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PREVENTIVA
INDICADORES DE SAÚDE
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SUMÁRIO
INDICADORES DE SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1. Indicadores de morbidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1. Prevalência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2. Incidência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2. Outros conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.1. Letalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2. Mortalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3. Coeficientes e índices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.1. Coeficientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2. Índices . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
6. Perfil de morbimortalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6.1. Mortalidade por causa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
6.2. Principais neoplasias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
6.3. Neoplasias com maior mortalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
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INDICADORES DE SAÚDE
importância/prevalência
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Indicadores de saúde Epidemiologia
elas ficam menos tempo “se acumulando” na es- O que reduz a incidência de uma doença?
tatística de prevalência. u Melhor prevenção.
1.2. INCIDÊNCIA
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Indicadores de saúde
início da análise, apenas 95 pacientes estavam suscetíveis Observe a Figura 3. O estudo em questão durou 5,5 anos,
ao adoecimento. Ou seja, apenas 95 estavam expostos ao mas apenas um paciente manteve-se em avaliação por
risco de adoecer. A incidência cumulativa da doença X na todo esse período. Alguns entraram após o início do estudo
população avaliada foi de 5/95, ou 5,3%, para o período enquanto outros não chegaram ao seu final. Nesse estudo,
de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1997. 5 pacientes apresentaram o desfecho, enquanto outros
faleceram, abandonaram o estudo ou não apresentaram o
Densidade de incidência (Id): Aplicar o conceito de inci-
desfecho. Quando somamos o tempo total de exposição
dência cumulativa a toda uma população é algo plausível.
dos 12 pacientes, temos 26 anos. Assim, temos um total de
Acontece que, quando estamos analisando a incidência
26 pessoas-ano. A densidade de incidência será, portanto,
de uma doença dentro de um estudo epidemiológico,
5/26 pessoas-ano, ou 19,2 casos por 100 pessoas-ano.
como uma coorte, nem sempre conseguimos acompanhar
todos os pacientes por um período uniforme. Alguns indi- O mais importante é entendermos que, para calcularmos
víduos são acompanhados por intervalos menores do que incidência, seja incidência cumulativa ou densidade de
outros. A densidade de incidência permite avaliar a taxa incidência, precisamos compreender que o denominador
instantânea de desenvolvimento da doença por unidade deve conter apenas a população em risco de adquirir a
de tempo. Assim, podemos levar em conta os períodos doença.
variáveis de seguimento.
número de casos novos detectados durante um determinado período
Id =
soma total de pessoas-tempo em risco
OBSERVAÇÕES – PREVALÊNCIA X INCIDÊNCIA
u Prevalência é sempre maior que incidência: FAL-
A unidade “pessoas-tempo em risco” leva em consideração
a soma do tempo que cada indivíduo foi observado estando SO! Pense no coronavírus em 2022. Qual número
livre da doença. Como assim? Imagine que você acompanha é maior – pessoas vivendo com a doença no dia
um tabagista por 20 anos, e esse indivíduo não desenvolve 31 de dezembro de 2022 ou número de pessoas
câncer de pulmão. Em outro estudo, você acompanha 5 que adquiriram a doença em 2022? Doenças mais
tabagistas por 4 anos, e nenhum desenvolve câncer de agudas, de rápida resolução, como dengue, gripe
pulmão. Nos 2 estudos, você avaliou 20 anos de exposição
e resfriado, apresentam, geralmente, incidência
ao cigarro. Acontece que, por vezes, um mesmo estudo tem
um indivíduo exposto por 20 anos e outro exposto apenas maior que prevalência. O mesmo para doenças
por 4 anos. A densidade de incidência lhe permite utilizar com alta letalidade, como a raiva humana. Deve-
as informações fornecidas pelos 2 pacientes. mos lembrar, entretanto, que podemos calcular a
incidência para qualquer período, não apenas um
Figura 3. Desfecho (x) em 12 pacientes ano. Se calcularmos a incidência de uma doença
acompanhados por 5,5 anos. no período de 1 semana, por exemplo, seu valor
será muito baixo.
u Prevalência = Incidência x Tempo: Esse é um
“macete” que pode lhe ajudar a responder algu-
mas questões.
2. O UTROS CONCEITOS
2.1. LETALIDADE
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Indicadores de saúde Epidemiologia
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Indicadores de saúde
3.2. ÍNDICES
Mortalidade geral =
Nº total de óbitos
População avaliada Índice:
Numerador = Denominador
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Por idade:
4. CURVAS DE NELSON MORAES
Óbitos em determinada faixa etária
total de óbitos
As famosas Curvas de Nelson Moraes, ou curvas
Quase sempre, quando a prova fala em mortalidade, de mortalidade proporcional, são representações
ela está querendo o coeficiente, e não o índice. gráficas da distribuição proporcional dos óbitos
por faixas etárias. Nelson Moraes, sanitarista bra-
3.2.2. Índice de envelhecimento sileiro que idealizou essas curvas nos anos 1950,
associou cada um dos 4 formatos de curva a um
População ≥ 60 anos “nível de saúde”.
