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EXTENSIVO R1

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Obstetrícia v. 1
Fábio Roberto Cabar
SOBRE O AUTOR

Fábio Roberto Cabar


Doutor e mestre em Obstetrícia e Ginecologia pelo Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (HC-FMUSP). Residência médica em Obstetrícia e Gine-
cologia pela FMUSP. Graduado em Medicina pela FMUSP e em
Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
(FDUSP). Médico preceptor da Clínica Obstétrica e presidente
da Comissão de Ética Médica do HC-FMUSP. Advogado atuan-
te na área de Direito Médico e Defesa Profissional. Membro da
Comissão Especial de Direito Médico da Ordem dos Advoga-
dos do Brasil (OAB) – Seção São Paulo.

Atualização 2020
Fábio Roberto Cabar
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

É com grande satisfação que apresentamos o livro Obstetrícia v. 1, do curso


Extensivo R1 2020.

Nós da Medcel queremos oferecer a você uma experiência única para o seu
desenvolvimento ao longo do processo de preparação para as provas de
Residência Médica, e esse livro é um dos formatos de conteúdo que apoiarão
você nesse caminho.

Por meio dos temas médicos explorados ao longo dos capítulos, você poderá
refletir sobre os conteúdos que mais caem nas provas, aprofundando seus
conhecimentos. Ao final da leitura, você estará preparado para resolver os casos
apresentados nos exercícios dos livros de questões e nos simulados presentes
na plataforma Medcel, com o objetivo de fixar os temas e entender como eles
são abordados em prova.

