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Neuroanatomia

NEUROANATOMIA DOS TRANSTORNOS DE HUMOR

Prof. Luiz Eduardo Canton Santos


TRANSTORNOS DO HUMOR

EMOÇÃO X SENTIMENTO X HUMOR


• O humor é o estado emocional prolongado e
dominante ao longo do tempo;

• Os transtornos do humor são os mais comuns


entre os transtornos mentais sérios, e os mais
negligenciados;

• Os transtornos de ansiedade envolvem a


regulação anormal do medo.

• 60% das pessoas com depressão também


A palavra humor vem das definições antigas de que as apresentam transtorno de ansiedade.
variações emocionais e de sentimento a longo prazo
vinham de alterações nos líquidos corporais • Apesar de avaliar a emoção seja fácil, avaliar o
(humores), sendo a melancolia a palavra grega humor é muito complexo.
derivada do humor preto (Melan - escuro/ Cholia –
bile).
EMOÇÕES SOCIAIS ESTÃO RELACIONADOS AO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL

Em casos de lesões, comportamentos sociopatas são observados.

• Incapazes de permanecer em empregos e relacionamentos;

• Propensos a quebrar convenções sociais;

• Não mantem independência financeira;

• Falhas de julgamento moral;

• Ruptura de laços de amizade e familiares;

• Ruins em tomar decisões em condições de incerteza;

Phineas Gage
DEPRESSÃO UNIPOLAR E TRANSTORNO BIPOLAR

• São os transtornos de humor mais comuns. Os genes, nesses


casos, podem atuar
como *agentes
• As áreas mais afetadas são a amígdala e o cingulado
anterior. duplos.

• A depressão unipolar é diagnosticada em pessoas que


apresentam somente episódios depressivos, Modelam o temperamento das pessoas, o que
influencia nas situações em que se colocam e às
• O transtorno bipolar é diagnosticado em pessoas com repostas que tem sobre as experiências
episódios depressivos alternados com episódios de mania. adversas.

Assim como a esquizofrenia, há fatores genéticos


envolvidos, no entanto, num padrão ainda mais
complexo de herança. E, apresenta fatores do
desenvolvimento e ambientais envolvidos.
DEPRESSÃO MAIOR – PRINCIPAIS SINTOMAS

Mais comum no sexo feminino! 1,7 para 1

Fonte: DSM 4, Kandel et al. 2014


TRANSTORNO BIPOLAR – SINTOMAS DE MANIA

Fonte: DSM 4, Kandel et al. 2014


REGIÕES AFETADAS PELOS TRANSTORNOS DO HUMOR

• Áreas de processamento emocional com


contato direto com o hipotálamo (respostas
autônomas);

• Outras regiões: ínsula, núcleo accumbens e


feixe prosencefálico medial.

• Alterações:

• Aumento na atividade no córtex cingulado;

• Aumento no volume da amígdala (na


ansiedade também);

• Redução no volume hipocampal (em casos


prolongados a depressão pode causar atrofia
hipocampal).
DEPRESSÃO PODE
CAUSAR ATROFIA HIPOCAMPAL

• Duas hipóteses:

• O aumento persistente dos níveis de


glicorticóides pode causar dano aos neurônios,
por excitotoxidade glutamatérgica (excesso de
excitação e acúmulo de cálcio intracelular);

• Elevados níveis de cortisol podem suprimir a


neurogênese hipocampal, resultando numa
redução de novas células no hipocampo.

Estudos com o uso de inibidores seletivos da recaptação de


serotonina evidenciam aumento na taxa de neurogênese,
suprimindo a depressão.
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

• Todos derivados de uma regulação anormal do MEDO.

• Os transtornos de ansiedade são distinguíveis um do outro por meio da natureza, da intensidade e do curso temporal
dos sintomas. Podem ser disparados não por um único motivo, mas por um acúmulo de situações.

• Transtorno do pânico – Ataque inesperado de pânico.


• Transtorno do Estresse pós-traumático – Eventos trágicos.
• Transtorno generalizado de ansiedade – vigilância crônica.
• Transtorno de ansiedade social – medo de se expor.
• Fobia simples – a um estímulo em específico.
• Transtorno Obsessivo-compulsivo – rituais para inibir a ansiedade.

• Regiões como amígdala e estriado (núcleos da base) envolvidos.

Associado à ativação de circuitos simpáticos!


TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA

• Foi descrito inicialmente por Hans Asperger, em 1938.


• Comprometimento de funções encefálicas de alta complexidade:
• Consciência social;
• Comunicação verbal e não verbal;
• Interação social;
• Interesses restritos ou circunscritos;
Hans Asperger
• Mais da metade tem deficiências intelectuais (QI <70);
• Comportamentos estereotipados.

Os sinais incluem falta de interesse ao ser chamado


Afeta cerca de 1% da
pelo nome, preferência por objetivos em comparação a
população, numa
pessoas, uso repetitivo de objetos, girando-os,
proporção de 4:1,
exploração visual incomum e ecolalia.
com frequência
Não existem marcadores biológicos! maior em meninos.
A GENÉTICA DO AUTISMO

• Padrão complexo de herança multigênica somado a mutações convencionais e


variações ambientais.

• Estudos com irmãos gêmeos monozigóticos indicam forte associação genética,


principalmente nos cromossomos X ( o que explica a preferência por meninos).

Deleções e multiplicações em
diversos genes estão envolvidos.
REGIÕES ENCEFÁLICAS ALTERADAS NO TEA
Perímetro cefálico em crianças com TEA é maior.
IMPORTANTE!
A patologia do autismo pode não ser aparente no tamanho e
na forma do encéfalo maduro, mas sim no curso temporal do
desenvolvimento da estrutura e da conectividade do encéfalo.

COF – Córtex orbitofrontal


CCA – Córtex cingulado anterior Prejuízos sociais
A – Amígdala
STS – Sulco temporal superior Percepção de seres vivos Crescimento precoce do lobo frontal.
em movimento e fixação
do olhar.
GF – Giro fusiforme Processamento de faces
NP – Núcleos pontinos Compreensão e expressão
da linguagem
Estriado Movimentos repetitivos
Cerebelo

Estruturas amadurecem rápido demais! AMS – Área motora suplementar


CPP – Córtex parietal posterior
“CEGUEIRA MENTAL”

Perda da capacidade de mentalização ou “Teoria da mente”.

Prever o que o outro está pensando.


AUTISMO E NEUROPLASTICIDADE

https://www.youtube.com/watch?v=Z_N4tvz49JY
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1- ERIC, K.; JAMES, S.; THOMAS, J.; STEVEN, S.; A.J., H. Princípios de Neurociências. AMGH:
Grupo A, 2014. 9788580554069. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554069/. Acesso em: 30 Apr 2021

2 - HALL, John Edward; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2017.

3 - SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2017.
Qualquer dúvida envie um e-mail para luiz.santos@uniptan.edu.br

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