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Demência

• É considera uma síndrome, porque várias doenças podem contribuir


para o desenvolvimento da demência.
o Entre as doenças clínicas, a hipertensão está na lista pelo
seu efeito inflamatório e vasoconstritor dos vasos
cerebrais.
• É uma doença neurodegenerativa, progressiva e irreversível.
o Progressiva porque é uma doença que não para de evoluir.
o Neurodegenerativa porque os neurônios se degeneram.
o Irreversível porque até o momento não temos cura.
• Perda progressiva das habilidades cognitivas:
o Memória: principalmente no Alzheimer que é mais
prevalente.
• Isso pode impactar de maneira até cruel na vida
desse indivíduo.
o Funções executivas: capacidade de planejar, elaborar
ideias, imaginar, conseguir realizar um plano.
• Planejar coisas do dia a dia, seja um banho, uma
ida ao médico, banco etc.
• Dificuldades na praxia.
§ A praxia é a capacidade de realizar
atos motores.
§ Atividades que exigem além da
cognição, exige atos motores
também.
§ Pacientes que tem prejuízo da
cognição não consegue realizar esses
atos motores também.
§ Tem dificuldade de organizar e
executar movimentos, tal como
escovar os dentes e se vestir.
• É um problema de organizar e executar os
movimentos − não é como no Parkinson.
o Capacidade visuespacial: gnosia é a capacidade de
reconhecimento de objetos, coisas e pessoas.
• Tem dificuldade de reconhecer o ambiente, por
isso ficam assustados em ambientes novos
como, por exemplo, quando estão internados.
• Tem muito delirium porque ele tem domínio 0
daquele espaço e ambiente, demora para se
sentir parte dali e isso causa estresse oxidativo
neuronal.
• Perde a capacidade de reconhecer objetos
comum e começam a substituir as palavras.
§ Esquece o nome e a função do
objeto.
o Personalidade.
• Afeta muito o humor do paciente.
§ Geralmente esses pacientes também
tomam medicamentos para o
controle do humor.
• Tem muitos distúrbios de comportamento,
ficando muitas vezes agressivos, agitados e
impacientes.
o Déficit de linguagem: compreender, falar, escrever.
• Acontece muito em relação a fala e eles tem
dificuldade para se comunicar.
• Normalmente conseguimos expressar uma dor
com qualidade, dizer exatamente onde é a dor e
esses pacientes tem dificuldade de dizer o nível
da dor.
• Esse déficit de compreender, falar e escrever é
possível ver no teste.
§ Então damos uma frase e ele tem
dificuldade de escrever a frase.
o Todos esses fatores e perda cognitiva interferem nas
atividades sociais habituais, tendo dificuldade de conviver
socialmente.
• As pessoas começam até excluir aquele familiar
ou ela mesmo se isola da sociedade.
• Existem vários tipos de demência e o alzheimer é um deles, mas
distinguir e classificar é difícil.
Causas
• Causas reversíveis (10%): são demências com essas alterações
cognitivas e comportamentais de causas múltiplas, mas o paciente
pode melhorar seu quadro clínico uma vez que controle essas causas.
o Metabólicas.
o Iatrogenias medicamentos.
o Depressão.
o Abuso de bebidas alcóolicas.
• Causas irreversíveis: são demências onde a neurodegeneração já está
instalada e os neurônios já morreram.
o Demência onde a maior parte delas são classificadas como
Doença/Demência de Alzheimer com 50%.
o Demência frontotemporal;
o Demência com corpos de Lewy;
o Demência vascular;
o Além de outros (10%).
• As demências frontotemporal, com corpos de Lewy e vascular são
epidemiologicamente pouco prevalentes.

Demência dos Corpúsculos de Lewy


• Os corpos de Lewy são os achados histológicos fundamentais para o
diagnóstico patológico.
o Presença de corpos de Lewy degenerados.
• Suas características são:
o Flutuação na cognição: sai de uma conversa muito lógica e
consciente e vai para uma confusão aguda rapidamente.
o Alucinações visuais recorrentes bem formadas.
• Começa a ver coisas, ter sensação de percepção
e o paciente conta detalhes do que está
acontecendo.
• Ex: a descrição de uma pessoa, produto da
alucinação, com detalhes.
• A família pode pensar que o paciente está com
problemas psiquiátricos, quando na verdade ele
está desenvolvendo alterações cognitivas
decorrentes de uma neurodegeneração de uma
área específica do cérebro de regiões
específicas que são os corpos de Lewy.
o Sinais de parkisionismo precoce: rigidez, acinesia e fácies
amímica.
• É a demência que tem sinais que podem confundem com o Parkinson.
• As doenças de um modo geral acompanham o avançar da faixa etária
(idade).

