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Introdução
O presente trabalho que tem como tema Autismo, tem como objectivo geral descrever a
ocorrência das perturbações do autismo na criança ao ponto de contribuir no fraco desempenho
da sua aprendizagem. E especificamente ira-se focalizar as causas, características, diagnostico,
inclusão e intervenção educativa. Falar de autismo é ficar preocupado com a vida das crianças
com necessidade educativas especiais, sendo assim este trabalho é de mera importância na
medida em que todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raça, cultura,
educação ou classe social dos indivíduos. Por isso ira ajudar muito na compreensão das causas e
dos passos como ajudar as crianças com autismo para o melhoramento da sua aprendizagem.
A metodologia usada para a realização deste trabalho, foi a de consulta bibliográfica, que
consistiu na leitura e análise das informações de diversas obras que se debruçam sobre o tema
acima mencionado.
1. Definição de autismo
MARQUES (2002), esclarece que a proveniência do autismo é grega, sendo que Autos significa
Eu/Próprio e Ismo significa estado ou orientação, o que leva a dizer que é um estado em que o
indivíduo é centrado nele próprio, vive no seu mundo.
“O autismo é uma doença psiquiátrica rara e grave da infância – Síndrome de Kanner – autismo
infantil – caracterizado por um desenvolvimento intelectual desequilibrado, que afecta também a
capacidade de socialização. Pode-se dizer que é uma anormalidade grave, caracterizada por
severos problemas ao nível da comunicação, do comportamento e por uma grande incapacidade
em relacionar-se com as pessoas de uma forma normal.” (GAUDERER, 1985)
No entanto, quando uma criança não atinge cabalmente os critérios do autismo, há pelo menos
uma outra classificação, integrada nas chamadas desordens do espectrodo autismo, que importa
conhecer: a síndrome de asperger.
2. Síndrome de asperger
“A criança com Síndrome de Asperger, embora apresente alterações importantes no
relacionamento social e ocupacional, não evidencia atrasos clinicamente significativos ao nível
da linguagem, do desenvolvimento cognitivo, na aquisição das funções adaptativas e de
autonomia.” (CORREIA, 2008)
3. Causas do autismo
De acordo com OMOTE (1996, 60), a causa ou causas específicas do autismo são ainda
desconhecidas, sabe-se, contudo que tem uma base genética importante. Sobre esta determinante
genética seriam acumulados factores adicionais (do meio interno e/ou envolvente) que
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eventualmente poderiam levar ao autismo e que seguramente contribuem para a sua expressão.
Está, por outro lado, bem demonstrado que factores como a relação mãe / bebé ou a educação,
não determinam em nada o aparecimento do autismo.
Trata-se de uma perturbação global do funcionamento cerebral, que afecta numerosos sistemas e
funções, eventualmente com múltiplas causas e que se expressa de formas bastante diversas,
contudo existem medicamentos que podem aliviar os sintomas e as alterações comportamentais
associadas ao autismo.
Factores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e natais (ex.prematuridade, baixo peso
ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) também podem ter influência no
aparecimento das perturbações do espectro do autismo. Existe uma grande ocorrência de
epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de
cerca de 0,5%. Em todo o mundo, o autismo manifesta-se de forma independente da raça,
cultura, educação ou classe social dos indivíduos.
5.3 Simbolização
- Responder a desejos reais através do faz-de-conta
- Substituir objectos por outros, dar significado simbólico a objectos e gestos
- Desenvolver as ideias da criança
- Falar com os bonecos
6. Perturbações no autismo
- Medos – surgem muitas vezes relacionados com a não compreensão do que a rodeia.
- Compreensão – necessidade da criação de rotinas e hábitos de trabalho.
