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PROJETO INTERVENÇÕES JUNTO A CRIANÇAS COM TEA-

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA COM DIFICULDADES DE


APRENDIZAGEM
NO CONTEXTO EDUCACIONAL E SOCIAL

PROF. GISLAINE ANDRETO


• Objetivo do curso: Acrescentar em sua prática pedagógica estratégias motivadoras e
eficazes a fim de solucionar as mais variadas situações pedagógicas e de vida diária
do educando.

• Módulos:
Modulo 1- autismo (o que é, genética e comportamentos)
Modulo 2- metodologias, políticas públicas e aspectos pedagógicos
Modulo 3- professor/ aluno (praticas e métodos de intervenção)
Modulo 4- mediação escolar (abordagem responsiva)
Modulo 5- prática em sala de aula (oficina pedagógica)
Curso 60 h/a total

 AULA 1- Autismo: O que é TEA

“Transtorno de Neurodesenvolvimento.”
A definição de doença como conhecemos leva em conta o caráter consumptivo e mórbido que
desencadeia com riscos de morte, degradação física e de órgãos internos.
Por esta linha de pensamento, o TEA não seria uma doença, mas sim um transtorno mental que
pode ser trabalhado, reabilitado, modificado e tratado para poder se adequar ao convívio social e
às atividades acadêmicas.
É um distúrbio neurológico, presentes desde a infância, déficit sócio comunicativo e
comportamental.
“O autismo tem duas causas, uma genética e outra ambiental, que a gente chama de "insultos"
que acontecem no útero, como uma hipóxia (diminuição do oxigênio para o feto) ou infecção, isso
pode causar o transtorno. Mas na maior parte dos casos tem uma base genética.” Dr. Alysson
Muotri
“Transtorno caracterizado por dificuldade na interação social, atraso na aquisição da linguagem e
por comportamentos repetitivos e esteriotipados”.

Classificação do autismo:
DSM-IV Transtornos globais do desenvolvimento
• Transtorno autista
• Síndrome de rett
• Síndrome de asperger
• Psicose

DSM-V Transtorno do espectro autista (TEA)


 Grau leve-nível 1
 Grau moderado- nível 2
 Grau severo- nível 3
Sintomas do autismo:
 Dificuldades na comunicação
 Dificuldades na socialização
 Dificuldades na interação social
 Dificuldades no uso da imaginação (jogo simbólico)
 Comportamentos repetitivos
 Alteração sensorial

Diagnóstico:
• O diagnóstico de TEA é realizado através da análise comportamental
• LAUDO – NEUROPEDIATRA/ PSIQUIATRA
• Exclusão de outros diagnósticos, exames (déficits de audição, TDAH, CARIÓTIPO)
• EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

 AULA 2- COMPREENDENDO A GENÉTICA DO AUTISMO E OS COMPORTAMENTOS


DE AUTO REGULAÇÃO.

Em 2007, a área da genética sofreu outro abalo com a descoberta que mutações somáticas
estavam associadas ao autismo.
Já constatamos que o cérebro é um tecido que acumula alterações genéticas.
Tem diferentes tipos e não há uma droga que trate todos, alguns não têm cura e para muitos já tem um
tratamento. 
Estamos definindo, por meio da genética, os diferentes subtipos de autismo.

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Alteração sensorial:

Seletividade alimentar:
• DIETA GLUTEM E CASEINA
• SENSORIAL (CHEIRO, TEXTURA, COR, BARULHO NA MASTIGAÇÃO, ORDEM NO
PRATO)
• COMPORTAMENTAL (RIGIDEZ DE PENSAMENTO,)
• DIFICULDADE DE LIDAR COM MUDANÇAS
 AULA 3- AUTORREGULAÇÃO E MANEJO COMPORTAMENTAL

Kanner (1941) descreveu a falta de comportamento antecipatório nas pessoas com TEA;
Ayres (1979) mencionou que um processamento sensorial inadequado acarreta desordens na área da
linguagem, relações sociais e interações cognitivas.
Comportamento sempre ocorre por um resultado
É preciso entender qual a função deste comportamento na situação em que ocorre.
Função do comportamento:
• Obter um objeto ou resultado desejado
• Escapar de uma tarefa ou situação
• Chamar a atenção, seja positiva (aplaudir) ou negativa (gritar)
• Tentar se acalmar, se controlar ou se sentir bem (estímulos sensoriais)
• Bloquear ou ficar longe de algo doloroso ou incômodo (fuga sensorial)
• Resposta a alguma dor ou desconforto.
• Tentar obter controle sobre um ambiente ou situação (autodefesa)

Intervenção do comportamento:
• Identificar a função do comportamento desafiador (pra que?)
• Determinar o comportamento alternativo que será reforçado (o que?)
• Remover o reforço ao comportamento desafiador (qual?)
• Reforçar o máximo possível o comportamento desejado (como?)