Demência Fronto Temporais


• É raro, sua prevalência é baixa.
• É considerada uma doença precoce, pois tem casos pré-senil (a partir
dos 45 anos).
o Tem a influência genética e hereditária.
• Sobrevida médica de 8 anos.
o Essa sobrevida é menor porque acomete gente mais
jovem.
o A neurodegeneração se instala muito cedo e o indivíduo
acaba não sobrevivendo por muito tempo.
• Causa distúrbios muito intensos na personalidade e comportamento.
• É comum alterações de comportamento sexual, com desinibição,
hipersexualidade, além de hiperoralidade, hiperfagia com ganho de
peso e obsessão em tocar objetos.
o São pessoas que sem nenhuma influência alcóolica ou de
drogas expressam uma hipersexualidade, tiram a roupa.
o Comem muito e tem hiperfagia por isso o ganho de peso.
o Morde as pessoas quando essas chegam perto.
• O impacto desses comportamentos e clínica acaba afastando esses
indivíduos da sociedade.
• Embora comece muito cedo, a memória em si demora um pouco para
ser comprometida.

Demência vascular
• O próprio AVC leva a um episódio vascular importante onde há má
perfusão neuronal.
o Então a princípio dessa neurodegeneração está relacionada
a um déficit perfusional.
• Esses pacientes tem flutuação desse déficit cognitivo aos longos dos
anos.
• Apresenta sinais focais, de acordo com a região cerebral acometida,
podendo ser maior ou menor.
• É uma atrofia vascular, então essas pessoas acabam evoluindo com
esse déficit cognitivo.

