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PEDIATRIA II
INFECÇÕES DE VIAS
AÉREAS SUPERIORES
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SUMÁRIO
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INFECÇÕES DE VIAS
AÉREAS SUPERIORES
importância/prevalência
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
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Infecções de vias aéreas superiores
A influenza, popularmente chamada de gripe, é O vírus influenza tem elevada transmissibilidade por
uma das infecções mais frequentes do mundo. via respiratória (gotículas) e por contato. A trans-
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima missão ocorre de 1 a 2 dias antes do início dos
que, anualmente, 5 a 10% dos adultos e 20 a 30% sintomas até 5 dias depois. Em comparação com
das crianças sejam infectadas. Embora a maior os adultos, as crianças apresentam excreção viral
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
de início mais precoce, com maior carga viral e por como a presença de mialgia e sintomas gastrointestinais
períodos mais longos (em geral 7 a 10 dias). (mais comuns pela influenza B), tosse e expectoração
(influenza A H1N1) e sintomas nasais proeminentes
(influenza A H3N2).
3.3. QUADRO CLÍNICO
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Infecções de vias aéreas superiores
Por ser uma infecção viral autolimitada, o tratamento O zanamivir é um antiviral inalatório que está contrain-
consiste basicamente em medidas de suporte, dicado em menores de 5 anos e nos pacientes com
hidratação, repouso e no uso de medicamentos doença respiratória crônica, pelo risco de desencadear
sintomáticos, como analgésicos e antitérmicos. broncoespasmo grave. Além disso, essa medicação não
pode ser realizada em paciente em ventilação mecânica
Pacientes internados devem ser mantidos com
pelo risco de obstrução dos circuitos do ventilador.
precauções de contato e de gotículas, mas durante
a realização de procedimentos que gerem aerossóis,
como aspiração e intubação, está indicado o uso 3.5. PREVENÇÃO
de máscara do tipo N95 (precaução de aerossóis)
pelo profissional de saúde.
Por ser um vírus respiratório cuja principal forma
O uso de antivirais se associa com a redução dos de transmissão é o contato uma das medidas mais
sintomas e do risco de complicações, hospitaliza- importantes para a prevenção é a higienização
ção e mortalidade em populações de alto risco, frequente das mãos, que pode ser realizada com
sendo maior a sua eficácia quanto mais precoce uso de álcool em gel desde que na ausência de suji-
o uso (melhor resposta nas primeiras 48 horas de dades visíveis. A redução do contato próximo com
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
4. COVID-19 NA INFÂNCIA
DIA A DIA MÉDICO
4.1. EPIDEMIOLOGIA
Mesmo nos anos em que as vacinas são bem compatíveis
com as cepas circulantes as estimativas de eficácia variam
de 40 a 60% e é por isso que, mesmo vacinadas, parte O novo coronavírus, denominado SARS-CoV-2, foi
das pessoas ainda vai apresentar quadros compatíveis identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan,
com síndrome gripal e SRAG. na China, no final de 2019 e associado a casos de
doença respiratória denominada como covid-19.
Outra forma de prevenção da influenza é a qui- A infecção se espalhou rapidamente pela Europa,
mioprofilaxia dos contatos de um caso já iden- Estados Unidos e América Latina, sendo declarada
tificado, realizada com oseltamivir ou zanamivir pandemia pela OMS em março de 2020. O primeiro
uma vez ao dia por 10 dias e indicada apenas nos caso de covid-19 no Brasil foi diagnosticado no
indivíduos de alto risco para infecção ou complica- final de fevereiro de 2020 na cidade de São Paulo
ções (Quadro 1). Deve ser iniciada em até 48 horas e desde então a doença se espalhou por todos os
do contato com o caso suspeito ou confirmado estados, totalizando até o momento (dezembro de
de influenza. 2022) 36 milhões e 302 mil casos e quase 694 mil
mortes no país.
Diante de tal calamidade chama atenção o fato de
que crianças e adolescentes apresentam formas
clínicas leves ou assintomáticas, na sua maioria,
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Infecções de vias aéreas superiores
representando no ano de 2020 menos de 2,5% das clínica mais frequente é de síndrome gripal, que
internações e apenas 0,62% das mortes. do ponto de vista clínico, não é possível de ser
diferenciada daquela causada por outros vírus res-
piratórios, incluindo o influenza. Dentre os sintomas
4.2. QUADRO CLÍNICO
mais comuns da covid-19 pediátrica temos a febre
e a tosse, mas também coriza (em uma frequência
A maior parte dos pacientes pediátricos com covid‑19 maior do que nos adultos), obstrução nasal, dor
cursa sem gravidade e alguns estudos relatam até de garganta, mialgia, dispneia, diarreia e vômitos.
