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1. CA125 – Marcador de neoplasia ............................

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SUMÁRIO
2. TGO e TGP – Marcadores de lesão hepática .......... 18
Introdução............................................................................ 1
3. Amilase e lipase – Marcadores de função
Adaptações celulares ao estresse ........................................ 1 pancreática................................................................. 19
1. Hipertrofia .................................................................... 2 4. Bilirrubina indireta, tempo de protombina e
2. Hiperplasia ................................................................... 3 albumina sérica – MArcadores de função hepática ... 19

3. Atrofia .......................................................................... 4
4. Metaplasias .................................................................. 5 Aula 1: Adaptações celulares
5. Displasia ....................................................................... 6
INTRODUÇÃO
Visão geral da lesão ............................................................. 6
A anatomia patológica correlaciona os exames
Morte celular ....................................................................... 7
macroscópicos de peças cirúrgicas com os exames
1. Necrose ........................................................................ 7 microscópicos de células e tecidos para criar uma base
1.1 Necrose de coagulação ou isquêmica .................... 7 racional para a terapêutica e os cuidados clínicos. A base da
patologia é o entendimento do (a/as):
1.2 Necrose liquefativa ................................................ 8
1. Etiologia (causa)
1.3 Necrose caseosa ..................................................... 8
2. Patogenia (mecanismos)
1.4 Necrose gomosa..................................................... 9 3. Alterações morfológicas (bioquímicas e estruturais)
1.5 Necrose gordurosa ................................................. 9 4. Consequências funcionais (manifestações clínicas)

1.6 Necrose gangrenosa............................................. 10 ADAPTAÇÕES CELULARES AO ESTRESSE


1.7 Necrose fibrinóide ................................................ 10
O corpo sempre tende ao equilíbrio (homeostase)
2. Apoptose .................................................................... 11 para possibilitar sua sobrevivência, em vista disso, as células
Mecanismos de apoptose .......................................... 11 quando expostas a estímulos lesivos ou situações de estresse
que dificultem a sua manutenção se adaptam para
3. Autofagia .................................................................... 11
possibilitar a sobrevivência. O processo de adaptação celular
Visao geral sobre acúmulos intracelulares (degenerações)12 nada mais é do que uma serie de mudanças estruturais e
Degenerações .................................................................... 12 funcionais da célula com o objetivo de resistir à situação
potencialmente letal.
1. Tumefação celular (degeneração hidrópica) ............. 13
No caso de um estímulo de intensidade maior do que
2. Degeneração gordurosa ............................................. 14
a capacidade de adaptação celular ocorre um processo de
2.1 Esteatose .............................................................. 14 lesão celular. Toda lesão celular decorre de um intenso
2.2 Lipidose ................................................................ 14 processo de estresse ou agentes nocivos e pode ter caráter:

3. Degenerações hialinas ............................................... 15 • Reversível – Após a retirada do estimulo a


funcionalidade da célula ainda é possível.
Introdução ao envelhecimento celular .............................. 16
• Irreversível – O grau de lesão se trona letal mesmo
1. Danos ao DNA ........................................................ 16 após a retirada do estimulo, podendo resultar em
2. Senescência replicativa ou celular ......................... 16 apoptose ou necrose celular.

3. Homeostase defeituosa de proteínas .................... 17


4. Detecção desregulada de nutrientes ..................... 17
Introdução à esteatose hepática ....................................... 17
Quadro clínico .................................................................... 18
1. Esteatose hepática ................................................. 18
2. Esteatose Hepática alcoólica .................................. 18
3. Cirrose hepática ..................................................... 18
4. DHGNA ................................................................... 18
Marcadores de lesão tecidual ............................................ 18

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Os danos celulares podem ser causados por: • Muito comum em tecidos que não apresentam
capacidade de divisão celular (Ex.: miocáridio)
I. Agentes agressores:
• A hipertrofia fisiológica pode decorrer de:
• Físicos: Queimaduras, radiação, traumatismo,
o Ação de hormônios fisiológicos e fatores de
choque...
crescimento
• Químicos: Álcool, toxinas, drogas...
o Aumento da demanda funcional
• Biológicos: Vírus, bactérias, fungos...
II. Deficiência no suprimento sanguíneo (isquemia) Ex.: Útero gravídico (hipertrofia pela ação de estrogênios)
III. Reações imunológicas
IV. Defeitos genéticos
V. Déficit nutricional

• O processo patológico:
o Aumento da demanda funcional
o Hormônios patológicos
o Fatores de crescimento

Ex.: Hipertrofia patológica do miocárdio por sobrecarga


*Tecido apresentando isquemia em processo irreversível = infarto hemodinâmica (HAS ou Valvopatias) – principalmente em VE

A resposta celular depende do tipo de estímulo ao


qual a célula está submetida. A aula 1 trata das adaptações
celulares aos diversos estímulos e os assuntos abordados
serão:

