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Maitê Benati Dahdal

Pedro Eustáquio Urbano Teixeira


Raísa Dourado Almeida
Vitor Piquera

PREVENTIVA

VIGILÂNCIA EM SAÚDE

1
SUMÁRIO

VIGILÂNCIA EM SAÚDE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

1. Vigilância em Saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.1. V
 igilância sanitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2. V igilância em saúde ambiental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3. V igilância de zoonoses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.4. Saúde do trabalhador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.5. Vigilância epidemiológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2. Sistemas de informação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
3. Rastreamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.1. C
 ritérios para rastreamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.2. C olo do útero . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3.3. Mama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.4. Colorretal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.5. Próstata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.6. R astreamentos clínicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

Mapa mental. Vigilância em saúde . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9


Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

2
VIGILÂNCIA EM SAÚDE

importância/prevalência

O QUE VOCÊ PRECISA SABER?

u A Vigilância em Saúde tem alguns componentes, tais como: Vigilância Sanitária, Vigilância em Saúde
Ambiental, Vigilância Epidemiológica, Vigilância de Zoonoses e Saúde do Trabalhador.
u A Vigilância Sanitária é responsável pela produção e circulação de bens e pela prestação de serviços de
interesse da saúde.
u A principal fonte de informações da Vigilância Epidemiológica é a Ficha de Notificação Compulsória (FNC).
u As provas cobram, em sua maioria, as recomendações de rastreamentos oncológicos do Ministério da Saúde.
u O Ministério da Saúde não orienta o rastreamento para câncer de próstata.

DICA
1. V IGILÂNCIA EM SAÚDE As provas geralmente cobram os
conhecimentos sobre Vigilância Sanitária
e Vigilância Epidemiológica.

   BASES DA MEDICINA

1.1. VIGILÂNCIA SANITÁRIA


Estar em vigilância significa permanecer alerta e agir
com precaução para não correr risco. A Vigilância em
Saúde atua exatamente assim. Podemos defini-la como a) Definição: “Entende-se por vigilância sanitária um
o processo sistemático e contínuo que envolve coleta, conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir
consolidação, análise e disseminação de dados sobre ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos pro-
eventos relacionados à saúde, visando ao planejamento e blemas sanitários decorrentes do meio ambiente,
à implementação de medidas de saúde pública. De forma
da produção e circulação de bens e da prestação
simplificada, nós a compreendemos como o conjunto
dos processos e das ferramentas que nos permitem usar de serviços de interesse da saúde” (Lei nº 8080).
informações pertinentes sobre a saúde de determinada b) Objetivo: Eliminar, diminuir ou prevenir riscos.
população. Por se tratar de uma área muito abrangente da
saúde pública, a melhor forma de entender do que se trata c) Atuação: Sua atuação á bastante abrangente,
a Vigilância em Saúde é descrevendo seus componentes. envolvendo a preservação do meio ambiente, o
controle da produção e da circulação de bens e a
fiscalização sobre serviços de interesse à saúde.
Apresentaremos os seguintes componentes: Vigi-
lância Sanitária, Vigilância em Zoonoses, Vigilância
Conhece o personagem Lineu, do programa A grande
em Saúde Ambiental, Saúde do Trabalhador e, claro,
família? Ele era fiscal da Vigilância Sanitária. Por
Vigilância Epidemiológica.
isso, sempre se preocupava com as condições de
higiene da pastelaria do “Beiçola”, já que parte de
sua atuação envolvia a produção e a circulação de
bens que podem prejudicar a saúde das pessoas,

3
Vigilância em saúde Epidemiologia

como os produtos alimentícios. A Vigilância Sanitá- b) Objetivo: A Vigilância em Saúde Ambiental tem
ria está presente nas regulamentações envolvendo suas próprias subdivisões. A partir delas, fica
restaurantes, lanchonetes, farmácias, mercados, fácil entendermos quais são seus objetivos e
consultórios, hospitais e muitos outros serviços atribuições.
que possam impactar, de alguma forma, a saúde W Vigilância da qualidade da água para consumo
dos usuários. humano (VIGIÁGUA);
W Vigilância em saúde de populações expostas
a poluentes atmosféricos (VIGIAR);
DICA
A Agência Nacional de Vigilância W Vigilância em saúde de populações expos-
Sanitária (ANVISA) compõe a esfera fe- tas a contaminantes químicos (VIGIPEQ ou
deral na Vigilância Sanitária. É da Anvisa VIGIQUIM);
a responsabilidade do controle sanitário W Vigilância em saúde relacionada aos riscos
de portos, aeroportos e fronteiras, além
da aprovação de medicamentos e vacinas,
decorrentes de desastres (VIGIDESASTRES);
como aquelas usadas para o controle da W Vigilância em saúde ambiental relacionada
pandemia da covid‑19. aos fatores físicos (VIGIFIS).

