Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista, ou simplesmente
Autismo é um assunto complexo, e necessita de uma análise
particular em cada criança e/ou pessoa. No entanto, há
aspectos básicos para que se possa compreender de forma
clara este conceito. Afinal, o que caracteriza o autismo? Qual
sua definição? É o que veremos a seguir.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo, refere-se a uma série de condições caracterizadas por
desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por
forças e diferenças únicas. Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes
combinações de influências genéticas e ambientais.
O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com
autismo.
Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em
alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Alguns atrasos no desenvolvimento
associados ao autismo podem ser identificados e abordados ainda mais cedo. Recomenda-se que os pais com
preocupações busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode melhorar os
resultados.
O Autismo
O autismo é apenas um dos transtornos que integram o quadro de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA
foi definido pela última edição do DSM-V como uma série de quadros (que podem variar quanto à intensidade
dos sintomas e prejuízo gerando na rotina do indivíduo).
Outros exemplos de transtornos que fazem parte do espectro – e que anteriormente eram considerados
diagnósticos distintos – são: a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento.
Institutos de controle e prevenção de doenças americanos, como o CDC Centers for Disease Control and
Prevention -, estimam a prevalência do Transtorno do Espectro Autista como 1 em 68 crianças nos Estados
Unidos. Isso inclui 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas. Esse mesmo instituto afirma que hoje existe 1 caso
de autismo para cada 110 pessoas. Extrapolando esses números, estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 2
milhões de autistas. Aproximadamente 407 mil pessoas somente no estado de São Paulo
Estima-se que 50.000 adolescentes com autismo tornam-se adultos – e perdem serviços de autismo
escolarizados – a cada ano.
Cerca de um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais.
Cerca de um terço das pessoas com autismo têm uma deficiência intelectual.
Certos problemas médicos e de saúde mental freqüentemente acompanham o autismo. Eles incluem
distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
ansiedade e fobias.
Sabemos que não há uma única causa de autismo. Pesquisas sugerem que o autismo se desenvolve a partir de
uma combinação de influências genéticas e não genéticas, ou ambientais.
Essas influências parecem aumentar o risco de uma criança desenvolver autismo. No entanto, é importante ter
em mente que o aumento do risco não é a mesma causa. Por exemplo, algumas alterações genéticas
associadas ao autismo também podem ser encontradas em pessoas que não têm o distúrbio. Da mesma forma,
nem todos expostos a um fator de risco ambiental para o autismo desenvolvem o distúrbio. Na verdade, a
maioria não.
A origem do autismo se deve a diversos fatores, englobando a relação de fatores descritos abaixo:
– Genéticos: Fatores complexos, uma vez que não há um gene específico associado ao transtorno do espectro
autista, e sim uma variedade de mutações e anomalias cromossômicas que vem sendo associadas a ele. Em
relação ao gênero, a proporção é de meninos 4:1 meninas.
– Neurológicos Há maior prevalência de TEA associados a atrasos cognitivos e quadros epilepsia, por exemplo
.
– Ambientais: Interação de genes com o ambiente, infecções e intoxicações durante o período pré-natal,
prematuridade, baixo peso e complicações no parto são alguns dos fatores que podem contribuir
negativamente.
Importância do diagnóstico precoce
A maioria dos casos ainda é detectada tardiamente. Porém, é crescente o número de estudos voltados à
importância da detecção precoce. Ainda na primeira infância. Neste período inicial da vida, há alguns
comportamentos que fogem ao chamado “desenvolvimento típico”, e já podem servir de alerta a familiares e
profissionais da saúde.
Principais exemplos de sinais que podem ser rastreados precocemente, e servir de alerta:
Ausência de resposta clara ao ser chamado pelo nome (importante descartar hipótese de perda
auditiva);
Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal (não apontar, não responder a sorrisos,
demorar para balbuciar e falar, ou regressão de linguagem);
Quanto mais cedo a família e a escola forem orientadas sobre o quadro da criança, melhor será sua inserção
social e aquisição de autonomia. A intervenção precoce (que pode ocorrer mesmo antes do diagnóstico
conclusivo) visa estimular as potencialidades e auxiliar no desenvolvimento de formas adaptativas de
comunicação e interação.
As seguintes “bandeiras vermelhas” sugerem que uma criança está em risco de sofrer de autismo. Algumas
crianças sem autismo têm alguns desses sintomas, e nem todas as crianças com autismo mostram todos eles.
É por isso que uma avaliação mais aprofundada é crucial. Se o seu filho apresentar algum dos seguintes, por
favor, veja o Passo 2: Faça a sua criança ser examinada.
Segue abaixo algumas das principais características dos transtornos do espectro autista, que podem variar em grau e
intensidade:
Ausência ou limitação com comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas
corporais e gestos;
• Ausência de tentativas espontâneas de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (ex.: a
• Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (ex.: agitar ou torcer mãos e dedos ou movimentos complexos de
todo o corpo);
Referência: CRISTINA, M.; KUPFER, M. Notas Sobre o Diagnóstico Diferencial da Psicose e do Autismo na