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GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA

SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL, PUERPÉRIO E


RECÉM-NASCIDO

Protocolo

PORTO VELHO/RONDÔNIA
2018
ELABORAÇÃO
Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC)
Ana Cristina Toledo do Amaral
Aldeide Rodrigues de Souza Macedo Oliveira
Ângela Ribeiro de Souza
Clenilda Aparecida dos Santos
Maria Zilma Conceição de Souza
Patrícia Juliana dos Santos Nienow
Priscila Bueno dos Santos
Wanessa Carvalho Prado Ida

Profissionais da Rede Básica de Saúde


Flávio Marcio Martins Ferreira
Karley José Monteiro Rodrigues
Livia Juliene Silva Lima
Oseane Alves Marques Renosto
Tatiane Lima Trigueiro Hayashida

Revisão Técnica
Universidade Federal de Rondônia
Aldrin de Sousa Pinheiro
Daiana Evangelista Rodrigues Fernandes
Kátia Fernanda Alves Moreira
Nayra Carla de Melo

Especialistas da rede materno-infantil


Ida Perea Monteiro
Telma Márcia Alencar de Freitas Ferreira

Colaborador
Kátia Mara de Araújo

Revisora Textual
Daniella Coelho Moreira Carvalho

Ficha Catalográfica

R771
Rondônia, Secretaria de Estado da Saúde. Coordenadoria de Ações Integradas de
Saúde. Gerência de Programas Estratégicos da Saúde.
Assistência ao pré-natal, puerpério e recém-nascido: manual técnico. Porto
Velho: SES/RO, 2018.

114.; il.

1. Saúde da mulher. 2. Assistência ao pré-natal. 3. Atenção básica. .4. Gestante.


5. Recém-nascido. I. Título.

CDU: 618
Elaborado pela bibliotecária Rozinha Alves de Pinho CRB 11/983
Governador do Estado de Rondônia
Confúcio Aires Moura

Secretário de Estado da Saúde


Williames Pimentel de Oliveira

Secretário Adjunto de Estado da Saúde


Luis Eduardo Maiorquin

Coordenadoria de Assistência Integral a Saúde (CAIS)


Ângela Ribeiro de Souza
Maria Zilma Conceição de Souza

Coordenadoria do Sistema de Apoio à Descentralização (COSAD)


Marta Maria Oliveira Duarte

Gerência de Programas Estratégicos de Saúde (GPES)


Delcy Mazzarelo Cavalcante da Costa
SUMÁRIO

I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 10
II. REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE MATERNO INFANTIL.................................................. 13
1. ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO A
GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO .................................................................. 17

III. ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL .................................................................................... 23


1. GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE............................................................ 24
1.1 Pré-concepção ............................................................................................ 25

2 . ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE ................. 25


2.1 Acolhimento ................................................................................................. 25
2.2 Diagnóstico da Gravidez .............................................................................. 26
2.3 Pré-natal do Parceiro ................................................................................... 28
2.4 Classificação de Risco Gestacional ............................................................. 28
2.5 Calendário das Consultas ............................................................................ 34
2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas ............................. 49
2.7 Queixas mais frequentes na gestação e condutas ....................................... 54
2.8 Intercorrências frequentes na gestação ....................................................... 59
2.9 Doenças causadas por vetores de interesse sanitário na gestação em
Rondônia ........................................................................................................... 65
2.10 Orientando a gestante para o parto ........................................................... 66

3. PRÁTICAS EDUCATIVAS NO PERIODO GESTACIONAL ................................ 67

IV. CUIDADOS COM A MULHER NO PERÍODO PUERPERAL ......................................... 70

1. ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ALTERAÇÕES EMOCIONAIS ........ 74

2.AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ÓBITO FETAL ......... 75

3. APOIO À PUÉRPERA COM RECÉM-NASCIDO INTERNADO .......................... 75

V. CUIDADOS COM O RECÉM NASCIDO ......................................................................... 76


1. AVALIAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ............................................................. 78

1.1- Avaliação do Aleitamento Materno ............................................................. 78

1.2- Situações em que há restrições ao aleitamento materno ............................ 80

2. TRIAGEM NEONATAL ....................................................................................... 80

3. IMUNIZAÇÃO DO RECÉM NASCIDO................................................................ 81

4. CUIDADOS GERAIS COM RECÉM NASCIDO .................................................. 82


VI. PLANEJAMENTO REPRODUTIVO NO PUERPÉRIO ................................................... 84

1. USO DE MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO ....... 85

VII. USO DE MEDICAMENTOS NA ASSISTÊNCIA A GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM


NASCIDO ............................................................................................................................ 87

VIII. ANEXOS ...................................................................................................................... 94

1. SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA ............................ 95


Região Madeira Mamoré .......................................................................... 95

Região Vale do Jamari ............................................................................. 96

Região Central ......................................................................................... 97

Região Café ............................................................................................. 98

Região Zona da Mata ............................................................................... 99

Região Vale do Guaporé ....................................................................... 100

Região Cone Sul ................................................................................... 101

2. FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL .............................. 102


3. FICHA PARA REALIZAÇÃO DO MOBILOGRAMA ......................................... 103
4.FLUXOGRAMA DE PESQUISA PARA DIABETES GESTACIONAL ................ 104
5.FLUXOGRAMA DO MANEJO DA GESTANTE NOS QUADROS DE SÍFILIS .. 105
6.FLUXOGRAMA PARA MANEJO DA TOXOPLASMOSE GESTACIONAL ...... 106
7.FLUXOGRAMA PARA SOROLOGIA POSITIVA PARA O VÍRUS HIV ............. 107
8.FLUXOGRAMA PARA QUEIXAS URINÁRIAS NA GESTAÇÃO ...................... 108
9. MODELO DE PLANO DE PARTO................................................................... 109
10. ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO (EPDS) ........................................ 110

REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 112


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de 2011


a 2015 ....................................................................................................................... 11
Quadro 2 Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil/RO .................................. 17
Quadro 3 Condições relacionadas às características pessoais e
sociodemográficas .................................................................................................... 29
Quadro 4 Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos ............................ 30
Quadro 5 Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido fólico .... 37
Quadro 6 Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e
condutas .................................................................................................................... 45
Quadro 7 Interpretação do resultado do TESS......................................................... 47
Quadro 8 Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante .............. 48
Quadro 9 Doenças de maior incidência regional transmitidas por vetores ............... 65
Quadro 10 Complicações no período puerperal e condutas..................................... 73
Quadro 11 Critérios para identificação do grau de risco do recém-nascido ............. 77
Quadro 12 Orientações gerais para o cuidado com o recém-nascido ...................... 83
Quadro 13 Medicamentos que devem estar disponíveis para o cuidado da gestante
e puérpera ................................................................................................................. 88
Quadro 14 Uso de medicamentos durante o período de amamentação .................. 91
Quadro 15 Medicamentos que não devem ser usados na gestação ........................ 92
Quadro 16 Medicamentos indicados no tratamento das parasitoses intestinais na
gestação .................................................................................................................... 93
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência da Rede Cegonha em


Rondônia ................................................................................................................... 13

Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez ................................................. 27

Figura 3 - Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante ............. 40

Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (Manobra de Leopold) .... 42

Figura 5 - Verificação da medida da altura uterina ................................................... 44


APRESENTAÇÃO

O Protocolo Estadual de Assistência ao Pré-Natal, Puerpério e Recém-


Nascido elaborado no âmbito da Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia, por
técnicos que atuam diretamente na assistência da linha de cuidado à saúde da
mulher, Grupo Condutor Estadual da Rede Cegonha em parceria com o
Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
representa o resultado de um esforço institucional no intuito de definir as linhas
básicas para a organização das ações assistenciais voltadas para a mulher no ciclo
gravídico puerperal no Estado de Rondônia.
O principal objetivo deste protocolo é prover aos profissionais de
Enfermagem, Medicina e demais que atuam na Rede Básica de Saúde, a segurança
e o compromisso ético necessários para que atuem com autonomia e proporcionem
ao usuário do sistema municipal de saúde uma atenção de qualidade, com base nos
princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde (SUS) que são a Universalidade,
Equidade e Integralidade.
O propósito deste documento foi adaptar as diretrizes nacionais já
existentes, construídas com base em evidências científicas, impressos nos
Cadernos de Atenção Básica e Protocolos de Áreas Técnicas do Ministério da
Saúde e Organização Mundial de Saúde, ao desenho estrutural da rede estadual, de
forma que estas possam ser sustentadas e, assim, obter maior adesão dos
profissionais no desenvolvimento das rotinas de trabalho. Buscou-se, ainda,
orientação em outros documentos construídos por estados/cidades, tais como, São
Paulo, Santa Catarina e Florianópolis.
A implantação deste protocolo sugere ainda um processo de educação
permanente junto aos profissionais que atuam nessa linha de cuidado, que será
conduzido pelo Projeto de Planificação da Atenção Básica e Especializada, em
desenvolvimento nas regiões de saúde, em consenso e aprovado pela Comissão
Intergestores Bipartite/RO.
Espera-se que a partir deste processo sejam normatizados e padronizados
os cuidados de saúde nos pontos de atenção da rede em cada nível de gestão,
humanizando os procedimentos, definindo as funções por tipo de unidade,
integrando as diversas responsabilidades e aumentando a capacidade de atingir
resultados satisfatórios nos indicadores que reproduzem a qualidade da assistência
para o grupo materno-infantil, como a redução da mortalidade materna.
Desta forma, desejamos que este documento seja um agente motivador dos
debates entre profissionais na Atenção Primária a Saúde, visando respaldar e
subsidiar o trabalho em equipe, na perspectiva multidisciplinar, garantindo aos
profissionais o direito legal de desenvolver competências e saberes adquiridos com
eficiência e eficácia na construção de uma política de saúde que vá ao encontro das
necessidades da população.

WILLIAMES PIMENTEL DE OLIVEIRA


SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE
10

I. INTRODUÇÃO

A Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia (SESAU/RO), em


consonância com as políticas do Ministério da Saúde (MS) e, diante de sua função
precípua de coordenar e apoiar a implantação das Redes de Atenção à Saúde
(RAS) elegeu a atenção materno-infantil como sua linha de atuação prioritária.
Primeiro, por meio da adesão à Rede Cegonha em 2012, visando conformar uma
rede de saúde organizada, integrada, eficiente e capaz de responder às reais
necessidades da saúde da população materno-infantil e, segundo, por meio da
Planificação da Atenção Primária e Ambulatorial Especializada de Saúde iniciada em
2017 na Região de Saúde do Café – Cacoal.
O marco histórico do processo de adesão à Rede Cegonha no estado
ocorreu, efetivamente, em março de 2012 a partir da realização da Oficina das RAS,
ocasião em que foi firmado o compromisso do Estado em executar a implantação e
operacionalização da referida Rede. Assim, nesse período foi homologado o Grupo
Condutor Estadual da Rede Cegonha (GCERC), sendo publicada a Resolução
CIB/RO nº 021/2012. O GCERC ficou responsável por conduzir e coordenar o
trabalho na SESAU para a efetivação da rede, o que resultou num processo de
discussão e construção do Plano de Ação Regionalizado (PAR) da Rede Cegonha
articulado com as seis Gerências Regionais de Saúde (GRS) e os municípios,
norteado pela Portaria GM/MS nº 1.459 de 24/06/2011.
No estado de Rondônia, mais de 90% dos partos são hospitalares, sendo a
maioria do tipo cesáreo. Em 2016, apenas 47,8% dos partos foram tipo normal
(SIH/TABNET/SUS). Nesse mesmo ano, do total de 16.893 partos, 20,5% foram
registrados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) como gestação de alto
risco. No entanto, só o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro (HBAP), referência
estadual para gestação de alto risco, foi responsável pela assistência de 23,3% do
total das ocorrências de parto, maior que o esperado para o tipo de unidade.
O monitoramento realizado em 2015 pelo GCERC sobre a assistência
obstétrica no HBAP constatou que as causas comuns de encaminhamento das
gestantes para esta unidade devem-se a hipertensão na gravidez (34%), pré-
eclâmpsia e eclâmpsia (25%); infecção no trato urinário (15%), diabetes (15%) e
11

resultados de sorologias alteradas, HIV/AIDS, hepatites (11%). Sabe-se que estas


causas estão relacionadas diretamente a baixa resolutividade (falta de insumos,
gerenciamento da APS, treinamento dos profissionais em geral, recursos humanos,
estrutura física, logística, entre outros) da assistência prestada ao nível da atenção
básica durante o pré-natal.
Nesse mesmo levantamento constatou-se, com referência às ações
assistenciais na rede básica de saúde que, em 2016, apenas 61% das gestantes
realizaram mais de sete consultas pré-natal, conforme preconizado pelo MS para
garantir uma assistência qualificada. Em pesquisa realizada junto às equipes de
Saúde da Família (eSF) dos seis municípios sede de região de saúde, ainda em
2016, constatou-se que em 68% das gestantes acompanhadas pelas equipes de
Saúde da Família, apenas 60% realizaram consulta pós-parto.
Outro dado preocupante no estado é o aumento dos casos de sífilis
congênita em menores de um ano de idade, que em 2016, teve incidência 109%
maior que 2015. Fato que demonstra a fragilidade do sistema de saúde em
acompanhar e monitorar essas gestantes, previamente.
Diante disso, é importante ressaltar que os dados comentados acima
impactam diretamente no indicador de Mortalidade Materna. Rondônia, nos últimos
cinco anos, apresenta uma série histórica crescente da Razão de Mortalidade
Materna (RMM)*. Segundo a classificação da Organização Mundial de Saúde
(OMS), os pontos de corte para a RMM são: <20 (Baixa); 20 a 50 (Média); 50 a 150
(Alta) e > 150 (Muito Alta), conforme representado no Quadro 1.

Quadro 1- Razão de Mortalidade Materna, Estado de Rondônia no período de


2011 a 2015
ANO RMM
2011 54/100.000NV
2012 64/100.000NV

2013 66/100.000NV

2014 80/100.000NV

2015 50/100.000NV

Fonte: MS/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM


*A Razão da Mortalidade Materna relaciona os óbitos maternos por causas obstétricas diretas e indiretas (mortes maternas
obstétricas) com o número de nascidos vivos (OMS).
12

Analisando os dados acima, verifica-se que o estado de Rondônia apresenta


uma RMM de média para alta. Comparando com os outros estados da região Norte,
está na terceira posição atrás dos estados do Amazonas e Pará (SIM/MS, 2016).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2012) a razão da mortalidade
materna, estimada em 2010 para o Brasil, foi de 56/100.000NV, comparando ainda a
países como a França (8/100.000NV), o Canadá (12/100.000NV) e EUA
(21/100.000NV) observa-se a necessidade de priorizar estratégias para a redução
desses índices em Rondônia e, consequentemente, no Brasil.
A OMS aponta como sendo as principais causas de morte materna no
mundo: hemorragia (24,8%); infecção (14,9%); eclampsia (12,9%); parto obstruído
(6,9%); aborto ilegal (12,8%); outras causas diretas (7,9%) e causas indiretas
(19,8%).
Todo ano, Rondônia pactua no sistema SISPACTO metas para redução do
indicador de mortalidade materna, porém, não tem alcançado os resultados
esperados. Sendo assim, a grande meta desejada é que não ocorra nenhuma morte
materna, para isso o estado iniciou em 2017 o Projeto da Planificação da Atenção
Primária à Saúde integrada com Atenção Ambulatorial Especializada, assessorado
pela equipe técnica do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(CONASS).
O referido projeto vem reforçar as ações na linha de cuidado prioritária da
área Materno Infantil visando fomentar uma política de enfrentamento e de redução
da mortalidade materna. Pretende-se alcançar este objetivo organizando estratégias
de sensibilização da população-alvo quanto à importância do pré-natal,
institucionalização do Protocolo Estadual para Assistência Materno Infantil,
organização da rede em todos os níveis de atenção à saúde e melhoria no processo
de aquisição de insumos na atenção básica de saúde, entre outras.
Sendo assim, a elaboração deste protocolo, tem como objetivo estabelecer
uma linha guia, para a rede estadual de atenção a saúde, no monitoramento das
manifestações que envolvem o processo gravídico puerperal e nascimento, assim
como o enfrentamento de possíveis problemas relacionado a assistência a saúde à
este grupo específico (gestante, puérpera e recém-nascido), vem corroborar com o
compromisso de qualificar a organização dos serviços na rede básica,
especialmente aqueles executados pelas equipes de Saúde da Família, para as
quais, este documento está direcionado.
13

II. REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE MATERNO INFANTIL

Figura 1 - Regiões de saúde e serviços de referência hospitalar da Rede


Cegonha em Rondônia

• Estimativa de Gestantes/2016 – 28.000


GAR – 70
UTINeo – 26 • Gestantes de Risco Habitual – 23.800
UCINco – 35 • Gestantes de Alto Risco – 4.200
UTI adult - 10
BLH- 1 Serviço de Referência em alto Risco
Hospital de Base

Fonte:

UTI Neo - 6
UTI Adulto - 10

Legenda
Referência
Gestação de Alto Risco

Risco Intermediário e Habitual


GCRC/GPES/SESAU/RO
14

O Sistema Único de Saúde para cumprir com a sua função de prestar


assistência à saúde, respeitando os princípios de universalidade, equidade e
integralidade, necessita uma rede de assistência onde os pontos de atenção atuem
de forma ordenada, articulada, harmônica e aberta para assegurar a acessibilidade
das pessoas.
A Rede Temática de Atenção a Saúde Materno Infantil tem como função
oferecer assistência contínua à saúde para a população que experimenta e vivencia
as transformações que envolvem o ciclo gravídico e o nascimento, com ações e
serviços executados com a qualidade adequada, com custo certo e com a
responsabilidade pelos resultados sanitários referentes a esta população.
Para o efetivo alcance dos objetivos, as ações a serem executadas devem
estar organizadas obedecendo os conceitos gerais das redes de atenção à saúde,
cujos pontos de atenção devem possuir função de atuação primária, especializada
ambulatorial e hospitalar.
A atenção primária, que tem a função de ser ordenadora e coordenadora
dos fluxos e contrafluxos das pessoas pelos demais pontos de atenção, possui a
responsabilidade de exercer ações de promoção, prevenção, diagnósticos e
tratamento dos problemas mais comuns e acompanhamento dos quadros
encaminhados aos demais níveis, pois é dela a responsabilidade sanitária desta
população. É neste nível de atenção que se inicia os cuidados para o grupo materno
infantil, primeiramente na comunidade com os Agentes Comunitários de Saúde
(ACS) e a seguir com os demais membros das equipes de Saúde da Família e
Núcleo de Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB), responsáveis pelo
acompanhamento ao longo de toda gravidez, puerpério e nos demais ciclos da vida.
A atenção especializada ambulatorial e hospitalar, no nível secundário e
terciário, deve dar continuidade a atenção, identificando, diagnosticando e tratando,
os quadros cujo problemas de saúde já estejam instalados, ou atuando na
realização da assistência ao parto/nascimento, que necessitam de um aporte
tecnológico especializado para a recuperação da saúde das pessoas. Em todas as
regiões de saúde deve ser organizado um serviço de referência secundário e ao
nível de Macrorregião o serviço de referência terciária.
A atenção secundária e terciária da Rede Materno Infantil, em Rondônia, na
Macrorregião 1 está organizada da seguinte forma: serviço de atenção ambulatorial
especializado para o pré-natal de alto risco e assistência hospitalar de risco
15

intermediário nos municípios de Ariquemes e Porto Velho, além de ponto de atenção


hospitalar com leitos obstétricos de alto risco, Unidades de Terapia Intensiva (adulto,
pediátrico e neonatal), Unidades de Cuidados Intermediários Neonatal (canguru e
convencional) no Hospital de Base Drº. Ary Pinheiro, serviço de referência estadual
na capital. A Macrorregião 2 conta com serviço ambulatorial especializado nos
municípios de Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena. Para a assistência hospitalar de risco
intermediário, os municípios de Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. Para a
atenção hospitalar de alto risco, segue a mesma referência da Macrorregião 1.
Os hospitais e maternidades devem estar organizados a fim de dar
resolutividade à rede e prestar assistência equitativa, de acordo com a classificação
de risco da gestante, sendo necessários os requisitos essenciais a seguir:

A) Risco Habitual
 Dispor de equipe médica e de enfermagem 24h;
 Garantir a vinculação da gestante de Risco Habitual;
 Permitir a participação de acompanhante durante a internação da
gestante;
 Ofertar condições para o parto natural;
 Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil;
 Realizar vacinação BCG e contra hepatite B;
 Realizar os testes de Triagem Neonatal;
 Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação
de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte
(SINASC e SIM).

B) Risco Intermediário (médio risco)


 Dispor de equipe médica com obstetra, anestesista, pediatra e de
enfermagem 24h;
 Garantir a vinculação da gestante de Risco Intermediário;
 Permitir a participação de acompanhante durante a internação da
gestante;
 Ofertar condições para o parto natural;
 Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil;
16

 Realizar vacinação BCG e contra hepatite B;


 Realizar os testes de Triagem Neonatal;
 Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação
de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte
(SINASC e SIM);
 Dispor as centrais de leito e regulação estadual, do número acordado
de vagas, para os municípios da sua vinculação.

C) Alto Risco
 Dispor de equipe médica com obstetra, pediatra, anestesista,
intensivista e de enfermagem 24h;
 Garantir vinculação da gestante de Alto Risco;
 Permitir a participação de acompanhante durante a internação da
gestante;
 Ofertar condições para o parto natural;
 Dispor de comissão interna de avaliação da morte materna e infantil;
 Realizar vacinação BCG e contra hepatite B;
 Realizar os testes de Triagem Neonatal;
 Comprometer-se com o preenchimento adequado para alimentação
de sistemas de informação relativos ao evento nascimento e morte
(SINASC e SIM)
 Dispor às centrais de leitos e regulação estadual, do número
acordado de vagas, para os municípios da sua vinculação.

A composição multiprofissional das equipes de saúde se faz necessário,


porque os problemas de saúde muitas vezes são complexos e necessitam de
diferentes abordagens para o devido manejo e condutas. A ação interdisciplinar da
equipe deve ter um objetivo comum com corresponsabilização entre seus
integrantes.
Em todos os níveis, cada profissional é chamado a desempenhar sua função
em um processo de trabalho coletivo e integrado, cujo produto deve ser uma
atenção de qualidade, reunindo atributos das diversas áreas profissionais ou do
conhecimento.
17

Quadro 2 - Matriz dos Pontos de Atenção Materno Infantil em Rondônia

A construção da Matriz dos Pontos de Atenção é fundamental, pois identifica


os serviços e ações necessárias à atenção a gestante. No Anexo 1, apresenta-se as
unidades por tipo e local de referência no estado.

1 ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA NO CUIDADO


À GESTANTE, PUÈRPERA E RECÉM-NASCIDO

São atribuições comuns a todos (as) os (as) profissionais da equipe


 Captação precoce da gestante (toda a equipe de Saúde da Família,
em especial o ACS);
 Participar de atividades educativas individuais e em grupo, orientando
sobre a importância do pré-natal e os cuidados necessários durante a
gravidez, preparando a gestante para o parto, aleitamento materno e o
planejamento reprodutivo;
 Realizar visitas domiciliares com o objetivo de acompanhar a
gestante, identificar as vulnerabilidades e fazer as orientações e os
encaminhamentos necessários;
 Fazer aconselhamento referente à vacinação;
18

 Encaminhar todas as puérperas que comparecerem às ações do


quinto dia para avaliação da eSF, já agendando a consulta de
puerpério e puericultura;
 Realizar a coordenação do cuidado da gestante;
 Monitorar as gestantes encaminhadas ao alto risco quanto à
frequência nas consultas agendadas e as condutas adotadas nessa
consulta, com “destaque” para esse monitoramento pelo ACS;
 Participar do planejamento e execução da educação permanente dos
membros da equipe da ESF.

São atribuições do (a) agente comunitário de saúde:

 Informar as famílias sobre a importância de realizar o pré-natal para


ações preventivas e os cuidados com o recém-nato;
 Garantir que toda gestante seja assistida continuamente pela equipe
da Unidade Básica de Saúde e aquelas que optarem por outros
serviços de atenção, sejam visitadas e monitoradas;
 Acompanhar as gestantes que se encontram sobre cuidados de
serviços especializados, vinculando as mesmas mensalmente a
equipe da UBS;
 Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao
desenvolvimento da gestante no sistema de informações e caderneta
da gestante;
 Informar a equipe qualquer sinal que indique alarme na gravidez, tais
como: febre, calafrios, corrimento com mau cheiro, perda de sangue,
palidez, contrações uterinas frequentes, ausência de movimentos
fetais, mamas endurecidas, vermelhas e quentes e dor ao urinar;
 Acompanhar o processo de aleitamento e garantir a mulher e seu
companheiro o planejamento reprodutivo;
 Realizar ações de vigilância a saúde, especificamente o controle de
vetores no seu território de atuação.
19

São atribuições do (a) técnico (a) de Enfermagem:

 Acolher a gestante e sua família orientando sobre a importância do


pré-natal, da amamentação, da vacinação e do planejamento
reprodutivo;
 Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao
desenvolvimento da gestante no sistema de informações e conferir a
caderneta gestante;
 Verificar o peso, altura e pressão arterial e anotar os dados na
caderneta da gestante e no Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC);
 Aferir temperatura, pulso e glicemia capilar se necessário e registrar
no PEC;
 Orientar quanto medicação mediante receita, assim como os
medicamentos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato
ferroso e ácido fólico);
 Monitorar as vacinas e manter atualizado o cartão vacinal;
 Informar ao enfermeiro (a) ou médico (a) de sua equipe, caso a
gestante apresente algum sinal de alarme;
 Realizar a busca ativa de gestantes faltosas;
 Acompanhar o processo de aleitamento materno na unidade e/ou
domicílio;
 Garantir a mulher e seu companheiro acesso ao planejamento
reprodutivo;

São atribuições do (a) enfermeiro (a):

 Realizar e/ou supervisionar acolhimento com escuta qualificada e


classificação de risco, de acordo com protocolos estabelecidos;
 Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal,
da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo;
 Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao
desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a
caderneta da gestante, devidamente preenchido;
 Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual
intercalada com a do médico;
20

 Solicitar exames complementares de acordo com o protocolo de pré-


natal;
 Realizar testes rápidos;
 Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal
(sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados
para tratamento das IST, conforme protocolo local e/ou do Ministério
da Saúde);
 Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes;
 Identificar as gestantes com algum sinal de alarme e/ou identificadas
como de alto risco e encaminhá-las para consulta médica ou para
referência;
 Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico
do colo do útero;
 Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das
gestantes faltosas;
 Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro;

São atribuições do (a) médico (a):

 Confirmar a gravidez através da consulta médica e classificar risco


gestacional;
 Orientar as mulheres e suas famílias sobre a importância do pré-natal,
da amamentação, da vacinação e do planejamento reprodutivo;
 Cadastrar e alimentar mensalmente as informações referentes ao
desenvolvimento da gestante no sistema de informações e fornecer a
caderneta da Gestante devidamente preenchida;
 Realizar a consulta de pré-natal de gestação de risco habitual
intercalada com a do enfermeiro;
 Solicitar exames complementares e orientar o tratamento, caso
necessário;
 Realizar testes rápidos;
 Prescrever medicamentos padronizados para o programa de pré-natal
(sulfato ferroso e ácido fólico, além de medicamentos padronizados
para tratamento das IST) e outros conforme necessidade;
 Manter atualizado o calendário de vacinação das gestantes;
21

 Identificar e tratar as gestantes que apresentam sinais de alarme;


 Atender as intercorrências e encaminhar as gestantes para os
serviços de urgência/emergência obstétrica, quando necessário;
 Realizar exame clínico das mamas e coleta para exame citopatológico
do colo do útero;
 Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das
gestantes faltosas;
 Oferecer o acompanhamento do pré-natal para o parceiro;
 Encaminhar gestantes classificadas de alto risco ao serviço de
referência ambulatorial.

São atribuições do Cirurgião-dentista:

 Realizar a consulta odontológica de pré-natal de gestação de risco


habitual;
 Verificar o fornecimento da caderneta da gestante e ver se o
documento está devidamente preenchido;
 Realizar testes rápidos;
 Manter o cartão de vacina atualizado (encaminhando a sala de vacina
aquelas com atraso vacinal);
 Avaliar a saúde bucal da gestante, a necessidade e a possibilidade de
tratamento, observando os cuidados indicados em cada período da
gravidez;
 Adequar o meio bucal e realizar o controle de placa, cujas práticas
constituem boas condutas odontológicas preventivas e podem ser
indicadas, garantindo conforto à gestante e a continuidade do
tratamento após a gravidez;
 Identificar os fatores de risco que possam impedir o curso normal da
gravidez e encaminhar ao enfermeiro ou ao médico para seguimento;
 Atender as intercorrências/urgências odontológicas observando os
cuidados indicados em cada período da gravidez e encaminhar a
gestante para níveis de referência de maior complexidade, caso
necessário;
22

 Informar as gestantes sobre a periodicidade das consultas


odontológicas e os trimestres de gestação indicados para a realização
de tratamento odontológico;
 Manter a periodicidade das consultas e realizar busca ativa das
gestantes faltosas;
 Reforçar a importância do acompanhamento do pré-natal e do
planejamento reprodutivo para o parceiro;
 Acompanhar o processo de aleitamento materno e os cuidados com o
futuro bebê, enfatizando a importância do papel da amamentação na
dentição e no desenvolvimento do aparelho fonador, respiratório e
digestivo da criança;
 Orientar a mulher e seu companheiro sobre hábitos alimentares
saudáveis e de higiene bucal.
23

III ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL


24

1 GESTANTE, FAMÍLIA E A SOCIEDADE

O conceito de família na sociedade contemporânea não corresponde a


definição tradicional quando se pensa na figura do pai, mãe e filho. Conceitos atuais
mudaram esta concepção e trazem a definição de família como: pessoas que moram
na mesma casa, consanguinidade, relacionamento duradouro, relação heterossexual
ou homossexual e outras.
O processo de engravidar gera para a família e para a sociedade
expectativas, espanto, ansiedades, medo e alegria em todo o período gestacional.
Gerar um filho é um momento especial na vida da mulher. É um período de
mudanças, assim como, uma complexa enxurrada de sentimentos, emoções
individuais, familiares e sociais.
Gravidez é um processo fisiológico em que o organismo aos poucos é
modificado, conforme transcorre seu desenvolvimento. É necessário que a equipe
de saúde, compreenda todo esse contexto e avalie essas transformações, para que
durante esse período de acompanhamento, a gestante e seu parceiro percebam que
são acolhidos, tenham confiança e estejam mais preparados para o nascimento de
seu filho.
Um ponto a destacar é a importância de a Equipe de Saúde estabelecer com
a comunidade um vínculo e traçar um plano de ação para exercer as atividades
assistenciais. Isto inicia pela definição do espaço territorial de assistência,
estimativa do número de gestantes e planejamento de todos os passos logísticos
que envolvem o atendimento.
Devem ser oportunizados também espaços de interlocução com as
famílias/casal que pretendem ter filhos, para orientar sobre um conjunto de ações
que as auxiliam a planejar o momento certo para engravidar (pré-concepção), sem
prejuízos à saúde e ao modo de viver no contexto social no qual estão inseridos.
A equipe de Saúde da Família (eSF) deve cadastrar todas as pessoas do
território, identificando os problemas de saúde e as situações de risco existente na
comunidade, prestar assistência integral às famílias sob sua responsabilidade
sanitária, desenvolver ações educativas e intersetoriais relacionadas com os
problemas de saúde identificados. O Agente Comunitário de Saúde,
especificamente, tem um papel fundamental na captação e orientação da gestante
para que inicie o mais precocemente esse acompanhamento.
25

1.1 Pré-concepção

A pré-concepção é um atendimento realizado, individualmente ou em grupo,


por profissionais de saúde (enfermeiro e/ou médico), com o objetivo de orientar a
mulher e acompanhante, para algumas ações que devem anteceder a gestação,
com o intuito de prepará-los à uma gravidez, puerpério e nascimento saudável.
Nesta atividade a equipe de Saúde da Família deverá ofertar:
 Consulta de enfermagem ou médica para identificar fatores de riscos ou
doenças que possam alterar a evolução da futura gestação;
 Suplemento Alimentar (iniciar a suplementação com ácido fólico dois
meses antes de suspender o método contraceptivo ou interesse da
gravidez);
 Exames laboratoriais para o casal (testagem de Sífilis, HIV e Hepatite B);
 Exames de imagem (se for necessário) a fim de prevenir risco a futura
gestação;
 Atualização vacinal, observando que a vacina contra rubéola deve ser
administrada no mínimo até 2 meses antes da gravidez;
 Orientações em geral a mulher, parceiro e família sobre a possível
gravidez;
 Orientação sobre peso ideal, risco de obesidade na gravidez e
importância de introduzir atividade física na rotina pessoal.

2 ATENDIMENTO A GESTANTE NA UNIDADE BÁSICA


DE SAÚDE

2.1 Acolhimento

O acolhimento não pode ser resumido a uma recepção amigável da


mulher na unidade básica de saúde. Acolher a mulher ou gestante deve se
configurar em uma ação de aproximação, como um “estar com”, ou um “estar perto
de”, sinalizando uma atitude de inclusão por parte do profissional (BRASIL, 2010).
Deve-se considerar o acolhimento uma oportunidade de estabelecimento de
vínculo, responsabilização e compartilhamento de informações, pautadas na escuta
qualificada dos problemas demandados pela mulher/gestante (MOTTA et al, 2014).
26

Dessa forma, por meio do acolhimento busca-se ampliar a autonomia e a


corresponsabilidade entre o profissional e a gestante, garantindo o seu
protagonismo durante todo o processo da gestação , parto e puerpério.

2.2 Diagnóstico da Gravidez

O diagnóstico da gravidez deve ser oferecido a toda mulher com histórico de


atraso menstrual acima de 15 dias e/ou náuseas, vômitos e aumento do volume
abdominal com a realização do Teste de Gravidez (Pesquisa de βHCG)1 ou Teste
Rápido de Gravidez, que será solicitado pelo médico ou enfermeiro (Figura 2 -
Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez). Se o atraso menstrual for maior que 12
semanas, o diagnóstico de gravidez poderá ser feito pelo exame clínico.

