Você está na página 1de 14

3

Introdução

O presente trabalho que tem como tema Autismo, tem como objectivo geral descrever a
ocorrência das perturbações do autismo na criança ao ponto de contribuir no fraco desempenho
da sua aprendizagem. E especificamente ira-se focalizar as causas, características, diagnostico,
inclusão e intervenção educativa. Falar de autismo é ficar preocupado com a vida das crianças
com necessidade educativas especiais, sendo assim este trabalho é de mera importância na
medida em que todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raça, cultura,
educação ou classe social dos indivíduos. Por isso ira ajudar muito na compreensão das causas e
dos passos como ajudar as crianças com autismo para o melhoramento da sua aprendizagem.

A metodologia usada para a realização deste trabalho, foi a de consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que se debruçam sobre o tema
acima mencionado.

Em termos organizacionais deste trabalho, o seu desenvolvimento descreve definição de autismo,


Síndrome de asperger, Causas do autismo, Características gerais das crianças autistas: Pistas para
a intervenção, Perturbações no autismo, Evolução da sintomatologia, Inclusão dos alunos com
autismo no currículo normal, Diagnóstico, Intervenção educativa e recomendações para o
processo ensino-aprendizagem e também o trabalho apresenta Índice, Introdução, Conclusão e
Referência bibliográfica.
4

1. Definição de autismo

MARQUES (2002), esclarece que a proveniência do autismo é grega, sendo que Autos significa
Eu/Próprio e Ismo significa estado ou orientação, o que leva a dizer que é um estado em que o
indivíduo é centrado nele próprio, vive no seu mundo.

“O autismo é uma doença psiquiátrica rara e grave da infância – Síndrome de Kanner – autismo
infantil – caracterizado por um desenvolvimento intelectual desequilibrado, que afecta também a
capacidade de socialização. Pode-se dizer que é uma anormalidade grave, caracterizada por
severos problemas ao nível da comunicação, do comportamento e por uma grande incapacidade
em relacionar-se com as pessoas de uma forma normal.” (GAUDERER, 1985)

“Desordem do desenvolvimento caracterizada por uma dificuldade significativa em comunicar e


interagir socialmente e pela presença de comportamentos atípicos tal como respostas inusitadas à
sensação, movimentos repetitivos e insistência nas rotinas ou uniformidade. O Autismo começa a
notar-se entre os 18 e os 36 meses, embora muitas das vezes não seja diagnosticado até aos cinco
anos de idade. O diagnóstico baseia-se nos comportamentos exibidos e não em assumpções
médicas, anatómicas ou genéticas.” (CORREIA, 2008:58)

No entanto, quando uma criança não atinge cabalmente os critérios do autismo, há pelo menos
uma outra classificação, integrada nas chamadas desordens do espectrodo autismo, que importa
conhecer: a síndrome de asperger.

2. Síndrome de asperger
“A criança com Síndrome de Asperger, embora apresente alterações importantes no
relacionamento social e ocupacional, não evidencia atrasos clinicamente significativos ao nível
da linguagem, do desenvolvimento cognitivo, na aquisição das funções adaptativas e de
autonomia.” (CORREIA, 2008)

3. Causas do autismo
De acordo com OMOTE (1996, 60), a causa ou causas específicas do autismo são ainda
desconhecidas, sabe-se, contudo que tem uma base genética importante. Sobre esta determinante
genética seriam acumulados factores adicionais (do meio interno e/ou envolvente) que
5

eventualmente poderiam levar ao autismo e que seguramente contribuem para a sua expressão.
Está, por outro lado, bem demonstrado que factores como a relação mãe / bebé ou a educação,
não determinam em nada o aparecimento do autismo.

Trata-se de uma perturbação global do funcionamento cerebral, que afecta numerosos sistemas e
funções, eventualmente com múltiplas causas e que se expressa de formas bastante diversas,
contudo existem medicamentos que podem aliviar os sintomas e as alterações comportamentais
associadas ao autismo.