• Estágios da resposta celular ao estresse


• Hipertrofia (fisiológica ou patológica) – Tamanho
celular
• Mecanismos das hipertrofias
• Hiperplasia (fisiológica ou patológica) –
Proliferação e diferenciação celular
• Mecanismos das hiperplasias
• Atrofia (fisiológica ou patológica) – Tamanho
celular
* A hipertrofia do miocárdio a partir de certo ponto passa a
• Mecanismos das atrofias
ser não adaptativa levando a IC, arritmias e morte súbita.
• Metaplasias (fisiológica ou patológica) –
Proliferação e diferenciação celular Mecanismos de hipertrofia
• Mecanismos das metaplasias
A hipertrofia é o resultado do aumento da
• Displasias (condição patológica) – Proliferação e
produção de proteínas celulares.
diferenciação celular
• Mecanismos das displasias Há uma ação integrada entre os sensores
1CA125 (marcador de CA); 2TGO e TGP (marcador de lesão mecânicos (iniciados após aumento da carga de
hepática – TGP é específica do fígado); 3Amilase e lipase trabalho), fatores de crescimento e agentes vasoativos
(marcadores de lesão pancreática). (agonistas), que levam à uma série de alterações
1. HIPERTROFIA morfológicas e bioquímicas na célula. Essas alterações
tem por objetivo principal aumentar o desempenho e
• Aumento no tamanho de células e órgãos (síntese e a eficiência mecânica para suprir a demanda fisiológica,
incorporação de novos componentes = aumento no assim como mostra a imagem a baixo:
volume celular)

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• De um ponto de vista patológico:
o Estimulação excessiva por hormônios e/ou
fatores de crescimento às células-alvo

2. HIPERPLASIA Ex1.: Hiperplasia prostática por hormônios (excesso de


hormônios androgênicos) – repercussões serias no trato
• Aumento do número de células de um órgão ou tecido geniturinário (podendo gerar redução da capacidade de
• Frequentemente acontece em conjunto com a micção e bexigoma reflexo)
hipertrofia
• Resulta em aumento da capacidade funcional
• Estímulo à síntese de DNA levando a mitose
• A hiperplasia fisiológica pode ser decorrente de:
o Estimulação hormonal
o Compensatória (após dano ou ressecção
parcial)

Ex1.: Mama na gestação (estimulação hormonal)

Ex2.: Hiperplasia prostática nodular

Ex2.: Regeneração hepática completa após ressecção de


segmento ou transplante (resposta compensatória)

Ex3: Hiperplasia patológica por fatores de crescimentos

Ex3.: Hiperplasia compensatória do rim único

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Ex4.: Hiperplasia endometrial (desbalanço no equilíbrio
estrogênio-progesterona; aumento nos níveis de estrogênio)
• A patológica pode ser classificada em localizada ou
generalizada, ou ainda em simples (redução do volume
celular) ou numérica (redução do volume e do
quantitativo das células). As principais causas de atrofia
patológica são (causa: exemplo):
o Redução do suprimento sanguíneo (isquemia):
Demência senil
o Por desuso (diminuição da carga): Imobilização
de membro
o Por denervação (perda da ação trófica do nervo):
Lesão de nervo
o Perda da estimulação endócrina: Menopausa
o Nutrição inadequada: Marasmo
*No caso de hiperplasias patológicas resultantes da o Envelhecimento: Atrofia senil
estimulação hormonal excessiva, se esse estímulo for o Pressão continua: Compressão de um tecido por
removido antes de haver um descontrole na proliferação longo período de tempo.
celular (neoplasia) o tecido tende a assumir seu aspecto
Ex1.: Atrofia na doença de marasmo
normal.

Mecanismos de hiperplasia
Processo de proliferação celular decorrente da
estimulação por fatores de crescimento, hormônios ou
aumento da demanda funcional. Em alguns casos ocorre
ainda o surgimento de novas células a partir de células-
tronco tissulares.

3. ATROFIA

• Redução do tamanho celular devido a perda de


substâncias podendo, assim como as demais
adaptações, ser fisiológica ou patológica.
Ex2.: Atrofia muscular (decorrente de falta de estimulação
• Pode resultar na redução do número de células, não só
nervosa – atrofia numérica)
do tamanho celular.
• A atrofia fisiológica é comum durante as fases iniciais do
desenvolvimento ou devido a regressão de um processo
hipertrófico fisiológico não mais necessário.

Ex.: Útero pós-parto

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4. METAPLASIAS

• Substituição de um tipo celular por outro (alteração


reversível).
• Célula adulta original ⇆ Célula adulta diferenciada
(mudança causado por estresse e injúria à célula, na
qual há a substituição por um tipo de célula mais
resistente ao estímulo nocivo em questão).
• Porém, a metaplasia dos tecidos é uma alternativa não
necessariamente boa para o corpo. Enquanto a
mudança de tipo celular propicia uma maior proteção
ao estimulo lesivo pode haver uma perda dos fatores
protetivos contra infecções por exemplo, assim como
acontece na parede dos brônquios em tabagistas
crônicos.
• Vale ainda ressaltar que caso o estímulo não seja
removido, a diferenciação excessiva dos tecidos pode
cursar com transformações malignas no epitélio
Ex3.: Atrofia cortical na demência vascular – o corpo
metaplásico (displasia >> câncer).
seleciona as células menos utilizadas e as submete ao
processo de atrofia para reduzir a demanda energética do Ex1.: Em tabagistas crônicos, com o objetivo de resistir aos
tecido nervoso e prolongar a vida das demais (atrofia estímulos lesivos gerados, as células epiteliais colunares
numérica). mucociliares são substituídas por epitélio escamoso
estratificado, que são mais resistentes a esse estímulo,
porém não produzem substâncias protetoras contra
infecção. Além disso, se o estímulo não for retirado essa
displasia pode se tornar descontrolada.

