Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Sumário
AN02FREV001/REV 4.0
0
AÇÕES EDUCATIVAS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AO PACIENTE
HIPERTENSO ......................................................................................................................... 68
A HIPERTENSÃO ARTERIAL E SEUS DEZ MANDAMENTOS .......................... 69
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ .......................................................... 72
AS PREVENÇÕES DAS CONVULSÕES.................................................................. 74
DIABETES MELLITUS .............................................................................................. 75
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO PÂNCREAS......................................................... 76
FUNÇÃO DA INSULINA NO CORPO ...................................................................... 77
EFEITOS DO GLUCAGON NO ORGANISMO ........................................................ 82
EFEITOS FISIOPATOLÓGICOS DO DIABETES MELLITUS ............................... 83
CETOSE E COMA DIABÉTICO ................................................................................ 84
TIPOS DE DIABETES ................................................................................................ 85
DIABETES NA GRAVIDEZ ...................................................................................... 87
OUTROS TIPOS DE DIABETES ............................................................................... 88
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA .................................................................................. 89
FATORES DE RISCO ................................................................................................. 91
TRATAMENTO .......................................................................................................... 92
CONSERVAÇÃO E TRANSPORTE DA INSULINA ............................................. 100
APLICAÇÃO DA INSULINA .................................................................................. 101
TÉCNICA DE ADMINISTRAÇÃO DE INSULINA COM SERINGA ................... 107
NOTAS COMPLEMENTARES ................................................................................ 108
COMPLICAÇÕES NA APLICAÇÃO DE INSULINA ............................................ 109
MONITORIZAÇÃO .................................................................................................. 111
AUTOMONITORIZAÇÃO ....................................................................................... 111
TRANSPLANTE DE PÂNCREAS ........................................................................... 112
COMPLICAÇÕES AGUDAS DO DIABETES E AÇÕES DE ENFERMAGEM ... 113
COMPLICAÇÕES CRÔNICAS DO DIABETES E AÇÕES DE ENFERMAGEM 116
AÇÕESDE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DAS COMPLICAÇÕES MACROVASCULARE
AÇÕES DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO DO PACIENTE E
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUIDADOS DOMICILIARES ....................................... 117
AÇÕES PREVENTIVAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NEFROPATIA118
AN02FREV001/REV 4.0
1
PROBLEMAS NAS PERNAS E PÉS ....................................................................... 119
AÇÕES DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AOS PROBLEMAS DE PÉS E
PERNAS DOS PACIENTES DIABÉTICOS ........................................................................ 120
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE DIABÉTICO ..................... 121
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 123
AN02FREV001/REV 4.0
2
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIABETES E DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL
3
Nº de Diabéticos Nº de Hipertensos Nº de Diabéticos com
UF Total Tipo 1 Tipo 2 Hipertensão
Masc. Fem. Masc. Fem. Total Masc. Fem. Total Masc. Fem.
AC 117 21 21 30 45 2302 883 1419 406 143 263
AL 695 46 103 170 376 9679 2958 6721 2744 841 1903
AM 434 53 89 121 171 3767 1442 2325 1070 379 691
AP 22 4 2 4 12 258 106 152 93 34 59
BA 3556 381 491 1050 1634 53500 16675 36825 13701 4094 9607
CE 1002 87 141 283 491 18964 6201 12763 4359 1281 3078
DF 371 54 80 118 119 1040 363 677 982 380 602
ES 956 107 124 294 431 18609 6945 11664 5186 1737 3449
GO 669 107 135 192 235 11036 4370 6666 3598 1365 2233
MA 1477 142 197 477 661 16717 5850 10867 4771 1672 3099
MG 3969 629 676 1174 1490 75610 28283 47327 21844 7417 14427
MS 667 69 98 254 246 12384 4778 7606 3264 1134 2130
MT 930 151 147 306 326 13284 5647 7637 3304 1303 2001
PA 1467 152 224 444 647 13256 5129 8127 3849 1385 2464
PB 534 68 87 167 212 10058 3274 6784 2882 916 1966
PE 1412 156 278 368 610 28834 8638 20196 8396 2387 6009
PI 570 65 81 180 244 10827 3784 7043 1919 597 1322
PR 1537 202 259 517 559 30585 11846 18739 7943 2906 5037
RJ 1349 191 227 447 484 22364 7923 14441 7958 2618 5340
RN 343 36 65 99 143 4050 1341 2709 1182 346 836
RO 456 54 77 138 187 6478 2746 3732 1474 542 932
RR 78 18 13 17 30 663 240 423 216 67 149
RS 2146 259 299 674 914 43804 15428 28376 12797 4546 8251
SC 1100 170 188 370 372 20544 7645 12899 5909 2252 3657
SE 279 26 36 88 129 3737 1226 2511 943 300 643
SP 6419 761 896 2205 2557 67060 25647 41413 27353 10371 16982
TO 330 55 57 93 125 5043 2167 2876 1123 475 648
Total 32885 4064 5091 10280 13450 50445 181535 32291 149266 51488 97778
3 8
4
FONTE: Disponível em:<http://hiperdia.datasus.gov.br/>. Acesso em: 25 maio 2009.
5
SC 198 40 31 62 65 2675 1032 1643 935 335 600
SE 101 13 22 24 42 1025 321 704 295 81 214
SP 1191 141 144 400 506 11545 4594 6951 4591 1756 2835
TO 90 18 19 25 28 1266 528 738 238 93 145
Total 7308 957 1157 2213 2981 109295 40533 68762 33707 11720 21987
FONTE: Disponível em: <http://hiperdia.datasus.gov.br/>. Acesso em: 26 maio
2009.
6
A Sociedade Brasileira de Hipertensão estima que 26 milhões de brasileiros
sejam hipertensos, sendo que apenas 2,7 milhões estão em tratamento. Segundo o
Ministério da Saúde, 21,6% da população com 18 anos ou mais é hipertensa,
aproximadamente 26,5 milhões de pessoas têm a doença, dessas cerca de 5 milhões
estão no cadastro do Programa Hiperdia.
Em todo o mundo estima-se que a Hipertensão Arterial atinja 600 milhões de
pessoas. Segundo dados de Mortalidade do Ministério da Saúde (2004), 265 mil mortes
no Brasil foram ocasionadas por doenças do Aparelho Circulatório, o que representa
30% das mortes dos brasileiros, sendo a metade relacionada à hipertensão não
controlada. No Brasil estima-se que 35% da população acima de 40 anos sejam
portadores de Hipertensão Arterial, isto equivale a cerca de 17 milhões de brasileiros,
desses 75% dependem do Sistema Único de Saúde para detecção e tratamento da
doença.
Assim como a Hipertensão Arterial, os números da prevalência de Diabetes no
Brasil e no mundo são estarrecedores. A OMS desde 2007 considera a Diabetes uma
epidemia mundial. No Brasil, em 2007, existiam 6,2 milhões de diabéticos, sendo
colocado em oitavo lugar nesse ano no ranking dos países com mais portadores de
diabetes tipo 2.
O envelhecimento da população, urbanização crescente e mudança nos hábitos
de vida, com adoção de rotinas não saudáveis como, por exemplo, o sedentarismo, dieta
inadequada e obesidade são as causas da maior incidência de pacientes diabéticos no
Brasil e no mundo. A Hipertensão Arterial em combinação com o Diabetes é
responsável por 50% dos pacientes acometidos por insuficiência renal terminal. No ano
de 2000 a OMS estimava que o número de diabéticos em todo o mundo era de cerca de
177 milhões, sendo que para 2025 a perspectiva é que esse número dobre e chegue a
350 milhões de pessoas. Especificamente no Brasil, estima-se 12 milhões de pessoas
com a doença naquele ano.
A Hipertensão Arterial e o Diabetes constituem-se em fatores de Risco para as
doenças do Aparelho Circulatório; sendo as mais frequentes o infarto agudo do
miocárdio, o acidente vascular cerebral, a insuficiência renal crônica, a insuficiência
cardíaca, as amputações de pés e pernas, a cegueira definitiva, os abortos e as mortes
perinatais.
Um dado importante que a enfermagem entra em contato diariamente em
ambiente hospitalar e domiciliar é que o Acidente Vascular Cerebral vem ocorrendo em
7
idade precoce, com letalidade hospitalar. Em um mês, em torno de 50% dos pacientes
que sobrevivem 50% ficam com algum grau de comprometimento. No mundo, a
incidência do AVC varia conforme a OMS, 500/700.000 casos/ano, com uma
mortalidade entre 35 a 200 casos em cada grupo de 10.000 habitantes.
Faria & Zannela (2002) afirmam que a coexistência de hipertensão e diabetes
aumenta o risco para complicações micro e macrovasculares, predispondo os indivíduos
à insuficiência cardíaca congestiva, doença coronariana e cerebrovascular, insuficiência
vascular periférica, nefropatia e retinopatia.
O diabetes está entre os fatores que predispõem ao descontrole da pressão
– quem possui diabetes tem duas vezes mais chances de desenvolver a
hipertensão. A hipertensão também está relacionada diretamente a um maior grau de
resistência à insulina, sendo que alguns medicamentos usados para o tratamento da
hipertensão pioram essa resistência, favorecendo o aparecimento do diabetes
(BEZERRA, 2006).
Diante dos dados apresentados intensifica-se a colaboração que o profissional de
saúde deve desenvolver na abordagem destes pacientes com o intuito de diminuir
gradativamente os números de incidência de hipertensos e diabéticos, como forma de
garantir uma assistência de enfermagem eficiente.
8
- Promoção da Saúde: Segundo Brunner & Suddarth (1998), a
promoção da saúde é definida como um conjunto de ações que desenvolvem recursos
que irão manter o bem-estar do indivíduo e melhoram sua qualidade de vida. Refere-se
às atividades que a pessoa desenvolve na ausência de sintomas com o objetivo de se
manter saudável, não requerendo para isto a assistência direta de um membro de saúde.
Nessa perspectiva, o profissional de saúde atua na propagação de mudanças no estilo
de vida da pessoa para que a mesma não venha a desenvolver uma patologia, sendo de
inteira responsabilidade a realização das mudanças do próprio indivíduo.
Como exemplo de promoção da saúde pode-se citar a consciência frente à
nutrição, ou seja, manutenção de uma alimentação saudável, administração do estresse
cotidiano e a busca pelo preparo físico, realização de exercícios e atividades que o corpo
necessita para se manter em condições adequadas de peso, força e flexibilidade.
O Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Promoção da Saúde,
define a Promoção da Saúde como uma estratégia de articulação na qual se confere
visibilidade aos fatores que colocam a saúde da população em risco e às diferenças entre
as necessidades, territórios e culturas presentes no Brasil, objetivando a criação de
mecanismos que reduzam as situações de vulnerabilidade, defendendo a equidade e
incorporando a participação e o controle social na gestão das políticas públicas.
A Organização Mundial de Saúde caracteriza como iniciativas de Promoção da
Saúde os programas, as políticas e as atividades planejadas e executadas de acordo com
os seguintes princípios:
O termo Promoção da Saúde foi utilizado pela primeira vez por um historiador
da medicina chamado Henry Sigerist, quando em 1945 definiu as quatro funções da
medicina: promoção da saúde, prevenção da doença, restauração do doente e
reabilitação (TERRIS, 1996). A Medicina Preventiva foi sistematizada no livro de
Leavell & Clark, cuja primeira edição, intitulada “Medicina Preventiva”, foi publicada
em 1958.
Leavell & Clark (1976) descrevem a prevenção como uma ação antecipada,
baseada no conhecimento da história natural da doença, a fim de tornar improvável o
progresso posterior, apresentando três níveis de prevenção:
11
QUADRO – NÍVEIS DE APLICAÇÃO DA MEDICINA PREVENTIVA
SEGUNDO LEAVELL & CLARK (1976)
PREVENÇÃO
PREVENÇÃO PRIMÁRIA PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
TERCIÁRIA
Diagnóstico e
Promoção da Limitação da
Proteção Específica Tratamento Reabilitação
Saúde Invalidez
Precoce
Educação
Sanitária; Bom
padrão de Prestação de serviços
nutrição Medidas individuais hospitalares e
ajustado às Uso de imunizações e coletivas para comunitários para
várias fases do específicas; Atenção descoberta de casos; reeducação e
Tratamento
desenvolviment à higiene pessoal; Pesquisa de triagem treinamento, a fim de
adequado para
o da vida; Hábito de e exames seletivos; possibilitar a
interromper o
Atenção ao saneamento do Objetivos: utilização máxima
processo
desenvolviment ambiente; Proteção - Curar e evitar o das capacidades
mórbido e
o da contra riscos processo da doença; restantes; Educação
evitar futuras
personalidade; ocupacionais; - Evitar a do público e indústria
complicações e
Moradia Proteção contra propagação de no sentido de que
sequelas;
adequada, acidentes; doenças empreguem o
Provisão de
recreação e Uso de alimentos contagiosas; reabilitado;
meios para
boas condições específicos; Proteção - Evitar Emprego tão
evitar a
de trabalho; contra substâncias complicações e completo quanto
invalidez e a
Aconselhament carcinogênicas; sequelas; possível; Colocação
morte.
o matrimonial, Evitação contra - Encurtar o seletiva; Terapia
educação sexual alérgenos. período de Ocupacional em
e genética; invalidez. Hospitais;
Exames Utilizaçãode asilos.
seletivos
periódicos.
PREVENÇÃO PRIMORDIAL
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
13
Exemplo: Vigilância da Pressão Arterial e da Glicemia, rastreio de neoplasias,
rastreio de fenilcetonúria nos recém-nascidos.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA
PRÉ-PATOGÊNESE
INESPECÍFICA ESPECÍFICA
Condições gerais do indivíduo ou do ambiente, A presença de fatores causais favorece o
que predispõem a uma ou aparecimento de uma doença
várias doenças.
14
FASE CLÍNICA
PRECOCE AVANÇADA
Da situação anterior resultou uma A doença segue sua evolução,
doença cujos primeiros sinais e sintomas terminando com a morte, com a cura ou
se tornaram aparentes. deixando sequelas.
SEQUELAS
As sequelas ou consequências das doenças podem ser reparadas com maior ou menor
eficiência, permitindo a reabilitação do indivíduo.
