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SUMÁRIO
2. TGO e TGP – Marcadores de lesão hepática .......... 18
Introdução............................................................................ 1
3. Amilase e lipase – Marcadores de função
Adaptações celulares ao estresse ........................................ 1 pancreática................................................................. 19
1. Hipertrofia .................................................................... 2 4. Bilirrubina indireta, tempo de protombina e
2. Hiperplasia ................................................................... 3 albumina sérica – MArcadores de função hepática ... 19
3. Atrofia .......................................................................... 4
4. Metaplasias .................................................................. 5 Aula 1: Adaptações celulares
5. Displasia ....................................................................... 6
INTRODUÇÃO
Visão geral da lesão ............................................................. 6
A anatomia patológica correlaciona os exames
Morte celular ....................................................................... 7
macroscópicos de peças cirúrgicas com os exames
1. Necrose ........................................................................ 7 microscópicos de células e tecidos para criar uma base
1.1 Necrose de coagulação ou isquêmica .................... 7 racional para a terapêutica e os cuidados clínicos. A base da
patologia é o entendimento do (a/as):
1.2 Necrose liquefativa ................................................ 8
1. Etiologia (causa)
1.3 Necrose caseosa ..................................................... 8
2. Patogenia (mecanismos)
1.4 Necrose gomosa..................................................... 9 3. Alterações morfológicas (bioquímicas e estruturais)
1.5 Necrose gordurosa ................................................. 9 4. Consequências funcionais (manifestações clínicas)
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Os danos celulares podem ser causados por: • Muito comum em tecidos que não apresentam
capacidade de divisão celular (Ex.: miocáridio)
I. Agentes agressores:
• A hipertrofia fisiológica pode decorrer de:
• Físicos: Queimaduras, radiação, traumatismo,
o Ação de hormônios fisiológicos e fatores de
choque...
crescimento
• Químicos: Álcool, toxinas, drogas...
o Aumento da demanda funcional
• Biológicos: Vírus, bactérias, fungos...
II. Deficiência no suprimento sanguíneo (isquemia) Ex.: Útero gravídico (hipertrofia pela ação de estrogênios)
III. Reações imunológicas
IV. Defeitos genéticos
V. Déficit nutricional
• O processo patológico:
o Aumento da demanda funcional
o Hormônios patológicos
o Fatores de crescimento
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• De um ponto de vista patológico:
o Estimulação excessiva por hormônios e/ou
fatores de crescimento às células-alvo
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Ex4.: Hiperplasia endometrial (desbalanço no equilíbrio
estrogênio-progesterona; aumento nos níveis de estrogênio)
• A patológica pode ser classificada em localizada ou
generalizada, ou ainda em simples (redução do volume
celular) ou numérica (redução do volume e do
quantitativo das células). As principais causas de atrofia
patológica são (causa: exemplo):
o Redução do suprimento sanguíneo (isquemia):
Demência senil
o Por desuso (diminuição da carga): Imobilização
de membro
o Por denervação (perda da ação trófica do nervo):
Lesão de nervo
o Perda da estimulação endócrina: Menopausa
o Nutrição inadequada: Marasmo
*No caso de hiperplasias patológicas resultantes da o Envelhecimento: Atrofia senil
estimulação hormonal excessiva, se esse estímulo for o Pressão continua: Compressão de um tecido por
removido antes de haver um descontrole na proliferação longo período de tempo.
celular (neoplasia) o tecido tende a assumir seu aspecto
Ex1.: Atrofia na doença de marasmo
normal.
Mecanismos de hiperplasia
Processo de proliferação celular decorrente da
estimulação por fatores de crescimento, hormônios ou
aumento da demanda funcional. Em alguns casos ocorre
ainda o surgimento de novas células a partir de células-
tronco tissulares.