Factores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e natais (ex.prematuridade, baixo peso
ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) também podem ter influência no
aparecimento das perturbações do espectro do autismo. Existe uma grande ocorrência de
epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de
cerca de 0,5%. Em todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raça,
cultura, educação ou classe social dos indivíduos.

4. Características gerais das crianças autistas

- Fisicamente sadios e de boa aparência;


- Desconhecimento da sua própria identidade;
- Falta de comunicação;
- Não mantêm o contacto visual;
- Retraídos, apáticos e desinteressados;
- Indiferença em relação ao ambiente que os rodeia;
- Resistência a mudanças de ambiente;
- Incapacidade de julgar;
- Ansiedade frequente e excessiva e aparentemente ilógica;
- Hiperactividade e movimentos repetitivos;
- Entorpecimento nos movimentos que requerem habilidade.
6

5. Pistas para a intervenção


De acordo com NIELSEN (2000), autismo é uma deficiências de carácter permanente (NEEP)
e exige um apoio específico por parte das equipas e das famílias onde se manifesta. E sendo
assim ele destaca algumas pistas para a intervenção no Autismo:

5.1 Atenção Mútua / Envolvimento Mútuo


- Seguir e entrar na actividade da criança
- Persistir
- Tratar o que a criança faz como intencional
- Colocar-se à frente da criança
- Entrar nas actividades perseverativas
- Não usar o “não” ou o evitamento como uma rejeição
- Expandir, expandir, expandir - continuar, fazer-se desentendido, fazer coisas erradas,
cumprir as ordens, interferir, …
- Nunca interromper ou mudar de assunto enquanto houver interacção
- Insistir numa resposta

5.2 Planeamento Motor


- Tratar todos os comportamentos como se fossem intencionais
- Criar problemas para resolver
- Fornecer um destino para as acções

5.3 Simbolização
- Responder a desejos reais através do faz-de-conta
- Substituir objectos por outros, dar significado simbólico a objectos e gestos
- Desenvolver as ideias da criança
- Falar com os bonecos

6. Perturbações no autismo

6.1 Ao nível dos défices cognitivos salientam-se dificuldades relacionadas com:


- Atenção – a criança com autismo responde apenas a uma parte restrita do meio envolvente
“túnel de atenção”.
7

- Organização – a criança com autismo manifesta dificuldades em perceber o que a rodeia e em


prever acontecimentos.
- Generalização – a sua aprendizagem refere-se sempre a uma situação específica e falha na
generalização a novas situações.

6.2 Ao nível das alterações sensoriais salientam-se:


- Inconsistência das suas reacções à estimulação.
- Hiper-sensibilidade / Hipo-sensibilidade a determinados estímulos.
Ao nível das alterações sociais salientam-se:
- Empatia – dificuldade de se situar em relação aos outros, e em compreender
e prever o seu comportamento.
- Reciprocidade – relacionada com a capacidade para iniciar a interacção
social com o outro. A criança demonstra, mesmo que com interesse na
interacção, dificuldade em a iniciar e manter de forma espontânea.
- Contacto visual – fugaz e irregular. Pouco intencional a nível social e do
estabelecimento da relação com o outro.

6.3 Ao nível das alterações comunicacionais:


- Compreensão/Expressão – relacionado com a dificuldade em interpretar
“sinais” próprios da comunicação (ex. estados de espírito, emoções).
- Reciprocidade – relacionada com a utilização social da linguagem (verbal e
não verbal) e com a dificuldade em iniciar e/ou manter um diálogo coerente
com o interlocutor (ex: pragmática do discurso).
- Interpretação literal – grandes dificuldades na compreensão de metáforas
e ironias, ou na leitura de um “significado”, a partir do contexto.