Deve-se identificar em qual dos estágios da doença o indivíduo está para assim
permitir ações adequadas que contribuam realmente em sua reabilitação e/ou
proporcionem uma melhor qualidade de vida a partir de seu conhecimento frente à
doença e perspectivas. Esse trabalho envolve toda a equipe de saúde. Abaixo estão
representados os níveis de aplicação das ações de saúde:
15
POSIÇÃO DAS BARREIRAS QUE PODEMOS OPOR À MARCHA DAS DOENÇAS
1º NÍVEL 2º NÍVEL 3º NÍVEL 4º NÍVEL 5º NÍVEL
16
NO DIABETES
17
da saúde, papel primordial na aplicação de ações que envolvam os pacientes diabéticos
e hipertensos, bem como a comunidade saudável na perspectiva da promoção da saúde.
Pensando que a enfermagem está em contato direto com os pacientes e a comunidade,
tanto nos serviços hospitalares como no atendimento básico da saúde, é de suma
importância que todos os profissionais que formam a enfermagem estejam em sintonia
no acompanhamento destes pacientes, uma vez que a equipe em si já se dá pela presença
do enfermeiro e técnico de enfermagem.
Existem ações de cunho comum entre todos os profissionais que integram uma
equipe multiprofissional:
• Ações educativas (educação preventiva, modificação de fatores de risco,
produção de material educativo);
• Treinamento de profissionais;
• Encaminhamento a outros profissionais, quando indicado;
• Ações assistenciais, individuais e em grupo;
• Participação em projetos de pesquisa.
As ações da enfermagem especificamente citadas pelo III Consenso Brasileiro
de Hipertensão Arterial são:
• À enfermeira cabe realizar a consulta de enfermagem e delegação de
atividades aos técnicos de enfermagem, que desenvolvem suas funções conforme o que
preconiza o Conselho Regional de Enfermagem e Conselho Federal de Enfermagem.
• A consulta de enfermagem consiste na aferição da pressão arterial,
investigação sobre fatores de risco e hábitos de vida, orientação sobre o uso dos
medicamentos e seus efeitos colaterais, avaliação de sintomas, reforço sobre as
orientações dos hábitos de vida pessoais e familiares.
• Controle de retornos, busca de faltosos e controle de consultas agendadas.
18
aferição o profissional não mantiver os cuidados preconizados tecnicamente e/ou não
questionar sobre condições que possam falsear o resultado encontrado, um paciente
hipertenso pode não estar sendo detectado.
Daí a importância de todos os profissionais que englobam a Equipe
Multiprofissional no direcionamento e implementação de ações que visem à
manutenção e recuperação da saúde dos indivíduos. A importância do trabalho em
equipe para o alcance do resultado é tal que torna indispensável rever sobre a
operacionalização deste trabalho.
As variáveis e a complexidade de diversas situações concebidas pela sociedade
atualmente exigem o engajamento de dois ou mais grupos profissionais na intervenção
de um mesmo problema, atuando conjuntamente com objetivos comuns frente à
demanda de necessidade da população. Levando isso para ações preventivas na
hipertensão e no diabetes, após a captação do paciente possivelmente portador de uma
dessas patologias, o mesmo será encaminhado ao médico para receber o diagnóstico,
portanto é necessária, além da enfermagem, a presença de outros profissionais no
desenvolvimento das ações.
O trabalho em equipe multiprofissional parece um trabalho fácil, se olharmos
apenas as questões resolutivas. Seria o mesmo que cada profissional ler as
determinações de seu conselho profissional e após cumprir os escritos. Entretanto,
em se falando do trabalho em saúde esta questão é bem mais complexa, uma vez
que a produção e o produto destas relações são subjetivos.
As definições sobre Equipe de Saúde são raras. Nas produções teóricas
predomina a concepção de equipe do senso comum, em que a equipe é representada por
um conjunto de profissionais em situação comum de trabalho. No trabalho em saúde, a
equipe sempre fará referência a um trabalho relativo à obtenção de bens ou produtos
para a atenção das necessidades humanas.
O trabalho em equipe na enfermagem foi proposto na década de 50 nos Estados
Unidos, por intermédio de experiências realizadas no Teachers College da Universidade
da Columbia, por Eleanor C. Lambertsen, que preconizava a organização do trabalho
em enfermagem com base na equipe. No Brasil os resultados desta proposta foram
divulgados em 1996 pela Associação Brasileira de Enfermagem no livro “Equipe de
Enfermagem Organização e Funcionamento”. A partir daí surgem experiências na área
da enfermagem com o objetivo de melhorar o aproveitamento do pessoal.
Lambertsen (1996) propõe a organização do serviço de enfermagem com base
19
no trabalho em equipe, objetivando voltar o cuidado para o paciente, tomando como
base a utilização do pessoal de enfermagem com a máxima economia e eficácia. Esse
modelo de organização do trabalho de enfermagem expressou:
• Crítica ao trabalho centrado na tarefa (modelo funcional);
• Tentativa de solução para a escassez dos recursos humanos de enfermagem
nos hospitais norte americanos no período após a II Guerra Mundial;
22
Especificidades dos trabalhos X X
especializados
Flexibilidade da divisão do X
trabalho
Autonomia técnica de caráter X
interdependente
Autonomia técnica plena X
Ausência de Autonomia Técnica X
FONTE: Peduzzi, 2001.
23
HIPERTENSÃO ARTERIAL
24
120/80. A diferença entre as duas medidas, neste caso 40, é denominada pressão de
pulso. Em casos que o paciente apresenta pressão elevada, chamamos de hipertensão e,
ao contrário, apresentando pressão baixa, chamamos de hipotensão. (POTTER, PERRY,
1999).
A pressão ou tensão arterial é um parâmetro de suma importância na
investigação diagnóstica, sendo obrigatório em toda consulta de qualquer especialidade;
relacionando-se com o coração, traduz o sistema de pressão vigente na árvore arterial. É
medida com a utilização do esfigmomanômetro e do estetoscópio. Segundo Duncan
(2006), um indivíduo pode se considerar hipertenso quando sua pressão arterial sistólica
fica igual ou superior a 140 mmHg e a pressão diastólica igual ou superior a 90 mmHg.
A identificação destes valores aumenta significativamente o risco do desenvolvimento
de doenças cardiovasculares.
Neste aspecto é comum o surgimento de crises hipertensivas que incluem além
da elevação da pressão arterial, uma associação com lesões do Sistema Nervoso Central
(SNC), do coração e dos rins. Na ocorrência destes fatos, o diagnóstico e o tratamento
devem ser imediatos e essenciais, pois as manifestações clínicas destas crises dependem
do grau de lesão dos órgãos-alvo (lesões nos olhos, cérebro, coração, rins e membros
inferiores). Vale destacar que as lesões ou disfunções dos diversos órgãos são incomuns
com uma pressão arterial inferior a 130 mmHg.
Dessa forma, pode-se afirmar que o ideal é mantermos a medida normal da
pressão arterial entre os limites de 120/80 mmHg a 140/90 mmHg, reduzindo desta
forma riscos com a saúde. No Brasil são cerca de 17 milhões o número de portadores da
Hipertensão Arterial, sendo que 35% da população estão na faixa etária dos 40 anos
para mais. Contudo, seu aparecimento é cada vez mais precoce e cerca de 4% destes
portadores são crianças e adolescentes. A morbidade ainda é muito alta, sendo um
problema grave de saúde pública no mundo todo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
25
FISIOLOGIA
O sangue ao atingir o átrio direito, trazido pelas grandes veias, é forçado pela
contração arterial a passar pela válvula tricúspide, enchendo o ventrículo direito. O
ventrículo direito bombeia o sangue pela válvula pulmonar para a artéria pulmonar e,
daí para os pulmões e, finalmente, pelas veias pulmonares, para o átrio esquerdo. A
contração do átrio esquerdo força o sangue a passar pela válvula mitral para o ventrículo
esquerdo, de onde, pela válvula aórtica, atinge a aorta e, por essa artéria, toda circulação
26
sistêmica.
A circulação é dividida em duas definições. A Pequena Circulação ou
Circulação Pulmonar, onde a veia cava inferior e superior levam sangue ao átrio direito,
daí pela válvula tricúspide chega ao ventrículo direito, sendo então conduzida a artéria
pulmonar que leva aos pulmões e retorna ao átrio esquerdo do coração pelas veias
pulmonares, conforme figura .
27
FIGURA – GRANDE CIRCULAÇÃO
em:<http://www.soscorpo.com.br/anatomia/grande_circulacao.jpg>.
28
são interconectadas entre si, formando treliça que é chamada de sincício. Essa
disposição é semelhante à que existe no músculo liso visceral, onde suas fibras também
são fundidas, formando massa interconectada de fibras, também chamada de sincício.
FIGURA – CORTE MICROSCÓPICO DO MÚSCULO CARDÍACO
29
superior do átrio direito, que formam o nodo sinoatrial, ou simplesmente, nodo SA. A
figura 5 abaixo mostra os potenciais de ação rítmicos que são gerados em uma fibra do
nodo SA.
FONTE: Guyton,1988.
A causa dessa ritmicidade é a membrana das fibras SA, que mesmo em repouso
são muito permeáveis ao sódio. Portanto, grande número de íons sódio passa para o
interior da fibra, fazendo com que o potencial da membrana em repouso se desvie,
continuamente, para valor mais positivo. Logo que o potencial da membrana atinge
nível crítico, chamado de valor “limiar”, é produzido um potencial de ação, o que ocorre
abruptamente.
Ao término desse potencial de ação, a membrana fica, temporariamente, menos
permeável aos íons sódio, mas ao mesmo tempo mais permeável do que o normal aos
íons potássio e a saída desses íons, transportando cargas positivas para o exterior, faz
com que o potencial de membrana fique muito negativo, mais negativo que nunca,
caracterizando o estado de hiperpolarização, devido à perda excessiva de cargas
positivas.
Essa condição persiste por fração de segundos e, logo depois, desaparece, visto
que as permeabilidades aos íons sódio e potássio retornam aos seus valores normais,
quando a maior permeabilidade ao sódio da membrana faz com que ocorra outro
potencial de ação. Esse processo perdura sem interrupção por toda a vida, o que leva à
30
excitação rítmica das fibras do nodo SA, na frequência normal em repouso de 72
batimentos por minuto, representando o total de cerca de dois bilhões de batimentos, ao
longo de toda a vida de uma pessoa.
Normalmente, os potenciais de ação com origem no nodo SA são propagados
por todo o coração e, por conseguinte, produzem a contração rítmica de todo o coração.
Contudo, se o nodo SA deixar de gerar impulsos rítmicos, alguma área do coração irá
fazê-lo, e assumirá o controle da frequência cardíaca. A ritmicidade do coração tem
origem no próprio coração e se porções desse coração são removidas do corpo,
continuarão a se contrair, enquanto dispuserem de nutrição adequada. O ritmo do Nodo
SA passa a ser o ritmo de todo o coração, razão pela qual o nodo SA é chamado de
marca-passo do coração.
Apesar do impulso cardíaco poder ser propagado, perfeitamente bem, pelas
próprias fibras do músculo cardíaco, o coração possui um sistema especial de condução
– o Sistema de Purkinje – que transmite impulsos com velocidade cerca de cinco vezes
maior que a do músculo cardíaco normal. A figura 6 abaixo apresenta a organização
desse sistema. Ele tem origem no nodo sinoatrial, dele saem vários feixes muito
delicados de fibras de Purkinje – as vias internodais – que passam pelas paredes atriais
até um segundo nodo, o nodo atrioventricular (nodo AV), também situado na parede do
átrio direito, mas localizado na parte inferior da parede posterior, próximo ao centro do
coração.
31
Desse nodo, um grande feixe de fibras de Purkinje, o feixe AV, passa
imediatamente para os ventrículos, atingindo, primeiro, o septo interventricular. Após
seguir, por curta distância, por este septo, o feixe AV se divide em dois grandes ramos;
um ramo esquerdo, que se continua pela e ao longo da superfície interna do ventrículo
esquerdo, e um ramo direito, com trajeto por percurso semelhante, no ventrículo direito.
Nos ventrículos, esses dois ramos produzem muitas ramificações, de diâmetro
bem menor, que, eventualmente, fazem contato direto com o músculo cardíaco em todas
as suas áreas. Portanto, um impulso que seja propagado pelas fibras de Purkinje é
conduzido com muita rapidez e diretamente para o músculo cardíaco. A principal
função do sistema de Purkinje é a de transmitir o impulso cardíaco com muita rapidez
pelos átrios e, após pequena pausa no nodo AV, também com muita rapidez pelos
ventrículos.
A condução rápida do impulso fará com que todas as porções de cada sincício de
músculo cardíaco – o sincício atrial e o sincício ventricular – contraiam ao mesmo
tempo, de modo a exercerem esforço coordenado de bombeamento. Se não fosse o
sistema de Purkinje, o impulso seria propagado, muito mais lentamente, pelo músculo
cardíaco, o que permitiria que algumas fibras musculares contraíssem muito antes das
outras e, também, relaxassem antes das outras. Obviamente, isso resultaria em
compressão reduzida do sangue e, por conseguinte, em eficácia diminuída do
bombeamento.
Após se ter originado no nodo SA, o impulso é propagado, primeiro pelos átrios,
provocando sua contração. Alguns poucos centésimos de segundo depois de ter saído do
nodo SA, o impulso atinge o nodo AV. Entretanto, esse nodo AV retarda o impulso por
outros poucos centésimos de segundo, antes de permitir sua passagem para os
ventrículos. Esse retardo permite que os átrios forcem a passagem de sangue para o
interior dos ventrículos, antes do início da contração ventricular. Após esse retardo, o
impulso é propagado com muita rapidez pelo Sistema de Purkinje dos ventrículos,
fazendo com que os dois ventrículos contraiam com força máxima dentro de poucos
centésimos de segundos.
O Nodo AV retarda o impulso cardíaco pelo seguinte mecanismo: as fibras
nesse nodo têm diâmetro muito pequeno, o que as torna diferentes das do restante do
sistema de Purkinje, transmitindo o impulso cardíaco muito lentamente, com velocidade
de cerca de um décimo da medida em fibras cardíacas normais e apenas 1/50 da medida
nas grandes fibras de Purkinje. Por conseguinte, o impulso cardíaco atravessa com a
32
velocidade de um caramujo, esse nodo, o que produz retardo de mais de 0.1 segundo
entre as contrações dos átrios e dos ventrículos.