90% dos casos classificados como assintomáticos Alguns estudos relatam maior frequência de sinto-
ou com sintomas leves a moderados. Na pediatria, mas gastrointestinais em crianças menores de 3
os fatores de risco para gravidade não são tão bem anos e maior frequência de sintomas álgicos (dor
estabelecidos quanto nos adultos, mas a maior parte abdominal, de garganta e de cabeça) e de alterações
dos serviços considera a necessidade de maior do olfato e do paladar em adolescentes. Em alguns
atenção na presença de certas comorbidades (Qua- casos, a febre pode se apresentar inclusive como
dro 2). Mesmo na presença dessas comorbidades, sintoma único isolado (constituindo um quadro de
menos de 10% de todas as crianças com covid-19 febre sem sinais localizatórios). Contudo, sabe-se
necessitam de internação em Unidade de Terapia que a ausência de febre não é suficiente para excluir
Intensiva (UTI) e a mortalidade ainda é inferior a 1%. o diagnóstico de covid-19.
Doenças associadas
Cardiopatias Ao contrário do que se imaginava anteriormente, foi des-
à imunossupressão
coberto que as crianças não atuam como “super-disse-
Pneumopatias Diabetes mellitus minadores” do SARS-CoV-2 e, embora possam transmitir
o vírus, essa taxa de transmissão não parece ser maior
Hemoglobinopatias Obesidade
do que a dos adultos infectados, sendo inclusive menor
Neuropatias Gestação em alguns casos.
Nefropatias Puerpério
Fonte: Elaborado pelo autor. Apesar de raro, a covid-19 pode evoluir com quadros
de maior gravidade, com a piora aguda do quadro
respiratório (configurando uma SRAG) ou com uma
DIA A DIA MÉDICO
recrudescência dos sintomas semanas após a infec-
ção aguda, que caracteriza a síndrome inflamatória
A menor gravidade da covid-19 na infância ainda não é multissistêmica pediátrica (SIM-P).
bem compreendida, mas alguns estudos relacionam com a
menor expressão do receptor celular do vírus (receptor da
enzima conversora da angiotensina 2 – ACE2) nas células
A SIM-P acontece dias a semanas (em média 4
da via aérea de crianças, o que dificultaria a entrada do semanas) após a infecção aguda pelo SARS-CoV-2,
vírus. Outra hipótese é a resposta imune inata das crianças caracterizando um quadro pós-infeccioso que faz
que, por ainda estar em desenvolvimento, caracteriza-se parte do espectro de manifestações inflamatórias
pela menor produção de marcadores inflamatórios em da covid-19 na infância. Clinicamente a SIM-P apre-
resposta à infecção, sendo menos provável a ocorrência
senta manifestações muito semelhantes a outras
do fenômeno da “tempestade de citocinas” implicado
nos quadros de maior gravidade da covid-19 nos adultos.
doenças inflamatórias, como a doença de Kawasaki,
a síndrome de ativação macrofágica e a síndrome do
choque tóxico. O diagnóstico é baseado no encon-
Estudos de séries de casos pediátricos mostram tro dos critérios clínicos (Quadro 3), que tem como
que, dentre os casos sintomáticos, a apresentação um dos pilares o diagnóstico prévio de covid‑19
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
no paciente ou o contato com caso confirmado ou da covid-19 em sua fase aguda, já que detecta o
suspeito no último mês. material genético do vírus (RNA) em amostras
respiratórias. Sua sensibilidade sofre interferência
Quadro 3. Critérios diagnósticos da SIM-P. tanto do tipo de amostra utilizada quanto do tempo
de sintomas. Quanto ao tipo de amostra, estudos
Paciente entre 0 a 19 anos com febre (> 38ºC) persistente
≥ 3 dias mostram maior sensibilidade em espécimes de
lavado broncoalveolar, seguida de sensibilidade
Exclusão de diagnósticos diferenciais
decrescente, respectivamente, nas amostras de
Elevação de marcadores inflamatórios (VHS, proteína C escarro, swab nasofaríngeo e swab orofaríngeo.
reativa, procalcitonina) Por uma questão de praticidade a amostra mais
Evidência de covid-19 (PCR anterior positivo, teste anti- utilizada para pesquisa do SARS-CoV-2 é o swab
gênico ou sorológico positivos) ou história de contato nasofaríngeo. Já com relação ao momento de coleta,
com caso de covid-19 o ideal é que seja nos primeiros 7 dias de doença.
Pelo menos dois dos seguintes achados clínicos:
A sorologia para SARS-CoV-2 detecta a presença
• Conjuntivite não purulenta ou lesão cutânea bilateral ou do anticorpo IgG ou do IgM contra o vírus e está
sinais de inflamação mucocutânea;
indicada para avaliação de infecção prévia em
• Manifestações gastrointestinais (diarreia, vômito, dor
abdominal); situações bem específicas, como para o diagnós-
• Hipotensão arterial ou choque; tico de SIM-P. A coleta deve ser feita a partir de 7
• Disfunção miocárdica, pericardite, valvulite ou anormali- dias de sintomas.
dades coronarianas (inclui alterações de ecocardiogra-
ma, troponina ou NT-proBNP); Com relação aos exames de imagem, ao contrário do
• Coagulopatia (TP, TTPa ou D-dímero elevados). que é feito nos adultos, não existe a recomendação
de realização de tomografia de tórax em todos os
VHS: velocidade de hemossedimentação. TP: tempo de protrombina,
TTPa: tempo de tromboplastina parcial ativada. pacientes com sintomas respiratórios. Nos casos
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria3. que cursam sem gravidade, apenas como síndrome
gripal, não há necessidade de avaliação de imagem,
que não muda a conduta nessa situação. Nos pacien-
DICA tes com SRAG recomenda-se inicialmente uma
Como você pode perceber os cri-
térios diagnósticos de SIM-P são extre- radiografia de tórax em póstero-anterior e perfil,
mamente semelhantes aos da doença de sendo a tomografia de tórax indicada apenas na
Kawasaki, englobando inclusive quadros de presença de achados duvidosos e na investigação
Kawasaki típica e atípica, desde que tempo- de complicações.