6.4 Ao nível das alterações comportamentais:


Aderência a rituais não funcionais
- Previsibilidade – necessidade de um ambiente estruturado e constante que permita à criança
“saber o que vai acontecer” (resistência à mudança).
8

- Medos – surgem muitas vezes relacionados com a não compreensão do que a rodeia.
- Compreensão – necessidade da criação de rotinas e hábitos de trabalho.

7. Evolução da sintomatologia
Segundo SCHWARTZIMAN (1993:172), as crianças autistas vivem num mundo à parte criado
por elas próprias, geralmente incapazes de estabelecer relações pessoais normais, contudo,
podem revelar uma ligação muito forte com alguns objectos. Revelam ainda alterações ao nível
da linguagem – padrões de fala inelegíveis e outras nem sequer falam, apresentam ainda
dificuldades nas relações interpessoais; manifestam rituais – comportamentos estereotipados e
repetitivos. Podem ainda apresentar características como: inibição motora, mutismo, dificuldade
em suportar mudanças de ambiente, recusa em procurar ou aceitar carinhos, gosto pela imitação
de sons ou de movimentos, dificuldade em estabelecer amizades, entre outras…
Mas a sintomatologia desta síndrome não aparece de um dia para o outro, o autismo é uma
doença com um desenvolvimento gradual:

7.1 Do nascimento até aos 15 meses:


-Problemas com a alimentação, como por exemplo: dificuldade na amamentação;
-Apáticos e não demonstram nenhum desejo de abraços e nem de mimo;
-Choro constante ou ausência total de choro;
-Desinteresse pelas pessoas e pelo meio ambiente;
-Medo anormal de estranhos;
-Movimentos repetitivos, como: balanceamentos das mãos, oscilações ou rotações prolongadas,
entre outros…
-Interesse obsessivo por determinados objectos, jogos ou aparelhos mecânicos;
-Insistência nos seus desejos unicamente para que não se mude de ambiente físico;
-Problemas de sono.

7.2 Dos 18 meses até aos 2 anos:


-Dificuldades em aprender a controlar os esfíncteres e os hábitos de higiene;
-Hábitos e preferências estranhas na alimentação;
-Atraso na fala, ausência de fala ou poderão eventualmente perder a fala já
adquirida.
9

7.3 Após os 2 anos:


-Afasia contínua ou utilização de padrões invulgares na fala, tais como repetir
palavras e frases;
-Persistem os problemas de controlo dos esfíncteres e dos hábitos de higiene;
-Incapacidade para jogos vulgares;
-Alguns podem possuir habilidade musical, motora ou manual;
-Por vezes podem demonstrar insensibilidade à dor.

8. Inclusão dos alunos com autismo no currículo normal

Segundo RODRIGUES & MOREIRA (2012), os alunos com transtornos do espectro autista
surgem como o extremo da dificuldade da inclusão, tendo em vista que a ausência da linguagem
e o alheamento fazem com que o trabalho a ser realizado pelos professores ainda esteja distante
do esperado e prescrito pedagogicamente. Observa-se uma série de limites para o
desenvolvimento de um trabalho efectivo com os alunos com TEA (Transtornos do Espectro
Autista), tais como: a dificuldade individual do aluno e dos professores e a ausência de material e
direccionamentos adequados para o trabalho.

Para BAUTISTA (1999, p. 128), essa educação inclusiva na escola converte a escola num novo
paradigma educativo “da diferença como norma, e da necessidade de reaprender a diferenciação
e individualização das aprendizagens, a avaliação dinâmi ca e interativa, a flexibilidade
curricular, como cultura prática de todos e de cada um”.