3. ATROFIA
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4. METAPLASIAS
Mecanismos de atrofia
O processo de atrofia tem duas causas bases principais:
• Diminuição da atividade metabólica cursando com Ex2.: No esôfago de Barret o epitélio escamoso do esôfago é
a redução da síntese proteica por falta de substituído por células colunares similares as intestinais por
demanda. influência do refluxo do ácido gástrico. Canceres podem
• Desuso e deficiência de nutrientes em um tecido o surgir nesses locais (geralmente glandulares –
que ocasiona aumento da degradação proteica adenocarcinomas).
neste.
• A atrofia muitas vezes está acompanhada de um
processo de autofagia na qual as células privadas
de nutrientes fagocitam as vizinhas na tentativa de
suprir a demanda energética.
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• Altas taxas de proliferação celular e diferenciação
descontrolada – Antecede o surgimento de neoplasias
• Causas: hiperplasias e metaplasias (sustentadas ou não
reguladas)
• Estresse continuo levando à um aumento na
proliferação celular
• As displasias podem acontecer em diferentes graus,
podendo cursar com distúrbios e maturação celular e
atipias
• Não necessariamente evolui para um processo
cancerígeno, porem antecede o surgimento das
neoplasias
• Mais frequentemente originam-se de epitélios
metaplásicos Condições patológicas associadas a maior
risco de câncer, como: displasia do colo uterino,
mucosa gástrica e epitélio brônquico.
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atividade da bomba Na/K >>> Redução do 1. NECROSE
suprimento de O2.
• Lise celular devido à desnaturação de proteínas
↓ Suprimento de O2 → fosforilação
intracelulares, redução do fornecimento energético
dependente de glicólise anaeróbica → acumulo
(hipóxia/anóxia), produção de radicais livres e/ou
de ácido lático e fosfatos inorgânicos → reduz Ph
digestão enzimática dos componentes celulares por
intracelular → redução da atividade enzimática e
enzimas lisossomais.
condensação da cromatina nuclear.
• Devido à tais acontecimentos, a célula é incapaz de
• Dano à mitocôndria manter a integridade da parede celular ➜ Extra-
vasamento dos conteúdos celulares ➜ Respos-ta
inflamatória aos componentes liberados.
• Alterações citoplasmáticas:
o Eosinofilia de causa acidófila,
devido à desnaturação proteica
e/ou degradação dos ribossomos.
• Alterações nucleares:
o Picnose nuclear – condensação do
núcleo + basofilia da cromatina.
o Cariorrexe – Fragmentação nuclear
e do material genético.
o Cariólise – Dissolução do material
genético (palidez) + digestão da
cromatina.
• Necrose de coagulação
• Necrose liquefativa
• Necrose caseosa
• Necrose gomosa
• Esteatonecrose ou necrose gordurosa
• Necrose gangrenosa
• Necrose fibrinóide
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• Células anucleadas e eosifilicas – persistem por dias
ou semanas.
• A principal causa é isquemia.
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• Comum em focos de infecção por tuberculose
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Ex3.: Pancreatite necro-hemorrágica
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o Involução de tecidos hormônio-
dependentes sob privação de hormônios
tróficos.
o Perda celular em populações celulares
proliferativas (epiderme).
o Morte de células que tenham cumprido
seu papel (neutrófilos e linfócitos).
o Eliminação de linfócitos autorreativos
(autoimunes) e linfócitos T-CD8 (vírus).
• Causas patológicas
o Dano ao DNA – Radiação/drogas
citotóxicas, antineoplásicas, temperaturas
extremas, hipóxia, alteração de pH; tem
por objetivo diminuir risco de mutações
cancerígenas.
o Acúmulos de proteínas mal dobradas –
Aumento de proteínas erradamente
dobradas, é o mecanismo base de doenças
degenerativas do SNC.
