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O QUE É AUTISMO OU

TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA (TEA)?
O Transtorno do Espectro Autista, ou simplesmente
Autismo é um assunto complexo, e necessita de uma análise
particular em cada criança e/ou pessoa. No entanto, há
aspectos básicos para que se possa compreender de forma
clara este conceito. Afinal, o que caracteriza o autismo? Qual
sua definição? É o que veremos a seguir.

Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD)


Antes de se falar em autismo, há um termo
denominado Transtornos Globais de Desenvolvimento,
que indicam algumas características relacionadas ao
autismo, como por exemplo, dificuldades de se socializar,
atraso de linguagem e comunicação e também
comportamentos agressivos.
Toda criança ou indivíduo que se englobe neste conceito
passa por um comprometimento intelectual que, por sua vez,
compromete seu desenvolvimento e evolução nas esferas
social e acadêmica.
Autismo
Dito isto, podemos definir o autismo como uma síndrome
comportamental que apresenta sintomas básicos como:

 Dificuldade de interação social;


 Déficit de comunicação social, tanto quantitativo quanto
qualitativo;
 Padrões inadequados de comportamento que não
possuem finalidade social.

Ao identificarmos estas 3 características básicas é possível


definir e diagnosticar o autismo.
Pesquisas e estudos sobre o autismo
A palavra foi utilizada primeiramente pelo pesquisador
Bleuler, em 1911, significando a perda de contato com a
realidade. O termo refere-se às crianças pesquisadas, que
viviam num mundo próprio, dentro de si mesmas, daí a raiz
“auto” (voltado para si próprio).
Posteriormente, Kanner publica os primeiros artigos,
apontando a questão do autismo presente em 11 crianças,
no ano de 1943. No ano seguinte, Asperger publica estudos
onde as crianças com autismo apresentavam certa
desenvoltura cognitiva e inteligência normal.
Nos dias atuais, a comunidade médica observa o autismo
com maior complexidade, com múltiplas etiologias com graus
variáveis.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é classificado em
3 graus atualmente: autismo leve, autismo moderado,
autismo severo.
Dúvidas sobre o autismo? Deixe nos comentários que
responderemos para você!

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo, refere-se a uma série de condições caracterizadas por
desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por
forças e diferenças únicas. Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes
combinações de influências genéticas e ambientais.

O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com
autismo.

Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em
alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Alguns atrasos no desenvolvimento
associados ao autismo podem ser identificados e abordados ainda mais cedo. Recomenda-se que os pais com
preocupações busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode melhorar os
resultados.

O Autismo
O autismo é apenas um dos transtornos que integram o quadro de Transtorno do Espectro Autista (TEA). O TEA
foi definido pela última edição do DSM-V como uma série de quadros (que podem variar quanto à intensidade
dos sintomas e prejuízo gerando na rotina do indivíduo).
Outros exemplos de transtornos que fazem parte do espectro – e que anteriormente eram considerados
diagnósticos distintos – são: a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do Desenvolvimento.

É importante ressaltar que se tratam de transtornos do neurodesenvolvimento, caracterizados por alterações em


dois domínios principais:

1. Comunicação e interação social.


2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento.

Alguns fatos sobre o autismo

Institutos de controle e prevenção de doenças americanos, como o CDC Centers for Disease Control and
Prevention -, estimam a prevalência do Transtorno do Espectro Autista como 1 em 68 crianças nos Estados
Unidos. Isso inclui 1 em 42 meninos e 1 em 189 meninas. Esse mesmo instituto afirma que hoje existe 1 caso
de autismo para cada 110 pessoas. Extrapolando esses números, estima-se que o Brasil tenha hoje cerca de 2
milhões de autistas. Aproximadamente 407 mil pessoas somente no estado de São Paulo

 Estima-se que 50.000 adolescentes com autismo tornam-se adultos – e perdem serviços de autismo
escolarizados – a cada ano.
 Cerca de um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais.
 Cerca de um terço das pessoas com autismo têm uma deficiência intelectual.
 Certos problemas médicos e de saúde mental freqüentemente acompanham o autismo. Eles incluem
distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, déficit de atenção e hiperatividade (TDAH),
ansiedade e fobias.

Transtorno do Espectro Autista e suas


possíveis causas
Uma das perguntas mais comuns feitas após um diagnóstico de autismo, é o que causou a doença.

Sabemos que não há uma única causa de autismo. Pesquisas sugerem que o autismo se desenvolve a partir de
uma combinação de influências genéticas e não genéticas, ou ambientais.

Essas influências parecem aumentar o risco de uma criança desenvolver autismo. No entanto, é importante ter
em mente que o aumento do risco não é a mesma causa. Por exemplo, algumas alterações genéticas
associadas ao autismo também podem ser encontradas em pessoas que não têm o distúrbio. Da mesma forma,
nem todos expostos a um fator de risco ambiental para o autismo desenvolvem o distúrbio. Na verdade, a
maioria não.

A origem do autismo se deve a diversos fatores, englobando a relação de fatores descritos abaixo:

– Genéticos: Fatores complexos, uma vez que não há um gene específico associado ao transtorno do espectro
autista, e sim uma variedade de mutações e anomalias cromossômicas que vem sendo associadas a ele. Em
relação ao gênero, a proporção é de meninos 4:1 meninas.