ralmente relacionados à covid-19. Algumas
diferenças que podem ser citadas entre a
SIM-P e a doença de Kawasaki são: o fato
DICA
da SIM-P acometer crianças mais velhas, Não existem achados tomográficos
a necessidade de uma febre de menor du- patognomônicos de covid-19 na infância,
ração para o diagnóstico (acima de 3 dias mas podem ser encontrados infiltrados
na SIM-P), a presença de manifestações de subpleurais em vidro-fosco, condensações
trato gastrointestinal e a maior frequência em halo uni ou bilaterais e espessamento
de disfunção miocárdica e choque. brônquico.
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Infecções de vias aéreas superiores
considerar a complementação da avaliação com com covid-19 e quais seriam as medidas necessárias
ressonância nuclear magnética cardíaca e angio- para prevenção da infecção nesse caso.
tomografia computadorizada cardíaca.
Diversos estudos já demonstraram não haver pre-
sença do vírus em placenta, líquido amniótico,
sangue de cordão umbilical ou leite materno, em
DIA A DIA MÉDICO
contrapartida, foram detectados anticorpos contra
o SARS-CoV-2, o que sugere que uma mãe que teve
A SIM-P é uma condição de notificação compulsória à
a doença ou que foi vacinada para a doença possa
suspeita clínica.
sim proteger seu concepto pela imunização passiva.
As principais vias de transmissão da covid-19 para
4.4. TRATAMENTO o recém-nascido continuam sendo a via respirató-
ria (por gotículas dos cuidadores infectados) e o
contato (com secreções infectantes), tornando-se
Por ser uma doença viral e autolimitada, o manejo
necessária a instituição de medidas que reduzam o
clínico envolve basicamente medidas de suporte.
risco de infecção do Recém-Nascido (RN) e dos pro-
Deve-se prestar atenção especial à possibilidade de
fissionais da saúde envolvidos no parto (Quadro 4).
piora clínica a partir da 2ª semana de doença, em
decorrência da chamada “tempestade de citocinas”.
Quadro 4. Recomendações para assistência do recém-
Até o momento não existe a recomendação do nascido na sala de parto de mãe com covid-19.
uso sistemático de antivirais e, obviamente, nem
Paramentação da equipe de saúde com
de antibióticos, que devem ficar reservados aos avental, luvas, óculos ou protetor facial,
casos com suspeita ou confirmação de complicação gorro e máscara N95 ou PFF-2
bacteriana. Terapia antitrombótica não é recomen- Pode-se manter o clampeamento tardio do cordão
dada de rotina, mas pode ser utilizada de forma umbilical (após 1 a 3 minutos no RN com mais de 34
individualizada a depender dos fatores de risco e semanas ou 30 a 60 segundos no RN menor que 34
do contexto clínico dos achados laboratoriais do semanas), mas durante esse período o RN não deve
ser posicionado sobre o abdome ou tórax materno
paciente. A dexametasona não é recomendada de
rotina, mas pode-se considerar o uso de corticoides Após o parto encaminhar o recém-nascido
para os cuidados de rotina, sem proceder
na SRAG e como terapia adjunta na SIM-P.
com o contato pele-a-pele imediato (mesmo
A SIM-P é manejada de forma muito semelhante à se recém-nascido com boa vitalidade)
doença de Kawasaki, com uso de imunoglobulina Amamentação e contato liberados apenas
humana intravenosa e ácido acetil salicílico em quando as medidas de higiene e prevenção
doses altas na fase febril seguida de doses baixas possam ser adotadas (uso de máscara pela
mãe, ausência de secreções infectantes)
de manutenção. Nos casos em que ocorre falha de
resposta à imunoglobulina pode-se considerar o uso Caso haja necessidade de manobras de
reanimação neonatais, elas devem ser realizadas
de metilprednisolona em doses altas (pulsoterapia).
a uma distância mínima de 2 metros da mãe
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria4.
4.5. RECÉM-NASCIDO FILHO DE
MÃE COM COVID-19
Após o parto, caso o RN esteja em condições clí-
nicas, ele pode ser encaminhado para alojamento
Hoje sabemos que as gestantes representam um conjunto junto da mãe, em quarto privativo (para
grupo de risco importante para covid-19, em decor- evitar a infecção de outros pacientes) e o aleita-
rência da sua maior morbimortalidade. Um tema mento materno deve ser mantido com as medidas
amplamente estudado nos últimos meses foi jus- corretas de precaução: lavagem das mãos antes do
tamente a questão do recém-nascido filho de mãe contato com o RN e uso de máscara facial durante
a amamentação. Caso a mãe não se sinta segura
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
DICA
O manejo do recém-nascido de mãe
com covid-19 foi um dos temas mais cobra-
dos sobre a doença na parte de pediatria
das provas dos últimos anos, por isso, vale
a pena ler e reler essa seção novamente an-
tes da data da sua prova desse ano!