O princípio da inclusão afirma a necessidade de ambientes que acolham a todos,


independentemente das suas condições físicas, sociais ou intelectuais, o que vem demonstrar
actualmente inúmeras tentativas de implantar uma educação inclusiva. No entanto, conforme,
surgiram duas posições extremistas ao conceber a colocação dos alunos com dificuldades
especiais em classes comuns. Estas posições foram: a inclusão total - na qual as crianças com
necessidades especiais são inseridas em classes regulares com alunos da mesma idade e a
educação inclusiva- nesta há uma inserção nas classes comuns, sem excluir a necessidade da
manutenção de serviços especiais que funcionem como um apoio para alunos com deficiências
mais extensivas. (MAGALHÃES, 1999)
10

Desse modo, percebe-se que quanto a inclusão de alunos com necessidades especiais, existem
posicionamentos distintos e dificuldades aparentes, como bem mostram pesquisas realizadas com
professores que ensinam em classes com alunos portadores de necessidades especiais Tais
pesquisas demonstraram que professores encontram-se frustrados e desorientados, tendo em vista
que os alunos com TEA não se adaptam a norma, logo, representam a impossibilidade da
realização do trabalho previsto e o atraso do desenvolvimento dos outros alunos. (PIMENTEL e
FERNANDES, 2014).

Por outro lado, o termo “integração”, originado do conceito de “normalização”, aproxima-se


muito ao conceito de “meio menos restrito possível” que é usado em sentido lato para referir a
prática de integrar –física, social e pedagogicamente –, na máxima medida do possível, a criança
com NEE na escola do regular. Entendemos por “meio menos restrito possível” o ambiente
educativo que é proporcionado ao aluno, dando-lhe boas oportunidades de progredir, e
permitindo ao professor do ensino regularatuar de forma adequada com todos os alunos da
turma, promovendo a sociabilidade entre alunos com NEE e naqueles que não as têm
(BAUTISTA, 1997).

CORREIA (2003), defende a participação de todos nas actividades, dizendo que a inclusão passa
a ser vista como a inserção total do aluno com NEE, possibilitando-o a frequência das escolas do
ensino regular.

9. Diagnóstico
Para diagnosticar o autismo, são usados hoje os critérios definidos pelo DSM-IV e pelo CID-10.
O diagnóstico do autismo é comportamental pois ainda não existem exames que possam
contribuir significativamente para o diagnóstico, apesar de já haver alguns estudos que apontam
no sentido de algumas anormalidades em determinados cromossomas indicarem uma ligação
com o autismo, mas isto ainda não é utilizado para uma confirmação de diagnóstico. (MENDES,
2002:12)

DSM IV – TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais)


As características essenciais da Perturbação Autística são a presença de um desenvolvimento
acentuadamente anormal ou deficitário da interacção e comunicação social e um repertório
acentuadamente restritivo de actividades e interesses.
11

A perturbação pode manifestar-se antes dos 3 anos de idade por um atraso ou funcionamento
anormal em pelo menos uma das seguintes áreas: interacção social, linguagem usada na
comunicação social, jogo simbólico ou imaginativo. Não existe tipicamente um período de
desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um
desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos, mas nestes casos, os pais
referem uma regressão no desenvolvimento da linguagem, geralmente manifestada por uma
paragem da fala depois de a criança ter adquirido 5 a 10 palavras.

Por definição, se existe um período de desenvolvimento normal, este não pode estender-se para
além dos 3 anos de idade, e a perturbação não é melhor explicada pela presença de uma
Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. . (MENDES, 2002:17)

10. Intervenção Educativa


Segundo GLAT (1998), O diagnóstico e a intervenção precoce são aspectos importantes que,
geralmente, se traduzem num prognóstico mais favorável. A partir dos três anos estas crianças
devem ter um acompanhamento educativo ajustado às suas necessidades que, geralmente, dão
ênfase ao desenvolvimento das competências sociais, de comunicação e cognitivas, assim como
aos aspectos relacionados com a autonomia pessoal. Como os problemas de comunicação e
comportamento interferem com a aprendizagem escolar pode ser necessário recorrer a um
profissional com experiência e conhecimentos na área do autismo no sentido de colaborar na
elaboração e implementação de um programa de treino comportamental em casa e na escola.