Alzheimer
• É a primeira e principal causa de demência, representando mais de
50%.
o Há literaturas que dizem que em algumas populações vai
de 60 á 80% de prevalência dos grupos da demência.
• Essa demência tem um impacto muito grande, tanto em questões
sociais, econômicos quanto a qualidade de vida das pessoas.
• Com o envelhecimento o alzheimer está se tornando uma epidemia.
o Antes era difícil ver uma pessoa portadora de alzheimer,
mas isso mudou principalmente devido aos diagnósticos,
recursos tecnológicos para o diagnóstico e conhecimento
em relação a doença são feitos mais diagnósticos também.
• Tem um início insidioso, ou seja, é o fato de não se perceber a
evolução da doença e quando ela se manifesta já se passaram 12 anos
da doença.
o A literatura diz que quando começam as manifestações
clínicas já se passaram 10-12 anos desde que começou.
o Considerada uma doença traíra, começa e não
percebemos.
• Tem perda de memória e declínio cognitivo lento e progressivo.
o Em uma sociedade onde o déficit de memória é muito
associado ao estresse, adia muito esse diagnóstico e
assistência.
o Esse declínio lento é quase imperceptível.
• No início a pessoa tem dificuldade de lembrar de fatos recentes e
para aprender coisas novas, lembram de coisas que ocorreram num
passado mais distante.
o Exemplo: aquele idoso que tem uma consulta marcada e
esquece 1x, 2x, 3x... Colocou um post-it na geladeira e
ainda assim esquece, pois esqueceu de olhar esse post-it.
o Exemplo: esqueceu de pagar a conta de luz que toda vida
pagou, não porque faltou dinheiro mas sim porque
esqueceu.
o Esquecem de coisas do dia a dia, do cotidiano, em que
sempre o idoso fez e deu conta.
• O déficit é dessa memória recente.
o Começa a ter dificuldade de conversar com a família, e a
família traz para a gente, porque dificilmente ele tem essa
auto percepção.
o Memória episódica: é aquela que você vai guardar por
alguns minutos ou horas, mas depois deleta.
• Memória que o idoso não consegue se lembrar.
• Se pergunta, por exemplo, se ele já tomou café
ele vai falar que não e que o filho não comprou
nada, que não tem nada em casa, e se você abre
o armário está cheio de comida.
• A memória recente está prejudicada.
o Memória semântica: fato ou memória associados a
emoção, deixando de ser episódica para semântica onde a
preservamos, seja positivas ou negativas.
• Essas memórias semânticas que geralmente
trazemos da nossa vida e relações com as
pessoas, elas demoram mais a serem perdidas
na demência de alzheimer.
• Por isso vamos conversar com o paciente,
muitas vezes, ele consegue contar e lembrar de
tudo do passado para você.
• Memória remota/semântica fica preservada por
um longo período da doença.
• O diagnóstico é feito totalmente com avaliação clínica e sintomas.
o Antes de aparecer o sintomas não da para ter o
diagnóstico.
• Se dá pela extensa e intensa perda de massa cerebral.
Histórico
• É uma doença antiga.
• Em 1901, o psiquiatra alemão Lois Alzheimer tinha uma paciente
chamada August D. e ele investigou do ponto de vista fisiopatológico
quais eram as características dessa paciente e da perda cognitiva dela,
foi onde ele descobriu a demência.
o Por isso se chama Doença de Alzheimer.
• Antigamente de chamava Mal de Alzheimer.
• Em 1906 teve o Congresso de Psiquiatria na Alemanha.
Epidemiologia
• É a 4° causa de óbito nos EUA entre 75-84 anos.
• Estima-se haver cerca de 35,5 milhões de pessoas com demência no
mundo.
o Este número praticamente irá dobrar a cada 20 anos,
chegando a 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em
2050.
o A perspectiva de que aumente o número de pessoas
portadoras de demência de alzheimer é real com o
processo de envelhecimento, por conta de que é uma
doença idade-prevalente, ou seja, mais prevalente
conforme a idade avance.
• É a 3° causa isolada de incapacidade e mortalidade entre pessoas
idosas.
• Existe um estudo do Einstein sobre a prevalência de demência
nacional:
• Esse é um estudo com objetivo de avaliar o perfil epidemiológico dos
pacientes atendidos no ambulatório de demência.
• Estudo retrospectivo, ou seja, pegaram prontuários dos pacientes e
olharam para trás para ver quais as características desses pacientes.
• Foram 7 anos de informações, pois pegaram prontuários de 2008 a
2015 para realizar esse estudo.
o Nesses 7 anos de informações, faziam parte desse grupo
760 pacientes.
o A maioria dos pacientes eram mulheres, tendo prevalência
feminina.
• Coincide com a sobrevida da mulher, pois as
mulheres vivem mais e essa é uma doença
tardia.
• Os homens que apresentam demência, tem a doença um pouquinho
mais cedo.
• A idade média era de 71 anos para as mulheres e 61 anos para os
homens.
• A faixa etária mais acometida tinha entre 71 e 80 anos.
• Em relação a etnia, 96% eram brancas, porque era uma amostra
residencial.
• O quadro de demência foi diagnosticado em 68,8% desses pacientes.
• Entre essas demências, 48,9% eram Demência de Alzheimer seguida
da Demência Vascular.
• Esse estudo já vem mostrando o quanto essa demência é prevalente
na nossa população.
• Esse estudo também identificou que os indivíduos com maior
escolaridade foram diagnosticados mais cedo do que indivíduos com
menor escolaridade.
o A alta escolaridade é um fator protetor neuronal, porque a
escolaridade nos ajuda a melhorar a plasticidade neuronal.
o É como se a gente melhorasse a performance neuronal.
o Muito provavelmente porque procuraram recursos de
saúde de forma mais precoce e aí fizeram o diagnóstico
mais cedo.
• Esse estudo concluiu que pacientes atendidos apresentavam
demência na maioria dos casos e que a mais prevalente era a Doença
de Alzheimer.
• É possível ter demência mista, mas é de difícil diagnóstico.
o Quando não tem muita clareza do diagnóstico, mas tem
uma síndrome demencial.
• Há poucos estudos nacionais sobre a doença de alzheimer, por conta
da dificuldade do diagnóstico clínico que será feito por exclusão.
Fisiopatologia
• É uma doença cujo a fisiopatologia é pouco esclarecida e cuja a
patogênese ainda está sendo investigada.
• O que se sabe é que ocorre essa morte maciça e cruel regiões
cerebrais, perdendo neurônios.
o Óbvio que com o passar da idade vamos perdendo massa
neuronal, mas compensamos.
o Mas na Doença de Alzheimer a massa perdida é muito
grande, fazendo com que haja um impacto cognitivo e
afeta muito o córtex cerebral.
• Tenta-se explicar que são fatores envolvendo questões
neuroquímicas.
o Entre as questões neuroquímicas que tenta explicar a
Doença de Alzheimer, a que explica mais é um déficit de
acetilcolina por conta da resposta clínica.
• A acetilcolina é o importante neurotransmissor
responsável pelos eventos de memória, de
manutenção da memória.
• Pelo fato do paciente ter perda de memória
recente se associa a esse déficit e a essa
demência.
• Há alterações neuropatológicas.

• Além da questão neuroquímica, os fatores anatômicos tem sido


estudado a causa deles.
• Dois fatores importantes acontecem:
a. Características clínicas desse cérebros: placas amiloides e

emaranhados neurofibrilares.
• As placas amiloides que aparecem estão associadas a uma proteína
beta-amiloide.
a. Não se sabe exatamente o porquê nessas pessoas essas
proteínas são produzidas em excesso e não são
reabsorvidas.
b. Elas poluem o cérebro e formam emaranhados, ficando

grudadas uma nas outras formando essas placas amiloides.


