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Neuropsicologia

Criminal
Beatriz Rosa

Psiquiatria – especialidade de medicina, são médicos, são eles que prescrevem os medicamentos

Wundt – pai da psicologia

Psicologia – ciência que estuda os processos mentais e o comportamento, nos processos mentais estão
englobados o pensamento, as emoções, a atenção, memória, precessão , inteligência, linguagem e
funções executivas

Emoções – felicidade, alegria, surpresa, tristeza, empatia, medo


As emoções são estados emocionais transitórios (perduram durante um determinado período de tempo)
que surgem bruscamente. São acompanhadas de uma grande ativação fisiológica,

O medo é protetor, pode produzir-nos adrenalina, tem também um efeito protetor (exemplo por termos
medo de fazer alguma coisa, não o fazemos o que nos pode proteger).

Dentro da psicologia temos:


1. Psicologia Clínica
2. Psicologia Educacional
3. Psicologia das Organizações
4. Psicologia Forense
5. Neuropsicologia – interessa-se pela relação entre o funcionamento cerebral e os processos mentais e
o comportamento – pode trabalhar com crianças, adultos, idosos ou população saudável ou com
patologia (exemplo demência)
- É uma área da Psicologia
- Estuda a relação entre o cérebro, os processos mentais1 e o comportamento
- Estuda a relação do funcionamento do cérebro com o comportamento humano
- É uma mais-valia que ajuda na compreensão de um comportamento desviante/delinquente/
criminal
- Serve para esclarecer dúvidas jurídicas
- Serve para definir a responsabilidade criminal, se é inimputável ou imputável - é bastante
importante neste âmbito
- É importante na questão da prevenção e da intervenção (o que esse vai fazer depois)

Pai da Neuropsicologia – Luria (psicólogo russo, trabalhou para que a Neuropsicologia fosse conhecida
como área independente)

A neuropsicologia contribui para a compreensão dos comportamentos desviantes. A partir do estudo


dos aspetos biológicos e das emoções.

Processos mentais:
- Pensamento
- Emoções
- Estados emocionais transitórios
- Surgem bruscamente
- Ativação fisiológica (Ex: Quando estamos ansiosos ficamos com a boca seca)
- O medo pode ser visto como um meio protetor
- Certas emoções podem levar a que certos comportamentos sejam desadaptativos
- Atenção
- Memoria
- Perceção
- Inteligência
- Linguagem

Ajuda na questão da prevenção. Prevenir a doença e promover a saúde.

Trabalhando com populações de risco e as vezes com a população em geral.

Também ajuda nas questões da simulação.

Unidades Cerebrais Funcionais

Unidade I Unidade II Unidade III


Responsável por regular o tônus Responsável por receber, Responsável por programar,
cortical, a vigília e os estados processar e armazenar as regular e verificar a atividade
mentais. É composta pela informações. Compõe-se das mental. Composta pelas partes
formação reticular e pelo tronco partes posteriores do cérebro anteriores do cérebro (lobo
encefálico. (lobo pariental, occipital e frontal).
temporal).

O cérebro

Encéfalo
Sistema
nervoso
central
Espinhal
medula

Paraplegia – paralisado da cintura para baixo


Tetraplegia – so mexe a cabeça

A espinhal medula tem a função de transportar a informação até ao cérebro e trazer a informação do
cérebro e espalhar pelo corpo ou para uma região específica. Estabelece a comunicação entre o corpo e
o sistema nervoso, e agir também nos reflexos, protegendo o corpo em situações de emergência em que
é preciso que haja uma resposta rápida.
A tetraplegia acontece quando a espinhal medula é lesionada. E quanto mais acima, maior é a
consequência da lesão.

Encéfalo – tronco cerebral (responsável pela respiração e pelo batimento cardíaco)


- cerebelo (responsável pelo movimento de equilíbrio)
- cérebro
- (2% do nosso peso consome 20% da nossa energia)

Cérebro – 2 hemisférios (direito e esquerdo)


Cada hemisfério é composto por 4 lobos. E são unidos pelo corpo de calor.
O cérebro só precisa de oxigénio e glicose (açúcar).
É protegido pelo crânio.
É responsável por:
- emoções
- cognição (linguagem; etc)
- comportamento (e como o fazemos)
- base das funções executivas

Funções executivas – Funções cognitivas que são consideradas funções superiores pois coordenam
todas as outras funções. Funções que coordenam todas as outras funções cognitivas. (Exemplo –
planeamento de uma tarefa; flexibilidade cognitiva; controlo inibitório; juízo crítico, etc.)

Encontrar várias estratégias capacidade de inibir um determinado comportamento


para resolver problemas (função que mais tempo demora a ser desenvolvido)

Ex: Flexibilidade cognitiva – Perante um problema conseguem arranjar várias soluções. Adaptar e dar
diferentes respostas para o mesmo objetivo.
Ex: Controlo Inibitório - Capacidade em inibir um determinado comportamento, por exemplo, não ter
filtro – problema no controlo inibitório. É a função executiva que mais demora a se desenvolver. Com a
idade avançada o controlo inibitório vai-se “desgastando/degradando”.
Ex: Planeamento

Demência alcoólica – demência provocada pelo consumo excessivo de álcool que afeta a memória,
aprendizagem e outras funções mentais

Sistema Nervoso
- Sistema Nervoso Central
- Sistema Nervoso Periférico
O sistema nervoso central recebe e processa informação e tenta adequar ao comportamento

Neurónios
As bolas que protegem o Axônio é a bainha de Mielina (camada protetora).

O axônio transmite a informação.

Os neurónios comunicam entre os outros através das sinapses.

Massa cinzenta – corpo do neurónico


Massa branco – axônio e bainha de mielina

Lobos cerebrais

Frontal – é o maior
- é o que demora mais tempo a desenvolver-se
- sofre mais com o avanço da idade
- responsável pelas funções executivas (são funções que coordenam todas as funções cognitivas,
permitem executar a nossa vida de forma funcional)
- funções ao nível do movimento e sensações
- responsável pela atenção
- responsável pela nossa personalidade
- responsável pelos movimentos da produção da fala

Temporal – responsável pela compreensão da linguagem


- responsável pelo procedimento da função auditiva
- responsável pela memória a curto prazo

Memória
- Capacidade cognitiva
Memória a curto prazo – para apenas um minuto
- A memoria a longo prazo está espalhada por todo o cérebro, pelas suas diversas áreas, enquanto a
memoria a curto prazo esta localizada no lobo temporal e numa parte do lobo frontal

Presbiacusia – acontece porque o som são vibrações e tudo no nosso ouvido e tímpano vibra para captar
os sons que ouvimos, com o passar do tempo, tem tendência a deixar de vibrar, daí ficamos com
dificuldade em ouvir com o passar dos anos (a partir dos 65 anos)

Occipital – responsável pelo processamento da informação visual


Pariental – responsável pelas questões da sensação (tato, temperatura), orientação e linguagem

Sistema Límbico

Principais células cerebrais – neurónios


Os neurónios comunicam entre eles atrases de um processo – cinapses; é essa transmissão que produz
os nossos movimentos

Sistema Límbico
Constituído por:

Amígdala
- Processa informações altamente emocionais (Ex: medo, raiva, etc)
- Usa-se no estudo dos psicopatas (não têm empatia, etc) pois apresenta-se uma disfunção na
amígdala (não sentem empatia, culpa, arrependimento, etc)
- Disfunção da amígdala torna as pessoas mais agressivas
- Responsável pela manifestação de reações emocionais e na aprendizagem de conteúdo
emocionalmente relevante
- Relacionada às emoções de medo e fuga
- Responsável por respostas emocionais relativas ao comportamento social de humanos e outros
mamíferos. É umas das principais áreas do controle da agressividade.

Hipocampo
- Responsável pela memória associada a aspetos emocionais. Como está muito perto da amígdala faz
com que as memorias estejam muitas vezes associadas a emoções (Ex: Quando vejo uma pessoa sinto
aquilo...)