Bons estudos!
SUMÁRIO
1. Fisiologia da gestação.....................10 8. Puerpério...........................................112
1.1 Fisiologia da gestação............................................................... 11 8.1 Definição.........................................................................................113
1.2 Diagnóstico de gravidez......................................................... 15 8.2 Modificações locais................................................................113
1.3 Fisiologia fetal................................................................................17 8.3 Modificações sistêmicas....................................................115
1.4 Sangue fetal................................................................................... 20 8.4 Cuidados durante o puerpério.........................................115
1.5 Sistema respiratório................................................................. 20 8.5 Amamentação...........................................................................116
8.6 Recomendações de contracepção para
2. Modificações locais e sistêmicas mulheres lactantes..........................................................................118
no organismo materno....................... 24
9. Infecção puerperal.........................124
2.1 Introdução........................................................................................25
9.1 Introdução.................................................................................... 125
2.2 Modificações locais..................................................................25
9.2 Incidência..................................................................................... 126
2.3 Modificações sistêmicas...................................................... 28
9.3 Fatores predisponentes...................................................... 126
2.4 Metabolismo..................................................................................32
9.4 Etiologia......................................................................................... 126
3. O trajeto............................................ 37 9.5 Quadro clínico e diagnóstico ...........................................127
9.6 Propedêutica subsidiária................................................... 128
3.1 Definição.......................................................................................... 38
9.7 Diagnóstico diferencial ....................................................... 128
3.2 Bacia obstétrica......................................................................... 38
9.8 Tratamento................................................................................. 128
3.3 Bacia mole......................................................................................42
10. Distúrbios psiquiátricos no
4. Relações uterofetais.......................46
puerpério...............................................131
4.1 Definição...........................................................................................47
10.1 Blues puerperal....................................................................... 132
4.2 Atitude...............................................................................................47
10.2 Depressão puerperal.......................................................... 133
4.3 Situação........................................................................................... 48
10.3 Psicose puerperal................................................................. 134
4.4 Apresentação.............................................................................. 48
10.4 Transtorno bipolar, transtorno
4.5 Posição............................................................................................ 50
obsessivo-compulsivo e síndrome do pânico..............135
4.6 Variedade de posição.............................................................. 51
11. Drogas e gestação.........................137
5. Assistência pré-natal ..................... 54
11.1 Introdução...................................................................................138
5.1 Definição.......................................................................................... 55 11.2 Adoçantes artificiais............................................................139
5.2 Anamnese...................................................................................... 56 11.3 Aminoglicosídeos..................................................................139
5.3 Exame físico................................................................................. 59 11.4 Analgésicos...............................................................................139
5.4 Exames subsidiários................................................................ 64 11.5 Androgênios..............................................................................139
5.5 Vacinação .......................................................................................67 11.6 Anfenicóis...................................................................................139
5.6 Suplementação vitamínica................................................. 68 11.7 Anorexígenos...........................................................................139
11.8 Ansiolíticos e hipnóticos...................................................139
6. O parto............................................... 72 11.9 Antagonistas dos receptores de
6.1 Mecanismo de parto.................................................................73 angiotensina........................................................................................140
6.2 Assistência clínica ao parto................................................80 11.10 Antiácidos................................................................................140
6.3 Partograma................................................................................... 83 11.11 Antiagregantes plaquetários........................................140
6.4 Hemorragia puerperal ........................................................... 87 11.12 Antiarrítmicos........................................................................140
6.5 Distocia de ombros ..................................................................92 11.13 Anticoagulantes...................................................................140
11.14 Antidepressivos....................................................................140
7. Tocurgia............................................. 98 11.15 Antidiabéticos.......................................................................140
7.1 Cesárea............................................................................................. 99 11.16 Antidiarreicos.........................................................................140
7.2 Fórcipe............................................................................................ 107 11.17 Antieméticos..........................................................................140
11.18 Antienxaqueca......................................................................140 13.5 Estudo HAPO e recomendações para o diagnóstico
11.19 Antiepilépticos......................................................................140 de diabetes mellitus gestacional no Brasil............................. 166
11.20 Antiespasmódicos..............................................................141 13.6 Conduta clínica.......................................................................169
11.21 Antifúngicos.............................................................................141 13.7 Conduta obstétrica............................................................... 171
11.22 Antiflatulento..........................................................................141 13.8 Complicações perinatais................................................. 174
11.23 Anti-helmínticos...................................................................141 13.9 Complicações maternas.................................................. 175
11.24 Anti-heparínico......................................................................141
11.25 Anti-histamínicos.................................................................141 14. Lúpus eritematoso sistêmico e
11.26 Anti-inflamatórios...............................................................141 gestação...............................................179
11.27 Antimaláricos..........................................................................141 14.1 Introdução..................................................................................180
11.28 Antipsicóticos........................................................................141 14.2 Etiopatogenia..........................................................................180
11.29 Antitireoidianos....................................................................141 14.3 Classificação ............................................................................181
11.30 Antiulcerosos.........................................................................141 14.4 Diagnóstico................................................................................181
11.31 Bloqueadores dos canais de cálcio..........................141 14.5 Gestante lúpica ..................................................................... 182
11.32 Bloqueadores dos receptores alfa e 14.6 Seguimento pré-natal da gestante lúpica ...........183
beta-adrenérgicos.......................................................................... 142
14.7 Contracepção..........................................................................185
11.33 Broncodilatadores............................................................. 142
14.8 Síndrome do lúpus neonatal..........................................185
11.34 Cefalosporinas..................................................................... 142
11.35 Diuréticos................................................................................. 142 15. Toxoplasmose e gestação...........188
11.36 Estrogênios............................................................................ 142
15.1 Introdução..................................................................................189
11.37 Hipolipemiantes................................................................... 142
15.2 Ciclo biológico ........................................................................189
11.38 Hipotensores com ação inotrópica........................ 142
15.3 Fisiopatologia..........................................................................190
11.39 Hormônios tireoidianos.................................................. 142
15.4 Frequência.................................................................................190
11.40 Inibidores da enzima conversora de
15.5 Diagnóstico clínico da infecção materna..............190
angiotensina ...................................................................................... 142
15.6 Diagnóstico laboratorial da infecção materna...191
11.41 Macrolídeos............................................................................. 142
15.7 Infecção fetal e congênita ..............................................191
11.42 Penicilinas................................................................................ 142
11.43 Progestogênios................................................................... 142 15.8 Diagnóstico pré-natal da infecção fetal................. 192
11.44 Quinolonas.............................................................................. 142 15.9 Tratamento...............................................................................193
11.45 Sulfas.......................................................................................... 142
16. Infecções bacterianas na
11.46 Tetraciclinas........................................................................... 143
gestação...............................................198
11.47 Tuberculostáticos............................................................... 143
11.48 Vasodilatadores................................................................... 143 16.1 Introdução..................................................................................199
11.49 Álcool.......................................................................................... 143 16.2 Clamídia ......................................................................................199
11.50 Tabaco....................................................................................... 143 16.3 Linfogranuloma venéreo.................................................200
11.51 Cocaína...................................................................................... 143 16.4 Gonorreia..................................................................................200
11.52 Maconha................................................................................... 143 16.5 Estreptococo do grupo B............................................... 202
11.53 Heroína...................................................................................... 143 16.6 Cancro mole............................................................................ 203
16.7 Donovanose............................................................................ 204
12. Síndromes hipertensivas na 16.8 Difteria........................................................................................ 205
gestação.............................................. 146 16.9 Infecção urinária na gravidez....................................... 206
12.1 Introdução.................................................................................. 147
12.2 Formas clínicas ......................................................................148 17. Sífilis e gestação.......................... 209
12.3 Fisiopatologia da pré-eclâmpsia ................................149 17.1 Introdução.................................................................................. 210
12.4 Tratamento da pré-­eclâmpsia/eclâmpsia.............150 17.2 Etiologia....................................................................................... 210
12.5 Terapêutica farmacológica anti-hipertensiva 17.3 Transmissão.............................................................................. 211
na gestação.........................................................................................155 17.4 Evolução clínica.......................................................................212
12.6 Síndrome HELLP................................................................... 157 17.5 Diagnóstico clínico................................................................212
17.6 Diagnóstico laboratorial................................................... 213
13. Diabetes e gestação.....................163
17.7 Efeitos no produto conceptual e no
13.1 Introdução..................................................................................164 recém-nascido.................................................................................. 216
13.2 Diabetes gestacional..........................................................165 17.8 Tratamento................................................................................217
13.3 Rastreamento.........................................................................165
13.4 Diagnóstico...............................................................................166 Referências...........................................221
OBSTETRÍCIA
v. 1
10 | CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO

FISIOLOGIA DA
GESTAÇÃO
Fábio Roberto Cabar

1
Como é possível o diagnóstico
de gestação?

1.1 FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO a massa denominada mórula, que alcança a cavidade


uterina ao redor do quinto dia. As sucessivas divisões
O ovário, mensalmente, gera um folículo dominante prosseguem, aparece certa diferenciação celular, e é
contendo um oócito. A eclosão desse folículo, chamada originada uma cavidade com as células formadoras do
ovulação, libera esse precursor do gameta feminino. A tuba embrião concentradas em um dos polos dessa estrutura,
uterina capta o oócito, e, na sua porção distal, na região o blastocisto.
ampular, há o encontro dos gametas masculinos com o
gameta feminino.
A implantação do embrião acontece na fase
A fecundação é a fusão dos 2 pró-núcleos, masculino
de blastocisto.
e feminino. Quando isso acontece, a estrutura celular
resultante é denominada ovo ou zigoto. O ovo sofre uma
série de divisões celulares sucessivas, processo chamado A nidação inicia-se cerca de 1 semana após a ovulação,
segmentação. A cada divisão, são formadas células deno- entre o sexto e o oitavo dias, e completa-se alguns dias
minadas blastômeros. O conjunto de blastômeros forma depois, quando encontra o endométrio em plena fase
12 | CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO

secretora. O primeiro contato gera a destruição do epitélio As decíduas parietal e basal apresentam 3 camadas: a super-
e do estroma endometriais, ação causada por enzimas ficial ou compacta, a média ou esponjosa e a profunda
e pelo grande poder invasor das células trofoblásticas. ou basal. As 2 primeiras camadas representam a zona
Após breve período de edema, as células do estroma funcional e destacam-se com a dequitação. A zona basal
endometrial sofrem a transformação decidual. Esta remanescente, no decorrer do puerpério, será responsável
se inicia ao redor dos vasos sanguíneos, sob o local da por refazer o endométrio.
implantação, e estende-se rapidamente. Por volta do Atribuem-se várias funções à decídua. Ela protege o
décimo oitavo dia após a ovulação, todo o endométrio ovo da destruição e assegura-lhe o alimento na fase
já apresenta reação decidual. As células deciduais são
inicial da placentação. Quando o endométrio não sofre a
volumosas, poliédricas ou arredondadas, com núcleo
necessária deciduação, ocorre o acretismo placentário.
arredondado e vesicular, citoplasma claro e circundado
Quando a barreira protetora da decídua está ausente, os
por membrana translúcida.
vilos invadem demasiadamente a musculatura uterina e
Figura 1.1 - Ovulação e formação inicial do zigoto lhe corroem o travejamento.
O trofoblasto, componente embrionário, e a decídua,
componente materno, contribuem para a formação da
placenta. As vilosidades coriônicas primárias, secun-
dárias e terciárias, que originam os troncos coriais,
surgem a partir do trofoblasto, derivadas diretamente
do cório frondoso (ou viloso), na área de implantação do
embrião. O potencial de invasão do tecido trofoblástico
possibilita a destruição do tecido conjuntivo e dos vasos
sanguíneos da decídua basal e do miométrio que os
circunda. A formação dessas cavitações cria lacunas
entre as vilosidades coriais, os espaços intervilosos,
que se enchem de sangue materno proveniente dos
Legenda: (1) ovulação ao redor do décimo quarto dia do ciclo
menstrual; (2) fecundação na porção ampular da tuba uterina; vasos destruídos. Os septos deciduais, tecido preser-
(3) chegada do ovo na cavidade uterina ao redor do décimo vado da invasão trofoblástica, delimitam os lobos
oitavo dia do ciclo menstrual – mórula; (4) implantação do placentários (Figura 1.3).
ovo no endométrio ao redor do vigésimo primeiro dia do ciclo
menstrual – blastocisto.
Figura 1.3 - Trofoblasto e formação de vilosidades
Fonte: ilustração Ody_Stocker. coriais