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Infecções de vias aéreas superiores
Covid-19 na infância
Transmissão respiratória
(gotículas) e contato Sorologia
SRAG FSSL
SIM-P
Quadro inflamatório
pós-infeccioso
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
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Infecções de vias aéreas superiores
DICA
Não se esqueça: o diagnóstico de
sinusite aguda bacteriana é clínico! Não 5.4. TRATAMENTO
caia na pegadinha da solicitação de exa-
mes complementares durante as provas.
BASES DA MEDICINA
Uma vez feito o diagnóstico de sinusite bacteriana, ser imediato quando o diagnóstico de sinusite for
deve-se decidir com relação ao tratamento imediato feito pela piora da evolução do quadro ou pela pre-
com antibiótico ou à conduta expectante, com sença de sintomas graves, devido ao risco elevado
observação inicial do quadro por 3 dias e início de complicações e à ausência de melhora desses
posterior do antibiótico apenas se persistência ou pacientes com a conduta expectante. Naqueles
piora dos sintomas. O tratamento antibiótico deve pacientes cujo diagnóstico foi feito apenas pela
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
persistência dos sintomas, pode-se optar pelo O Quadro 5 traz as principais opções de antibiótico
tratamento expectante, exceto em crianças que para o tratamento da sinusite bacteriana. A duração
fizeram uso de antibiótico nas últimas 4 semanas, do tratamento deve ser de 10 dias ou 7 dias após
na presença de outra infecção bacteriana concomi- melhora dos sintomas. Em pacientes com piora
tante, na suspeita de complicações supurativas ou do quadro ou falha de melhora após 72 horas do
em crianças com doenças crônicas (como asma, início da antibioticoterapia, devemos considerar a
fibrose cística e imunodeficiências). Nesses casos, possibilidade de resistência bacteriana, principal-
a antibioticoterapia deve ser imediata também. mente na presença de fatores de risco associados
à maior resistência aos betalactâmicos (Quadro 6).
50 mg/kg/dia Crianças ≥ 2 anos, com quadro leve a moderado que não frequentam
Amoxicilina
12/12 horas creche e/ou sem uso de antibiótico nos últimos 30 dias
90 mg/kg/dia
Amoxicilina Em regiões em que a resistência do pneumococo seja superior a 10%
12/12 horas
50 mg/kg/dia
Amoxicilina-clavulanato Áreas e situações de risco de infecções por hemófilos ou moraxella
12/12 horas
90 mg/kg/dia Crianças < 2 anos com doença moderada à grave, que vão à creche
Amoxicilina-clavulanato
12/12 horas ou foram tratadas recentemente com antibiótico
15 mg/kg/dia
Claritromicina Crianças com anafilaxia à amoxicilina
12/12 horas
IM: intramuscular.
Fonte: Schvartsman et al.6
Quadro 6. Fatores de risco associados à maior infecção e em pacientes hospitalizados com sinu-
resistência antimicrobiana aos betalactâmicos. site nosocomial associada à intubação prolongada.
Idade < 2 anos Outros tratamentos adjuvantes podem ser asso-
Frequentar creche ciados:
Uso de antibióticos nos últimos 30 dias u Corticoide nasal: melhora os sintomas nasais,
pois reduz inflamação ao redor do óstio sinusal,
Vacinação antipneumocócica ou
anti-hemófilos incompleta facilitando a drenagem.
u Lavagem nasal com soro fisiológico: remove de-
Hospitalização recente
bris celulares e facilita a drenagem de secreção.
Fonte: Wald et al.1
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Infecções de vias aéreas superiores
5.5. COMPLICAÇÕES
Complicações Complicações
orbitárias intracranianas
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
6.1. EPIDEMIOLOGIA
BASES DA MEDICINA
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Infecções de vias aéreas superiores
6.2. ETIOLOGIA
BASES DA MEDICINA
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
A: otoscopia normal – membrana timpânica translúcida, cinza perolada e côncava. B: otite média aguda inicial – opacificação de membrana
timpânica com nível hidroaéreo, hiperemia e abaulamento discretos. C: otite média aguda grave - opacificação, hiperemia e abaulamento
importantes de membrana timpânica.
Fonte: Teschner 9 e Kuruvilla et al.10
DICA
Para que seja feito o diagnóstico de Academia Americana de Pediatria (AAP) pela pre-
otite média aguda é essencial o encontro sença de pelo menos um dos critérios:
tanto de sinais flogísticos quanto de efusão
em orelha média associada. u Abaulamento moderado ou grave da membrana
timpânica;
u Início recente de otorreia não atribuível à otite
Clinicamente, a otite média aguda pode evoluir em externa;
três fases: u Abaulamento leve de membrana timpânica com
u Fase congestiva: em decorrência da obstrução início súbito (< 48 horas) de otalgia ou hiperemia
da tuba auditiva, aparece a sensação de pleni- de membrana timpânica.