1.3. VIGILÂNCIA DE ZOONOSES


1.2. VIGILÂNCIA EM SAÚDE AMBIENTAL
a) Definição: A vigilância de zoonoses desenvolve
ações, atividades e estratégias para a vigilância
a) Definição: “A Vigilância Ambiental em Saúde é
e o controle das zoonoses, das doenças trans-
um conjunto de ações que proporciona o conhe-
mitidas por vetores e dos agravos causados por
cimento e a detecção de qualquer mudança nos
animais peçonhentos.
fatores determinantes e condicionantes do meio
ambiente que interferem na saúde humana, com b) Objetivo: Vigilância e controle de vetores, hospe-
a finalidade de identificar as medidas de preven- deiros, reservatórios, amplificadores, portadores,
ção e controle dos fatores de risco ambientais suspeitos ou suscetíveis às zoonoses e aos aci-
relacionados às doenças ou outros agravos à dentes por animais peçonhentos.
saúde"1.
Por exemplo, os agentes do CCZ que vão à casa
Acabamos de falar que a Vigilância Sanitária tam-
das pessoas para saber se há reservatórios para
bém pode intervir nos problemas sanitários decor-
o Aedes aegypti atuam na vigilância de zoonoses.
rentes do meio ambiente. Não há, então, sobreposi-
ção de funções? Exatamente. Não existem limites
muito bem traçados entre as atribuições de um 1.4. SAÚDE DO TRABALHADOR
componente e de outro. A vigilância sanitária e a
vigilância em saúde ambiental podem atuar de forma a) Definição: “§ 3º Entende-se por saúde do tra-
conjunta em determinadas situações envolvendo balhador, para fins desta lei, um conjunto de
o meio ambiente, assim como agentes do Centro atividades que se destina, através das ações de
de Controle de Zoonoses (CCZ) e profissionais da vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à
Vigilância Epidemiológica podem agir em um mesmo promoção e proteção da saúde dos trabalhadores,
problema de saúde. assim como visa à recuperação e reabilitação da
Um ótimo exemplo dessa “sobreposição” de fun- saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos
ções envolve o controle de agrotóxicos. Vigilância e agravos advindos das condições de trabalho
em Saúde Ambiental, Vigilância Sanitária e Saúde [...]"2.
do Trabalhador podem estar envolvidos. Havendo
intoxicação, a Vigilância Epidemiológica também A saúde do trabalhador será discutida em capítulo
precisa atuar. à parte.

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Vigilância em saúde 

1.5. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA


DICA
Para a maioria das provas, você pre-
a) Definição: "§ 2º Entende-se por vigilância epide- cisa saber duas coisas sobre os Sistema
miológica um conjunto de ações que proporcio- de Informação: qual o nome do sistema e
qual documento o “alimenta”.
nam o conhecimento, a detecção ou prevenção
de qualquer mudança nos fatores determinantes
e condicionantes de saúde individual ou coletiva,
com a finalidade de recomendar e adotar as Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).
medidas de prevenção e controle das doenças u Documento-fonte: Declaração de Óbito (DO).
ou agravos"2.
Sistema de Informações de Nascidos Vivos
b) Objetivo: vigilância e controle das doenças trans- (SINASC).
missíveis, não transmissíveis e agravos, princi-
u Documento-fonte: Declaração de Nascido Vivo
palmente daqueles de notificação compulsória, e
(DNV).
organização da rede de saúde para melhor atuar
sobre tais agravos.
DICA
O SINASC monitora a saúde da
criança e da mulher.
DICA
A principal fonte de informação da
Vigilância Epidemiológica é a FNC, discuti-
da no capítulo de Notificação Compulsória. Sistema de Informações Hospitalares (SIH).
u Documento-fonte: Autorização de Internação
Hospitalar (AIH).
   DIA A DIA MÉDICO
Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA).
u Documentos-fonte: Boletim de Procedimento Am-
A Vigilância em Saúde parece algo completamente disso-
bulatorial (BPA) e Autorização de Procedimento
ciado da nossa prática como médicos. Essa percepção
está equivocada e geralmente advém da falta de conhe- de Alta Complexidade (APAC).
cimento dos profissionais sobre o assunto. Sempre que
seguimos as recomendações de rastreamento de deter- Sistema de Informações de Agravos de Notificação
minadas doenças, estamos utilizando as informações (SINAN).
fornecidas pela Vigilância em Saúde na nossa prática u Documento-fonte: FNC.
clínica. Quando preenchemos uma FNC, uma declaração
de óbito ou uma autorização de internamento hospitalar,
Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB).
estamos participando da coleta de dados que serão
enviados para análise pelos profissionais das diferentes u Documentos-fonte:
subdivisões da Vigilância em Saúde. Esses dados serão 1. Ficha A = Cadastro Familiar;
enviados para determinados sistemas de informação,
2. Ficha B = Diabetes, Hipertensão, Tuberculose,
onde eles são armazenados e, posteriormente, analisados
para justificar as recomendações dos órgãos de saúde.
Hanseníase e Gestantes;
3. Ficha C = Controle de Vacinação da Criança;
4. Ficha D = Registro de Atividades, Procedimen-
2. S ISTEMAS DE INFORMAÇÃO tos e Notificações.

Sistema de Informações do Programa Nacional de


a) Definição: instrumentos de coleta e monitora- Imunizações (SI-PNI).
mento de dados. u Com esses dados você é capaz de responder a
b) Objetivo: fornecer informações sobre os proble- praticamente todas as perguntas sobre Sistemas
mas de saúde da população. de Informações. As relações entre SIM e DO e
entre SINAN e FNC são as mais cobradas.