Ocasionalmente, o impulso cardíaco é bloqueado em algum ponto de seu trajeto,
devido à lesão cardíaca. Por exemplo, uma parte do músculo cardíaco ou do Sistema de
Purkinje pode ser destruída e substituída por tecido fibroso, incapaz de transmitir o
impulso. A região do coração que contrai com maior frequência controla as demais,
enquanto houver fibras funcionais de condução entre as diversas áreas.
O eletrocardiograma é um instrumento muito utilizado para avaliação da
capacidade do coração para a transmissão do impulso cardíaco. Quando um impulso
percorre o coração, a corrente elétrica, gerada pelo potencial de ação do músculo
cardíaco, difunde pelos líquidos que banham o coração, e fração bastante diminuta dessa
corrente aflora à superfície do corpo. Quando são colocados eletrodos sobre a superfície
cutânea da região cardíaca ou sobre os dois lados do coração, como nos dois braços, e
ligando esses eletrólitos a sistema adequado de registro, as voltagens elétricas geradas
durante cada batimento cardíaco podem ser registradas.
No eletrocardiograma normal mostrado na figura 7-A, a pequena deflexão
marcada no registro como a letra “P” é causada pela voltagem produzida pela passagem
dos impulsos pelos átrios. As deflexões marcadas com as letras “Q”, “R” e “S” são
causadas pela passagem do impulso pelos ventrículos, enquanto a deflexão marcada
pela letra “T” é produzida pelo retorno do potencial de membrana das fibras musculares
ventriculares ao seu valor normal de repouso, ao término da contração.
Quando as anomalias cardíacas são causadas por doença, o eletrocardiograma
muitas vezes fica diferente do seu padrão normal. A figura 7-B mostra o que acontece
quando parte do músculo ventricular está lesada. Nesse registro o trecho do
eletrocardiograma entre as ondas S e T fica deprimido. Isso é o resultado de fluxo
anômalo de corrente elétrica no coração, no intervalo entre os batimentos cardíacos.
Indica lesão das membranas das fibras musculares ventriculares, o que ocorre com
muita frequência quando a pessoa sofre um ataque cardíaco agudo.
A figura mostra o que acontece quando um dos lados do coração fica mais
aumentado do que o outro. O registro exibe o aumento anormal da onda S e diminuição
da onda R, indicando maior fluxo de corrente no lado esquerdo do que no lado direito.
A pressão arterial elevada, muito frequentemente, causa esse tipo de eletrocardiograma,
devido à carga excessiva de pressão exercida sobre o ventrículo esquerdo.
33
FIGURA – ELETROCARDIOGRAMA NORMAL E EXPRESSÃO DE
DIVERSAS ANOMALIAS
34
A figura - D mostra o eletrocardiograma de pessoa portadora de sistema de
Purkinje com bloqueio parcial. Nesse exemplo, o impulso é transmitido por grande
parte da massa ventricular, por meio das fibras musculares cardíacas, de velocidade
lenta de condução, ao invés das fibras de Purkinje, com velocidade de condução
elevada, de modo que o complexo QRS dura por tempo muito maior e tem forma
anormal.
A figura - E mostra o efeito do bloqueio do impulso em nível do feixe AV. As
ondas P ocorrem com regularidade e as ondas QRS também ocorrem regularmente, mas
sem guardar qualquer relação temporal definida com as ondas P. Os átrios estão
contraindo com sua frequência natural de 72 batimentos/minuto, enquanto os
ventrículos assumiram a sua frequência natural: 38 batimentos/minuto.
Finalmente a figura - F, indicado por seta, de contração prematura do coração. A
única anormalidade desse registro é a de que o impulso ocorreu logo após o batimento
cardíaco anterior. Na maioria dos casos, isso é causado por coração irritável, como o
que ocorre por tabagismo excessivo, pela ingestão de grandes quantidades de café, ou
por falta de sono.
As quatro válvulas cardíacas do coração estão orientadas de tal modo que o
sangue nunca pode fluir para trás, mas unicamente, para frente, quando o coração
contrai. A válvula tricúspide impede o fluxo do sangue do ventrículo direito para o átrio
direito e a válvula mitral impede o refluxo do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo,
enquanto as válvulas pulmonar e aórtica, respectivamente, impedem o reflexo para os
ventrículos direito e esquerdo do sangue dos sistemas pulmonar e arterial sistêmico.
Essas válvulas exercem funções idênticas às das válvulas de qualquer bomba de
compressão, pois nenhuma bomba desse tipo pode funcionar se fluir líquido nos dois
sentidos. Quando se ausculta uma pessoa com um estetoscópio o batimento cardíaco é
marcado por dois sons. A primeira bulha cardíaca é causada pelo fechamento das
válvulas AV, quando o ventrículo contrai e a segunda bulha cardíaca é causada pelo
fechamento das válvulas aórticas e pulmonar ao término da contração.
Essa correlação é mostrada na figura 8, onde é apresentado um fonocardiograma
– que é o registro gráfico dos sons produzidos por um coração – de um coração normal.
Nessa figura, sístole define o período de batimento cardíaco em que os ventrículos estão
contraídos e diástole define o período em que os ventrículos estão relaxados.
35
FIGURA – FONOCARDIOGRAMA DO CORAÇÃO NORMAL E DE
CORAÇÕES COM DOENÇA VALVULAR AÓRTICA OU MITRAL
36
ainda mais altos, forçando quantidade adicional de sangue para o interior do ventrículo.
Então, subitamente o ventrículo contrai, a válvula mitral fecha e a pressão ventricular
aumenta rapidamente. Quando essa pressão ventricular atinge valor mais alto do que o
vigente na aorta, a válvula aórtica abre e o sangue flui para a aorta durante todo o
restante da sístole. Quando o ventrículo relaxa, a pressão ventricular diminui
precipitadamente, o que permite pequeno refluxo, que logo fecha a válvula aórtica.
FISIOPATOLOGIA
37
bombear o sangue para todos os órgãos do corpo por meio das artérias. No momento em
que o sangue é “empurrado” contra a parede dos vasos sanguíneos ocorre uma tensão
gerada na parede das artérias. Essa tensão denomina-se Pressão Arterial.
É possível afirmar que todo o processo que envolve a pressão arterial resulta da
contração do coração a cada batimento e da contração dos vasos quando o sangue passa.
A fisiopatologia da hipertensão arterial, bem como o surgimento das crises
hipertensivas se deve ao aumento abrupto da resistência vascular.
De acordo com Mussi (1995), quando a pressão arterial cai, ocorre vasodilatação
cerebral e se a pressão arterial sobe ocorre vasoconstrição. Quando a pressão arterial
média ultrapassa os valores limites da autorregulação o cérebro extrai mais oxigênio
para compensar a redução do fluxo cerebral. Em indivíduos normais a circulação
cerebral pode tolerar rápidas reduções da pressão arterial, porém em pacientes
hipertensos, idosos e portadores de doenças cerebrovasculares estes mecanismos
regulatórios têm respostas mais lentas às variações da pressão arterial.
Dessa forma, é recomendável no tratamento das crises hipertensivas a redução
da pressão arterial em torno de 20 a 25% dos valores iniciais em períodos de minutos ou
horas, dependendo da natureza da emergência. Além de todos estes fatores
fisiopatológicos que envolvem a hipertensão arterial, alguns eventos que surgem no
interior das artérias nos levam a entender melhor como ocorrem as sequelas desta
doença. Por exemplo, os vasos mais sensíveis não aguentam a forte pressão arterial
exercida e estouram, fato este que é causador do derrame.
Outro episódio nos mostra que a Hipertensão Arterial provoca feridas nas
paredes internas dos vasos, o que leva à formação de partículas que vão se colando até
“entupir” a passagem do sangue, desta forma levando a ocorrência de infartos e e
insuficiência renal.
FIGURA – PAREDE INTERNA DO VASO
38
Na manutenção adequada da pressão arterial é necessário que os mecanismos do
organismo humano mantenham-se com um fluxo sanguíneo adequado, conforme as
demandas do coração, rins, vasos, enzimas e íons que estão sob o controle do Sistema
Nervoso Central (SNC). Nossas necessidades corporais variam muito de acordo com as
influências internas e externas, por isso o controle da pressão arterial torna-se muito
complexo e sua manutenção uma tarefa bastante adaptativa.
O mecanismo que controla a constrição e o relaxamento dos vasos sanguíneos
está no centro vasomotor, situado na medula cerebral. Feixes nervosos simpáticos têm
origem nesse centro vasomotor e percorrem a medula espinhal, emergindo da medula
espinhal nos gânglios simpáticos do tórax e abdômen. A estimulação do centro
vasomotor põe em movimento impulsos motores que percorrem o sistema nervoso
simpático até os gânglios simpáticos. Nesse ponto, os neurônios pré-ganglionares
liberam acetilcolina, que estimula as fibras nervosas pós-ganglionares nos vasos
sanguíneos, onde a liberação da noradrenalina resulta em constrição dos vasos.
Várias influências como ansiedade e medo podem afetar a resposta dos vasos
sanguíneos a esses estímulos vasoconstritores. As pessoas com hipertensão são muito
sensíveis à noradrenalina, embora se desconheça realmente o porquê. Ao mesmo tempo
em que o sistema nervoso simpático estimula os vasos sanguíneos em resposta a
estímulos emocionais, a glândula adrenal é instigada, resultando em atividade
vasoconstritiva adicional. A medula adrenal secreta a adrenalina, que causa
vasoconstrição.
O córtex adrenal secreta cortisol e outros esteroides, os quais podem favorecer a
resposta vasoconstritora dos vasos sanguíneos. A vasoconstrição resulta em menor fluxo
de sangue ao rim, causando a liberação de renina. A renina leva à formação de
angiotensina I, a qual se converte em angiotensiogênio II, um poderoso vasoconstritor,
que, por sua vez, estimula a secreção de aldosterona pelo córtex adrenal. Esse hormônio
provoca retenção de água e sódio pelos túbulos renais, levando a um aumento do
volume intravascular. Todos esses fatores tendem a perpetuar o estado hipertensivo.
As alterações estruturais e funcionais no sistema vascular periférico são
responsáveis pelas alterações da pressão arterial que ocorre com a idade. Essas
alterações incluem a aterosclerose, perda da elasticidade do tecido conjuntivo e uma
diminuição do relaxamento do músculo liso vascular, que, por sua vez, reduzem a
capacidade de distensão e compressão dos vasos. Consequentemente, a aorta e as
grandes artérias ficam com menor capacidade de acomodar o volume de sangue
39
bombeado pelo coração (volume sistólico), resultando em uma diminuição do débito
cardíaco e um aumento da resistência periférica.
FIGURA – PRESSÃO ARTERIAL
Os cuidados com a Hipertensão Arterial devem ser intensos, para desta forma
40
evitar as possíveis consequências e sequelas. O que deve preocupar o profissional de
enfermagem é principalmente o que a Hipertensão Arterial pode causar se não for
controlada, ou seja, fazer com que o próprio paciente entenda o risco que corre com esta
doença.
Hipertensão Secundária
41
QUADRO – CLASSIFICAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO
42
proporcionar um tratamento eficiente e eficaz.
Sem fator de risco Sem risco adicional Risco baixo Risco médio Risco alto
1 a 2 fatores de risco Risco baixo Risco Risco médio Risco médio Riscomuito alto
baixo
3 ou mais fatores de Risco médio Risco alto Risco alto Risco alto Risco muito
risco ou lesão de alto
órgãos-alvo ou
Diabetes Mellitus
Doença cardiovascular Risco alto Risco Risco muito Risco muito Risco muito
muito alto alto alto alto
43
QUADRO – CLASSIFICAÇÃO HIPERTENSÃO ARTERIAL APÓS VII JCN
Nível da Pressão Arterial Classificação
FATORES DE RISCO
Apesar dos vários malefícios causados pela Hipertensão Arterial, esta doença
enquanto problema de Saúde Pública ainda é pouco valorizada pelas pessoas que
convivem diariamente com seus efeitos. O que leva a esse descaso é o fato da
Hipertensão quase sempre não apresentar sintomas, o que muitas vezes dificultar o
tratamento. A maioria das pessoas que tem Hipertensão Arterial herda a doença dos
pais, pois se sabe que quem tem pai e mãe com hipertensão tem maior chance de
apresentar a doença.
A história e o exame físico do paciente hipertenso, segundo Bolner (2006),
devem ser obtidos de forma completa, dando relevante importância aos fatores de risco
tais como:
44
de reeducação alimentar. A Sociedade Brasileira de Cardiologia sugere que o Índice de
Massa Corporal sempre seja aferido, para uma adequada relação entre o peso para a
faixa etária do paciente. Dessa forma, a meta é manter um IMC entre 20 Kg/m² e 25
kg/m² para se evitar que o sobrepeso seja fator desencadeante da pressão arterial.
IMC: peso/altura²
45
• Tabagismo: Eleva agudamente a pressão arterial e favorece o
desenvolvimento e as complicações da aterosclerose. Sua interrupção reduz o risco de
acidente vascular encefálico, de doença isquêmica do coração e de doença vascular
arterial periférica, além de evitar seus outros efeitos deletérios. A exposição ao fumo
(tabagismo passivo) também deve ser evitada. O tabagismo é grande risco para os
pacientes com hipertensão, pois a nicotina aumenta consideravelmente a pressão
arterial, sendo também um fator de risco para as doenças cardiovasculares.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O exame físico pode não revelar anormalidade alguma, a não ser a elevação da
pressão arterial, mas podem ser observadas alterações na retina, como hemorragias,
exsudato (acúmulo de líquido), arteríolas estreitadas e, nos casos graves, edema de
papila (edema do disco óptico). As pessoas com hipertensão arterial podem estar
assintomáticas e assim permanecer por muitos anos. Os sintomas, quando ocorrem,
geralmente indicam lesões vasculares, com manifestações específicas relacionadas com
46
os sistemas orgânicos servidos pelos vasos envolvidos.
A doença arterial coronária com angina é a sequela mais frequente em
indivíduos hipertensos. A hipertrofia ventricular esquerda ocorre em resposta a uma
maior carga de trabalho imposta ao ventrículo, à medida que ele é obrigado a se contrair
de encontro a pressões sistêmicas mais altas. Quando o coração não consegue mais
suportar a sobrecarga de trabalho, sobrevém a insuficiência cardíaca. As alterações
patológicas nos rins podem se manifestar sob a forma de nictúria (micção aumentada
durante a noite) e azotemia (aumento da ureia e da creatinina séricas).