¹A Gonadotrofina Coriônica Humana (ßHCG) pode ser detectada no sangue periférico da mulher grávida entre 8 a 11 dias após a concepção
(BRASIL, 2006).
27

Figura 2 - Fluxograma de Diagnóstico de Gravidez

Mulher com suspeita de gravidez


Atraso menstrual
Náusea
Suspensão ou irregularidade do uso do contraceptivo
Desejo de gravidez

Consulta de acolhimento
Deve-se avaliar:
o ciclo menstrual – Dum,
a atividade sexual e o uso de
método contraceptivo

Atraso
Dum maior do
menstrual maior do
que 12
Sim que 15 dias? Sim
semanas?

βHCG urinário, teste rápido Ausente Ausculta de BCF

Negativo Positivo Presente

Gravidez confirmada
Repetir βHCG Captação da gestante para o pré-natal
em 15 dias Solicite exames
Realize testes rápidos de HIV e sífilis
Preenchimento do SISPRENATAL
Negativo WEB/PEC
Preenchimento do cartão da gestante

Investigue outras
causas de irregularidade
menstrual
Avaliação de
risco gestacional

Encaminhe a gestante
para o serviço de pré-natal
de alto risco

Avaliação do risco
gestacional pelo médico Afastado o risco

Confirmado o risco

Pré-natal de Pré-natal de
alto risco baixo risco

Garanta o atendimento no ambulatório de pré-natal de alto risco. Atendimento pela equipe da área de abrangência. É ideal que haja
Mantenha acompanhamento da equipe da área de abrangência. consultas alternadas com médico e enfermeiro.
Monitore os retornos no ambulatório de alto risco. Inclua o companheiro da gestante nas consultas.
Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário. Monitore os retornos.
Identifique o hospital de referência de alto risco para o parto. Visitas domiciliares mensais pelos ACS e pela equipe, se necessário.
Agende consulta de puerpério para a primeira semana pós-parto. Identifique o hospital de emergência de baixo risco para o parto.
Agende consulta de puerpério (para a mãe e o RN) para a primeira
semana pós-parto.

Fonte: Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Departamento de Atenção Básica, 2012
28

Destaca-se que a mulher com gravidez confirmada, seja por teste de


gravidez ou por exame clínico deverá iniciar o pré-natal imediatamente, sendo que a
primeira consulta de pré-natal deverá acontecer preferencialmente até a 12ª semana
de gestação.
IMPORTANTE: Toda mulher com suspeita de gravidez, deve-se investigar
se estava em uso de contraceptivo e se a gravidez é planejada. Se o teste de
gravidez for positivo, iniciar o pré-natal imediatamente; se for negativo, e a paciente
não deseja gravidez, iniciar contraceptivo imediatamente.

2.3 Pré-natal do Parceiro


A paternidade é um momento de mudança na vida do homem, sua presença
é um importante elemento em todas as fases da vida do filho e da futura mãe.
Com o objetivo de engajar os homens no acompanhamento da gestação,
parto e cuidado com o desenvolvimento da criança, além de facilitar e ampliar o
acesso com qualidade da população masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, às
ações e aos serviços de assistência integral à saúde da Rede SUS foi instituído o
Pré-Natal do parceiro por meio da Portaria GM/MS Nº 1.944, de 27 de agosto de
2009.
Neste processo é imprescindível que o pai seja acolhido e vinculado a
Unidade Básica de Saúde, participe da consulta pré-natal e do momento do parto,
realize os testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites virais, atualize seu cartão de
vacina, participe das ações educativas e realize outros exames conforme
necessidades.

2.4 Classificação de Risco Gestacional


Devido a presença de fatores de risco, algumas gestantes podem apresentar
probabilidade mais acentuada na evolução desfavorável da gestação, situação
identificada como gestação de Alto Risco. Neste contexto, devem-se avaliar os
critérios abaixo para realizar a classificação do risco gestacional.
29

Quadro 3 - Condições relacionadas às características pessoais e


sociodemográficas (acompanhamento na Atenção Primária à Saúde)

CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE

Atenção para nível de compreensão das orientações,


Menos que cinco anos de estudo especialmente recomendações escritas. Buscar formas
regular alternativas de comunicação e solicitar acompanhante quando
percebida limitação de entendimento.
Ocupação com esforço físico Avaliação de adequação de atividade, função, carga horária e
excessivo, trabalho noturno, carga solicitação médica formal ao empregador de mudança de
horária extensa, rotatividade de função ou área de trabalho. Orientar pausas periódicas para
horário, exposição a agentes descanso, especialmente após as refeições.
físicos, químicos e biológicos e
níveis altos de estresse.
Suporte familiar ou social Oferecer/solicitar avaliação psicológica e do serviço social.
inadequado
Oferecer/solicitar acompanhamento psicológico e social,
Situação afetiva conflituosa atentar para risco de violência doméstica (investigação
periódica).
Encaminhamento para avaliação psicológica/CAPS,
monitoramento e vigilância de piora de sintomas,
Transtorno mental especialmente piora depressiva, ideação suicida.
Valorização de queixas subjetivas. Investigar o abuso de
substâncias psicoativas e fumo.
Encaminhamento para CAPS AD, oferecer/solicitar
Dependência de drogas lícitas ou acompanhamento psicológico, rever periodicidade de
ilícitas consultas. Pesquisar situação de rua e comportamentos
sexuais de risco.
Oferecer/solicitar avaliação psicológica e serviço social.
Oferecer apoio e abordar importância e possibilidade de
denúncia em caso de violência. Em caso de gravidez
Violência doméstica, abuso,
resultante de estupro/abuso, oferecer as possibilidades
assédio moral.
previstas na Norma Técnica de prevenção e tratamento dos
agravos resultantes da violência sexual (BRASIL, 2012),
inclusive interrupção de gravidez.
Atenção para crescimento uterino e valorização de queixas de
Altura menor que 1,45 m
contrações ou perdas vaginais.
Continua
30

Continuação

CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE

No caso de adolescentes, buscar adequação da atenção


obstétrica respeitando as particularidades sociais e psicológicas da
faixa etária, maior risco de complicações (como prematuridade).
Idade menor que 15
Orientar sempre sobre a importância da permanência ou retorno à
escola. É recomendada a realização de grupos de orientações e
consultas dirigidas para essa população.
Índice de massa corpórea Oferecer/solicitar avaliação e acompanhamento nutricional,
(IMC) inicial que evidencie orientações quanto atividade física.
baixo peso (<20 kg/m²) ou, IMPORTANTE: Devido à crescente prevalência de sobrepeso e
sobrepeso (25 -29,99Kg/m²) ou obesidade na população, deve-se dar atenção especial a este
obesidade (≥ 30 kg/m²) quesito (VIGITEL, 2015).

Quadro 4 - Condições relacionadas aos antecedentes obstétricos


(acompanhamento na Atenção Primária à Saúde)

CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE
Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de
Abortamento habitual 1º manipulação/cirurgia uterina prévia, de alterações endocrinológicas
trimestre (mais do que 2 (diabetes, tireoidopatias), de miomatose, malformações uterinas,
abortos) consanguinidade, de alterações genéticas familiares, de exposição a
substâncias tóxicas, de trombose.
Cirurgia uterina anterior Recomendado agendamento de cesárea, fora do início de trabalho de
(que não sejam cesáreas) parto, em torno de 39 semanas.
Oferecer/solicitar avaliação psicológica, pesquisar história de
Esterilidade/infertilidade manipulação/cirurgia uterina prévia, malformações uterinas,
miomatose, de alterações endocrinológicas (diabetes, tireoidopatias).
Atenção para sinais de trabalho de parto prematuro. Pesquisar rede
de apoio para auxílio ao cuidado dos filhos, avaliar afastamento
Intervalo interpartal menor
laboral de companheiro/familiar/acompanhante na eventualidade de
que dois anos
cuidado especial durante a gestação. Oferecer planejamento
reprodutivo.
Continua
31

Continuação

CONDIÇÃO ORIENTAÇÕES PARA SEGUIMENTO NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA À SAÚDE

Atenção para o desenvolvimento fetal, pesquisa de diabetes


Macrossomia fetal
mellitus.
Nuliparidade e grande Pesquisar rede de apoio para auxílio ao cuidado do(s) filho(s),
multiparidade (> 4 oferecer planejamento reprodutivo.
gestações)
Seguir orientações contidas no item 2.8 - Intercorrências
Pré-eclâmpsia/eclâmpsia
frequentes na gestação, pag. 59.
Pesquisar história de infecções prévias, toxoplasmose, sífilis,
Recém-nascido com Citomegalovírus (CMV), complicações clínicas (hipertensão, lúpus),
restrição de crescimento ou malformação familiar. Solicitar USG morfológico de 1º e 2º trimestres,
malformado ecocardiografia fetal, se disponíveis. Acompanhamento da curva de
altura uterina.
Afastar diagnóstico atual de placenta prévia, orientações sobre
Síndromes hemorrágicas
possibilidade de recorrência no parto atual, parto preferencialmente
em partos anteriores
em hospital com suporte para urgências e emergências obstétricas.
Duas ou mais cesarianas Afastar diagnóstico atual de placenta prévia e acretismo placentário
prévias com ultrassonografia no final do 3º trimestre.

Acretismo placentário Afastar diagnóstico na gestação atual.

Perdas gestacionais de 2º Podem ser acompanhadas na APS após avaliação com especialista
ou 3º trimestre para definição da conduta na atenção pré-natal.
Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após
Prematuridade prévia avaliação com especialista para definição da conduta na atenção
pré-natal.
Podem ser acompanhadas na Atenção Primária à Saúde após
Morte perinatal explicada ou
avaliação com especialista para definição da conduta na atenção
inexplicada
pré-natal.

2.4.1 - Morbidade prévia e atual (encaminhamento para referência em


pré-natal de risco, concomitante com APS e avaliação com especialista para
definição de complexidade da atenção pré-natal):

 Aneurismas;
 Aterosclerose;
 Alterações genéticas maternas;
 Alterações ósteo-articulares de interesse obstétrico;
32

 Câncer;
 Cardiopatias;
 Cirurgia bariátrica;
 Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras
colagenoses);
 Doenças inflamatórias intestinais crônicas;
 Doenças psiquiátricas com acompanhamento (psicoses, depressão
grave etc.);
 Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus);
 Epilepsia;
 Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e
outras);
 Hanseníase;
 Hemopatias;
 Hipertensão arterial crônica, com ou sem medicação;
 Infecção urinária de repetição;
 Nefropatias;
 Pneumopatias;
 Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose,
infecção pelo HIV, sífilis e outras IST);
 Cirurgia abdominal prévia com história de complicações;
 Tromboembolismo;
 Tuberculose;
 Asma grave.

2.4.2 - Doença obstétrica na gravidez atual (acompanhamento do pré-


natal no serviço de referência em pré-natal de alto risco, concomitante com
APS):

 Aloimunização;
 Amniorrexe prematura;
 Restrição de crescimento fetal;
 Gestação múltipla;
 Oligo ou polidrâmnio;
33

 Hidropsia fetal;
 Malformações fetais maiores;
 Óbito fetal;
 Síndromes hemorrágicas;
 Síndromes hipertensivas (pré-eclâmpsia, hipertensão arterial
crônica com pré-eclâmpsia superposta);
 Trabalho de parto prematuro;
 Gravidez prolongada;
 Ganho ponderal acima do adequado.

2.4.3 - Fatores de risco que indicam encaminhamento à


urgência/emergência obstétrica:

 Vômitos incoercíveis não responsivos ao tratamento;


 Anemia grave (Hb < 8g/dl);
 Casos clínicos que necessitem de avaliação hospitalar: cefaleia
intensa e súbita, sinais neurológicos, crise aguda de asma, etc.;
 Crise hipertensiva (PA ≥ 160/110mmHg);
 Sinais premonitórios de eclâmpsia (escotomas cintilantes, cefaleia
típica occipital, epigastralgia ou dor intensa no hipocôndrio direito
com ou sem hipertensão arterial grave e/ou proteinúria);
 Eclâmpsia/convulsões;
 Hipertermia (Tax ≥ 37,8ºC), na ausência de sinais ou sintomas
clínicos de Infecção das Vias Aéreas Superiores (IVAS);
 Suspeita de trombose venosa profunda;
 Suspeita/diagnóstico de abdome agudo;
 Suspeita/diagnóstico de pielonefrite, infecção ovular ou outra
infecção que necessite de internação hospitalar;
 Prurido gestacional/icterícia;
 Hemorragias na gestação (incluindo descolamento prematuro de
placenta, placenta prévia);
 Idade gestacional de 41 semanas confirmadas ou mais.
34

2.4. 4 - Ficha de Classificação de Risco Gestacional (aplicar ao iniciar o


pré-natal e no segundo e terceiro trimestre de gestação)
A Classificação de risco gestacional deve ser realizada no mínimo a cada
trimestre ou sempre que surgir modificações clínicas importantes na gestação. Para
realizar esta atividade durante a Assistência ao Pré-Natal apresenta-se como
instrumento a Ficha de Classificação de Risco Gestacional a ser aplicada pelas eSF,
auxiliando a estratificação dessa população (Anexo 2).

2.4.5 - Gestante vítima de violência


Vivemos em uma sociedade que presenciamos cenas de violência contra a
mulher a todo o momento. Portanto, quando a mulher se encontra grávida, qualquer
tipo de violência se torna ainda mais preocupante trazendo sérias consequências
para a saúde da mãe e do feto.
Os ACS que estão próximos da realidade desta mulher são atores
importantes deste cuidado. Observar com atenção o contexto familiar a qual elas
estão inseridas favorece a descoberta desse ato. É no pré-natal também que todos
os profissionais devem estar atentos para identificação destes casos, para trabalhar
formas de enfrentamento em que ela possa reagir positivamente à sua defesa e
autodefesa e também na proteção do bebê.
Todas as gestantes que se sentem ou se descobrem em situação de
vulnerabilidade devem ser acompanhadas prioritariamente, aquelas que são
confirmadas situações concretas de violência devem ser orientadas a denunciar
seus agressores a autoridade policial. O serviço de saúde deve estar organizado
para prontamente notificar o caso (a notificação é compulsória) e acionar
imediatamente conselhos de proteção à vítima obedecendo ao fluxo de cada
localidade. Esta ação pode mudar potencialmente o destino dessas mulheres.

2.5 Calendário das Consultas

O número mínimo recomendado recentemente pela Organização Mundial


de Saúde é de oito consultas gestacionais, uma no primeiro trimestre (até a 12ª
semana), com 20, 26, 30, 34, 36, 38 e 40 semanas. A equipe deve monitorar o
absenteísmo das gestantes e apoiar a solução da dificuldade, com visita domiciliar
pelo (a) agente comunitário (a) ou outro membro da equipe de saúde.
35

O Ministério da Saúde recomenda que as consultas devam ser intercaladas


entre o médico e enfermeiro, lembrando que todas as gestantes devem ser
referenciadas para o odontólogo da equipe quando houver, visto que as infecções
dentárias e gengivais têm sido associadas à aminiotite e por consequência a
aminiorrex prematura. Deve-se estar constantemente atento ao risco associado à
gravidez, pela história clínica, exame físico e resultado dos exames laboratoriais de
rotina. As avaliações mínimas nos retornos incluem atenção as queixas, níveis
pressóricos, ganho de peso, edema, relação idade gestacional/altura uterina,
movimento fetal e deve-se dar especial atenção ao surgimento de riscos,
considerando o caráter dinâmico da gestação. A necessidade de outras consultas
suplementares dependerá de complicações obstétricas ou clínicas.
Orienta-se, ainda, o cronograma abaixo para agendamento das consultas:

Até 28ª semana Mensalmente

Da 28ª até a 36ª semana Quinzenalmente

Da 36ª até a 41ª semana Semanalmente


Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013)

2.5.1 Roteiro dos procedimentos das consultas pré-natais


2.5.1.1 – Procedimento na primeira consulta

 Iniciar o preenchimento da Caderneta da Gestante corretamente


e por completa;
 Cadastrar a gestante no SISPRENATAL WEB e SISAB/E-SUS;
 Na anamnese, levantar os aspectos socioepidemiológicos, os
antecedentes familiares, os antecedentes pessoais gerais,
antecedentes ginecológicos e obstétricos;
 Uso prévio de contraceptivos, planejamento da gravidez atual,
consulta pré-concepcional, uso de ácido fólico;
 Fazer o exame físico (avaliar o bem-estar materno e fetal);
 Registrar a Data da Última Menstruação (DUM) e definir a Data
Provável do Parto(DPP);
36

 Registrar o peso e altura para o cálculo do Índice de Massa


Corpórea (IMC);
 Registrar os sinais e sintomas na gestação em curso;
 Hábitos alimentares (orientar sobre hábitos e higiene alimentar);
 Informar sobre a ocorrência de Internação durante a gestação
atual;
 Orientar sobre os valores pressóricos durante o período
gestacional;
 Orientar sobre hábitos saudáveis: estilo de vida, sedentarismo,
compreendendo malefícios de substâncias como fumo (número
de cigarros/dia) álcool e drogas ilícitas, para mãe e para o feto;
 Informar sobre a ocupação habitual (orientar sobre esforço físico
intenso, exposição a agentes químicos e físicos potencialmente
nocivos, estresse);
 Perceber a aceitação ou não da gravidez pela mulher, pelo
parceiro e pela família, principalmente se for adolescente (devido
ao risco em potencial de desenvolver depressão pós-parto);
 Identificar gestantes com fraca rede de suporte social (traçar
plano de cuidados individualizado em conjunto com o Núcleo
Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB);
 Preencher a ficha de classificação de risco gestacional, orientar a
gestante quanto a sua situação, transferir para consulta médica
conforme resultado;
 Orientar e agendar consulta odontológica para avaliação da
saúde bucal, preferencialmente no 1º trimestre;
 Orientar a gestante sobre as doenças causadas por vetores, tais
como Zika Vírus, Dengue e Chikungunya;
 Analisar a situação vacinal da gestante (conforme o Quadro 8 -
Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a
gestante, pág. 48);
 Iniciar suplementação com Sulfato Ferroso e Ácido Fólico
segundo conduta estabelecida nas diretrizes nacionais indicado
no Quadro 5.
37

Quadro 5 - Demonstrativo para a suplementação de sulfato ferroso e ácido


fólico na gestação

PÚBLICO CONDUTA PERIODICIDADE

40mg de ferro elementar e Diariamente até o final da


Gestantes 5 mg de ácido fólico gestação.