Mecanismos de atrofia
O processo de atrofia tem duas causas bases principais:
• Diminuição da atividade metabólica cursando com Ex2.: No esôfago de Barret o epitélio escamoso do esôfago é
a redução da síntese proteica por falta de substituído por células colunares similares as intestinais por
demanda. influência do refluxo do ácido gástrico. Canceres podem
• Desuso e deficiência de nutrientes em um tecido o surgir nesses locais (geralmente glandulares –
que ocasiona aumento da degradação proteica adenocarcinomas).
neste.
• A atrofia muitas vezes está acompanhada de um
processo de autofagia na qual as células privadas
de nutrientes fagocitam as vizinhas na tentativa de
suprir a demanda energética.

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• Altas taxas de proliferação celular e diferenciação
descontrolada – Antecede o surgimento de neoplasias
• Causas: hiperplasias e metaplasias (sustentadas ou não
reguladas)
• Estresse continuo levando à um aumento na
proliferação celular
• As displasias podem acontecer em diferentes graus,
podendo cursar com distúrbios e maturação celular e
atipias
• Não necessariamente evolui para um processo
cancerígeno, porem antecede o surgimento das
neoplasias
• Mais frequentemente originam-se de epitélios
metaplásicos Condições patológicas associadas a maior
risco de câncer, como: displasia do colo uterino,
mucosa gástrica e epitélio brônquico.

Aula 2: Lesão e morte celular

VISÃO GERAL DA LESÃO


1. Resposta celular ao estímulo nocivo depende do
Mecanismos de metaplasia tipo de célula, duração e gravidade.
Metaplasia não é resultado de alterações fenotípicas 2. As manifestações da lesão celular dependem: do
do tipo celular já diferenciado, mas sim de uma tipo, estado e adaptabilidade da célula agredida
reprogramação de células-tronco do tecido sujeito ao 3. A lesão celular é resultante de diferentes
estímulo ou de células mesenquimais indiferenciadas do mecanismos bioquímicos que agem em vários
tecido conjuntivo. componentes celulares essenciais
4. Estado nutricional, hormonal e necessidades
metabólicas influenciam na capacidade de adaptação.

Lesões celulares que causam anormalidades


funcionais e bioquímicas em um ou mais componentes
essenciais são potencialmente letais para a célula.
• Depleção de ATP (Redução da fosforilação oxidativa
e produção de ATP)
o Hipóxia
o Lesão tóxica (química)
5. DISPLASIA Resultando em bloqueio dos processos de
síntese proteica e demais processos bioquímicos
• Alterações no crescimento e diferenciação celular
nos quais essa molécula é necessária: Redução da
(condição adquirida)

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atividade da bomba Na/K >>> Redução do 1. NECROSE
suprimento de O2.
• Lise celular devido à desnaturação de proteínas
↓ Suprimento de O2 → fosforilação
intracelulares, redução do fornecimento energético
dependente de glicólise anaeróbica → acumulo
(hipóxia/anóxia), produção de radicais livres e/ou
de ácido lático e fosfatos inorgânicos → reduz Ph
digestão enzimática dos componentes celulares por
intracelular → redução da atividade enzimática e
enzimas lisossomais.
condensação da cromatina nuclear.
• Devido à tais acontecimentos, a célula é incapaz de
• Dano à mitocôndria manter a integridade da parede celular ➜ Extra-
vasamento dos conteúdos celulares ➜ Respos-ta
inflamatória aos componentes liberados.

A morfologia celular durante um processo de necrose


é variada e envolve mudanças tanto citoplasmáticas quanto
no núcleo:

• Alterações citoplasmáticas:
o Eosinofilia de causa acidófila,
devido à desnaturação proteica
e/ou degradação dos ribossomos.
• Alterações nucleares:
o Picnose nuclear – condensação do
núcleo + basofilia da cromatina.
o Cariorrexe – Fragmentação nuclear
e do material genético.
o Cariólise – Dissolução do material
genético (palidez) + digestão da
cromatina.

• Influxo de Ca2+ (decorrente de deficiência na


bomba, resulta em toxicidade intracelular, diminuição
da síntese proteica e de ATP, dano irreversível à
membrana mitocondrial e, consequentemente, morte
celular por necrose)
• Acúmulo de radicais livres (estresse oxidativo) –
processo natural potencializado por estímulos externos Dependendo do local de ocorrência da necrose, suas
• Defeitos na permeabilidade da membrana características durante o processo e a causa base para esse
• Danos ao DNA e proteínas (integridade genética do mecanismo de morte celular, esse processo pode ser
DNA, núcleo, nucléolo...) classificado como:

• Necrose de coagulação
• Necrose liquefativa
• Necrose caseosa
• Necrose gomosa
• Esteatonecrose ou necrose gordurosa
• Necrose gangrenosa
• Necrose fibrinóide

MORTE CELULAR 1.1 NECROSE DE COAGULAÇÃO OU ISQUÊMICA

• Mais comum em órgãos sólidos.


Após ultrapassado o limiar de resistência celular à
• Preserva a arquitetura básica do tecido necrosado –
lesão os danos passam fase de irreversibilidade, cursando
Desnaturação de proteínas estruturais e enzimáticas
então com incompatibilidade com funções celulares básicas
+ preservação do contorno da estrutura necrótica
e morte por necrose (morte por incapacidade de exercer
(sem ação das hidrolases).
suas funções – autólise ) ou apoptose (morte programada).

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• Células anucleadas e eosifilicas – persistem por dias
ou semanas.
• A principal causa é isquemia.