O envolvimento vascular cerebral pode produzir um acidente vascular cerebral
ou ataque isquêmico transitório, manifestado por paralisia temporária de um lado
(hemiplegia) ou alterações na visão. Os infartos cerebrais são responsáveis por 80% dos
acidentes vasculares cerebrais e ataques isquêmicos nas pessoas hipertensas.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
47
avaliação médica, que inclui o pedido de exames laboratoriais e demais intervenções
aplicadas ao protocolo de atendimento deste tipo de paciente.
técnico de enfermagem tem papel fundamental na mensuração da pressão
arterial, uma vez que ao realizá-la poderá estar detectando um paciente hipertenso. É
essencial também que, ao realizar a aferição da pressão arterial, o técnico tenha presente
o questionamento sobre os fatores de risco, estudados anteriormente, desta forma terá
mais subsídios para sua conduta e encaminhamentos.
TRATAMENTO
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou não, isso vai depender dos
níveis da pressão arterial, do comprometimento ou não de determinados órgãos e da
presença de outras doenças. A hipertensão não tem cura, mas pode e deve ser tratada,
seguindo as orientações de seu médico e modificando alguns hábitos de vida e
alimentares, o portador evitará todos os problemas da pressão arterial, levando uma vida
normal e saudável.
A terapêutica não medicamentosa da Hipertensão Arterial é realizada por meio
de algumas mudanças no estilo de vida do paciente, entre elas estão a redução de peso,
moderação na ingestão de álcool, manutenção adequada da atividade física, moderação
na ingestão de sódio, manutenção da ingestão de k (potássio) e além de tudo isso evitar
o tabagismo. Conforme Bolner (2006) existem fatores efetivos, comprovados em
pesquisas, mas ainda desconhecidos de que a suplementação de cálcio e a
suplementação de magnésio reduzem levemente a pressão arterial.
O tratamento medicamentoso é indicado pelo médico quando as medidas não
farmacológicas não são suficientes para o controle da pressão arterial. Nos pacientes
com hipertensão em fase I e imediatamente após o diagnóstico nos pacientes com alto
risco cardiovascular ou hipertensão em fase II, qualquer que seja o subgrupo de risco.
Em qualquer caso o tratamento não farmacológico sempre deve ser mantido.
São drogas de primeira linha para o tratamento da Hipertensão Arterial
Sistêmica, todas com resultado benéfico comprovado em vários trabalhos na prevenção
de complicações cardiovasculares: os diuréticos tiazídicos, os bloqueadores dos canais
de cálcio, os betabloqueadores e os inibidores da enzima conversora da angiotensina e
os bloqueadores AT1.
De todas essas o diurético tiazídico tem demonstrado o melhor resultado no
48
prognóstico cardiovascular, sendo também promotor de melhor resposta anti-
hipertensiva em regimes com várias drogas. Assim, isoladamente ou em combinação é a
melhor droga como primeira opção. Algumas situações clínicas específicas indicam o
uso de determinada droga anti-hipertensiva para uso inicial isolado ou combinado,
devido ao comprovado benefício da droga em relação àquela doença. Quem avalia e
prescreve o medicamento anti-hipertensivo é o médico.
A V Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial descreve as importantes
características do medicamento anti-hipertensivo, como forma de estimular a adesão do
paciente ao tratamento, são elas:
• Ser eficaz por via oral;
• Ser bem tolerado;
• Permitir a administração em menor número possível de tomadas, com
preferência para dose única diária;
• Ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas para cada situação
clínica, podendo ser aumentada gradativamente, pois quanto maior a dose, maiores
serão as probabilidades de efeitos adversos;
• Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações
adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou interação química dos
compostos;
• Ser considerado em associação para os pacientes com hipertensão em
estágios 2 e 3, que na maioria das vezes não respondem à monoterapia;
• Ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas, salvo em situações
especiais, para aumento de dose, substituição da monoterapia ou mudança das
associações em uso.
49
tomar as medicações em casa, conforme descrito na prescrição do médico assistente.
Outro fator a ser lembrado nas ações básicas de saúde com relação ao tratamento
da hipertensão é o programa HIPERDIA. As Unidades Básicas de Saúde devem ter
suporte para a manutenção deste programa, que é fundamental para a avaliação
constante do portador da hipertensão. O HIPERDIA, além do cadastro e fornecimento
dos dados sobre cada hipertenso, é uma forma do profissional ter atualizado os dados
dos pacientes e desta forma realizar uma boa avaliação no momento das pré-consultas,
em que são realizadas medições de peso, altura, verificação da pressão arterial,
orientações, bem como o relato de cada paciente.
Todas essas informações são lançadas mensalmente no programa informatizado.
Dessa forma, o profissional da atenção básica exerce papel importante no tratamento da
hipertensão, orientando e conscientizando o hipertenso de que embora não haja cura, o
controle adequado da pressão arterial é essencial na prevenção de futuras consequências
desta doença.
CRISE HIPERTENSIVA
51
motivos, pela ação de diuréticos de alça – como a furosemida – pode estar associada a
elevações abruptas de pressão arterial e à lesão endotelial dos quadros de emergência
hipertensiva.
Uma vez iniciado o processo lesivo vascular, surge um ciclo vicioso com
secreção de substâncias vasoconstritoras e vasotóxicas, como o TNFa, que perpetuam o
processo.
52
FIGURA – CURVA DE AUTORREGULAÇÃO CEREBRAL DE PACIENTES
HIPERTENSOS
55
enfermagem na administração desta medicação são:
• Preparo e diluição da medicação conforme padronização e/ou prescrição
médica (geralmente é diluído em 250 ml de solução fisiológica ou glicose 5%);
• Controle rigoroso de gotejamento, instalar preferencialmente em bomba de
infusão e verificar continuamente a infusão correta do medicamento;
• Controle da pressão arterial do paciente (algumas bibliografias indicam
controle a cada cinco minutos, outras a cada 15 a 30 minutos. É importante seguir as
orientações do enfermeiro na observação e aferição da pressão arterial, uma vez que nas
primeiras horas de infusão da medicação será necessária a verificação em intervalos
menores e/ou conforme a apresentação de sinais e sintomas no paciente); o mais
indicado é que o paciente esteja monitorizado com monitor multiparâmetros, que
verifica constantemente o pulso, pressão arterial e oximetria;
Observação: todos os sinais e resultados obtidos devem obrigatoriamente ser
anotados no prontuário do paciente, bem como os horários de instalação da medicação e
possíveis mudanças em gotejamentos, conforme a orientação médica.
• Seguir a prescrição do enfermeiro frente aos demais cuidados específicos
prestados a este paciente.
• Segundo Andrade (2009), os efeitos colaterais produzidos pela infusão do
nitroprussiato de sódio melhoram com a diminuição do gotejamento ou quando o
paciente é mantido em decúbito horizontal.
56
exames diagnósticos.
Os principais cuidados de enfermagem ao paciente hipertenso são:
• Monitorização da Pressão Arterial: a monitorização da
pressão arterial é dirigida aos pacientes já hipertensos e à população saudável. A
monitorização de PA em pacientes hipertensos deve ser feita em intervalos rotineiros e
frequentes, programados junto com o paciente e diante da necessidade deste. Os
pacientes que possuem o diagnóstico de hipertensão ou aqueles em grupo de risco e/ou
avaliados como pré-hipertensos devem possuir uma carteira de controle de
acompanhamento ou mapa de avaliação, onde é anotado o dia, horário, resultado da
pressão arterial e assinatura do profissional que realizou a verificação.
Para os pacientes em uso de medicamentos anti-hipertensivos, é de suma
importância a verificação da pressão arterial no intuito de identificar a eficiência dos
medicamentos frente à patologia. Os pacientes hipertensos hospitalizados, igualmente,
devem ser monitorizados conforme a necessidade e rotina institucional e medicados de
acordo com a prescrição médica. Smeltzer e Bare (2006) enfatizam que, uma vez
identificada, a pressão arterial elevada deve ser monitorada a intervalos regulares,
porque a hipertensão é uma condição para o resto da vida.
Tendo como meta do tratamento evitar a morte e as complicações ao atingir e
manter a pressão arterial mais baixa que 140/90 mmHg.
• Monitorização dos Sinais e Sintomas: a enfermagem deve investigar
sinais e/ou sintomas que possam indicar lesão de outros órgãos, desta forma é sempre
importante manter um diálogo com o paciente e questionar sobre: sangramentos nasais,
dor anginosa, falta de ar, alterações na visão, vertigens, dores de cabeça ou nictúria;
• Monitorização dos Pulsos: indica-se que sempre ao monitorizar a pressão
arterial do paciente também seja incluída a verificação dos pulsos apical e periférico
(frequência, ritmo e características) para com isso detectar possíveis efeitos da
hipertensão sobre o coração e vasos periféricos;
• Educação do paciente para o autocuidado: o objetivo do tratamento da
hipertensão é a manutenção de uma pressão arterial adequada que não cause danos para
o paciente, a colaboração da enfermagem frente a este cuidado deve ser de baixo custo e
alto benefício. O tratamento inclui ações de mudança nos estilos de vida e nos casos em
que o médico prescreve o uso de medicações, desta forma, o próprio paciente torna-se
responsável por estas mudanças e a enfermagem tem a função de realizar a orientação e
57
acompanhamento frente a estas novas adaptações, por esta razão é um sistema de
educação continuada e de estímulo ao autocuidado.
A adesão ao tratamento pode ser caracterizada como o grau em que o
comportamento do indivíduo, em termos de tomar o medicamento, seguir a dieta,
realizar mudanças no estilo de vida e comparecer às consultas de acompanhamento,
coincide com o conselho médico ou de saúde. Vários fatores podem dificultar a adesão
do paciente: doença, tratamento, aspectos socioeconômicos, ocupação, estado civil,
religião, crenças de saúde, família, hábitos de vida e culturais devem ser considerados
(SARMENTO, 2004).
Algumas das estratégias utilizadas para este fim é a reunião em grupos de
hipertensos para que os mesmos troquem informações sobre suas dificuldades frente às
mudanças, muitas vezes, penosas, mas necessárias. A família deve ser envolvida e
estimulada juntamente com o paciente para que se torne capaz de oferecer apoio aos
esforços do paciente em controlar a hipertensão. O posicionamento e apoio da família
são de fundamental importância às mudanças os hábitos de vida do hipertenso, pois
ações como fazer atividades físicas, seguir dieta adequada e tomar medicamentos na
hora e na dosagem certa, talvez venham a requerer apoio e supervisão dos familiares.
Além disso, quando temos um hipertenso na família, todos os outros membros
devem se preparar para colocar em prática medidas de vida saudável precocemente, pois
a chance de também desenvolver hipertensão arterial é muito grande (SARMENTO,
2004; ORQUIZA, 2007). Sabe-se que toda mudança requer um processo educativo e
esse se dá de uma forma lenta e deve ser contínuo. Assim, as ações desenvolvidas pelos
profissionais que trabalham com esses pacientes devem atender às necessidades de cada
um, à medida que se tenta manter o tratamento por longo período (ALMEIDA, 2004).
• Monitorização no uso de medicamentos: nos programas de saúde pública
de atenção a pacientes hipertensos as medicações protocoladas são distribuídas
gratuitamente ao paciente que faz uso contínuo, o profissional de enfermagem neste
aspecto realiza juntamente com o farmacêutico o controle adequado das medicações
distribuídas para o paciente, bem como a periodicidade de retirada de tais
medicamentos, geralmente realizando uma anotação da quantidade do medicamento que
está sendo entregue ao paciente e a data de entrega, desta forma é possível monitorar a
correta administração do medicamento em domicílio.
Outra questão é o aparecimento de sinais ou sintomas que podem estar
associados ao uso da medicação anti-hipertensiva, como por exemplo, tonteira ou
58
zonzeira ao ficar em pé; todas essas informações devem sempre ser registradas para que
exista uma comunicação eficiente entre os profissionais que prestam atenção à saúde do
paciente, tanto nos hospitais quanto em tratamentos ambulatoriais. Para a
implementação de ações, o profissional deve procurar conhecer a história do paciente
individualmente, de forma a elaborar estratégias que possam contribuir para adesão ao
tratamento medicamentoso e não medicamentoso (SOUZA, 2003).
• Monitorização das complicações potenciais: A elevação prolongada da
pressão arterial lesiona os vasos sanguíneos por todo o corpo, principalmente em
órgãos-alvo, como o coração, rins, cérebro e olhos, além de provocar espessamento e
perda de elasticidade das paredes arteriais e aumento da resistência vascular
periférica nos vasos acometidos. As consequências usuais da hipertensão descontrolada
prolongada são o infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e renal, acidentes
vasculares cerebrais e visão prejudicada.
O ventrículo esquerdo do coração pode ficar aumentado (hipertrofia ventricular
esquerda), à medida que age para bombear o sangue contra a pressão elevada (POTTER
& PERRY, 2001; SMELTZER E BARE, 2006). Os sintomas de que a doença está
progredindo e envolvendo outros sistemas orgânicos devem ser detectados
precocemente, de modo que o programa de tratamento possa ser alterado de acordo.
Quando o paciente retorna ao ambulatório para acompanhamento, todos os sistemas
orgânicos devem ser avaliados para detectar qualquer indício de lesão vascular em
órgãos vitais.
O exame dos olhos é particularmente importante porque a lesão vascular na
retina indica alteração similar em outro local do sistema vascular. O paciente deve ser
inquirido acerca de embaçamento visual, manchas diante dos olhos e diminuição da
acuidade visual. O coração, sistema nervoso e rins necessariamente também devem ser
avaliados. Oliveira (2004) enfatiza que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) somente
passa a provocar sintomas quando os órgãos-alvo começam a não mais suportar as
alterações que sofreram para se adaptar aos níveis tensionais elevados.
Entretanto, tais alterações não são precoces, surgem geralmente após mais de 10
anos de presença da doença, por meio de complicações graves, fato justificado pela
evolução assintomática que a HAS apresenta. Infere ainda o autor que se deve ter como
objetivo uma conduta preventiva que pode ser obtida mediante o diagnóstico precoce e
o tratamento da HAS. Quaisquer achados significativos devem ser imediatamente
notificados para a necessidade de estudos diagnósticos adicionais. Com base nos
59
achados, os medicamentos podem ser mudados em uma tentativa de controlar a
hipertensão. Segundo Potter (2002), a anamnese do paciente é essencial no momento da
avaliação, ou seja, observar o paciente de forma completa irá facilitar a compreensão e
identificação de riscos.
