Você está na página 1de 22

ACOLHIMENTO EM SAÚDE MENTAL

Prática Biomédica
 Voltada para a doença
 Distante da comunidade.
 Disciplinariedade
 Poder do profissional
 Medicalização
 Reduzionista
 Pouco ou nenhum acolhimento
 Usuário é passivo no tratamento
 Sufoca subjetividade.
Rotulação?????
• https://www.youtube.com/watch?v=yj18GJvK
7Vo
Prática Psicossocial
Voltada para a pessoa
Dentro da comunidade (psicologia comunitária)
Acolhedora
Lugar a subjetividade
Integra a pessoa

"Resta saber se a loucura não representa, talvez, a forma


mais elevada de inteligência” - Edgar Allan Poe (1809-
1849).
Vincent van Gogh Ludwig Van Beethoven
(pintor) (compositor)
ansiedade, com crises instabilidades psíquicas
de desequilíbrio mental,
morreu num ato de suicídio.

Pablo Ruiz Picasso


(pintor)

Abraham Lincoln Edvard Munch


(presidente E.U.A.) (pintor)
Isaac Newton melancolia e depressão perturbação mental
(cientistas)
bipolar e esquizofrenia.

John Nash
(matemático - Uma Mente
Brilhante)
esquizofrenia
paranoide
Modelo Biomédico x Modelo Biopsicossocial
Modelo Biomédico Modelo Biopsicossocial
Centra a atenção na doença Centra a atenção da saúde

Atua exclusivamente sobre a demanda Responde à demanda espontânea de


espontânea forma contínua e “racionalizada”
Ênfase na medicina curativa Ênfase na integralidade da assistência

Trata o indivíduo como objeto de ação Trata o indivíduo como sujeito


integrado à família e a comunidade
Baixa capacidade de resolver Otimização da capacidade de resolver
problemas de saúde os problemas de saúde
Saber e poder centrado no médico Saber e poder centrado na equipe

Desvinculação dos profissionais de Vinculação dos profissionais de saúde e


saúde e serviços com a comunidade serviços com a comunidade
Relação custo-benefício desvantajosa Relação custo-benefício otimizada
Para Basaglia:
“A psiquiatria colocou o sujeito entre parênteses
para ocupar-se da doença como fenômeno da
natureza”
Basaglia propõe uma inversão:
“Colocar a doença entre parênteses para tornar-
se possível lidar com o sujeito e não com a
doença”
Atendimento em Saúde Mental
Não no consultório
Não no Sistema de Saúde
Nos hospitais anula-se a subjetividade.

Mas na COMUNIDADE, no espaço das próprias


pessoas.
O mais importante para a pessoa que vêm a
procura de cura, de uma ajuda, antes de tudo
quer sentir-se ACOLHIDA.
Atenção
 Não querer apenas medicar, mas entender,
investigar o que pode estar ocasionando esse
problema.

 Entender a dificuldade frente as mudanças.

 60% das pessoas que procuram o SUS não tem


uma “doença”, eles precisam falar, desabafar, ter
alguém que os escute – muitas vezes querem um
medicamento para “esquecer” os problemas.
• O trabalho hoje em dia, na maioria, está
fundamentado no HOLDING (abraçar, amparar,
cuidar para curar) (Winnicott, 1990).

Responder às necessidades dos pacientes, isto


é, responder às demandas de dependência
natural do indivíduo imaturo, que evoca, nas
figuras de referência, a tendência a fornecer
condições que ampliem o crescimento
individual.
Acolhimento

MUDANÇA DE PARADIGMA

CURAR DOENÇAS
MODELO (MODELO DA
DE PROMOÇÃO BIOMÉDICO)
SAÚDE

Fundamento da prática em Saúde Mental


Acolhimento

Freud, Malaine Klein A causa do sofrimento é o


impulso, fantasia da criança de
ser abandonada pela mãe.

Winnicot, Garma Colocam que as crianças sofrem


em função do ambiente.

“O que causa doença é o desamparo”


ALGUNS CONCEITOS SOBRE ACOLHIMENTO

“... a postura do trabalhador de saúde de colocar-se no lugar do


usuário para sentir quais são as suas necessidades e, na medida do
possível, atendê-las ou direcioná-las para o ponto do sistema que
seja capaz de responder àquelas demandas” (Ramos e Lima, 2003).

“acolhimento é uma ferramenta que estrutura a relação entre


equipe e população e se define pela capacidade de solidariedade
de uma equipe com as demandas do usuário” (Schmidt e Lima,
2004).