Hipotálamo
- Homeostase (Equilíbrio do corpo)
- Responsável pelo apetite
- Papel importante na motivação e no desejo sexual
Bulbo olfatório
- Memória do olfato

Tálamo
- Responsável pelas emoções
- Tem um papel na memória
- Sistema, pois é um conjunto de sistemas

Principais quadros que surgem a necessidade de avaliação neuropsicológica

Pessoas com lesão Pessoas com fator de Suspeita de doença ou traumatismo


cerebral conhecida risco para lesão ou cerebral
disfunção cerebral
• Doenças • Nestes quadros, as • Baseando-se na observação de uma
• Traumatismos mudanças de mudança de comportamento da
craniencefálicos comportamento pessoa, sem uma etiologia
• Hidrocefalia podem ser sintomas identificável
• Doença de Alzheimer e uma determinada • A pessoa não tem fatores de risco
• Doença de Parkinson patologia conhecidos para lesão cerebral
• Esclerose múltipla • Endocrinopatias • O diagnóstico é considerado a partir
• Alterações da exclusão de outros diagnósticos
metabólicas • São pessoa sem historia neurológica
• Doenças renais ou psiquiátrica
• Entre outras

Exercício

P. Gage
Afetou o córtex frontal, que é responsável pelas funções executivas, ou seja, as funções que
coordenam todas a funções cognitivas e que permitem executar a nossa vida de forma funcional. Além
disso é responsável pelas funções ao nível do movimento e das sensações o que pode explicar o facto de
o mesmo ter mudado de comportamento de forma radical, sendo que é responsável pela atenção, para
alem da amígdala pois também as questões emocionais mais intensas. Por fim, podemos também afirmar
que o tálamo sofreu alterações, no sentido em que o mesmo é responsável pelas emoções.

- controlo inibitório diminuiu


- alterava os planos – planeamento
- não tinha juízo crítico
- consequências do comportamento não o preocupam – pessoas com défice, lesões no lobo frontal,
parece que não aprendem com a experiência, não conseguem anteceder a consequência do seu
comportamento para o futuro, esse comportamento tem a designação de miopia para o futuro
- demonstrou que o lobo frontal é extremamente necessário para o nosso dia-a-dia
Senhor H. M.
Deu a conhecer à ciência as funções responsáveis do lobo temporal, sendo estas a compreensão
da linguagem descoberto por Wernicke, transmissão e processo auditivo e por fim responsável pela
memória a curto prazo que dura apenas um minuto. O mesmo é demonstrado no texto quando ele selha
ao espelho e não se reconhece ou quando acaba de reconhecer alguém e passado um curso espaço de
tempo esquece-se. Responsável também a dar a conhecer as funções do hipocampo associadas à
memória, relativas a aspetos emocionais, e o tálamo sendo um sistema límbico responsável também pela
memória.

- o que ele se lembrava era tudo o que era anterior à cirurgia


- lobo temporal é-a memória a curto prazo
- ao tirarem o hipocampo que esta associado a memórias a curto prazo que tem um carácter muito afetivo

Caso “O Piloto”
- grande frieza afetiva
- cauteloso
- planeamento
- falta de empatia, ausência de culpa\remorso
- amígdala – emoções intensas

No nosso caso de trabalho de grupo


- ver se existe alguma historia sobre o traumatismo, consumo excessivo de álcool, substancias ilegais
- informação relacionada com a infância, os vínculos entre os pais e os filhos, se existe algum
indicio\diagnostico da perturbação do desenvolvimento (exemplo autismo)
- Perturbação de oposição e desafio
- apresentar sugestões para resolver o diagnostico do indivíduo

Atenção
- Fundamental para a memória, que não funciona se não houver atenção
- Captar informações, informação que consideramos essencial
- A atenção é um processo seletivo, porque nos não captamos toda a informação
- AVD´s – atividades da vida diária – são classificadas em: básicas e instrumentais
- básicas: relacionadas com a nossa sobrevivência e o nosso auto-cuidado
- instrumentais: são mais elaboradas e mais complexas do ponto de vista cognitivo – exemplo:
utilizar o telemóvel, preparar uma refeição, ir às compras, ser responsável pela medicação, fazer
deslocações, gerir dinheiro
- A atenção é importante para ambas as AVD´s
- A atenção é fundamental para o processo de aprendizagem
- E para outras atividades cognitivas como: ler, ver um filme, para interações sociais, manter uma
conversa exige atenção
- A atenção é fundamental para todo o processo cognitivo, é impossível resolver um problema sem focar
a nossa atenção
- Capacidade muito valorizada na primeira infância, por causa da escola
- Há tarefas que por serem rotineiras, elas se automatizam (exemplo: condução, leitura) que exigem
menores níveis de atenção e que nos permitem fazer outra tarefa em simultâneo
- sem atencao não há processamento cognitivo
- pode ser alterada em função de patologias
- A atenção é um processo organizado:
- Para estarmos atentos precisamos de estar acordados e daí escolhemos estar atentos ou desatentos
- Desatento causas: lesão no lobo frontal; perturbação no défice de atenção; podemos apenas estar
desatentos porque estamos cansados, dormimos mal, a fome
- A atenção é muito sensível a mudanças
- O estado depressivo afeta o nível de atenção
- A utilização de substancias pode aumentar o nível de atenção
- É sensível a aspetos patológicos e normativos
- A atenção pode ser voluntária ou involuntária (voluntária: focar a atenção no momento e em alguém)
(involuntária: exemplo – focar num ruído e a partir desse momento só conseguir ouvir esse ruído e é
fundamental para detetarmos eventuais crimes/perigos)
- Tem duas modalidades: auditiva e visual – em ambas existe a atenção focalizada e dividida
- A atenção é classificada em atenção focalizada (quando focamos a atenção num estímulo, exemplo:
voz da professora) e atenção dividida (quando focamos a atenção em dois estímulos)

Atenção focalizada auditiva

Como conseguimos seguir uma conversa quando temos muita gente a falar simultaneamente?

Cocktail Party (Cherry, 1953)

Procedimento: Escuta dicótica (utilizou auriculares e a mesma pessoa ouvia uma mensagem no ouvido
esquerdo e outra diferente no ouvido direito, se as vozes fossem diferentes pessoas só conseguiam
escutar uma mensagem, no entanto se a voz fosse a mesma a dizer conteúdos diferentes a pessoa não
conseguia captar o conteúdo de nenhuma delas, era muito mais difícil – características físicas da voz)
Resultados:
- Características Físicas Distintivas
- Com a mesma voz nas duas mensagens os participantes têm mais dificuldade em distinguir com
base no significado da mensagem
As características físicas parecem sobrepor-se ao significado (as características físicas da voz incluem o
tom de voz, o volume, o género – feminina ou masculina, de onde a voz vem – se vem da direita ou da
esquerda …)

Quando estamos numa festa com muito ruído em volta e conseguimos manter uma conversa com uma
determinada pessoa, conseguindo segui o dialogo mesmo com muito barulho à volta.

Em criminologia a identificação da voz é importante para as testemunhas identificarem a voz de um


determinado suspeito.
Porque num ambiente criminoso alguém pode ter ouvido qualquer conversa e conseguir identificar a voz.

Atenção Focalizada Visual

Modelo da Objetiva com Zoom (Eriksen, 1990)

A atenção é, de forma geral, amplamente distribuída, mas podemos efetuar zooms para determinarmos
pontos do nosso campo visual, quando necessário, e obter mais informação.

- Focar o que vejo num estimulo e tudo o resto passa para plano de fundo.
- Funciona como se fosse um holofote, nos estamos atentos a tudo o que se passa num determinado
campo visual, tudo o que esta no eixo de luz do holofote conseguimos ver e a nossa atencao está nesse
campo visual e tudo o resto passa para plano de fundo
- Nos canalizamos toda a nossa informação para um determinado campo e conseguimos ser mais precisos

Atenção dividida
Pode ser visual ou dividida.
É quando conseguimos atender a dois estímulos em simultâneo.
Exemplo – conduzir e falar.
Todos conseguimos ter melhores desempenhos na atenção dividida quando as tarefas são mais fáceis.

A atencao é fundamental para a memória.