• Verificação do peso e altura: Importante mensuração que a enfermagem
contribui realizando para que se possa estimar o IMC do paciente e, assim, acompanhar
o ganho e perda de massa muscular individualmente, como fator relevante na atenção
primária e secundária do indivíduo hipertenso.
• Cuidados Hospitalares: além de todos os cuidados citados anteriormente é
importante que ao paciente hospitalizado sejam realizados os seguintes cuidados:
questionamento sobre a medicação domiciliar de uso contínuo ou não, no momento da
internação, antes da realização de exames diagnósticos, incluindo os contrastados, antes
da realização de atos cirúrgicos; monitorização da pressão arterial: conforme a
preconização e rotina da instituição frente à verificação dos sinais vitais do paciente, e
principalmente em intervalos menores naqueles pacientes que fazem uso endovenoso de
medicação anti-hipertensiva, gestantes, emergências hipertensivas e pré-operatórios;
• Participar em Treinamentos e Capacitação: a enfermagem tem o dever
de estar constantemente atualizada frente às mudanças e implementações que surgem na
ciência, desta forma, o técnico de enfermagem participa de capacitações tanto em nível
de saúde pública como hospitalar, para garantir técnicas e condutas adequadas e de
qualidade ao paciente.
• Realizar uma aferição de pressão arterial de forma isenta de riscos.
60
FIGURA - ESFIGMOMANÔMETRO
são:
• Estetoscópio - Existem vários modelos, porém os principais
componentes
• Olivas auriculares: são pequenas peças cônicas que proporcionam uma
perfeita adaptação ao meato auditivo, de modo a criar um sistema fechado entre o
ouvido e o aparelho.
• Armação metálica: põe em comunicação as peças auriculares com o
sistema flexível de borracha; é provida de mola que permite um perfeito ajuste do
aparelho.
• Tubos de borracha: possuem diâmetro de 0,3 a 0,5 cm e comprimento de
25 a 30 cm.
• Receptores: existem dois tipos fundamentais: o de campânula de 2,5 cm,
que é mais sensível aos sons de menor frequência e o diafragma, que dispõe de uma
membrana semirrígida com diâmetro de 3 a 3,5 cm, utilizado para ausculta em geral.
FIGURA - ESTETOSCÓPIO
61
http://medicast.blogspot.com.br/2007_10_01_archive.html> PROCEDIMENTO
DA MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
62
1. Medir a circunferência do braço do paciente;
2. Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço;
3. Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a
3 cm.
www.portalangels.com
63
www.mundoeducacao.com.br
64
Denominação do Circunferência do Bolsa de Borracha (cm)
Manguito Braço (cm) Largura Comprimento
Recém-nascido < ou = 10 48
Criança 11 a 15 6 12
Infantil 16 a 22 9 18
Adulto Pequeno 20 a 26 10 17
Adulto 27 a 34 12 23
Adulto Grande 35 a 45 16 32
65
FATORES DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL
66
NOTAS COMPLEMENTARES
67
inadequados e efeito autônomo insuficiente sobre a constrição vascular.
Terminologia empregada na conduta técnica:
Toda a Equipe de Enfermagem tem papel fundamental nas ações educativas bem
como preventivas, que devem ser realizadas constantemente com os pacientes
hipertensos. Além do comparecimento nas pré-consultas para avaliação médica mensal,
a equipe participa de forma periódica em grupos com estes pacientes, que normalmente
são realizados em suas comunidades, onde são feitas palestras, avaliação da pressão
arterial, peso, altura, entre outros. A educação e as formas de demonstração ao paciente
hipertenso sobre a doença, suas complicações, seus riscos, são uma constante nas
Unidades Básicas de Saúde.
O paciente e sua família são os principais atores desse controle e o técnico de
enfermagem é um facilitador das mudanças necessárias para a manutenção dos níveis
adequados da pressão arterial. O papel de educador torna-se fundamental no
desempenho de toda a equipe de saúde, principalmente na orientação ao paciente e seus
familiares quanto à importância na mudança dos hábitos de vida, para assim controlar os
fatores de risco modificáveis, tais como: estresse, glicose e colesterol alto,
sedentarismo, obesidade, consumo de álcool, fumo, drogas ilícitas e o consumo
excessivo de sal.
Observa-se que os programas educacionais e de assistência ao hipertenso têm
obtido resultados satisfatórios, o que possibilita um controle adequado em nível de
atenção básica, entretanto muitos pacientes ainda não foram diagnosticados e por outro
lado alguns seguem estilos de vida que os tornam susceptíveis à hipertensão.
Então, mais do que nunca o papel educativo da enfermagem se faz necessário
68
principalmente na mudança do estilo de vida de toda a população que, incluindo hábitos
mais saudáveis, estarão saindo do grupo de risco tanto de adquirir a hipertensão como
de evitar as complicações que esta patologia pode ocasionar.
69
Verificar a quantidade de sal nos rótulos dos
alimentos. Reduzir o consumo do mesmo nos alimentos.
Praticar esportes. O médico irá adaptar o tipo de esporte que cada paciente
poderá desenvolver.
70
Saber se é diabético. Normalmente pacientes hipertensos tendem a desenvolver
diabetes com o passar dos anos. Esse episódio pode ocorrer ao contrário, ou seja,
diabéticos tornarem-se hipertensos. Por isso, a avaliação constante das condições de
saúde com exames periódicos é fundamental.
Evitar o estresse, esse causa danos muitas vezes complicados para o paciente
hipertenso, pois gera alguns riscos que a hipertensão pode causar, como por exemplo, o
infarto.
71
HIPERTENSÃO ARTERIAL NA GRAVIDEZ
72
4. Hipertensão Gestacional: define situações em que ocorre elevação da
pressão arterial durante a gravidez, ou nas primeiras 24 horas após o parto, sem outros
sinais de pré-eclâmpsia ou hipertensão preexistentes. Esta condição parece ser preditiva
do desenvolvimento posterior de hipertensão essencial e tende a ocorrer em gestações
subsequentes.
74
• Registrar ingesta e eliminações para balanço hídrico da paciente;
• Monitorizar pressão arterial, pulso, temperatura, respiração de 2/2 horas ou
conforme a prescrição do enfermeiro;
• Controle de Batimentos Cardiofetais: conforme prescrição do enfermeiro
e/ou obstetra.
DIABETES MELLITUS
76
betas, responsáveis pela produção de insulina, e as células alfa, que produzem o
glucagon. Ambos os hormônios são responsáveis pela manutenção de níveis ideais de
glicose no sangue, ambos com efeitos contrários, diminuindo e aumentando
respectivamente os valores da glicose no sangue.
O controle glicêmico no sangue se faz da seguinte maneira: após a alimentação
os níveis de glicose aumentam, neste momento o pâncreas secreta a insulina para manter
os níveis de glicose ideais; a insulina desloca a glicose do sangue para os tecidos das
células que compõem o corpo humano ou armazenam a glicose nas células-alvo do
fígado na forma de glicogênio, baixando com isso a glicemia.
Por outro lado, quando se permanece muito tempo sem comer os níveis de
glicose do sangue ficam baixos, menos que o aceitável, assim o pâncreas em condições
normais passa a produzir e secretar glucagon, estimulando a glicogênese (quebra do
glicogênio, aumentando a taxa de glicemia) e transportando glicose no sangue.
Quaisquer situações anormais na secreção da insulina nos efeitos da insulina no
organismo provocam a hiperglicemia, índices maiores que os permitidos de glicose no
sangue circulante, constituindo-se na Diabetes Mellitus.
77
carreador é utilizado repetidamente para o transporte de quantidades adicionais de
glicose. Esse tipo de transporte chama-se difusão facilitada. Isso significa que a
combinação da glicose com o carreador torna mais fácil a difusão da glicose por meio
da membrana. Entretanto, esse transporte jamais fará com que a concentração de glicose
no interior da célula fique maior que o exterior.
O efeito da insulina sobre o transporte de glicose é o de ativar o mecanismo de
difusão facilitada. Dentro de período de segundos a minutos após a combinação da
insulina com a membrana celular, a intensidade da difusão da glicose para o interior
celular aumenta de 15 a 20 vezes, o que sugere uma ação direta da insulina, seja sobre a
própria membrana celular ou sobre o sistema de transporte da glicose.
O transporte de glicose para o interior das células hepáticas depende de
mecanismo diferente. A membrana celular do fígado é tão permeável que a glicose
pode, com toda a facilidade, difundir-se por meio dela, mesmo na ausência da difusão
facilitada. Contudo, a glicose pode difundir-se nos dois sentidos, tanto para dentro como
para fora das células. Mas, na presença de insulina, várias enzimas das células
hepáticas são ativadas, o que promove o encarceramento da glicose no interior dessas
células.
Essas enzimas são as glicoquinase, que faz com que a glicose reaja com o íon
fosfato, e o glicogênio sintetase, que faz com que grande número de moléculas de
glicose reaja entre si para formar o glicogênio, o polímero da glicose de alto peso
molecular. Na falta da insulina esse mecanismo de encarceramento cessa e outra
enzima, a fosforilase, fica ativada e despolimeriza o glicogênio de volta à glicose, o que
permite sua saída da célula.
Quando a concentração de glicose fica acima do normal, o pâncreas secreta
quantidades maiores de insulina que, por sua vez, promove o transporte rápido de
glicose para o interior das células e a torna disponível para as funções celulares.
Portanto, um dos efeitos óbvios da insulina é a de provocar a rápida utilização da
glicose para energia, pela maioria das células do corpo. Após uma refeição, quando
existe excesso de glicose e insulina, a glicose é muitas vezes transportada para o interior
das células hepáticas e musculares em quantidades muito maiores que as que podem ser
utilizadas para energia.
Como resultado, uma grande parte dessa glicose fica armazenada sob a forma de
glicogênio: a concentração do glicogênio nas células hepáticas pode, por vezes, atingir
até 5 a 6% e, nas células musculares, mais de 1%. Durante os períodos de intervalos
78
durante as refeições, as células musculares reconvertem o glicogênio de volta à glicose,
usando-a para energia. Por outro lado, nas células hepáticas a enzima fosforilase fica
ativada e despolimeriza o glicogênio de volta a glicose, liberando essa glicose para o
sangue circulante, por onde é levada a todas as regiões do corpo onde for necessária.
Desse modo, o fígado é um dos depósitos temporários de glicose de maior importância.
Após os depósitos hepático e muscular de glicose terem sido preenchidos, toda a
glicose remanescente que ainda não pode ser usada de forma imediata é armazenada
como gordura, nos depósitos de gordura. Cerca de nove décimos dessa gordura são
sintetizados no fígado a partir do grande excesso de glicose que é transportada para
essas células, sob a influência da insulina. Em seguida, essa gordura é liberada para o
sangue, sob a forma de lipoproteínas e transportadas para as células gordurosas
(adiposas) no tecido gorduroso.
Além disso, outro décimo dessa gordura de depósito é sintetizado nas próprias
células gordurosas. A insulina promove o transporte de glicose para essas células de
modo idêntico ao das outras células do corpo. Em resumo, o efeito da insulina sobre o
metabolismo da glicose é o de aumentar sua utilização para energia ou o de fazer com
que a glicose fique armazenada sob a forma de glicogênio ou sob a forma de gordura.
Em presença de grandes quantidades de insulina, o rápido transporte de insulina
para o interior das células em todo o corpo diminui sua concentração sanguínea. De
modo inverso, a falta de insulina faz com que a glicose fique retida no sangue, ao invés
de penetrar nas células. A falta completa de insulina, usualmente produz um aumento da
concentração sanguínea de glicose, desde o valor maior 90 mg para cada 100 ml, até
valores da ordem de 350 mg para 100 ml. Por outro lado, um aumento acentuado da
insulina pode reduzir a glicose sanguínea até aproximadamente 25 mg por 100 ml, isto
é, um quarto do normal.
O efeito da insulina sobre o metabolismo das gorduras é quase que exatamente o
oposto do que exerce sobre o metabolismo da glicose. Isto é, insulina inibe de modo
acentuado, quase em todos os aspectos o metabolismo da glicose, como foi descrito
acima. A insulina dificulta o metabolismo das gorduras por dois meios:
Primeiro, quando a glicose está presente em excesso no interior das células.
Essas células demonstram preferência para a utilização da glicose em lugar da gordura
para o metabolismo, devido à natureza dos sistemas enzimáticos intracelulares. Como
resultado, a intensidade da degradação dos ácidos graxos fica muito diminuída.
Segundo, antes que a gordura que foi depositada nas células gordurosas possa
79
ser utilizada para energia, deve ser liberada das células. O mecanismo dessa liberação é
para que uma enzima, presente nas próprias células gordurosas, chamada de lípase
hormônio-sensível, desdobre os ácidos graxos das gorduras armazenadas que difundem
para o sangue.
Contudo, a insulina inibe a lípase hormônio-sensível, de modo que, uma vez que
a gordura tenha sido depositada nas células gordurosas, ela não será liberada enquanto
existir insulina em quantidades suficientes para inibir a lípase hormônio- sensível.
Dessa forma, em presença de insulina, a gordura fica relativamente impossível de ser
utilizada para o metabolismo, enquanto que a disponibilidade de glicose fica muito
aumentada.
Na falta de insulina, em termos essenciais, todas as fases do metabolismo das
gorduras ficam muito aceleradas. Primeiro, a lípase hormônio sensível das células
gordurosas fica fortemente ativada e grandes quantidades de ácidos graxos são liberadas
para o sangue. Segundo, esses ácidos graxos ficam facilmente disponíveis para as
células de todo o corpo, e muitos deles são usados, de modo quase que imediato, para
energia, em especial, pelas células musculares. Terceiro, grande proporção de ácidos
graxos é transportada para o fígado, onde são convertidos em triglicerídeos,
fosfolipídeos e colesterol.
Quarto, o metabolismo muito rápido dos ácidos graxos no fígado provoca a
formação de quantidades muito grandes de ácidos acetoacético, que é liberado, logo em
seguida, para o sangue. Boa parte desse ácido é utilizada pelas células para energia, mas
parte permanece no sangue e pode ocasionar acidose generalizada grave, muitas vezes
levando ao coma acidótico e até a morte, que são os efeitos mais penosos do diabetes.