c. O volume dessas placas amiloides começam a intoxicar os
neurônios, prejudicando as sinapses e até provocando a
morte deles.
o O problema não é ter placa senis/amiloides, mas sim a
quantidade e volumes dessas placas.
o Em pacientes com alzheimer o volume das placas
amiloides é muito intenso.
• Os emaranhados neurofibrilares que ficam dentro dos neurônios são
resultados de uma degeneração dos microtúbulos
o Os microtúbulos para se manterem estáveis precisam de
uma proteína chamada tal, e nesses pacientes essa
proteína começa a apresentar um funcionamento
inadequado e não se mantém, desestabilizando o
microtúbulo.
• Não se sabe exatamente o motivo disso.
• Por causar essas desestabilidade, esses
microtúbulos começam a degenerar.
o Elas começam a se soltar dos microtúbulos e ficam soltas
nos neurônios, então começam a se unir e poluir, os
levando a morte.
o Não se sabe o porquê isso acontece.
• Quando descobrirem o motivo desses fatores acontecerem, irão
descobrir a cura da doença.
• O cromossomo XXI vem sendo muito estudado, pois pessoas
começaram a desconfiar da relação entre esse cromossomo e
demência de Alzheimer.
o Os pacientes com Síndrome de Down que chegavam nas
idades mais avançadas 45-50 anos eles desenvolviam
demência de Alzheimer.
• Por isso começou a fazer estudos para avaliar
qual a relação entre o Alzheimer e esse
cromossomo.
o Eles detectaram que existe muita presença de placa
amiloide, então começaram os estudos para verificar essa
relação entre o cromossomo e a placa amiloide de forma
descoordenada.
• Também se estuda uma lipoproteína poli-E4 que é um alelo da
lipoproteína.
o São outras causas não neuroanatômicas que podem
explicar.
o Hipercolesterolemia: pacientes com colesterol elevado tem
risco para desenvolver a doença.
o Se estuda a presença da poli-E4 que é a mutação genética
da poli.
• A poli é a proteína que nos ajuda a fazer toda
síntese do colesterol, dos triglicérides etc.
• É uma enzima importante para nos ajudar na
absorção e controle do colesterol no organismo.
o E por algum motivo essas pessoas elas tem uma mutação
dessa enzima, tendo a poli-E4 que faz com que a pessoa
tenha um desequilíbrio maior desse colesterol, levando o
paciente a um comprometimento maior neuronal fazendo
com que o paciente tenha um risco maior de desenvolver o
Alzheimer.
• Quando ocorre toda essa morte neuronal, se não tem neurônio não
tem massa.
o Quando o paciente tem a demência ele vai perdendo
massa cerebral, ou seja, perdendo área funcional.
• Áreas que controlam a memória, modulam a
emoção etc.
• Com a perda das áreas, o paciente em termos
de tomografia ou ressonância − não da
diagnóstico, mas ajuda − pode apresentar
diâmetros dos ventrículos.
§ NÃO tem aumento de volume.
§ NÃO tem aumento de pressão
intracraniana.
• O aumento do diâmetro dos ventrículos é
compensatório a perda da massa de córtex.
o Ao mesmo tempo os giros ficam mais alargados e tendo
menos giros.
• Com a evolução da doença, o peso do cérebro
chega a metade.
o Eventos anatômicos compensatórios que se vê por
imagem, mas que não dão diagnóstico.
• A morte de um neurônio, provoca a morte de outros − é uma cascata.
• Alterações macroscópicas:

• Em um cérebro normal temos os sulcos e giros, com suas respectivas


áreas de linguagem e memória.
• A medida em que a doença se instala e a morte neuronal se expande,
vai tendo uma perda de massa cefálica.
• Essa perda provoca um alargamento dos sulcos e giros, além dos
alargamento dos ventrículos (não há aumento do líquido
cefalorraquidiano) que é compensatório a essa perca de massa.
• Nas áreas de linguagem e memória é nítido a perda de massa.
Fatores de risco
• Idade, gênero feminino.
o É mais comum nas mulheres do que nos homens por essa
questão da longevidade das mulheres.
• História familiar.
o Se a pessoa já tem alguém na família próximo (pai, mãe,
avós e tios), há possibilidade de ter o gene e a memória
genética.
o No histórico, é colhido os antecedentes para verificar a
possibilidade daquela pessoa manifestar a doença.
• A doença não necessariamente pode se
manifestar, pois tem a questão de fatores
ambientais e comportamentais também.
• O fato de ter o gene não significa uma
condenação, não significa que a pessoa vai
desenvolver a doença.
o Uma pessoa que tem o gene vai se proteger e se cuidar
mais, ficando mais atenta.
• Síndrome de Down − cromossomo 21.
o Pessoas com síndrome de down desenvolvem a demência
de Alzheimer de uma forma mais precoce, com faixa
etárias mais jovens.
• Presença de APOE E4 (apolipoproteína).
o Pessoas que tem a apolipoproteína no alelo E4.
• Baixo nível educacional.
o O baixo nível educacional não melhora a plasticidade.
• Trauma craniano.
o Pessoas que sofreram trauma craniano já tem uma lesão
mecânica no córtex, então tem esse risco de desenvolver a
doença.
• Distúrbio de tireoide.
o Hipotireoidismo ou hipertireoidismo, mas não se sabe
ainda a relação fisiopatológica.
• Colesterol alto?*
o Seja pela presença da apo E4 ou outros fatores.
• Diabetes?*
o Tem sido estudado por causa dos fatores inflamatórios.
• Estresse?*
• Tabagismo?*
*Tem sido estudado.