Ex1.: Necrose de coagulação por infarto renal

Ex2.: Necrose de coagulação de alça intestinal isquemiada

Ex2.: Abcesso (origem bacteriana) por necrose liquefativa em


tecido muscular.

1.2 NECROSE LIQUEFATIVA

• Digestão completa dos tecidos necróticos por


liberação de enzimas lisossômicas.
• Area necrosada com consistência amolecida (por
liquefação).
Ex3.: Necrose liquefativa pulmonar.
• Odor e coloração pútridos.
• Ocorrência em áreas infectadas por bactérias ou
fungos está associada à liberação enzimática pelos
leucócitos, obtendo aspecto purulento.

Ex1.: Necrose liquefativa de tecido cerebral devido à infarto


do órgão.

1.3 NECROSE CASEOSA

• Tecido necrótico assume aspecto de massa


homogênea, friável e esbranquiçada (similar à queijo
– caseos)
• Formato alterado/arquitetura destruída

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• Comum em focos de infecção por tuberculose

Microscopicamente, apresenta área necrótica com


grande número de células fragmentadas e restos granulares
amorfos circundados por uma borda de infiltrado
inflamatório, caracterizando foco inflamatório chamado
granuloma.

1.5 NECROSE GORDUROSA


Ex1.: Necrose caseosa pulmonar devido à tuberculose
• Acúmulo patológico de vacúolos gordurosos nos
tecidos
• Ação de lipases sobre os triglicerídeos acumulados
promovendo saponificação
• Resulta em depósitos de aspecto esbranquiçado ou
manchas em “pingo de vela”
• Ocorre também em outros tecidos após traumas no
tecido adiposo, especialmente nas mamas.
• Encontrada na pancreatite aguda necro-hemorrágica
– Decorrente do extravasamento de enzimas
digestivas do pâncreas exócrino

Ex1.: Saponificação de lipídios em alças mesentéricas

1.4 NECROSE GOMOSA

• Tipo de necrose por coagulação


• O tecido assume um aspecto compactado (goma) e
emborrachado ou fluido-viscoso (goma-arábica)
• Muito comum na sífilis terciária

Ex1.: Necrose gomosa na sífilis 3°

Ex2.: Necrose gordurosa em mesentério (“pingo de vela”)

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Ex3.: Pancreatite necro-hemorrágica

Ex2.: Gangrena úmida – gangrena/síndrome de Fournier

Ex3.: Gangrena seca/Gangrena úmida

1.6 NECROSE GANGRENOSA

• Forma de evolução da necrose resultante da ação de


1.7 NECROSE FIBRINÓIDE
agentes externos, também chamada de gangrena
(frequentemente de natureza coagulativa) • Forma específica de necrose encontrada nas reações
decorrente da ação de agentes externos. imunes de vasos sanguíneos devido à hipertensão
• Pode ser de dois tipos: arterial grave e a reações autoimunes (vasculites
o Gangrena seca (nas extremidades dos imunes).
mmss e mmii por isquemia) – Ocorre • Presente na hipertensão arterial maligna,
desidratação do tecido necrótico quando poliarterite nodosa, lúpus eritematoso sistêmico e
em contato com o ar ➜ Tecido assume cardiopatia reumática.
aspecto enegrecido (mumificado) | • Microscopicamente se apresenta com um depósito
Normalmente circundada por uma linha de fibrina e/ou imunocomplexos em toda a parede
de inflamação. vascular conferindo aspecto amorfo e róseo-
o Gangrena úmida (no TGI, pele e pulmões) brilhante (aspecto fibrinóide).
– Invasão do tecido necrótico por
microrganismos produtores de enzimas
liquefativas.

Ex1.: Gangrena seca

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o Involução de tecidos hormônio-
dependentes sob privação de hormônios
tróficos.
o Perda celular em populações celulares
proliferativas (epiderme).
o Morte de células que tenham cumprido
seu papel (neutrófilos e linfócitos).
o Eliminação de linfócitos autorreativos
(autoimunes) e linfócitos T-CD8 (vírus).
• Causas patológicas
o Dano ao DNA – Radiação/drogas
citotóxicas, antineoplásicas, temperaturas
extremas, hipóxia, alteração de pH; tem
por objetivo diminuir risco de mutações
cancerígenas.
o Acúmulos de proteínas mal dobradas –
Aumento de proteínas erradamente
dobradas, é o mecanismo base de doenças
degenerativas do SNC.
2. APOPTOSE o Lesão celular em certas infecções –
Apoptose induzida por vírus (adenovírus e
Morte celular induzida por uma programação prévia,
HIV) ou apoptose induzida pelo
as células acionam mecanismos de degradação de proteínas
hospedeiro (Hepatite viral), é também o
nucleares e citoplasmáticas e do próprio DNA, ou seja, trata-
mecanismo por trás da rejeição celular em
se de um programa de suicídio estritamente regulado.
transplantes (age como infecção).
A membrana citoplasmática da célula apoptótica o Atrofia patológica no parênquima de
permanece intacta sem indução de reação inflamatória (os órgãos com ductos – Obstrução dos ductos
fragmentos não extravasam como na necrose em que há lise em pâncreas, parótidas e rins.
celular). As células apoptóticas sofrem fragmentação, dando
origem aos corpos apoptóticos, pequenas porções celulares MECANISMOS DE APOPTOSE
contendo citoplasma e núcleo. Ativação de caspases (enz) – Via mitocondrial ou via receptor
de morte

Esse processo tem como objetivos: eliminar células


potencialmente prejudiciais, eliminar células sobreviventes
de um evento patológico que podem gerar danos em sua
divisão celular futura, eliminar células com danos
irreparáveis.