O ambiente escolar deve ser estruturado de tal forma que o programa a implementar seja
consistente e previsível. Os alunos com Autismo e Distúrbio de Desenvolvimento Generalizado
não especificado aprendem melhor e confundem menos se a informação lhes for apresentada de
uma forma visual e verbal. Também é considerada importante a sua interacção com outras
crianças já que lhe proporcionam modelos normativos de interacção social, comportamento e
linguagem. Para ultrapassar o problema frequente da generalização das competências aprendidas
na escola para outros contextos é importante desenvolver uma intervenção com a família para
que as actividades e experiências de aprendizagem possam ser desenvolvidas no contexto
familiar e da comunidade.
12

Recorrendo a programas educativos desenvolvidos para satisfazer as necessidades individuais de


cada aluno e a serviços especializados de apoio é possível que alguns adultos com Autismo
possam trabalhar e viver integrados profissional e socialmente na sua comunidade. Outros
poderão necessitar de um acompanhamento de retaguarda e de supervisão para que a sua
integração social seja plena.

De entre os modelos educacionais para os autistas, o mais importante, neste momento, é o


método TEACCH, desenvolvido pela Universidade da Carolina do Norte, e que tem como
postulados básicos na sua filosofia, os seguintes:
a) Propiciar o desenvolvimento adequado e compatível com as potencialidades e a faixa etária
do paciente.
b) Funcionalidade (aquisição de habilidades que tenham função prática).

c) Independência (desenvolvimento de capacidades que permitam maior autonomia possível).

d) Integração de prioridades entre família e programa, ou seja, objectivos a serem alcançados


devem ser únicos e a estratégias adoptadas devem ser uniformes.

Dentro deste modelo, é estabelecido um plano terapêutico individual, onde é definida uma
programação diária para a criança autista. O aprendiz parte de objectos concretos e passa
gradativamente para modelos representativos e simbólicos, de acordo com as suas possibilidades.

11. Recomendações para o Processo Ensino-Aprendizagem

Como é sabido e regra geral, as crianças autistas apresentam dificuldades ao nível da


comunicação e da socialização. O ensino inclusivo na escola regular deverá estar preparado para
que os alunos com autismo e/ou com necessidades educativas especiais possam desenvolver-se
como cidadãos, assim como deve estar preparado para que estes possam adquirir novas
competências. Infelizmente, e devido às carências existentes na grande maioria das escolas
regulares, por vezes, surge a necessidade de recorrer aos estabelecimentos de ensino especial.

Os professores reconhecem que aquele aluno “é diferente” sem que consigam apontar com
clareza a natureza dessa diferença. Certo é que estes alunos podem ler com muita rapidez e
13

correcção sem contudo compreender os conceitos implícitos num texto. As composições escritas
são extremamente lacónicas, absolutamente factuais como se de um inventário se tratasse. As
operações matemáticas são realizadas com extrema rapidez e facilidade mas o enunciado do
problema não é compreendido.
Qualquer professor, educador, técnico ou encarregado de educação necessitará de bastante
paciência para trabalhar com uma criança autista, devendo aceitar e reconhecer as suas
“limitações” e respeitar a “lentidão” dos seus progressos, por isso dever-se-á trabalhar com a
criança autista por etapas. Também, o contacto frequente dos encarregados de educação com a
escola é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, no sentido da sua
participação activa no contacto e trabalho com a equipa multidisciplinar, de forma a obter
informações acerca das evoluções e dificuldades do seu educando, conhecendo e colaborando em
casa com o trabalho efectuado na escola.