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Vigilância em saúde Epidemiologia

3.2. COLO DO ÚTERO


3. R ASTREAMENTOS
Exame: citopatológico do colo do útero (Papani-
Os rastreamentos oncológicos indicados pelo Minis- colau).
tério da Saúde estão sendo cada vez mais cobrados Início: 25 anos e vida sexual ativa.
nas provas. Há recomendações de sociedades
u Sim, é necessário ter iniciado a vida sexual e ter
específicas (Ginecologia e Obstetrícia, Urologia) que
mais de 25 anos. Uma mulher de 25 anos sem
diferem das recomendações do Ministério para os
vida sexual iniciada não deve realizar o exame.
rastreamentos que apresentaremos. O que cai na
Uma mulher com vida sexual iniciada e menos
sua prova de Preventiva é o que o Ministério orienta.
de 25 anos não deve realizar o exame.
Nós, médicos, rastreamos de forma quase aleatória,
seguindo muito pouco as recomendações, e por
Periodicidade: a cada 3 anos, após 2 anuais nega-
isso muitos costumam errar as questões sobre
tivos.
rastreamento.
u Fazemos o primeiro exame aos 25 anos. Repeti-
mos aos 26 anos. Se os dois foram negativos, só
3.1. CRITÉRIOS PARA RASTREAMENTO realizamos o rastreamento a cada 3 anos. Essa
periodicidade só irá mudar em caso de alguma
Para implantação de um programa de rastreamento, lesão que precise ser investigada.
os seguintes critérios devem ser preenchidos:
Término: em condições normais, finalizamos o
u Magnitude: dimensão coletiva e epidemiológica
rastreamento aos 64 anos.
do problema. Altas prevalência, incidência, mor-
talidade e morbidade.
u Transcendência: impacto produzido na comuni-    DIA A DIA MÉDICO
dade, ou a relevância social do problema.
u Vulnerabilidade: capacidade de se evitar o pro- Se encontrarmos uma lesão no citopatológico, como
blema ou sua permeabilidade à intervenção. devemos proceder? A depender do resultado, você pode
manter o rastreamento normalmente, repetir o exame com
Esses três são os critérios mais clássicos. Há algu- 1 ano, 6 meses ou 6-12 semanas ou enviar a paciente para
realização de colposcopia, conforme apresentado abaixo:
mas outras condições importantes para que uma
doença seja incluída em um programa de rastrea- W Amostra insatisfatória → repetir com 6-12 semanas,
mento, como: corrigindo, se possível, o problema que acarretou a
amostra insatisfatória
u A história natural da doença deve ser conhecida;
W Possivelmente não neoplásica (Células Escamosas
u Deve existir estágio pré-clínico conhecido; Atípicas de Significado Indeterminado - ASC-US):
u Deve haver benefício do tratamento precoce; V < 25 anos → repetir em 3 anos;
u Deve haver benefício comprovado do rastreamento; V 25-29 anos → repetir em 1 ano;
u Exames que detectam a doença em estágio preco- V ≥ 30 anos → repetir em 6 meses.
ce devem ser aceitáveis, confiáveis e disponíveis;
W Lesão Intraepitelial Cervical de Baixo Grau (LSIL):
u Custos do rastreamento e do tratamento devem ser
V < 25 anos → repetir em 3 anos;
plausíveis, considerando o orçamento disponível;
V ≥ 25 anos → repetir em 6 meses.
u O rastreamento deve ser contínuo e sistemático.
W Encaminhar para realização de colposcopia se:
Vamos, agora, apresentar os principais rastreamen- V Células escamosas atípicas de significado indeter-
tos preconizados pelo Ministério da Saúde e as minado, quando não se pode excluir lesão intrae-
informações que você precisa saber para a sua prova. pitelial de alto grau (ASC-H);

6
Vigilância em saúde 

V Células Glandulares Atípicas (ACG) de significado 3.3. M AMA


indeterminado;
V Células Atípicas de Origem Indefinida (AOI); Exame: mamografia.
V Lesão Intraepitelial Cervical de Alto Grau (HSIL); Início: 50 anos.
V HSIL não podendo excluir microinvasão; u Há critérios para início mais precoce.
V Carcinoma escamoso invasor;
Periodicidade: a cada 2 anos.
V Adenocarcinoma in situ (AIS) ou invasor.
u A depender do Breast Imaging-Reporting and Data
Há outra classificação que divide os achados em 4 grupos System (BI-RADS), pode haver necessidade de
distintos (Neoplasia Intraepitelial Cervical (NIC) I, II, III e reduzir esse intervalo.
carcinoma invasor).
W NIC I → repetir em 6 meses. Final: em condições normais, finalizamos o rastrea-
W NIC II, III ou carcinoma invasor → encaminhar para mento aos 69 anos.
especialista.

   DIA A DIA MÉDICO


Esses detalhes sobre os diferentes resultados do
citopatológico não são comumente cobrados na Abaixo, apresentamos a classificação BI-RADS dos acha-
prova de Preventiva. dos mamográficos. A partir dessa classificação, podemos
agir mantendo o rastreamento normalmente, alterando o
exame realizado ou a técnica empregada na mamografia,
repetindo exame com 6 meses ou encaminhando paciente
para especialista. O Quadro 1 correlaciona o resultado
do exame com a conduta.

Quadro 1. BI-RADS.

BI-RADS Interpretação Risco de Câncer Conduta

• Mudar o exame:
⁃ Avaliação adicional com incidências ou manobras; OU
0 Inconclusivo Indeterminado
⁃ Outro método diagnóstico, como Ultrassonografia
(USG) de mamas.

1 Negativo 0% • Manter rastreamento sem alteração.

2 Achado benigno 0% • Manter rastreamento sem alteração.

Achado provavelmente • Realizar mamografia a cada 6 meses por 2-3 anos; OU


3 <2%
benigno • Encaminhar para especialista.