Memória
A memória paga muitas vezes as culpas da atenção.
- É impossível a memória funcionar sem atenção
- Capacidade muito valorizada ao longo da vida, especialmente nas faixas etárias mais elevadas
- Está implicada nos processos de aprendizagem, atividades diárias
- A memória permite-nos a identidade, sabemos quem somos através dela
- Sofre influencias de patologias (ex: quadro depressivo) e em termos normativos
- Conseguimos armazenar mais informações que nos são mais significativas e afetivas do que aquelas que
nos são indiferentes
- Funciona em três fases:
Aquisição ou codificação – armazenamento – recuperação
Aquisição – momento de aquisição da informação
Armazenamento – é armazenado e pode ser mais longo partida a vida ou temporário – MCP (Memória
de curto prazo) e MLP (memória de curto prazo
Recuperação – recuperar a informação que anteriormente armazenamos, pode ser feita de duas
maneiras: a recordação (ex: teste uma pergunta onde vamos recordar diversos conhecimentos de forma
livre) ou reconhecimento (ex: teste de escolha múltipla onde se identifica uma resposta)

Modelo Modal
Três esquemas de armazenamento da informação:

Registos sensoriais MCP MLP

Entrada da informação, o que ouvimos, o eu vemos, o que sentimos, tem uma duração muito limitada e
esse informação se nos interessar é transferida para a memória a curto prazo
Memória a curto prazo – tem uma duração muito curta, no máximo 1minuto, podem aumentá-la se
fizermos recapitulação de conservação, que é estar a repetir. A sua capacidade é muito limitada, é varia
entre 5 e 9 itens de informação, 7 é a média
Efeito de primazia – quando numa série de informação nos conseguimos lembrar dos primeiros itens
Efeito de recência – quando recordamos das ultimas palavras

Memória a longo prazo


Capacidade ilimitada
Duração ilimitada
Armazém de Memória
Altamente organizada
Funciona muito bem com recapitulação elaborada
- Ex: Estamos a estudar e a relacionar com outras matérias
- Análise semântica (significado)
- Ex: Saber o significado das palavras
- Relacionar conceitos
- Encontrar diferenças; pontos em comum
Congruência contextual
- Entre o local onde está a recuperar informação e onde captou pela primeira vez
- Ex: Voltar ao sítio onde captou a informação pela primeira vez para perceber o que se passa

Chunks
Agrupamento de informação
Itens de informação associados entre si
MCP MLP

Flashbubs
Memoria coletiva
Toda a gente se lembra de um evento
Tem que ter um impacto emocional
Carater emocional forte
Memoria a longo prazo

Memória a longo prazo

Declarativa Procedimental

Semântica Episódica

Explícita Implícita

Explícita - Recuperamos a informação e temos a clara consciência que estamos a recuperar essa informação
Implícita - Recuperamos a informação mas não temos consciência disso. Tudo tem haver com procedimentos
– Ex: Comer, levantar, nadar, etc.
Declarativa – Tudo o que podemos declarar
Semântica - Está muito associada a conhecimentos
Episódica - Está relacionada com episódios
Procedimental – Tem haver com os procedimentos

Falsas memórias
Elisabeth Loftus – Foi a inovadora neste campo
Falsas memórias são a recordação de um evento que não aconteceu, ou se aconteceu não ocorreu como a
pessoa está a dizer
Podem ser:
- Espontâneas
- Induzidas
- Procedimento DRM
- Apresentar várias palavras relacionadas com uma palavra em específico mas nunca se diz essa mesma
palavra, vai-se induzir nas pessoas, vão pensar que essa palavra em específico foi dita mas na realidade não

Teoria construtiva
Melhor teoria que explica as memorias falsas
Recuperar informação não é um processo 100% fidedigno

Esquecimento
É natural
Esquecemos de informações que não nos são relevantes
Com a passagem do tempo
Não é amnesia e nem demência
Esquecimento – Sabe mas esqueceu
Demência - Não sabe que sabia, perda de memória
Desenvolvimento
O desenvolvimento inicia-se quando a pessoa nasce e termina quando a pessoa morre
O desenvolvimento é mais notório na infância/adolescência

É um processo continuo caracterizado por mudanças quantitativas (aumento peso e altura, número de passos
num minuto, etc) e qualitativas (qualidade de raciocínios que conseguimos fazer, qualidade do
processamento da informação)

Diferentes domínios
• Desenvolvimento motor/físico
• Desenvolvimento cognitivo
• Desenvolvimento emocional/social
• Desenvolvimento da linguagem

Que condições são necessárias?


Nutrição tem que ser suficiente mais a hidratação
Sono – Qualidade do sono – Higiene do sono
- Certos comportamentos afetam o sono, por exemplo, estar no telemóvel, assistir a filmes de terror antes
de dormir
- Não dormir envelhece
- Cortisol é a hormona do stress – Quando dormimos é controlada
- Durante o sono as hormonas do sono são segregadas
- Durante o sono as hormonas da digestão são controladas

Afeto (carinho, etc) - Transmite-se muito através do cuidado/atenção - Vinculação

Desenvolvimento Motor/Físico
Aquisição da marcha, gatinhar, etc
Crescimento
Aumento do peso

- PERTURBAÇÃO DESAFIANTE DE OPOSIÇÃO


- humor zangado/irritável
- comportamento conflituoso/desafiante
- comportamento vingativo

- CONSEQUÊNCIAS NEUROPSICOLÓGICAS DO MAU TRATO E CRIME

Desenvolvimento cognitivo
Depende da qualidade da infância é importante para o as questões emocionais e cognitivas
Teoria de Piaget (Teoria mais robusta que explica o desenvolvimento cognitivo)
- Desenvolvimento cognitivo em 4 estádios:
- 1º - Sensório-motor – O desenvolvimento da criança acontece pr via daquilo que sente e faz - Até aos 2
anos de idade
- 2º - Pré-operatório - A criança não consegue fazer operações e nem as desfazer
- Ex: 2+4=6 / 6-2=4
- Até aos 5/6 anos de idade – Todo o pré-escolar
- Egocentrismo – A criança não é capaz de se colocar no lugar dos outros
- 3º - Operações concretas – A criança consegue fazer operações porém tem que as ver – Ex: Exercícios do
livro do 1º ano – Exercícios bastantes ilustrativos
- Matar alguém faz parte das operações concretas, X mata e y morre - É concreto
- Há crianças que não chegam ao estádio das operações concretas, ficam pelo estádio pré-operacional
– Problema no desenvolvimento cognitivo
- 4º - Operações formais – Conseguem lidar com abstrações sem as ver

Desenvolvimento da linguagem
No desenvolvimento cognitivo, a criança aprende a língua materna
Depende da qualidade da infância
O desenvolvimento da linguagem deve ter acontecido no período critico

Período de tempo em que o individuo está mais apto para adquirir uma competência (neste caso a
linguagem), ultrapassado esse período essa aquisição é difícil de acontecer – Esse período remete desde o
nascimento até aos 6 anos de idade
Crianças que por opção dos pais são mantidas em cativeiro/presas em jaulas, que são afastadas de tudo o
resto, quando ultrapassam os 6 anos de vida, esta terá bastantes dificuldades para aprender a linguagem.

Vinculação
Relação emocional que se pretende que seja recíproca entre a criança e a pessoa que cuida dela (Mãe e Pai)
- Estes têm que ter competências parentais
As crianças têm que se sentir protegidas, têm que ter regras, sentir-se acarinhadas, têm que ter afeto

Tipos de vinculação
Segura
As crianças nunca duvidam que os pais lhes vão faltar
Confiam nos pais
Pais muito atentos às crianças
Pais que são muito responsáveis
As crianças não têm a menor duvida que os pais nuca lhes vão faltar

Insegura
As crianças têm dúvidas
As crianças têm medo que os pais as abandonem
Pais muito pouco atentos
Existem vezes que os pais não estão lá quando a crianças precisam

Evitante
Os pais não querem saber da criança, não dão afeto nenhum
Na maioria das vezes não estão presentes
A criança aprende que não pode confiar nos pais, e com isto em ninguém
A criança vai-se desenvolver sem confiar em ninguém
Como não recebem afeto não sabem dar afeto

Fatores que definem os estabelecimentos de padrões de vinculação


Competências parentais
As características da criança (nomeadamente o temperamento)

Desenvolvimento moral
Teoria do raciocínio moral (Kohlberg)
- Está relacionada com a análise/explicação de determinados atos
- Apresentou dilemas morais e a partir das respostas das pessoas formalizou 3 estádios de raciocínio
moral:
- Pré-convencional – O importante para as pessoas é obter a recompensa e evitar a punição. Tudo é
permitido desde que eu não seja punido. Tudo é possível eu não tenho culpa de nada
- Convencional – As pessoas decidem o que é bem e o que é mal a partir da lei – Agir em função das
leis que estão em vigor
- Pós-convencional – Quando a pessoa tem conhecimento das leis em vigor mas rege o seu
comportamento a partir de uma conduta/código ético-pessoal (a sua justificação)