Dicas:
• Ignore o comportamento desafiador: Pode ser difícil, mas no longo prazo é eficaz.
• Alterne as tarefas: Faça algo que seja divertido, motivador. Depois, tente algo difícil.
• Ofereça escolhas: "Você quer comer primeiro, ou pintar?"
• Separe horários e um local para que ele possa fazer o que quiser (timeout)
• Recompense a flexibilidade e o autocontrole: " Sei que você queria ir para a piscina hoje e
que foi chato porque estava fechada. Vamos tomar um sorvete!
• Estruture o ambiente (rotina visual)

AULA 4- COMORBIDADES NO TEA:


DISTÚRBIOS DO SONO
• Dificuldade em se acomodar e relaxar
• alterações nos genes que regulam o ciclo circadiano (Acordar e ter dificuldade a voltar a
dormir)
• Ansiedade
• Condições neurológicas (epilepsia)
• Sensibilidades sensoriais (luz do poste, som rua, rangido da cama, tecido lençol, ...

SOLUÇÕES POSSÍVEIS PARA REGULAR O SONO


• uma rotina, como se fosse um “ritual” para que a criança se acalme e tenha uma boa noite
de sono. 
• Repita as mesmas atividades na mesma ordem todas as noites como escovar os dentes
ou ler uma história para dormir. Faça com que a pessoa com autismo durma e acorde na
mesma hora todos os dias, independentemente de ser um dia da semana ou um final de
semana.
• É importante também evitar os estímulos externos, como televisão, sons e luzes. 
• A alimentação leve também contribui para melhorar os distúrbios de sono.
• Diminua a ingestão de líquidos antes de dormir para evitar que ela tenha vontade de fazer
mais xixi e acordar por isso. 
• É importante também que a criança pratique atividade física para gastar energia e depois
repor com uma boa noite de sono.
• Tem crianças que necessitam de medicações.

DISTÚRBIOS MOTORES

• São sinais que podem ser observados muito cedo


• atraso no desenvolvimento do controle e ajuste postural
• diminuição ou falta dos reflexos primitivos e baixo tônus
• falta de coordenação global e de membros,
• controle postural pobre
• lentidão das respostas motoras
• marcha “desajeitada”
• Hipotonia (baixo tônus e força muscular)
• incapacidade de sustentar a cabeça
• dificuldades ao sentar sem apoio
• sentar entre as pernas (sentar em W)
• tendência de andar nas pontas dos pés,
• dificuldade em escovar os dentes

Dicas: trabalho com a coordenação motora fina e grossa.


EPILEPSIA
• é uma atividade cerebral anormal
• descargas elétricas anormais
• lapsos de memória
• inconsciência
• tipos de crises- ausência, convulsão
• causas: alteração genética, lesões causadas por doenças ou infecções.

O que fazer...
• deite a pessoa de lado
• não coloque nada na boca
• proteja a cabeça (tire óculos ...)
• afrouxar roupas apertadas
• monitorar o tempo com relógio (inicio e fim)
• não conter a força
• ligar emergência
• depois oferecer ajuda

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E AUTISMO


• A deficiência intelectual tem como principais características dificuldades nas
habilidades cognitivas, como resolução de problemas, raciocínio logico e
compreensão de ideias abstratas.
• O diagnóstico de DI é realizado de acordo com o quociente de inteligência (QI), que
deve ser igual ou inferior a 70.
Muitas crianças com autismo têm deficiência intelectual, mas muitas outras têm inteligência
normal ou acima da média.
 “Todos podem aprender. Se o seu aluno não está aprendendo, talvez você está ensinado
da forma errada”.

TDAH E AUTISMO:
• O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio
neurocomportamental ou uma desordem neuropsiquiátrica, de início precoce.
• Ele é caracterizado por uma inquietação psicomotora; pela dificuldade em manter a
atenção e a impulsividade cognitiva e social.
• como o autismo e o TDAH compartilham genes, o autismo leve costuma ter, em 70%
dos casos, o TDAH associado.
AULA 5- COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM NO TEA: ECOLALIA, APRAXIA DA FALA,
MUTISMO SELETIVO, PECS, COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA.

AREAS AFETADAS PELA APRAXIA FALA:

• Area de broca: responsável por articular as palavras.