tude aural e uma discreta otalgia. À otoscopia,
nessa fase, podemos encontrar já hiperemia da
membrana timpânica. DIA A DIA MÉDICO
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Infecções de vias aéreas superiores
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
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Infecções de vias aéreas superiores
Quadro 12. Quadro clínico das criança ou adolescente com faringite sem sinais de
faringites e tonsilites agudas. doença viral deve ser testado para o estreptococo
do grupo A por meio de:
Sugestivo Sugestivo de
Inespecífico
de vírus bactéria u Teste rápido (Strep test): especificidade de 95%
Febre Tosse Vômitos e sensibilidade variável de 80 a 90%. Não deve
ser realizado na suspeita de faringite viral, pois
Dor de Rinorreia e/ou
garganta conjuntivite
Petéquias em palato o paciente pode ser colonizado. Se negativo, e
mesmo assim houver suspeita clínica, está indi-
Exsudato Exsudato faríngeo
Rouquidão cada a coleta de cultura de orofaringe.
faríngeo e tonsilar
Exantema
u Cultura de orofaringe (padrão-ouro): sensibilida-
Diarreia de de 90 a 95%, porém o resultado pode demorar
escarlatiniforme
até três dias.
Vesículas em Linfonodos cervicais
orofaringe dolorosos
Sintomas mais graves como estridor, rigidez de nuca,
Fonte: Bochner et al.11 limitação da movimentação do pescoço, salivação,
desconforto respiratório e aspecto geral séptico
Quadro 13. Sinais clínicos específicos de sugerem quadros mais graves, como epiglotite e
agentes etiológicos virais de faringite aguda. abscesso retrofaríngeo.
• Herpangina: vesículas de 1 a 2 mm
em palato mole, úvula e pilares
amigdalianos, que se rompem DIA A DIA MÉDICO
originando úlceras rasas. Cursa
com febre, dor de garganta e dor
Coxsackievírus A
abdominal. O material colhido tanto para cultura de orofaringe quanto
• Síndrome mão-pé-boca: lesões para o Strep test consiste em um swab de orofaringe
papulovesiculares em mãos e pés posterior, colhido em região de tonsilas palatinas. No
com estomatite (vesículas e úlce- caso da cultura o swab, deve ser imediatamente arma-
ras em toda orofaringe) zenado o meio de cultura e encaminhado para avaliação
microbiológica. Já no Strep test, segue-se a seguinte
• Febre faringoconjuntival: febre,
mialgia, cefaleia, dor garganta com ordem (Figura 6):
Adenovírus
exsudato em amígdalas e conjun-
1. Dispensar quatro gotas do reagente A dentro do tubo
tivite folicular
de reação.
• Mononucleose: amigdalite exsuda-
tiva com febre persistente, linfade- 2. Adicionar quatro gotas do reagente B dentro do tubo
Epstein-Barr nopatia cervical e generalizada e de reação.
esplenomegalia. Pode cursar com
exantema pós-uso de amoxicilina 3. Colocar o swab da amostra no tubo de reação. Mistu-
rar, enrolando o swab contra a lateral do tubo de reação.
Fonte: Bochner et al.11 Incubar a temperatura ambiente por pelo menos dois
minutos, porém não mais que 30 minutos com o swab
dentro do tubo.
Devido à superposição de sintomas sugestivos de
vírus e bactérias, o diagnóstico clínico de faringite 4. Remover o swab retirando todo o líquido do swab.
Descartar o swab.
estreptocócica é insuficiente, sendo necessária a
confirmação da infecção pelo S. pyogenes. O diag- 5. Adicionar 4 gotas da solução extraída, usando uma
nóstico clínico é aceitável apenas em situações em pipeta de transferência dentro da cavidade da amostra (S).
que esses exames não estão disponíveis. Na pre-
6. Ler o resultado entre 5-10 minutos. O resultado é posi-
sença de sintomas clínicos sugestivos de infecção tivo quando se visualizam duas faixas, uma na janela
bacteriana, a chance de um exame positivo para Teste (T) e outra na janela Controle (C), o que indica que
estreptococo aumenta em 50%. É por isso que toda o estreptococo do Grupo A foi detectado.
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
Figura 6. Passo a passo para realização do Strep test. tópicos (hexomedine spray) pode ser instituído tanto
nos quadros virais quanto bacterianos.
Pacientes assintomáticos que mantêm cultura
positiva após o tratamento completo provavelmente
são portadores assintomáticos, com baixa taxa
de transmissão e sem risco de febre reumática ou
complicações supurativas.
7.4. COMPLICAÇÕES
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Infecções de vias aéreas superiores
Figura 7. Abscesso peritonsilar levando ao desvio uma cadeia de linfonodos que drenam a nasofa-
da úvula, que chega a tocar a outra tonsila. ringe, adenoide, tuba auditiva, orelha média e seios
paranasais. É mais comum em meninos menores
de 5 anos e também tem etiologia polimicrobiana.