Perturbações de desenvolvimento
São crónicas - São para toda a vida (Ex: Dislexia)
São dinâmicas – As crianças podem, eventualmente, melhorar ou piorar as sintomatologias, variações, porém
estas não desaparecem
Causa multifatorial - Várias causas para a sua ocorrência (Ex: Saúde da mãe durante a gravidez, a
prematuridade – grande fator de risco - idade do pai, etc)
Elevada comorbilidade - é quando uma pessoa tem em simultâneo, duas ou mais doenças - Uma criança
quando tem uma perturbação de desenvolvimento, normalmente, tem outra associada
Afetam o desenvolvimento da criança a nível transversal, fica muito comprometida, interfere em muitas áreas
do desenvolvimento, como por exemplo, cognitivo, emocional, etc
Normalmente, as crianças são diagnosticadas em idade pré-escolar

- Uma das diversas perturbações de desenvolvimento na criança é a chamada Perturbação Desafiante


de Oposição
- As crianças são rebeldes/antipáticas
- Diagnosticada antes dos seis anos
- Não temos prazer em estar com elas, crianças que incomodam muito.
- Muito frequente encontrar estas crianças em famílias negligentes
- Associado a questão de genética (Ex: O meu pai tem autismo então eu também tenho)
- 3 características destas crianças: Falta de humor, zangada e altamente irritável
- Comportamento conflituoso e desafiante constantemente e todos os dias. Não cumprem ordens,
desrespeitam as regras e aborrecem o outro
- Têm muita atribuição causal externa (A culpa é sempre dos outros e nunca dela)
- Comportamento vingativo - Dá-lhes gozo, planeiam a vingança
- Estas crianças têm que ser acompanhadas para que não evoluam para uma perturbação de comportamento
e para a psicopatia

Maus-Tratos
Principais tipos de maus-tratos:
Físico – Tudo o que causa dor física na criança
Psicológico - Ameaça, humilhação, desvalorização e isolamento da criança
Sexual - Não é só a violação, por exemplo, obrigar a criança a ver algo erótico, obrigar alguém a se prostituir,
etc
Negligência - Não cuidar do bem-estar da criança
- Esta não receber carinho ou qualquer tipo de proteção - Negligencia emocional
- A negligencia é o tipo de maus-tratos com consequências mais nefastas a longo da vida do individuo
- Ex: Na vida adulta, e enquanto crianças, vã ter dificuldades em se relacionar a outro.
Fatores de risco
Da vítima
- Idade
- Ser deficiente
- Etc
Do agressor
- Consumo de drogas/Substancias
- Impulsividade
- Ambiente agressivo onde nasceu e cresceu

Ser mal tratado gera stress – No cortisol (conhecida, muitas vezes, pela hormona do stress) isso vai gerar
efeitos muito nocivos. Este é responsável pelo stress, elevados níveis de cortisol podem gerar muito stress, o
que, eventualmente, vai causar repercussões negativas no cérebro (Vai afetar, especialmente, o lobo frontal)
- Crianças mal tratadas apresentam défices ao nível das funções executivas + repercussões ao nível do sistema
límbico (amígdala), ao nível das emoções - Funcionamento não normativo da amígdala – Tudo isto devido ao
stress

- CONDIÇÃO COGNITIVA E CRIME


- Crimes cometidos por idosos
- DEMÊNCIA
- Conceito e generalidades
- Doença de Alzheimer: principais características
- Demência Frontotemporal: principais características
- Prática de crime
Fatores de risco
Quem não podemos controlar e/ou prevenir?
- idade
- sexo
- genética

Quem podemos controlar e/ou prevenir?


- baixo nível de escolaridade
- hipertensão arterial
- diabetes
- obesidade
- défice auditivo
- consumo abusivo de álcool/tabaco
- poluição do ar
- baixa atividade física
- baixa interação social
José Brites

A Neuropsicologia e a lei: responsabilidade criminal

• A Neuropsicologia vem ajudar a avaliar a pessoa, perceber quem é, para isso utiliza-se um
conjunto de técnicas
• Trabalha 2 áreas distintas:
o Avaliação
o Reabilitação

Emoção (sistema nervoso periférico) < — > comportamento < — > pensamento (sistema nervoso
central)

• Se soubermos como a pessoa pensa, age e sente, conseguimos perceber a pessoa

• Tempo de pena – o indivíduo tem de cumprir o tempo todo que foi dado pelo juiz (em crimes de
sangue e sexuais)
• Liberdade condicional – o indivíduo pode sair mais cedo, quando cumpre 2/3 ou % da pena, todos
os meses tem que se apresentar ao agente da liberdade condicional
• A neuropsicologia é uma especialidade avançada da área da psicologia clínica e da saúde
• Dedica-se a aprofundar o conhecimento sobre as relações múltiplas entre o funcionamento
cognitivas e outros fenómenos da vida mental, os seus correlatos neurobiológicos normais ou
anormais, e o comportamento do indivíduo isolado ou em interação, em diferentes contextos e
fases do ciclo de vida, recorrendo para isso a uma variedade de métodos e técnicas, quer da
psicologia em geral, quer especificamente da neuropsicologia e de outras neurociências.

Neuropsicologia e a lei: responsabilidade criminal

• Na verdade existem perspectivas diferentes de abordagem do assunto: por um lado está a saúde
mental na perspetiva dos cuidados de saúde enquanto direito fundamental previsto na
Constituição da República Portuguesa, existe também a saúde mental da pessoa reclusa, mas na
vertente em que a mesma foi sujeita a aplicação de uma medida privativa da liberdade de
internamento, em virtude de ter sido declarada inimputável, fato apurado mediante a sujeição da
mesma a uma perícia médico-legal.

Regulamento Geral dos Estabelecimentos Prisionais

Assistência médica – a saúde prevalece em detrimento de tudo o resto (quer seja saúde física ou
psicológica)
Execução das medidas de internamento em unidades de saúde mental não integradas
no sistema prisional

Definição da área:
A neuropsicologia dedica-se a aprofundar o conhecimento sobre as relações múltiplas entre o
funcionamento cognitivo e outros fenómenos da vida mental, os seus correlatos neurobiológicos
normais ou anormais, e o comportamento do indivíduo isolado ou em interação, em diferentes contextos
e fases do ciclo da vida, recorrendo para isso a uma variedade de métodos e técnicas, quer da psicologia
em geral, quer especificamente da neuropsicologia e de outras neurociências.
Suportando-se no conhecimento assim produzido, a atividade do especialista em neuropsicologia
decorre fundamentalmente de um trabalho de exploração clínica e avaliação sistematizada com recurso
a testes psicológicos e neuropsicológicos, a par de outras fontes de informação, que permitem inferir
alterações no funcionamento cognitivo e afetivo na sua relação com o sistema nervoso em geral e o
cérebro em particular, seja apenas para fins diagnósticos e prognósticos, seja para dar lugar ao
planeamento, implementação e avaliação de programas de intervenção neuropsicológica.

Avaliação e planeamento da reabilitação em Neuropsicologia Criminal

Formulação integrativa do caso

Precipitante

Problema Prepetuadores

Predisponentes

Protetores Coping/Defesa

Avaliação neuropsicológica – entrevista prévia


Exemplos de perguntas:

Estado de consciência do paciente


Orientação
Como se chama?
Idade / Data de nascimento / Onde nasceu / Em que mês estamos? / Tem filhos?
Nível pré-mórbido
Em que escolas estudou?
Qual é a sua profissão? / Onde trabalhou antes? / Qual o grau académico alcançado?
O que faz aos fins-de-semana?
A atitude do paciente face à sua situação
Como se sente?
Onde está agora? / Quando chegou cá? / Quem sou eu?
Descontrola-se com facilidade? / Como é a sua vida familiar?

Principais queixas do paciente


Queixas subjectivas e espontâneas
Como se sente? / Sente que alguma coisa está mal consigo?
Por vezes sente ansiedade? / Como é o seu sono normal?
Sente demasiada fome? / E sede?
Queixas generalizadas
Tem dores de cabeça? / Pode descrever como são? / Onde se localizam? / Está é a sua única queixa?
Tem tido perdas de visão? / Quando deu conta?
Tem dificuldades de memória? / De que tipo?
Queixas sobre os sintomas específicos episódicos
Tem tido desmaios? / Pode descrever a sensação ou experiências relacionadas com estes
acontecimentos?
Alguma vez lhe pareceu estar a ver coisas? / Pode descrevê-las?
Queixas sobre sintomas constantes e de evolução progressiva
Sente que os seus sintomas (visuais, auditivos, motores) pioraram?
Queixas sobre transtornos nas funções complexas
Tem dificuldades em orientar-se?
Tem dificuldades para vestir-se ou despir-se?
Tem problemas para ler ou escrever? / E com a notação musical? / Descreva com mais detalhe
Observações iniciais:
Diagnóstico neuropsicológico / Indicação terapêutica

Princípios gerais da reabilitação neuropsicológica

• As funções cognitivas comprometidas são identificadas a partir do exame neuropsicológico.


