocorre alteração do potencial
de membrana capaz de abrir canais de cálcio, o que permite a entrada desse íon.
2. O aumento de íons cálcio no interior do elemento pré-sináptico permite a fusão das vesículas sinápticas
com a membrana pré-sináptica, liberando o neurotransmissor na fenda sináptica e sua difusão, até atingir
seus receptores na membrana pós-sináptica. Estes receptores podem ser canais iônicos que se abrem
quando em contato com o neurotransmissor, permitindo a entrada ou saída de determinados íons.
3. Após o contato com o receptor, é necessário que o neurotransmissor seja removido da fenda sináptica
para que não haja excitação ou inibição por tempo prolongado. Essa remoção pode ser feita por ação
enzimática ou por recaptação pela membrana pré-sináptica; e uma vez dentro da terminação nervosa, o
neurotransmissor pode ser reutilizado ou inativado.

Neurônios como células excitáveis:

• Os neurônios são células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras
(células musculares e secretoras) usando basicamente uma linguagem elétrica, que são as alterações do
potencial de membrana.
• A membrana celular separa o meio intracelular, onde predominam
íons com cargas negativas e certa quantidade do íon potássio (K+), do
meio extracelular, onde predominam cargas positivas, Sódio (Na+),
Cálcio (Ca+) e certa quantidade do íon Cloro (Cl-). A face interna é
negativa em relação à externa.
• Essa diferença de cargas entre o meio interno e o meio externo
estabelece um potencial elétrico de membrana, que em geral nos
neurônios, quando em repouso, é de aproximadamente -70mv. Na membrana estão presentes canais
iônicos seletivos, que se abrem ou fecham, permitindo a passagem de íons de acordo com o gradiente de
concentração.
• Existem canais abertos onde os íons passam continuamente, e outros canais que são controlados por
comportas, que só se abrem mediante estímulos (dependentes de voltagem ou de ligantes). O
funcionamento da bomba de Na+ e K+ determina os potenciais de repouso e ação da célula nervosa em
função da concentração destes dois Íons no meio intra e extracelular. Um canal iônico deixa passar
exclusivamente um tipo de íon. Se esse íon ocorrer em maior concentração fora do neurônio (Na+ e Cl-)
há entrada. Se sua concentração for maior dentro do neurônio (K+), há saída.
POTENCIAL DE REPOUSO: É o momento em que o neurônio não está transmitindo sinais elétricos (está
inativo). Isso ocorre devido à diferença constante no potencial entre as duas faces da membrana plasmática.
O valor constante no meio intracelular é de aproximadamente -70mv.
EXCITABILIDADE é a Capacidade de gerar e alterar a diferença de potencial elétrico através da membrana.
Os impulsos elétricos são gerados no corpo celular e dendritos e depois propagados para o axônio. A
excitabilidade é causada por movimentos de íons através da membrana citoplasmática.
Isso é o POTENCIAL DE AÇÃO. É uma variação abrupta do potencial de membrana normal de repouso que é
negativo, para um potencial positivo, retornando rapidamente ao negativo. Essa alteração se desloca
rapidamente ao longo da fibra nervosa, do cone de implantação, que é o segmento inicial ou zona de
disparo, até chegar à sua extremidade que é a porção terminal do axônio.
18

ENTÃO:
a) REPOUSO: é o potencial de repouso, antes da estimulação. Nesta fase a membrana apresenta um
potencial negativo, logo está POLARIZADA.
b) DESPOLARIZAÇÃO: Nesta fase a membrana fica subitamente permeável ao Na+, que entra em maior
volume para dentro do neurônio. Ocorre quando o neurônio é estimulado, gerando uma brusca
alteração na permeabilidade da membrana, ficando mais negativa fora e mais positiva dentro,
invertendo a polaridade.
c) REPOLARIZAÇÃO: logo em seguida os canais de Na+ se fecham e se abrem os canais de K+. Assim os
Íons K+ saem rapidamente e reestabelece-se o potencial normal negativo da membrana.
***Cada receptor é acoplado a um tipo de íon, dependendo se ele é excitatório ou inibitório. Ex: Acetilcolina
se acopla a um canal de sódio (excitatório).
Cada neurônio pode receber de 1000 a 10.000 contatos sinápticos em seu corpo e dendritos, que são
somados. Quando a despolarização atinge 15 mV é gerado um potencial de ação.

LEI DO TUDO OU NADA: Significa que o potencial de ação ocorrerá em um determinado local da membrana,
ou não ocorrerá nada. Isto é, se em determinado ponto da membrana não houver condições para a
propagação, não haverá despolarização.

NEUROTRANSMISSORES: Acetilcolina, glicina, glutamato, aspartato, GABA, dopamina, noradrenalina,


adrenalina, histamina, endorfinas e encefalina.
O impulso nervoso percorre o axônio como uma onda de inversão de polaridade (despolarização e
repolarização) da membrana plasmática. Pode-se comparar o impulso nervoso à queda seqüencial de uma
fileira de peças de dominó colocadas em pé. Ao cair, cada peça provoca a queda de sua vizinha. Na membrana
do neurônio, a despolarização de uma área provoca a despolarização da área adjacente. Cada peça de
dominó levanta-se imediatamente após a queda, isto é, cada área da membrana repolariza-se logo em
seguida à sua despolarização.

Impulso Nervoso: Natureza e Propagação da Mensagem Nervosa


No estado de repouso, o neurônio encontra-se polarizado, ou seja, o interior está carregado mais
negativamente que o exterior. Ao atingir a membrana celular, o estímulo altera a permeabilidade aos íons
Na+ e K+ no ponto excitado, permitindo assim, um influxo (entrada) de íons sódio (Na+) e a saída de íons
potássio (K+). Neste momento ocorre a despolarização, ou seja, diminui a negatividade no interior da célula.
A entrada inicial de íons Na+ provoca a abertura de canais para esses íons nos segmentos seguintes, de
modo que o processo se repete e o impulso nervoso se transmite através de todo o neurônio. Em alguns
casos, a união de neurônios é tão estreita que a onda de despolarização passa diretamente do axônio de um
neurônio a um dendrito do neurônio seguinte, o que se denomina sinapse elétrica.
Geralmente o que ocorre são as sinapses químicas. Nestas, o sinal elétrico que chega à terminação
axônica, provoca a liberação de neurotransmissores, mensageiros químicos presentes no interior de
vesículas na terminação axônica.
Ao atingir a terminação axônica, o potencial de ação faz com que as vesículas se fusionem com a
membrana da terminação, liberando os neurotransmissores que estavam contidos para a fenda sináptica
19
(espaço virtual entre o neurônio e a célula efetora). Ao serem liberados na fenda sinóptica, os
neurotransmissores se ligam a receptores específicos presentes na membrana da célula pós-sináptica (célula
efetora). A ligação do neurotransmissor com o seu receptor específico, gera uma alteração no potencial de
membrana da célula efetora, transmitindo o impulso nervoso e gerando uma resposta (contração muscular,
por exemplo). Podemos então concluir que a transmissão do impulso implica a transformação de um sinal
elétrico em um sinal químico que, posteriormente, é transformado em um outro sinal elétrico.
Os axônios são cobertos por uma membrana denominada bainha de mielina, que possui a característica de
isolante elétrico, impedindo que as cargas elétricas se dispersem. Assim, condução do impulso nervoso nas
fibras mielínicas (com bainha de mielina) e amielínicas (sem bainha de mielina) difere na sua velocidade,
sendo maior nas mielínicas. No trajeto do axônio, há regiões chamadas nódulos de Ranvier, em que a bainha
de mielina é
interrompida, gerando assim a condução saltatória, nos quais o impulso nervoso é transmitido, aos saltos,
de um nódulo de Ranvier ao outro, ao longo da fibra (axônio).

ATIVIDADES PRÁTICAS
6. O que é Sinapse?
7. Como ocorre a transmissão sináptica?
8. Como ocorre o impulso nervoso?
9. Explique na imagem as estruturas responsáveis pela transmissão sináptica.

10. Explique a que se refere estes desenhos.


11. Diferencie Sinapses elétricas de Sinapses químicas?
12. Quais são os componentes da estrutura das Sinapses químicas?
13. Quais as fases do potencial de ação e explique-os
14. O que são neurotransmissores, quais são eles e qual sua função.

NEUROTRANSMISSORES

Os neurotransmissores são importantes moléculas responsáveis pela comunicação das células do sistema
nervoso, elas são produzidas e liberadas pelos neurônios, a sua maioria são provenientes de indicadores de
proteínas, e são encontrados nos terminais sinápticos dos neurônios.
20

Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.khanacademy.org%2Fscience%2Fbiology%2Fcell-
signaling%2Fmechanisms-of-cell-signaling%2Fa%2Fintroduction-to-cell-signaling&psig=AOvVaw0u40Qrem-
gBUybRgvWqoUc&ust=1586872339006000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPjCsKTG5egCFQAAA
AAdAAAAABAb
Esses neurotransmissores são liberados na fenda sináptica e agem com os receptores altamente
específicos que estão localizados no neurônio pós sináptico, fazendo com que os receptores se abram e recebam
esse neurotransmissor. A liberação dos neurotransmissores, bem como sua captura por outras células, garante a
transmissão do impulso nervoso. As respostas dadas pelos neurônios a um estímulo vão depender da
característica do neurotransmissor e do receptor, sendo essas respostas excitatórias ou inibitórias. Algumas
doenças ou drogas podem afetar os neurotransmissores, podendo levar a uma produção excessiva ou até mesmo
a diminuição da produção, o que acarretará alterações e déficits na comunicação dentre os neurônios, mas
também em disfunções motoras, cognitivas, psíquicas.

Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fmeuprofessordefisica.com%2F2018%2F05%2F01%2Ffu
ndamentos-da-eletromiografia-como-se-da-o-processo-de-estudo-da-atividade-eletrica-muscular%2Fsinapse-
artificial-8%2F&psig=AOvVaw0u40Qrem-
gBUybRgvWqoUc&ust=1586872339006000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPjCsKTG5egCFQAAA
AAdAAAAABAh
21

Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fescolakids.uol.com.br%2Fciencias%2Fdopamina.htm&
psig=AOvVaw0Ra4KadAyG9F-
pFO3TzRH9&ust=1586897640077000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOiNrvGk5ugCFQAAAAAdA
AAAABAp
Para compreender mais sobre os neurotransmissores acesse os links a seguir.
https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/a/neurotransmitters-
their-receptors
https://www.trabalhosgratuitos.com/Sociais-Aplicadas/Psicologia/Neurotransmissores-TBH-130633.html
https://www.youtube.com/watch?v=FD8Qaw1TS-k

Os neurotransmissores são mensageiros químicos que transporta, estimulam e equilibram os sinais entre
os neurônios, esses neurotransmissores podem desempenhas uma grande diversidade de funções físicas e
psicológicas do nosso corpo, os mensageiros químicos controlam a frequência cardíaca, sono, apetite, humor,
medo e os movimentos.
Diversas moléculas de neurotransmissores atuam continuamente para fazer que haja o funcionamento do
cérebro e controlando todas as funções desempenhadas no corpo humano. Para que essas informações cheguem
em todo o corpo, os neurônios precisam se comunicar entre eles, transmitindo os sinais, porém os neurônios não
estão conectados entre si simplesmente, no final dos neurônios há um espaço muito pequeno que são
denominados de sinapses e para enviar as informações para o neurônio seguinte, o sinal precisa passa por esse
espaço, assim esse processo chama-se de neurotransmissão.
22
Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Ffernandomorimiyazawa%2Faula-
6-
casdvestcitologiamembranaplasmatica&psig=AOvVaw1uMOn18yZTaB7M_jDm6coK&ust=1586901856055000&s
ource=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCJC976C05ugCFQAAAAAdAAAAABAD

Os neurotransmissores têm um papel fundamental e crítico na comunicação entre os neurônios, eles


influenciam em todas as funções do corpo, desde os movimentos involuntários até o aprendizado e o humor, esse
sistema é muito complexo e intensamente interligados, atuando de maneiras muito especificas, mas esses
neurotransmissores também podem ser alterados. Os neurotransmissores são como chave e os receptores são
como um bloqueio, para realizar a abertura desses bloqueios a chave precisa ser a correta, assim ocorre o processo
das sinapses.

Disponível em https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.infoescola.com%2Fsistema-
nervoso%2Fsinapse-
quimica%2F&psig=AOvVaw1uMOn18yZTaB7M_jDm6coK&ust=1586901856055000&source=images&cd=vfe&ve
d=0CAIQjRxqFwoTCJC976C05ugCFQAAAAAdAAAAABAJ

A neurotransmissão constitui em transferência de informações no sistema nervoso, a exatidão e a


complexidade desse processo durante o desenvolvimento humano formam as estruturas para as atividades
superiores, voltadas para o aprendizado, memoria, percepção e cognição. A quantidade de neurotransmissores
liberadas, podem aumentar ou diminuir para que ocorra as mudanças fisiológicas. Muitos dos transtornos
neuropsiquiátricos ocorrem por conta dessas alterações dos neurotransmissores, alguns mensageiros químicos e
algumas drogas podem alterar toda a maneira de como acontece a neurotransmissão, o que pode desencadear
efeitos adversos, ou reparando algumas disfunções.
As alterações ou as mudanças que podem afetar a produção, liberação, recepção, quebra ou receptação
dos neurotransmissores, ou ainda que possam levar a transformação no número e na conexão dos receptores
podem levar a sintomas neurológicos ou psiquiátricos.
O excesso ou a falta de neurotransmissores podem levar ao desencadeamento de algumas doenças, e os
sinais e sintomas dessas doenças podem variar com o neurotransmissor, com o mecanismo afetado e qual região
que foi comprometida do encéfalo. Uma das doenças mais conhecidas e que está relacionada com a baixa
quantidade de neurotransmissor liberado é a Depressão.
23

Disponível em https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.vectorstock.com%2Froyalty-free-
vector%2Fdepressed-man-vector-
2074827&psig=AOvVaw0Jzf0F0Tuy238TRiboUf4p&ust=1586909703356000&source=images&cd=vfe&ved=0CAI
QjRxqFwoTCPiM7b_R5ugCFQAAAAAdAAAAABAM

Duas outras doenças que estão relacionadas com os neurotransmissores são, o Parkinson, onde a
quantidade de dopamina na substância negra e no corpo estriado é extremamente baixa, ocorrendo uma
degeneração precoce dos neurônios dopaminérgicos. O Alzheimer também está relacionado com a baixa
produção de acetilcolina.

Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fparadoxoexiste.blogspot.com%2F2016%2F05%2Fparkin
son.html&psig=AOvVaw0K5-SzF-
M3WTzRDE7oLO8S&ust=1586910734948000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPjTl6zV5ugCFQAA
AAAdAAAAABAI

Disponível em https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fblogeducacaofisica.com.br%2Fdoenca-
de-parkinson%2F&psig=AOvVaw0K5-SzF-
M3WTzRDE7oLO8S&ust=1586910734948000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCPjTl6zV5ugCFQAA
AAAdAAAAABAa
24

Disponível em https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fincrivel.club%2Fcriatividade-
saude%2F8-desenhos-de-artistas-com-alzheimer-que-mostram-o-desenvolvimento-da-doenca-
379210%2F&psig=AOvVaw2No3RKYFhQVNQaSJVsgQmV&ust=1586910973056000&source=images&cd=vfe&ved
=0CAIQjRxqFwoTCJCyiKPW5ugCFQAAAAAdAAAAABAD

Disponível em https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fincrivel.club%2Fcriatividade-
saude%2F8-desenhos-de-artistas-com-alzheimer-que-mostram-o-desenvolvimento-da-doenca-
379210%2F&psig=AOvVaw2No3RKYFhQVNQaSJVsgQmV&ust=1586910973056000&source=images&cd=vfe&ved
=0CAIQjRxqFwoTCJCyiKPW5ugCFQAAAAAdAAAAABAJ

Algumas drogas, como o álcool, as metanfetaminas, a cocaína, a heroína, o LSD e a cannabis, afetam a
comunicação entre os neurônios, alterando assim a forma de como os neurotransmissores passam as informações
de um neurônio para o outro neurônio. Essas drogas possuem ações psicotrópicas que levam desde o fim de
sensações negativas a potencialização de emoções positivas, isso está associada a diferentes graus de toxidade, e
dos efeitos adversos tanto a nível mental quanto físico, e a dependência. Essas drogas parte de suas ações levam
a alterações na transmissão sináptica.
25
Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%2F%2Fultimodosprofetas.blogspot.com%2F2009%2F08%2Fqu
e-tipo-de-drogas-existem-informacao.html&psig=AOvVaw1MCXuLeJEC7F1sSFcw6I-
C&ust=1586955146889000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOCkqOn65-gCFQAAAAAdAAAAABAh
Para poder saber mais sobre os neurotransmissores, acesse os links abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=6jBUXq_HRLg
https://www.youtube.com/watch?v=cYs6Owantps&list=PLFK6St3csRBaTaMsq8yX0EnNQ9JxQBku4
https://www.abc.med.br/p/psicologia-e-
psiquiatria/1319543/como+as+funcoes+do+nosso+corpo+se+comunicam+o+papel+dos+neurotransmissores+no
+organismo.htm

Você Sabia?
Você sabia que existem alguns neurotransmissores que são muito importantes e que apresentam diversas
funções, e eles também estão relacionados com algumas doenças. Esses neurotransmissores são:
1. Acetilcolina (Ach): foi o primeiro neurotransmissor descoberto, esse neurotransmissor está relacionado com os
movimentos dos músculos, aprendizado e memória. A falta desse neurotransmissor pode levar a doença de
Alzheimer.
2. Adrenalina: chamado também de epinefrina, esse neurotransmissor está relacionado a excitação, liberado
como um mecanismo de defesa do corpo em situações que envolvem medo, stress, perigo ou fortes emoções.
3. Noradrenalina: também chamada de norepinefrina, atua na regulação do humor, aprendizado e memoria, se
esse neurotransmissor estiver alterado pode levar um aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, e
quando reduzido pode levar a depressão e o aumento do estresse.
4. Endorfina: esse neurotransmissor é considerado o “hormônio do prazer”, relacionado com a melhoria do humor
e da memória, funcionamento do sistema imunológico, controle da dor e do fluxo sanguíneo. A falta desse
neurotransmissor leva ao estresse, depressão e ansiedade.
5. Serotonina: esse neurotransmissor promove a sensação de bem-estar e satisfação, ele tem a função de
calmante natural, ele controla o sono, regula o apetite e a energia. Conhecido também como o “hormônio do
prazer”, a falta dele no corpo causa depressão, estresse, ansiedade.
6. Dopamina: esse neurotransmissor causa a sensação de bem-estar e dos controles motores do corpo. Pode
desencadear algumas doenças como o Parkinson (falta de neurotransmissor) e a Esquizofrenia (excesso de
neurotransmissor).
https://www.youtube.com/watch?v=f97tww2DbQM&list=PLFK6St3csRBaTaMsq8yX0EnNQ9JxQBku4&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=BZmHZsYzZug&list=PLFK6St3csRBaTaMsq8yX0EnNQ9JxQBku4&index=5
https://www.youtube.com/watch?v=a-_mvHR6-FA&list=PLFK6St3csRBaTaMsq8yX0EnNQ9JxQBku4&index=6

Sintetizando
Como vimos durante a semana, onde foi abordado sobre os neurotransmissores, vimos que eles são de extrema
importância para que haja a transmissão de informações necessárias para o funcionamento do nosso corpo, os
neurotransmissores são específicos e desempenham funções especificas, fazendo a comunicação de um neurônio
com outro neurônio. Os neurotransmissores são produzidos nas células transmissoras e armazenados nas
vesículas sinápticas, eles atuam no encéfalo, na medula espinhal, nos nervos periféricos e na junção
neuromuscular. Algumas doenças ou drogas podem afetar os neurotransmissores, levando um alta produção ou
até mesmo uma baixa produção, e assim consequentemente acarretando danos nessas transmissões de impulsos,
além desses danos nos sistemas, a pessoas pode apresentar déficits motores, psicóticos e cognitivos.
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Disponível em
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fsilviareginasimoes.wordpress.com%2F2015%2F06%2F
10%2Fquimica-das-emocoes-amor-depressao-ansiedade-e-felicidade-em-niveis-de-
neurotransmissores%2F&psig=AOvVaw3_PBW2Gg-
DEkqAEXSrVj3K&ust=1586957563612000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCKjVspaE6OgCFQAAAA
AdAAAAABAD

CÉREBRO (Telecéfalo)

O Telencéfalo compreende os dois hemisférios cerebrais direito e esquerdo. São separados pela
fissura longitudinal do cérebro, cujo assoalho é formado por uma larga faixa de fibras comissurais, o corpo
caloso.
O corpo caloso é o principal meio de união entre os dois hemisférios.
É dividido em dois hemisférios, separados pela fissura longitudinal, e cada um deles em lobos que se
denominam de acordo com o osso da caixa craniana adjacente, ou seja, lobo frontal, temporal, parietal e
occipital. Esses lobos são delimitados por sulcos.
• Sulco lateral: delimita o lobo temporal
• Sulco central: delimita e separa o lobo frontal e parietal.
• Sulco parieto-occipital: delimita o lobo parietal do
ocipital.
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• Cada Hemisfério apresenta quatro lobos
1. Frontal 2. Parietal 3.Occipital 4.Temporal
O quinto lobo cerebral é a insula, que só é
observada quando separamos as bordas do sulco
lateral. Ela fica interna. (tem relação com o
sistema límbico, participa do controle do
comportamento).

Giros, Fissuras e Sulcos do Cérebro


A superfície do cérebro apresenta várias saliências arredondadas denominadas circunvoluções ou giros.
Separando os giros existem depressões.
As depressões profundas são chamadas de Fissuras e as depressões rasas são chamadas de sulcos.
Determinadas fissuras e sulcos servem de pontos de referência, dividindo os hemisférios em lobos: frontal,
parietal, temporal e occipital.

Fissura longitudinal do cérebro


É uma depressão profunda que se estende até o corpo
caloso, na região central do cérebro, dividindo o cérebro em
hemisfério
direito e esquerdo. Cada hemisfério é posteriormente dividido em
lobos. Dois giros se situam paralelamente ao sulco central: um
anterior a ele, o giro pré-cental, e outro posterior, o giro pós-
central.

O CÉREBRO
É formado por uma camada externa de substância cinzenta, onde existem um grande número de corpos
neuronais; internamente é formado por substância branca, composta por feixes de fibras nervosas, que tem
essa coloração devido à bainha de mielina.
A camada cinzenta que envolve o cérebro é chamada de CÓRTEX CEREBRAL, e corresponde à região
mais freqüentemente associada ao processo de pensamento, desde que associadas às regiões mais
profundas do encéfalo. Aqui fica armazenada a memória, sendo também responsável pelas habilidades
motoras.
As áreas funcionais do cérebro são:
Área motora localiza-se no lobo frontal e subdivide-se em:
• Córtex motor: controla os músculos específicos de todo o corpo, em especial movimentos finos como os
dos dedos dos pés, polegares, lábios e boca para a fala e para comer.
• Córtex pré-motor: provoca movimentos coordenados que envolvem seqüências de movimentos de
músculos isolados ou movimentos combinados de diversos músculos ao mesmo tempo. Aqui se
armazena grande parte do conhecimento para o controle dos movimentos aprendidos.
• Área de broca: controla os movimentos coordenados da laringe e da boca para a produção da fala.
AREA MOTORA PRIMÁRIA: Esta localizada no giro pré-central do lobo frontal, anteriormente ao sulco central.
Os neurônios nesse giro controlam as contrações conscientes e voluntárias. Originando-se no giro pré-central
existem fibras nervosas motoras denominadas tracto piramidal .
ÁREA PRÉ-MOTORA: Localizada logo anteriormente a área motora primária. Os neurônios da área pré-
motora determinam a contração de grupos musculares em uma seqüência especifica, produzindo, desta
forma, movimentos estereotipados.
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Área sensorial somestésica: Sensação somestésica é aquela que vem do corpo como tato, pressão,
temperatura, etc). Subdivide-se em área primária e secundária e ocupa todo o lobo parietal.
• Área somestésica primária: é a região do córtex cerebral que recebe sinais direto dos diferentes
receptores sensoriais dispersos pelo corpo, fazendo distinção entre os sinais recebidos. Localizada
posteriormente ao sulco central no giro pós-central do lobo parietal. Nesta área encontram-se as
terminações das vias sensitivas que transportam informações de sensibilidade geral relativas a
temperatura, tato, pressão, dor e etc.
• Área somestésica secUndária: recebe sinais provenientes da área primária ou de estruturas mais
profundas do encéfalo. Funciona na interpretação dos sinais sensoriais e não na distinção entre eles.

ÁREAS DOS SENTIDOS ESPECIAIS


Área visual: Ocupa o lobo occipital, divide-se também em área primária e secundária.
• Área visual primária: detecta pontos iluminados ou escuros e contornos da cena.
• Área visual secundária: tem função de interpretar a informação visual, como por exemplo as palavras
escritas.
Área auditiva: localiza-se na metade superior do lobo temporal. Compreende a área primária e secundária.
• Área auditiva primária é onde os sons específicos como o timbre são captados.
• Área auditiva secundária é onde o significado das palavras faladas é interpretado.
Área de Wernicke: localizada na porção posterior do lobo temporal, é o ponto onde os sinais sensoriais
oriundos dos lobos temporal, occipital e parietal se juntam. É um local de extrema importância para
interpretação final de quase todos os tipos de informações sensoriais, logo, a destruição desta área gera uma
acentuada perda na capacidade de pensamento. Em função da importância dessa área, somente um dos
hemisférios, geralmente o esquerdo, a apresenta desenvolvida, para evitar a confusão dos processos de
pensamento entre as duas metades do cérebro.
Área para memória a curto prazo: fica na metade inferior do lobo temporal, está ligada ao armazenamento
de memórias de fatos ocorridos a pouco tempo (dias, minutos ou semanas).
Área pré-frontal: fica na metade anterior do lobo frontal. Sua função ainda não está bem definida, mas em
pacientes psicóticos ela é retirada para tirá-los de estados depressivos. Quando retirada, perde-se a
capacidade de concentração prolongada, planejamento para o futuro ou capacidade de resolver problemas
intelectuais.
Um corte horizontal no cérebro mostra diversas áreas cinzentas denominadas de núcleos, que se localizam
profundamente. Estes núcleos são os gânglios basais que fazem parte do cérebro.
Área olfatória primária se localiza sobre a superfície medial do lobo temporal.
Área gustativa primáriaestá localizada no lobo parietal, próxima a parte mais inferior do giro pós-central

Áreas de Associação
Circundando essas áreas primárias sensitivas e motoras existem várias áreas de associações contendo
neurônios que interconectam as diversas áreas motoras e sensitivas.