4 Achado suspeito 2-95% • Encaminhar para especialista para realização de biópsia.

Achado altamente
5 >95% • Encaminhar para especialista para realização de biópsia.
suspeito

6 Malignidade comprovada 100% • Prosseguir com terapêutica específica para câncer de mama.
Fonte: Freitas et al.3

3.4. COLORRETAL u Segundo o Ministério da Saúde, podemos, tam-


bém, realizar a retossigmoidoscopia a cada 5
Exame: Sangue oculto nas fezes. anos ou a colonoscopia a cada 10 anos.

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Vigilância em saúde Epidemiologia

Início: 50 anos. Existe, entretanto, uma recomendação da Socie-


dade Brasileira de Urologia (SBU) e da Sociedade
Periodicidade: a cada 1-2 anos.
Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) de que os
Final: em condições normais, finalizamos o rastrea- eventuais riscos e benefícios do rastreamento do
mento aos 75 anos. câncer de próstata devem ser discutidos com o
paciente, e a triagem deve ser realizada apenas
DICA naqueles que, após esclarecimentos, desejarem
Sobre o rastreamento do câncer
colorretal, as recomendações do Ministério realizar o teste. Você precisa ter em mente que
da Saúde e do Instituto Nacional do Cân- essa é uma conduta possível. Via de regra, entre-
cer (INCA) são ambíguas e inconclusivas. tanto, as provas querem que você deixe claro que
O que a maioria das provas de Preventiva sabe que o Ministério da Saúde não recomenda o
considera como o rastreamento correto rastreamento para essa doença.
envolve a realização do sangue oculto nas
fezes anualmente e a utilização da colo-
noscopia para confirmação diagnóstica 3.6. R ASTREAMENTOS CLÍNICOS
em caso de sangue oculto positivo. Nas
provas de Cirurgia, geralmente o rastrea-
mento com colonoscopia é considerado    DIA A DIA MÉDICO
o padrão-ouro. Para finalizar a confusão,
há trechos do Caderno de Atenção Básica Vamos trazer para você alguns outros rastreamentos que
nº 29 do Ministério da Saúde que afirmam não caem com frequência nas provas, mas que são muito
não haver programa de rastreamento para importantes no dia a dia. Você sabe quando solicitar gli-
câncer colorretal no Brasil. Além de tudo cemia de jejum, colesterol e Hormônio Tireoestimulante
isso, a US Preventive Services Task Force (TSH) para seus pacientes ou simplesmente preenche
(USPSTF) reduziu a faixa etária de início a solicitação com todos esses exames sempre que o
do rastreamento para 45 anos. Para termos paciente pede para fazer um check-up? Vamos ver, então,
maior segurança, marque sangue oculto algumas das principais indicações para esses exames:
nas fezes dos 50 aos 75 anos na prova de
Preventiva. Glicemia de jejum: solicitar para todos os pacientes a partir
dos 45 anos. Havendo fatores de risco para desenvolvi-
mento de diabetes ou risco cardiovascular intermediário
ou alto, solicitar glicemia de jejum a partir do primeiro
3.5. PRÓSTATA contato com o paciente adulto. Devemos repetir o exame
a cada 3 anos. Se houver alteração, repetir anualmente.
Exame: Antígeno Prostático Específico (PSA) e Colesterol total, High-Density Lipoprotein Cholesterol
toque retal. (HDL-c) e triglicerídeos: solicitar para todos os homens
a partir dos 35 anos e mulheres a partir dos 45 anos. Se
Esse é o rastreamento que está sendo mais cobrado. houver risco cardiovascular alto, iniciar para ambos a
O Ministério da Saúde e o INCA não orientam mais partir dos 20 anos. Devemos repetir o exame a cada 5
o rastreamento para o câncer de próstata. Ou seja, anos, mas, quanto maior o risco cardiovascular, menor
segundo essas recomendações, PSA e toque retal deve ser o intervalo. Todo paciente hipertenso ou diabético
não devem mais ser realizados em pacientes assin- deve realizar esse exame anualmente.
tomáticos. O paciente que apresente queixas ainda TSH: segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia
deve ser investigado, mas isso foge ao escopo do e Metabologia (SBEM), devemos solicitar TSH para todas
rastreamento. as pessoas a partir dos 35 anos, a cada 5 anos.
Outros: aplicação de questionários e escores para avalia-
ção de risco cardiovascular, aferição de pressão arterial
DICA em toda consulta com paciente adulto, aplicação de
Pode ter coragem no que diz res- questionários específicos sobre uso de álcool e tabagismo,
peito ao câncer de próstata; as questões avaliação do índice de massa corpórea e inspeção de
estão querendo que você responda que não pele e cavidade oral são outros exemplos de orientações
há recomendação para esse rastreamento. que podemos seguir para detecção precoce de doenças.

8
Vigilância em saúde 

Mapa mental. Vigilância em saúde

Vigilância em saúde
continua…

Critérios para
Rastreamentos
rastreamento

Magnitude Mama Colorretal

Transcendência Mamografia Sangue oculto nas fezes

Vulnerabilidade Início aos 50 anos Início aos 50 anos

História natural conhecida Bianual Anual

Estágio pré-clínico Término aos 69 anos Término aos 75 anos

Benefício do tratamento precoce Colo do útero Próstata

Benefício comprovado Citopatológico do Não há recomendação do


do rastreamento colo do útero Ministério da Saúde

Decisão compartilhada
Início aos 25 anos
é aceita

Trienal

Término aos 64 anos

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Vigilância em saúde Epidemiologia

Mapa mental. Vigilância em saúde (continuação)

