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12/03/24, 17:46 Atuação Fonoaudiológica na Progressão da Doença de Alzheimer

Atuação Fonoaudiológica na Progressão da Doença de


Alzheimer
Autora: Cíntia Ramos

Com o crescimento da expectativa de vida a atuação fonoaudiológica é cada


vez mais freqüente em doenças progressivas, degenerativas como a Doença
de Alzheimer , que acometem com maior prevalência a crescente população
idosa.

Surge então a necessidade do conhecimento real, claro e principalmente


científico para que a fonoaudiologia possa dispor de suas técnicas e
procedimentos em favor da qualidade de vida do portador da Doença de
Alzheimer, contribuindo efetivamente para o precoce diagnóstico, através do
conhecimento de sua sintomatologia cognitiva inicial, e para o tratamento,
pois como veremos a seguir as principais queixas são referentes ao distúrbio
de linguagem que progressivamente se instala.

Na Doença de Alzheimer o quadro surge de modo insidioso porém o decorrer


da Doença pode ser dividido em fases:

Durante a Fase Inicial pode ser observado:

• Perda da memória recente e fixação;


• Dificuldade para aprender e reter novas informações;
• Falta a abstração;
• Dificuldade progressiva para as AVDs;
• Dificuldade em lembrar de nomes e não guarda mensagens simples;
• Pode relatar momentos de desorientação têmporo-espacial;
• Boa coordenação porém pode ter reflexos diminuídos

A Intervenção Terapêutica baseia-se na Estimulação Cognitiva onde são


enfatizados:

• A Recuperação das informações através de pistas.


• As compensações através da memória PROCEDIMENTAL E IMPLÍCITA.
• Estimulação ao aprendizado, a satisfação o interesse, a alegria
• Estimulação das funções executivas de maneira graduada, como: estudar,
ler, reler, fazer resumos, recordar materiais já estudados.

Durante a Fase Intermediária da Doença observa-se o agravamento do


sintomas:

• A Memória anterógrada está prejudicada;


• O indivíduo pode lembrar de fatos remotos porém não mantém fatos
recentes;
• A desorientação espacial está mais agravada podendo se perder dentro da
própria casa;
• Desorientação quanto ao dia, mês, ano;
• Quanto a motricidade pode ser observado tremores em extremidades;
• O comportamento se mostra mais apático, sem iniciativa;
• Agitação psicomotora, perambulações são freqüentes nesta fase.

Quanto a linguagem:

• Instala-se o quadro AFÁSICO-AGNÓSICO-APRÄXICO com a presença de


PERSEVERAÇÕES;
• A fala pode apresentar-se mais lenta BRADILALIAS
• A AGRAFIA é freqüente;
• Substituições de palavras PARAFASIAS
• Dificuldade em compreender sentenças complexas
• Não faz cálculos simples
• Perda do poder perceptivo-sensorial (auditivo, visual, tátil)

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12/03/24, 17:46 Atuação Fonoaudiológica na Progressão da Doença de Alzheimer
Na fase intermediária deve-se auxiliar o cuidador a conviver com o
paciente,
individualizando a abordagem fornecendo informações claras e práticas com
relação a doença e os cuidados.

Orientando quanto:

• A Manutenção da normalidade.
• Preservação da comunicação
• Não testar o paciente
• Estabelecer rotinas
• Oferecer pistas de orientação têmporo-espacial
• Evitar Confrontos
• Promover segurança;
• Quanto a alimentação:
- O paciente pode esquecer que já se alimentou;
- Pode não recordar de como utilizar os talheres;
- Os sinais de DISFAGIA são freqüentes exigindo avaliação do profissional
fonoaudiólogo para investigação da causa ;

A Fase Final da Doença os familiares e cuidadores muitas vezes encontram-


se mais envolvidos com a atual situação, pois o demenciado:

• Não reconhece os familiares;


• Não se reconhece no espelho;
• Encontra-se desorientado;
• Quando deambula aumentam os risco de quedas;
• Quanto a linguagem pode apresentar ECOLALIAS evoluindo para o
MUTISMO;
• Total dependência para AVDs

A Intervenção Terapêutica Fonoaudiológica durante a Fase Final da


Doença de Alzheimer deve ser baseada:

• Manutenção da dignidade;
• Fornecer um ambiente seguro;
• Manutenção do quadro clínico, evitando complicações respiratórias e
agravamentos;

Ao cuidador prestar toda a orientação e apoio possível.

"Acreditamos portanto, que sempre há algo que possamos tentar,


(...) algo a mais que possamos fazer
(...) que possa quebrar o isolamento em que vivem."
Técnica de Reabilitação Cognitiva

Rio 01 de fevereiro de 2002.


Cíntia Ramos
Fonoaudióloga
CRFa 6558- R

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