NÚCLEOS (GÂNGLIOS) DE BASE:


São massas nucleares de substância cinzenta, que controlam os grandes movimentos automáticos da
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musculatura esquelética e o tônus. Tem muitas conexões com outras partes do encéfalo e por isso participam
da seqüência de movimentos automáticos. Recebem imputs do córtex, do tálamo e do hipotálamo. Enviam
ouputs para eles pelo globo pálido, indo ao tálamo e ao córtex. Inibem circuitos motores ativos ou
excitatórios. A lesão nos gânglios da base causará movimentos anormais ou incontroláveis.
1. Putâmen
Globo pálido (diencéfalo) tônus núcleo lentiforme
corpo estriiado
2. Núcleo Caudado (mov. Automáticos)
3. Claustro
4. Amígdalas (sistema límbico)

CONEXÕES
As diferentes áreas do córtex cerebral se ligam a outras regiões do próprio córtex e a numerosas
estruturas subcorticais. As conexões intracorticais se fazem com áreas adjacentes através de fibras de
associação. A maior parte do córtex dos lobos frontal, parietal e occipital está ligada à porção simétrica do
hemisfério oposto pelas fibras do corpo caloso.
O córtex cerebral recebe um grande número de fibras aferentes (que chegam) sensitivas, que chegam
a partir de núcleos do tálamo, o qual manda projeções excitatórias para as porções específicas do córtex
relacionadas com cada modalidade sensorial. Recebe ainda influências modulatórias vindas da formação
reticular (tronco encefálico). As conexões eferentes (que saem) são amplas. Há fibras que se dirigem para a
medula espinhal, para diferentes regiões do tronco encefálico, para o corpo estriado, para o tálamo, etc.
Grande parte das fibras que se dirigem ao córtex ou que dele saem passam pela cápsula interna, onde estão
agrupadas as fibras relacionadas com a sensibilidade e a motricidade do todo o corpo.
Tractos de fibras nervosas Mielínicas
No SNC, feixes de fibras nervosas são denominadas tractos. Existem três tipos de tractos na substancia
branca do cérebro: Tractos de projeção, Tractos de associação e Tractos comissurais.
1. Tractos de Projeção: São vias formadas por fibras de projeção. Essas fibras conduzem, impulsos nervosos:
 Descendentes (motores) do córtex para outras regiões do encéfalo e medula espinhal
 Ascendentes (sensitivos) da medula espinal e regiões inferiores do encéfalo (como o tálamo) para o
córtex. ÁREAS DE PROJEÇÃO:
a) ÁREAS MOTORAS DO CÓRTEX
Área motora primária – área 4 de Brodmann, na região do giro pré-central. Estímulos elétricos aplicados
nessa região provocam o aparecimento de movimentos em partes específicas da metade oposta do corpo.
A representação para o tronco é relativamente pequena, enquanto que para a face e para os dedos é
extensa. A correspondência se faz não com o tamanho, mas com a capacidade para realizar movimentos
precisos, existente em cada parte do corpo.
b.) ÁREAS SENSITIVAS DO CÓRTEX
• Área somatossensorial primária (somestésica) – área 3,2,1 de
Brodmann Nesta região chegam fibras de neurônios situados no
tálamo, que trazem
as informações somáticas da metade oposta do corpo e da cabeça;
• Área visual primária – área 17 de Brodmann
• Área auditiva primária – área 41 de Brodmann
• Área vestibular
• Área olfatória
• Área gustativa – área 43 de Brodmann
Tractos de associação
São vias formadas por fibras de associação, que conectam várias áreas do córtex do cérebro no interior
do mesmo hemisfério. As fibras de associação variam em comprimento: algumas são curtas, enquanto outras
se estendem por todo o hemisfério.
Tractos comissurais
São vias formadas por fibras comissurais. Essas fibras conectam os hemisférios cerebrais direito e
esquerdo. Existem dois tractos comissurais principais que conectam os hemisférios cerebrais: a comissura
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anterior e o corpo caloso.
DIENCÉFALO

São as estruturas que circundam o terceiro ventrículo. Seus componentes mais importantes são o tálamo e
o hipotálamo e ainda apresenta duas áreas menores que são o epitálamo e o subtálamo.
Tálamo: é a principal estação retransmissora de sinais, direcionando-os aos pontos apropriados do córtex
cerebral, bem como as áreas mais profundas do cérebro. Incluem os sinais visuais, auditivos, somestésicos e
de controle muscular.
Hipotálamo: controla o funcionamento interno do corpo, controlando a temperatura corporal, a secreção
de hormônio antidiurético, a fome e a sede. Ainda excita o sistema nervoso simpático, fazendo com que
aumente o nível global de atividade das vísceras.
Subtálamo: funciona com os gânglios da base, controlando a atividade motora subconsciente.
Epitálamo: função desconhecida, mas contém a glândula pineal em sua estrutura.
Corpo pineal: secreta melatonina, que está relacionada com a regulação do sono e comportamento sexual.

O sistema límbico corresponde às estruturas das bordas do cérebro e do diencéfalo, e sua atuação é no
controle das atividades emocionais e comportamentais. Suas partes mais importantes são as amígdalas
(participa do controle do comportamento apropriado a cada situação social), hipocampo (interpreta para
o encéfalo a maior parte de nossas experiências sensoriais, gera memória), corpos mamilares (funções
comportamentais tipo vigília e talvez o bem estar), septo pelúcido ( estimulação de diferentes pontos
causam efeitos comportamentais diversos) e giro do cíngulo, cíngulo, insula e giro do hipocampo
(permitem associações entre as funções corticais cerebrais conscientes e as funções comportamentais
subconscientes do sistema límbico.

MENINGES
Todo sistema nervoso central está envolvido por três camadas de
tecido conjuntivo denominadas meninges. As meninges são
compostas pela dura-máter, a aracnóide e a pia-máter.

LÍQUIDO CEREBROESPINHAL OU LÍQUOR


É um fluido aquoso com uma composição similar a do plasma sanguíneo e do líquido intersticial. Ele atua
como um coxim para todo o sistema nervoso central, protegendo-o contra choques. Envolve o encéfalo e a
medula espinhal de tal maneira que o SNC realmente flutua no liquido cérebrospinhal.

ATIVIDADES PRÁTICAS
1. Como é composto o Cérebro?
2. O que é Córtex Cerebral?
3. Explique a divisão e função da área motora do córtex.
4. Além da área motora, quais são as outras áreas de destaque no córtex cerebral? Qual a função destas?
5. O que são Gânglios de Base? Quais são?
6. Que estruturas fazem parte do diencéfalo?
7. Explique a função do Tálamo.
8. Explique a função do Hipotálamo
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TRONCO ENCEFÁLICO

É a estrutura que conecta o cérebro à medula espinhal. Composto por:


• Mesencéfalo
• Ponte
• Bulbo
O tronco encefálico interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, anterior ao cerebelo. É constituído de corpos
de neurônios e fibras nervosas que se agrupam formando os tractos. Muitos núcleos do tronco recebem ou
emitem fibras nervosas que entram na constituição dos nervos cranianos.
Um grande número de vias nervosas ascendentes e descendentes passam pelo tronco encefálico,
transmitindo seus sinais sensoriais vindo da medula espinhal para o tálamo e sinais motores do córtex para
a medula. Contém agrupamento de células nervosas distintas que contribuem para vários sistemas sensoriais
e motores;
O tronco encefálico apresenta centros importantes para o controle de diferentes variáveis fisiológicas
(respiração, pressão arterial, equilíbrio e o ciclo sono e vigília).
Está localizado entre a medula e o diencéfalo, estando anterior ao cerebelo. É composto por corpos
de neurônios agrupados em núcleos, e por fibras nervosas que se agrupam em feixes denominados tractos,
fascículos ou lemniscos.
Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou emitem fibras nervosas que constituem os
nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10 fazem conexão no tronco encefálico.

MESENCÉFALO

O mesencéfalo predispõe importantes ligações entre componentes do sistema motor (cerebelo,


núcleos da base e hemisférios cerebrais).
O mesencéfalo interpõe-se entre a ponte e o cérebro. É atravessado por um estreito canal, o
aqueduto cerebral, que une o terceiro ao quarto ventrículo. No mesencéfalo encontra-se a substância negra,
formada por neurônios que contém melanina. A substância negra envia aferências aos núcleos da base
(controle de movimentos voluntários).
Do mesencéfalo também emergem pares cranianos.
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É composto por dois pedúnculos cerebrais e o teto do mesencéfalo. Entre os pedúnculos e o teto fica
o aqueduto cerebral.

a) Os pedúnculos cerebrais são formados por 3 regiões distintas:


1. Camada superficial espessa, formada por fibras corticoespinhais e corticopontinas com função de
conduzir os sinais motores do córtex para a medula e para a ponte
2. Uma camada mais profunda, a substância negra, cujos neurônios atuam como parte do sistema dos
gânglios da base, controlando atividade muscular automática do corpo.
3. Tegmento, que contém diversas vias nervosas que desempenham as seguintes funções.
• Lemnisco medial: conduz os sinais sensoriais do corpo até o tálamo.
• Feixe longitudinal medial: conecta os núcleos do tronco e estes com o diencéfalo.
• Núcleo vermelho: atua em conjunto com os gânglios basais e com o cerebelo na
coordenação dos músculos corporais.
• Núcleos dos nervos oculomotor e troclear
• Substância cinzenta periaquedutal: papel importante na análise da reação à dor.
• Formação reticular: diversos grupos de neurônios no interior dela controlam muitos
movimentos do corpo como os de girar o tronco, girar e curvar a cabeça, e os movimentos
posturais dos membros.

b) O teto é formado por quatro pequenos nódulos:


• Dois colículos superiores: visão. Produzem movimentos oculares e de tronco em resposta a sinais
visuais abruptos
• Dois colículos inferiores: audição. Transmitem os sinais auditivos dos ouvidos para o cérebro, e
participam da rotação da cabeça em resposta aos sons oriundos de diversas direções.

PONTE

É a parte do tronco encefálico entre o bulbo e o mesencéfalo, localizada anteriormente ao cerebelo.


Em sua face anterior apresenta estrias transversais devido a presença de numerosos feixes de fibras
transversais que a percorrem. Essas fibras formam o pedúnculo cerebelar médio, que penetra no hemisfério
cerebelar correspondente. Na superfície anterior da ponte existe o sulco basilar, que é o local onde se aloja
a artéria basilar. A ponte é separada do bulbo pelo sulco bulbopontíno.
No tegmento pontino, na parte dorsal da ponte, existem 3 estruturas que são contínuas às do mesencéfalo:
• Lemnisco medial
• Feixe longitudinal medial
• Formação reticular.
Apresenta ainda os núcleos de controle de vários nervos cranianos.
Parte Ventral da ponte: Retransmite informação acerca do movimento e sensações.
Parte Dorsal da ponte: Respiração, paladar e sono.

Ventrículos Encefálicos
Desenvolvem-se como expansões da luz do tubo neural primitivo e formam um sistema contínuo no
encéfalo preenchido por líquido cerebrospinal.

Quarto ventrículo
É a cavidade do rombencéfalo, situado entre o bulbo e a ponte ventralmente, e o cerebelo,
dorsalmente. Continua caudamente com o canal central do bulbo e cranialmente com o aqueduto
cerebral, cavidade do mesencéfalo, através da qual o IV ventrículo se comunica com o III ventrículo. A
cavidade do IV ventrículo se prolonga de cada lado para formar os recessos laterais, situados na superfície
dorsal do pedúnculo cerebelar inferior. Estes recessos se comunicam de cada lado com o espaço
subaracnóideo por meio das abeRTURas laterais do IV venTRÍCULo (forames de Luschka). Há também uma
aberTUra mediana do IV venTRÍCULo (forame de Magendie), situado no meio da metade caudal do tecto
do ventrículo. Por meio destas cavidades o líquido cérebro-espinhal, que enche a cavidade ventricular,
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passa para o espaço subaracnóideo.

BULBO

Atua na regulação da pressão sangüínea e respiração, paladar, audição, manutenção do equilíbrio,


controle dos músculos do pescoço e da face.
Conhecido como Bulbo raquídeo ou medula oblonga, limita-se com a medula espinhal ao nível do
forame magno do osso occipital e superiormente ao nível do sulco bulbopontino, que corresponde à margem
inferior da ponte.

Estrutura do bulbo
A organização interna das porções caudais do bulbo é bastante semelhante à da medula. Entretanto, à
medida que se examinam secções mais altas de bulbo, notam-se diferenças cada vez maiores, até que ao
nível da oliva já não existe aparentemente qualquer semelhança. Estas modificações são devidas:
• Ao aparecimento de novos núcleos próprios do bulbo, sem correpondentes na medula, como os
núcleos grácil, cuneiforme e olivar inferior;
• À decussação das pirâmides (motora);
• À decussação dos lemniscos (sensitiva). Fibras originadas nos núcleos grácil e cuneiforme, as fibras
arquedas internas, mergulham ventralmente, passam através da coluna posterior, contribuindo para
fragmentá-la, cruzam o plano mediano (decussação sensitiva), e infletem-se cranialmente para
constituir de cada lado o lemnisco medial, que conduz ao tálamo os impulsos nervosos vindos pelos
fascículos grácil e cuneiforme, relacionados com a propiocepção consciente, tato epicrítico e
sensibilidade vibratória;
• Abertura do IV ventrículo.
O bulbo apresenta duas estruturas bem características: a pirâmide e a oliva.
1. Pirâmide: é o local onde passam as fibras córticoespinhais em direção à medula. Aí as fibras
cruzarão para o lado oposto antes de alcançar a medula. Esse fenômeno é conhecido como decussassão
das pirâmides,

DECUSSASSÃO DAS PIRÂMIDES: fenômeno que ocorre na porção inferior do bulbo, onde as fibras cruzam
para o lado oposto antes de chegar a medula, o que faz com que o córtex cerebral esquerdo controle as
contrações musculares da metade direita do corpo enquanto o córtex direito controla o lado esquerdo.
2. Oliva: em posição lateral à pirâmide. Dentro de cada oliva fica o núcleo olivar inferior, (uma grande
massa de substância cinzenta) que atua como transmissor de sinais para o cerebelo e recebe principalmente
sinais aferentes dos gânglios da base e da medula e pouco do córtex motor. Seus sinais eferentes dirigem-se
ao cerebelo contralateral pelo pedúnculo cerebelar inferior.
Além da pirâmide e da oliva, o bulbo apresenta elementos do mesencéfalo e da ponte como o
lemnisco medial bilateral, que é uma grande via de condução da medula para o encéfalo. As fibras que
passam por essa via tem origem nos núcleos grácil e cuneiforme.