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
Frequentemente, nessas situações também é feita repetem a cada 2 a 12 semanas, acompanhados por
a retirada da adenoide (adenoamigdalectomia), úlceras aftosas, faringite (às vezes, com exsudato)
principalmente na presença de síndrome da apneia e/ou linfadenopatia cervical, sempre na ausência
obstrutiva do sono. Não é necessária a realização de infecção de via aérea superior. Independente do
de polissonografia sempre antes da cirurgia, mas tratamento instituído (anti-inflamatórios, antibióticos
ela ajuda a quantificar a gravidade da SAOS e o e corticoides), os episódios melhoram em 3 a 5 dias
risco de complicações pós-operatórias. A resolu- e retornam após 1 mês. Linfadenopatia generalizada
ção da SAOS após adenoamigdalectomia é menos e hepatomegalia não ocorrem e devem levantar a
frequente em crianças com obesidade, em negros suspeita de outro diagnóstico.
e naqueles com SAOS grave.
A única indicação absoluta de adenoidectomia
isolada é a presença de obstrução nasal grave com DICA
Nas provas você deve suspeitar de
respiração nasal, voz anasalada e hiposmia, mas síndrome PFAPA sempre que estiver diante
existem outras indicações relativas: de um pré-escolar que se apresenta com
episódios recorrentes de febre, dor de gar-
u OMA recorrente; ganta e úlceras orais.
u Otite média crônica com efusão com falha do
tratamento apenas com timpanostomia;
u Sinusite crônica refratária. A síndrome PFAPA é um diagnóstico de exclusão, e
nem todos os sintomas precisam estar presentes,
A principal complicação no pós-operatório é o san-
mas deve ser afastada a hipótese de infecção de
gramento, que pode ocorrer até 2 a 3 semanas após
vias aéreas superiores (não aparecem sintomas
a cirurgia e geralmente se resolve espontaneamente.
como tosse e coriza) e o paciente deve apresen-
tar crescimento e desenvolvimento normais, com
períodos assintomáticos entre os quadros de febre.
8. S ÍNDROME PFAPA
Os achados laboratoriais são inespecíficos, como:
leucocitose com neutrofilia moderada, elevação
8.1. E
PIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA da velocidade de hemossedimentação (VHS) e da
proteína C reativa (PCR), níveis de hemoglobina
A síndrome PFAPA é uma sigla em inglês dos princi- normais, plaquetas normais ou discretamente ele-
pais achados clínicos dessa condição: febre perió- vadas. Pode ser feita cultura de orofaringe para
dica, estomatite aftosa, faringite e adenite cervical descartar infecção pelo Streptococcus pyogenes.
(periodic fever, aphtous stomatitis, pharyngitis, cer-
vical adenitis). É a síndrome autoinflamatória mais 8.3. TRATAMENTO
comum da infância, que geralmente se inicia em
menores de 5 anos e resolve espontaneamente até
os 10 a 12 anos. É uma doença autolimitada, recor- O tratamento consiste no uso de prednisona por
rente e febril, de etiologia desconhecida, embora 3 a 5 dias, que se associa à redução da febre em
tenha uma relação com a maior expressão dos menos de 6 horas e à resolução dos outros sinto-
genes relacionados com interleucina-1B, interferon mas em 48 horas.
e quimiocinas.
A tonsilectomia é a melhor solução a longo prazo,
reduzindo a recorrência dos episódios quando com-
8.2. QUADRO CLÍNICO parada ao uso de corticoides. Está indicada nos
pacientes com sintomas graves, com comprome-
Cursa com episódios recorrentes súbitos de febre timento da qualidade de vida, e naqueles com má
elevada, com duração de cerca de 3 a 7 dias e que se resposta ao tratamento clínico.
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Infecções de vias aéreas superiores
Rinovírus Influenza
Estreptocócica:
Viral
S. pyogenes
Sintomas de via
Sintomas nasais
aérea superior +
sintomas sistêmicos
Adolescentes
Resolução em 10 dias
Complicação: SRAG
Exsudato faríngeo,
linfadenite cervical e
petéquias em palato
Principal
complicação:
absceso
periamgidaliano
Streptococcus
pneumoniae, Haemophilus
Streptococcus influenzae não tipável e
Sintomas persistentes
pneumoniae, Haemophilus Principal complicação: Moraxella catarrhalis
nasais ou piora
influenzae não tipável e celulite peri-orbitária
da gravidade
Moraxella catarrhalis
Otoscopia: hiperemia
+ efusão em
Sinal da vela orelha média
Complicação:
mastoidite aguda
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
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Infecções de vias aéreas superiores
que piora à noite e com agitação e choro. Em 60% Figura 8. Radiografia de cervical em
dos casos, a resolução ocorre em 3 a 7 dias, mas em posteroanterior com sinal da torre de igreja ou
casos mais graves pode durar até 14 dias. O diag- da ponta de lápis, sugestivo de crupe viral.
nóstico é clínico e alguns fatores estão associados
à maior gravidade do quadro (Quadro 14). Crianças
menores de 6 meses de idade, pacientes com estri-
dor em repouso ou alteração do nível de consciên-
cia e detecção de hipercapnia apresentam risco
potencial de falência respiratória. Apesar de não ser
comum o aparecimento de hipoxemia em crianças
com crupe viral isolada, a presença de hipoxemia
indica falência respiratória iminente com risco de
parada respiratória, com indicação de internação
em UTI.