• Um modelo define o processo cognitivo que vai ser treinado.
• As tarefas terapêuticas são exercitadas repetitivamente.
• Os objetivos são hierarquicamente organizados.
• O processo remediado é individualizado, ou seja, ajustado ao nível da performance do indivíduo.
• O uso de tarefas para casa e testes de generalização permite verificar a aplicação das melhorias
de desempenho na vida quotidiana.
• As medidas de sucesso ou fracasso relacionam-se com a capacidade de vida independente e
reabilitação profissional

Bateria de avaliação Neuropsicológica de Luria – Nebrasca – LNNB


• Permite uma medida global de disfunção cerebral, ao mesmo tempo que contempla a lateralidade
e ajuda à localização de défices cerebrais – avaliação breve em aproximadamente 3 horas (ou seja,
pode ter uma origem biológica/genética)
• Forma I – tem 269 itens dos quais derivam 11 escalas clínicas: funções motoras, ritmo, tácteis,
visuais, linguagem recetiva, linguagem expressiva, escrita, leitura, aritmética, memória e
inteligência
• Escalas Clínicas derivam ainda outras cinco escalas: Potognomónica, Hemisfério Esquerdo,
Hemisfério Direito, elevação do perfil e défice
• Forma II – uma escala Clínica adicional: Memória intermédia. Para além de ser concebida para uma
cotação e interpretação em sistema multimédia

(Pode ser administrada a pessoas com 15 ou mais anos de idade)

• Escala C1 – Motora
• Escala C2 – Estruturas Rítmicas
• Escala C3 – Funções Táteis
• Escala C4 – Processos Visuais
• Escala C5 – Linguagem Recetiva
• Escala C6 – Linguagem Expressiva
• Escala C7 – Escrita
• Escala C8 – Leitura
• Escala C9 – Aritmética
• Escala C10 – Memória
• Escala C11 – Processos Intelectuais

Temos que ter em conta que com a realização disto ficaremos com dados concretos e qualificáveis. Se
não: demoram muito tempo a aplicar.

Torre de Hanoi
• É um dos “quebra-cabeças” mais populares, Édouard Lucas (1883)
• Prova de organização e programação visuo-espacial de uma sequência de movimentos, o que
implica (avalia:) a memória de trabalho ou operativa – planeamento, flexibilidade e solução de
problemas.

Mini-Mental State Examination


Cada um dos seis grupos de questões está relacionado com orientação Repetição (de palavras), atenção
e cálculo, evocação, linguagem e Habilidade construtiva.
• 1 – orientação
• 2 – retenção
• 3 – atenção e cálculo
• 4 – evocação
• 5 – linguagem

Mais utilizada para fazer rastreio cognitivo.

Montreal Cognitive Assessment – MoCA


Mais utilizada para fazer rastreio cognitivo, avalia orientação, escrita, linguagem, aritmética, …

Ou seja, existe um conjunto de provas que mais tarde nos iram levar à melhor reintegração do indivíduo.

Figura Complexa de Rey

• Construído por André Rey (1942)


o Permite o diagnostico entre a debilidade mental e o défice adquirido
• Osterriet (1945)
o Desenvolveu o estudo genético da prova
• Utiliza um material reduzido sendo facilmente aceite por diversos sujeitos
o Ex. Dificuldades de linguagem; Sujeitos inibidos; etc .
O estudo de Osterrieth
• Estudo com 295 sujeitos
o Com 20 casos por cada grupo etário
o Os grupos eram compostos por sujeitos que tinham a mesma idade expressa em anos
o Por exemplo: o grupo dos 4 anos foi formado por crianças com idades entre os 4 anos e os
4 anos e 11 meses
• Este estudo permitiu estabelecer uma graduação das formas de cópia, que vão desde as reações
mais primitivas às mais evoluídas

Aplicação

Forma de aplicação Individual


Idade Forma B 4 a 8 anos
Idade Forma A A partir dos 7 anos – Recomendável
Tempo de aplicação Entre 5 a 25 minutos – Variável
Duas fases de prova Cópia e Memória
Avalia Atividade Perceptiva
Memória Visual

Instruções
1ª Fase: Cópia
*Apresentar a figura na horizontal
- Losango terminal, orientado para a direita e ponta voltada para baixo
“Tem aqui um desenho. Vai copiá-lo nesta folha; não é necessário fazer uma cópia rigorosa; é preciso, no
entanto ter atenção às proporções e sobretudo não esquecer nada. Não é necessário trabalhar à pressa.
Comece com este lápis”

2ª Fase: Memória
- Máximo: 3 minutos depois

• Devem ser utilizados 5/6 lápis


• Anotar a sucessão de cores utilizadas
o Objetivo: identificar o desenho da cópia
• Quando devemos mudar de lápis?
o Sempre que possam surgir dúvidas, na cotação, sobre a sucessão dos elementos
o Exemplo: o desenho é iniciado no retângulo grande e diagonais – dá-se outro lápis quando
se passar para estruturas interiores

Correlação Quantitativa

• Aferição da prova:
o Avaliar os pontos na cópia e na memória
o Avaliar o tempo nas duas fases

Cada Unidade Pontos


Correta Bem colocada Mal colocada 2 1
Deformado ou Incompleta mas Bem colocada Mal colocada 1 1/2
reconhecível
Irreconhecível ou Ausente 0
Pontuação Máxima 36

Riqueza e Exatidão a Cópia


Percentil Idade
5 7 9 11 13 15 Adultos
10 3 14 26 28 24 27 29
20 8 15 25 30 28 31 30
25 11 17 28 30 29 31 31
30 12 20 28 30 29 31 31
40 10 21 28 32 30 32 32
50 19 22 30 33 30 32 32
60 19 23 33 34 32 33 33
70 21 27 34 35 34 34 34
75 21 27 34 35 34 34 34
80 22 28 34 35 34 35 34
90 26 31 34 36 35 35 35
100 31 31 36 36 36 36 36
Média 17 22,4 30,6 32,1 30,6 32 32
D.P. 6,4 5,19 2,7 2,6 2,6 2,1 1,8

Tempos de Cópia (em minutos)

Idade Percentil
10 25 50 75 100
4 15 10 8 7 4
5 12 10 8 7 3
6 15 11 9 7 6
7 18 11 9 7 5
8 11 10 7 6 5
9 8 7 6 5 4
10 10 9 8 4 3
11 6 5 4 3 2
12 8 5 4 4 3
13 5 5 4 3 2
14 5 5 4 4 1
15 6 4 4 3 2
Adultos 6 5 4 3 2

• tempo de execução é sempre arredondado para o minuto seguinte;


(Ex. 2´15´´arredonda-se para 3´ e lê-se entre 2 e 3 minutos)

Riqueza e Exatidão da Memória

Percentil Idade
5 7 9 11 13 15 Adultos
10 2 2 14 15 13 15 15
20 3 8 16 16 15 20 17
25 4 9 16 17 17 20 18
30 4 10 18 17 17 21 19
40 9 14 19 20 19 22 22
50 10 14 19 20 19 22 22
60 11 17 20 22 22 23 24
70 14 18 22 23 22 24 26
75 14 18 22 23 23 25 27
80 14 18 23 23 23 25 28
90 18 22 26 23 24 26 29
100 23 28 29 27 33 28 35
Média 10,2 14,4 20 20 20,25 21,2 22
D.P. 5,3 5,7 3,5 3,4 4,07 3,6 4,9

Correlação Quantitativa
• Tempo medido com cronometro:
o Arredondado sempre para o minuto seguinte
• Com o estudo de Osterrieth, é possível ficarmos a saber que elementos devem ser considerados:
o Dividiu a figura em 18 unidades
o Facilita a cotação, sendo mais precisa