– Neurológicos Há maior prevalência de TEA associados a atrasos cognitivos e quadros epilepsia, por exemplo
.

– Ambientais: Interação de genes com o ambiente, infecções e intoxicações durante o período pré-natal,
prematuridade, baixo peso e complicações no parto são alguns dos fatores que podem contribuir
negativamente.
Importância do diagnóstico precoce
A maioria dos casos ainda é detectada tardiamente. Porém, é crescente o número de estudos voltados à
importância da detecção precoce. Ainda na primeira infância. Neste período inicial da vida, há alguns
comportamentos que fogem ao chamado “desenvolvimento típico”, e já podem servir de alerta a familiares e
profissionais da saúde.

Principais exemplos de sinais que podem ser rastreados precocemente, e servir de alerta:

 Dificuldade em sustentar contato visual enquanto é alimentado;

 Ausência de resposta clara ao ser chamado pelo nome (importante descartar hipótese de perda
auditiva);

 Atraso no desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal (não apontar, não responder a sorrisos,
demorar para balbuciar e falar, ou regressão de linguagem);

 Desconforto com afagos e ao ser pego no colo;

 Aversão ou fixação a algumas texturas, incômodos com determinados sons e barulhos,


comportamentos repetitivos e estereotipados (enfileirar brinquedos, rodopiar em torno de si mesmo,
balançar o corpo).

Quanto mais cedo a família e a escola forem orientadas sobre o quadro da criança, melhor será sua inserção
social e aquisição de autonomia. A intervenção precoce (que pode ocorrer mesmo antes do diagnóstico
conclusivo) visa estimular as potencialidades e auxiliar no desenvolvimento de formas adaptativas de
comunicação e interação.

Aprenda sobre os sinais de


autismo
O tempo e a gravidade dos primeiros sintomas do Transtorno do Espectro Autista podem variar amplamente.
Algumas crianças com autismo mostram sugestões de problemas futuros dentro dos primeiros meses de vida.
Em outros, os sintomas podem não tornar-se óbvio até 24 meses ou mais tarde. Algumas crianças com autismo
parecem desenvolver normalmente até cerca de 18 a 24 meses de idade e, em seguida, parar de ganhar novas
habilidades e / ou começam a perder habilidades.

As seguintes “bandeiras vermelhas” sugerem que uma criança está em risco de sofrer de autismo. Algumas
crianças sem autismo têm alguns desses sintomas, e nem todas as crianças com autismo mostram todos eles.
É por isso que uma avaliação mais aprofundada é crucial. Se o seu filho apresentar algum dos seguintes, por
favor, veja o Passo 2: Faça a sua criança ser examinada.

Possíveis sinais de autismo em bebês e


crianças:
 Por volta dos 6 meses de idade, nenhum sorriso social ou outras expressões quentes, alegres
dirigidas às pessoas
 Até 6 meses, contato visual limitado ou inexistente
 Por volta dos 9 meses, nenhuma partilha de sons vocais, sorrisos ou outra comunicação não-verbal
 Com 12 meses, nenhum balbucio
 Por volta dos 12 meses, nenhum uso de gestos para se comunicar (por exemplo, apontar, alcançar,
acenar etc.)
 Com 12 meses, nenhuma resposta ao nome quando chamado
 Por volta dos 16 meses, sem palavras
 Em 24 meses, não há expressões significativas de duas palavras
 Qualquer perda de qualquer discurso adquirido anteriormente, balbuciar ou habilidades sociais

Possíveis sinais de autismo em qualquer


idade:
 Evita contato visual e prefere ficar sozinho
 Luta com a compreensão dos sentimentos de outras pessoas
 Permanece não verbal ou atrasou o desenvolvimento da linguagem
 Repete palavras e frases mais e mais (ecolalia)
 Obtém perturbado por pequenas alterações na rotina ou arredores
 Tem interesses muito restritos
 Realiza comportamentos repetitivos como bater, balançar ou girar
 Tem reações incomuns e muitas vezes intensas a sons, odores, sabores, texturas, luzes e / ou cores

Segue abaixo algumas das principais características dos transtornos do espectro autista, que podem variar em grau e

intensidade:

Ausência ou limitação com comportamentos não-verbais, tais como contato visual direto, expressão facial, posturas

corporais e gestos;

• Ausência ou grande dificuldade em estabelecer relacionamentos de reciprocidade social e emocional;

• Ausência de tentativas espontâneas de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (ex.: a

criança não mostra ou aponta objetos de interesse);

• Atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral;

• Uso estereotipado e repetitivo da linguagem;

• Ausência de jogos ou brincadeiras de imitação social próprios do nível de desenvolvimento;

• Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse;

• Adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não-funcionais;

• Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (ex.: agitar ou torcer mãos e dedos ou movimentos complexos de

todo o corpo);

• Relativa falta de criatividade e imaginação em processos mentais;

Referência: CRISTINA, M.; KUPFER, M. Notas Sobre o Diagnóstico Diferencial da Psicose e do Autismo na

Infância. psicologia USP, São Paulo, v.11, n.1. 2000.

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