DECUSSASSÃO DOS LEMNISCOS: Depois de emergir dos núcleos, as fibras sensitivas cruzam para o lado
oposto no bulbo. Devido a este cruzamento, a metade esquerda do encéfalo é excitada pelos estímulos
sensoriais vindos da metade direita do corpo e o encéfalo direito pela metade esquerda do corpo.
A superfície do bulbo é percorrida longitudinalmente por sulcos, que darão continuidade aos sulcos
da medula. Estes sulcos delimitam as áreas anterior, lateral e posterior do bulbo. A fissura mediana anterior
termina cranialmente em uma depressão chamada forame cego.
De cada lado da fissura mediana anterior existe uma eminência alongada, a Pirâmide, formada por
um feixe compacto de fibras nervosas descendentes que ligam as áreas motoras do cérebro aos neurônios
motores da medula, conhecido como tracto cortico-espinhal ou piramidal. Na parte caudal do bulbo, fibras
deste tracto cruzam obliquamente o plano mediano constituindo a decussassão das pirâmides.
Entre os sulcos lateral e posterior do bulbo observa-se a oliva, formada por uma grande quantidade
de substância cinzenta, o núcleo olivar inferior.
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FORMAÇÃO RETICULAR
É uma agregação mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes separados por
uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico. A formação reticular tem uma
estrutura intermediária entre a substância branca e a cinzenta. No tronco encefálico preenche todos os
espaços não preenchidos pelos tractos, fascículos e núcleos de estrutura mais compacta. Não tem uma
estrutura homogênea, podendo-se delimitar grupos mais ou menos bem definidos de neurônios, que
constituem os núcleos da formação reticular. Além de receber impulsos que entram pelos nervos cranianos,
ela mantém relações nos dois sentidos com o cérebro e a medula:
• Conexões com o cérebro:
• Conexões com o cerebelo;
• Conexões com a medula:
• Conexões com os núcleos dos nervos cranianos

Funções da formação reticular
A formação reticular influencia quase todos os setores do SNC. Suas principais funções são:
• Controle da atividade elétrica cortical; sono e vigília;
• Controle eferente da sensibilidade;
• Controle da motricidade somática; .
• Controle do SNA;
• Controle neuroendócrino;
• Integração de reflexos; centro respiratório e vasomotor.
CEREBELO
• Recebe informações do córtex cerebral, sobre o que os músculos deverão estar fazendo e do SNP
sobre o que os músculos estão realmente fazendo. Desta forma, ajusta as respostas motoras por
meio de uma comparação do resultado pretendido com os sinais sensoriais;
• Modula a força e a amplitude dos movimentos e está envolvido na aprendizagem motora.
• Manutenção da postura, coordenação de movimentos e olhos, aprendizagem de habilidades motoras
e ajustes finos.
Situa-se abaixo do lobo occipital de cérebro, sendo posterior ao tronco cerebral.
É parte importante do sistema de controle dos movimentos, tendo conexão tanto com o córtex motor
quanto com os gânglios da base, e ainda com áreas motoras da formação reticular e da medula espinhal. Sua
função primária é determinar a seqüência temporal da contração de diferentes músculos quando realizamos
movimentos complexos e rápidos.
O cerebelo apresenta 3 pedúnculos: o superior, ligando-o ao mesencéfalo, o médio ligando-o à ponte
e o inferior, ligando-o ao bulbo. Por esses pedúnculos que os sinais são transmitidos para o cerebelo.
O cerebelo apresenta ainda o vérmis, que é a parte central e os hemisférios cerebelares laterais.
Os hemisférios cerebelares atuam com o cérebro para coordenar os movimentos voluntários do
corpo enquanto o vérmis tem participação principalmente nos movimentos corporais subconscientes e
estereotipados.
Internamente o cerebelo apresenta 3 estruturas:
• Córtex cerebelar: 3 a 5 mm de espessura, recobre todo o cerebelo. Recebe informação aferente do
córtex cerebral, gânglios da base, medula espinha, músculos periféricos e a integra para coordenar
os movimentos musculares.
• Substância branca subcortical: composta de fibras nervosas.
• Núcleos do cerebelo. Existem quatro núcleos profundos no centro da substância branca: denteado,
fastígio, emboliforme e globoso. Os núcleos emitem fibras que vão conduzir sinais para outras partes
do sistema nervoso.
As pregas do cerebelo são chamadas de folhas. O cerebelo retarda os sinais por pequenas frações de
segundos, permitindo movimentos coordenados do sistema muscular voluntário.
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ATIVIDADES PRÁTICAS
1 Explique a estrutura e a importância do tronco encefálico.
2. Qual é a localização e a importância do mesencéfalo?
3. Onde está localizada a ponte e qual a sua importância?
4. Qual é a função do Bulbo?
5. Quanto á função de transmissão de impulsos diferencie a pirâmide e a oliva bulbar.
6. Explique a decussassão das pirâmides.
7. O que é formação reticular?
8. Qual é a função do Cerebelo?
9. Identifique as estruturas do tronco cerebral

ASSOCIAÇÃO DOS SISTEMAS FISIOLÓGICOS COM A PSICOLOGIA E NEUROBIOLOGIA DAS EMOÇÕES


Para que tudo no nosso corpo funcione adequadamente, os sistemas que existem precisam estar
funcionando juntamente com o Sistema Nervoso Central, existem quatorze sistemas que precisam estar em
homeostasia, desempenhando as funções necessárias, algumas das emoções que sentimos também estão
relacionadas com os sistemas do corpo e com o Sistema Nervoso Central.
Figura 1 Sistemas Fisiológicos

Disponível em https://files.passeidireto.com/9721c7aa-9c7e-4c53-b195-483a7a96d56c/9721c7aa-9c7e-4c53-
b195-483a7a96d56c.png
36
Figura 2 Emoções

Disponível em https://thumbs.dreamstime.com/b/emo%C3%A7%C3%B5es-express%C3%B5es-faciais-dos-
desenhos-animados-27981395.jpg
Para compreender como ocorre todo o funcionamento dos sistemas, e as emoções, acesse os links a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=-3adho_PG3I
https://www.youtube.com/watch?v=OgVA2_piJ4o
O corpo humano, é considerado uma máquina biológica que é composta por sistemas, e órgãos que
trabalham em conjunto para produzir, sustentar a vida, para garantir o funcionamento adequado do organismo,
todos os nossos sistemas do nosso corpo são formados de órgãos, apesarem de estar conectados e em
funcionamento, cada sistema realiza atividades especificas.
Figura 3 Estruturas viscerais do corpo humano

Disponível em https://static.mundoeducacao.bol.uol.com.br/mundoeducacao/conteudo/orgaos-do-corpo-
humano.jpg
Assim como todos os seres vivos, os seres humanos possuem seu corpo formado por células, a partir
formam os tecidos, e assim formam os órgãos e por sua vez formam os sistemas, sendo fundamentais para todo
o funcionamento adequado do corpo, todos os órgãos devem funcionar de uma maneira única, todos os órgãos e
os sistemas possuem uma importância exclusiva. O sistema renal por exemplo ele tem relação com o Sistema
Nervoso Central, quando a bexiga atinge sua capacidade máxima, os receptores emitem sinais no Cérebro para se
iniciar o esvaziamento.
37
A área da psicologia está relacionada nesse sistema principalmente nos pacientes que realizam a
hemodiálise. No sistema digestório também é um dos sistemas que está relacionado com o Sistema Nervoso
Central, todo seu funcionamento se dá pela interação de envio de estímulos, já a psicologia está relacionada com
os aspectos emocionais que levam as disfunções gastrointestinais. Um outro sistema que está relacionado com o
Sistema Nervoso Central e a psicologia é o sistema reprodutor, onde os processos de infertilidades é um novo
campo da área da saúde. Todos os nossos sistemas no corpo humano estão relacionados com os demais sistemas,
e ligados com a Psicologia, as alterações, as disfunções se tornam importantes a fim de um acompanhamento
mais perto desses profissionais juntamente com uma equipe multidisciplinar.
Figura 4 Órgãos e Sistemas do Corpo Humano

Disponível em https://static.vecteezy.com/system/resources/previews/000/419/544/non_2x/human-body-
systems-diagram-vector.jpg
As emoções também estão ligadas com algumas áreas do Sistema Nervoso Central, em algumas áreas bem
especificas acontece as demais emoções no corpo humano. As emoções nada mais é do que sensações físicas e
emocionais, que são provocadas por estímulos, que podem ser um sentimento ou um acontecimento, podem
vivenciar um acontecimento, as pessoas podem sentir de formas diferentes essas emoções. Devido a essas
emoções sentidas por cada um, isso podem levar a algumas reações físicas, algumas pessoas podem apresentar
alterações na respiração, nos batimentos cardíacos, ficar vermelho ou até mesmo apresentar tremores, cada um
reage de uma forma diferente.
Como foi observados algumas estruturas nos dão as emoções, a amigdala, está relacionada com as funções
autonômicas, com a orientação, com a ingestão de alimentos, com a excitação e com as atividades sexuais e
motoras. A área do hipocampo está relacionada com a memória. Quem comanda e controla todas as emoções, o
aprendizado e a memória que existem no nosso corpo é o Sistema Límbico, ele possui várias estruturas e cada
uma delas tem as suas funções.
38
Figura 5 Emoções

Disponível em https://image.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-bebe-bonito-dos-desenhos-animados-
com-diferentes-emocoes-engracadas-no-personagem-de-desenho-animado-design-plano-criancas-fofos-com-
sorrindo-surpreso-pensando-insatisfeito-com-raiva-feliz-apaixonado-e-cara-triste_159446-98.jpg

Figura 6 Diferentes emoções

Disponível em https://media.istockphoto.com/vectors/cartoon-faces-expressive-eyes-and-mouth-smiling-crying-
and-surprised-vector-id1197847441?k=6&m=1197847441&s=170667a&w=0&h=HvmO9ozmmJot1cjcfQ-
97j3mZEB8qgvdgHWQZXuDdh4=

Você Sabia?
Você sabia que existem vinte e sete tipos de emoções? Conheça quais são elas: admiração, adoção, alívio,
anseio, ansiedade, apreciação estética, arrebatamento, calma, confusão, desejo sexual, dor empática, espanto,
estranhamento, excitação, horror, inveja, interesse, jubilo, medo, nojo, nostalgia, raiva, romance, satisfação,
surpresa, tédio, tristeza.
39
Figura 7 Tipos de emoções

Disponível em https://i.pinimg.com/originals/cf/86/d0/cf86d0ec0d85f5ab51d1aaa3c9e026fe.jpg

Sintetizando
Como observamos na semana 12 e 13, todos os nossos sistemas não controlados pelo sistema nervoso
central, do qual desempenha funções muito importantes para todo o controle e funcionamento dos sistemas que
existem no nosso corpo. Mesmo que eles estejam todos interligados entre si, cada um desempenha funções
especificas.
Cada sistema, ele age em conjunto com o Sistema Nervoso central, fazendo com que todos trabalhem em
homeostasia. As emoções também estão relacionadas com o Sistema Nervoso central, e com alguns órgãos do
nosso corpo, quem controla todas as nossas emoções é o Sistema límbico, dentro desse sistema, existe estruturas
que desempenham funções especificas de cada área.
O Hipocampo é uma estrutura substancial e tem como função o armazenamento da memória. No
tálamo as células nervosas que enviam sinais como audição, visão, paladar e tato para o córtex estão presentes
nessa estrutura as sensações de pressão, dor e temperatura também são enviadas através do tálamo. Ele tem
como função a integração do sistema sensorial e motor.
O Hipotálamo representa menos que 1% do tamanho total do cérebro, porém regula funções
importantíssimas dentre elas o sono, libido, o apetite e a temperatura do corpo.
A Amígdala está relacionada com a percepção semiconsciente, padroniza comportamentos apropriados
para cada ocasião, está relacionada com a memória emocional que temos das coisas. É importante para o
reconhecimento, formação e manutenção das emoções envolvidas com o medo.
O Giro cingulado está relacionada com o controle visual, auditivo e as alterações das emoções,
medicamentos que estimulem essa estrutura podem causar efeitos alucinógenos.
E a Área pré frontal esta área não faz parte do sistema límbico, porém suas conexões estão diretamente
ligadas a ele em estruturas como a amígdala e o tálamo.

SISTEMA SENSORIAL
O sistema sensorial é um conjunto de órgãos, composto de células totalmente especializadas que são
chamadas de receptores, esses receptores tem a funcionalidade de captar os estímulos e informações do
ambiente e do próprio corpo, os estímulos são transmitidos até o sistema nervoso central através de impulsos
elétricos, onde chegando é processado essas informações, sendo interpretadas essas sensações e assim gerando
uma resposta.
Tudo o que ocorre ao nosso redor ou no nosso organismo estamos as sensações e sentimos todas elas,
sentimos quando alguém nos bate, percebemos se a água está muito quente, sentimos o gosto da comida,
sentimos o cheiro da flor, e outras tantas sensações. Os órgãos de sentidos no ser humano são: pele, língua, nariz,
ouvidos e olhos.
40
Figura 1 Órgãos dos sentidos

Disponível em https://static.todamateria.com.br/upload/55/02/55020257db91a-sentidos-do-corpo-humano-
large.jpg

Figura 2 Sistema Sensorial e órgão de sentido

Disponível em https://i.ytimg.com/vi/IAMRuxXHIrA/maxresdefault.jpg

As células que captam os estímulos do ambiente são chamadas que exteroceptores, eles são encontrados
na superfície externa do corpo, e nos órgãos do paladar, olfato, audição e visão. Os quimioceptores, são
responsáveis pelo paladar e olfato. Também existem os proprioceptores e os interoceptores, eles são responsáveis
por captar os estímulos internos do corpo.
Figura 3 Receptores Sensoriais
41
Disponível em https://slideplayer.com.br/slide/1795395/7/images/4/RECEPTORES+SENSORIAIS+-
+CLASSIFICA%C3%87%C3%83O+-.jpg
Para compreender ainda mais sobre o Sistema Sensorial, acesse os links abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=IAMRuxXHIrA
https://www.youtube.com/watch?v=7mD08MiqqpU
https://www.youtube.com/watch?v=vQ15zMul1j8
O Sistema Sensorial, ele tem a função de detectar os estímulos físicos e químicos, ele é um sistema muito
complexo, ele é composto pelos órgãos dos sentidos: olhos, boca, nariz, ouvidos e a pele, ele está totalmente
associado com os sistemas periféricos e central, sendo esses dois sistemas responsáveis pela decodificação e
interpretação dos estímulos que chegam através dos órgãos responsáveis. Através do sistema sensorial podemos
ter boas sensações, mas também pode nos livrar de problemas sérios, por exemplo ao sentir o cheiro ou o gosto
ruim de algo estragado, evitar lesões na nossa pele, ou mesmo comer algo que não esteja bom.
Figura 4 Sentidos e seus órgãos

Disponível em
https://lh3.googleusercontent.com/proxy/bsmunqj05KoocTysFG1G_BZCcfQFv5jDpvUfHbcZqOURzAjJO_8RACY0
C6WeVUB1qS2CLRK2CUuidg5WDEf6dLBey2xlvxBODB6HCgFR39o

Os sistemas sensoriais codificam quatro aspectos de um estímulo: o tipo (modalidade), intensidade,


localização e a duração. A localização do receptor que és estimulado dá a informação do Cérebro sobre a
localização do estímulo, a duração dos estímulos é transmitida por padrões de disparos dos receptores, sendo que
esses estímulos são transmitidos ao cérebro através de neurônios aferentes.
Para os tipos de estímulos diferentes há terminações sensitivas especificas, os quimiorreceptores
detectam as substâncias químicas, os termorreceptores captam os estímulos térmicos, os mecanorreceptores eles
captam os estímulos mecânicos, os exterrorreceptores estão relacionados com os estímulos ambientais (luz, calor,
pressão), os propriorreceptores captam os estímulos oriundos do interior do organismo e os interrorreceptores
recebem informações acerca das condições internas do organismo.

Figura 5 Tipo de células receptoras


42
Disponível em https://1.bp.blogspot.com/-5GDEbRuxCdw/XJI92Vs-
rHI/AAAAAAAAZ20/Fp4cNNfNFIUknHzskoIbnsDibQtFlDx_wCLcBGAs/s1600/receptores%2Bsensoriais%2B1.jpg
O objetivo de todo o sistemas sensorial é enviar as informações obtidas para o Sistema Nervoso Central
ou para alguma região que possa corretamente analisar e processar a informação, como a medula espinhal ou até
mesmo alguns gânglios nervosos, tudo isso garante que o organismo desenvolva uma resposta apropriada para
um determinado estimulo, mesmo que esta reposta seja nula.