Diariamente até o terceiro mês


Mulheres no pós-parto e
40mg de ferro elementar pós-parto e até o terceiro mês
pós-aborto
pós-aborto.
Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013)

 Solicitar os exames de rotina, conforme trimestre gestacional,


para a gestante e parceiro, segundo condutas estabelecidas
nas diretrizes nacionais (Verificar item 2.6, pág. 49 - Exames
no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas). Realizar
teste rápido para sífilis, HIV e hepatites virais na primeira
consulta, caso não tenha sido realizado por ocasião do
diagnóstico da gravidez.
 Agendar a próxima consulta tanto no prontuário eletrônico,
quanto na caderneta da gestante.

2.5.1.2 Procedimentos nas Consultas Subsequentes (profissional


médico e enfermeiro, conforme calendário)
 Realizar a revisão da caderneta da gestante e atentar-se para
registrar as informações tanto na caderneta quanto no prontuário da
gestante, seja ele manual ou através do prontuário eletrônico (E-
SUS), incluindo o SISPRENATAL WEB;
 Anamnese atual: pesquisar sobre queixas mais comuns na gestação
e dos sinais de intercorrências clínicas e obstétricas;
 Reavaliar o risco gestacional e realizar condutas necessárias;
 Verificar o calendário vacinal;
 Avaliar os resultados dos exames complementares e realizar
solicitação de outros, se necessários;
38

 Interpretar os dados da anamnese e do exame clínico/obstétrico


frente aos resultados dos exames complementares;
 Tratar as alterações encontradas ou encaminhar à referência,
conforme condutas indicadas.
 Orientar a gestante sobre os sinais de risco (sangramento vaginal,
cefaleia, escotomas visuais, epigastralgia, edema excessivo,
contrações regulares, perda de líquido, diminuição da movimentação
fetal, febre, dor em “baixo ventre”, dispnéia e cansaço) e avaliar a
necessidade de assistência individualizada;
 Acompanhar as condutas adotadas em serviços especializados, se a
gestante estiver sendo acompanhada no pré-natal de alto risco (Plano
de Cuidado Terapêutico Individualizado);

2.5.2 – Procedimentos, cuidados maternos e fetais durante as


consultas

A- Calcular e anotar a Idade Gestacional (IG)


 Perguntar e registrar a Data da Última Menstruação (DUM) - anotar
certeza ou dúvida; em caso de dúvida considerar:
 No início do mês – DUM será no dia 05 do respectivo mês;
 No meio do mês – DUM será no dia 15 do respectivo mês;
 No fim do mês – DUM será no dia 25 do respectivo mês.
 Entretanto, quando a data e o período do mês não forem conhecidos, a
Idade Gestacional (IG) e a Data Provável do Parto (DPP) serão,
inicialmente, determinadas por aproximação, basicamente pela medida
da altura do fundo do útero, conforme esclarece o Ministério da Saúde
(BRASIL, 2013):
 A partir da 8ª semana, o útero corresponde ao dobro do tamanho
normal;
 Na 10ª semana, o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
 Na 12ª semana, o útero enche a pelve, de modo que é palpável na
sínfise púbica;
39

 Na 16ª semana, o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e a


cicatriz umbilical;
 A partir da 20ª semana, o fundo do útero encontra-se na altura da
cicatriz umbilical, sendo que a partir dessa semana, existe uma relação
direta entre as semanas da gestação e a medida da altura uterina.
Entretanto, esse parâmetro torna-se menos fidedigno a partir da 30ª
semana de gestação.

B - Definir a Data Provável do Parto (DPP):

 Com o disco (gestograma) - colocar a seta sobre o dia e mês


correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar a seta
na data (dia e mês) indicada como data provável do parto;
 Através da Regra de Naegele: Somar 7 dias na DUM e subtrair 3 no mês.
Se a DUM ocorreu entre janeiro a março em vez de subtrair iremos
somar 9 meses.

C - Avaliação de peso e Índice de Massa Corpórea (IMC):

 Fórmula para o cálculo = Peso (kg) / Altura (m) x Altura (m).


 Após identificar o IMC, registrar no gráfico de acompanhamento
nutricional (Figura 3) da Caderneta da Gestante, e informá-la se o peso
está ideal para o período gestacional. Monitorar a cada consulta.
40

Figura 3 – Gráfico de acompanhamento do estado nutricional da gestante

Fonte: (Cadernos de Atenção Básica, nº 32, BRASIL, 2013)


41

D - Verificação e avaliação dos níveis da Pressão Arterial

O objetivo da verificação dos níveis pressóricos da gestante é detectar


precocemente estados hipertensivos. São considerados estado hipertensivos na
gestação:

• A observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 140 mmHg de


pressão sistólica e iguais, ou maiores que 90 mmHg de pressão diastólica, mantidos
em duas ocasiões e podendo ser aferidos com intervalo de quatro horas entre as
medidas.

• O aumento de 30 mmHg ou mais na pressão sistólica (máxima) e/ou de 15


mmHg ou mais na pressão diastólica (mínima), em relação aos níveis tensionais pré-
gestacionais e/ou conhecidos até a 16ª semana de gestação. Deve ser utilizado
como sinal de alerta e para agendamento de controles mais próximos.

• A presença de pressão arterial diastólica ≥ 110 mmHg em uma única


oportunidade ou aferição.

E - Palpação obstétrica e medida da Altura Uterina (AU)

Os objetivos da palpação obstétrica e da mensuração da altura uterina são:


identificar o crescimento fetal; diagnosticar os desvios da normalidade a partir da
relação entre a altura uterina e a idade gestacional; identificar a situação e a
apresentação fetal.

A palpação obstétrica deve ser realizada antes da medida da altura uterina,


por meio das Manobras de Leopold (Figura 4) para identificação da situação e
apresentação fetal (polo cefálico, pélvico e dorso fetal) e acompanhamento da altura
uterina.
• Apresentação fetal - Em torno da 36ª semana, recomenda-se a
determinação da apresentação fetal (cefálica, pélvica ou córmica).
• Situação fetal (longitudinal, transversa ou obliquo) colocando as mãos
sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o
polo fetal que se apresenta. A situação longitudinal é a mais comum.
42

Atenção: O feto pode estar em situação longitudinal (apresentação cefálica


ou pélvica) ou transversa (apresentação córmica). A situação transversa reduz a
medida de altura uterina, podendo falsear sua relação com a idade gestacional. As
apresentações mais frequentes são a cefálica e a pélvica.

Figura 4 - Painel com passos para a palpação obstétrica (manobra de Leopold)


Passo 1 – Demonstrativo da Manobra de Leopold Z Weifel.

1º tempo 2º tempo 3º tempo 4º tempo

Passo 2: Manobra de Palpação da situação fetal

Situação Longitudinal Transversa

Passo 3: Verifique a apresentação fetal, as mais comuns são a cefálica e pélvica.

a) Cefálica ; b) Pélvica; c) Córmica

Fonte: Cadernos de atenção Básica, nº 32/ Brasil/2013


43

A medida da Altura Uterina (AU) indica o crescimento fetal e a medida


deve ficar dentro da faixa que delimita os percentis 10 e 90 do gráfico de
crescimento uterino de acordo com a idade gestacional. Traçados iniciais abaixo ou
acima da faixa devem ser medidos novamente em 15 dias para descartar erro da
idade gestacional e risco para o feto (Figura 5).
Nas avaliações subsequentes, traçados persistentemente acima ou abaixo
da faixa e com inclinação semelhante indicam provável erro de idade gestacional ou
alteração fetal:
 Quando os dados da amenorreia são confiáveis e se descarta a
possibilidade de feto morto e oligoâmnio, a medida da altura uterina
permite diagnosticar o crescimento intrauterino retardado com uma
sensibilidade de 56% e uma especificidade de 91%.
 A sensibilidade da altura uterina para o diagnóstico de macrossomia
fetal é de 92% e sua especificidade 72%, uma vez que tenham sido
excluídos a gravidez gemelar, os polidrâmnios e a miomatose uterina;
 Encaminhar para avaliação médica para confirmação da curva,
verificar a necessidade de solicitação de ultrassonografia ou
referência ao alto risco. Se a inclinação for diferente, encaminhar para
o alto risco.
44

Figura 5: Verificação da medida da Altura Uterina

Fonte: (BRASIL, 2016)

F - Verificação da ausculta dos batimentos cardiofetais:

O profissional deve monitorar os Batimentos Cardiofetais (BCF) no intuito de


verificar a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade. A partir da 12ª semana
com o Sonar – Doppler e a partir de 20ª ou 24ª semanas por meio do estetoscópio
45

de Pinard. São parâmetros normais 110 a 160 batimentos por minuto (bpm). Caso
constate bradicardia ou taquicardia, é um sinal de alerta. Suspeitar de sofrimento
fetal, devendo o médico da unidade de saúde realizar avaliação da gestante e do
feto, e caso necessário, encaminhar a gestante ao serviço de maior complexidade.

G - Avaliação de edema:

Deve-se avaliar o surgimento de edema para que se possa descartar o


edema considerado patológico, este geralmente está associado à hipertensão
arterial. A avaliação pode ser realizada através do cacifo (depressão duradoura no
local pressionado). Orienta-se pesquisar através da palpação dígito-digital na região
sacra, a presença de edema oculto (Quadro 6).

Quadro 6 – Demonstrativo dos possíveis cacifos a ser identificados, suspeita e


condutas

CACIFO/LOCALIZAÇÃO SUSPEITA/CONDUTA

(-) ou ausente Monitorar rotineiramente

(+) apenas no tornozelo Pode ser postural, devido ao aumento de temperatura ou modelo do
calçado.

(++) em membros inferiores + Orientar decúbito lateral esquerdo, pesquisar sinais de alerta e
ganho de peso + hipertensão movimentos fetais, agendar retorno em sete dias. Se hipertensão
e/ou proteinúria presente, encaminhar ao Pré-Natal de alto risco.

(+++) em face, membros e


região sacra, ou edema
observado ao acordar pela Suspeita de pré-eclâmpsia. Encaminhar para avaliação médica e ao
manhã, independentemente pré-natal de alto risco.
de ganho de peso e ou
proteinúria e hipertensão
arterial.

Edema Unilateral de MMII, Suspeita de tromboflebite e trombose venosa profunda. Encaminhar


com presença de sinais para avaliação médica e ao pré-natal de alto risco.
flogísticos e dor.

Fonte: (BRASIL, 2013)


46

H - Mobilograma - Método de registro diário de movimentos fetais


(RDMF) e Teste de Estímulo Sonoro Simplificado (TESS):
O objetivo do registro diário da movimentação fetal e o teste de estímulo
sonoro é avaliar clinicamente o bem-estar fetal na gravidez a partir da 34ª semana
gestacional.
Orientações para gestante:
 Escolha um período do dia em que possa estar mais atenta aos
movimentos fetais;
 Alimente-se previamente ao início do registro;
 Sente-se com a mão sobre o abdome;
 Registre os movimentos do feto nos espaços demarcados pelo
formulário, anotando o horário de início e de término do registro.
A contagem dos movimentos é realizada por período máximo de uma hora.
Caso a gestante consiga registrar seis movimentos em menos tempo, não é
necessário manter a observação durante uma hora completa. Entretanto, se após
uma hora ela não foi capaz de contar seis movimentos, deverá repetir o
procedimento. Se na próxima hora não sentir seis movimentos, deverá procurar
imediatamente a unidade de saúde. Assim, considera-se como “inatividade fetal” o
registro com menos de seis movimentos por hora, em duas horas consecutivas. Ver
Anexo 3 (Ficha para realização do mobilograma).

Teste do Estímulo Sonoro Simplificado (TESS)


Material necessário:
 Sonar doppler;
 Buzina de Kobo (buzina de bicicleta).
Técnica:
 Coloque a mulher em decúbito dorsal com a cabeceira elevada
(posição de Fowler);
 Palpe o polo cefálico;
 Ausculte os BCF por quatro períodos de 15 segundos e calcule a
média (obs.: a gestante não deve estar com contração uterina);
 Realize o estímulo sonoro, colocando a buzina sobre o polo cefálico
fetal com ligeira compressão sobre o abdome materno (aplique o
estímulo entre três e cinco segundos ininterruptos). Durante a
47

realização do estímulo, deve-se observar o abdome materno,


procurando identificar movimentos fetais visíveis;
 Imediatamente após o estímulo, repita a ausculta dos BCF por um
período de 60 segundos contínuos.

Quadro 7 - Interpretação do resultado do TESS

POSITIVO NEGATIVO

Presença de aumento mínimo de 15 Ausência de resposta fetal identificada tanto pela


batimentos em relação à medida inicial ou falta de aumento dos BCF quanto pela falta de
presença de movimentos fetais fortes e bruscos movimentos fetais ativos. O teste deverá ser
na observação do abdome materno durante a realizado duas vezes, com intervalo de, pelo
realização do estímulo menos, dez minutos para se considerar negativo.

Na presença de teste simplificado negativo e/ou desaceleração da frequência cardíaca fetal,


encaminhe a gestante a maternidade de referência para avaliação da vitalidade fetal.

Fonte: BRASIL, 213 Cadernos de Atenção Básica nº 32

I - Imunização
As vacinas virais vivas de Sarampo, da Rubéola, da Caxumba (SCR) e da
febre amarela não são recomendadas em situações normais. Contudo, quando o
benefício for considerado maior do que o possível risco, a vacinação poderá ser
realizada, por exemplo, em situações de risco de febre amarela.
São recomendações específicas:
 Vacina contra o Tétano: Para imunização, são necessárias 03 doses
(0 - 2 - 4 meses) e reforço. Uma dose da vacina dTpa a cada
gestação. (Quadro 8, pág. 48).
Eventos adversos à vacina: inclui dor, calor, vermelhidão, edema
local e/ou febrícula de duração passageira, podendo ocasionar mal-
estar geral. Não foram relatados eventos adversos para o feto em
decorrência da aplicação dos toxóides diftérico e tetânico em qualquer
fase da gestação.
Contraindicações:
 Ocorrência de hipersensibilidade após o recebimento de
dose anterior;
 História de hipersensibilidade aos componentes;
48

 História de choque anafilático após administração da


vacina;
 Síndrome de Guillain-Barré até seis semanas após a
vacinação anterior contra difteria e/ou tétano.

Quadro 8 – Esquemas básicos de vacinação contra tétano para a gestante

HISTÓRIA DE IMUNIZAÇÃO CONDUTA


CONTRA O TÉTANO
Realizar esquema completo (3 doses) com intervalo de
2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja
Sem nenhuma dose registrada aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até
20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto.

Duas doses Completar a dose faltante com vacina dTpa, a partir da


20ª semana.
Completar o esquema com duas doses com intervalo
de 2 meses e mínimo de 1 mês, garantindo que seja
Uma dose
aplicada uma dose de dTpa a partir de 20 semanas até
20 dias antes do parto, ou até 45 dias pós-parto.

Vacinação anterior completa, Uma dose de dTpa a partir da 20ª semana ou no


independentemente do tempo de puerpério até 45 dias após o parto.
conclusão do esquema.
Fonte: SESAU/RO/AGEVISA /Coordenação de Imunização

 Vacina contra a Influenza (inativadas): A vacina contra influenza


passou a ser indicada para todas as gestantes, independente da
idade gestacional, com dose única durante a campanha anual contra
influenza sazonal.
Contraindicações: história de alergia severa à proteína do ovo e aos
seus derivados, assim como a qualquer componente da vacina; reações
anafiláticas graves com a vacina anteriormente.