7. Evolução da sintomatologia
Segundo SCHWARTZIMAN (1993:172), as crianças autistas vivem num mundo à parte criado
por elas próprias, geralmente incapazes de estabelecer relações pessoais normais, contudo,
podem revelar uma ligação muito forte com alguns objectos. Revelam ainda alterações ao nível
da linguagem – padrões de fala inelegíveis e outras nem sequer falam, apresentam ainda
dificuldades nas relações interpessoais; manifestam rituais – comportamentos estereotipados e
repetitivos. Podem ainda apresentar características como: inibição motora, mutismo, dificuldade
em suportar mudanças de ambiente, recusa em procurar ou aceitar carinhos, gosto pela imitação
de sons ou de movimentos, dificuldade em estabelecer amizades, entre outras…
Mas a sintomatologia desta síndrome não aparece de um dia para o outro, o autismo é uma
doença com um desenvolvimento gradual:
Segundo RODRIGUES & MOREIRA (2012), os alunos com transtornos do espectro autista
surgem como o extremo da dificuldade da inclusão, tendo em vista que a ausência da linguagem
e o alheamento fazem com que o trabalho a ser realizado pelos professores ainda esteja distante
do esperado e prescrito pedagogicamente. Observa-se uma série de limites para o
desenvolvimento de um trabalho efectivo com os alunos com TEA (Transtornos do Espectro
Autista), tais como: a dificuldade individual do aluno e dos professores e a ausência de material e
direccionamentos adequados para o trabalho.
Para BAUTISTA (1999, p. 128), essa educação inclusiva na escola converte a escola num novo
paradigma educativo “da diferença como norma, e da necessidade de reaprender a diferenciação
e individualização das aprendizagens, a avaliação dinâmi ca e interativa, a flexibilidade
curricular, como cultura prática de todos e de cada um”.
Desse modo, percebe-se que quanto a inclusão de alunos com necessidades especiais, existem
posicionamentos distintos e dificuldades aparentes, como bem mostram pesquisas realizadas com
professores que ensinam em classes com alunos portadores de necessidades especiais Tais
pesquisas demonstraram que professores encontram-se frustrados e desorientados, tendo em vista
que os alunos com TEA não se adaptam a norma, logo, representam a impossibilidade da
realização do trabalho previsto e o atraso do desenvolvimento dos outros alunos. (PIMENTEL e
FERNANDES, 2014).
CORREIA (2003), defende a participação de todos nas actividades, dizendo que a inclusão passa
a ser vista como a inserção total do aluno com NEE, possibilitando-o a frequência das escolas do
ensino regular.
9. Diagnóstico
Para diagnosticar o autismo, são usados hoje os critérios definidos pelo DSM-IV e pelo CID-10.
O diagnóstico do autismo é comportamental pois ainda não existem exames que possam
contribuir significativamente para o diagnóstico, apesar de já haver alguns estudos que apontam
no sentido de algumas anormalidades em determinados cromossomas indicarem uma ligação
com o autismo, mas isto ainda não é utilizado para uma confirmação de diagnóstico. (MENDES,
2002:12)
A perturbação pode manifestar-se antes dos 3 anos de idade por um atraso ou funcionamento
anormal em pelo menos uma das seguintes áreas: interacção social, linguagem usada na
comunicação social, jogo simbólico ou imaginativo. Não existe tipicamente um período de
desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um
desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos, mas nestes casos, os pais
referem uma regressão no desenvolvimento da linguagem, geralmente manifestada por uma
paragem da fala depois de a criança ter adquirido 5 a 10 palavras.
Por definição, se existe um período de desenvolvimento normal, este não pode estender-se para
além dos 3 anos de idade, e a perturbação não é melhor explicada pela presença de uma
Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância. . (MENDES, 2002:17)
O ambiente escolar deve ser estruturado de tal forma que o programa a implementar seja
consistente e previsível. Os alunos com Autismo e Distúrbio de Desenvolvimento Generalizado
não especificado aprendem melhor e confundem menos se a informação lhes for apresentada de
uma forma visual e verbal. Também é considerada importante a sua interacção com outras
crianças já que lhe proporcionam modelos normativos de interacção social, comportamento e
linguagem. Para ultrapassar o problema frequente da generalização das competências aprendidas
na escola para outros contextos é importante desenvolver uma intervenção com a família para
que as actividades e experiências de aprendizagem possam ser desenvolvidas no contexto
familiar e da comunidade.