Figura 6 Células de recepção sensorial

Disponível em
https://slideplayer.com.br/slide/3168493/11/images/2/Os+receptores+sensoriais+%28assinalados+por+pontos+
vermelhos%29+s%C3%A3o+c%C3%A9lulas+especializadas+em+captar+a+energia+que+prov%C3%A9m+do+ambi
ente+%28externo+ou+interno+ao+organismo%29..jpg

Figura 7 Tipos de receptores

Disponível em https://1.bp.blogspot.com/-loB3qBur6Ek/Uhe2JviXqqI/AAAAAAAAHy4/SggI5eGo-
q4/s1600/untitled.png
Então como percebemos todos nós temos a capacidade de perceber estímulos provenientes tanto do meio
externo quanto do meio externo, todos os estímulos são captados por células especializadas, todas essas células
estão espalhadas pelo nosso corpo e nos órgãos dos sentidos, formando assim todo o nosso sistema sensorial.
Apesar de cada órgão ter um tipo de célula sensorial diferente, elas funcionam de maneira muito parecidas.
Você Sabia?
Você sabia que a pele é o maior órgão do corpo humano, e ela está espalhados diversos receptores e cada um
tem uma função específica.
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Figura 8 Receptores e suas funções

Disponível em https://static.todamateria.com.br/upload/55/a4/55a4de89308ca-pele-humana-large.jpg

Disponível em https://image2.slideserve.com/5251203/pele-receptores-sensoriais-l.jpg
Sintetizando
O Sistema Sensorial te órgãos especializados que captam os estímulos oriundos do meio externo quanto
do meio interno, esse sistema tem células especificas que tem seu papel fundamental nessa captação, cada célula
receptora tem suas sensações.
Em humanos, os principais órgãos do sistema sensorial são: pele, língua, nariz, ouvidos e olhos. Estes
órgãos captam estímulos físicos ou químicos e os transformam em impulsos elétricos, que são transmitidos ao
sistema nervoso central. Embora cada órgão do sentido apresente um tipo de célula sensorial diferente, elas
funcionam de maneira muito semelhante.
Ao serem estimuladas, ocorre uma alteração na permeabilidade da membrana plasmática da célula
sensorial, gerando impulsos nervosos que chegam até o sistema nervoso central, onde serão interpretados.
Figura 10 Órgãos de sentido
44
Disponível em https://conhecimentocientifico.r7.com/wp-content/uploads/2020/04/sistema-sensorial-o-que-e-
definicao-principais-funcoes-e-fisiologia.jpg

SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

O SNP carrega informações dos órgãos sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema nervoso
central para os órgãos efetores (músculos e glândulas).

CARACTERÍSTICAS E ESTRUTURA DOS NERVOS


Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas reforçadas por tecido
conjuntivo, que unem o SNC aos órgãos periféricos. Os nervos Espinhais – unem-se à medula e os nervos
Cranianos – unem-se com o encéfalo.
A função dos nervos é conduzir os impulsos nervosos do SNC para a periferia (impulsos eferentes) e da
periferia para o SNC (impulsos aferentes).

As fibras nervosas que constituem os nervos são, em geral, mielínicas com neurilema. 3 bainhas conjuntivas:
a) EPINEURO: envolve todo o nervo e emite septos para o seu interior.
b) PERINEURO: envolve os feixes de fibras nervosas.
c) ENDONEURO: É uma trama delicada de tecido conjuntivo Frouxo que envolve cada fibra nervosa.
As bainhas conjuntivas conferem grande resistência aos nervos sendo mais espessas nos nervos superficiais
por que estes estão mais expostos aos traumatismos. Os nervos são muito vascularizados. São percorridos
por vasos que se anastomosam.

Se um nervo é estimulado ao longo do seu trajeto, a sensação dolorosa é sentida não no ponto
estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva. Assim, quando um membro é amputado, os cotos
nervosos irritados podem originar impulsos nervosos que são interpretados pelo cérebro como se fossem
no membro retirado, resultando na “dor fantasma”.

Durante o seu trajeto, os nervos podem se bifurcar ou anastomosar, formando dois nervos. Geralmente
próximo à sua terminação, as fibras nervosas motoras ou sensitivas de um nervo se ramificam muito. Os
nervos espinhais se originam na medula e os cranianos no encéfalo.
Origem real corresponde ao local onde estão localizados os corpos de neurônios que constituem os nervos,
como por exemplo, a coluna anterior da medula, os núcleos dos nervos cranianos ou os gânglios sensitivos
no caso dos gânglios sensitivos.
Origem aparente corresponde ao ponto de emergência ou entrada do nervo na superfície do SNC. No caso
dos nervos espinhais esta origem está nos sulcos lateral anterior e lateral posterior da medula.
CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS
Nos nervos, a condução dos impulsos nervosos sensitivos (ou aferentes) se faz através dos prolongamentos
periféricos dos neurônios sensitivos. Estes neurônios tem seu corpo localizado nos gânglios das raízes dorsais
dos nervos espinhais e nos gânglios de alguns nervos cranianos. A velocidade de condução nas fibras
nervosas varia de 1 a 120 metros por segundo e depende do calibre da fibra, sendo maior nas fibras mais
calibrosas. As fibras nervosas foram classificadas em A, B e C, correspondendo à fibras de grande, médio e
pequeno calibre.
Os humanos apresentam 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos
espinhais. Funcionalmente, o SNP está dividido em: 1. Aferente (sensitivo)
2. Eferente (motor) que se subdivide em: Sistema nervoso somático
Sistema nervoso visceral

NERVOS ESPINHAIS
Fazem conexão com a medula espinhal e são responsáveis pela inervação do tronco, dos membros e
parte da cabeça. São compostos por 31 pares, correspondendo a 31 segmentos medulares: 8 cervicais, 12
torácicos, 5
45
lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo.
Cada nervo espinhal é formado pela união das raízes dorsal e ventral, as quais se ligam aos sulcos lateral
posterior e lateral anterior da medula, através de filamentos radiculares.
Quando o nervo atravessa o forame intervertebral divide-se em duas raízes:
• Raiz posterior ou dorsal sensitiva
• Raiz anterior ou ventral motora.
Essas raízes se unem logo após saírem da medula . Os nervos raquidianos são todos mistos (sensitivo e
motor). Os corpos dos neurônios que formam as fibras sensitivas dos nervos sensitivos situam-se próximo
à medula, porém fora dela, reunindo-se em estruturas especiais chamadas gânglios espinhais. Os corpos
celulares dos neurônios que formam as fibras motoras localizam-se na medula.
Nervos espinhais: União de uma raiz ventral (motora) e dorsal (sensorial) que deixam ou entram na
medula
O tronco do nervo espinhal é funcionalmente misto e deixa o canal vertebral pelo forame intervertebral.
Ramo dorsal: inerva a pele e músculos da região dorsal do tronco, da nuca e região occipital da cabeça.
Ramo ventral: inerva a pele, musculatura, ossos e vasos dos membros e região antero-lateral do pescoço e
tronco. Raiz ventral – Apresenta neurônios motores, que saem da medula anterior.
Raiz dorsal – Apresenta neurônios sensitivos que penetra posterior na medula
Após a união das raízes, todos se tornam nervos mistos.
Os nervos espinhais podem ser unissegmentar: derivados de um único segmento medular, ou
plurissegmentar: derivados de vários segmentos medulares. Os nervos espinhais torácicos são todos
unissegmentares, porém, vários nervos espinhais são plurissegmentares, isto é, derivados de plexos.
Na raiz dorsal localiza-se o gânglio espinhal, onde estão os corpos de neurônios sensitivos. A raiz ventral
é formada por axônios que se originam em neurônios situados nas colunas anterior e lateral da medula.
Da união da raiz dorsal (sensitiva), com a raiz ventral (motora), forma-se o tronco do nervo espinhal, que
funcionalmente é misto.

PLEXOS: formação anatômica onde as fibras dos ramos ventrais se entrelaçam sem perder a funcionalidade
individual das suas fibras. Existem 4 plexos nervosos: CERVICAL, BRAQUIAL, LOMBAR e SACRAL

COMPONENTES FUNCIONAIS DAS FIBRAS DOS NERVOS ESPINHAIS

Fibras Aferentes: Conduzem os impulsos centripetamente. Originadas de interoceptores (viscerais), ou de


proprioceptores e exteroceptores (somáticas).
As fibras exteroceptivas conduzem impulsos originados na superfície, relacionados à dor, pressão e tato.
Fibras Eferentes: Ligam-se perifericamente a receptores eferentes, conduzindo os impulsos centrifugamente.
Podem ser somáticas (terminam em músculos esqueléticos), ou viscerais (terminam em músculo liso, cardíaco
ou glândula).

TRAJETO DOS NERVOS ESPINHAIS

Dor
Exteroceptivas Pressão
somáticas tato
Fibras
aferentes Proprioceptivas conscientes
viscerais inconscientes

Fibras somáticas para músculos estriados esqueléticos

para músculos lisos


viscerais Para músculo Cardíaco
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O tronco do nervo espinhal sai do canal vertebral pelo forame intervertebral e logo se divide em ramo dorsal
e ramo ventral, ambos mistos.
Os ramos dorsais são menores do que os ventrais e se distribuem aos músculos e à pele da região dorsal
do tronco, da nuca e da região occipital.
Os ramos ventrais são a continuidade do tronco do nervo espinhal. Se distribuem pela musculatura,
pele, ossos e vasos dos membros e pela região Antero-lateral do pescoço e tronco.
O trajeto de um nervo pode ser superficial ou profundo.
Os superficiais são predominantemente sensitivos e os profundos predominantemente motores, porém
mesmo quando penetram em um músculo o nervo não é puramente motor, pois apresenta sempre fibras
aferentes que enviam estímulos proprioceptivos originados nos fusos neuromusculares. Do mesmo modo,
os nervos cutâneos não são puramente sensitivos pois apresentam fibras eferentes viscerais para as
glândulas sudoríparas, músculos eretores dos pelos e vasos superficiais.

TERRITÓRIOS CUTÂNEOS DE INERVAÇÃO RADICULAR – DERMÁTOMO


Denomina-se dermátomo o território cutâneo inervado por fibras de uma única raiz dorsal. O dermátomo
recebe o nome da raiz que o inerva. Pode-se determinar se a lesão foi em um nervo periférico, na medula
ou nas raízes espinhais.
Dermátomo: território cutâneo de inervação sensorial da pele por uma única raiz dorsal. O dermátomo é
identificado pelo nome da raiz que o inerva.
Campo radicular motor: território de inervação muscular de uma única raiz ventral. A inervação de um
músculo pode ser unirradicular (intercostais) ou pluriradicular (a maioria).
UNIDADE MOTORA E UNIDADE SENSITIVA
Unidade motora é o conjunto constituído por um neurônio motor com seu axônio e todas as fibras
musculares por ele inervadas. O termo aplica-se apenas aos neurônios motores somáticos (musculatura
estriada esquelética). Por ação do impulso nervoso, todas as fibras musculares da unidade motora se
contraem aproximadamente ao mesmo tempo.
Unidade sensitiva é o conjunto de um neurônio sensitivo com todas as suas ramificações e seus receptores.

LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS, REGENERAÇÃO DE FIBRAS NERVOSAS

Os nervos periféricos são frequentemente traumatizados, causando perda ou diminuição da


sensibilidade e da motricidade no território inervado. Tanto nos esmagamentos como nas secções ocorrem
degeneração das partes distal do axônio e sua bainha de mielina (degeneração walleriana), atingindo o corpo
celular, podendo haver morte do neurônio.
Porém, em geral, ocorre a recuperação do neurônio, quando as extremidades proximais das fibras
lesadas crescem e emitem numerosos brotamentos que alcançam o nível da lesão e penetram no tecido
cicatricial. Em caso de secção com afastamento dos dois cotos, as fibras nervosas em crescimento, não
encontrando o coto distal, crescem desordenadamente no tecido cicatricial, constituindo neuromas. Porém,
no início do processo de regeneração, cada axônio emite numerosos ramos, o que aumenta a chance de eles
encontrarem o caminho correto no coto distal. Se um axônio motor crescer em um tubo que antes continha
uma fibra sensitiva, ou vice- versa, ele não estabelecerá conexão funcional.
Ao contrário do que ocorre no SNP, as fibras nervosas do SNC não se regeneram quando lesadas, o que
dificulta consideravelmente a recuperação funcional de muitos casos neurológicos.
NERVOS CRANIANOS
I Sensitivo Olfatório Percepção do olfato.
II Sensitivo Óptico Percepção visual.
III Motor Oculomoto Controle do movimento do globo ocular, da pupila e do
r cristalino.
IV Motor Troclear Controle do movimento do globo ocular.
V Misto Trigêmeo Controle dos movimentos da mastigação (ramo motor);
percepções sensoriais da face, seios da face e dentes
(ramo sensitivo).
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VI Motor Abducente Controle do movimento do globo ocular.
VII Misto Facial Controle dos músculos faciais – mímica facial (ramo
motor); percepção gustativa no terço anterior da língua
(ramo sensorial).
VIII Sensitivo Vestíbulo- Percepção postural originária do labirinto (ramo vestibular);
coclear percepção auditiva (ramo coclear).
IX Misto Glossofarí Percepção gustativa no terço posterior da língua; percepções
ngeo sensoriais da faringe, laringe e palato.
X Misto Vago Percepções sensoriais da orelha, faringe, laringe, tórax e
vísceras; inervação das vísceras torácicas e abdominais.
XI Motor Acessório Controle motor da faringe, laringe, palato, músculos
esternocleidomastóideo e trapézio.
XII Motor Hipoglosso Controle dos músculos da faringe, laringe e língua.

TERMINAÇÕES NERVOSAS
Em suas extremidades periféricas, as fibras nervosas dos nervos modificam-se dando origem às
terminações nervosas, que podem ser de dois tipos: sensitivas ou aferentes (receptores), e motoras ou
eferentes.
As terminações sensitivas, quando estimuladas, dão origem a um impulso nervoso que segue pela fibra em
cuja extremidade elas estão localizadas. Este impulso é levado ao SNC, atingindo o cérebro, onde é
interpretado, resultando em diferentes formas de sensibilidade.
As terminações nervosas motoras existem na porção terminal das fibras aferentes e são os elementos de
ligação entre estas fibras e os órgãos efetuadores: músculo ou glândula.