É um processo que pode acontecer tanto


fisiologicamente quanto devido à um processo patológico:

• Causas fisiológicas:
o Destruição programada de células durante 3. AUTOFAGIA
embriogênese (Ex.: membranas
interdigitais) A autofagia envolve o sequestro de organelas
celulares em vacúolos autofágicos citoplasmáticos

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(autofagossomos) que se fundem com os lisossomos e
digerem o material incluso, representa uma resposta
adaptativa que é reforçada durante a privação de nutrientes,
permitindo que a célula se canibalize para sobreviver.

O surgimento do autofagossomo é regulada por


várias proteínas que atuam de forma coordenada e
sequencial. A desregulação da autofagia ocorre em muitos
estados de doença, incluindo cânceres, doenças
inflamatórias intestinais e distúrbios neurodegenerativos. A
autofagia desempenha um papel na defesa do hospedeiro
contra certos microrganismos.

Aula 3: Acúmulos celulares e calcificações


patológicas

VISAO GERAL SOBRE ACÚMULOS


INTRACELULARES (DEGENERAÇÕES)

Desregulações metabólicas nas células podem


cursar com diversas manifestações, dentre elas uma das
principais são os acúmulos intracelulares. Nessa situação
substancias de diversos tipos se acumulam dentro de
organelas, no citoplasma ou no núcleo podendo gerar vários
graus e tipos de lesão. As degenerações por sua vez, são
lesões de caráter reversível geradas por tais depósitos.

As degenerações celulares afetam os 3 mecanismos básicos


de resposta celular:

• Balanço hidroeletrolítico
• Geração de produtos catabólicos
• Acumulo de produtos complexos não degradáveis

Os acúmulos intracelulares podem ser de natureza


transitória ou permanente e podem estar presente no
citoplasma, organelas ou núcleo. Ainda pode ser
caracterizado como toxico ou inofensivo.

Os principais mecanismos causadores dos acúmulos


intracelulares são:

1. Metabolização inadequada de uma substância


endógena associada ao descompasso com a
velocidade de remoção desta. (Ex: esteatose)
2. Acumulo de substâncias endógenas devido à
defeitos genéticos (mutações) nos seus
transportadores. (Ex.: deficiência de alfa-1-
antitripsina)
3. Falha na degradação de metabólito devido à
deficiência enzimática hereditária - Antes possuía
a enzima agora não possui mais. (Ex.: DM2)
4. Acumulo de substância exógena que não pode ser
DEGENERAÇÕES
metabolizada pela célula devido à falta de
complexos enzimáticos para tal. (Ex.: pigmentos A capacidade de adaptação celular à lesão é limitada,
de tatuagem) a partir de certo ponto a lesão se torna irreversível,
evoluindo posteriormente para morte celular. As lesões em
fase reversível podem ter diversas causas, dentre as lesões

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causadas por acúmulos intracelulares desregulado de • Acidose lática – A acidose plasmática leva a
substâncias os dois tipos principais são a tumefação e a redução de síntese proteica pela célula o que
degeneração gordurosa, mas ainda podem ocorrer a afeta a síntese do complexo Na+/K+ ATPase.
degeneração hialina e a degeneração por acumulo de • Depleção de eletrólitos – Em estados de vômitos
carboidratos. As principais manifestações intracelulares ou diarreia há a depleção de eletrólitos, que
correspondentes as degenerações são: reflete na concentração osmolar em todo o corpo,
gerando problemas no funcionamento da bomba
• Rompimento/alterações da membrana celular
de Na+/K+.
• Edema intracelular (lisossomal)
• Vacuolização das mitocôndrias Ex1.: Tumefação de hepatócitos
• Massas toxicas de fosfolipídios (figuras de mielina)
• Alterações nucleares

1. TUMEFAÇÃO CELULAR (DEGENERAÇÃO


HIDRÓPICA)

• Manifestação inicial de quase todas as formas de


lesão celular.
• Incapacidade de manter homeostase
hidroeletrolítica (falha nas bombas ATPase).
• Acumulo de água e eletrólitos intracelulares.

Ex2.: Isquemia mesentérica

Morfologicamente, essas células se encontram


tumefeitas (“inchadas”) por conta de pequenos vacúolos
citoplasmáticos claros. Do ponto de vista macroscópico, os
órgãos em processo de tumefação celular se encontram
mais pálidos e aumentados em volume e peso. As principais
causas de degeneração hidrópica são:

• Hipóxia (isquemia) – A hipóxia (falta de O2) e a


consequente falta de ATP leva ao
interrompimento de processos que necessitam
dessa molécula como a bomba de Na+/K+.
• Causas diretas – Lesões diretas à membrana
plasmática por agentes biológicos ou químicos,
gerando edema.

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Ex3.: Degeneração hidrópica renal peso, mas com mudança da coloração para uma tonalidade
mais amarelada.