2. APOPTOSE o Lesão celular em certas infecções –
Apoptose induzida por vírus (adenovírus e
Morte celular induzida por uma programação prévia,
HIV) ou apoptose induzida pelo
as células acionam mecanismos de degradação de proteínas
hospedeiro (Hepatite viral), é também o
nucleares e citoplasmáticas e do próprio DNA, ou seja, trata-
mecanismo por trás da rejeição celular em
se de um programa de suicídio estritamente regulado.
transplantes (age como infecção).
A membrana citoplasmática da célula apoptótica o Atrofia patológica no parênquima de
permanece intacta sem indução de reação inflamatória (os órgãos com ductos – Obstrução dos ductos
fragmentos não extravasam como na necrose em que há lise em pâncreas, parótidas e rins.
celular). As células apoptóticas sofrem fragmentação, dando
origem aos corpos apoptóticos, pequenas porções celulares MECANISMOS DE APOPTOSE
contendo citoplasma e núcleo. Ativação de caspases (enz) – Via mitocondrial ou via receptor
de morte
• Causas fisiológicas:
o Destruição programada de células durante 3. AUTOFAGIA
embriogênese (Ex.: membranas
interdigitais) A autofagia envolve o sequestro de organelas
celulares em vacúolos autofágicos citoplasmáticos
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(autofagossomos) que se fundem com os lisossomos e
digerem o material incluso, representa uma resposta
adaptativa que é reforçada durante a privação de nutrientes,
permitindo que a célula se canibalize para sobreviver.
• Balanço hidroeletrolítico
• Geração de produtos catabólicos
• Acumulo de produtos complexos não degradáveis
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causadas por acúmulos intracelulares desregulado de • Acidose lática – A acidose plasmática leva a
substâncias os dois tipos principais são a tumefação e a redução de síntese proteica pela célula o que
degeneração gordurosa, mas ainda podem ocorrer a afeta a síntese do complexo Na+/K+ ATPase.
degeneração hialina e a degeneração por acumulo de • Depleção de eletrólitos – Em estados de vômitos
carboidratos. As principais manifestações intracelulares ou diarreia há a depleção de eletrólitos, que
correspondentes as degenerações são: reflete na concentração osmolar em todo o corpo,
gerando problemas no funcionamento da bomba
• Rompimento/alterações da membrana celular
de Na+/K+.
• Edema intracelular (lisossomal)
• Vacuolização das mitocôndrias Ex1.: Tumefação de hepatócitos
• Massas toxicas de fosfolipídios (figuras de mielina)
• Alterações nucleares
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Ex3.: Degeneração hidrópica renal peso, mas com mudança da coloração para uma tonalidade
mais amarelada.
2.1 ESTEATOSE
2.2 LIPIDOSE
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Dentre as lipidoses destacam-se:
3. DEGENERAÇÕES HIALINAS
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resultando em depósitos de proteínas nos glomérulos Seminário 1: Envelhecimento celular
renais.
INTRODUÇÃO AO ENVELHECIMENTO CELULAR
1. DANOS AO DNA
• Corpúsculos de Mallory (hialino alcóolico) – Acúmulos
principalmente de queratinas no interior dos Diversos agentes exógenos e endógenos geram
hepatócitos. São característicos da hepatite alcoólica, alterações e danos às moléculas de DNA, seja nuclear ou
mas não são patognomônicos, podendo ocorrer em mitocondrial. Ainda que a célula possua mecanismos de
outras doenças do fígado, como a cirrose biliar reparação dessas moléculas, algumas alterações passam
primária, doença de Wilson, síndromes colestáticas despercebidas e se acumulam a medida que a célula
crônicas e tumores. envelhece.
• Agentes exógenos:
o Físicos – Radiação ionizante e UV
o Químicos – Análogos de bases, agentes
alquilantes...
o Biológicos
• Agentes endógenos
o Estresse/lesões oxidativas (EROs –
Espécies reativas de O2)
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cromossomo é responsável por proteger as Seminário 2: Esteatose hepática
extremidades cromossômicas de fusão e degradação,
e após cada divisão celular sofre um certo grau de INTRODUÇÃO À ESTEATOSE HEPÁTICA
encurtamento. A redução progressiva dessa região é
• Acumulo de triglicerídeos no interior dos
um dos fatores associados à parada das divisões
hepatócitos
celulares (saída do ciclo celular).