…continuação

Componentes Sistemas de informação

Vigilância Sanitária SIM

Vigilância Epidemiológica DO

Vigilância em Saúde Ambiental SINASC

Vigilância de Zoonoses DNV

Saúde do trabalhador SIH

AIH

SIA

BPA

APAC

SIAB

Fichas A, B, C e D

10
Vigilância em saúde 

Guimarães RM, Meira KC, Paz EPA, Dutra VGP, Campos CEA.
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2. Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe Ministério da Saúde (BR). Portaria nº 204, de 17 de fevereiro
sobre as condições para a promoção, proteção e recu- de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória
peração da saúde, a organização e o funcionamento de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços
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não Transmissíveis. Vigitel Brasil 2018. Brasília: Ministério
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organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre
o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas
relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras
providências. Divisão de Orçamento, Finanças e Contabilidade
(DOFC), Brasília, DF, 12 ago. 1976. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-1979/d78231.htm.
Acesso em: 19 jul. 2022.
Costa ZGA, Romano APM, Elkhoury ENM, Flannery B. Evo-
lução histórica da vigilância epidemiológica e do controle
da febre amarela no Brasil. Rev Pan-Amaz Saude (RPAS).
2011;2(1):11-26.
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Guia de vigilância
epidemiológica. 6. ed. Brasília: FUNASA; 2005.
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Guia de vigilância
epidemiológica. 5. ed. Brasília: FUNASA; 2002.

11
Vigilância em saúde Epidemiologia

QUESTÕES COMENTADAS

Questão 1 Entretanto, sua filha insiste na realização de exa-


mes, afirmando “receio de ser algo mais grave”.
(HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS – SP – 2021) As recomendações
Considerando a situação descrita, qual é a conduta
do Ministério da Saúde para rastreamento do cân-
médica adequada?
cer de mama incluem:
⮦ Explicar ao paciente a necessidade do rastrea-
⮦ mamografia bienal em mulheres com idade en-
mento de câncer de próstata (PSA e ultrassono-
tre 50 e 69 anos.
grafia de vias urinárias), pelo risco da neoplasia,
⮧ mamografia bienal em mulheres com idade en- pois o diagnóstico precoce comprovadamente
tre 60 e 69 anos. diminui a mortalidade por essa doença, e solici-
⮨ estímulo ao ensino do autoexame como método tar anuência da filha, responsável pelo paciente,
de rastreamento do câncer de mama. para realização dos exames de rastreamento.
⮩ mamografia bienal em mulheres com menos ⮧ Explicar ao paciente e à filha que a noctúria se
de 50 anos. deve ao AVE isquêmico prévio e ao envelhecimen-
⮪ mamografia anual em mulheres com 75 anos to; orientar ser desnecessário o rastreamento de
ou mais. câncer de próstata e recomendar que o paciente
evite, à noite, a ingesta hídrica e o consumo de
cafeína; avaliar suspensão de diuréticos e pres-
Questão 2 crever medicação para aumento do tônus vesical.
(REVALIDA NACIONAL – INEP – 2020) Um médico presta ⮨ Explicar ao paciente que o câncer de próstata é
atendimento domiciliar a um paciente de 69 anos o mais prevalente em homens, com alta morta-
de idade, já acompanhado há um ano, com hiper- lidade e que somente seu diagnóstico precoce
tensão e diabete melito compensados, com hemi- evita complicações e óbitos; convencer o pa-
plegia direita por acidente vascular encefálico (AVE) ciente a realizar o toque retal e encaminhá-lo
isquêmico há 10 anos, parcialmente independente ao urologista; se o toque retal e o PSA se mos-
para as atividades de vida diária e em uso de anda- trarem alterados, encaminhá-lo para realização
dor. A filha e cuidadora do idoso refere que o pai de biópsia prostática.
está apresentando noctúria há alguns meses e que ⮩ Explicar ao paciente e à filha que o rastreamento
isso a preocupa devido ao risco de queda. O pa- de câncer de próstata depende de uma decisão
ciente nega incômodo com a noctúria e não refere compartilhada entre médico, paciente e família;
outros sintomas urinários. Nega emagrecimento e oferecer explicações, em linguagem acessível,
não tem história familiar de câncer de próstata. Ao sobre os benefícios e riscos desse rastreamento;
exame físico, o idoso apresenta-se lúcido, orientado respeitar a decisão compartilhada com o paciente
e com diminuição de força à direita. Ao ser ques- para prosseguimento ou não do rastreamento.
tionado, ele se recusa a realizar exame de toque
retal e Antígeno Prostático Específico (PSA) para
investigar a possibilidade de câncer de próstata.