Ex1.: Apresentação microscópica da degeneração gordurosa

2. DEGENERAÇÃO GORDUROSA Ex2.: Esteatose hepática*

2.1 ESTEATOSE

• Ocorre por acúmulo de vacúolos gordurosos


(triglicerídeos) no citoplasma celular das células
parenquimais.
• Quando em grau elevado pode culminar na morte
celular.
• As principais causas são: toxinas (como o álcool,
que altera a função mitocondrial e a oxidação dos
ácidos graxos), obesidade, desnutrição proteica
(reduz a síntese de apoproteínas), DM (ativação
excessiva de lipases), hipóxia/anoxia (reduz a
oxidação dos ácidos graxos).
• Na esteatose hepática (Introdução à esteatose
hepática), o acumulo de triglicerídeos nos
hepatócitos pode estar relacionado à problemas
em qualquer etapa da metabolização dessas
moléculas (da entrada de ácidos graxos à saída das
lipoproteínas).

2.2 LIPIDOSE

• Acúmulo intracelular de outros lipídeos que não


Morfologicamente, as células em processo de triglicerídeos
degeneração gordurosa apresentam vacúolos
citoplasmáticos de tamanho variável (micro e macro
vesículas). Já do ponto de vista macroscópico os órgãos
acometidos por esse tipo de degeneração (Fígado!, coração,
músculos, rins) apresentam também aumento de volume e

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Dentre as lipidoses destacam-se:

• Aterosclerose – Formação de placa ateromatosa por


acumulo de lipídios e infiltrado celular na parede
vascular. É um importante fator de risco para IAM,
AVE e aneurismas. A depender do grau do acumulo
há um processo de calcificação generalizada na
parede arterial

Ex1.: Aterosclerose (seta) + calcificação da parede da A.


aorta

3. DEGENERAÇÕES HIALINAS

• Material hialino – Amorfo, acidófilo e de coloração


rósea na microscopia.
• Degeneração hialina extracelular:
o Acúmulo de substâncias hialinas no
espaço intersticial ou na parede dos vasos
como acontece nas cicatrizes, trombos e
outras lesões.
o Amiloidose – Depósito exacerbado de
imunoglobulinas no interstício
• Degeneração hialina intracelular:
Ex2.: Aterosclerose ulcerada com trombos
o Acúmulo no meio intracelular
• Degeneração mucoide:
o Acúmulo de material proteico em células
produtoras de muco
o Ex.: Inflamação catarral e
mucopolissacaridoses.
• Menos comum que as degenerações citadas
anteriormente
• Pode ser causada por:
o Acumulo de proteínas anormais (reações
inflamatórias)
o Excesso na produção
o Reabsorção (células renais)
• Xantomas – Massas tumorais benignas, por vezes
o Diversas outras causas
amareladas, resultantes do acumulo de colesterol
nos macrófagos do tecido conjuntivo subepitelial ou Algumas patologias e situações podem gerar o acumulo de
dos tendões material hialino de natureza proteica nos tecidos do corpo:

• Síndrome nefrótica – síndrome renal que promove a


excreção exacerbada de proteínas na urina
(proteinúria). Ocorre concomitantemente à maior
excreção uma maior reabsorção dessas proteínas,

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resultando em depósitos de proteínas nos glomérulos Seminário 1: Envelhecimento celular
renais.
INTRODUÇÃO AO ENVELHECIMENTO CELULAR

O envelhecimento celular é um processo resultante


da redução progressiva da função e viabilidade celular
causada ou por anormalidades genéticas ou por acúmulos
progressivos de danos às estruturas celulares decorrente da
ação de agentes externos. Vários são os mecanismos
relacionados ao envelhecimento celular e aos potenciais
• Acúmulos de imunoglobulinas (corpúsculos de danos desse processo, sendo os principais:
Russel) – Gotículas hialinas constituídas por proteína • Acúmulo de danos ao DNA
secretada, no caso, por plasmócitos, portanto, • Senescência replicativa
imunoglobulinas. São um achado comum em • Homeostase defeituosa das proteínas
infecções crônicas de longa duração.
• Detecção desregulada de nutriente

1. DANOS AO DNA
• Corpúsculos de Mallory (hialino alcóolico) – Acúmulos
principalmente de queratinas no interior dos Diversos agentes exógenos e endógenos geram
hepatócitos. São característicos da hepatite alcoólica, alterações e danos às moléculas de DNA, seja nuclear ou
mas não são patognomônicos, podendo ocorrer em mitocondrial. Ainda que a célula possua mecanismos de
outras doenças do fígado, como a cirrose biliar reparação dessas moléculas, algumas alterações passam
primária, doença de Wilson, síndromes colestáticas despercebidas e se acumulam a medida que a célula
crônicas e tumores. envelhece.

• Agentes exógenos:
o Físicos – Radiação ionizante e UV
o Químicos – Análogos de bases, agentes
alquilantes...
o Biológicos
• Agentes endógenos
o Estresse/lesões oxidativas (EROs –
Espécies reativas de O2)

• Doença de Alzheimer – Surgem emaranhados 2. SENESCÊNCIA REPLICATIVA OU CELULAR


neurofibrilares resultantes de agregações e inclusões Todas as células tem um potencial inato limitado de
proteicas. Formação de placa senil. replicações, ou seja, desde o seu surgimento todas as células
possuem um numero limite de divisões que podem realizar
ao longo de sua vida. Após um certo quantitativo de divisões
as células ficam estáticas e interrompem as divisões
celulares, atingindo nesse momento o estado de senescência
replicativa.