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
Sinal 0 1 2 3
A conduta é guiada pela gravidade da crupe resistência das vias aéreas. Um exemplo de medida
(Quadro 16). A criança sempre deve ser mantida o terapêutica desnecessária é a nebulização com
mais calma possível, evitando-se a manipulação e solução fisiológica, que, além de não apresentar
a realização de exames desnecessários, já que o comprovação de que efetivamente melhore a obs-
choro eleva a pressão negativa intratorácica, favo- trução da via aérea, também é uma fonte de estresse
recendo o colapso das vias aéreas extratorácicas, para a criança, que se torna mais agitada, com piora
além de turbilhonar o fluxo de ar, o que aumenta a da gravidade da obstrução.
O uso de corticoide comprovadamente reduz a pode ser repetida se houver retorno do desconforto
gravidade dos sintomas, a necessidade e duração respiratório.
da hospitalização e a necessidade de admissão
em UTI. A dexametasona é a melhor opção por
ser um potente glicocorticoide e apresentar um DIA A DIA MÉDICO
longo período de ação (acima de 48 horas). A ina-
lação com adrenalina leva à constrição dos capi- A inalação com budesonida reduz a gravidade da crupe
lares arteriolares locais, reduzindo o estridor e os em comparação ao placebo, apresentando um efeito
sintomas de insuficiência respiratória. Começa a semelhante ao da dexametasona nos casos de crupe leve
agir em 10 minutos e tem duração de 1 a 2 horas, ou moderado. Por isso, em alguns serviços, a budesonida
por isso, o paciente deve sempre permanecer em inalatória é utilizada como alternativa à dexametasona
observação por pelo menos 4 horas para avaliar o nos casos de crupe moderada.
retorno do desconforto respiratório após o término
da ação da adrenalina. A inalação com adrenalina
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Infecções de vias aéreas superiores
Deterioração ou
manutenção do
desconforto respiratório
Entrada de ar normal
apesar do tratamento
com adrenalina
inalatória e corticoide
Nível de consciência
Sepse
normal
Desidratação ou
Uso prévio de
incapacidade de
dexametasona
ingerir líquidos
Fonte: Schvartsman et al.6
Laringite Traqueíte
Crupe viral Epiglotite
estridulosa bacteriana
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
Laringite Traqueíte
Crupe viral Epiglotite
estridulosa bacteriana
Esfumaçamento
Achado RX — Torre de igreja Dedo de luva
de traqueia
Rápido, mas
Curso Benigno Grave Grave
pode recidivar
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Infecções de vias aéreas superiores
de preferência em centro cirúrgico com endos- aérea pérvia, chamada de posição de tripé, com o
copia. A intubação geralmente é mantida por 3 a corpo inclinado para a frente e apoiado nos braços,
7 dias. Deve ser introduzido antibiótico de amplo hiperextensão do pescoço, protrusão do queixo e
espectro, como cefuroxima ou ceftriaxona. Não língua para fora. Nessa situação, deve-se evitar a
há necessidade do uso de corticoide ou inalação utilização do abaixador de língua, que pode gerar
com adrenalina. A mortalidade é de 18 a 40%, em ansiedade, aumentando o desconforto respiratório.
decorrência de falência respiratória, síndrome do
choque tóxico ou sepse.
DICA
A descrição da posição de tripé é
9.4. SUPRAGLOTITE patognomônica de supraglotite nas provas.
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
Figura 10. Radiografia de cervical lateral com o sinal 2. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamentos
do polegar ou da epiglote em dedo de luva (seta). científicos de imunizações, infectologia, alergia, otorri-
nolaringologia e pneumologia. Diretriz. Atualização no
tratamento e prevenção da infecção pelo vírus influenza
– 2020. São Paulo: SBP; abr. 2020.
3. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Departamentos
científicos de infectologia, reumatologia, cardiologia,
terapia intensiva e emergência. Nota de alerta. Notificação
obrigatória no Ministério da Saúde dos casos e síndrome
inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) potencial-
mente associada à covid-19. São Paulo: SBP; ago. 2020.
4. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Grupo executivo
do programa nacional de reanimação neonatal. Nota de
alerta. Recomendações para assistência ao recém-nas-
cido na sala de parto de mãe com covid-19 suspeita ou
confirmada. Atualização. São Paulo: SBP, abr. 2020.
5. Imagem utilizada sob licença da Shutterstock.com, dispo
nível em: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/
paranasal-sinuses-on-male-face-different-418252285.
Acesso em: 30 dez. 2022.
6. Schvartsman C, Reis AG, Farhat SCL (coords.). Pronto-so-
corro. 3. ed. São Paulo: Manole; 2018. (Coleção pediatria
do Instituto da Criança do HCFMUSP 7).
Fonte: Acervo do autor.