12
Vigilância em saúde 

Questão 3 III. A levotiroxina de uso contínuo deve ter sua dose


ajustada, mas não suspensa em pacientes idosos,
(SELEÇÃO UNIFICADA PARA RESIDÊNCIA MÉDICA DO CEARÁ mesmo em caso de hipotiroidismo subclínico.
– CE – 2021) Uma médica, atuando em uma equipe
IV. Em pacientes que se encontram em quadros
de atenção primária, recebe em seu consultório
de menor expectativa de vida, é recomendado
uma senhora de 74 anos de idade, solicitando um
priorizar os fármacos preventivos em reavalia-
“check-up”. Nega qualquer sintoma no momento.
ções visando à desprescrição.
Não relata nenhum antecedente patológico pessoal
ou familiar. Qual deverá ser a conduta da médica V. Como a suspensão de inibidores de bomba de
em relação ao rastreamento? prótons não causa rebote, pode-se encerrar seu
uso de forma súbita, independentemente da
⮦ Solicitar mamografia. dose, quando atingido o prazo indicado. Escolha
⮧ Realizar exame de papanicolau. a alternativa com a sequência CORRETA.
⮨ Solicitar sangue oculto nas fezes.
⮩ Realizar o rastreamento para câncer de pele. ⮦ V, V, V, F, F.
⮧ V, V, F, V, F.
⮨ V, F, V, F, V.
Questão 4
⮩ F, V, F, V, V.
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP – 2021) O uso ⮪ F, F, V, V, V.
off label da hidroxicloroquina e cloroquina para o
tratamento da covid-19 chegou a ser disseminado.
Os efeitos adversos da cloroquina são geralmen- Questão 6
te leves e reversíveis. Porém, efeitos mais graves, (SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO – SP – 2020) Um
como arritmias cardíacas, podem ser observados. paciente de 71 anos de idade foi à consulta de roti-
Em qual sistema de informação em saúde e vigilân- na por insistência da esposa, sem qualquer proble-
cia esses eventos devem ser notificados?
ma de saúde ou queixas no momento. É tabagista
⮦ Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária há quarenta anos (um maço por dia) e sedentário.
(VigiMed). Nega uso de álcool ou de medicamentos contínuos,
⮧ Sistema de Informação de Agravos de Notifica- comorbidades, internações ou quedas nos últimos
ção (SINAN). doze meses e cirurgias prévias. Encontra-se em bom
estado geral, consciente, orientado, com PA de 116
⮨ Sistema de Informações Hospitalares do SUS
x 74 mmHg, IMC igual a 23, FC de 76 bpm e sat. de
(SIH/SUS).
O2 de 97% em ar ambiente. Pesa 67 kg e tem 1,69 m
⮩ Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS
de altura. Foram observados duas bulhas rítmicas,
(SIA/SUS).
normofonéticas, sem sopro, e murmúrios vesicula-
res bilaterais. Com base nesse caso hipotético e no
Questão 5 US Task Force, assinale a alternativa que apresenta
apenas exames com benefícios comprovados para
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR – 2022) Considerando o rastreamento do paciente.
os riscos decorrentes de polifarmácia e os benefícios
da suspensão ativa de medicamentos, assinale os ⮦ Densitometria óssea e glicemia.
itens a seguir como verdadeiros (V) ou falsos (F). ⮧ Ultrassonografia de tireoide e colesterol total.
I. Cada pessoa que utiliza cinco ou mais fármacos
deveria ter revisão de seu plano terapêutico ⮨ TSH e colonoscopia.
para avaliar a possibilidade de suspensão de ⮩ Glicemia e radiografia de pulmão.
fármacos e/ou redução de doses. ⮪ Ultrassonografia de abdômen e tomografia de
II. Bifosfonatos têm efeito que se estende além do pulmão de baixa dosagem.
momento em que são suspensos, sendo razoável
considerar sua desprescrição após 5 anos de uso.

13
Vigilância em saúde Epidemiologia

Questão 7 esta parceira, sem o uso de preservativo. Há um ano


e meio está sedentário. O médico solicita os exames
INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO SERVIDOR PÚBLICO
listados abaixo, baseando-se nas recomendações
ESTADUAL – SP – 2021) A medida mais eficaz para se
para rastreamento preconizadas pelo Caderno de
reduzir a incidência de sarampo no Brasil é
Atenção Primária do Ministério da Saúde e pela U.S.
⮦ aumentar a cobertura vacinal contra o sarampo. Preventive Services Task Force. Analise se cada al-
ternativa é verdadeira (V) ou falsa (F).
⮧ melhorar o pronto-atendimento dos casos.
I. Exames de colesterol total e HDL, visando cal-
⮨ melhorar o pronto-atendimento dos comuni- cular risco cardiovascular global na próxima
cantes. consulta;
⮩ implementar programas de suplementação ali- II. Exame de PSA, explicando que nem sempre
mentar na infância. detecta câncer, mas pelo menos não oferece
⮪ controlar as complicações da doença. riscos ao paciente;
III. Exame de HIV, aconselhando preventivamente
sobre condutas a tomar, conforme o resultado
Questão 8
seja positivo ou negativo;
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS – RORAIMA – RR – 2021) Em IV. Eletrocardiograma (ECG), pensando em descar-
relação aos critérios para implantação de progra- tar doença coronariana assintomática antes de
mas de rastreamento, todas as afirmativas estão recomendar exercícios físicos;
corretas, EXCETO:
Escolha a alternativa com a sequência CORRETA
⮦ Não há necessidade que a doença represente um de verdadeira (V) ou falsa (F).
importante problema de saúde pública, porém
devem ser levadas em consideração a magnitu- ⮦ V, V, V, V.
de, a transcendência e a vulnerabilidade. ⮧ V, V, V, F.
⮧ A história natural da doença ou do problema clí- ⮨ V, F, V, F.
nico deve ser bem conhecida e deve existir es- ⮩ F, V, F, V.
tágio pré-clínico (assintomático) bem definido,
⮪ F, F, V, V.
durante o qual a doença possa ser diagnosticada.
⮨ O benefício da detecção e do tratamento precoce
com o rastreamento deve ser maior do que se Questão 10
a condição fosse tratada no momento habitual
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
de diagnóstico.
– PE – 2021) Sobre o Coeficiente de Mortalidade Ma-
⮩ Os exames que detectam a condição clínica no terna para uma determinada localidade e período,
estágio assintomático devem estar disponíveis, assinale a alternativa CORRETA.
aceitáveis e confiáveis.
⮦ As informações contidas nos sistemas SINASC
e SIM são suficientes para a sua construção.
Questão 9
⮧ É possível construí-lo com informações geradas
(ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO PARANÁ – PR – 2022) Joaquim, 48 pelo SIM e SINAN.
anos, veio à consulta por não ter feito check-up desde ⮨ Para a sua construção, são necessárias infor-
antes da pandemia de covid-19. Está sem sintomas. mações do SIM, SINAN e SINASC.
Não tem história familiar de doenças significante para
⮩ Apenas com informações do SIM é possível
afetar seu risco cardiovascular ou de câncer. Nunca
seu cálculo.
fumou, bebe o equivalente a 5 doses-padrão de ál-
cool por semana. Há um ano está em relacionamento ⮪ Não é possível sua construção mediante os sis-
afetivo estável, com relações sexuais apenas com temas de informação utilizados no Brasil.