 Vacina contra hepatite B (recombinante): Recomenda-se a triagem


sorológica para hepatite durante o pré-natal por meio do HBsAg
(antígeno de superfície do VHB). Caso o resultado seja negativo:

 Gestante sem vacinação prévia: 1ª dose em qualquer idade


gestacional, 2ª dose um mês após e 3ª dose seis meses após a
primeira dose.
 Gestantes com esquema incompleto (1 ou 2 doses): completar
o esquema.
49

 Gestantes com esquema completo: não devem ser vacinadas.

 Vacina contra raiva humana: Em situações de pós-exposição, a


vacina contra raiva humana, que é de vírus inativo, não é
contraindicada durante a gestação. A gestante deve seguir o
esquema recomendado para situações de pré ou pós-exposição.

 Imunoglobulina contra varicela: Gestante suscetível que tenha


contato com varicela deve receber a Imunoglobulina Humana
Antivaricela-Zoster (IGHVAZ) idealmente até 96hs após o contato
(podendo ser utilizada até 10 dias) para amenizar o quadro clínico e
prevenir complicações clínicas na gestante (ex: pneumonite).

2.6 Exames no pré-natal: rotinas, interpretações e condutas

Durante o acompanhamento pré-natal, além dos procedimentos


anteriormente descritos o profissional deverá solicitar exames para identificação de
anormalidades e tomada de decisão sobre as possíveis alterações.

2.6.1 Rotina laboratorial


Tipagem sanguínea e fator Rh
 Hemograma completo
Pesquisa de Plasmódium (em todas as consultas se
necessário)
Eletroforese de hemoglobina (se necessário)
1ª consulta ou 1º trimestre Glicemia de jejum
Teste rápido ou sorologia para sífilis
Teste rápido ou sorologia para HIV
Toxoplasmose IgM e IgG
Sorologia para hepatite B (HbsAg)
Sorologia para hepatite C (para grupos de risco)
Urina tipo I e urocultura e antibiograma
Parasitológico de fezes (se houver indicação clínica)
Pesquisa de G.Vaginallis (usar Teste de Whiff)
 Coombs indireto, a partir da 24º semana (se for Rh
negativa e parceiro Rh positivo ou não identificado)
 Glicemia de jejum
- Realizar Teste de Tolerância Oral a Glicose com
75g de dextrosol (idealmente entre 24 e 28 semanas),
2° Trimestre se glicemia 1º trimestre menor que 92mg/dl associado a
fatores de riscos. (Vide Fluxograma de Pesquisa de
Diabetes Gestacional, anexo 4)
 Repetir sorologia para toxoplasmose se negativa
prévia
Pesquisa de Plasmodium
Continua
50

Continuação
Hemograma completo
 Glicemia de jejum
Coombs indireto, se necessário.
Sorologia para sífilis
Sorologia para HIV
3° Trimestre Sorologia para hepatite B (HbsAg)
Repetir exame de toxoplasmose se negativa prévia
Urina I e urocultura e antibiograma
Pesquisa de Plasmodium

OBS: Citopatológico de colo de útero, seguir recomendações de rastreamento do INCA.

- Exames de Imagem:

Orienta-se para o pré-natal de risco habitual a realização de até duas USG


Obstétricas, preferencialmente no primeiro e terceiro trimestre. A ultrassonografia
obstétrica não é obrigatória para calcular a idade gestacional, seguindo as
orientações do protocolo de atenção básica, saúde da mulher 2016.

2.6.2 Interpretação dos resultados dos exames laboratoriais e conduta

Exames de rotina Resultados Condutas


Rh negativo e Solicite o teste de Coombs indireto:
Tipagem parceiro Rh positivo  Se negativo: repeti-lo a cada quatro semanas
sanguínea ou fator Rh  Se positivo: referenciar ao alto risco e
desconhecido acompanhar
Suplementação de sulfato ferroso 1 drágea de
Hemoglobina > 200mg/dia (40mg de ferro elementar) manter
11g/dl dose profilática, com suco cítrico – limão ou
Ausência de anemia laranja. Recomenda-se ingerir a medicação
antes das refeições.

A) Solicite exame parasitológico de fezes e trate


as parasitoses.
B) Trate a anemia com 200mg de ferro
elementar ao dia (dois comprimidos de sulfato
Dosagem de
ferroso antes do café, dois comprimidos antes
hemoglobina (Hb)
Hemoglobina entre 8 do almoço e um comprimido antes do jantar).
e 11mg/dl C) Repita a dosagem de hemoglobina entre 30
Anemia leve a e 60 dias.
moderada  Se os níveis estiverem subindo, mantenha o
tratamento até a Hb atingir 11g/dl, após
continuar suplementação profilática. Repetir a
dosagem no 3º trimestre;
 Se a Hb permanecer em níveis estacionários
ou se diminuir, será necessário referir a
gestante ao pré-natal de alto risco.
Continua
51

Continuação
Exames de rotina Resultados Condutas
• HbAA: sem doença
falciforme; • As gestantes com traço falciforme devem receber
• HbAS: heterozigose informações e orientações genéticas pela equipe de
para hemoglobina S Atenção Primária à Saúde.
ou traço falciforme, • As gestantes diagnosticadas com doença falciforme
sem doença devem ser encaminhadas ao serviço de referência
falciforme. (pré-natal de alto risco).
• HbAC: heterozigose
Eletroforese de para hemoglobina C,
hemoglobina sem doença
falciforme.
• HbA com variante
qualquer: sem doença
falciforme;
• HbSS ou HbSC:
doença falciforme.

Abaixo de 92mg/dL Sem fator de risco: normal


Com fator de risco realizar TTG no 2º semestre,
entre 24 e 28 semanas.
Entre 92 mg/dL e Diabetes Gestacional. Encaminhar para alto risco
125mg/dL: para acompanhamento conjunto com a APS.
Glicemia em jejum rastreamento positivo
≥126 mg/dL Diabetes prévia
Ver anexo 4 - fluxograma para pesquisa de
Diabetes Gestacional.

Encaminhar ao alto risco, com acompanhamento


concomitante na UBS.
Em jejum < 92mg/dl Qualquer valor alterado: considerar Diabetes mellitus
Teste de Tolerância
Após 1 hora < 180 gestacional. Encaminhar ao alto risco, com
Oral a
mg/dl acompanhamento concomitante na UBS.
Glicose (TTGO 75g)
Após 2 horas < 153
mg/dl
TR não reagente ou
VDRL negativo: Verificar anexo 5 - fluxograma de manejo da
normal gestante nos quadros de sífilis.
Teste rápido para
TR reagente e VDRL
sífilis
positivo: verificar
titulação para
confirmar sífilis.
TR não reagente ou Verificar anexo 7 - fluxograma para sorologia
sorologia negativa: positiva para o vírus HIV.
Teste rápido (TR) ou
normal
sorologia para
TR reagente e
diagnóstico do HIV
sorologia positiva: HIV
positivo.
TR ou HBsAg não Repetir exame conforme protocolo.
reagente: normal Investigar esquema vacinal e atualizar se necessário
após primeiro trimestre.
Sorologia para
TR ou HBsAg Solicitar HBeAg e transaminases (ALT/TGP e
hepatite B (HBsAg)
reagente positiva AST/TGO).
Se HBsAg e HBeAg reagentes: encaminhar gestante
ao serviço de alto risco.
Continua
52

Continuação
Exames de rotina Resultados Condutas
Teste de Whiff
Resultado positivo Administrar Metronidazol creme vaginal por 7 a 10
(Consiste na para G. Vaginallis = dias.
utilização de uma exala odor fétido
gota de KOH a 10% (peixe podre)
sobre a secreção
vaginal colocada em
uma lâmina).

Na presença de traços de proteinúria: repetir em 15


dias; caso se mantenha, encaminhar a gestante ao
pré-natal de alto risco.
Proteinúria: alterado > Na presença de traços de proteinúria e hipertensão
10 mg/dl. e/ou edema, referir a gestante ao pré-natal de alto
risco.
Na presença de proteinúria maciça: é necessário
referir a gestante ao pré- natal de alto risco.
Leucocitúria: presença Leucocitúria: realizar urinocultura para confirmar se
acima de 10.000 há ITU. Caso não estiver disponível a urinocultura,
células por ml ou cinco tratar empiricamente.
Urina tipo I
células por campo.
Hematúria: presença Cilindrúria, hematúria sem ITU ou sangramento
acima de 10.000 genital e proteinúria maciça ou dois exames
células por ml ou de seguidos com traços, passar por avaliação médica e,
três a cinco hemácias caso necessário, referir ao alto risco.
por campo.
Presença de outros Não necessitam de condutas especiais.
elementos
Na presença de pielonefrite, referir imediatamente à maternidade; se ITU
refratária ou de repetição, referir ao alto risco. Ver anexo 8 - Fluxograma
para queixas urinárias na gestação.
 Urocultura negativa:
< 100.000 unidades
formadoras de Ver anexo 8 - Fluxograma para queixas urinárias na
colônias por mL gestação.
(UFC/mL).
Urocultura e  Urocultura positiva:
antibiograma > 100.000 UFC/mL.
 Antibiograma:
indica os
antibióticos que
podem ser
utilizados no
tratamento.
 Ausência: < 10
mg/dl (valor A presença de proteinúria (+) ou mais deve ser
normal). seguida de uma determinação de proteinúria de 24
 Traços: entre 10 e horas, sendo um dos sinais para diagnóstico de pré-
Teste rápido de eclâmpsia.
30 mg/dl.
Proteinúria  (+) 30 mg/dl.
 (++) 40 a 100 mg/dl.
 (+++) 150 a 350
mg/dl.
 (++++) > 500 mg/dl.
Continua
53

Continuação
Exames de rotina Resultados Condutas
 IgG e IgM reagentes:
 Teste de avidez de IgG
fraca ou gestação > 16
semanas: possibilidade de
infecção na gestação –
iniciar tratamento Ver anexo 6 - Fluxograma para
imediatamente; manejo da Toxoplasmose
 Teste de avidez forte e Gestacional.
gestação < 16 semanas:
doença prévia – não
repetir exame.
Toxoplasmose
 IgM reagente e IgG não
reagente: doença recente –
iniciar tratamento
imediatamente e repetir o
exame após três semanas.
 IgM não reagente e IgG
reagente: doença prévia –
não repetir o exame.
 IgM e IgG não reagente:
suscetível – orientar
medidas de prevenção e
repetir o exame no 3º
trimestre.
 Negativo: sem a doença. Se positivo: iniciar tratamento,
conforme diretrizes do MS para
Pesquisa de Plasmódium  Positivo: portadora do tratamento de malária na
(Malária) Plasmodium sp. gestação.

Se negativo: investigar quadros


febris.
O diagnóstico e o tratamento de
gestantes com parasitoses
intestinais deveriam ser
 Negativo: ausência de realizados antes da gestação.
parasitos.
Parasitológico de fezes  Positivo: conforme descrição Mulheres com parasitoses
de parasitos. intestinais só devem ser tratadas
na gravidez quando o quadro
clínico é exuberante ou as
infecções são maciças, não
sendo recomendado o
tratamento durante o primeiro
trimestre da gestação.
Fonte: BRASIL (2016).
54

2.7 QUEIXAS MAIS FREQUENTES NA GESTAÇÃO E CONDUTAS


55

2.7 - Queixas mais frequentes na gestação e condutas


QUEIXAS CONDUTAS

 Aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio, cálcio e vitamina B1 (abacate, laranja, banana ricos em potássio; fígado, cerais,
aveia, semente de girassol, ricos em B1 e lácteos ricos em cálcio).
Câimbras
 Evitar excesso de exercícios.
 Realizar alongamentos antes e após o início de exercícios ou caminhadas, na ocasião da crise álgica e quando for repousar.
 Massagear o músculo contraído e dolorido e aplicar calor local.
Avaliar hipertensão arterial e pré-eclâmpsia (se houver mais de 24 semanas de gestação).
Cefaléia (dor de cabeça)  Conversar com a gestante sobre suas tensões, conflitos e temores.
 Se não houver hipertensão, prescrever analgésico por tempo limitado.
 Referir à consulta médica, se o sintoma persistir.
Cloasma gravídico  Explicar que é comum e que costuma diminuir ou desaparecer, em tempo variável, após o parto.
(manchas escuras no  Recomendar a não exposição do rosto diretamente ao sol.
rosto)  Recomendar o uso de filtro solar tópico.
 Explicar que aumento de fluxo vaginal é comum na gestação e não prescrever cremes vaginais se não há diagnóstico de infecção
vaginal.
 O diagnóstico pode ser clínico e os achados mais comuns são:
- Prurido vulvar e presença de conteúdo vaginal com placas esbranquiçadas e aderidas à parede vaginal – candidíase. Tratar,
preferencialmente, com antifúngico tópico por sete dias (derivados imidazólicos: miconazol, terconazol, clotrimazol) em qualquer
idade gestacional. Não usar tratamento sistêmico;
Corrimento vaginal - Particularmente nas recidivas, realizar ou solicitar bacterioscopia do conteúdo vaginal a fresco, e corada pelo método de Gram.
Os seguintes achados sugerem os diagnósticos:
- O clue-cells (células-alvo) e flora vaginal com escassez ou ausência de bacilos de Doderlein: vaginose bacteriana;
- Microorganismos flagelados móveis: tricomoníase; Tratar também o parceiro sexual da gestante;
- Hifas ou esporos de leveduras: candidíase.
- Em outros casos, ver condutas no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas. PCDT /MS.
 Realizar exame especular pelo menos a cada trimestre ou quando houver queixas;
 Na primeira consulta de pré-natal, realizar sempre exame especular e teste de Whiff (com KOH 10%).
Recomendar à gestante:
 Alimentação rica em fibras a fim de evitar a obstipação intestinal. Se necessário, prescrever supositórios de glicerina.
Doença hemorroidária  Dar preferência para higiene perianal com água e sabão neutro, após evacuação.
 Fazer banhos de assento ou compressas mornas.
 Agendar consulta médica, caso haja dor ou sangramento anal persistente, encaminhando ao proctologista, se presentes complicações
como trombose.
Continua
56

Continuação
QUEIXAS CONDUTAS

 Certificar-se de que não sejam contrações uterinas.


 Nos casos de epigastralgia ou dor no hipocôndrio direito, principalmente no 3º trimestre, encaminhar imediatamente para avaliação de
pré-eclâmpsia nos serviços de emergência.
 Se houver flatulência (gases) e/ou obstipação intestinal:
- Orientar alimentação rica em fibras, com o consumo de frutas laxativas e com bagaço, verduras, de preferência cruas (bem lavadas),
e cereais integrais.
Dor abdominal, cólicas, - Recomendar que aumente a ingestão de água e evite alimentos de alta fermentação como feijão, repolho, batata, milho, ovo e
flatulência e obstipação frituras; - Recomendar caminhadas e movimentação;
intestinal - Solicitar exame parasitológico de fezes, se necessário;
- Incentivar que a paciente aproveite o reflexo gastrocólico (desejo de evacuar após a refeição);
- Com a persistência do quadro, pode ser necessária a prescrição de formadores de bolo fecal como farelo de trigo (Observação: não
se devem prescrever óleos minerais porque eles reduzem a absorção de vitaminas lipossolúveis).
- Eventualmente, prescreva:
1) Dimeticona (para flatulência);
2) Supositório de glicerina (para a obstipação);
3) Hioscina, 1 cápsula, via oral, até 2 vezes ao dia (para as cólicas).
 Indicar preventivamente uso de sapatos com saltos baixos (3 cm) e confortáveis, de base larga.
 Orientar correção de postura ao sentar-se.
Dor lombar (dores nas
 Aplicar calor local. Eventualmente, por orientação médica, usar analgésico por tempo limitado e evitar anti-inflamatórios não
costas)
hormonais.
 Quando associada a queixas urinárias e/ou febre, atentar para o diagnóstico de pielonefrite e encaminhar imediatamente a gestante
para pronto atendimento.
 Avaliar conforme Quadro 6 pág. 45.
 Se restrito aos membros inferiores, fisiológico, desaparece após o parto. Atentar para a extensão e, principalmente, se atinge coxas e
Edema mãos (pensar em pré-eclâmpsia).
 Não recomendar dieta hipossódica e/ou diuréticos.
 Valorizar a possibilidade de fenômenos trombóticos.
 A frequência, a intensidade e a história prévia devem alertar para necessidade de avaliação por parte de especialistas, para pesquisas
de causas não relacionadas às modificações gravídicas.
Epistaxe/obstrução
 Estar atento para possibilidade de crises hipertensivas nos casos de epistaxe.
nasal
 Obstrução nasal pode causar prejuízo ao sono e desconforto, por vezes limitantes. Pode-se indicar lavagem nasal com soro
fisiológico. Não utilizar descongestionante nasal com vasoconstritor.
Continua
57