Fatores Protetores
• Sexo masculino.
• Nível educacional elevado.
o Melhora a plasticidade.
• Estimulação cognitiva constante.
o Se isolar a pessoa que já tem o diagnóstico, estaremos
acelerando a doença, então o tratamento é dar
estimulação cognitiva para elas.
• Artesanatos, bastante desenhos, pinturas, jogos
entre outros.
o Os estímulos cognitivos servem para manter aquilo que
eles já tem para manter os neurônios saudáveis.
• Atividade física, social e lazer.
o Melhora a performance cognitiva com os movimentos,
coordenação, comunicação e o humor.
• Dieta saudável.
o Alimentações equilibradas.
• Níveis baixos de colesterol.
Quadro Clínico
• Geralmente após os 65 anos.
o A medida que a idade avança a chance de desenvolver a
doença é maior.
• Curso lento e progressivo, quase imperceptível.
• Perda de memória: principal achado em todo o curso da doença.
• Início dos sintomas até óbito: 5 a 20 anos.
o Depene de como o paciente é assistido e toda assistência
para o tratamento e qualidade de vida.
o Geralmente os pacientes não morrem por causa da
demência, mas sim por complicações da demência.
• Complicações: broncoaspiração, infecção
urinária, pneumonia etc.
o Na fase avançada, o paciente morre sim da demência por
questão da natureza humana.
Classificação dos estágios
• É uma doença que tem fases: inicial, intermediário, avançado e
terminal.
• Na fase inicial onde a pessoa tem a percepção dessa perda de
memória insidiosa.
• Na fase intermediária se instala algumas incontinências, o indivíduo
começa a sair de casa e não lembra mais como voltar para casa e
outras situações.
• Na fase avançada onde o déficit está mais acentuado e começa a
impactar nas atividades cotidianas como tomar banho, esquece de
comer etc.
• Na fase terminal é instalado uma total imobilidade, atrofia dos
membros e o paciente evolui para o óbito.
Estágio inicial
• O mais comum é após os 60 anos.
• O paciente tem sintomas vagos e difusos: começa a esquecer os
objetos, onde os põe.
o Estratégia que funciona bem para pacientes com Alzheimer
é manter uma rotina e periodicidade das coisas.
o Eles odeiam quando vem cuidadora, empregada doméstica
ou até a família e muda suas coisas de lugar e para eles
causa muita ansiedade na fase inicial não lembrar onde
está aquele objeto.
• Tem o comprometimento da memória episódica: dificuldade para
lembrar de acontecimentos recentes.
o Fatos recentes, datas, compromissos, nome de familiares.
• Tem pequenos esquecimentos.
o Começa a esquecer o gás ligado, de apagar o fogo, a
comida começa a queimar, entre outros exemplos.
o Começa a esquecer de forma recorrente, os colocando a
segurança em perigo.
• Dificuldade na linguagem, de lembrar as palavras e então começa a
substituir o nome dos objetos por "isso, aquilo" e apontar para o
mesmo.
o Usa estratégias para lidar com esse déficit de memória e a
família pode nem perceber que ele está tendo esse déficit
para objetos.
• Gera ansiedade, irritação e retraimento.
Estágio intermediário
• Evolução (02 a 10 anos)
o Acentuado déficit de memória
o Declínio da capacidade de decisão, concentração e
habilidade para o trabalho
o Completo déficit cognitivo
o Afasia: perda da capacidade de comunicação da fala
(linguagem)
• Há vários tipos, mas neste caso estamos falando
de dificuldade de compreensão e comunicação
(não lembra as palavras que precisa comunicar)
• Não tem dificuldade articular (disatria) e de
executar a linguagem, mas tem dificuldade de
lembrar as palavras
o Agnosia: é a incapacidade de reconhecer pessoas, nomes e
objetos (a funcionalidade)
o Apraxia: incapacidade do indivíduo executar movimento
pré aprendidos (relacionadas as atividades básicas de vida
diária)
o Inicia incontinência urinária
o Importante perda da capacidade funcional
o Pode ocorrer agitação, vagância e agressividade
Estágio avançado
• Tem uma afasia e apraxia mais acentuada
• Começa a perder as referências principalmente da família
• Convivência fica mais complexa porque tem uma mudança da
personalidade muito grande, as emoções são mais lábeis
• É um total dependência, estão na cadeira de rodas, tem a mobilidade
prejudicada
o Tem mais prejuízo motor quando comparado a fase
moderada que ele não tem necessariamente prejuízo
motor
Estágio terminal
• Evolução > 12 anos
o Total perda cognitiva
o Completo mutismo
o Enrijecimento articular
o Acamado com total imobilidade
o Disfagia
o Incontinência urinária e fecal
o Morte em decorrência de complicações orgânicas