Até o quarto mês de gravidez, são reconhecidas várias


divisões topográficas na decídua: a decídua basal é aquela
sobre a qual se deu a nidação; a decídua capsular é a
parte que recobre o ovo; a decídua marginal é a que se
encontra entre a decídua basal e a capsular e corres-
ponde ao contorno equatorial do ovo; e, finalmente, a
decídua parietal, que é a porção que reveste o restante
da superfície interna do útero (Figura 1.2).

Figura 1.2 - Útero gravídico: tipos de decíduas e córios

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.

A placenta apresenta 2 faces: materna, em contato com


a decídua basal; e fetal, recoberta pelo âmnio e da qual se
origina o cordão umbilical. Cotilédones, correspondentes
aos troncos coriais e separados pelos septos deciduais,
dividem a face materna. As membranas ovulares inse-
rem-se na borda placentária (Figuras 1.4, 1.5 e 1.6).
OBSTETRÍCIA | 13

Figura 1.4 - Corte sagital da placenta

Fonte: ilustração Claudio Van Erven Ripinskas.

Figura 1.5 - Placenta humana: face materna

Fonte: ‫ ןהד הרמת‬- ‫הלוד‬, 2013.

Figura 1.6 - Placenta humana: face fetal; detalhe da implantação do cordão


umbilical
22 | CAPÍTULO 1 - FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO

Dentre os fosfolípides que compõem o surfactante, aproximadamente 80% são


#FALA AÍ
constituídos de lecitinas, cujo principal componente ativo é chamado dipalmi-
O que é moléstia trofoblástica toilfosfatidilcolina. O fosfatidilglicerol representa de a 8 a 15% dos fosfolípides.
gestacional? A lecitina é o principal componente tensoativo do surfactante, ocorrendo
aumento de sua concentração ao longo da gestação; a relação lecitina-esfin-
A Doença Trofoblástica Gestacional
gomielina > 2 é indicadora de maturidade pulmonar fetal. A produção de lecitina
(DTG) pode ser definida como uma é acelerada a partir da 30ª semana de gestação, e a maturidade pulmonar
anomalia proliferativa que acomete ocorre em torno de 35 semanas, momento em que a concentração de lecitina
as células que compõem o tecido corresponde, pelo menos, a 50% do total de lípides do surfactante. A produção
trofoblástico placentário, cito e do fosfatidilglicerol inicia-se por volta de 35 semanas e está associada aos
níveis do fosfatidilinositol, pois ambos têm o mesmo precursor. A produção de
sinciciotrofoblasto, ainda que seus
fosfatidilinositol inicia-se paralelamente à da lecitina e aumenta até 35 semanas,
diferentes estágios histológicos decaindo após e coincidindo com o início da produção de fosfatidilglicerol.
difiram na propensão para regressão,
invasão, metástase e recorrência. 1.5.3 Regulação da produção de surfactante
Todas as formas de apresentação O cortisol produzido na suprarrenal do feto tem efeito positivo na síntese
da DTG são caracterizadas pela de surfactante. A administração de glicocorticoides aumenta a atividade de
presença sérica de um marcador diversas enzimas envolvidas na biossíntese dos surfactantes, de forma que são
amplamente utilizadas a betametasona e a dexametasona para a aceleração
tumoral biológico e específico, o
da maturidade pulmonar fetal.
fragmento beta da gonadotrofina
Também são fatores reguladores da produção de surfactante pulmonar: fator
coriônica humana (beta-hCG), um
fibroblástico pneumocítico (promove a maturação do pneumócito tipo II, tornan-
hormônio glicoproteico produzido do-o mais receptivo ao cortisol); prolactina (ação idêntica à do cortisol); estro-
quase, na totalidade, pelo sincicio- gênios (regulam a produção de prolactina); fatores de crescimento (aumento
trofoblasto placentário. A análise do surfactante); e o trabalho de parto (aumento na produção de surfactantes).
histológica minuciosa permite A insulina e os androgênios têm ação deletéria, devido à inibição da ação dos
corticoides e da produção de surfactante, respectivamente.
distinguir os diferentes estágios da
doença, a saber: mola hidatiforme 1.5.4 Movimentos respiratórios fetais
completa, mola hidatiforme parcial,
Os movimentos respiratórios fetais são observados no desenvolvimento normal
mola hidatiforme invasora, coriocar-
do feto. O início ocorre a partir da décima primeira semana e são observados
cinoma, tumor trofoblástico do sítio até o termo. Esses movimentos espelham o amadurecimento da função do
placentário e tumor trofoblástico centro respiratório cerebral e servem para preparar a musculatura envolvida
epitelioide. na respiração e que desempenhará função essencial após o nascimento.
São movimentos episódicos, decorrentes da maturação de grupos neuronais
específicos e da integridade de estruturas supraespinais do sistema nervoso
central. O padrão mais prevalente consiste em movimentos rápidos e de pequena
amplitude, com frequência de 1 a 1,5 movimento por segundo. A frequência
dos episódios de movimentos respiratórios fetais apresenta correlação direta-
mente proporcional com o desenvolvimento pulmonar, débito cardíaco e fluxo
sanguíneo para os órgãos como coração, sistema nervoso central e placenta.
A ausência ou diminuição desses movimentos estão associadas a hipoxemia,
hipoglicemia, trabalho de parto pré-termo, infecção ou sofrimento fetal.