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Vigilância em saúde 

GABARITO E COMENTÁRIOS

Questão 1 dificuldade:  que rastreamento faz parte das medidas de preven-


ção secundária cujo principal objetivo é detectar
Y Dica do professor: O Ministério da Saúde recomen- doenças em estágios pré-clínicos em pacientes as-
da mamografias bianuais dos 50 aos 69 anos em sintomáticos. Vamos analisar as alternativas juntos:
mulheres assintomáticas como forma de rastrea-
mento do câncer de mama. O Ministério da Saúde Alternativa A: INCORRETA. A idade de rastreamento de
e o INCA não orientam o autoexame como método mamografia no Brasil, de acordo com o Ministério
de rastreamento. da Saúde, é dos 50 aos 69 anos, ou seja, a paciente
está excluída da faixa etária alvo.
✔ resposta: A
Alternativa B: INCORRETA. A população alvo do pa-
panicolau é dos 25 aos 65 anos, ou seja, a pacien-
Questão 2 dificuldade:   te também está fora da faixa etária recomendada.
Alternativa C: CORRETA. Sangue oculto é recomenda-
Y Dica do professor: Questão aborda idoso com noc- do como rastreio anual a partir dos 50 anos de idade.
túria que se recusa a realizar o exame de PSA. Pri-
Alternativa D: INCORRETA. Não existe uma recomen-
meiro, é importante ressaltar que esse exame não
dação do Ministério para rastreamento de câncer
deve ser solicitado de rotina (como rastreamento)
de pele, e sim de detecção precoce em pacientes
por seus riscos serem superiores ao seu benefí-
que já apresentem lesões cujas características de-
cio. Aqui, temos, então, um paciente com noctúria
vem ser analisadas.
(podendo ser um sintoma prostático), que seria um
candidato a realizar um exame de PSA. ✔ resposta: C
Alternativa A: INCORRETA. Comprovadamente não
reduz a mortalidade por CA de próstata. dificuldade:  
Questão 4
Alternativa B: INCORRETA. Pode estar ou não rela-
cionado ao AVE. Y Dica do professor: Na maioria das vezes, só pre-
cisamos saber o que significam as siglas dos sis-
Alternativa C: INCORRETA. Convencer o paciente JA- temas de informação e quais os documentos base
MAIS. Decisão deve ser compartilhada. que alimentam esses sistemas.
Alternativa D: CORRETA. Deve haver uma decisão com- Alternativa A: CORRETA. Poucas vezes o VigiMed é
partilhada entre paciente, família e médico a respei- cobrado em provas, mas aqui o seu conhecimento
to do risco e benefício de realizar ou não o exame sobre Vigilância Sanitária seria o suficiente. Entre
✔ resposta: D as atribuições da Vigilância Sanitária, está averiguar
medicamentos e seus possíveis efeitos colaterais.
Alternativa B: INCORRETA. Efeito colateral de medi-
Questão 3 dificuldade:  
camento não é de notificação compulsória.
Y Dica do professor: Questão sobre rastreamento de Alternativa C: INCORRETA. O principal documento do
doenças na atenção primária à saúde. Relembrando SIH é a AIH, cujas principais informações levam em

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Vigilância em saúde Epidemiologia

consideração os motivos para internamento de um Questão 6 dificuldade:  


paciente. O efeito colateral de um medicamento
pode ser a principal justificativa, mas a alternativa Y Dica do professor: Geralmente as provas cobram
A continua sendo a melhor resposta. os rastreamentos propostos pelo Ministério da Saú-
Alternativa D: INCORRETA. A questão está perguntando de. A US Preventive Services Task Force (USPSTF)
sobre efeitos colaterais mais graves, que provavel- traz algumas orientações a mais. Homens entre 65
mente não serão assistidos ambulatorialmente. De anos e 75 anos que fumam ou já fumaram devem
qualquer forma, os principais documentos do SIA realizar US de abdome para avaliação de aneurisma
são a APAC e BPA, que dizem respeito a procedi- de aorta abdominal. Para câncer de pulmão, reco-
mentos realizados. Há outros documentos, mas, menda-se tomografia de pulmão de baixa dosagem
como dito acima, a alternativa A é a que melhor para pessoas entre 55-80 anos com histórico de
responde à questão. tabagismo e carga tabágica maior ou igual a 30
maços-ano, que estejam fumando ou que tenham
✔ resposta: A parado há menos de 15 anos.