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Dentro deste modelo, é estabelecido um plano terapêutico individual, onde é definida uma
programação diária para a criança autista. O aprendiz parte de objectos concretos e passa
gradativamente para modelos representativos e simbólicos, de acordo com as suas possibilidades.
Os professores reconhecem que aquele aluno “é diferente” sem que consigam apontar com
clareza a natureza dessa diferença. Certo é que estes alunos podem ler com muita rapidez e
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correcção sem contudo compreender os conceitos implícitos num texto. As composições escritas
são extremamente lacónicas, absolutamente factuais como se de um inventário se tratasse. As
operações matemáticas são realizadas com extrema rapidez e facilidade mas o enunciado do
problema não é compreendido.
Qualquer professor, educador, técnico ou encarregado de educação necessitará de bastante
paciência para trabalhar com uma criança autista, devendo aceitar e reconhecer as suas
“limitações” e respeitar a “lentidão” dos seus progressos, por isso dever-se-á trabalhar com a
criança autista por etapas. Também, o contacto frequente dos encarregados de educação com a
escola é de extrema importância para o desenvolvimento da criança, no sentido da sua
participação activa no contacto e trabalho com a equipa multidisciplinar, de forma a obter
informações acerca das evoluções e dificuldades do seu educando, conhecendo e colaborando em
casa com o trabalho efectuado na escola.
Conclusão
Chegado ao fim deste trabalho, concluiu-se que o autismo é uma doença extremamente
debilitante, e que o comprometimento dos autistas é tão complexo, que é difícil propor um
tratamento que seja plenamente satisfatório e que funcione em todos os casos. O que parece
verdadeiro e indiscutível é que estas crianças são tão especiais que necessitam de uma equipa de
profissionais de várias áreas que trabalhem conjuntamente para lhes proporcionar, a elas e aos
seus familiares, uma convivência com o mundo mais fácil e proveitosa.
Embora, pareça que não há muito que se possa fazer para ajudá-las, sem dúvida que um trabalho
de socialização é extremamente necessário é importante, pois por si só já provoca muitas
mudanças no seu comportamento. as crianças autistas vivem num mundo particular criado por
elas mesmas, não conseguem relacionar-se com os outros. A comunicação deles é muito
limitada. Os educadores devem aceitar e reconhecer as suas dificuldades e seu modo de vida,
muito mais a lentidão da sua aprendizagem.
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Referência bibliográfica
CORREIA, L. Educação Especial e Inclusão. Porto. Colecção Educação Especial: Porto Editora,
2003
OMOTE, S. Deficiência e não Deficiência: Recortes do Mesmo Tecido. 3ª Ed. Brasil, 1996
Índice
Introdução...................................................................................................................................................3
1. Definição de autismo...........................................................................................................................4
2. Síndrome de asperger..........................................................................................................................4
3. Causas do autismo...............................................................................................................................4
4. Características gerais das crianças autistas:.........................................................................................5
5. Pistas para a intervenção......................................................................................................................6
5.1 Atenção Mútua / Envolvimento Mútuo............................................................................................6
5.2 Planeamento Motor..........................................................................................................................6
5.3 Simbolização...................................................................................................................................6
6. Perturbações no autismo......................................................................................................................6
6.1 Ao nível dos défices cognitivos.......................................................................................................6
6.2 Ao nível das alterações sensoriais.........................................................................................................7
6.3 Ao nível das alterações comunicacionais..............................................................................................7
6.4 Ao nível das alterações comportamentais.............................................................................................7
7. Evolução da sintomatologia.................................................................................................................8
7.1 Do nascimento até aos 15 meses:.........................................................................................................8
7.2 Dos 18 meses até aos 2 anos:...............................................................................................................8
7.3 Após os 2 anos:...................................................................................................................................9
8. Inclusão dos alunos com autismo no currículo normal........................................................................9
9. Diagnóstico........................................................................................................................................10
10. Intervenção Educativa...................................................................................................................11
11. Recomendações para o Processo Ensino-Aprendizagem...............................................................12
Conclusão..................................................................................................................................................14
Referência bibliográfica............................................................................................................................15