Correlação Quantitativa – Tipos de Cópia


• Tipo I – Construção sobre a armação
o Primeiro é desenhado o grande retângulo central, as diagonais e medianas e depois
desenha os outros elementos. Característica dos adultos.
• Tipo II – Detalhes englobados na armação
o Começa por um detalhe junto ao retângulo grande (ex. Cruz superior esquerda), de
seguida o retângulo englobando os outros detalhes e depois acaba a construção do
mesmo, traçando as diagonais
• Tipo III – Contorno Geral
o Reproduz o contorno exterior da figura sem diferenciar o retângulo central. Seguidamente
coloca os detalhes no interior, terminando pelo grande retângulo. Isto dificulta o ajuste
das linhas
o Estilo que se mantém no decurso de toda a evolução do tipo complementar. Diminui a
aparecer a partir dos 6 anos e deixa de ser apreciável nos adultos
• Tipo IV – Justaposição de detalhes
o O sujeito justapõe os detalhes, uns ao lado dos outros procedendo como um pus-lhe. Isto
causa problemas de proporções e de ajuste, mas o desenho pode ficar correto
o Aqui a utilização das cores é útil
o Predominante nos grupos de 5 e 10 anos
• Tipo V – Detalhes com fundo confuso
o O grafismo é pouco estruturado ou nada. O modelo é irreconhecível mas são nitidamente
conhecidos os detalhes
• Tipo VI – Redução a um esquema familiar
o Reduzido a esquema familiar (ex. Barco, casa, homem). Pode fazer lembrar vagamente o
modelo
• Tipo VII – Garatujas
o Simples gatafunhos onde não se reconhece nenhum elemento do modelo, nem a forma
global

Correlação Qualitativa – Segundo Osterrieth

Etapa Tipo Idade


Etapa I Tipo V Predomina (4 anos) como tipo secundário
Com o tipo IV
Etapa II Tipo IV Predomina (5 a 11/12 anos)
A) Com o tipo III Como tipo secundário (5 a 7 anos)
B) Com o tipo I/II Como tipo secundário (7 a 11/12 anos)
Etapa III Tipo I/II Predomina (11/12 anos a adultos)
Com o tipo IV Como tipo secundário

Considerações sobre resultados

Cópia
A) Processo de cópia nitidamente inferior:
- Reprodução defeituosa
1) tempo de copia longo; sujeito pouco desenvolvido do ponto de vista intelectual; dispararia de
construção gráfica; percepção visual confusa
2) tempo de copia anormalmente curto – corresponde a copia de um só elemento fácil ou de uma
garatuja que o sujeito considera suficiente; incapacidade de analise

B) Processo de cópia nitidamente superior:


1) Copia precisa e rica, executada em tempo normal. Sujeito aplicado e preciso: estrutura
racionalmente os dados visuo-espacias
2) Cópia pouco precisa (com esquecimentos); o tempo é frequentemente curto. Pode-se antever
uma tendência a “manipular”. Com lentidão gráfica na execução mas com elaboração
perceptiva global desenvolvida

Memória
A) Reprodução insuficiente manifestando, claramente alterações da memória visual
- pode haver um bloqueio originado por uma escrupulosidade exagerada

B) O processo de copia foi inferior e a reprodução é pobre. A insuficiência confirma o nível de


elaboração visuo-espacial

Aferição Portuguesa

• A partir dos 12 anos, os tipos de cópia dos grupos V, VI e VII consideram-se como indícios de
provável debilidade mental
• Em crianças pequenas podemos observar
- Macro ou Micrografismo

• Em psicopatas com deterioração mental:


- acrescentos e sobrecargas
- elementos repetem-se
- tendência para preencher superfícies
- desenho torna-se pesado, carregado ou confuso

Montreal Cognitive Assessment (MoCA)

Fundamentação Teórica
• É uma prova não-verbal que avalia a inteligência global
o Desenvolvida para a execução simples e considerada transcultural
• Spearman (1904)
o Cria o conceito de inteligência geral: Factor G
o Defendia que a inteligência resultava de um grupo de aptidões
• Thurstone (1938)
o Considera a inteligência composta por seis aptidões mentais diferentes (Habilidade
espacial, velocidade de perceção, habilidade numérica, memória, fluência verbal e fluência
de raciocínio)
o Defendia que essas aptidões eram relativamente independentes umas das outras

Avaliação
Permite avaliar:
• Inteligência abstrata
• Raciocínio Lógico-Dedutivo
• Capacidade de Resolução de Problemas
• Requerem o uso de Estratégias de Raciocínio

Aplicação
Administração – Individual ou Coletiva
Duração – Variável e sem tempo limite (entre 40 a 90 minutos)
Aplicação – Todas as faixas etárias
Material necessário:
a) Caderno com as Matrizes
b) Folha e Respostas

Instruções
A. Itens apresentados um a um sob a forma de matriz, faltado uma parte da mesma
B. O sujeito escolherá entre as alternativas colocadas, a que completa corretamente a matriz,
registando na folha de respostas o número respetivo
C. Em cada série, os itens estão colocados por ordem de dificuldade, ficando os mais fáceis no início.
O objetivo é introduzir ao examinando, um novo tipo de raciocínio
D. Quando passarem 20 minutos da prova, devemos pedir ao examinando que faça um traço no item
em que está. Depois deve continuar a prova

Cotação
• Respostas corretas = 1 ponto
• Respostas incorretas = 0 pontos
• Tabela 20 minutos (Escala Geral): Contabilizar o número de respostas corretas dadas ao fim deste
tempo.
• Total: Número de respostas corretas no tempo total da prova
• Tanto a soma dos 20 minutos como o Total deve ser convertida em percentil

Neuropsicologia
Área Clínica de Especialização
• Reconhecida oficialmente nos anos 60, como disciplina distinta da Neurologia, das Neurociências
e da Psicologia
• Considera-se uma disciplina de apoio à Neurologia, apesar de cruzar conhecimento com outras
disciplinas científicas, como a Anatomia, a Biologia, a Farmacologia e a Genética Comportamental

Área Científica de Investigação


• Focada no desenvolvimento da ciência, baseada no estudo das funções cerebrais e sua correlação
com o comportamento
• A atividade de investigação potenciada pelas técnicas Radiológicas, Electrofisiológicas ele
neuroimagem, focando-se nos aspetos cognitivos

Objetivos da Neuropsicologia
Clínicos – Diagnóstico diferencial de patologias, processos demenciais, perturbações cognitivas e
emocionas, causados por patologias cerebrais e síndromas neurológicos; Avaliação de acontecimentos
neurológicos traumáticos ou degenerativos em qualquer idade

Cognitivos – Inferência e prognóstico de défices específicos resultantes de perdas cognitivas; Correlação


dos processos cognitivos com os substratos neuronais correspondentes

“A compreensão da função cerebral é fundamental para a compreensão do comportamento humano”

Avaliação e planeamento da reabilitação em Neuropsicologia Criminal


• A Neuropsicologia permite avaliar as capacidades cognitivas e emocionais, inferindo sobre
possíveis disfunções resultantes de lesões cerebrais
• A intervenção Neuropsicológica assenta na estimulação ou potencialização das capacidades
sociais e intelectuais dos indivíduos, bem como na criação de novos canais comunicativos
• Um dos objetivos da Neuropsicologia é promover a qualidade de vida dos indivíduos, treinar
competências, acompanhar o processo de doenças e avaliar pré e pós, o efeito de intervenções
cirúrgicas e terapêuticas
• A Neuropsicologia Forense vem auxiliar as questões jurídicas no sentido de ajudar a compreender
e explicar que as dificuldades da pessoa podem interferir ou não num determinado evento
específico legalmente considerado

Fases da Avaliação – Contexto Forense


Sessão(ões) Entrevista Forense e Clínica
Inicia(ais) Análise Funcional do caso
(Ensino de procedimento de auto-monitorização)

2/3.ª Sessão Entrevista Clínica e Forense Estruturada


Avaliação pelo terapeuta, Auto e Hetero-Avaliações
Avaliação fisiológica e testes neuropsicológicos
3/4ª Sessão Discussão dos resultados da avaliação
Elaboração do relatório de avaliação forense
Plano de intervenção

Avaliação Cognitivo-Comportamental – Contexto Forense

I. Enquadramento Inicial
Sessão Inicial/Entrevista de Triagem – Objetivo:
- Elaborar a História Clínica Forense
- Fazer uma análise funcional

Observação do comportamento verbal e não verbal

Comunicação não verbal:


• Aparência geral (ex: vestuário: extravagante, provocatório, luto, inadequado; tatuagens;
adornos)
• Atitude corporal (ex: marcha, aperto de mão, postura, gestos, atitudes, movimentos)
• Voz (ex: entoação monocórdica, volume baixo, tremores ou gaguez)
• Expressões, mímicas faciais e indicadores fisiológicos (ex: rubor, suores, tensão, palidez)
Contato visual