Em suma, há que procurar compreender os comportamentos autistas e estipular objectivos a


atingir, estimulando e acompanhando a criança/jovem no seu processo de desenvolvimento e de
aprendizagem e contribuindo para a sua integração plena na sociedade. (MENDES, 2002:20).
14

Conclusão

Chegado ao fim deste trabalho, concluiu-se que o autismo é uma doença extremamente
debilitante, e que o comprometimento dos autistas é tão complexo, que é difícil propor um
tratamento que seja plenamente satisfatório e que funcione em todos os casos. O que parece
verdadeiro e indiscutível é que estas crianças são tão especiais que necessitam de uma equipa de
profissionais de várias áreas que trabalhem conjuntamente para lhes proporcionar, a elas e aos
seus familiares, uma convivência com o mundo mais fácil e proveitosa.

Embora, pareça que não há muito que se possa fazer para ajudá-las, sem dúvida que um trabalho
de socialização é extremamente necessário é importante, pois por si só já provoca muitas
mudanças no seu comportamento. as crianças autistas vivem num mundo particular criado por
elas mesmas, não conseguem relacionar-se com os outros. A comunicação deles é muito
limitada. Os educadores devem aceitar e reconhecer as suas dificuldades e seu modo de vida,
muito mais a lentidão da sua aprendizagem.
15

Referência bibliográfica

BAUTISTA, R. Necessidades educativas especiais. Lisboa: Dinalivro, 1997.


BAUTISTA, R. Necessidades educativas especiais.2. ed. Lisboa: Dinalivro, 1999.

CORREIA, L. M. Inclusão e necessidades educativas especiais. 2ª Ed. Porto: Porto Editora.


2008
CORREIA, L. M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto:
Porto Editora, 1997.

CORREIA, L. Educação Especial e Inclusão. Porto. Colecção Educação Especial: Porto Editora,
2003

Federação Portuguesa de Autismo, disponível em: http://www.appda-lisboa.org.pt/federacao/

MARQUES, T. Autismo: que intervenção? Cidade solidária, 2002

NIELSEN, L. B. Deficiência Mental. Necessidades Educativas na Sala de Aula. Um Guia para


Professores. Colecção Educação Especial. Porto Editora, 2000

OMOTE, S. Deficiência e não Deficiência: Recortes do Mesmo Tecido. 3ª Ed. Brasil, 1996

PIMENTEL, A. G. L. & Fernandes, D. M. A perspectiva de professores quanto ao trabalho com


crianças com autismo.São Paulo, 2ª Ed. 2014 .

RODRIGUES, I. de B., Moreira, L. E. de V.; & Lerner, R. Análise institucional do discurso de


professores de alunos diagnosticados como autistas em inclusão escolar. São Paulo , 2014
ii 16

Índice

Introdução...................................................................................................................................................3
1. Definição de autismo...........................................................................................................................4
2. Síndrome de asperger..........................................................................................................................4
3. Causas do autismo...............................................................................................................................4
4. Características gerais das crianças autistas:.........................................................................................5
5. Pistas para a intervenção......................................................................................................................6
5.1 Atenção Mútua / Envolvimento Mútuo............................................................................................6
5.2 Planeamento Motor..........................................................................................................................6
5.3 Simbolização...................................................................................................................................6
6. Perturbações no autismo......................................................................................................................6
6.1 Ao nível dos défices cognitivos.......................................................................................................6
6.2 Ao nível das alterações sensoriais.........................................................................................................7
6.3 Ao nível das alterações comunicacionais..............................................................................................7
6.4 Ao nível das alterações comportamentais.............................................................................................7
7. Evolução da sintomatologia.................................................................................................................8
7.1 Do nascimento até aos 15 meses:.........................................................................................................8
7.2 Dos 18 meses até aos 2 anos:...............................................................................................................8
7.3 Após os 2 anos:...................................................................................................................................9
8. Inclusão dos alunos com autismo no currículo normal........................................................................9
9. Diagnóstico........................................................................................................................................10
10. Intervenção Educativa...................................................................................................................11
11. Recomendações para o Processo Ensino-Aprendizagem...............................................................12
Conclusão..................................................................................................................................................14
Referência bibliográfica............................................................................................................................15

Você também pode gostar