Como é possível o diagnóstico de gestação?


A confirmação do diagnóstico de gestação pode ser feita por meio da detecção dos
batimentos cardíacos fetais, pela ultrassonografia a partir de 5 a 6 semanas de idade
gestacional, com cerca de 12 semanas com o sonar Doppler e com 18 a 20 semanas
com o Pinard.

A identificação da movimentação fetal, após a décima sexta semana, também permite


o diagnóstico de gestação.
FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO

FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO

hCG Progesterona Estrogênios Sinais de Sinais de Sinais de


presunção probabilidade certeza
gravídica gravídica gravídica
Produzida Fundamental à
pelos tecidos manutenção da
embrionários iniciais
gestação Aparecem Percepção da Ausculta dos Detecção
(sinciciotrofoblasto) Aparecem Exemplos: atraso mais tardiamente, movimentação batimentos de hCG não
precocemente menstrual, náuseas são específicos fetal cardíacos fetais: é consenso
e são pouco ou vômitos, ultrassonografia, com relação
Principal função: corpo lúteo: específicos polaciúria, alterações
evitar a involução exerce esse papel sonar Doppler e a ser sinal de
mamárias estetoscópio certeza, pois
do corpo lúteo e até a sétima semana,
fazê-lo secretar quando então a de Pinard alguns tumores
quantidades maiores placenta progressivamente podem produzir
de estrogênio e assume essa função. esse hormônio
progesterona nos Entre a décima terceira e Aparecimento Conhecidos por Exemplos: sinal
primeiros meses décima sétima semana mais tardio, mais epônimos, representam de Goodell, sinal
de gravidez de gestação, o corpo específicos as alterações gravídicas de Osiander, sinal
lúteo involui de Hegar, sinal
de Hunter etc.

Produção de estrogênios Estriol é o estrogênio Estrogênios secretados Têm ação proliferativa


placentários depende de maior produção pela placenta são na maioria dos órgãos
de substratos fetais. e já foi usado como formados quase reprodutores e anexos
marcador do bem-estar fetal inteiramente a partir da mulher, promovem
do DHEA-S e relaxamento dos
16-OH-DHEA-S, ligamentos pélvicos
produzidos tanto (auxiliados pela relaxina)
Produção não erro usar a Promove o Inibe as contrações nas glândulas adrenais e possibilitam
depende das enzimas produção desse aumento das uterinas e a lactação, da mãe quanto nas o aumento do fluxo
fetais, mas de enzimas hormônio como secreções das trompas influencia o suprarrenais fetais sanguíneo local
placentárias indicador do de Falópio e do útero, desenvolvimento das
bem-estar fetal decidualização do mamas e do metabolismo
endométrio, hídrico e exerce atividade
nutrição do embrião imunossupressora
OBSTETRÍCIA | 23

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