✔ resposta: E
Questão 5 dificuldade:  

Y Dica do professor: Podemos entender a polifar-


mácia como o uso de múltiplos medicamentos, Questão 7 dificuldade:  

geralmente cinco ou mais. Essa realidade agrega


risco aos pacientes, principalmente idosos, por Y Dica do professor: Aqui, precisamos conhecer dois
causa das relações medicamentosas e dos efeitos conceitos: incidência e níveis de prevenção. Incidên-
colaterais das drogas. Sempre que um paciente se cia trata-se dos casos novos. Reduzir a incidência
encontra nessa situação, precisamos revisar os me- significa não deixar as pessoas pegarem a doença.
dicamentos utilizados e tentar reduzir o número de Precisamos, portanto, de medidas que impeçam o
fármacos. Vamos às assertivas: adoecimento; no caso, medidas de prevenção pri-
mária. Agora é procurar nas alternativas qual apre-
Assertiva I: CORRETA. Vide a dica do professor.
senta uma medida efetiva de prevenção primária.
Assertiva II: CORRETA. Os bifosfonatos, medicamen-
tos utilizados no tratamento da osteoporose, devem Alternativa A: CORRETA. Vacinação é o principal exem-
ser utilizados, habitualmente, por até 5 anos. plo de medida de prevenção primária.
Assertiva III: INCORRETA. Em caso de hipotireoidis- Alternativa B: INCORRETA. Pronto-atendimento de
mo subclínico, a levotiroxina pode ser suspensa casos indica que as pessoas já adoeceram. Pode
em idosos. reduzir mortalidade, mas não incidência.
Assertiva IV: CORRETA. Pacientes com menor expec-
Alternativa C: INCORRETA. Se os comunicantes já tive-
tativa de vida se beneficiam menos de fármacos
rem sido infectados, em nada reduz a incidência da
preventivos. Por isso, no momento de considerar a
desprescrição de medicamentos, devemos priorizar doença. Caso não estejam infectados, não apresen-
esses fármacos. Ou seja, eles devem ser retirados ta eficácia para redução, a menos que orientações
com prioridade. Algumas pessoas erraram essa sejam dadas ou os comunicantes sejam vacinados.
assertiva por causa da interpretação do texto, não Alternativa D: INCORRETA. Suplementação alimentar
do conteúdo. não previne infecção por sarampo.
Assertiva V: INCORRETA. A depender do tempo de
uso, a retirada abrupta do medicamento pode cau- Alternativa E: INCORRETA. Controlar as complicações
sar um efeito rebote. da doença não é uma medida de prevenção primária.

✔ resposta: B ✔ resposta: A

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Vigilância em saúde 

Questão 8 dificuldade:  Assertiva IV: INCORRETA. ECG não é exame de ras-


treamento para pacientes assintomáticos e sem
Y Dica do professor: Algumas das características
doenças prévias.
levadas em consideração para que um programa
de rastreamento seja implementado são: magni- ✔ resposta: C
tude, vulnerabilidade e transcendência da doença,
história natural conhecida, estágio pré-clínico bem dificuldade: 
Questão 10
conhecido, benefício comprovado do rastreamen-
to, exames disponíveis para o rastreamento devem Y Dica do professor: Questão bem tranquila sobre
ser aceitáveis eticamente e confiáveis, entre outras. os indicadores em saúde e a vigilância em saúde,
Não se esqueça de que a questão está pedindo a que aborda o coeficiente de mortalidade materna, o
alternativa incorreta. Vamos às alternativas: qual reflete a qualidade da assistência pré-natal, do
Alternativa A: CORRETA. Representar um importante parto e do puerpério. O indicador é calculado atra-
problema de saúde pública está diretamente rela- vés da razão entre as mortes maternas e o número
cionado à magnitude e à transcendência da doen- de nascidos vivos, que funciona como uma medida
ça, sendo, portanto, critérios. Essa afirmação está aproximada do número de grávidas. É expresso pelo
incorreta, ou seja, essa é a alternativa que respon- número de óbitos por 100 mil nascidos vivos. Em
de à questão. 2017, era de 64,1/100.000, por exemplo. Vale res-
saltar que as mortes maternas ocorrem por causas
Alternativa B: INCORRETA. Vide a dica do professor.
diretamente relacionadas à gravidez ou agravadas
Alternativa C: INCORRETA. Outra forma de dizer “be- por ela, durante a gravidez, o parto ou o puerpério
nefício comprovado do rastreamento”. imediato (até 6 semanas pós-parto), e não incluem
Alternativa D: INCORRETA. Vide a dica do professor. mortes acidentais. Para responder à questão, te-
✔ resposta: A mos que lembrar que seu cálculo envolve uma ra-
zão entre dados do SIM (mortalidade) e do SINASC
(nascidos vivos). O SINAN é o grande sistema para
Questão 9 dificuldade:  a notificação de agravos, e é alimentado pela Lista
Nacional de Notificação Compulsória de doenças.
Y Dica do professor: Esse tipo de questão está cada
vez mais comum nas provas. Precisamos entender ✔ resposta: A
que existem indicações específicas para a solicita-
ção de exames. Se não há indicação, não devemos
solicitar. Temos um paciente de 48 anos, sedentário,
com vida sexual ativa. Vamos às assertivas:
Assertiva I: CORRETA. Segundo a Diretriz de Dislipi-
demia, devemos iniciar a solicitação de colesterol
total, HDL e triglicerídeos a partir dos 35 anos para
homens.
Assertiva II: INCORRETA. O Ministério da Saúde e o
INCA não orientam o rastreamento para câncer de
próstata.
Assertiva III: CORRETA. O Ministério da Saúde orienta
testagem anual de HIV para todas as pessoas com
vida sexual ativa dos 18 aos 30 anos e o USPSTF
orienta a testagem para pessoas com vida sexual
ativa dos 15 aos 65 anos.

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