7. Torretta S, Marchisio P, Gaffuri M, Capaccio P, Esposito S,
Pignataro L. Step-by-step iconographic description of a
prolonged but still favourable course of orbital cellulitis in a
9.4.3. Tratamento child with acute rhinosinusitis: an iconographic case study.
Ital J Pediatr. 2014 Mar 4;40(1):25. DOI: 10.1186/1824-
Devido ao risco de obstrução súbita da via aérea 7288-40-25. PMID: 24594215; PMCID: PMC3995968.
superior, é uma urgência garantir a permeabilidade
8. Lieberthal AS, Carroll AE, Chonmaitree T, Ganiats TG,
da via aérea, de forma a ser indicada a intubação Hoberman A, Jackson MA, et al. The diagnosis and mana-
eletiva em casos de desconforto respiratório mais gement of acute otitis media. Pediatrics. 2013;3(131):e964-
importante. Por ser uma via aérea difícil, a intubação 99.
deve ser realizada pelo profissional mais capaci- 9. Teschner M. Evidence and evidence gaps in the treatment
tado, com cânula 0,5 mm menor que o ideal para of Eustachian tube dysfunction and otitis media. GMS
a idade. Deve ser iniciada a antibioticoterapia com Curr Top Otorhinolaryngol Head Neck Surg. 2016 Dec.
cobertura para hemófilos (cefuroxima, cefotaxima 15;15:Doc05. DOI: 10.3205/cto000132. PMID: 28025605;
PMCID: PMC5169078.
ou ceftriaxona). Na suspeita de S. aureus, ampliar
com oxacilina. Não utilizar corticoide ou inalação 10. Kuruvilla A, Shaikh N, Hoberman A, Kovačević J.
Automated diagnosis of otitis media: vocabulary and
com adrenalina.
grammar. Int J Biomed Imaging. 2013;2013:327515. DOI:
10.1155/2013/327515. Epub 2013 Aug 7. PMID: 23997759;
PMCID: PMC3749602.
11. Bochner RE, Gangar M, Belamarich PF. A Clinical Approach
REFERÊNCIAS
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Marcy SM, et al. American Academy of Pediatrics. Clinical disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/ima-
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Pediatrics. 2013;1(132):e262-80.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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QUESTÕES COMENTADAS
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salicílico nos casos que preencham critérios para um retorno para reavaliação e forneceria um
síndrome de Kawasaki, além do uso da gamaglobu- atestado para a mãe.
lina intravenosa se forem preenchidos os critérios ⮪ Trata-se de uma amigdalite bacteriana e por isso
para a síndrome do choque tóxico. A alternativa que devemos respeitar as expectativas da mãe e en-
contém todas as afirmativas corretas é: trar com Amoxicilina com Clavulanato por 7 dias.
⮦ I, III e IV.
⮧ I, III, IV e V. Questão 5
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Infecções de vias aéreas superiores Urgências Pediátricas
⮦ A obstrução tubária de caráter extraluminal in- ⮧ Amanda, escolar de 5 anos, com diagnóstico de
clui tecido linfoide nasofaríngeo hipertrofiado amigdalite bacteriana e teste rápido para detec-
ou tumor. ção de estreptococos positivo em orofaringe. A
⮧ Febre, anorexia, diarreia e otorreia purulenta são droga de escolha para tratar Amanda seria Amo-
sinais sistêmicos da OMA. xacilina + Ácido clavulânico oral por sete dias.
⮨ A obstrução tubaria de caráter intraluminal é ca- ⮨ Joana, 2 anos, evolui com febre e tosse produtiva
racterizada por edema inflamatório da mucosa há 48 horas. Orofaringe com hiperemia e exsu-
tubária, mais comumente causado por infecção dato discreto. Otoscopia normal. EB, ativa, cora-
aguda das vias aéreas. da, hidratada. Prescritos apenas sintomáticos.
⮩ A maioria dos episódios de OMA é iniciado em ⮩ Júnior, lactente de 3 meses, apresenta quadro
casos de IVAS de origem viral ou bacteriana, de OMA bilateral, febre alta e EGR. Foi orientado
mas a OMA também pode se desenvolver na internamento hospitalar e iniciar antibioticote-
ausência dessa infecção. rapia venosa.
⮪ Silas, 8 anos, apresenta quadro de pneumonia
comunitária sem complicações. Iniciado amo-
Questão 8
xicilina e orientado retorno com 48 horas para
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES – UFRN – RN – 2021) reavaliação
Criança de 7 anos foi ao pediatra com queixa de
febre a 39 ºC e dor intensa no ouvido direito há
Questão 10
cerca de um dia. Genitora afirma que, na semana
anterior, o menor apresentava -se gripado. À otos- (ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL – RS – 2021)
copia, apresentava-se com a membrana timpânica Menino de 4 anos é levado ao Pronto Atendimento
hiperemiada, opaca e abaulada. Diante desse qua- Pediátrico por edema e eritema palpebral à direita.
dro, a hipótese diagnóstica correta e a terapêutica Enxerga bem, movimenta sem problemas o globo
são, respectivamente: ocular e não tem proptose. A mãe refere que está
há 10 dias com sintomas gripais, sem tratamento.
⮦ Otite média aguda bacteriana; antibioticoterapia A impressão diagnóstica é de:
com amoxicilina e clavulonato e sintomáticos.
⮧ Otite média aguda viral; sintomáticos. ⮦ Dermatite alérgica.
⮨ Otite média aguda bacteriana; antibioticoterapia ⮧ Celulite pré-septal.
com amoxicilina e sintomáticos. ⮨ Celulite pós-septal.
⮩ Otite média aguda bacteriana; antibioticoterapia ⮩ Abscesso orbitário.
com azitromicina e sintomáticos.
Questão 9
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GABARITO E COMENTÁRIOS
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