Sinais clínicos de demência


• Confusão é um dos sinais clínicos mais frequentes com déficit de
memória crônico onde o paciente começa a ter esquecimentos mais
esporádico
• Começa a apresentar uma evolução de déficit que envolve capacidade
para se auto cuidar porque começa a ter apraxia, agnosia e afasia
• Começa a ter problemas de identidade de reconhecer si mesmo e isso
traz um impacto muito grande nas relações afetivas e nos papéis de
relacionamento
• Sinais principais: déficit de memória, apraxia, afasia e agnosia
• A medida em que a doença se avança, ele vai se intensificando ao
ponto do paciente parar de andar que já é um fase terminal

• A medida em que a demência avança as perdas motoras,


independência vai ficar mais comprometida, o impacto na vida dessa
família que está ao lado do idoso é muito mais intenso porque ele
acaba precisando de alguém que o cuide durante 24 horas e nem
todas as famílias tem alguém para ajudar, o aspecto emocional
também é impactado
o O impacto da doença não é somente no idoso, mas na
família também

Diagnóstico da doença de Alzheimer


• Padrão ouro: quadro clínico e anátomo-patológico
• Na prática: diagnóstico clínico, testes de memória, exames
laboratoriais normais e exame de imagem cerebral sem alterações
o Podem fazer vários exames para fazer exclusão de outras
doenças
o São testes de rastreio como o MEEM, a partir do MEEM são
feitos os testes mais específicos
• Teste cognitivos:
§ MEEM
§ Teste do relógio
§ Fluência verbal
• O diagnóstico da demência é basicamente clínico ou quando um
idoso falece faz um anátomo-patológico para ter certeza que tinham
aquelas características neuropatológicas da doença que são as
manchas senis, emaranhados neurofibrilares

Tratamento medicamentoso
• O tratamento para doença de alzheimer é multiprofissional
• Até o momento não se conhece um tratamento curativo para a
doença
• O que observa são medidas estabilizadoras (de humor e sono)
• Medidas controle a base de fármacos "para minimizar a frequência e a
gravidade dos distúrbios de humor e comportamentos inadequados"
• Inibidores da acetilcolinesterase: esses medicamentos diminui o
número de neurotransmissores que é a acetilcolinesterase,
favorecendo melhores níveis de acetilcolina para que haja uma
melhora no neurotransmissor
o Donepezil
o Galantamina
o Rivastigmina
• Memantina é menos utilizado
• São medicamentos caros, mas tem no SUS
• Mas esses medicamentos também trazem alguns efeitos colaterais

• Muitos idosos utilizam a donepezil como medicamento de primeira


escolha, mas ele pode levar a toxicidade (quando dar dose errada,
como sobrepor uma dose)
o Tem que monitorar as enzimas hepáticas
• A maioria desses medicamentos causam infecção gastrointestinal
(diarreia, náusea, vômito e por isso que muitas vezes a família para de
dar o medicamento)
o Sendo assim precisamos ficar atentas quando tiver algum
efeito colateral como essas e ver se está relacionada com a
medicação
• Se o paciente toma um anticoagulante com essa medicação,
precisamos estar mais atentas porque tem risco de sangramento
o Pode ter bradicardia (abaixo de 60) e arritmia
o Se o paciente está tomando um betabloqueador junto com
essa medicação por um motivo cardiovascular, precisamos
ficar atentas porque as duas juntas pode sobrepor uma
bradicardia que não é terapêutica
• Muitas vezes vai além do que seria o objetivo
terapêutico do betabloqueador
• Nenhum dos medicamentos cura a doença, mas ele melhora a
performance do paciente
o Quando toma esses medicamentos em uma fase mais leve
a moderada, consegue segurar mais tempo esse paciente
numa qualidade de vida melhor porque ele não tem a
cognição dele (memória) está menos prejudicada
Atuação no processo de evolução do alzheimer
• Reabilitação cognitiva e grupo de apoio familiar é uma das
terapêuticas que usamos além dos medicamentos
o Nas fases avançadas (uma fase onde a família não
consegue mais dar conta, então normalmente esses idosos
ficam em uma instituição de longa permanência)
o Conduzir o cuidador a estimular as capacidades
remanescentes da pessoa idosa
• Precisa orientar o paciente a fazer as atividades
e precisamos supervisiona-lo para não tirar a
sua independência completamente
o Monitorar e tratar os sintomas neuropsiquiátricos
o Propor opções de apoio para o cuidador (centros-dia,
grupos de apoio)
o Avaliar a saúde e o bem estar do cuidador
o Orientar quanto às características de progressão da doença
e os cuidados em fases de dependência extrema
• Precisamos desenvolver técnicas de comunicação com essas pessoas
e devemos colocar a mesma para participar dos processos feitos.
o Como eles tem apraxia e agnosia, podemos mostrar os
objetos a eles e ir os colocando para participar também.
Atuação no processo de evolução do Alzheimer
• Temos um guia prático de cuidador do Ministério da Saúde.
• Além do guia, temos cursos de cuidadores para prepará-los.
o Não é preciso ensino médio completo, mas o fundamental
sim, porque é preciso saber ler para poder administrar as
medicações corretamente.
o O guia ajuda bastante na hora da formação dessas
pessoas.
• Lembrar que os cuidadores tem esse impacto importante.
• É primordial também fornecer informações sobre a doença e orientar
os grupos de apoio, aliviando a sobrecarga dos cuidadores.