Há um aumento rápido dos ácidos graxos no sangue, quando ocorrer falta
abrupta de insulina, como que ocorre por remoção do pâncreas. Deve, também, ser
notado o aumento progressivo do ácido acetoacético sanguíneo, resultado de um
metabolismo de gorduras excessivo e prolongado, além do acúmulo muito acentuado da
glicose sanguínea, devido a não utilização celular de glicídios.
A insulina é quase tão potente como o hormônio do crescimento em fazer com
que ocorra deposição de proteínas nas células. Isso resulta de seus efeitos, tanto diretos
como indiretos, sobre o metabolismo das proteínas. Os efeitos diretos da insulina sobre
o metabolismo das proteínas são de três tipos:
80
por meio da membrana celular, o que aumenta as quantidades disponíveis de
aminoácidos para a síntese celular de proteínas.
2. A insulina aumenta a formação de ARN nas células;
3. A insulina aumenta a formação de proteínas pelos ribossomos;
81
EFEITOS DO GLUCAGON NO ORGANISMO
82
períodos de destruição, pois ambos agem no sentido de baixar a glicose sanguínea.
Uma função especialmente importante do glucagon é a de manter a concentração de
glicose alta o suficiente para o funcionamento normal dos neurônios cerebrais e,
portanto, para impedir as convulsões e o coma hiperglicêmico.
83
hiperinsulinismo pode ocorrer, na maioria das vezes, como resultado do tratamento
exagerado de pessoa diabética com insulina ou de secreção muito aumentada de insulina
por tumor de ilhota pancreática. Nos dois casos, a consequência é uma concentração
sanguínea muito baixa de glicose. Por sua vez, isso causa, inicialmente,
hiperexcitabilidade cerebral, e depois coma. Os neurônios cerebrais exigem um
suprimento constante de glicose por não poderem utilizar quantidades significativas de
gorduras ou de proteínas para a energia.
Ainda mais, a intensidade da captação de glicose pelos neurônios,
diferentemente do que acontece com as outras células, é dependente, em sua maior
parte, da concentração sanguínea de glicose, e não no teor disponível de insulina.
Sempre que há excesso de insulina, a glicose sanguínea fica muito diminuída e os
neurônios não recebem mais a quantidade de glicose necessária ao seu metabolismo.
Isso faz com que fiquem primeiro, muito excitados, e, em seguida, deprimidos.
Na fase de excitação podem ocorrer convulsões, mas na fase de depressão, a
pessoa entra em coma, muito semelhante a que ocorre no diabetes não tratado. Na
verdade, por vezes, é muito difícil o diagnóstico da causa do coma em um diabético.
Pode ser o resultado da secreção insuficiente de insulina, como acontece no coma
diabético, ou do tratamento com insulina em demasia, quando a causa do coma passa a
ser hiperinsulinismo.
84
metabolismo das gorduras pelo dos carboidratos; a administração venosa de soluções
alcalinas também pode ser muito benéfica na neutralização da acidose.
TIPOS DE DIABETES
DIABETES TIPO 1
85
identificaram a presença de um gene que poderiam predispor a pessoa à doença.
Entretanto, em algumas pessoas portadoras do Diabetes Tipo 1 este mesmo gene não foi
encontrado; estuda-se ainda a possibilidade de ser uma causa própria do organismo ou
causa externa. A maioria das pessoas acometidas por este tipo de Diabetes possui menos
de 35 anos de idade. Esses pacientes necessitam receber insulina continuamente para
auxiliar o metabolismo dos açucares no organismo, permitindo a formação de energia.
Sintomas identificados neste no Diabetes Tipo 1:
• Vontade de urinar diversas vezes;
• Fome frequente;
• Sede constante;
• Perda de Peso;
• Fraqueza;
• Fadiga;
• Nervosismo;
• Mudanças de Humor;
• Náuseas;
• Vômitos.
DIABETES TIPO 2
86
O Ministério da Saúde (2006) define o Diabetes Tipo 2 como um termo usado
para designar uma deficiência relativa de insulina. A administração de insulina nesses
casos, quando efetuada, não visa evitar cetoacidose, mas alcançar controle do quadro
hiperglicêmico. A cetoacidose é rara e, quando presente, é acompanhada de infecção ou
estresse muito grave.
O Diabetes Tipo 2 está mais associado ao fator hereditário do que o Diabetes
Tipo 1, e existe uma grande relação entre o sedentarismo e a obesidade e o
aparecimento da doença. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, 60 a 90% de
pacientes com Diabetes Tipo 2 são obesos. Ocorre mais frequentemente nas pessoas
acima de 40 anos de idade. O tratamento dos pacientes com Diabetes Tipo 2 é a
ingestão de antiglicêmicos por via oral e posteriormente nos casos necessários à
associação destes com a insulina.
DIABETES NA GRAVIDEZ
87
que um dia poderão engravidar, evitando assim ao máximo as complicações da
hiperglicemia na gestação. Sendo este controle contínuo, antes e durante a gravidez, já
que o controle glicêmico rigoroso durante a gestação diminui a probabilidade de a
criança nascer diabética.
Diante disso, a programação da gravidez seria o melhor caminho para a mulher
diabética, uma vez que ao decidir por engravidar, preventivamente já inicia um
acompanhamento sobre as complicações já existentes e possíveis repercussões durante a
gravidez. Uma gravidez não planejada não é motivo de desespero, mas sim de
acompanhamento e controles rigorosos com a ajuda dos profissionais de saúde.
O Diabetes Gestacional é a alteração nos níveis de glicose durante o período da
gestação, podendo ou não persistir após o parto. É a hiperglicemia diagnosticada na
gravidez, de intensidade variada, geralmente se resolvendo no período pós-parto, mas
retornando anos depois em grande parte dos casos. Seu diagnóstico é controverso. A
OMS recomenda detectá-lo com os mesmos procedimentos diagnósticos empregados
fora da gravidez, considerando como diabetes gestacional valores referidos fora da
gravidez como indicativos de diabetes ou de tolerância à glicose diminuída
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
O diabetes gestacional ocorre em mulheres que não tinham diabetes antes da
gestação. Desenvolve-se hiperglicemia durante a gestação devido à secreção de
hormônios placentários. Todas as mulheres grávidas devem ser triadas quanto ao
diabetes antes da 24º e 27º semanas gestantes. O tratamento inicial inclui modificações
dietéticas e monitoramento de glicose. Caso a hiperglicemia persista é prescrito
insulina. Os agentes hipoglicemiantes não devem ser usados durante a gestação
(BRUNNER & SUDDARTH, 1998).
Após o parto da criança, os níveis de glicose sanguínea na mulher com diabetes
gestacional retornam ao normal. Entretanto, muitas que tiveram diabetes gestacional
desenvolvem diabetes tipo 2 na vida adulta. Assim, todas as mulheres que tiveram
diabetes gestacional devem ser aconselhadas a manter seu peso corpóreo ideal e a se
exercitarem regularmente para tentar evitar o início do diabetes tipo II.
Existem outras formas de Diabetes que ocorrem com menor frequência, são elas:
1. Diabetes Secundário ao Aumento da Função das Glândulas
88
Endócrinas: algumas doenças glandulares, devido ao aumento da função, podem
prejudicar a ação da insulina e em pessoas predispostas aparecer o diabetes. Algumas
das doenças são: hipertireoidismo, doença de Cushing, acromegalia ou gigantismo,
feocromocitoma, glucagonoma.
2. Diabetes Secundário a Doenças Pancreáticas: o diabetes pode
ocorrer em decorrência de alguma doença pancreática, geralmente em pessoas
possuidoras da doença e com predisposição ao diabetes tipo II, são elas: retirada
cirúrgica do pâncreas de até 75%, pancreatite crônica e destruição pancreática por
hemocromatose (acúmulo de ferro no fígado).
3. Resistência Congênita ou Adquirida à Insulina: a ação da insulina é
ineficiente devido a defeitos nos encaixes da insulina nos tecidos (receptores de
insulina) e formação antirreceptores.
4. Diabetes associado à Poliendocrinopatias Autoimunes: nesses casos
existem anticorpos de células das ilhotas pancreáticas.
5. Diabetes associado à Desnutrição e Fibrocalculoso: é devido à
baixa ingestão proteica e consumo de alimentos com cianeto que, em conjunto, causam
destruição das células pancreáticas e consequente diminuição da produção de insulina.
6. Diabetes relacionada à anormalidade de insulina (insulinopatias):
nestes casos há produção de insulina, entretanto, sua estrutura está alterada e com isso
sua ação é ineficiente, o tratamento é feito com a insulinoterapia.
7. Diabetes Tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults):
conceitua-se como o surgimento tardio do Diabetes Tipo 2, sendo que a maior
incidência está na faixa dos pacientes entre 35 e 60 anos, magros e com cetoacidose.
Também é denominado como Diabetes 1.5 e costuma ser confundido com o Diabetes
Tipo 2.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
Outros sintomas que podem ser indicativos do diabetes são: fadiga, fraqueza,
letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite (uma inflamação conjunta da glande e
do prepúcio) e infecções de repetição. Quando a doença já causou complicações
maiores pode ser diagnosticada por meio da retinopatia, neuropatia ou doença
cardiovascular aterosclerótica.
Vale ressaltar que existem casos de pacientes com Diabetes tipo II que são
assintomáticos, dessa forma o não aparecimento de sinais e sintomas não deve em
nenhum momento ser critério de exclusão ao diagnóstico da doença, em todos os casos
os fatores de risco devem ser avaliados em conjunto com os exames laboratoriais. Os
principais exames laboratoriais que são utilizados na investigação diagnóstica do
Diabetes são:
90
• Teste Oral de Tolerância a Glicose (TTG-75g): este exame consiste na
administração por via oral pelo paciente em 75 g de glicose diluída em água em
laboratório, após duas horas da ingestão pelo paciente é realizada a coleta do sangue
venoso e feita a análise dos níveis de glicose no sangue. O resultado igual ou superior a
200 mg/dl indica o diagnóstico de diabetes enquanto que se o resultado for entre os
valores de 140 a 199 mg/dl o diagnóstico é de pré-diabetes e/ou intolerância à glicose.
FATORES DE RISCO
TRATAMENTO
92
incertos e que, apesar de contínuos tratamentos, podem causar sintomas e complicações
agudas.
Nos casos dos pacientes diagnosticados como pré-diabéticos, são essenciais as
mudanças no estilo de vida, como caminho para que o paciente não venha a ser um
futuro diabético. Alguns estudos demonstram que o acompanhamento do paciente pré-
diabético e a educação continuada na mudança do estilo de vida diminui as chances do
paciente ser diabético. É importante ter em mente que existe uma diferença entre o
tratamento aplicado ao paciente com Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2, mais no
aspecto medicamentoso, já que as mudanças no estilo de vida dos pacientes equivale a
todos os tipos de Diabetes.
Os principais objetivos do tratamento do paciente com Diabetes Tipo 1 são:
- promover o controle metabólico;
- permitir desenvolvimento e crescimento adequado (geralmente por ser
diagnosticado em pessoas jovens ou crianças);
- promover o bem-estar físico e psíquico do paciente;
- evitar as complicações crônicas.
94
é, 10-20g de álcool/dia. Um copo (90 ml) de vinho contém 1,1 doses, uma lata de
cerveja (350 ml) 1,7 doses, e uma dose (35 ml) de destilados 2 doses de álcool.
Pacientes com hipertrigliceridemia ou mau controle metabólico não devem ingerir
bebidas alcoólicas;
95
resistência podem aumentar a massa muscular magra, elevando, portanto, a taxa
metabólica de repouso. Estes efeitos são úteis no diabetes em relação à perda de peso,
diminuição do estresse e manutenção de uma sensação de bem-estar. Os exercícios
também alteram os lipídios do sangue e diminuem os índices de colesterol total e
triglicerídeos.
96
sedentários, devem ser encaminhados ao cardiologista para orientação;
• As atividades ao gosto do paciente, como caminhar e dançar,
devem ser incentivadas, especialmente quando programas estruturados não estão
disponíveis;
• Evitar aplicar insulina em local que será muito exercitado (p. ex.,
quando faz trabalho de fortalecimento de quadríceps, caminhada e corrida evitar
aplicação na perna, fazendo-a no abdômen), pois pode afetar sua velocidade de
absorção;
• Se possível, realizar controle metabólico (glicemia capilar) antes da
atividade. Postergar o início do exercício com glicemia > 250 mg/dL no tipo 1;
• Ingerir um alimento contendo carboidrato se a glicemia for inferior
a 100 mg/dL;
• Ingerir carboidratos de fácil digestão antes, durante e depois de
exercício prolongado;
• Diminuir a dose de insulina ou aumentar a ingesta de carboidrato
(para cada 30 minutos de exercício, 10 a 15g) quando for praticar exercício;
• Evitar exercitar-se no pico de ação da insulina;
• Evitar exercícios de intensidade elevada e de longa duração (mais
que 60 minutos);
• Carregar consigo um alimento contendo carboidrato para ser usado
em eventual hipoglicemia;
• Estar alerta para sintomas de hipoglicemia durante e após o
exercício.
97
níveis de glicose controlados, necessitando por meio da avaliação médica a combinação
com uma sulfonureia.
98
do pâncreas do porco e do gado) e humanas, obtidas por intermédio da recombinação do
DNA. A insulina pode ser classificada como: Ultrarrápida, Rápida, Intermediária e
Lenta, conforme o tempo de início da ação no organismo do paciente.
A insulina ultrarrápida - LISPRO possui o início da ação cinco a 15 minutos
após a injeção subcutânea, seu pico de ação se faz em uma hora após a aplicação e sua
duração total é de três horas; as vias utilizadas para administração são subcutânea,
intramuscular ou endovenosa, sendo as últimas na maioria das vezes indicada nos casos
de Cetoacidose Diabética.
A Insulina Rápida – REGULAR também conhecida como Insulina Cristalina
possui seu início de ação 30 a 60 minutos após a administração, seu pico de ação ocorre
em duas ou quatro horas após a injeção e a duração total gira em torno de seis a oito
horas. Pode ser administrada por via endovenosa, intramuscular ou subcutânea, sendo
que seu pico máximo de ação na administração endovenosa ocorre em 30 minutos após
a aplicação.