População < 15 anos
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Indicadores de saúde
Figura 4. Evolução esquematizada do nível de saúde avaliado pelas curvas de mortalidade proporcional.
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Indicadores de saúde
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Indicadores de saúde Epidemiologia
2. Malformações e cromossomopatias.
3. Doenças do aparelho respiratório. u 2019
1. Hipertensão.
u 2020 2. Hemorragia.
1. Afecções do período perinatal. 3. Infecção.
2. Malformações e cromossomopatias.
3. Algumas doenças infecciosas e parasitárias. u 2020
1. Infecção.
u 2021 2. Hipertensão.
1. Afecções do período perinatal. 3. Hemorragia.
2. Malformações e cromossomopatias.
3. Algumas doenças infecciosas e parasitárias. u 2021
1. Infecção.
6.1.5. Neonatal (até 27 dias) 2. Hipertensão.
u 2019 3. Hemorragia.
1. Afecções do período perinatal.
2. Malformações e cromossomopatias.
DICA
Em 2019, a principal causa de óbito
3. Algumas doenças infecciosas e parasitárias.
na população entre 1-49 anos era o grupo
das causas externas, como acidente, vio-
u 2020 lência e suicídio. Em 2020 e 2021, causas
O mesmo padrão se manteve. externas permaneceram como principal
causa de óbito entre 1-39 anos, sendo as
u 2021 infecções as principais entre 40-49 anos.
Curiosamente, segundo dados prelimina-
O mesmo padrão se manteve.
res do DATASUS, na faixa etária entre 30-
39 anos, no ano de 2021, foram 25.943
6.1.6. Pós-neonatal (28 dias – 1 ano) óbitos por causas externas e 25.942 óbi-
tos por doenças infecciosas (diferença de
u 2019 apenas 1).
1. Malformações e cromossomopatias.
2. Afecções do período perinatal.
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Indicadores de saúde
Às vezes não conseguimos perceber de que forma pode- comunitários de saúde portam tablets com informações
mos aplicar esses conhecimentos no nosso dia a dia. sobre os indivíduos cadastrados. Use essas tecnologias a
Acontece que é muito importante entendermos os indi- seu favor. A prevalência de hipertensão na população da
cadores de saúde da população como um todo para minha área está muito abaixo da média apresentada no
podermos comparar com os indicadores da parcela da Brasil? Isso pode significar subdiagnóstico. Será que não
população a que nós prestamos assistência. Não é porque seria importante implementar um projeto de busca ativa
a principal causa de óbito envolve as doenças do aparelho por hipertensos na área de abrangência da sua equipe?
circulatório que no hospital onde você trabalha essa deva As campanhas de educação em saúde e as intervenções
ser a realidade. É possível que, pelo perfil do hospital e na comunidade podem ser guiadas por indicadores de
dos seus profissionais, ocorram mais óbitos por causas saúde da própria comunidade.
externas ou por neoplasias. São os indicadores de saúde
Por fim, será que nossa prática clínica está sendo orien-
do seu serviço que devem nortear os protocolos e as inter-
tada pelo perfil de morbimortalidade da população? O
venções. Caso você não tenha esses dados, corra atrás
câncer de pulmão é o que mais mata homens e o segundo
deles. Caso eles não estejam disponíveis, produza-os.
que mais mata mulheres no Brasil, mas poucos são os
Além disso, a própria anamnese que realizamos é guiada médicos que sabem abordar corretamente o tabagismo
por esses indicadores. Devemos perguntar sobre presença em uma consulta e fornecer a assistência necessária
de hipertensão, diabetes e tabagismo, por exemplo, que para a cessação. Sabemos que causas externas estão
são fatores de risco para doenças do aparelho circula- em primeiro lugar como causas de óbitos em pacientes
tório e de neoplasias. Importante saber se há casos de adultos até 39 ou 49 anos, mas quando foi a última vez
infarto ou AVC na família. Perguntamos se há histórico que você abordou álcool e direção, uso de capacete ou
de trauma para averiguarmos se nossos pacientes estão violência doméstica em uma consulta? O conhecimento
expostos a causas externas. Conhecer os indicadores sobre os indicadores de saúde nos mostra o que é impor-
de saúde nos permite, inclusive, melhorar a qualidade tante para a população e o que deveria nortear as nossas
da nossa anamnese. prioridades.