Continuação
QUEIXAS CONDUTAS

Explicar que são resultado da distensão dos tecidos e que não existe método eficaz de prevenção. As estrias, inicialmente de cor
Estrias
arroxeada, tendem, com o tempo, a ficar de cor semelhante à da pele.
Esses sintomas são frequentes na gestação, em decorrência do aumento do útero, elevação do diafragma e ansiedade da gestante.
 Recomendar repouso em decúbito lateral esquerdo.
 Ouvir a gestante e conversar sobre suas angústias, se for o caso.
Falta de ar e dificuldade
para respirar  Estar atento para outros sintomas associados (tosse, chiado e sibilância) e para achados no exame cardiopulmonar. Embora seja
pouco frequente, pode se tratar de doença cardíaca ou respiratória.
 Agendar a consulta médica, caso haja dúvida ou suspeita de problema clínico, podendo ser necessária investigação complementar
e/ou consulta com especialista.
 Orientar a gestante para que não faça mudanças bruscas de posição e evite a inatividade.
 Indicar alimentação fracionada, evitando jejum prolongado e grandes intervalos entre as refeições.
Fraquezas e desmaios  Evitar vestuário que produza calor demasiado e evitar ambientes quentes e pouco ventilados.
 Explicar à gestante para sentar com a cabeça abaixada ou deitar em decúbito lateral, respirando profunda e pausadamente, melhora a
sensação de fraqueza e de desmaio.
 Caso apresente episódios de desmaio deverá ser avaliada em consulta médica e encaminhada para serviço de saúde de referência.
 Esclarecer e dar apoio, no sentido de facilitar a acomodação da paciente em sua nova condição.
Insônia / Hipersônia
 Embora a administração de medicamentos possa ser utilizada em casos de difícil resolução, deve ter o seu benefício avaliado
criteriosamente.
Oriente a gestante quanto à normalidade de incômodo mamário, pela fisiologia da gestação.
Mastalgia (dor nas  Recomendar o uso constante de sutiã com boa sustentação, após descartar qualquer alteração.
mamas)/descarga  Orientar para o preparo das mamas para a amamentação.
papilar  O colostro, principalmente nas fases tardias da gravidez, pode ser eliminado. A presença de sangue exige realização de citologia
oncológica em esfregaço da descarga papilar, fixado com álcool 96% - referenciar ao serviço de alto risco.
 Explicar que esses são sintomas comuns no início da gestação.
 Adiar o horário de escovação dos dentes, evitando os primeiros instantes após levantar-se pela manhã.
 Algumas mulheres podem obter alívio com: alimentação fracionada (seis refeições leves/dia); evitar frituras, gorduras e alimentos com
Náuseas, vômitos e cheiros fortes; evitar líquidos durante as refeições; ingerir alimentos sólidos antes de levantar-se pela manhã, como pão ou biscoitos tipo
tonturas “água e sal”. Uso de camomila, gengibre, vitamina B6. Ingerir alimentos gelados. Acupuntura pode ser útil.
 Se for necessário, prescrever anti eméticos. Medicamentos: metoclopramida, dimenidrato, bromoprida, normoprida, fenotiazinas,
clorpromazina, levomepromazina, associados ou não à vitamina B6;
 Agendar consulta médica ou encaminhar para referência em caso de vômitos freqüentes refratários, com perda de peso, tontura,
sonolência e desmaio, por risco de distúrbios metabólicos e desidratação.
Continua
58

Continuação
QUEIXAS CONDUTAS

 Atentar para a necessidade de investigação de cardiopatia (arritmia).


Palpitação
 Esclarecer sobre a frequência dessa queixa como resultado de alterações fisiológicas da gestação.
 É comum na gestação.
Parestesias  Pode ser necessária, a administração de analgésicos.
 Diferenciar da síndrome do túnel do carpo, na qual a gravidade do acometimento e limitação dos movimentos é maior.
 Ingestão de alimentos fracionada (pequenas quantidades e com maior frequência).
 Após as refeições, aguardar uma ou duas horas para se deitar.
Pirose (azia), eructação/
 Ao deitar, manter tronco elevado em relação ao restante do corpo (ex: elevar a cabeceira com tijolos).
plenitude gástrica
 Mastigar bem os alimentos.
 Evitar frituras, alimentos gordurosos e picantes, café, chá preto, mates, doces, álcool e fumo.
 Em alguns casos, a critério médico, a gestante pode se beneficiar com a prescrição de antiácidos.
 Explicar que, geralmente, o aumento da frequência de micções é comum no início e no fim da gestação.
 Orientar para que mantenha a ingestão de líquido, mesmo com maior frequência miccional.
 Em caso de hematúria (sangue na urina) ou disúria (dor ao urinar), realizar fita urinária; na presença de nitrito e leucocitúria e/ou
Queixas urinárias bacteriúria, solicitar urocultura com antibiograma e iniciar tratamento empírico.
 Solicitar exame de urocultura e antibiograma, revendo ou orientando a terapia segundo o resultado.
 Explicar que a incontinência urinária, mesmo na ausência de prolapsos, pode estar associada à gravidez. Indica-se, de forma
profilática ou terapêutica, a realização de exercícios perineais na gravidez.
Sangramento gengival Recomendar o uso de escova de dente macia e orientar a prática de massagem na gengiva, bochechos e uso de fio dental.
 Agendar atendimento odontológico, sempre que possível.
Sialorréia (salivação  Explicar que esse é um sintoma comum no início da gestação.
excessiva)  Orientar alimentação semelhante à indicada para náuseas e vômitos.
 Orientar a deglutir a saliva e tomar líquidos em abundância (especialmente em épocas de calor).
 Não permanecer muito tempo em pé ou sentada; evitar inatividade.
 Repousar pelo menos 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas elevadas. Elevar os pés da cama.
Varizes  Não usar roupas muito justas e, se possível, utilizar meia-calça elástica para gestante; podem-se indicar meias de média compressão,
com tamanho sugerido pela circunferência da panturrilha.
 As varizes vulvares não requerem tratamento específico e raramente são causas de sangramentos.
 Valorizar a possibilidade de complicações tromboembólicas se houver aparecimento agudo de dor.
59

2.8 - Intercorrências frequentes na gestação

INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA

Prescrever drogas antieméticas, por via oral ou intravenosa.

Antieméticos orais:

Metoclopramida – 10 mg de 8/8horas.

Dimenidrato – 50 mg de 6/6 horas.

Meclizina – 25 mg de 8/8 horas

Presença de vômitos contínuos e intensos que Ondansetrona* - 4mg ou 8mg de 8/8 ou 6/6hs horas.
impedem a alimentação, ocasionando desde a
HIPERÊMESE desidratação e oligúria à perda de peso e Antieméticos injetáveis:
transtornos metabólicos, a partir da 16º semana
de gestação. Metoclopramida – 10 mg (uma ampola = 10 ml) de 8/8 horas.

Dimenidrato – 50 mg (uma ampola =1 ml) de 6/6 horas.

Ondansetrona*- 4mg (uma ampola =2 ml) de 8/8 horas ou 8mg (1 ampola =4ml) de 12/12
horas.

A internação hospitalar está recomendada quando o tratamento ambulatorial ou na


unidade básica de saúde não conseguiu controlar a situação.

Presença de sangramento vaginal discreto ou Orientar repouso relativo e analgésico caso refira cólicas.
moderado, sem que ocorra modificação cervical,
AMEAÇA DE Se o sangramento aumentar, encaminhar para maternidade de referência.
geralmente com sintomatologia discreta ou
ABORTO
ausente (dor do tipo cólica ou peso na região do
hipogástrio).

Continua
60

Continuação
INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA

História de atraso menstrual, teste positivo para Encaminhar a mulher para hospital de referência para exame ultrassonográfico, definição
GRAVIDEZ gravidez, perda sanguínea uterina e dores no e tratamento.
ECTÓPICA baixo ventre. Avaliar sinais de irritação
peritoneal.
Presença de sangramento em pequena Na suspeita clínica de mola hidatiforme, a gestante deverá ser encaminhada ao hospital
quantidade antes da 20º semana, ausência de de referência.
BCF, crescimento uterino e níveis de β-HcG IMPORTANTE: o Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro oferece o Centro de Referência de
MOLA
incompatíveis com a idade gestacional. Doença Trofoblástica Gestacional após confirmação diagnóstica deste agravo.
HIDATIFORME
Atentar para a presença de hipertensão arterial
precoce (pré-eclâmpsia previamente à 20ª
semana).
Sangramento vaginal indolor recorrente, súbito, Encaminhar gestante para maternidade de referência para confirmação diagnóstica
em intervalos curtos e de cor vermelho vivo, (exame ultrassonográfico) e conduta médica.
iniciado a partir da 30ª semana. Se confirmado Placenta Prévia, o profissional de saúde deverá referenciar a gestante
PLACENTA PRÉVIA
O exame especular revela presença de para continuar o pré-natal em centro de referência para gestação de alto risco,
sangramento proveniente da cavidade uterina. concomitante com a atenção básica.
IMPORTANTE: Não realizar toque vaginal.
Dor abdominal súbita, com intensidade variável, IMPORTANTE: A equipe da UBS deve providenciar unidade de suporte de vida (192) -
perda sanguínea de cor vermelha escura e às preferência Unidade de Suporte Avançado.
vezes em quantidade pequena ou ausente,
incompatível com quadro materno de hipotensão - Contato prévio com o serviço referenciado, enviar relatório de encaminhamento
DESCOLAMENTO ou de choque. detalhado e:
PREMATURO DE  Manter as vias aéreas pérvias.
PLACENTA (DPP)
 Administrar oxigênio sob catéter 03 a 05 litros/minuto ou máscara 07 a 10
litros/minuto.
 Providenciar dois acessos venosos calibrosos e infundir cristalóides.
 Manter paciente em decúbito lateral esquerdo.
Continua
61

Continuação
INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA

Hipertensão arterial: • Na hipertensão arterial:

Define-se como hipertensão arterial quando a A metildopa é a droga preferida por ser a mais bem estudada e por não haver evidência
pressão arterial sistólica atinge valor ≥ 140 de efeitos deletérios para o feto (750-2.000 mg/ dia);
mmHg e/ou a pressão arterial diastólica atinge
valor ≥ 90 mmHg, em duas medidas com Outros antagonistas de canais de cálcio (ACC), como nifedipino (10- 80 mg/dia), podem
HIPERTENSÃO intervalo de pelo menos quatro horas; ser considerados como alternativas ou em associação;
ARTERIAL
As consultas pré-natais devem ser mensais até Os betabloqueadores são considerados seguros na gravidez, embora se atribua a eles
a 30ª semana, quinzenais até a 34ª semana e redução no crescimento fetal.
semanais após essa idade gestacional até o
• Por seus efeitos danosos ao feto, os inibidores da enzima de conversão da angiotensina
parto.
(IECA), como captopril, e antagonistas da angiotensina II, como losartana, devem ser
substituídos.

Caracterizada pelo aparecimento de HAS e Encaminhar gestante para urgência obstétrica para conduta médica. Caso não fique
PRÉ-ECLÂMPSIA proteinúria após a 20ª semana de gestação internada deverá retornar para o Serviço de Referência de Alto Risco.
em mulheres previamente normotensas.

IMPORTANTE: A equipe da UBS deve providenciar unidade de suporte de vida (192) -


preferência Unidade de Suporte Avançado.
Condutas:
 Fazer contato com o Serviço de Referência e enviar relatório detalhado do caso.
Corresponde à pré-eclâmpsia complicada por  Manter as vias aéreas pérvias.
ECLÂMPSIA convulsões que não podem ser atribuídas a
 Administrar oxigênio sob catéter 03 a 05 litros/minuto ou máscara 07 a 10
outras causas.
litros/minuto.
 Providenciar dois acessos venosos calibrosos e infundir cristalóides.
 Evitar a posição supina da paciente.
 Proteger mulher de trauma.
 Transferir imediatamente à urgência obstétrica.
Continua
62

Continuação
INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA

 Diabetes gestacional costuma ser


assintomático. Deve-se estar atento aos
seguintes fatores de risco:  Realizar as orientações preventivas sobre cuidados com a alimentação, controle
 idade igual ou maior de 35 anos; de peso, atividades físicas.
 sobrepeso, obesidade ou ganho de peso
 Realizar exames laboratorial de glicemia segundo exames laboratoriais de rotina
excessivo na gestação atual;
indicados na pág. 49.
 deposição central excessiva de gordura
corporal prévia à gestação;  Caso confirmação diagnóstica classificar quanto ao risco, e referir para
DIABETES
MELLITUS  baixa estatura (≤ 1,50 m); acompanhamento conjunto com o Serviço de Referência Ambulatorial, conforme
GESTACIONAL  crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, Anexo 4 - Fluxograma de pesquisa para diabetes gestacional.
hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez
atual;
 antecedentes obstétricos de
abortamentos de repetição, malformações,
morte fetal ou neonatal inexplicada,
macrossomia (peso ≥ 4,5 kg) ou DMG;
 história familiar de DM em parentes de 1º
grau;
 síndrome de ovários policísticos.
A sífilis na gestação requer intervenção  Realiza notificação do caso.
imediata, para que se reduza ao máximo a  Diagnóstico e tratamento na atenção básica de acordo com o estágio da doença.
possibilidade de transmissão vertical,  Em qualquer circunstância, Teste Rápido e VDRL positivo tratar.
ocasionando possíveis mal formações  Ver Anexo 5 - Fluxograma do Manejo da Gestante nos quadros de sífilis e
fetais. A identificação é realizada por indicações em casos de complicações.
SÍFILIS
exame laboratorial: Teste Rápido(TR) ou
Sorologia.
TR não reagente ou VDRL negativo: normal
TR reagente e VDRL positivo: verificar titulação
para confirmar sífilis.

Continua
63

Continuação
INTERCORRÊNCIAS COMO IDENTIFICAR CONDUTA

 Rastreamento e identificação de gestantes suscetíveis para seguimento


Na maioria das vezes a toxoplasmose é posterior (Sorologia com IgG e IgM e Teste de avidez). Objetiva prevenir a
assintomática, transmissão fetal e também proporcionar o tratamento, caso haja
 Dor de cabeça constante; contaminação intraútero.
Toxoplasmose  Febre acima de 38º C;  Realizar notificação do caso.
 Cansaço excessivo;  Em caso diagnóstico reagente, classificar como alto risco e encaminhar para
 Dor nos músculos; Serviço Ambulatorial de Referência para tratamento segundo o Anexo 6,
 Dor de garganta; Fluxograma para manejo da Toxoplasmose na gestação.
 Na UBS, manter Plano de cuidados compartilhado com serviço especializado.
 Aconselhamento pré e pós teste.
A contaminação por HIV em gestante é um  Realiza notificação do caso.
problema considerado de alto risco, em virtude
 Em caso de resultado reagente, classificar alto risco ambulatorial, e
do estigma social e familiar gerado pela
Vírus da encaminhar para o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) e ou Serviço
doença, além das possibilidades de de Referência Ambulatorial de Referência para acompanhamento conforme
Imunodeficiência
contaminação do feto. Anexo 7 - Fluxograma para sorologia positiva para o vírus HIV.
Humana (HIV)
A identificação é realizada por exame  Monitorar adesão ao plano de cuidados na UBS com apoio do NASF- AB.
laboratorial Teste Rápido - TR ou Sorologia
reagente.
Infecção aguda, transmitida verticalmente, pode  Realizar notificação do caso.
ser assintomática ou sintomática. Diagnóstico  Em caso de resultado reagente, classificar alto risco ambulatorial, e
Vírus da Hepatite B é laboratorial, com Sorologia. encaminhar para Serviço de Referência.
 Atentar para o ítem 2.6.2- interpretação de exames de rotina, para condução do
diagnóstico (pág. 50).
Infecção do Trato É a infecção mais frequente entre as gestantes  Medida Preventiva: orientar para ingestas frequente de líquidos e não postergar
Urinário (ITU) e causa mais comum de complicações na a micção;
gravidez: aborto, parto prematuro,  Realizar exames conforme item 2.6.2 - exames de rotina (pág. 50).
aminiorrexe prematura, sepse neonatal e  Realizar tratamento e na presença de pielonefrite, referir imediatamente à
materna. A forma assintomática é a mais Maternidade; se ITU refratária ou de repetição, referir ao alto risco. Ver anexo 8,
frequente, mas as infecções sintomáticas Fluxograma para queixas urinárias na gestação.
poderão acometer o trato urinário inferior
(cistites) e superior (pielonefrite).
A identificação é através da história clínica,
sinais e sintomas e/ou confirmação de exame
laboratorial.
64

2.9 - Doenças causadas por vetores de interesse sanitário na gestação


em Rondônia

As gestantes necessitam de vigilância devendo a equipe de assistência e ou


da Estratégia de Saúde da Família estar atentos para presença de sinais e sintomas
de problemas relacionados aos agravos ocasionados por enfermidades transmitidas
por vetores endêmicos e regionais. A notificação dos casos suspeitos a Agência
Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (AGEVISA) é ação importante para
traçar os perfis epidemiológicos locais e planejar as atividades de combate e
controle dos vetores.
São importantes a manutenção das medidas preventivas de vigilância, com
orientações que envolvem a eliminação de possíveis criadouros, cuidados com
higienização dos domicílios, medidas de proteção individuais (uso de roupas
apropriadas, repelentes, mosquiteiros).
O diagnóstico precoce, tratamento oportuno e qualificado são
imprescindíveis para o manejo da sintomatologia, garantia do bem-estar da gestante
e concepto.
65