Por possuir um PH neutro a Insulina Rápida – REGULAR tem maior
estabilidade em temperatura ambiente (cerca de duas a três semanas). Constitui-se em
uma das insulinas de escolha no diabetes descompensado em associação com situações
como infecções, choques, trauma cirúrgico e cetoacidose (via endovenosa); pode ser
prescrita endovenosa por bomba de infusão nas terapêuticas de tratamento intensivo do
diabetes mellitus.
A Insulina de ação Intermediária – NPH (Neutral Protamine Hagedorn Insulin)
possui uma ação mais lenta que as demais citadas anteriormente, pois é conjugada à
protamina – que retarda a absorção da insulina pelo tecido subcutâneo. O início de sua
ação ocorre uma a duas horas após a aplicação, tendo pico máximo de ação oito a 12
horas e duração total de 22 a 28 horas. É usada geralmente em combinação com a
insulina lispro ou de ação regular. Não é indicada em situações de emergência e sua via
de administração é subcutânea.
A Insulina de Ação Lenta possui o início de ação em um a três horas após a
aplicação, seu pico máximo de oito a 12 horas e duração de 20 a 24 horas; resulta da
combinação de 70% de insulina ultralenta e 30% de insulina semilenta. A insulina de
ação prolongada (Glargina, Detemir) possui ação após duas a quatro horas da
administração e duração de 18 a 24 horas. No tratamento do paciente com insulina
alguns fatores podem interferir a absorção da insulina como, por exemplo: local de
administração, fluxo sanguíneo alterado por massagens ou banhos quentes, volume e
99
concentração da insulina injetada e presença de anticorpos anti-insulina circulantes.
100
• A insulina não pode ser exposta a temperaturas maiores que
30ºC e nem à luz solar;
• Quando a insulina é guardada em temperaturas erradas, ou
quando é sacudida demasiadamente pode apresentar grumos, cristais ou agregados, isto
indica que ela está desnaturada e não é mais aconselhável para uso;
• A insulina regular tem aspecto límpido e transparente, enquanto
a NPH possui aspecto leitoso. Qualquer alteração nestas características não administrar
a insulina;
• Nos casos de pacientes que precisam viajar e levar a insulina, é
necessário uma bolsa térmica ou de isopor sem gelo, no caso de não haver, o paciente
pode levar em bolsa normal, mas sem expor ao calor ou sol, ao chegar ao destino
colocar na geladeira. Em caso de viagem de avião, não despachar com a bagagem, pois
o compartimento de cargas tem temperatura muito baixa, podendo congelar a insulina.
APLICAÇÃO DA INSULINA
A aplicação da insulina no paciente pode ser feita por via endovenosa, nos casos
de terapia intensiva ou tratamento específico de cetoacidose diabética, intramuscular ou
subcutânea, conforme descrito anteriormente sobre os tipos de insulina, entretanto, a
forma mais utilizada e que o paciente utiliza em casa é a administração da insulina
subcutânea. Os instrumentos para administração da insulina subcutânea são:
• Seringas de Insulina: que possuem escalas das unidades conforme a
concentração. As seringas de insulina podem ter agulha fixa ou agulha removível. As
seringas com agulha fixa apresentam-se em 30 UI, 50 UI e 100 UI, sendo que a
graduação da escala nas seringas de 30UI e 50 UI é de 1 em 1, enquanto que na de 100
UI é de 2 em duas, conforme a figura abaixo:
101
FONTE: Disponível em: <http://www.bd.com>.
- Seringas: As seringas com agulhas removíveis são aquelas que não possuem a
seringa fixa ao corpo da agulha. Neste tipo de seringa há retenção de até 5 UI de
insulina, denominado espaço morto, que não é calculada na dosagem da insulina e nem
na administração ao paciente. Nesse caso, quando existe uma prescrição de dois tipos de
insulina, não é conveniente utilizá-las em mistura, uma vez que poderá ocorrer um erro
de dosagem ou uma superdosagem de um dos tipos de insulina administrado em
conjunto (GROSSI, 2004).
A capacidade de volume de cada seringa é medida em centímetros cúbicos (cc),
ou seja, um centímetro cúbico é equivalente a 1 ml, que equivale a 100 UI de insulina.
Por exemplo, 0,5 cc = 0,5 ml = 50 UI. A graduação da seringa pode ser dupla ou
simples, na dupla cada traço da seringa corresponde a duas unidades, enquanto que na
simples cada traço refere-se a uma unidade de insulina.
As agulhas removíveis apresentam-se no tamanho de 13 x 0,45 mm, enquanto as
agulhas fixas aumentam as opções para os tamanhos 12,7 x 0,33 mm e 8 x 0,30 mm. A
escolha pelo tamanho da agulha depende da apresentação física do paciente. Para
pacientes obesos ou acima do peso indica-se o uso da agulha 12,7 x 0,33 mm,
encontradas tanto para uso em seringas como para uso em canetas. Os adultos com tipo
físico normal ou magros podem utilizar a agulha 8 x 0,30 mm das seringas ou 5 mm
para as canetas.
Pessoas obesas ou acima do peso, mas com pouco tecido subcutâneo nos braços
e coxas, podem usar as agulhas 8 e 5 mm nestas regiões ou 12 para o abdômen.
Segundo a Associação Americana de Diabetes (1998), quanto menor o comprimento e
diâmetro da agulha, menor a dor durante a aplicação. No entanto, as agulhas curtas não
são indicadas para pessoas obesas devido à variabilidade da absorção da insulina.
- Canetas Injetoras: as canetas injetoras são outra possibilidade de instrumento
utilizado na administração da insulina subcutânea. No Brasil existem atualmente canetas
injetoras descartáveis e reutilizáveis. Está indicada principalmente nos casos de
pacientes que fazem uso de múltiplas doses diárias de insulina e associada por alguns
estudos, devido à praticidade, ao melhor controle glicêmico do diabete.
Cada caneta possui um local onde é colocado o refil de insulina, atualmente
existindo refil de até 30 ml ou 300 UI de insulina. O paciente, antes da aplicação, faz a
seleção da dose de insulina prescrita por rotação de um botão e após aciona a aplicação,
102
em ângulo de 90º, sem necessidade de prega cutânea. As opções de tamanho de agulha
para caneta são: 12,7 x 0,33 mm, 8 x 0,25 mm, 6 x 0,30 mm e de 5 x 0,25 mm.
Segundo Almeida (1998) e Oliveira (1999), as canetas injetoras apresentam
vantagens para quem realiza múltiplas aplicações diárias de insulina. Entretanto, o custo
na aquisição deste instrumental dificulta sua utilização pela maioria dos portadores de
diabetes.
103
necessidades dos portadores de diabetes.
Segundo Brunner & Suddarth (1998), uma das desvantagens das bombas de
insulina é que podem ocorrer interrupções inesperadas no fluxo de insulina caso o tubo
ou a agulha fiquem ocluídos, se o suprimento de insulina for interrompido ou a bateria
descarregar. Outra desvantagem é o potencial de infecção nos locais de inserção da
agulha, e também a hipoglicemia é mais provável na terapia de insulina por bomba, isso
associado ao rígido controle dietético em conjunto com a bomba de insulina.
104
com os fabricantes, uma vez que devido a gama de possibilidades algumas informações
diferem de uma bibliografia para outra.
Aplicação de Insulina: a técnica de aplicação da insulina deve ser adequada
para propiciar uma correta absorção da insulina e consequentemente um tratamento
eficiente e eficaz ao paciente. Dessa forma, é importante que o profissional de
enfermagem detenha os conhecimentos para ensinar o paciente quando este estiver
realizando a aplicação em domicílio e também nos casos de pacientes hospitalizados,
onde esta técnica é feita inicialmente pelos próprios profissionais de enfermagem.
A aplicação de insulina, na maioria das vezes, é realizada em tecido subcutâneo,
podendo, entretanto, ser administrada por outras vias, como descrito anteriormente,
dependendo da indicação médica. A insulinoterapia realizada pelo paciente em casa
necessariamente é em tecido subcutâneo.
105
FIGURA - LOCAIS DE APLICAÇÃO DA INSULINA
É muito importante que seja realizado o rodízio dos locais a cada aplicação para
evitar as complicações decorrentes da administração de insulina em um mesmo local,
desta forma, conforme preconizam as orientações da Associação Americana de Diabetes
(2007), é necessário esgotar as possibilidades de aplicações subsequentes em uma
mesma região, distanciando-se aproximadamente em dois centímetros de um local para
o outro.
Também é importante salientar que cada local de aplicação da insulina possui
um potencial de absorção diferente, o que poderá alterar os resultados da glicemia do
paciente, assim, o local considerado como de maior absorção é o abdômen, após os
braços, coxas e nádegas. Segundo Brunner & Suddarth (1998), o rodízio sistemático dos
locais de injeção dentro da área anatômica é recomendada para evitar alterações
localizadas no tecido gorduroso (lipodistrofia). Além disso, para promover consistência
na absorção de insulina os pacientes devem ser estimulados a usar todos os locais
disponíveis de injeção dentro de uma área e não circular aleatoriamente de uma área
para outra.
Alguns princípios que podem ser usados na aplicação do rodízio são: os
pacientes não devem tentar o mesmo local mais que uma vez em duas a três semanas.
Além disso, se o paciente estiver planejando se exercitar, a insulina não deve ser
injetada no membro que vai ser exercitado, pois ela é absorvida mais rápida, podendo
resultar em hipoglicemia.
Conforme instruções do Ministério da Saúde (2006) deve-se evitar aplicar a
insulina subcutânea próximos das articulações, na área da virilha, no umbigo e na linha
106
média do abdômen. Sendo que o rodízio de áreas para aplicação de insulina é
importante para não ocorrer complicações como hipertrofia ou atrofia local. Ao orientar
o paciente diabético sobre a aplicação de insulina é importante que sejam estipulados
juntamente com o paciente os rodízios que serão feitos na administração do
medicamento, levando em consideração as atividades cotidianas do paciente, bem como
as necessidades de aplicação.
Procedimento:
- Lavar as mãos;
- Explicar o procedimento ao paciente;
- Retirar o frasco de insulina da geladeira 10 a 20 minutos antes da aplicação;
- Rolar o frasco entre as mãos sem agitar com no mínimo 20 movimentos;
- Realizar a assepsia do frasco com algodão embebido em álcool 70%;
- Aspirar à quantidade de ar na seringa;
- Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina;
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades
conforme a prescrição médica;
- Retirar o ar que esteja presente na seringa;
- Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados
anteriormente no rodízio de áreas para aplicação;
- Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e
após soltar a prega;
- Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa;
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e
álcool 70%;
- Organizar o material utilizado;
- Lavar as mãos e registrar no prontuário.
107
NOTAS COMPLEMENTARES
108
devem ser descartadas quando a agulha se torna romba, curva ou entra em contato com
alguma superfície diferente da pele e logo que a aplicação se torne muito mais dolorosa.
É importante salientar que esta reutilização é empregada apenas aos pacientes que
fazem uso de insulina domiciliar, nunca em hospitais.
9 - O paciente deve sempre ser orientado sobre o descarte do
material perfurocortante em recipiente apropriado.
10 - Algumas insulinas podem ser prescritas e administradas
conjuntamente no paciente, entretanto, é importante que o profissional de enfermagem
tenha conhecimento de quais podem ser misturadas para a aplicação na mesma seringa,
conforme consta abaixo:
109
realize este acompanhamento de reações cutâneas no paciente, já que isto pode ser
indício de que uma das etapas do processo de conservação, preparo e aplicação está
falho.
Segundo Camata (2003), para a aplicação de insulina são imprescindíveis alguns
cuidados como: a escolha de um instrumental adequado à quantidade de insulina, bem
como ao estado físico do paciente, o domínio sobre a técnica de aplicação da insulina e
os rodízios dos locais de aplicação na pele, entre outros. Davidson (2001) e Costa
(1988) afirmam ser comum o portador de diabetes e usuário de insulinoterapia
domiciliar apresentar complicações cutâneas ou reações como lipodistrofia insulínica,
lipo-hipertrofia, nódulos endurecidos, equimose, ardência e prurido.
Segundo Navarro et al. (1995), as reações alérgicas durante a insulinoterapia
geralmente ocasionam sintomas como rush, seguido de prurido e enduração. Os
hematomas podem estar relacionados à técnica inadequada de aplicação ou à redução do
número de células adiposas no local da aplicação. O aparecimento da hipertrofia está
conexo à aplicação prolongada do hormônio insulínico em um mesmo local, resultando
em sua absorção e controle glicêmico errático (MATHEUS e AHMED, 1999).
As principais complicações com o uso da insulina são:
110
injetada em áreas como cicatrizes, a absorção pode ser retardada. Este é um dos motivos
pelos quais é importante o rodízio dos locais de aplicação; o paciente deve evitar injetar
insulina nestas áreas até que a hipertrofia desapareça.
- Resistências à Insulina: a maioria dos pacientes em uma época
ou outra tem algum grau de resistência à insulina. Isso pode ocorrer por vários motivos,
sendo o mais comum à obesidade, que pode ser superada pela perda de peso.
Segundo Brunner & Suddarth (1998), a resistência clínica à insulina foi definida
como uma necessidade diária de insulina de 200 unidades ou mais. Na maioria dos
pacientes diabéticos que recebem insulina desenvolvem-se imunoanticorpos que se
ligam à insulina, diminuindo assim a insulina disponível para uso. Todas as insulinas
animais, bem como as humanas, em menor grau causam produção de anticorpos em
seres humanos. O tratamento consiste em administrar uma preparação de insulina mais
pura e, ocasionalmente, a prednisona pode ser necessária para bloquear a produção de
anticorpos, isto pode ser seguido de uma redução gradual da produção de insulina.
Portanto, os pacientes precisam se automonitorar quanto à hipoglicemia.
MONITORIZAÇÃO
AUTOMONITORIZAÇÃO
111
métodos após esta coleta é depositado líquido reagente na fita. Assim se consegue uma
cor que é comparada, por meio da inspeção visual, à cor da fita reagente padrão da
embalagem. Em outros, por meio da gota de sangue na fita e o uso do monitor se obtém
o valor da glicemia do paciente. Em todos os casos é importante que o paciente seja
orientado quanto à técnica de realização, bem como à manutenção dos monitores
(glicosímeros), para que não sejam aferidos resultados errados. Na orientação ao
paciente torna-se importante observar as habilidades do mesmo para este tipo de
automonitorização.