Discurso não explicito (ex: incompleto, evasivo, recorrente com temas repetidos)

Dados da entrevista a abordar


• Antecedentes Familiares (Existência de alguém com as mesmas dificuldades; modo como lidam;
valores; identificação)
• Vida Familiar/Adoção
o Figuras parentais (dados demográficos; forma como as descreve, relacionamento
passado/atual)
o Irmãos (relacionamento passado/atual)
o Conjugal (dados demográficos; forma como o(s) descreve, relacionamento passado/atual,
numero de casamentos/relações significativas; historia e características das relações
significativas anteriores)
o Filhos (dados demográficos; relacionamento)
• Vida Social/Adaptação
o Competências; envolvimento (grupal/organizacional/comunitário)
• Vida Escolar/Adaptação
o Aspetos mais significativos na educação (infantil, primaria, secundaria, superior);
principais opções vocacionais
• Vida Profissional/Adaptação
o Profissão; Principais tarefas e responsabilidades atuais, grau de satisfação; principais
trabalhos que desempenhou e grau de satisfação
• Tratamentos anteriores; Saúde
o Principais doenças relevantes – passado e presente
o Tratamentos anteriores e atuais
• Problemas com a Justiça
o Principais problemas com a Justiça
o Medidas Privativas de Liberdade
o Antecedentes Criminais

Avaliação – Medidas Gerais + Medidas Especificas – Relatório Forense

Relatório de avaliação neuropsicológica: (exemplo)


Síntese conclusiva:
O paciente apresenta alterações da memória de trabalho e dificuldades de atenção sem hiperatividade-
impulsividade. O quadro clínico além do défice de atenção revelou uma componente de disfunção na
memória de trabalho, o que poderá justificar as alterações nos testes de avaliação da atenção. O estado
de humor indica sintomatologia depressiva ligeira.
O paciente foi submetido a uma avaliação neuropsicológica que, tendo em conta a sua faixa etária e nível
de escolaridade, revelou:
Queixas atuais:
As queixas recentes surgem a nível de dificuldade na atenção, apatia e diminuição do rendimento nas
atividades de vida diária (AVD) nomeadamente em se concentrar e atenção mantida. Sublinha-se o facto
de estes sintomas clínicos serem recorrentes tendo-se intensificado nos últimos meses.
Clinicamente refere que é portador da doença inflamatória coroidopatia interna punctata (PIC) no olho
direito, não havendo nenhum registo de doença psiquiátrica ou défice cognitivo.
Atualmente não faz nenhuma medicação.
Exame físico sumário:

• Aparência geral boa


• Idade real e aparente, coincidente

Exame neurológico sumário:

• Postura ortostática coincide, marcha regular, sem desequilíbrios e vertigens


• Acuidade visual e auditiva mantida
• Sem alterações na articulação da língua e da fala

Exame psicológico sumário:

• Aparência cuidada, postura natural ao longo da sessão de avaliação


• Atitude calma, cordial e colaborante, contato total preponderante
• Registo/verbalização sem outras alterações
• Orientação temporal e espacial
• Perceção sem alterações durante a entrevista
• Discurso fluente, coerente e organizado mas revelador de “alguma” ansiedade
• Pensamento sem alterações do curso, forma, posse ou controlo do pensamento

Resultados dos testes aplicados:


1. A nível de rastreio cognitivo, através da Prova: Montreal Cognitive Assessment (MoCA), verificou-se
que a pontuação obtida de 28, em 30 pontos, é indicadora de ausência de défice cognitivo.
a) Capacidade visuo espacial/executiva com estimulos simples e complexos mantida;
b) Capacidade de memória imediata, mantida;
c) Memória de trabalho com alterações e memória de evocação diferida sem defeito;
d) A linguagem é espontânea, com boa fluência e prosódia, sem erros parafrásicos e de conteudo
adequado. Sem dificuldades no processo de desenvolvimento da expressao e recepçao verbal ou
escrita da linguagem confirmadas com outras tarefas de processamento fonológico,
compreensão de palavras e de frases;
e) Capacidades de orientação autopsiquica, alopsiquica, espacial e temporal sem alteraçoes.

2. Na capacidade de atencao mantida por periodos prolongados de tempo (10 minutos) revelou um poder
de realizaçao bom (150) com Dispersão (13,3%) na capacidade de concentração e pouca resistência à
fadiga, revelando inoperância desta capacidade (Prova: Toulouse-Pierón).
3. Na atividade perceptiva e memória visual (Prova: Figura Complexa de Reyb, nas fases, processo de
cópia (precisa e rica, executada em tempo normal) e memória (tempo de recordação curto, há
esquecimentos, apesar de uma elaboração perceptiva global desenvolvida) apreende sem dificuldades
os dados perceptivos que lhe foram fornecidos mas que parece não ter conservado suficientemente na
memória, confirmando alterações/dificuldades da memória visual.
4. O estudo das capacidades intelectuais efectuado através da prova: Matrizes Progressivas de Raven,
revelou um nível de rendimento intelectual dentro da média (58 pontos-percentil 90), em todos os níveis
de comparação das suas características, ou seja, capacidade de observação/percepção e clareza de
raciocínio e reflexão.
5. Um sistema de movimentos motores e grafomotores coordenados em função de um resultado ou
intenção, com ajustado planeamento estando ausente alterações sensoriais, perceptivas, motoras ou de
compreensao da linguagem (Prova: Movimentos alternados e padrões alternados).
6. Sem alterações na capacidade práxica (execução de movimentos dos membros e buco-faciais),
ausência de apraxia ideativa e ideomotora e de apraxia buco-facial (Prova: Execução de movimentos por
instrução verbal).
7. Avaliaçao de personalidade e sintomas psiquiatricos:
a) No questionário sintomático e psicológico (Prova: SCL90R), os valores obtidos indicam bastante
presença no índice patológico de obsessão-compulsão (2,5) e moderação no índice de
sensibilidade interpessoal (1,54) e ideação paranóide (1,83). As restantes dimensões avaliadas:
somatização (0,66), ansiedade (1,16), hostilidade (1), ansiedade fóbica (0) e psicoticismo (0,54)
não indicaram quaisquer sintomatologia.
8. Nos critérios de diagnóstico da DSM-5° para a desatenção obteve 7 em 9 indicando uma intensidade
desadaptiva e ansiogénica com impacto negativo nas atividades profissionais e sociais. Não demonstrou
sintomatologia para hiperatividade-impulsividade (2/6).
9. Verificou-se que o paciente esteve envolvido e motivado no processo de avaliação, não se observando
tentativa de simulação ou de esforço insuficiente.
10. A nível funcional apresenta alterações no desempenho das atividades da vida diária (AVD) e no
comportamento é de referir a presença de lentificação, diminuição de flexibilidade mental e alguma
diminuição de iniciativa.
Conclusão e recomendações:
A avaliação neuropsicológica ao paciente revelou um nível de funcionamento sem alterações no domínio
cognitivo da linguagem, orientacão, memória imediata e função executiva. No entanto, prevalece, um
défice ligeiro na memória de trabalho e na atenção sendo que em tarefas de atençao mantida os
resultados agravam-se.
Não evidencia perturbação de personalidade, mas com elevação na perturbação clínica depressão e
obsessão-compulsão que poderá ser desencadeadora de maior dispersão da atenção. A avaliação
neuropsicológica revelou um perfil consistente de envolvimento no processo de avaliacao, sem tentativa
de simulação ou esforço insuficiente.
Face aos resultados, recomenda-se acompanhamento psicológico, a fim de ser trabalhado estimulacao
cognitiva para os dominios cognitivos: Atenção, Concentração e Memória de trabalho,

Exercícios
1. O que é a neuroimagem/Para que serve
2. Quais as principais técnicas de
Neuroimagem
3. Neuroimagem e Neuropsicologia Criminal

Categorias de Neuroimagens:
Estruturais
• Tomografia Computorizada
(TC)
• Ressonância Magnética
(MRI)

Funcionais
• Tomografia por emissão de Fóton único (“single-photon emission computerized tomography –
SPECT)
• Tomografia por emissão de Positrões (“Positrón Emission Tomography – PET)
• Ressonância Magnética Funcional – fMRI

Qual a diferença da neuroimagem estrutural e funcional

Traumatismo Crânio Encefálico


Classificações

Tipos:
• TCE Fechado (contuso) - caracteriza-se por inexistência de ferimentos no crânio ou existência,
apenas, de fratura linear, sem que haja desvio na estrutura óssea.
o Acidentes de Trabalho; Quedas; Agressões (TCE Fechado/Contuso)
• TCE Aberto (penetrante) - caracterizado por uma fratura do crânio e rutura das meninges
o Causado por armas de fogo ou arma branca (TCE Penetrante)

Morfologia:
• Extracranianas – Laceram o couro cabeludo, causando sangramento e hematomas (ex.
Hematoma Subdural)
• Intracranianas – Focadas ou Difusas
• Fraturas do crânio – podem ser lineares, cominutivas e com afundamento.