QUADRO 9 - DOENÇAS DE MAIOR INCIDÊNCIA REGIONAL TRANSMITIDAS POR VETORES


DOENÇA DENGUE CHIKUNGUNYA ZIKA MALÁRIA

Agente: vírus da Dengue


AGENTE INFECCIOSO E VETOR Agente: vírus chikungunya Agente: vírus da Zika Agente: Plasmodium sp
(DEN 1, 2, 3 e 4)
Vetor: Aedes aegypti Vetor: Aedes aegypti Vetor: Aedes aegypti Vetor: Anopheles (fêmea)
FEBRE Sem febre ou sub febril, < 38 °C (1
Acima de 38 °C (4 a 7 dias) Acima de 38 °C (2 a 3 dias) Febre alta, intermitente, > ou = a 40 °C
a 2 dias)
30 a 50% dos casos a partir 4º 50% dos casos de 2 a 5 90 a 100% dos casos no 1º e 2º
RASH CUTÂNEO Ausente
dia; dias; dias;
SINAIS E SINTOMAS

MIALGIA Moderada a intensa Leve Leve a moderada Moderada a intensa


ARTRALGIA Leve Moderada a intensa Leve a moderada Ausente
Frequente, de moderado a
EDEMA ARTICULAR Raro Frequente, de leve intensidade Ausente
intenso
CONJUNTIVITE Raro 30% dos casos De 50 a 90% dos casos Ausente
CEFALÉIA Moderada a intensa Leve a moderado Leve a moderado Presente, de moderada a intensa
PRURIDO Leve Leve Moderada a intensa Ausente
HIPERTROFIA GANGLIONAR Leve Moderada Intensa Ausente
DISCRASIA HEMORRÁGICA Moderada Leve Ausente Presente em casos de malária grave e complicada
ACOMETIMENTO Raro (predominantes em Mais frequente que Dengue e
Raro Presente em casos de malária grave e complicada
NEUROLÓGICO neo-natos) Chikungunya
OUTROS SINTOMAS Calafrios, náuseas, vômitos, inapetência
Sangramento, transmissão vertical
Sangramento, transmissão Risco de morte materna em casos graves. Para o feto:
Sangramento, transmissão ocasionando parto prematuro e/ou
vertical ocasionando parto risco de aborto, morte fetal e de parto pré-termo,
IMPLICAÇÕES NA GESTAÇÃO vertical ocasionando parto abortamento. Comprometimento
prematuro e/ou contribuindo ainda para nascimentos de recém
prematuro e/ou abortamento. neurológico/má formação fetal
abortamento. nascidos com baixo peso para a idade gestacional.
(microcefalia).
• Notificar caso; • Notificar caso; • Notificar caso; • Encaminhar para coleta de gota espessa;
• Em caso positivo para Plasmodium vivax, iniciar
• Tratamento
• Tratamento sintomático; • Tratamento sintomático; tratamento recomendado para malária Não
sintomático;
complicada..
• Em caso de infecção positiva para Plasmodium
• Hidratação oral; • Hidratação oral; • Hidratação oral;
CONDUTA falciparum para referência hospitalar especializada.
• Repouso; • Repouso; • Repouso; • Medidas protetivas quanto ao vetor;
• Medidas protetivas • Medidas protetivas • Medidas protetivas quanto ao
• Medidas protetivas quanto ao vetor;
quanto ao vetor; quanto ao vetor; vetor;
Avaliar sinais de alarme ou
choque (Ver Manejo clínico da
Dengue, MS*)
*Disponível em http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/14/dengue-manejo-adulto-crianca-5d.pdf
66

2.10 Orientando a gestante para o parto

Uma importante estratégia que


pode e deve ser construída
durante o acompanhamento
gestacional, é o Plano de Parto e
Pós-Parto. Este consiste em um
documento escrito, no qual a
gestante e o seu companheiro
realizam o registro de suas
preferências e desejos em
relação ao momento do parto e
nascimento. Assim, é possível
garantir direitos e concretizar
ações baseadas em evidências
científicas, levando em
consideração o contexto da
gestação, bem como as
possibilidades que existem no
serviço de atenção ao parto e
nascimento (BRASIL, 2005).

O instrumento para elaboração do Plano de Parto e Pós-Parto será


preenchido durante o acompanhamento na assistência pré-natal (Anexo 9 -
Modelo de Plano de Parto).
Abordar a gestante sobre a maternidade ou serviço para a qual será
encaminhada para a assistência ao parto, diminui a ansiedade da mulher, garantindo
maior qualidade aos cuidados e bem-estar dessa gestante.
67

3 PRÁTICAS EDUCATIVAS NO PERÍODO GESTACIONAL


68

As práticas educativas são estratégias para as equipes de saúde da família


ampliarem o resultado do trabalho dos profissionais junto aos indivíduos e
comunidade. No caso da assistência ao pré-natal, esses espaços possibilitam que a
mulher grávida tenha a escuta de suas dúvidas e demandas, além de receber, por
meio de profissionais qualificados, apoio emocional, informações de qualidade sobre
a fisiologia do nascimento, sobre técnicas de alívio da dor, sobre reconhecimento do
trabalho de parto e sinais de alerta.
É um grande desafio para a equipe transformar para melhor, estilos de vida
não saudável, pois depende muito mais dos esforços da pessoa, que do profissional
que deve estar ali apenas para dar a direção e apoiar. Alguns pontos que se deve
observar é o respeito ao contexto sociocultural, à autonomia e à motivação da
população assistida. Mudar hábito é uma decisão de cada pessoa, cabe aos
profissionais, ter um bom domínio e apoiar com diferentes abordagens esta atitude.
Nas UBS deve acontecer planejamento de oferta sistemática de ações
educativas coletivas ou individuais direcionadas para todas as gestantes, com temas
diversificados e ofertados de formas periódicas, que se repetem de tempos em
tempos.
Algumas formas de abordagens estão aqui destacadas com o intuito de
ajudar as equipes a chegarem de forma qualitativa e resolutiva no objetivo da
mudança para um estilo de vida mais saudável. São elas:
• Atenção contínua – é o atendimento de forma sequenciada, realizada
por diferentes profissionais de saúde, num mesmo turno de trabalho.
Tem como resultado a construção de um plano de cuidado terapêutico
para a gestante que será monitorado por toda a equipe.
• Atenção compartilhada em grupo - focada na participação das
gestantes/parceiros, onde estes sob a coordenação de profissional
qualificado refletem e compartilham informações sobre a fisiologia da
gestação e do nascimento e o apoio emocional para que a mulher se
sinta competente e segura, entendendo o parto como um processo
ativo do seu corpo e altamente vinculado ao seu protagonismo.
Identificam e analisam os problemas presentes durante o ciclo
gravídico, elaboram hipóteses de soluções e constroem um plano de
ação, que deve ser monitorado e avaliado sistematicamente, em cada
novo encontro do grupo.
69

• Grupo operativo – rede de indivíduos que interagem entre si e


comprometem-se com uma tarefa. As tarefas no grupo operativo
podem englobar mudanças nos hábitos alimentares, práticas de
atividades físicas e outras de interesse do grupo.
• Grupo de pares - grupo de interajuda, formado por pessoas que estão
vivendo a mesma situação (por exemplo, gravidez na adolescência,
mães acometidas por infecção de zika vírus), com vista a encontrar
soluções dos problemas enfrentados pela partilha de experiências e
troca de informações.

As Equipes de Assistência Multiprofissional e de Saúde da Família devem


ser as responsáveis pela coordenação dos grupos de gestantes, com o apoio do
gerente da unidade, e este deverá garantir agenda protegida para os profissionais
que realizarão esses grupos.
Sugere-se que os grupos de gestantes sejam mediados por profissionais da
assistência: médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionista, enfermeiros e demais
profissionais envolvidos. Devem participar dos grupos, gestantes acompanhadas de
alguém de sua confiança que, preferencialmente, será a pessoa que estará presente
no parto e apoiará no puerpério.
70

IV CUIDADOS COM A MULHER NO PERÍODO PUERPERAL


71

O puerpério é um período no qual o cuidado à mulher é fundamental tanto


para a saúde materna quanto o neonato e, neste processo, deve-se incluir o pai, a
família em seus diversos arranjos e toda a rede social primária, envolvida nesta fase
do ciclo vital e familiar. Sabe-se que no puerpério podem surgir diversos problemas
de saúde ainda relacionados com a gestação e, estes podem ser responsáveis por
muitas sequelas, até mesmo óbito de mulheres (mortalidade materna) provocadas,
por exemplo, por hemorragias e infecções (BRASIL, 2016).
O puerpério compreende período de grandes modificações físicas e
psíquicas e divide-se em três fases, nas quais deve-se conciliar o
acompanhamento/consultas pela equipe de Saúde da Família:
• Puerpério imediato (1º consulta): após a saída da placenta até o 10º dia
após o parto;
• Puerpério tardio (2º consulta): entre o 11º e 40º dia após o parto;
• Puerpério remoto (3º consulta): do 41º dia até o 60º dia após o parto.

Em até 72 horas após a alta hospitalar toda puérpera deve receber, no


domicílio, uma visita de um membro da equipe de Saúde da Família, seja o ACS, o
auxiliar/técnico de enfermagem, enfermeira e médico para orientar a puérpera sobre
os cuidados básicos com o recém-nascido e a importância da avaliação completa da
sua saúde, que deverá ocorrer entre o quinto e décimo dia após o parto, na Unidade
Básica de Saúde (UBS).

Após o primeiro contato do puerpério (dentro das 72h), a equipe de Saúde da


Família deverá programar uma visita/atendimento domiciliar para, além das
orientações sobre os cuidados básicos com o recém-nascido, realizar a avaliação do
vínculo mãe-bebê, da ambiência do domicílio, do aleitamento, da apojadura, dos
lóquios e da involução uterina: verificar o sumário de alta com histórico de parto e
exame do recém-nascido, atentar para sinais de alerta: infecciosos, desidratação,
icterícia, dentre outros e agendar as demais consultas na UBS.
O acompanhamento puerperal deve oportunizar a orientação qualificada
com o objetivo de prevenir, identificar e intervir em possíveis intercorrências e
complicações, evitando desfechos desfavoráveis para a mulher e/ou recém-nascido.
72

O cuidado no período puerperal deve compreender as seguintes ações:

1. Orientar cuidados com a higiene pessoal, com o objetivo de esclarecer


dúvidas e tabus;
2. Nos casos de parto por cesariana, aconselha-se proteger o curativo e
renová-lo no primeiro dia, sendo que, a partir do 2º dia deverá permanecer
descoberta a ferida;
3. Estimular a deambulação;
4. Orientar os cuidados com as mamas (higiene, banho de sol) com o
objetivo de evitar as fissuras e rachaduras;
5. Estimular o aleitamento materno (orientações e apoio), para promover o
aleitamento materno por mais tempo possível;
6. Realizar e orientar a ordenha manual quando necessário, com o objetivo
de evitar o ingurgitamento das mamas;
7. Verificar a involução uterina, com o objetivo de diagnóstico precoce de
atonia uterina;
8. Realizar exame do abdome (inspeção, ausculta, palpação) para a
identificação de possíveis alterações;
9. Verificar quantidade, aspecto dos lóquios, com o objetivo de diagnóstico
precoce de hemorragia;
10. Verificar e anotar presença e/ou ausência das eliminações (diurese e
evacuação);
11. Inspecionar local da incisão cirúrgica (cesárea) em busca de sinais de
infecção e períneo no Parto Vaginal Espontâneo (PVE) em busca de infecção e
hematomas em seu tratamento precoce;
12. Orientar a lavagem do períneo a cada episódio de evacuação ou micção
(PVE) para evitar infecção;
13. Orientar a lavagem da incisão cirúrgica com água e sabão e secar bem
no momento do banho (cesárea), com objetivo de prevenir infecção;
14. Inspecionar atentamente membros inferiores, com o objetivo de
reconhecer o aparecimento de tromboses venosas, atentar para relatos de dores
nos membros inferiores e edema súbito;
15. Estimular a ingestão de líquido e dieta alimentar balanceada;
16. Orientar a abstinência sexual durante 45 dias;
73

17. Iniciar/ofertar planejamento reprodutivo, prevenindo assim uma gravidez


indesejada e em um curto período de tempo entre as gestações;
18. Orientar os cuidados com RN (banho, eliminações, troca de fraldas, sono
e repouso, coto umbilical, amamentação);
19. Orientar os cuidados com o coto umbilical, com a finalidade de
esclarecer dúvidas e tabus, além de prevenir o risco de infecção;
20. Promover vínculo mãe-bebê-pai-família.

Algumas complicações podem surgir neste período. O quadro abaixo


apresenta as mais comuns e as condutas adequadas:

Quadro 10 - Complicações no período puerperal e condutas


PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CONDUTAS
 Aferir Temperatura axilar (> ou = a 38ºC após as
primeiras 24 horas pós-parto sinal de alerta);
Sangramento persistente devido a
infecção intrauterina ou presença de  Observar dor à palpação abdominal, útero
restos placentários (Endometrite); amolecido e aumentado de volume, colo dilatado
e doloroso e/ou saída de secreção purulenta;

 Referir a Unidade de Referência de Assistência ao


Parto para avaliação médica e/ou obstétrica;

 Administrar antibioticoterapia oral


Infecção de canal de parto (hiperemia,
(cefalexina500mg, 6/6horas por 7 a 10 dias);
calor, edema local e/ou saída de
 Em caso de abcesso ou comprometimento
secreção purulenta pela ferida/abcesso);
sistêmico (febre) - referir internação hospitalar ou
a domicílio para antibioticoterapia venosa.
 Orientar dietas laxativas, aplicações de cremes
contendo anestésicos, antinflamatórios e banhos
Doença hemorroidária;
de acento;
 Em caso de trombose, encaminhar para avaliação
cirúrgica.
 Verificar presença de hipertensão arterial;
 Avaliar função renal;
Edema simétrico de membros
 Orientar elevação de membros;
inferiores;
 Avaliar dieta hipersódica;
 Referir para Serviço de Referência Ambulatorial
conforme classificação de risco;
 Avaliar sinais de sangramento conforme tipo de
parto (cesáreo ou vaginal);
 Avaliar sinais de choque hipovolêmico;
Taquicardia por perda sanguínea  Investigar presença de infecção;
excessiva;  Avaliar descompensação cardíaca;
 Orientar hidratação oral, caso necessário, iniciar
soroterapia expansiva;
 Referir a Unidade de Referência de Assistência ao
Parto para avaliação médica e/ou obstétrica;
Continua
74

Continuação
PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES CONDUTAS
 Em casos leves, com acometimento de
pele/epiderme administrar antibioticoterapia
(cefalexina500mg, 6/6horas por 7 a 10 dias ou
amoxicilina/clavulanato 500/125 mg via oral de
Infecção de ferida operatória pós-
8/8hs por 7 a 10 dias);
cesariana;
 Em caso de celulite com comprometimento
sistêmico (febre) ou abcesso - referir internação
hospitalar para antibioticoterapia venosa, além de
exploração de ferida operatória.
 Avaliar queixas, história clínica e / ou exames
laboratoriais (Urina rotina, Urocultura);
• Cistite - recomenda-se antibioticoterapia oral
Infecção do Trato Urinário conforme anexo 8 - Fluxograma para
queixas urinárias;
• Pielonefrite - se positivo, referenciar
internação para antiobioticoterapia
venosa;
Ingurgitamento mamário  Orientar/ensinar ordenha manual e boas práticas
de aleitamento materno.

1 ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM ALTERAÇÕES


EMOCIONAIS

A equipe de saúde da família deve estar preparada para reconhecer as


alterações emocionais no período do puerpério. Para isso, deve-se utilizar sempre
que necessário a “Escala de depressão perinatal de Edinburgh” (Anexo 10), que
subsidiará a triagem/classificação de riscos de distúrbios emocionais (FIGUEIRA et
al, 2009).
A mais comum das alterações emocionais é a Tristeza Materna, Blues
Puerperal ou Baby Blues, que ocorre entre 50% a 70 % das puérperas e se
caracteriza por um quadro depressivo brando (fragilidade, hiperemotividade,
alterações do humor, falta de confiança em si própria e sentimento de incapacidade),
que se inicia, em geral, no terceiro dia do pós-parto e dura, em média, três semanas.
A Depressão pós-parto acomete entre 10 a 15% das puérperas e se
caracteriza por perturbação do apetite, alterações no ciclo sono-vigília, decréscimo
de energia, sentimento de desvalia ou culpa excessiva, pensamentos recorrentes de
morte e ideação suicida, sentimento de inadequação e rejeição ao bebê.
O quadro mais grave de alterações emocionais é a Psicose puerperal. É
um quadro raro (1,1 a 4 puérpera para cada 1.000 nascimentos). Os sintomas
75

surgem de forma abrupta até a terceira semana pós-parto e incluem quadro


alucinatório delirante, grave e agudo; delírios que envolvem seus filhos; estado
confusional; comportamento desorganizado. Há grande risco para a mulher e seu
bebê, por isso sempre é necessário o encaminhamento de urgência para um
especialista em saúde mental para o acompanhamento em conjunto dessa mulher.
Toda puérpera necessita de apoio emocional. Para a tristeza materna
(Baby Blues), o acompanhamento psicoterápico e suporte familiar são suficientes
na maioria das vezes. Entretanto, a mulher com depressão pós-parto ou psicose
puerperal sempre necessita tratamento especializado com especialista de saúde
mental (psiquiatra) devendo ser encaminhada para consulta com psiquiatra de
referência ou para o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

2 AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DA MULHER COM


ÓBITO FETAL

A equipe deve buscar apoiar a mulher após um óbito fetal ou neonatal, não a
culpabilizando pelo fato. Deve-se respeitar o luto dessa mulher e ajudá-la, apoiando-
a, quando ocorrer a recordação do fato. O atendimento, preferencialmente deverá
ser feito por uma equipe multiprofissional, de forma que haja respeito à privacidade e
fornecimento de informações adequadas.