Caso Clínico

• É um caso clássico de maus tratos e abandonos, onde a polícia foi


chamada por provavelmente algum vizinho no qual identificou que o
idoso estava abandonado e a polícia levou para casa de idosos.
o Normalmente a polícia leva para o pronto atendimento e lá
a assistente social encaminha para a casa de repouso.
• Quando olhamos para esse caso, vemos que o idoso está bem
debilitado em condições clínicas.
o Parecendo até mesmo um morador de rua, por estar tão
maltratado.
• Quando o paciente não tem esposa ou filhos, o abandono familiar é
causado pelo familiar mais próximo, como os sobrinhos.
o Ademais, a constituição determina que é obrigação legal
dos filhos cuidarem dos pais, nem que seja colocar em
uma instituição de permanência.
1. O enfermeiro elegeu 03 Diagnósticos de Enfermagem (DE)
principais para sua intervenção: Confusão Crônica, Mobilidade Física
Prejudicada e Déficit de Autocuidado para: alimentação, banho e
higiene.
o Considerando o caso acima, você concorda ou discorda
com os DE que o enfermeiro elegeu? Para cada DE
justifique o motivo porque você concorda ou discorda
seguindo as normas da DE.
o Confusão crônica: alteração irreversível, progressiva,
insidiosa e prolongada do intelecto do comportamento
e da personalidade manifestada por prejuízos da
funções cognitivas.
• Se encaixa com a condição do paciente.
• O paciente não consegue executar ações
como cuidar da própria saúde, dos seus bens,
de sua roupa.
§ Então ele tem problemas de
tomada de decisões, tem sua
cognição prejudicada.
§ A confusão dele é crônica por esses
motivos.
• Dentre as características definidoras, temos
prejuízo cognitivo prolongado, incapacidade
de realizar pelo menos uma atividade
cotidiana, alterações nas função social.
§ E o paciente não consegue realizar
uma atividade cotidiana.
§ O paciente vive isolada, isso leva a
alterações na função social.
• As condições associadas tem duas escritas na
NANDA, que é o AVE e a demência, e o
paciente tem diagnóstico de demência.
o Mobilidade física prejudicada
• O paciente não tem a mobilidade física
prejudicada.
• O diagnóstico adequado seria a Deambulação
Prejudicada.
§ Ele tem a cognição prejudicada
para avaliar o risco, por isso sua
deambulação está prejudicada.
§ O paciente não tem uma
independência cognitiva.
• O paciente não tem uma mobilidade física
prejudicada, porque seria limitação do
movimento voluntário do corpo ou outra
parte de extremidades.
§ O paciente não tem nada disso.
o Déficit de Autocuidado:
• O paciente tem esse déficit de autocuidado,
principalmente por relatar que ele estava
desidratado e com peso 20% abaixo do ideal.
• Nesse tipo de doença, é válido lembrar que
ele tem agnosia e apraxia, então ele não vai
ter a iniciativa inicial de pegar um garfo e
levar a comida à boca.
§ Além disso, o paciente mora
sozinho.
• É bem claro o déficit para banhos, porque
tem sujidade visível, tem odor fétido.
• Também tem déficit de vestimenta, onde as
roupas estão sujas.
o Poderia supor outro DE relacionado a nutrição, que
seria o Nutrição Desequilibrada Menor Que As
Necessidades Corporais, porque ele tem sinas clínicos
como fissuras nos pés que pode ser por conta da
desidratação, tem peso abaixo do ideal, está
desidratado e ingere pouco líquido.
o É um paciente que tem diagnósticos que requerem uma
atenção maior da enfermagem voltada para essas
intervenções.
o Sugira 03 Intervenções de Enfermagem para cada um
dos DE que você concorda.
o Temos uma lista de intervenções que podemos utilizar
no caso de demência.
• Nessa lista de intervenções, poderíamos fazer
tanto na linha cognitiva como na linha da
comunicação.
o Devemos escolher na NIC intervenções voltadas para o
controle da cognição.
• Porque na NIC queremos melhorar um
pouquinho ou pelo menos equilibrar.
o As intervenções voltadas para a cognição estão muito
na linha da comunicação.
• Falar de frente para o idoso.