TERMINAÇÕES NERVOSAS SENSITIVAS (RECEPTORES)


2 grandes grupos: receptores especiais e receptores gerais.
Receptores especiais: São os órgãos especiais dos sentidos, todos localizados na cabeça: visão, audição e
equilíbrio, gustação e olfação.
Receptores gerais: estão por todo o corpo, (maior concentração na pele). São classificados em receptores
livres e receptores encapsulados, conforme tenham ou não uma cápsula conjuntiva.
1) Receptores livres: São os mais freqüentes, ocorrendo em toda a pele, sendo responsável pelo tato, dor
e sensibilidade térmica.
2) Receptores encapsulados: Mais complexos do que os livres, na maioria deles há intensa ramificação na
extremidade do axônio no interior de uma cápsula conjuntiva.
✓ Corpúsculos de Meissner: Receptores de tato e pressão. Principalmente na pele espessa dos pés e das
mãos
✓ Corpúsculos de Ruffini: Na pele espessa das mãos e pés e na pele pilosa do restante de corpo. São
igualmente receptores de tato e pressão.
✓ Corpúsculo de Vater-Paccini: Sensibilidade vibratória (estímulos rápidos repetitivos). Distribuição muito
ampla, principalmente no tecido subcutâneo das mãos e pés, mas também nos septos intermusculares e
no periósteo.
✓ Fusos neuromusculares: Composto de fibras musculares especializadas (fibras intra-fusais). Nelas, os
filamentos contráteis estão presentes apenas nos pólos da célula, de modo que, ao se contraírem, essas
fibras têm a sua porção central distendida. Ao detectar alongamento passivo do músculo, o fuso neuro-
muscular produz impulsos elétricos que atingirão a medula. Esta retorna sinais ao músculo, fazendo com
que ele mantenha um certo nível de contração muscular, denominado tônus muscular.
✓ Órgãos Tendinosos de Golgi (OTG) - é um receptor de tensão muscular, localizado no tendão do músculo
esquelético. Quando a tensão no tendão atinge um certo limiar o OTG dispara potenciais de ação nas
fibras aferentes (que vão para a medula), e através de conexões com interneurônios inibitórios, produz
inibição do músculo homônimo, que se relaxa, aliviando a tensão excessiva. São ativados pelo
estiramento do tendão, ocorrendo também na contração do músculo. Informam ao SNC a
tensão exercida pelo músculo no tendão, permitindo uma avaliação da força muscular que está ocorrendo.
48

CLASSIFICAÇÃO FISIOLÓGICA DOS RECEPTORES


- Quimiorreceptores (olfação, gustação)
- Osmorreceptores (pressão osmótica)
- Fotorreceptores (luz)
- Termorreceptores (frio e calor)
- Nociceptores (dor)
-Mecanorreceptores (audição e equilíbrio, pressão arterial, fusos neuromusculares, OTG, tato, pressão e
vibração)

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À LOCALIZAÇÃO DOS RECEPTORES


1. Exteroceptores: localizam-se na superfície externa do corpo, onde são ativados por agentes externos
como calor, frio, tato, pressão, luz e som.
2. Proprioceptores: são receptores profundos, localizando-se nos músculos, tendões, ligamentos e
cápsulas articulares. Os impulsos proprioceptivos podem ser conscientes ou inconscientes.
• Propriocepção consciente: atinge o córtex cerebral e permitem que, mesmo de olhos fechados,
possamos perceber nosso corpo e suas partes, bem como a atividade dos músculos e o movimento das
articulações. São responsáveis pelo sentido da posição e do movimento.
• Propriocepção inconsciente: Não desperta nenhuma sensação, sendo utilizada pelo SNC para regular a
atividade muscular através do reflexo miotático ou do cerebelo.
3. Interoceptores ou visceroceptores: localizados nas vísceras e nos vasos. A maioria das informações são
inconscientes, transmitindo ao SNC as informações necessárias à coordenação da atividade visceral.

TERMINAÇÕES NERVOSAS MOTORAS


Chamadas de junções neuroefetuadoras, assemelham-se às sinapses entre os neurônios, podendo ser
somáticas ou viscerais.
• TERMINAÇÕES EFERENTES SOMÁTICAS: Relacionam-se com as fibras musculares estriadas esqueléticas
através das placas motoras, onde é liberado o neurotransmissor. O mediador químico é a acetilcolina.
• TERMINAÇÕES EFERENTES VISCERAIS: O mediador químico pode ser a acetilcolina ou a noradrenalina.

ATIVIDADES PRÁTICAS
1. Explique o que são os nervos, destacando sua função
2. A que se refere a origem real e a origem aparente do nervo?
3. Como é dividido funcionalmente o Sistema Nervoso Periférico?
4. Explique como são e quais as funções dos nervos espinhais
5. Como são formados os nervos espinhais?
6. O que é um plexo e quais os plexos existentes no SNP?
7. Como são compostas funcionalmente as fibras dos nervos espinhais?
8. Identifique os nervos cranianos
9. O que são as terminações nervosas e como elas podem ser?
10. Explique a classificação quanto à localização dos receptores
I Sensitivo
II Sensitivo
III Motor
IV Motor
V Misto

VI Motor
VII Misto
49
VIII Sensitivo

IX Misto
X Misto
XI Motor
XII Motor

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO

Como já foi visto, pode-se dividir o sistema nervoso em somático e visceral. O sistema somático é
também chamado sistema nervoso da vida de relação por relacionar o organismo ao meio. O sistema nervoso
visceral é também conhecido como da vida vegetativa, pois relaciona-se com as estruturas viscerais,
mantendo a homeostase do organismo.
O Sistema visceral, assim como o somático, é constituído de uma parte aferente e outra eferente. O
componente aferente conduz os impulsos originados das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas do
SNC. O componente eferente traz impulsos de certos centros nervosos até estruturas viscerais,

aferente
Sistema simpático
nervoso Eferente = SNA
visceral parassimpático

terminando em glândulas, músculo liso ou músculo cardíaco. O Sistema nervoso Autônomo é o componente
eferente do sistema visceral, dividindo-se em simpático e parassimpático.

SISTEMA NERVOSO VISCERAL AFERENTE


As fibras viscerais aferentes conduzem impulsos nervosos originados em receptores das vísceras
(visceroceptores). Os impulsos nervosos aferentes viscerais, antes de penetrar no SNC, passam por gânglios
sensitivos. No caso dos impulsos que penetram pelos nervos espinhais, estes gânglios são os gânglios
espinhais, não havendo gânglios diferentes para as fibras viscerais e somáticas.
Ao contrário das fibras originadas de receptores somáticos, grande parte das fibras viscerais conduz
impulsos inconscientes (sobre a pressão arterial, teor de O2 no sangue, etc). Contudo, muitos impulsos
viscerais tornam- se conscientes, manifestando-se sob a forma de sede, fome, plenitude gástrica ou dor.
A sensibilidade visceral difere da somática principalmente por ser mais difusa, não permitindo uma
localização precisa. Certos processos inflamatórios ou irritativos das vísceras e órgãos internos dão
manifestações determinados territórios cutâneos.
50
DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO EFERENTE E O VISCERAL EFERENTE (SNA)
Os impulsos nervosos que seguem pelo sistema somático eferente terminam em músculo estriado
esquelético, enquanto os que seguem pelo SNA terminam em músculo cardíaco, liso ou glândula. Assim, o
somático é voluntário, enquanto o autônomo é involuntário. Do ponto de vista anatômico há diferença no
número de neurônios que ligam o SNC (medula ou tronco encefálico) ao órgão efetuador (músculo ou
glândula).
No somático é de apenas um neurônio (neurônio motor somático), cujo corpo localiza-se na coluna
anterior da medula, saindo o axônio pela raiz anterior e terminando em placas motoras nos músculos
estriados esqueléticos. Já no SNA temos dois neurônios unindo o SNC ao órgão efetuador. Um deles tem o
corpo dentro do SNC e outro tem seu corpo localizado no SNP. Os neurônios do SNA cujos corpos estão
situados fora do SNC se localizam em gânglios e são denominados neurônios pós- ganglionares. Aqueles que
tem seu corpo localizado dentro do SNC são denominados neurônios pré-ganglionares.

ORGANIZAÇÃO GERAL DO SNA

Neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos fundamentais da organização da parte periférica do


SNA. Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula e no tronco encefálico. No tronco
encefálico eles se agrupam formando os núcleos de origem de alguns nervos cranianos.
Na medula ocorrem de T1 a T12, em L1 e L2 e S2, S3 e S4. De T1 a T12 formam a coluna lateral da medula,
situada entre as colunas anterior e posterior da substância cinzenta. O axônio do neurônio pré-ganglionar,
envolvido pela bainha de mielina, constitui a fibra pré-ganglionar (assim denominada por estar situada antes
de um gânglio), onde termina fazendo sinapse com o neurônio pós ganglionar.
Os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão situados nos gânglios do SNA. O axônio do neurônio
pós- ganglionar constitui a fibra pós-ganglionar, não apresentando bainha de mielina e terminando em
vísceras, gânglios ou músculo cardíaco. (não tem placa motora).
As áreas do encéfalo mais importantes para o controle visceral são o hipotálamo e o sistema límbico.
Estas áreas estão também relacionadas com o comportamento emocional. Dessa forma, graves distúrbios
emocionais podem alterar o funcionamento visceral.

DIFERENÇAS ENTRE O SISTEMA NERVOSO SIMPÁTICO E PARASSIMPÁTICO


O SNA é dividido em simpático e parassimpático. No sistema simpático os neurônios pré-ganglionares
localizam-se na medula torácica e lombar (entre T1 e L2), desta forma, o sistema nervoso simpático é
tóraco- lombar. No sistema parassimpático eles se localizam no tronco encefálico (dentro do crânio) e na
medula sacral (S2, S3 e S4), então o sistema parassimpático é crânio-sacral.
O sistema simpático possui maioria de fibras adrenérgicas, enquanto o parassimpático apresenta a
maioria colinérgicas. Na maioria dos casos os dois sistemas tem funções antagônicas, porém trabalham
51
harmonicamente na coordenação da atividade visceral, adequando o funcionamento de cada órgão às
diversas situações a que é submetido o organismo. Na maioria dos órgãos a inervação autônoma é mista,
simpática e parassimpática. O sistema parassimpático tem ações sempre localizadas a um órgão ou setor do
organismo, enquanto as ações do simpático, embora possam ser também localizadas, tendem a ser difusas,
atingindo vários órgãos.
Em determinadas situações, todo o sistema simpático é ativado, produzindo uma descarga em massa na
qual a medula da supra-renal é também ativada, lançando no sangue a adrenalina que age em todo o
organismo. Temos assim uma reação de alarme, que ocorre em certas manifestações emocionais e situações
de emergência, em que o indivíduo deve estar preparado para lutar ou fugir.
Exemplo: Um indivíduo é surpreendido no meio do campo por um boi bravo que avança contra ele. Os
impulsos nervosos resultantes da visão do boi são levados ao cérebro resultando em uma forma de emoção,
o medo. Do cérebro (hipotálamo), partem impulsos nervosos que descem pelo tronco encefálico e medula,
ativando os neurônios, iniciando a reação de alarme. Esta visa preparar o organismo para o esforço físico
que será necessário para resolver a situação (fugir ou brigar com o boi). Há maior transformação de
glicogênio em glicose, que é lançada no sangue, aumentando as possibilidades de consumo de energia pelo
organismo. Há também um aumento de suprimento sanguíneo nos músculos estriados esqueléticos,
necessário para levar a estes músculos mais glicose e oxigênio, bem como para mais fácil remoção de CO2.
Ocorre ainda aumento da pressão arterial, o que pode causar morte, por exemplo, por ruptura dos vasos
cerebrais (morreu de susto). Os brônquios dilatam-se, melhorando as condições respiratórias para uma
melhor oxigenação do sangue. No bulbo ocular há dilatação das pupilas. No tubo digestivo há diminuição do
peristaltismo e fechamento dos esfíncteres. Na pele há o aumento da sudorese e ereção dos pelos.

ATIVIDADES PRÁTICAS
1) Diferencie, quanto às funções do sistema nervoso somático e visceral.
2) Explique os componentes do sistema nervoso visceral.
3) O que é Sistema nervoso autônomo?
4) Como ocorre a Aferência do sistema nervoso visceral?
5) O que são neurônios pré e pós-ganglionares?
6) Quais são as áreas encefálicas responsáveis pelo controle visceral?
7) Quanto á anatomia, diferencie sistema nervoso simpático e parassimpático.
8) Quanto ás funções e atividades diferencie sistema nervoso simpático e parassimpático.