A frequência da automonitorização sempre vai depender do tipo de tratamento
ao qual o paciente é submetido. Nos casos do paciente que realiza insulinoterapia a
necessidade é mais frequente conforme o uso diário. Os pacientes sempre devem ser
instruídos a manter um registro dos resultados obtidos na automonitorização para que
seja visualizado pela equipe de saúde.
Outro teste além da glicemia capilar que pode ser realizado em casa é a
monitorização de cetonas. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (2008), a
presença de cetonas na urina é um achado importante e o paciente deve imediatamente
procurar um médico para saber o que está ocorrendo. A monitorização do paciente
também é feita a partir do acompanhamento do retorno ao consultório médico, às
consultas com o especialista são de suma importância para evitar complicações futuras,
bem como proporcionar uma qualidade de vida adequada ao paciente.
O paciente deve seguir rigorosamente o plano de retorno ao consultório
conforme a instrução do médico que avalia as necessidades individualmente. Assim
como as consultas, o paciente deve ser instruído a realizar todos os exames solicitados
pelo médico, que na maioria das vezes estão relacionados à monitorização de
complicações e manutenção dos níveis de glicemia adequados.
Um dos exames que é realizado na monitorização do tratamento do paciente
diabético chama-se Hemoglobina Glicada, que mostra como foi o controle glicêmico do
paciente nos últimos 60 ou 90 dias de tratamento, e serve como um dos parâmetros para
condutas médicas, dentre os demais exames.
TRANSPLANTE DE PÂNCREAS
112
dos rins, já que nestes casos é realizado o transplante duplo do pâncreas e do rim. A
rejeição do transplante nos últimos anos é menor devido ao uso de antibióticos mais
potentes.
114
lipídios.
Os pacientes não apresentam sintomas gastrointestinais na HHNC relacionados à
cetose. O quadro clínico é de hipotensão, profunda desidratação, taquicardia e sinais
neurológicos variáveis como, por exemplo: alteração do sensório, convulsões e
hemiparesia. As causas estão mais associadas à idade avançada, razão pela qual ocorre
mais frequentemente em pacientes idosos. Pode também ser precipitado por uma doença
aguda, como pneumonia, infarto do miocárdio e derrame.
Alguns medicamentos conhecidos como desencadeadores de insuficiência de
insulina (diuréticos de tiazida, propanolol), ou procedimentos terapêuticos (diálise,
hemodiálise, nutrição parenteral total). Os pacientes geralmente apresentam uma
história de dias ou semanas de poliúria com uma inadequada ingestão de líquidos. O
tratamento é similar ao da CAD com a administração de líquidos, eletrólitos e insulina
intravenosa.
Ações de Enfermagem na CAD e HHNC:
• Puncionar acesso venoso calibroso, às vezes, tendo
necessidade de ter mais de um acesso conforme a prescrição e indicação médica;
• Monitorização frequente dos sinais vitais, avaliação
pulmonar e controle de ingestas e eliminações – para assegurar que não está sendo dada
uma sobrecarga hídrica no paciente, principalmente nos casos de idosos e com ICC;
• Preparo e administração de eletrólitos conforme a prescrição
médica, tendo especial atenção para que o potássio seja sempre diluído em solução antes
da administração no paciente;
• Preparo e administração da insulina contínua por bomba de
infusão, seguir o gotejamento prescrito pelo médico para infusão;
• Monitorização da glicemia capilar, nos casos em que o
paciente recebe insulina contínua por via endovenosa é necessário um controle rigoroso
no resultado da glicemia capilar. Assim, inicialmente na maioria dos casos é realizada
uma verificação de hora em hora.
• Acompanhar os resultados da Pressão Venosa Central do
Paciente e da Monitorização Hemodinâmica.
• Nas ações de prevenção e educação em domicílio: orientar o
paciente para que não deixe de tomar líquidos a toda a hora para evitar a desidratação;
tomar rigorosamente os medicamentos prescritos e a insulina e realizar a
115
automonitorização. Sob qualquer alteração importante procurar o serviço de saúde.
116
controlada em 10% pode ocorrer o edema macular); Pré- Proliferativa (considerada
precursora da retinopatia proliferativa); proliferativa (ocorre hemorragia vítrea ou
deslocamento da retina, paciente pode apresentar hemorragia sem perdas visuais, ou
com perda da visão. De tal modo qualquer indício de hemorragia deve ser encaminhado
ao oftalmologista).
A avaliação diagnóstica da Retinopatia Diabética é feita pelo oftalmologista com
a visualização por meio do oftalmoscópio ou pelo exame de Angiografia Fluoresceína.
O tratamento é feito pela Fotocoagulação (laser), Viterectomia ou em alguns casos por
meio do uso de medicamentos e medidas como controle da hipertensão, controle da
glicose sanguínea e não fumar.
Outras complicações oftalmológicas que podem ocorrer no paciente diabético
são: as cataratas, alterações do cristalino, hipoglicemia (visão dupla durante os
episódios de glicose baixa), paralisia de músculo extracorpóreo e glaucoma.
AÇÕES DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO DO PACIENTE E
CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CUIDADOS DOMICILIARES
117
coleta de urina de 24 horas é realizada em busca de uma microalbuminúria, já que dos
pacientes que apresentam este resultado no exame, 85% podem desenvolver nefropatia
clínica.
Os sintomas de disfunção renal no paciente diabético são semelhantes ao
paciente não diabético, acrescentando-se episódios frequentes de hipoglicemia, sendo
que à medida que a função renal diminui o paciente pode sofrer de declínio da acuidade
visual, impotência, ulceração do pé, ICC e diarreia noturna. A prevenção e o tratamento
da Nefropatia são realizados por meio do controle glicêmico e atenção para: controle da
hipertensão arterial, prevenção e tratamento das infecções urinárias, evitar substâncias
nefrotóxicas, ajuste de medicação conforme a prescrição médica relacionada à alteração
da função renal, manter uma dieta pobre em sódio e proteínas.
O tratamento de diálise (hemodiálise, diálise peritoneal) pode ser indicado
conforme a avaliação médica e comprometimento renal. As pessoas com diabetes têm
uma chance de 20 a 40 % de desenvolver doença renal.
118
A neuropatia diabética refere-se a um grupo de doenças que afeta todos os tipos
de nervos, incluindo nervos periféricos, autônomos e espinhais. Altos níveis de glicose
sanguínea durante anos podem estar associados à origem da doença. As duas
neuropatias mais comuns são:
119
primeiro sinal de problemas nos pés que o paciente percebe. O tratamento das úlceras
diabéticas envolve o repouso no leito, uso de antibióticos e debridamento. É importante
que os níveis de glicose sejam controlados, já que na presença de infecção estes valores
tendem a subir, dificultando a cicatrização.
Nos pacientes que possuem doença vascular periférica as úlceras podem não
cicatrizar devido à dificuldade do oxigênio, nutrientes e antibióticos em alcançar o
tecido danificado e nestes casos algumas vezes à amputação é indicada para impedir a
disseminação da infecção. Os pacientes diabéticos que possuem alto risco de
desenvolver úlceras diabéticas são:
• Os que possuem diabetes há mais de 10 anos;
• Idade acima dos 40 anos;
• História de fumo;
• Pulsos periféricos diminuídos;
• Sensação diminuída;
• Deformidades anatômicas nas áreas de pressão (tais como joanetes e
calos);
• História anterior de úlceras nos pés ou amputação.
120
- Os pacientes devem ser estimulados a manter uma dieta adequada que
evite o aumento dos lipídios no sangue e manutenção dos níveis aceitáveis de glicose
sanguínea;
- Realização de curativos e cuidados com as úlceras diabéticas em
domicílio ou em ambiente hospitalar.
122
• Incentivar o paciente a manter uma boa higiene bucal e relatar quaisquer
casos de hemorragias, edemas ou dores na gengiva;
• Manter uma boa higiene e cuidados com a pele, orientar o paciente para que
realize em casa e nos casos de pacientes hospitalizados realizar os cuidados;
• Instruir o paciente para que seja menos exposto possível a situações de
estresse;
• Auxiliar o paciente a manter níveis adequados de glicemia, como forma de
proporcionar uma melhor qualidade de vida;
• Participar da prestação do cuidado aos pacientes que tiveram complicações
e interagir em sua reabilitação familiar e social.
REFERÊNCIAS
123
Básica.
BRUNNER, S; SUDDARTH, B. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 8.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. p. 785.
CAMATA, D. G. Complicações locais na pele, relacionadas à aplicação de
insulina. Revista Latino-Americana de Enfermagem. Jan./fev. 2003; 11(1):119-22.
Cient. 557 p. 37-44, 1996.
COSTA, A. A.; ALMEIDA, J. S. Neto. Manual de diabetes: alimentação,
medicamentos, exercícios. 3. ed. São Paulo: Sarvier, 1988.
DAVIDSON, M. B. Diabetes Mellitus: diagnóstico e tratamento. 4. ed. Rio de
Janeiro: Revinter, 2001.
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA: definições e
classificação. Porto Alegre: Artmed, 1999.
DUNCAN, B. Bruce et al. Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária
baseadas em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
FARIA, A. N; ZANELLA, M. T; KOHLMAN, O; RIBEIRO, A. Tratamento do
Diabetes
e Hipertensão no Paciente Obeso. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia
Metabólica; 46 (2), p. 137-142, abr. 2002.
FERREIRA, Beatriz Almeida. Considerações sobre Fatores de Risco para
Doença Coronariana. Revista Nursing, maio de 2000.
FERREIRA, S. R.; ZANELLA, M. T. Epidemiologia da Hipertensão Arterial
Associada à Obesidade. Rev. Bras. Hipertensão. v. 7, n. 2, p. 128-135, 2000.
GARRAT, A. M.; SCHMIDT, L.; FLTZPATRICK, R. Patient assessed health
outcome measures for diabetes: a structure review. Diabetic Medicine, 19 (1) 11, 2002.
GROSSI, S. A. A. Aspectos práticos da administração da insulina com seringa.
[S.I.:s.n], 2004. p. 9 (31).
GUEDIS, et al. Hipertensão do Avental Branco e sua importância de
diagnóstico.
Revista Brasileira de Hipertensão. v. 15(1), p. 46-50, 2008.
GUERRA, G. M et al. O enfermeiro diante do uso de drogas vasoativas. Acta
Paul. Enf. v. 1 (1), p. 11-15, jan./fev./mar, 1988.
GUYTON, Arthur. Tratado de Fisiologia Médica. 9. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1997.
JUNQUEIRA, W. N. Auditoria Médica em Perspectiva: Presente e Futuro de
124
uma nova Especialidade. 1. ed. Criciúma: Supergraf Indústria Gráfica Ltda., 2001.
LAMBERTSEN, E. Equipe de Enfermagem: organização e funcionamento. Rio
de Janeiro: ABEn, 1966.
LEAVELL S.; CLARCK, E. G. Medicina Preventiva. São Paulo: McGraw-Hill,
1976.
MATTHEUS, D.; AHMED, S. Tratamento farmacológico do Diabetes Mellitus
tipo 2. In: VILLAR, L. (Org.) Endocrinologia clínica. Rio de Janeiro: MEDSI, 1999. p.
368- 381.
MINELLI, D. S. Profissional de Educação Física e a Intervenção em Equipes
Multidisciplinares. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) - Centro de Educação
Física e Desporto, Universidade Federal de Londrina, Londrina, PR, 2005.
MONTENEGRO, R., Obstetrícia. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2002.
MUSSI, F. C. et al. Infarto Agudo do Miocárdio: manual de orientações para o
paciente. Rev. Esc. Enf. USP, v. 29, n.2, 1995.
NAVARRO, D. D.; POL, F. M.; MORALES, L. J. Nuestra experiencia en el
diagnostico y tratamiento de reacciones “alergicas” durante la insulinoterapia. Rev.
Cuba Med., v. 34, n. 3, p. 175-180, mar., 1995.
NOBLAT, A. C. B.; LOPES, M. B.; LOPES, A. A. Complicações da
Hipertensão Arterial em homens e mulheres atendidos em um ambulatório de
referência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 83, n. 4, São Paulo, outubro de 2004.
PEDUZZI, M. Equipe Multiprofissional de Saúde: a interface entre trabalho e
interação. Tese (Doutorado) – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual
de Campinas, 1998.
POTTER, Patrícia. Semiologia em Enfermagem. 4. ed. Revista Corpore.
Disponível em: <http:www.revistacorpore.com.br/índex>. Acesso em: 10 jun. 2010.
REZENDE, J. de; MONTENEGRO, C. A. B. Obstetrícia Fundamental. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
SCHWARTZ, G. R. et al. Emergências Médicas. 1. ed. Rio de Janeiro:
Interamericana, 1982.
SECRETÁRIA Municipal da Saúde. Programa Mãe Curitibana. Curitiba, 2004.
190 p.
SOCIEDADE Brasileira de Cardiologia. Disponível em:
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/>. Acesso em: 10 jun. 2010.
125
SOCIEDADE Brasileira de Diabetes. Disponível em: <www.diabetes.org.br>.
Acesso em: 110 jun. 2010
SOCIEDADE Brasileira de Hipertensão. Disponível em: <www.sbh.org.br>.
Acesso em: 10 jun. /2010.
TERRIS, M. Approaches to an Epidemiology of Health. Am. J. Pub. Health p.
65:1037-45., 1975.
Conceptos sobre Promoción de la salud: dualidades en la teoria de la salud
pública. Washington, D. C.: Organization Panamericana de Salud, 1992.
THE WHOQOL GROUP. Development of the WHOQOL: Rationale and
Current Status. International Journal of Mental Health. p. 23(3)-24-56, 1994.
UENISHI, Eliza Kaori. Enfermagem Médico Cirúrgica em Unidade de Terapia
Intensiva. 7. ed. v. 1. São Paulo: Senac, 1994. 264 p.
VEIGA, D.; CROSSETTI,M. Manual de Técnicas de Enfermagem. 8. ed. Porto
Alegre: Sagra Luzzatto, 1998.
126
OBRIGADO POR ESTUDAR CONOSCO!
REALIZE A AVALIAÇÃO NO SITE PARA OBTER O SEU CERTIFICADO.
WWW.VENES.COM.BR