• Area de wernicke: responsável pela compreensão e interpretação da linguagem.
• Apraxia (ausência da fala- dificuldade em realizar movimentos articulatórios)
• Dispraxia (Dificuldades na fala, embora nem todos os pacientes diagnosticados com a
Dispraxia tenham a função verbal afetada. A maioria dos casos pode vir com algum
distúrbio associado ao transtorno;)
• A apraxia da fala é considerada uma comorbidade comum no Transtorno do Espectro
do Autismo (TEA). 65% das crianças no espectro podem apresentar a apraxia.
• É um atraso ou dificuldade no desenvolvimento da fala e dificuldade de iniciar e manter um
diálogo.
• Apraxia, a criança compreende a linguagem, mas tem dificuldade em se expressar
corretamente.
• Muitas pessoas confundem a apraxia e a dispraxia em função de ambos afetarem a
articulação sequencial de fonemas durante a fala.
• A diferença é que apraxia é adquirida e a dispraxia é inata, ou seja, a pessoa nasce com ela.
• A dispraxia é um transtorno neurológico no qual a pessoa tem dificuldade para coordenar os
movimentos do corpo, pelo que pode haver dificuldade em manter o equilíbrio e a postura e, em
alguns casos, dificuldade para falar.

ECOLALIA

• A ecolalia é definida como a repetição de frases inteiras ou palavras, essas


normalmente no final de uma frase, gerando a sensação de “eco”. A ecolalia pode estar
presente no autismo, inclusive em adultos.
• Pode funcionar como uma estratégia comunicativa.
• Tipos de ecolalia: imediata e tardia.
• Dicas: não ignore, dê um contexto a fala, direcione para o momento atual, dê opções
para escolha.

TRANSTORNO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL

O Processamento Auditivo Central envolve não somente a percepção dos sons, mas mais
importante do que isso, envolve como nós identificamos, localizamos,  temos atenção,
analisamos, memorizamos e recuperamos a informação auditiva.
Alterações no Processamento Auditivo Central pode ser confundido com TDAH, já que
dificuldades no processamento do som podem ocasionar desatenção e, consequente agitação.
Ao não conseguir processar o som no tempo ou de forma adequada, a pessoa deixa de
compreender a mensagem auditiva, ou fica “atrasada” no entendimento do que esta sendo dito.
Facilmente esta condição leva à desatenção e agitação, especialmente em sala de aula, onde o
conteúdo auditivo tem grande importância.

Transtorno do Processamento Auditivo Central (TPAC) é a alteração ou falta de habilidade na


recepção, análise e processamento da informação que chega pela via auditiva. Há uma
dificuldade em localizar, discriminar, reconhecer, memorizar e compreender a fala, mesmo
quando a audição periférica está normal e outras funções cognitivas estão preservadas. Isto é, o
indivíduo não consegue analisar e/ou interpretar o que ouve em situações de vida diária, de
aprendizagem e durante a aquisição de linguagem.

Dicas:
• Colocar o aluno perto da porta e de ventiladores;
• Orientar o aluno para que se sente em frente ao professor;
• Comunicar-se de forma simples e bem articulada;
• Repetir as frases quando o aluno não compreendeu o que foi dito;
• Evitar ambientes com ruídos,
• Utilizar vários recursos audiovisuais, materiais concretos, jogos;
• Evitar dar ordens ao aluno quando estiver distraído ou até mesmo distante do
professor;
• Aumentar os intervalos entre uma atividade e outra;
• Trabalhar com jogos, histórias, notas musicais, ditados em sala com frases curtas,
ajudando assim o aluno a montar textos.

COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA E AUMENTATIVA


• A Comunicação Aumentativa e Alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem
escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua
habilidade de falar e/ou escrever.
• A CAA usa canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons, expressões
faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente para manifestar
desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos.
• São organizados e construídos auxílios externos como cartões de comunicação,
pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de palavras, vocalizadores ou o
próprio computador que, por meio de software específico.
• No Brasil os sistemas simbólicos difundidos inicialmente foram o BLISS e o PCS.
Posteriormente apareceram novas bibliotecas de símbolos,
como ARASAAC, WIDGIT, SYMBOLSTIX, PICTO, REBUS, SCLERA e PICSYMS.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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moderada/severa. São Paulo: Integração, 1992.

FIERRO, A. A escola perante o déficit intelectual. In: COLL, C. J. et. alli. (Org.) Desenvolvimento
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GASPARIN, J.L. Uma didática para a pedagogia histórico-crítica. Campinas, SP: Autores Associados,
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LEWIS, S. M. S., LEON, V. C. Programa teacch. São Paulo: Memnon, 1995.

LIBÂNEO, J. C. E SANTOS, A. (Org) Educação na era do conhecimento em rede e


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OLIVEIRA, Zilda de Morais Ramos. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez,
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SCHWARTZMAN, Salomão. Autismo infantil. São Paulo: Memnon, 1995.


SILVEIRA, R. M. H., BONIN, I. T., RIPOLL, D. Ensinando sobre a diferença na literatura para crianças: paratextos,
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SOUZA, E.F.C.V.D., MORI, N.N.R. (Orgs) Educação especial: olhares e práticas. Londrina PR, UEL:
2000.

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