• Utilizar um tom de voz suave, firme e direto.
• Dar orientação uma de cada vez, sendo muito
objetivo.
• Precisamos mostrar o que que vamos fazer,
qual a atividade e convidá-los a participar.
§ Se for dar banho, dizer "vamos
tomar um banho?", mostrando a
toalha, o sabonete...
§ Quando for calçar a meia falar
"vamos calçar a meia?" e já ir
posicionando ele para a atividade.
§ Ao vestir a roupa, perguntar o que
ele gostaria de vestir hoje,
mostrando, por exemplo, uma
camiseta azul e outra branca,
deixando ele apontar.
• Isso tudo chamamos a melhora da cognição
dele, equilibrar o que ele é capaz de fazer
ainda e as escolhas que ele pode fazer.
§ Vamos agora tomar um café com
leite? Ai colocamos um pouco de
café, um pouco de leite e
mostramos ao paciente, mostrando
o açúcar e adoçante, faz ele provar
para ver se está bom.
• Temos uma tendência de sermos maternalista
e fazer pelo o outro, mas isso para a cognição
isso atrasa e piora.
• Nessa fase em que o paciente está vamos
sempre convidando a participação dele par
ajudá-lo a participar mais e melhorar a
capacidade cognitiva.
o No residencial, temos a atividade de flor, onde os
pacientes cheiram as florzinhas e ajudamos ele a montar
vasinhos porque eles não tem iniciativa de fazer sozinho
e eles amam.
• Mostramos as cores e ele aponta qual quer, ai
pegamos nas mãos dele e pintamos.
• São atividades simples que ajudam na
elaboração da cognição.
o Língua saburrosa é aquela na qual não escova e não
lava, não escova os dentes, ficando com uma placa.
• A higiene oral iremos favorecer, começar o
procedimento e deixar ele perceber.
o Em relação a dependência dele, ele é muito dependente.
• Então para alimentação devemos oferecer os
alimentos, café da manhã, almoço e não vou
só auxiliar, temos que oferecer.
o O banho nessa fase não iremos auxiliar, mas sim realizar
e convidar a participação do paciente.
• Permitir que o paciente participe do cuidado
com a lavagem das mãos, dos braços e o que
ele consegue fazer.
o Nós iremos escolher o verbo de acordo com a
capacidade do paciente.
• Se ele está se mostrando uma pessoa muito
dependente, mas pode ser que essa
dependência tenha sido estabelecida pela
doença, mas também pelo isolamento social,
pelo fato dele estar sozinho e isso piora
muito.
• Então iremos procurar chamá-lo para os
cuidados.
• Ainda considerando o caso Sr. P.S., o enfermeiro após realizar a
Avaliação Global, descreveu na Evolução de Enfermagem que o idoso
tinha as seguintes Síndromes Geriátricas, assinale a resposta correta:
o Incapacidade Comunicativa, Imobilidade, Instabilidade
Postural e Imobilidade.
• Incapacidade comunicativa pode se considerar,
porque o déficit de memória leva a uma
dificuldade da linguagem e a incapacidade
comunicativa acaba se estabelecendo por falar
pouco e ter dificuldade para se expressar.
• Imobilidade não condiz com o quadro do
paciente, porque ele tem instabilidade postural.
o Incapacidade Cognitiva, Instabilidade Postural, Imobilidade
e Insuficiência Familiar.
• Incapacidade cognitiva ok.
• Instabilidade Postural ok.
• Não pode ter Instabilidade Postural e
Imobilidade, ou é um ou é outra.
• Insuficiência familiar ok, tendo essa iatrogenia
que é a própria insuficiência familiar.
o Incapacidade Cognitiva, Imobilidade, Iatrogenia e
Incontinência Esfincteriana.
• Incapacidade cognitiva ok.
• Imobilidade não.
• Iatrogenia fala mais para erros de
procedimentos, então não.
• Incontinência esfincteriana ok.
o Incapacidade Cognitiva e Comunicativa, Incontinência
Esfincteriana e Insuficiência Familiar.
• Incapacidade cognitiva e comunicativa ok.
• Incontinência Esfincteriana ok.
• Insuficiência Familiar ok.

Recursos Online
• Associação Brasileira de Alzheimer - ABRAz
• Alzheimer's Association
• National Institute on Aging, Alzheimer's Diasease Education and
Referral Center

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