Na Atenção Primária há ferramentas muito poderosas
para análise de indicadores de saúde. Há unidades com
prontuário eletrônico e outras nas quais os agentes
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Indicadores de saúde Epidemiologia
Indicadores de saúde
continua…
Óbitos em menores de
Incidência
1 ano/Nascidos vivos
Óbitos maternos/
Diagnóstico
Nascidos vivos
Controle
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Indicadores de saúde
…continuação
Perfil de Neoplasia
Perfil de Mortalidade
Curvas de Nelson Moraes (excluindo pele não
(2021)
melanoma)
1. Algumas doenças
Muito baixo 1. Próstata
infecciosas e parasitárias
2. Doenças do aparelho
Tipo II 2. Colorretal
circulatório
2. Malformações e
Tipo IV 2. Próstata
Cromossomopatias
3. Algumas Doenças
Elevado Mais comuns em mulheres
Infecciosas e Parasitárias
Materna 1. Mama
1. Infecções 2. Colorretal
1. Mama
2. Pulmão
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Indicadores de saúde Epidemiologia
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Indicadores de saúde
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1 Questão 2
(FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – SP – 2022) (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBU-
Em um município X com 980.000 habitantes em CO – PE – 2021) Assinale o indicador epidemiológico
que a expectativa de vida está acima dos 70 anos, que não é considerado um indicador de qualidade
ocorreram 14.210 óbitos por todas as causas entre de vida de uma população humana.
2019 e 2020. Na comparação da mortalidade por
covid-19 com a mortalidade por doenças cardio- ⮦ Taxa de Mortalidade Infantil.
vasculares, e usando os dados abaixo: ⮧ Curva de Nelson de Moraes.
Tabela. Distribuição dos óbitos segundo faixas etá- ⮨ Coeficiente de Mortalidade Geral.
rias e causa. Município X, 2019-2020.
⮩ Coeficiente de Mortalidade Materna.
Faixas ⮪ Esperança de vida.
Covid-19 % Cardiovasculares %
etárias
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Indicadores de saúde Epidemiologia
Questão 7
⮦ Aumento da cobertura do pré-natal (maior nú-
mero de gestantes fazendo pré-natal). (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – SP – 2021) Um
município notificou os seguintes indicadores ao
⮧ Campanhas para aumentar a testagem rápida analisar grupos de causas básicas: mortalidade
para a sífilis entre gestantes e parceiros. proporcional devido a doenças cardiovasculares
⮨ Campanhas de conscientização da população de 30% e de causas externas de 11%; percentual de
acerca da sífilis adquirida e congênita. anos potenciais de vida perdidos de 11% por cau-
sas cardiovasculares e 30% por causas externas.
⮩ Supervisão e melhoria da qualidade do cuidado
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
prestado no pré-natal.
⮦ A cidade tem grande percentual de idosos que
se expõem a causas externas.
Questão 5
⮧ Há grande contingente de óbitos precoces.
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR – 2021) Com a des-
coberta e instituição de tratamentos do diabetes ⮨ As causas externas e as doenças cardiovas-
que melhoram o prognóstico, mas não levam à culares são as principais causas de morte no
cura, a incidência e a prevalência desse agravo, município.
respectivamente: ⮩ Os indicadores mostram o risco de morrer tanto
por doenças cardiovasculares como por causas
⮦ permanecem as mesmas. externas no município.
⮧ aumenta e diminui.
⮨ diminui e permanece a mesma. Questão 8
⮩ permanece a mesma e aumenta.
(SELEÇÃO UNIFICADA (AMRIGS, AMB, ACM E AMMS) – 2021)
⮪ aumentam. _____________ de tabagismo é o resultado da inicia-
ção (novos usuários de tabaco) e da interrupção do
consumo (por cessação do tabagismo ou morte). A
Questão 6
identificação dos fatores determinantes da iniciação
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – 2021) No Brasil, e da cessação do tabagismo é, portanto, fundamen-
entre 26 de fevereiro e 26 de abril de 2020, ocorre- tal para o planejamento de ações específicas para
ram 67.471 casos confirmados e 4.592 óbitos pela o controle do tabaco. Assinale a alternativa que
covid-19. Considerando uma população de 212 mi- preenche corretamente a lacuna do trecho acima.
lhões de habitantes, quais foram, respectivamente,
⮦ A incidência.
as taxas de incidência, mortalidade e letalidade da
doença no Brasil no período estudado? ⮧ A prevalência.
⮨ O risco relativo.
⮦ 2,2/100.000 habitantes; 31,8/100 mil habitan-
tes e 6,8%. ⮩ O risco atribuível.
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Questão 9
Questão 10
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GABARITO E COMENTÁRIOS
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✔ resposta: D ✔ resposta: C
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