“o acolhimento implicaria numa inversão da lógica de organização


e funcionamento dos serviços de saúde, deslocando-a das
‘necessidades’ do serviço para centrá-la nas necessidades dos
usuários” (Bueno e Merhy, 1999).
Acolhimento em Saúde Mental
 Genuína aceitação da participação popular no serviço
 Possibilitar à população a co-construção do espaço
 Compartilhar a cultura popular
 Privilegiar a escuta
 Constituição de grupos de auto-ajuda
 Desmedicalizar o espaço
 Tornar-se um ponto referencial de encontro
 Desburocratizar as mentes
 Abertura ao lúdico
Acolhimento aos usuários
 Conhecer e respeitar a cultura local
 Perceber problemas emergentes e comuns
 Propiciar formas de reunir as pessoas de forma criativas e
não centradas no problema
 Facilitar clima de acolhimento e interação
 Facilitar a descoberta de tarefa em torno da qual o grupo se
organiza
 Fomentar sentimentos de cidadania e direitos a saúde
 Discutir as multideterminações sociais do sofrimento
 Propiciar eclodir o sentimento de solidariedade
 Propiciar o surgimento de novas formas de subjetividade e
sociabilidade.
Importante oferecer
Redes de Apoio Social
INDIVIDUOS OU FAMÍLIAS ISOLADOS GRUPOS VINCULARES
Tais grupos vinculares podem ser
os mais diversos:
 Grupos de usuários
 Grupos de usuários e familiares
 Grupos de familiares
 Grupos de mulheres que sofrem violência doméstica
 Grupos de usuários de drogas
 Grupos de pais com filhos usuários de drogas
 Bandas de música
 Corais
 Jornais e rádios comunitárias
 Times de futebol
 Grupos folclóricos que resgatem tradições culturais
 Grupos de passeio
Redes de apoio social são:
ESTRUTURAS VINCULARES ENTRE GRUPOS E/OU INDIVIDUOS
ENTRE SI, QUE PROPORCIONAM:
 1 - Apoio mútuo entre os integrantes
 2 - Novas formas solidárias de vivencias grupais
 3 - Quebra do isolamento e fragmentação
 4 - Sentimento de amparo e acolhimento
 5 - O surgimento de novas formas de subjetividade e
sociabilidade impedidas pelo padrão social hegemônico
 6 - Espaços de criatividade grupal (em todos os sentidos)
 7 - Questionamento dos padrões sociais, econômicos e
ideológicos hegemônicos
 8 - Empoderamento das pessoas para que possam realizar
trocas sociais com poder contratual
• A rede pode formar-se através da indução dos profissionais,
mas não deve ser dirigida pelos profissionais. O papel dos
profissionais é permitir e auxiliar no processo de organização
popular, o qual deve ser o eixo de organização da rede.

• O processo de congregação das pessoas deve ser feita sempre


dentro das possibilidades da cultura local e nunca deve ser
centrado no problema.

• O profissional deve sempre estar reavaliando se sua


interpretação dos problemas está coerente com as prioridades
que a população mesma se coloca.
Tais redes devem se reger por um
princípio operativo:
Não simplesmente reunir-se por reunir-se, mas estar
junto com um objetivo, uma tarefa, formando assim
grupos operativos.
Por exemplo, um grupo de mulheres de maridos alcoolistas
deveria se reunir não apenas para discutir suas situações, mas
terem um eixo operativo que permita a continuidade e
consolidação da rede. No caso, poderia organizar-se em torno
da coleta reciclável do lixo, ou da implantação de uma horta
comunitária.
Prática em Saúde Mental
• CAPS: muitas diretorias são formadas pelos
membros das famílias, inserem-se no ambiente de
tratamento – sentimento de utilidade,
participativo, isso muda a vida deles.
• Auxiliar para desenvolverem Centros de
Convivências: clube, cooperativas, time de futebol,
grupos de teatro, aulas de música, etc.
• Criar espaços para as pessoas.

PERMITIR QUE AS PRÓPRIAS PESSOAS, A


COMUNIDADE, SEJAM AS PROTAGONISTAS DA
SUA PRÓPRIA HISTÓRIA.
O profissional precisam ser para os usuários o
que faltou para eles.
Os usuários valorizam mais ser respeitado,
acolhido do que a capacitação do
profissional.
As pessoas querem pertencer ao local.

Você também pode gostar