• O acumulo de triglicerídeos nos hepatócitos pode
• Ativação de genes supressores de tumores – Além do
estar relacionado à problemas em qualquer etapa
encurtamento de telômeros a ativação de alguns
da metabolização dessas moléculas (da entrada de
genes supressores de tumor parece também ter
ácidos graxos à saída das lipoproteínas).
relação com a senescência replicativa. Esses genes
atuam protegendo a célula de mutações que possam
gerar proliferação descontrolada induzindo
precocemente a saída do ciclo celular por estas
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o A esteatose pode ser agravada por • Aparece agudamente, geralmente após intenso
desnutrição etilismo:
o O álcool causa a liberação de endotoxinas o Inflamação e necrose de hepatócitos
bacterianas do intestino para a circulação • Manifestações clínicas variam de quadros leves até
portal, induzindo respostas inflamatórias quadros semelhantes à IHA
no fígado • Anorexia e perda de peso
• Hepatomegalia dolorosa em QSD
• Hiperbilirrubinemia
• Elevação de fosfatase alcalina e aminotransferases
• Leucocitose neutrofílica
3. CIRROSE HEPÁTICA
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TGO (transaminase glutâmico-oxalacética) e TGP Alterações na bilirrubina indireta podem indicar um
(transaminase glutâmico-pirúvica) são enzimas produzidas problema com o fígado ou com a função da vesícula biliar,
pelo fígado e estão presentes em outras partes do corpo, como uma obstrução biliar ou uma doença hepática. Níveis
como músculos e coração. Quando há uma lesão ou elevados de bilirrubina indireta podem causar icterícia, uma
inflamação no fígado, as células hepáticas são danificadas e condição na qual a mucosas e escleras olhos ficam
essas enzimas podem vazar para a corrente sanguínea, amarelados, além de cursar com colúria e acolia fecal.
resultando em níveis elevados de TGO e TGP no sangue.
O tempo de protrombina é uma medida do tempo
Essa elevação das enzimas TGO e TGP no sangue pode que leva para o sangue coagular. A protrombina é uma
ser um indicador de problemas hepáticos, como hepatite, proteína produzida no fígado que é necessária para a
cirrose, esteatose hepática ou toxicidade causada pelo uso coagulação sanguínea. O tempo de protrombina é
de medicamentos ou álcool. No entanto, outras condições, frequentemente usado para monitorar o uso de
como doenças musculares, doenças do coração, diabetes e medicamentos anticoagulantes, como a varfarina.
obesidade, também podem causar elevação dessas enzimas
Alterações no tempo de protrombina podem indicar
no sangue.
problemas com a função hepática, como cirrose ou hepatite.
Por isso, é importante que um médico avalie o Também pode ser indicativo de deficiência de vitamina K,
paciente e realize exames complementares para identificar uma vitamina necessária para a produção de protrombina.
a causa da elevação das enzimas TGO e TGP e determinar o
A albumina sérica é uma proteína produzida no fígado
tratamento adequado.
que ajuda a manter a pressão oncótica no sangue e
3. AMILASE E LIPASE – MARCADORES DE FUNÇÃO transporta hormônios e outras substâncias pelo corpo.
PANCREÁTICA Alterações nos níveis de albumina podem indicar problemas
com a função do fígado ou com a nutrição. Baixos níveis de
A amilase e a lipase são enzimas produzidas pelo
albumina podem indicar cirrose, doença hepática ou
pâncreas, que têm a função de digerir carboidratos e
desnutrição.
gorduras, respectivamente. Quando há uma elevação dos
níveis dessas enzimas no sangue, pode indicar um problema
no pâncreas.
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