Dois são os principais mecanismos que justificam esse


processo de senescência:

• Desgaste de telômeros – O envelhecimento


replicativo está diretamente associado ao processo e
encurtamento progressivo das extremidades do
cromossomo (telômeros). Essa região do

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cromossomo é responsável por proteger as Seminário 2: Esteatose hepática
extremidades cromossômicas de fusão e degradação,
e após cada divisão celular sofre um certo grau de INTRODUÇÃO À ESTEATOSE HEPÁTICA
encurtamento. A redução progressiva dessa região é
• Acumulo de triglicerídeos no interior dos
um dos fatores associados à parada das divisões
hepatócitos
celulares (saída do ciclo celular).
• O acumulo de triglicerídeos nos hepatócitos pode
• Ativação de genes supressores de tumores – Além do
estar relacionado à problemas em qualquer etapa
encurtamento de telômeros a ativação de alguns
da metabolização dessas moléculas (da entrada de
genes supressores de tumor parece também ter
ácidos graxos à saída das lipoproteínas).
relação com a senescência replicativa. Esses genes
atuam protegendo a célula de mutações que possam
gerar proliferação descontrolada induzindo
precocemente a saída do ciclo celular por estas

3. HOMEOSTASE DEFEITUOSA DE PROTEÍNAS

A homeostase das proteínas envolve mecanismos de


manutenção da conformação dos polipeptídios
corretamente dobrados (mediação por chaperonas) e de
degradação de proteínas mal dobradas (sistemas de
autofagia).

Esses processos podem ser comprometidos pelo


envelhecimento, podendo ter diversos efeitos negativos nas
funções celulares e levar ao acúmulo de proteínas mal
dobradas, que podem ativar vias de apoptose, aumentando • Morfologicamente, as células em processo de
o risco de várias doenças, como distúrbios degeneração gordurosa apresentam vacúolos
neurodegenerativos. citoplasmáticos de tamanho variável (micro e
macro vesículas). Macroscopicamente os órgãos
4. DETECÇÃO DESREGULADA DE NUTRIENTES apresentam também aumento de volume e peso,
Comer menos pode aumentar a longevidade, de mas com mudança da coloração para uma
acordo com estudos de restrição calórica em diferentes tonalidade mais amarelada.
espécies eucarióticas. Dois circuitos neuro-hormonais • As principais causas são: toxinas (como o álcool,
regulam o metabolismo: a via de sinalização de insulina e do que altera a função mitocondrial e a oxidação dos
fator de crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) e as ácidos graxos), obesidade, desnutrição proteica
sirtuínas. (reduz a síntese de apoproteínas), DM (ativação
excessiva de lipases), hipóxia/anoxia (reduz a
A via de sinalização da insulina e do fator de
oxidação dos ácidos graxos).
crescimento semelhante à insulina 1 (IGF-1) promove um
• De modo geral existem dois mecanismos base para
estado anabólico e o crescimento e replicação celular. O IGF-
a esteatose hepática, um associado ao consumo de
1 imita a sinalização intracelular da insulina, informando as
álcool (doença hepática alcoólica - DHA) e outro
células sobre a disponibilidade de glicose. O IGF-1 tem vários
não (doença hepática gordurosa não alcoólica -
alvos celulares que são inibidos pela rapamicina. As sirtuínas
DHGNA).
são desacetilases de proteínas dependentes de NAD que
• DHA:
adaptam as funções corporais aos estímulos ambientais,
o O acetaldeído do metabolismo do etanol é
como a privação de alimentos e danos ao DNA.
tóxico para as células
As sirtuínas promovem a expressão de genes de o Desvio dos substratos normais do
longevidade que reduzem a atividade metabólica, catabolismo para a biossíntese de lipídios
estimulam a dobragem de proteínas e inibem os efeitos o Acúmulo de ácidos graxos e a
nocivos dos radicais livres de oxigênio. As sirtuínas também concentração de ácido lático
aumentam a sensibilidade à insulina e o metabolismo da o O metabolismo pelo citocromo P-450
glicose e são alvos potenciais para o tratamento do diabetes. produz espécies reativas de oxigênio
A restrição calórica aumenta a longevidade pela o Lesão mitocondrial reduz a oxidação de
redução da intensidade da sinalização da via do IGF-1 e pelo ácidos graxos, favorecendo o acúmulo
aumento das sirtuínas. A redução do dano celular e a destes nas células
integridade genômica são outras possíveis vantagens.

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o A esteatose pode ser agravada por • Aparece agudamente, geralmente após intenso
desnutrição etilismo:
o O álcool causa a liberação de endotoxinas o Inflamação e necrose de hepatócitos
bacterianas do intestino para a circulação • Manifestações clínicas variam de quadros leves até
portal, induzindo respostas inflamatórias quadros semelhantes à IHA
no fígado • Anorexia e perda de peso
• Hepatomegalia dolorosa em QSD
• Hiperbilirrubinemia
• Elevação de fosfatase alcalina e aminotransferases
• Leucocitose neutrofílica

3. CIRROSE HEPÁTICA

• Após surtos contínuos de hepatite, se desenvolve


em certa de 1/3 dos pacientes.
• Uma grande quantidade de tecido hepático normal
é substituída por tecido cicatricial (denominado
fibrose) – afuncional
• A cirrose não pode ser revertida e pode provocar as
complicações graves a seguir:
o Ascite;
o Encefalopatia hepática;
o Hipertensão portal;
o Sangramentos do TGI;
o Insuficiência hepática;
o Insuficiência renal;
o Distúrbios hemorrágicos;
o Esplenomegalia;
• DHGNA: o Carcinoma hepatocelular.
o Acúmulo de triglicerídeos em hepatócitos
o Resistência à insulina
o Lipotoxicidade e o estresse oxidativo
▪ Agressão mitocondrial
▪ Liberação de citocinas pró-
inflamatórias (TNF e IL-8)
o Inibição da replicação de hepatócitos
diferenciados e aumento da população de
células progenitoras
o Esteatose hepática ou Esteato-hepatite
não alcoólica 4. DHGNA