Meninges:
Gravidade:
• Leve • Escala de Coma de Glasgow;
• Moderado • Duração da Perda de Consciência;
• Grave • Duração de Amnésia Pós-Traumática;
• Severo/Muito Grave

Classificação:

Tipo de Lesão:

Focal
• Única localização (lobos frontais ou temporais mais frequentemente) e são caracterizadas por
provocarem o comprometimento de funções específicas, mediadas pela área lesada.

Difusa
• Associação de várias lesões em toda a massa encefálica com uma perda inicial do estado de
consciência, tendo como consequência frequente um estado de coma de duração variável.
Motoras:
• Hemiplegia/Hemiparésia;
• Incoordenação motora;
• Alteração do tónus;
• Bradicinésia;
• Perda da motricidade global e fina;
• Disfagia;
• Disartria.

Sensitivas:
• Visão;
• Audição;
• Paladar;
• Vestibular.

Capacidades cognitivas:
• Atenção e concentração;
• Memória;
• Funções executivas;
• Linguagem;
• Perceção.

Alterações neuropsicológicas:

Atenção – lesão no lobo frontal.


Memória - Lesão na parte medial do lobo temporal.
• As lesões que afetam o lobo frontal podem, também, provocar alterações da memória, devido às
dificuldades executivas em regular e controlar um comportamento, interferindo na utilização de
estratégias.
• A memória visual também poderá ser afetada, se a lesão ocorrer no lobo temporal direito.
• Se a lesão ocorrer no lobo temporal esquerdo, podem existir alterações na memória verbal.
• A memória semântica, ou seja, capacidade de recordar nomes ou fatos também poderá ser
afetada.

Funções executivas – Lesão nos lobos frontais;


• Não tem capacidade para identificar as suas dificuldades;
• Apresentam incapacidade para avaliar o seu próprio comportamento e também em traçar
objetivos realistas.
• Incapacidade para inibir uma resposta, o que dificulta o controlo do comportamento.

Repercussões no dia-a-dia do indivíduo


• Dificuldades em conseguir e manter um emprego bem como na socialização com os outros

Linguagem - Lesão no hemisfério esquerdo (quando dominante); Alteração mais frequente é a anomia.

Percepção - a maioria dos indivíduos que sofreram um TCE, não apresenta grandes alterações ao nível
das capacidades visuoespaciais, visuoconstrutivas e visuopercetivas.

Avaliação:
Técnicas de Neuro-imagem Estrutural
Ressonância Magnética (MRI) - extremamente importante na fase crónica (a partir das 6 semanas ou
mais), para o traçar preciso das lesões traumáticas e para a documentação do substrato neuropatológico
das sequelas neurológicas e neuropsicológicas.

Tomografia Axial Computorizada (TAC) - tem a sensibilidade de detetar lesões que requerem uma
intervenção neurocirúrgica imediata, tendo como vantagens a sua rapidez de execução e a excelente
monitorização do paciente, na aquisição da imagem, Bigler (1996).

Técnicas de Neuroimagem Funcional


Tomografia por Emissão de Positrões (PET) é uma técnica de neuroimagem funcional, capaz de detectar
disfunções cerebrais, não visualizadas pela TAC ou RM;
Tomografia por Emissão de Fotões Simples (SPECT)

Avaliação Neuropsicológica
Atenção/Concentração:
• Teste de Stroop;
• Symbol Digit Modalities Test;
• Trail Making Test (Formas A e B)

Memória e Aprendizagem:
• Wechsler Revista (Wechsler, 1987);
• Aprendizagem Auditivo-Verbal de Rey (Rey, 1964);
• Figura Complexa de Rey (Rey, 1959, 1980);
• Teste de Memória de Rivermead (Wilson e Cols, 1985).

Funções Executivas:
• Wisconsin (Heaton, 1981)

Funções visuopercetivas e visuoespaciais:


• Teste Gestáltico de Bender (Bender, 1938, 1984);
• Figura Complexa de Rey (Rey, 1959, 1980);
• Teste de Retenção Visual de Benton (Warrington & James, 1967),
• Visual Discrimination Form Test (Benton & Cols, 1983);
• Teste de Orientação de Linhas (Benton & Cols, 1983);
• Teste de Reconhecimento Facial (Benton & Cols, 1983);
• Hooper Visual Organization (Hooper, 1983);
• Teste de Percepção Visual de Marianne Frostig.

Linguagem:
• Teste de Boston para o Diagnóstico da Afasia (Goodglas & Kaplan, 1972,1996);
• Teste de Vocabulário de Boston (kaplan & Cols, 1986);
• BAAL ou Bateria de Avaliação de Afasia de Lisboa (Damásio 1973, Leal 2003);
• Bateria Western de Afasia (Kerstez, 1982);
• Token Test (McNeill e Prescott, 1978).
Intervenção:
• Depende da idade do indivíduo, da localização da lesão e do tipo de traumatismo.
(Pode ser realizada em várias fases: internamento, ambulatório e comunidade).
Necessidade de adequação de estratégias de intervenção, de acordo com a fase de recuperação, pois as
características individuais e os objetivos vão-se alterando ao longo da evolução do indivíduo (Gouveia et
al., 2009).

Objetivo:
• Minimizar alterações de memória verbal;
• Melhorar as capacidades visuo-construtivas;
• Melhorar o planeamento das tarefas diárias.
• Melhorar os comportamentos adequados na interação social

Estratégias de Intervenção:
• Uso de imagens como estratégia compensatória de memória para auxílio na organização de
informações e evocação de tarefas;
• Relato das tarefas diárias;
• Jogos de construção;
• Aumento da tolerância e auto-controlo na presença de pessoas não familiares e familiares;
• Treinar capacidades de adequação e julgamento de situações sociais, de grupo através do jogo e
de role playing através do brincar.

Intervenção Familiar/Escolar
Objetivo:
• Ampliar conhecimento sobre as consequências do TCE;
• Diminuir comportamentos desadequados entre o indivíduo, os familiares e os profissionais
educativos.
Estratégias de Intervenção:
• Abordagem psico-educativa sobre as alterações decorrentes;
• Orientação detalhada sobre as alterações de comportamento observadas.

Toxicologia
• Estuda os efeitos nocivos de substâncias químicas em seres vivos
(Prevenir doença/Manutenção da saúde)

Ciências:
Farmacologia/Bioquímica/Química/Fisiologia/Patologia

Agentes: Pesticidas/Poluentes/Drogas de abuso/Aditivos Alimentares

... Tem um papel importante na avaliação da segurança e dos riscos na utilização de substâncias químicas.

Sistema Nervoso Central


• A Neurotoxicidade pode contribuir para vários distúrbios mentais e neurológicos.
o Substâncias Psicoativas (Drogas)
o Exposição a fármacos durante um período prolongado.

Neurotoxicologia
• Estuda os efeitos dos agentes tóxicos ao nível do cérebro e de toda a sua carga celular. Pode ser
provocado por um agente biológico, químico ou físico que possui capacidades de alterar a
integridade de um organismo.

Efeitos dos agentes tóxicos


Neurotóxicos e seus efeitos
Psicopatologia Forense e simulação do suspeito
Psicopatologia forense
Conjunto de conhecimentos científicos referentes à doença mental. São vivências, estados mentais e
padrões comportamentais. É sistemático, descritivo, elucidativo e desmistificante.
(Não inclui critérios de valor, nem dogmas ou verdades à priori)

Contexto forense:
Imputabilidade – estabelece uma relação causal entre o comportamento de um sujeito numa ação
delituosa e suas consequências.
Inimputabilidade – quando a capacidade de imputabilidade for nula. Ou seja, aquele que por anomalia
psíquica e ou atraso mental não pode responder por si judicialmente.

Aspetos gerais
• Sociopatia
• Perturbação Anti-social da Personalidade
• Perturbação Dissocial da Personalidade
• Psicopatia
Simulação do suspeito:
• Desejabilidade social
• Escalas de mentira
• Observação

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