CONTROLE E REGULAÇÃO DA MOTRICIDADE SOMÁTICA

Enquanto o sistema nervoso sensorial nos proporciona uma representação do mundo exterior e do
estado interno do corpo, o processamento motor começa com uma “imagem” de um movimento desejado
e, finalmente, sua expressão na forma de comportamento. A mentalização do mundo exterior e do nosso
próprio corpo tem como principal função guiar a expressão motora na forma de várias posturas e
combinações de movimentos do corpo e partes do corpo.
Ao contrário do sistema sensorial que transforma os sinais físicos e químicos do ambiente em sinais
neurais, o sistema motor faz o inverso: processa os sinais neurais em comandos ordenados que irão
determinar no músculo a força contrátil que deverá utilizada para realizar um determinado movimento.
Assim como a nossa capacidade perceptual reside em detectar, analisar e estimar o significado dos
estímulos ambientais, a nossa habilidade e performance motora refletem a capacidade do sistema motor
planejar, coordenar e executar os movimentos. Nessa linha de produção as fibras musculares são os
elementos finais que traduzem os códigos neurais em força contrátil do movimento pretendido.
Tanto o sistema sensorial como o motor está sujeito ao aperfeiçoamento pela aprendizagem:
reconhecemos os mais variados estímulos do ambiente como produto da experiência e incorporamos e
aprimoramos as mais variadas tarefas motoras. A motricidade somática nos garante a manutenção da
postura e locomoção do nosso corpo, da movimentação de suas partes específicas para realizar tarefas
manipulativas como a construção e uso de ferramentas e, finalmente, a de expressar nossos pensamentos e
os sentimentos.
O sistema motor requer unidades de trabalho que operem em harmonia para a expressão do
52
comportamento. Essas unidades podem ser resumidas em:
• Unidade de planejamento e comando: idealização do movimento (córtex motor)
• Unidades de controle: detectam os erros entre o movimento programado e o que está sendo executado
(cerebelo e núcleos da base)
• Unidade de ordenação: enviam aos músculos comandos finais (motoneurônios da medula e do tronco
encefálico)
• Unidade de execução: realização do movimento (músculos)

Além de controlar grupos isolados de músculos, o sistema motor executa outras tarefas importantes:
- Elabora comandos precisos no tempo e no espaço para recrutar não apenas um, mas vários grupos de
músculos envolvidos num determinado movimento.
- Distribui a força muscular para ajustar movimentos particulares. Quando nos colocamos em pé, primeiro
os músculos extensores das pernas devem estabilizar as articulações antes dos que irão ajustar a posição do
tronco e da cabeça.
- Leva em consideração as propriedades mecânicas do sistema que está executando o
movimento (músculos, ossos e ligamentos).
- Monitora e analisa o fluxo contínuo de informações sobre os eventos do meio ambiente externo, da
posição do corpo e da orientação dos membros no espaço e o grau de contração dos músculos.
Essas informações servem para realizar ajustes necessários antes e durante a execução do movimento
Os três níveis funcionais da hierarquia motora são representados pela medula, tronco encefálico e
córtex cerebral; cada um possui circuitos neuronais distintos paralelamente organizados que influenciam
uma via final comum: os motoneurônios.
Cada nível da hierarquia motora recebe aferências sensoriais que lhes são relevantes para executar a
tarefa, mas há uma organização de tal maneira que os circuitos corticais dominam os do tronco encefálico e
este, os da medula. Estruturas subcorticais como núcleos da base e cerebelo constituem partes essenciais
da motricidade, principalmente voluntária.
Quando desejamos realizar um ato voluntário, os córtices associativos criam a imagem do movimento
desejado e envia essa intenção para o sistema motor. O sistema motor então planeja, elabora táticas e
executa o movimento desejado. Todo o nível da organização motora necessita de informações sensoriais,
como por exemplo, o efeito que a gravidade está exercendo sobre os músculos e o sobre o corpo, como o
corpo se encontra no momento, as eventuais discrepâncias entre o movimento pretendido e o que
realmente está acontecendo, a variação da tensão mecânica durante a contração, etc.
PADRÕES BÁSICOS DE MOVIMENTOS DO CORPO

1. ATOS REFLEXOS: respostas motoras simples (participação de poucos músculos) e estereotipadas (sempre
do mesmo jeito), involuntárias e que foram causadas por estímulos específicos. Sua manifestação não
depende de experiência prévia como o ato de flexão do braço quando tocamos uma chapa quente com os
dedos. Todos os circuitos neurais reflexos são organizados subconscientemente e são desencadeados por
estímulos sensoriais específicos. Os reflexos também podem ser respostas motoras viscerais (músculos lisos,
cardíacos e glândulas). Os reflexos que regulam o diâmetro pupilar e acomodação visual, são exemplos de
reflexos viscerais.
A organização mínima de um circuito ou arco reflexo necessita dos seguintes elementos:
1. Receptor
2. Fibra sensorial primária
3. Interneurônio
4. Neurônio motor
5. Órgão muscular

No exemplo ao lado, o arco reflexo tem o órgão sensorial na


superfície cutânea. Quando estimulado, o impulso sensorial
atinge o SNC através da fibra aferente primária e o
interneurôniocomunica o acontecimento para o
motoneurônio
53
que inerva as fibras musculares do músculo localizado sob a pele afetada. O resultado será o afastamento do
membro em relação ao estimulo nociceptivo.
Os arcos reflexos podem ser polissinápticos incluindo, no mínimo, um interneurônio entre o neurônio
sensorial e o motoneurônio ou, ser monossináptico, desprovido de interneurônio.

2. PADRÕES MOTORES RÍTMICOS: combinam características de atos reflexos e voluntários. Exemplos:


andar, correr, mastigar, coçar, copular, etc. Para serem iniciados precisam de comando voluntário, mas uma
vez eliciados, seguem um padrão reflexo de movimentos repetitivos.

3. MOVIMENTOS VOLUNTÁRIOS: movimentos complexos, amplamente aprendidos e intencionais como os


de escrever, tocar piano, falar, cantar, etc. Uma vez aprendido, repetido e incorporado ao nosso repertório,
os mecanismos de aprendizagem motora garantem que, ao evocarmos a tarefa voluntariamente, as
seqüências de movimentos são realizadas automaticamente. Andar de bicicleta é uma tarefa complexa e
amplamente aprendida. Mas depois que aprendeu, nunca mais é esquecida mesmo que passem anos sem
praticá-la. Não confundir: uma resposta reflexa é automática, mas de natureza inata; já as tarefas voluntárias
se tornam automáticas depois de terem sido aprendidas.

NÍVEIS HIERÁRQUICOS DE CONTROLE DA MOTRICIDADE

Os circuitos neurais de cada padrão de movimento são anatomicamente distintos, mas todos eles
estão física e funcionalmente integrados. Veja um fato do cotidiano: você acaba de idealizar o desejo de ir
ao cinema com uma amiga e logo, os movimentos rítmicos de locomoção são iniciados.
Durante o caminho o corpo apresenta vários atos e reações reflexas de orientação espacial e de
equilíbrio postural que você mal se dá conta: num dado momento a buzina intensa e súbita do carro orienta
reflexamente a sua cabeça em direção a fonte de estimulo; em outro, alguém se esbarra e você evita a queda
reflexamente esticando firme a perna do lado oposto; depois, a pessoa que você está interessada entra no
seu campo visual e mesmo ela estando em movimento dentro de um carro, a imagem visual se manteve
estavelmente nítida graças aos movimentos reflexos dos músculos extrínsecos do olho. Finalmente, você
chegou à entrada do cinema, parou de se locomover diante do guichê, etc.
Agora vejamos a seqüência de eventos neurais que levam um jogador de futebol a cobrar uma falta.
O atleta prepara-se interpretando as informações visuais (examina a posição do gol, do goleiro, da coluna de
atletas dispostos na pequena área), auditivas (instruções do goleiro para a coluna) proprioceptivas (sua
própria posição do corpo, da cabeça e dos membros) e vestibulares (seu próprio movimento da cabeça).
Todas essas informações são enviadas para as áreas associativas, e o atleta obtem uma noção de posição do
seu corpo no espaço em relação ao alvo (integração realizada no córtex parietal posterior). Com as
experiências previamente acumuladas pelo treinamento e levando-se em consideração o goleiro, a direção
do vento, ele tem algumas alternativas de como executar a cobrança: cobrar com a perna esquerda ou
direita, com efeito, ou não, em que canto, com que intensidade?
Uma vez decidida qual será a estratégia (no córtex pré-frontal) será necessário um programa de
execução do movimento pretendido que será co-avaliado pelos núcleos da base e pelo cerebelo. O córtex
motor e o cerebelo elaboram a tática de execução do movimento (planejamento) e instruem os neurônios
motores do tronco encefálico e da medula que inervam os grupos de músculos que serão recrutados.

A tabela abaixo resume os quatro principais níveis de organização do sistema motor somático
Nível Estruturas Função
Efetuadores Músculos Execução do movimento
Ordenadores Motoneurônios da medula e do Envio de comandos neurais para os
tronco musculatura
Controladores Núcleos da Base e cerebelo Coordenação e ajustes dos
movimentos
Programadores Áreas corticais associativas Planejamento e iniciação dos
motoras movimentos
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No nível mais alto da hierarquia, uma imagem mental do corpo e sua relação com o espaço é gerada;
no nível intermediário, as decisões táticas são comparadas com experiências anteriores e no nível mais baixo,
as informações sensoriais proprioceptivas e vestibulares são utilizadas para manter a postura adequada
durante a realização do chute.
Estes níveis de organização do sistema motor estão conectados por meio de cadeias descendentes
de neurônios que tem origens no córtex motor e no tronco em direção à medula. Ao mesmo tempo, o tronco
encefálico recebe instruções necessárias para ajustar o corpo (tronco e membros inferiores) durante o
período de execução do movimento, garantindo que o faça em equilíbrio dinâmico.

CONTROLE DA MOTRICIDADE SOMÁTICA PELO CÓRTEX CEREBRAL

Áreas Motoras do Córtex e os Movimentos Voluntários


Toda a capacidade de percepção sensorial, cognição e emoção não teriam nenhum valor se não
pudéssemos utilizá-los e expressá-los voluntariamente. A intenção do movimento é originada nos córtices
associativos e uma vez que o desejo de movimento foi configurado, as áreas associativas transferem a tarefa
para duas áreas motoras corticais: o córtex motor primário e o córtex pré-motor. Desses dois córtices uma
grande quantidade de axônios projeta-se para a medula e o para o tronco encefálico. Juntamente com os
córtices motores, os núcleos da base e o cerebelo atuam determinando a forma e a precisão do movimento
voluntário.
O trato córtico-espinhal origina-se no córtex motor e influencia os neurônios motores contralaterais
da medula e do tronco encefálico. Isso significa que quando realizamos qualquer atividade voluntária, por
exemplo, como o ato de escrever, é o córtex motor do lado oposto que está exercendo o controle sobre os
músculos da mão que escreve. O corpo caloso a principal comissura cerebral faz as conexões inter-
hemisfericas possibilitando a integração funcional entre áreas homólogas dos dois hemisférios.

Organização do Córtex Motor


O córtex motor está situado no lobo frontal, adjacente ao sulco central, mas o que seria exatamente
área motora cortical? Tecnicamente é uma região que envia e recebe impulsos nervosos outras áreas
motoras; quando lesada ou estimulada causa distúrbios motores. Antes ou durante a realização de um
movimento voluntário, apresenta impulsos nervosos e aumento de fluxo sanguíneo. Todas essas
propriedades estão presentes no lobo frontal em 4 áreas corticais consideradas motoras.
Córtex motor primário(área 4; M1): é a área de projeção dos impulsos motores para o tronco e a medula, ou
seja, onde a motricidade voluntária é iniciada.
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Córtex Pré-Motorpossui 3 áreas distintas sendo que corresponde a áreas de associação motora.
Área pré-motora – APM (área 6)
Área motora suplementar - AMS (área 6)
Área motora cingulada (MC; área 2
Córtex Motor Primário
O córtex motor primário situado no giro pré-central
tem a função de iniciar o movimento voluntário; as
áreas APM e AMS estão relacionadas com o
planejamento e MC, com
a conotação afetiva da motricidade voluntária e situam-
se anteriormente ao córtex motor primário.

Todas essas áreas estão densamente conectadas entre si, e também com as áreas somestésicas e áreas
associativas do lobo frontal e parietal. Para que o movimento desejado possa ser realizado, é necessária uma
via através da qual o córtex possa enviar os comandos neurais para a medula e o tronco encefálico. O córtex
motor primário que é responsável pela iniciação do movimento voluntário envia seus axônios em direção a
medula e contribui para formar o trato córtico-espinhal. Esse trato possui axônios que terminam no tronco
encefálico (trato córtico-mesencefálico e trato córtico-nuclear) e influenciam diretamente os núcleos
motores dos nervos cranianos e os núcleos motores que participam do controle da motricidade.

Faça uma pequena experiência motora. Tente escrever o seu nome nas seguintes condições
1) com a mão dominante
2) com a mão dominante porem com o braço fixo
3) com a mão não dominante
4) com a caneta presa entre os dentes e finalmente
5) com a caneta presa entre os dedos dos pés.
Apesar da dificuldade relativa, você deve ter conseguido escrever em todos os casos. Na verdade, com treino,
o seu desempenho deve melhorar muito! Esta propriedade de executar a mesma tarefa motora recrutando
diferentes grupos de músculos é denominada equivalência motora. Hoje sabemos que é o córtex motor
primário é quem inicia o ordenamento de quais motoneurônios medulares e do tronco devem participar de
uma determinad a vontade motora.

Função da área motora primaria (M1)


Os motoneurônios da área motora primária (M1) iniciam os movimentos voluntários ativando
simultaneamente uma população inteira de motoneurônios que comandam os músculos envolvidos em cada
movimento. Mas quem faz o planejamento dessa execução?
O Córtex Pré-Motor prepara o sistema motor para o movimento
Vamos começar descrevendo as imagens de fluxo sanguíneo cerebral de voluntários submetidos a
diversas tarefas. Essas imagens revelam que regiões do cérebro estão com maior atividade num dado
momento. Quando uma determinada área cortical é recrutada, a perfusão sanguínea aumenta e pode servir
de um índice de atividade cortical.
Quando um dedo é pressionado e fletido contra um obstáculo, tanto a área somestésica como a
motora primaria indicam aumento de perfusão (figura A). Se os dedos são voluntariamente movidos numa
determinada seqüência, então a perfusão aumenta e se estende para a área motora suplementar (figura B).
Se a intenção desses movimentos é apenas imaginada, sem a sua execução, então somente a área motora
é recrutada (figura C). Estes dados deixam claros que a atividade mental necessária para planejar o
movimento NÃO OCORRE no córtex motor primário; ocorre em outras áreas corticais motoras.

As vias descendentes originadas no córtex motor


Trato Córtico-espinhal: Esta é a principal via descendente do cérebro. Esse trato passa pela cápsula interna
(telencéfalo), pedúnculo cerebral (diencéfalo e mesencéfalo) e depois pelas pirâmides bulbares, onde a
maioria cruza a linha média formando a decussassâo das pirâmides e continua descendo pela medula pelo
56
funículo lateral com o nome de trato córtico-espinhal lateral. O contingente que não cruzou desce
homolateralmente pelo funículo ventromedial como Trato córtico-espinhal medial. Na medula, essas fibras
acabam cruzando para o lado contralateral.
Assim todos os neurônios corticais motores exercem controle sobre os músculos do lado oposto do nosso
corpo.

Função dos tratos córtico-espinhais e córtico-nucleares


• Trato córtico-espinhal lateral: influencia os motoneurônios contralaterais que controlam os músculos
distais dos membros. Colaterais desta via influenciam o núcleo rubro (que dá origem ao trato rubroespinhal)
que está funcionalmente associado ao controle desses mesmos músculos. Desse destacamse fibras que
influenciam os núcleos motores contralaterais dos nervos cranianos.

• Trato córtico-espinhal ventral: tem projeção bilateral e


influencia os motoneurônios que controlam os músculos axiais
e proximais dos membros.

• Tratos córtico-reticular e córtico-vestibular cruzam o plano


mediano e influenciam a FOR e os núcleos vestibulares. O trato
córtico-reticular influencia os neurônios dos núcleos
reticulares (que dão origem ao trato retículo-espinhal) e o córtico-
vestibular (que dão origem ao trato vestíbulo- espinhal). As
influencias são do tipo inibitório modulando as respectivas
atividades de controle postura e equilíbrio do corpo.

Que funcões exercem os núcleos da base e o cerebelo no controle da motricidade?