• Costuma ser oligossintomática, assim como a


QUADRO CLÍNICO
esteatose hepática alcoólica.
• Apresenta sintomas e repercussões clínicas caso
1. ESTE ATOSE HEPÁTICA
evolua para hepatite e/ou cirrose.
• Quadro hepático menos grave
o Poucas alterações funcionais e MARCADORES DE LESÃO TECIDUAL
repercussões clínicas.
1. CA125 – MARCADOR DE NEOPLASIA
• Hepatomegalia
• Elevação dos níveis séricos de fosfatase alcalina e O CA 125 é uma glicoproteína produzida,
de bilirrubina normalmente, pelo epitélio das serosas, trompas de falópio,
• Disfunção hepática severa é bem rara endométrio e endocérvix. É o marcador tumoral
• Facilmente reversível. classicamente utilizado no câncer de ovário, não sendo,
entretanto, exclusivo desta neoplasia.
2. ESTEATOSE HEPÁTICA ALCOÓLICA
2. TGO E TGP – MARCADORES DE LESÃO HEPÁTICA

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TGO (transaminase glutâmico-oxalacética) e TGP Alterações na bilirrubina indireta podem indicar um
(transaminase glutâmico-pirúvica) são enzimas produzidas problema com o fígado ou com a função da vesícula biliar,
pelo fígado e estão presentes em outras partes do corpo, como uma obstrução biliar ou uma doença hepática. Níveis
como músculos e coração. Quando há uma lesão ou elevados de bilirrubina indireta podem causar icterícia, uma
inflamação no fígado, as células hepáticas são danificadas e condição na qual a mucosas e escleras olhos ficam
essas enzimas podem vazar para a corrente sanguínea, amarelados, além de cursar com colúria e acolia fecal.
resultando em níveis elevados de TGO e TGP no sangue.
O tempo de protrombina é uma medida do tempo
Essa elevação das enzimas TGO e TGP no sangue pode que leva para o sangue coagular. A protrombina é uma
ser um indicador de problemas hepáticos, como hepatite, proteína produzida no fígado que é necessária para a
cirrose, esteatose hepática ou toxicidade causada pelo uso coagulação sanguínea. O tempo de protrombina é
de medicamentos ou álcool. No entanto, outras condições, frequentemente usado para monitorar o uso de
como doenças musculares, doenças do coração, diabetes e medicamentos anticoagulantes, como a varfarina.
obesidade, também podem causar elevação dessas enzimas
Alterações no tempo de protrombina podem indicar
no sangue.
problemas com a função hepática, como cirrose ou hepatite.
Por isso, é importante que um médico avalie o Também pode ser indicativo de deficiência de vitamina K,
paciente e realize exames complementares para identificar uma vitamina necessária para a produção de protrombina.
a causa da elevação das enzimas TGO e TGP e determinar o
A albumina sérica é uma proteína produzida no fígado
tratamento adequado.
que ajuda a manter a pressão oncótica no sangue e
3. AMILASE E LIPASE – MARCADORES DE FUNÇÃO transporta hormônios e outras substâncias pelo corpo.
PANCREÁTICA Alterações nos níveis de albumina podem indicar problemas
com a função do fígado ou com a nutrição. Baixos níveis de
A amilase e a lipase são enzimas produzidas pelo
albumina podem indicar cirrose, doença hepática ou
pâncreas, que têm a função de digerir carboidratos e
desnutrição.
gorduras, respectivamente. Quando há uma elevação dos
níveis dessas enzimas no sangue, pode indicar um problema
no pâncreas.

A elevação da amilase e da lipase pode ocorrer em


casos de pancreatite, que é uma inflamação no pâncreas. A
pancreatite pode ser aguda ou crônica, e é caracterizada por
dor abdominal intensa, náusea, vômito e febre. A causa mais
comum da pancreatite aguda é o consumo excessivo de
álcool, enquanto que a causa mais comum da pancreatite
crônica é o consumo crônico de álcool.

Além disso, outras condições que podem causar


elevação da amilase e da lipase incluem cálculos biliares,
obstrução do ducto pancreático, câncer de pâncreas, trauma
abdominal, infecções e outras doenças inflamatórias do
trato gastrointestinal.

Portanto, a elevação da amilase e da lipase pode ser


um indicativo de problemas graves no pâncreas, e deve ser
investigada por um médico para um diagnóstico adequado e
tratamento precoce.

4. BILIRRUBINA INDIRETA, TEMPO DE PROTOMBINA


E ALBUMINA SÉRICA – MARCADORES DE FUNÇÃO
HEPÁTICA

A bilirrubina indireta é um produto da degradação da


hemoglobina que é produzida no fígado e transportada para
a vesícula biliar para ser excretada nas fezes. A bilirrubina
indireta é uma forma tóxica da bilirrubina que é processada
pelo fígado para se tornar bilirrubina direta, que é solúvel em
água e pode ser excretada pelos rins.

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