As informações sensoriais necessárias para a construção da imagem do movimento provem do córtex


associativo parietal posterior onde as informações somestésicas, visuais são integradas. Essas áreas são
intensamente conectadas com o lobo frontal, particularmente, com a área pré-frontal que desempenha
funções complexas como pensamento, tomada de decisões e a antecipação das conseqüências das ações
(previsão).
Os neurônios corticais dessas áreas associativas convergem para o córtex pré-motor que seria o ponto
de convergência da vontade de realizar um determinado movimento do corpo. Através das vias
descendentes corticais (Trato córtico-espinhais e córticonucleares), os respectivos motoneurônios da
medula e do tronco são recrutados para a executar a tarefa voluntária. Entretanto, os ajustes mais finos e
precisos, bem como a coordenação temporal do movimento depende de outras estruturas corticais: dos
núcleos da base e do cerebelo.

ÁREAS MOTORAS DO TRONCO ENCEFÁLICO


No tronco encefálico há núcleos motores dos nervos cranianos e vários outros envolvidos com o
controle da motricidade somática. Daqui partem projeções descendentes para os interneurônios e os
motoneurônios medulares e aos núcleos motores do próprio tronco. Como na medula, no tronco há também
uma rede de neurônios próprios que medeiam a integração entre os neurônios dos núcleos sensitivos e os
motores que são responsáveis por vários reflexos. As conexões integrativas são realizadas pela formação
reticular (FOR) e o
fascículo longitudinal medial (=fascículo de associação do tronco). Esse fascículo situa-se mais
precisamente em ambos os lados da linha mediana, entre o mesencéfalo e a medula cervical.

Informações sensoriais originadas em vários órgãos sensoriais (com exceção do olfato) são utilizadas
57
não só para organizar as reações reflexas próprias do tronco, mas também para manter o equilíbrio postural
do corpo, já que recebe informações vestibulares e proprioceptivas. De fato, do tronco originam-se várias
vias descendentes em direção aos motoneurônios da musculatura axial e proximal dos membros
(especialmente adaptados para estabilizar as nossas as articulações). Esses núcleos (n. rubro e n. reticulares)
servem como intermediários do córtex cerebral e outros servem como iniciadores
de reações reflexas posturais.

O grande desafio do corpo

O grande desafio de todos os seres vivos é o manter-se equilibrado contra a


gravidade, seja parado ou em movimento. Como reagir contra essa força
inexorável? Os seres vivos apresentam muitas soluções diferentes. Nos
vertebrados, a solução foi a de estabilizar as articulações ósseas, aumentando o
tônus dos músculos extensores em resposta ao constante estiramento que os
fusos musculares sofrem por causa da gravidade (reflexo miotático). É assim que
os músculos axiais e proximais dos membros inferiores nos mantêm em pé. Os
ajustes posturais contra a gravidade envolvem muitos agrupamentos musculares,
na verdade, todo o corpo reage. Observe como o gato reage com varias
seqüências de reações posturais quando ele é colocado em uma postura não
natural e solto no ar. Além de mantermo-nos em pé e equilibrados, precisamos
realizar movimentos.

Para isso, a seleção natural favoreceu mecanismos para modular o tônus muscular, aumentando-o ou
diminuindo-o, conforme a necessidade. Por exemplo, para iniciarmos a locomoção devemos diminuir a
excitabilidade dos motoneurônios extensores para podermos fletir uma das pernas.
Outras vezes, o tônus extensor precisa ser aumentado todas as vezes que o centro de gravidade é
deslocado para evitarmos a queda. A excitabilidade dos motoneurônios a de um músculo pode ser modulada
não só pelas próprias aferências proprioceptivas do próprio músculo, como vestibulares e pelas vias
descendentes corticais motoras.
58
Que tratos do tronco encefálico estão envolvidos com o equilíbrio postural?
Com exceção do trato rubro-espinhal que faz parte da via lateral, todos os demais pertencem à
via medial (ou ventro-medial).
A tabela abaixo mostra todas as vias descendentes, inclusive a das áreas corticais.

TRATO RUBRO-ESPINHAL: Sob influências córtico-rubrais e cerebelares, esse trato desce contralateralmente
pela via lateral, influencia os interneurônios medulares. Facilita diretamente a flexão do membro superior
contralateral e, indiretamente, facilitando os núcleos reticulares bullbares. Atua como coadjuvante do trato
córtico-epinhal modulando os músculos distais dos membros.

TRATO VESTÍBULO-ESPINHAL origina-se no núcleo vestibular (bulbo) aonde chegam as aferências do


labirinto e está envolvido com o equilíbrio (ou balanço). O sistema vestibular mantém o corpo em
posição correspondente à da cabeça, quando esta sofre oscilações angulares ou lineares. O núcleo
vestiBUlar lateral origina o trato vestíbulo-espinhal lateral que facilita intensamente os motoneurônios
extensores da medula. Já os núcleos vestibULares inferior e medial dão origem ao trato vestibular medial.
Esses últimos, através do fascÍCULO longitUDInal medial influenciam os músculos da cabeça, do pescoço, do
tronco e das partes proximais dos membros.
Além dos núcleos vestibulares, o cerebelo também (vestíbulo-cerebelo) recebe aferências vestibulares
diretamente e pode modular a excitabilidade do trato vestibulo-espinhal. As súbitas acelerações ou
mudanças de orientação espacial da cabeça evocam os chamados reflexos vestibulares que ajudam a manter
o equilíbrio do corpo. Todo mundo deve ter experimentado a vigorosa extensão reflexa do(s) membro(s)
quando somos empurrados.

TRATO TETO-ESPINHALorigina-se no colículo superior (mesencéfalo) cujo núcleo recebe aferências não só
da retina como do próprio córtex visual, de áreas somestésicas e auditivas. Esse trato garante as T. córtico-
espinhal T. rubro-espinhal T. reticulo-espinhal T. vestíbulo-espinhal e T. teto-espínhal reações de orientação
da cabeça em direção aos estímulos visuais (reflexa e voluntariamente) e auditivos.
TRATOS RETÍCULO-ESPINHAL BULBAR E PONTINO: originam-se respectivamente na formação reticular do
bulbo e da ponte e ambos agem de maneira antagônica. A formação reticular recebe amplas projeções e o
seu envolvimento com a motricidade está relacionado às influencias corticais (Trato córtico-reticulares).
Alem de entradas corticais há aferências cerebelares e vestibulares que influenciam esses núcleos.

• Trato reticulo-pontino envia potentes sinais excitatórios para os motoneurônios dos músculos axiais e
proximais que sustentam o corpo contra a gravidade como os músculos da coluna e extensores dos
membros. São responsáveis por assegurarem a nossa postura típica em pé (assim como a postura dos
demais mamíferos quadrúpedes). Estes núcleos além de serem facilmente excitados, são tonicamente
estimulados pelos núcleos vestibulares e pelos núcleos profundos do cerebelo (vestíbulo-cerebelo).
• Trato reticulo-bulbar envia impulsos inibitórios para os mesmos motoneurônios controlados pelo sistema
reticular pontino, amortecendo os efeitos excitatórios (facilitando os movimentos de flexão dos membros).
Os tratos córtico-espinhal lateral e rubro-espinhal enviam colaterais para os núcleos reticulares bulbares,
de modo que em condições normais, nossos músculos não estão tensos (rígidos). Todavia, quando
queremos nos levantar, o córtex motor deixa de estimular o núcleo retículo-bulbar e libera o núcleo
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reticulo pontino e os músculos extensores são estimulados para estender as articulações. Outras vezes, o
córtex, estimula os núcleos bulbares de modo que os músculos extensores não se oponham ao movimento
pretendido. Em outras palavras, influências corticais garantem um balanço ajustado entre essas as duas
ações antagônicas, fazendo ajustes antecipatórios.

CEREBELO
O cerebelo, como o cérebro, constitui o sistema supra-segmentar; Pesa 1/10 do córtex cerebral, mas possui
50% dos neurônios de todo o SNC!

A função cerebelar é muito diferente da função cerebral: funciona só em nível inconsciente, dedica-se
exclusivamente ao serviço da motricidade (voluntária ou involuntária), mas nunca inicia ou comanda qualquer
movimento. A sua influencia sobre os neurônios medulares é sempre INDIRETA: ou através de tratos originados
no tronco ou no córtex.

O cerebelo participa na ordenação temporal da


motricidade e na programação seqüencial dos movimentos
voluntários. Auxilia controlando a intensidade da contração
durante a execução do movimento, colocando o movimento
planejado numa seqüência ordenada e fazendo ajustes
necessários durante a execução.
Para isso ele é informado de tudo: recebe do córtex
associativo o planejamento motor e dos sistemas sensoriais,
informações vestibulares, somestésicas, visuais e auditivas.
Assim ele pode realizar correções necessárias entre o
movimento pretendido e que está sendo executado, antecipar
o próximo evento motor; suavizar as transições entre os
movimentos regulando a atividade dos músculos agonistas e
antagonistas, aprender com os erros (aperfeiçoar os
movimentos repetitivos).

CONTROLE DA MOTRICIDADE SOMÁTICA PELA MEDULA

Os núcleos motores da medula, situados no corno anterior, são agrupados em dois diferentes grupos
funcionalmente distintos:
1) grupo medial: contem motoneurônios que inervam os músculos axiais do tronco (1) e os músculos
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apendiculares proximais (antebraço e ombros; 2).
2) grupo lateral: contém motoneurônios que inervam os músculos distais dos membros (braços, pernas,
mãos e pés; 3). Note que os motoneurônios flexores situam-se mais dorsalmente e os extensores, mais
dorsalmente.
Os músculos axiais e proximais são recrutados para manter o equilíbrio e a postura do corpo. Já os músculos
mais distais dos membros superiores são recrutados para as tarefas motoras de maior precisão como as
tarefas de manipulação. Cada grupo de motoneurônios é controlado por grupos distintos de interneurônios
medulares e por vias descendentes que têm origem no córtex motor e no tronco encefálico.

Interneurônios Medulares
Os interneurônios medulares possuem axônios curtos e são numerosos. Formam redes locais convergentes,
divergentes, de inibição e de facilitação que pré-processam os sinais neurais antes que os neurônios motores
enviem os impulsos para os músculos. Entre os numerosos interneurônios medulares, há um tipo
denominado células de Renshaw que são inibitórias. Estas células são estimuladas por colaterais de
neurônios motores que, por sua vez, inibem outros neurônios adjacentes.
Assim, todas as vezes que impulsos são originados dos neurônios motores medulares, através das células de
Renshaw, ocorrem inibições recorrentes sobre os motoneurônios vizinhos, como se estivessem suprimindo
a tendência dos sinais se disseminarem aos neurônios motores vizinhos.

A estricnina é um antagonista competitivo seletivo da glicina (potente NT inibitório): a ausência de


circuitos reguladores inibitórios devido ao envenenamento por estricnina causará a extensão tônica do
corpo e dos membros acompanhado de convulsão, levando à morte por parada respiratória.

Neurônios de projeção proprioespinhais da medula


Na medula mais da metade das fibras descendentes e ascendentes são fibras que realizam conexões
entre os vários segmentos da medula e formam os tratos próprios da medula. Se não fossem essas fibras
seria impossível uma atividade coordenada que envolvesse simultaneamente os membros superiores e
inferiores como a deambulação.

Motoneurônios da medula
Os motoneurônios da medula possuem axônios de grande calibre e são todos mielinizados (fibras do
tipo A_). Antes de dispararem os PA para as unidades musculares que controla, os motoneurônios integram
sinais excitatórios (PEPS) e inibitórios (PIPS) causados por NT liberados dos terminais de colaterais sensoriais,
dos tratos descendentes supramedulares como também de circuitos locais. Os motoneurônios _ constituem
assim, a via final comum dos comandos de várias hierarquias motoras e os médicos chamam-nos de
neurônios motores inferiores (NMI). Junto com os motoneurônios, há mais dois tipos de motoneurônios de
menor calibre: são os motoneurônio gama e os motoneurônios beta.
Vias descendentes motoras que influenciam a medula
Os motoneurônios da medula e dos núcleos motores dos nervos cranianos são influenciados por
áreas mais altas da hierarquia motora através de vias descendentes que cruzam ou não a linha média.
Essas vias são formadas por neurônios motores cujos corpos estão situados no tronco encefálico ou em áreas
corticais motoras e são funcionalmente de dois tipos:
Via ventro-medial que influenciam os motoneurônios medulares do grupo medial que controlam a
musculatura axial do tronco e a musculatura apendicular proximal (antebraço e ombros);
Via lateral que influenciam os motoneurônios do grupo lateral que controlam a musculatura apendicular
distal (braços, pernas, mãos e pés). Isso mostra que no sistema motor há uma hierarquia motora onde os
motoneurônios são controlados por diferentes níveis do SNC. Cada uma das duas vias possui mais de um
trato paralelo com diferentes origens.

CONCEITOS BÁSICOS DE NEUROANATOMIA

• SUBstância cinZenta: tecido nervoso constituído de neuróglia, corpos de neurônios e fibras


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predominantemente amielínicas.
• SUBstância branca: tecido nervoso formado de neuróglia e fibras predominantemente mielínicas.
• Núcleo: massa de substância cinzenta dentro de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios
com aproximadamente a mesma estrutura e mesma função.
• Córtex: substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do cérebro e do cerebelo.
• Tracto: feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função e mesmo
destino. As fibras podem ser mielínicas ou amielínicas. O nome diz de onde vem para onde vão.
• FascÍCULO: usualmente o termo se refere a um tracto mais compacto. No SNP corresponde aos nervos.
• Lemnisco: feixe em forma de fita. feixe de fibras sensitivas. Se direcionam especificamente ao tálamo
• FUnÍCULO: o termo é usado para a substância branca da medula; um funículo contém vários tractos ou
fascículos.
• DecUssação: formação anatômica cujas fibras cruzam obliquamente a linha média e que tem a mesma
direção.
• ComissURA: formação constiuída por fibras nervosas que cruzam perpendicularmente o plano
mediano e que têm, por conseguinte, direções diametralmente opostas.
• Formação reticular: rede difusa de neurônios de tamanhos diferentes que ocupa a parte ventral do
tronco encefálico.
• Vias: cadeias de vários neurônios funcionalmente relacionados.
• Gânglios: grupo de corpos neuronais funcionalmente relacionados situados fora do SNC
• Nervos: feixes de fibras nervosas situados fora do SNC
• Comissura: coleção de axônios que conecta perpendicularmente a linha média e tem direções
diametralmente opostas
• Cápsula, uma coleção de axônios que conecta o cérebro e o tronco encefálico.

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