3 APOIO À PUÉRPERA COM RECÉM-NASCIDO INTERNADO

A equipe deve buscar apoiar a mulher quando o bebê permanecer internado


devido a alguma complicação. A abordagem dessa mulher deverá ser realizada por
uma equipe multiprofissional, de forma que haja respeito à privacidade e
fornecimento de informações adequadas.
76

V CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO


77

O cuidado com o recém-nascido durante o período neonatal (primeiros 28


dias de vida) é fundamental para a melhoraria do quadro de saúde da criança em
Rondônia, pois observa-se que o componente neonatal é o que contribui
negativamente na taxa de mortalidade infantil, no estado e no Brasil (LANSKY et al.,
2014). Nesse contexto, reforça-se a importância dos cuidados ao recém-nascido
durante as consultas puerperais, devendo a equipe de saúde da família estar atenta
aos seguintes passos fundamentais:

 Perguntar e anotar as condições de alta do recém-nascido;


 Checar o resumo de alta do recém-nascido da maternidade;
 Verificar o preenchimento correto da Caderneta de Saúde da
Criança;
 Observar e orientar a mamada;
 Reforçar a importância do aleitamento materno exclusivo até o sexto
mês de vida do bebê;
 Fazer exame físico completo e avaliar a criança de forma integral.

Um dos pontos chaves dessa avaliação é identificar o recém-nascido mais


vulnerável a superar possíveis intercorrências, em virtude de alguma fragilidade
diante ao nascimento ou para o manejo de seus cuidados (RN com algum grau de
risco). O quadro a seguir apresenta as principais condições de risco do recém-
nascido. Caso sejam identificados alguns destes critérios, deverá ser ofertada
avaliação médica e acompanhamento conjunto com o Serviço de Referência
Ambulatorial.

Quadro 11 - Critérios para identificação do grau de risco do recém-nascido

CRITÉRIOS ASSOCIADOS
CRITÉRIOS PRINCIPAIS
(DOIS OU MAIS)
• Baixo peso ao nascer (menor que 2.500 g); • Família residente em área de risco;
• Os recém-nascidos que tenham ficado • RN de mãe adolescente (< 16 anos);
internados por intercorrências após o • RN de mãe analfabeta;
nascimento;  RN de mãe com deficiência ou distúrbio
• Prematuros/sindrômicos psiquiátrico, ou drogadição que impeça o
• História de morte de criança < 5 anos na cuidado da criança;
família • RN de família sem fonte de renda;
• RN de mãe HIV positivo. • RN manifestamente indesejado.
78

1 AVALIAÇÃO DO VÍNCULO MÃE-BEBÊ

1.1 Avaliação do Aleitamento materno

O vínculo mãe-bebê é um relacionamento de dependência afetiva mútua e


de cuidados entre a mãe e o bebê, que inicia seu desenvolvimento durante a
gestação e se consolida após o nascimento. É percebido, objetivamente, por meio
dos cuidados dedicados da mãe. Alguns fatores impactam positivamente na
formação desse vínculo, como o contato prolongado entre a mãe e seu bebê nas
primeiras horas após o parto, suporte básico nos dias posteriores ao parto e o
empoderamento em relação aos cuidados com seu filho. A presença e participação
do pai deve ser estimulada desde o pré-natal, para que inicie a formação de vínculo
com o bebê e o fortalecimento dessa família.
Os profissionais devem observar e avaliar a mamada para garantia do
adequado posicionamento e pega da aréola. O posicionamento errado do bebê,
além de dificultar a sucção, comprometendo a quantidade de leite ingerido, é uma
das causas mais frequentes de problemas nos mamilos. Em caso de ingurgitamento
mamário, mais comum entre o 3º e o 5º dia pós-parto, orientar quanto à ordenha
manual e armazenamento.
A abordagem ao Aleitamento Materno (incentivo e apoio) deve ser de
preferência interdisciplinar e intersetorial, garantindo cuidados e orientações não só
às gestantes e mães, mas também aos companheiros e todo núcleo familiar.
Essas ações devem se iniciar no pré-natal e prosseguir na maternidade,
antes, durante e após o parto, nas visitas domiciliares e em todos os momentos em
que a mãe comparecer à Unidade Básica de Saúde. É importante ressaltar que a
gestante deve ser informada de seu direito em amamentar seu filho ao nascer
(aleitamento materno na primeira hora de vida), desde que seja possível, de acordo
com as condições clínicas da criança e da puérpera, assim como o direito de ter um
acompanhante na sala de parto.
Após o parto, durante o período de amamentação, o profissional deve
recomendar para a puérpera:
 Escolher uma posição confortável para amamentar;
 Verificar se a aréola está macia;
 Oferecer sempre as duas mamas;
79

 Começar sempre pela mama na qual terminou a última mamada;


 Oferecer a mama ao bebê com o cuidado para que ele abocanhe
parte da aréola e não só a papila (bico do seio);
 Nos casos de ingurgitamento mamário não se deve colocar água
quente ou compressa quente nas mamas.
Durante as primeiras mamadas, a mãe poderá sentir cólica no baixo ventre.
Este episódio reflete que está havendo contrações do útero, fazendo com que o
mesmo volte ao tamanho normal.

 Orientações nutricionais para a lactante durante a


amamentação

As orientações nutricionais para a gestante devem ser mantidas para a


lactante, quais sejam:
 Aumentar o consumo de líquidos para 3 litros de água e
outras bebidas. O aumento da produção de leite se deve ao
aumento da ingestão de água.
 O consumo excessivo de cafeína (acima de 2 xícaras de café
ao dia) pode reduzir o teor de ferro do leite humano; assim
como o consumo de chás (preto, branco, verde e mate) e
refrigerantes à base de cola.

 Quando o bebê deve ser amamentado

O bebê deve ser alimentado sempre que tiver fome. Não existe horário fixo
e, portanto, ele deve mamar sempre que quiser. É importante que a primeira
mamada seja mais precoce possível, de preferência ainda na primeira hora de vida.
No entanto, deve-se orientar as mães sobre evitar períodos prolongados entre as
mamadas, acima de 4 horas, pelo risco de hipoglicemia.
Quanto mais o bebê mamar, mais leite é produzido. A ordenha ao seio é o
estímulo que irá liberar os hormônios responsáveis pela produção e ejeção do leite.
Não é necessária complementar a amamentação com água, chá ou outro tipo de
alimento até o sexto mês de vida.
80

1. 2 Situações em que há restrições ao aleitamento materno

A suspensão da amamentação por motivos de doença materna ou uso de


medicamentos é condição rara.
Nas seguintes situações o aleitamento materno não deve ser recomendado:
 Mães infectadas pelo HIV;
 Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2. As crianças nascidas de
mães com HIV e HTLV devem ser alimentadas exclusivamente com
fórmula infantil;
 Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns
fármacos são considerados contraindicados absolutos ou relativos
ao aleitamento materno, como por exemplo, os antineoplásicos e
radiofármacos. Como essas informações sofrem frequentes
atualizações, recomenda-se que previamente à prescrição de
medicações a nutrizes o profissional de saúde consulte capítulo VII
desse Protocolo (uso de medicamentos na assistência a
gestante, puérpera e recém-nascido);
 Criança portadora de galactosemia, doença rara em que ela não
pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose.

2 TRIAGEM NEONATAL

A triagem neonatal é uma ação preventiva que permite identificar, em


tempo oportuno, distúrbios e doenças congênitas, o que possibilita realizar
tratamento e acompanhamento para diminuir ou eliminar os danos associados a
eles. A triagem neonatal inclui os testes do pezinho, do olhinho, da orelhinha e do
coraçãozinho, que devem ser realizados nos primeiros dias de vida para verificar a
presença de doenças que, se descobertas bem cedo, podem ser tratadas com
sucesso.
O Teste do Pezinho é realizado na Unidade de Básica de Saúde a partir do
3º dia até o 5º dia de vida da criança, sendo possível fazê-lo até 30 dias de vida,
porém com risco de resultado falso positivo, ou seja, diagnóstico duvidoso, por isso
a orientação pelo Ministério da Saúde de realizá-lo ainda na primeira semana de
81

vida. Esse teste permite identificar fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito,


hiperplasia adrenal congênita, anemia falciforme e fibrose cística.
O Teste do Olhinho deve ser realizado na maternidade logo ao nascimento
e repetido, pelo menos, duas a três vezes ao ano, nos três primeiros anos de vida,
durante as consultas de puericultura na Unidade Básica de Saúde. Por meio deste
teste, podemos identificar: catarata (alteração da transparência do cristalino),
glaucoma (alteração da transparência da córnea), toxoplasmose (alteração da
transparência do vítreo pela inflamação), retinoblastoma (alteração da transparência
do vítreo pelo tumor intraocular). Diante de teste do olhinho alterado a criança deve
ser encaminhada para avaliação especializada com oftalmologista o mais rápido
possível.
O Teste da Orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal deve ser agendado
pela Unidade Básica de Saúde na consulta da primeira semana de vida e realizado,
de preferência, nos primeiros 30 dias de vida. Ele permite detectar a ocorrência de
deficiência auditiva.
O Teste do Coraçãozinho deve ser realizado na maternidade entre 24 e
48h de vida, antes da alta e permite identificar, precocemente, se o bebê tem
alguma doença grave no coração.

3 IMUNIZAÇÃO DO RECÉM NASCIDO

A vacinação é essencial para manter a criança saudável. Mesmo com febre


ou gripada, a criança pode tomar vacina após a avaliação pelo profissional de
saúde. A forma de monitoramento da situação vacinal da criança é por meio dos
registros da Caderneta de Saúde da Criança. Esta deve ser mantida com o
calendário de vacinação atualizado, sendo conferida a cada consulta com os
profissionais de saúde.
O calendário de vacinação da criança atualizado pelo Programa Nacional de
Imunização está disponível no link:
http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/pni/
82

4 CUIDADOS GERAIS COM O RECÉM NASCIDO

Durante o Pré-Natal e o Puerpério é importante que a equipe de Saúde


oriente/esclareça a mãe e família sobre os cuidados no manejo com o recém-
nascido, no intuito de reduzir intercorrências que possam comprometer a saúde
geral da criança ou seu bem-estar. O quadro a seguir, apresenta as principais
observações que devem ser abordadas pelos profissionais nos momentos de
consultas/visitas/atividades educativas.

Quadro 12. Orientações gerais para o cuidado com o recém-nascido


O QUE
CONDUTAS
OBSERVAR
 Orientar ambiente tranquilo, arejado e limpo;
 Manter posição de barriga para cima, boca e nariz deve ficar descoberto e agasalhar
O sono com roupa adequada à temperatura do ambiente;
 Informar sobre o costume do bebê em diferenciar dia (com barulho de funcionamento
normal da família) e noite (ambiente mais escuro e silencioso).
 Ao iniciar o cuidado lavar as mãos;
 Retirar a roupinha se caso tiver grudado usar soro fisiológico ou água filtrada para
umedecer;
 Limpar todo o coto com álcool 70% utilizando um pano limpo passado com ferro
Coto
elétrico ou gaze, algodão ou cotonete;
Umbilical
 Observar durante a limpeza sinal de inflamação e/ou infecção (presença de pus,
vermelhidão), caso positivo, procurar um profissional de saúde;
 Orientar não cobrir, não usar faixa, moeda, não aplicar outro produto que não seja o
álcool 70%.
 Preparar todo o material antes de começar;
 Aquecer a água à 37C° e conferir antes de colocar a criança com o dorso da mão ou
termômetro;
 O ambiente deve ser fechado evitando correntes de ar;
Banho
 Usar sabonete líquido neutro;
 Deixar a toalha próxima do local do banho;
 Proporcionar segurança ao bebê e também a cuidadora evitando posições de postura
inadequada;
 Avaliar a cor da pele, caso o corpo todo esteja com cor amarelo forte (icterícia) nas
primeiras 24 horas de vida, o bebê precisa de avaliação médica urgente pois pode
Cor da pele precisar de fototerapia ou outros procedimentos médicos;
 Orientar banho de sol no início da manhã (antes das 8h) e no final da tarde (após as
17h).
 Avaliar as fezes e em caso de fezes brancas ou sanguinolentas encaminhar à unidade;
 Orientar (caso a criança não esteja com aleitamento materno exclusivo) em caso de
Fezes diarreia manter a criança hidratada com aumento da ingesta de água e sais de
reidratação oral e se persistir o quadro e/ou associar vômitos, levar urgente na UBS; e
se persistir mais de 72 horas, levar urgente na UBS;
 Lavar sempre as mãos com água e sabão neutro ou com álcool gel 70%, antes e após
o procedimento;
 Orientar a mãe trocar as fraldas sempre que estiverem molhadas ou sujas;
Troca de  Limpar a região das fraldas usando pano limpo passado com ferro elétrico e/ou gazes
fraldas umedecido com água (fazer a limpeza num único sentido, da genitália para as
nádegas);
 Se presença de assaduras, inflamação ou infecção, não aplique nada, procure um
profissional de saúde;
83

Após a primeira consulta do recém-nascido (preferencialmente na primeira


semana de vida), agende as próximas consultas de acordo com o calendário
previsto para o seguimento: no 1º, 2º, 4º, 6º, 9º, 12º, 18º e 24º meses de vida
(BRASIL, 2016). As consultas nos dois anos iniciais da criança garantem a vigilância
do crescimento e desenvolvimento da criança.
84

VI PLANEJAMENTO REPRODUTIVO NO PUERPÉRIO


85

O puerpério é um momento importante para a abordagem do Planejamento


Reprodutivo (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo,
métodos já utilizados, método de preferência), valorizando a consulta pré-
concepcional e desestimulando intervalo intergestacional, inferior a seis meses.

1 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO

Ao se avaliar um método contraceptivo no pós-parto, deve-se levar em


consideração a singularidade desse período no que diz respeito ao tempo pós-parto,
ao padrão da amamentação, se a menstruação já retornou ou não e, principalmente,
aos possíveis efeitos dos anticoncepcionais hormonais sobre a lactação e o lactente.
A escolha do método contraceptivo deve ser sempre personalizada para cada
puérpera.
Até o sexto mês após o parto, a amamentação exclusiva com amenorreia
está associada com a diminuição da fertilidade, que deixa de existir quando ocorre o
retorno das menstruações e/ou quando o leite materno deixa de ser o único alimento
oferecido ao bebê. Por esse motivo, é importante orientar a mulher sobre os
métodos contraceptivos, sua eficácia na contracepção e a possível interferência com
a amamentação.
O dispositivo intrauterino (DIU) T de cobre pode ser utilizado como
método contraceptivo, podendo sua inserção ser realizada nas primeiras 48 horas
após o parto ou a partir de 6 semanas pós-parto. Ele está contraindicado nos casos
de infecção puerperal (categoria 4 OMS) e só poderá, neste caso, ser inserido três
meses após a cura.
O uso do preservativo masculino ou feminino deve ser sempre
incentivado devido a ter uma boa eficácia contraceptiva e, principalmente, por
conferir proteção contra as doenças de transmissão sexual.
O anticoncepcional hormonal oral de progesterona (minipílula) pode ser
utilizado pela mulher durante a amamentação e deve ser iniciado seis semanas após
o parto.
Implante subdérmico liberador de etonogestrel (IMPLANON). Pode se
usado antes da alta hospitalar (categoria 2 da OMS). Não interfere na amamentação
e está particularmente recomendado para aquelas pacientes que têm dificuldades de
86

retornar para a consulta puerperal por vulnerabilidade social (adolescentes, usuárias


de drogas e moradoras de regiões de difícil acesso)
Anticoncepcional injetável trimestral – acetato de medroxiprogesterona
150 mg – pode ser usado a partir da sexta semana após o parto (categoria 1 OMS).
Apresenta alta eficácia e tem forte indicação de uso, na presença de comorbidades,
como hipertensão arterial, diabetes e outras.
Anticoncepcional injetável mensal é contraindicado para lactantes até o
sexto mês pós-parto (categoria 3 da OMS), devido aos mesmos motivos do
anticoncepcional hormonal oral combinado, mas, após esse período, poderá ser
utilizado mesmo em mulheres que ainda estão amamentando.
Anticoncepcional hormonal oral combinado tem seu uso desaconselhado
até o sexto mês pós-parto (categoria 3 da OMS), pois interfere na qualidade e
quantidade do leite materno, além de possíveis efeitos adversos na saúde do bebê.
Após esse período, poderá ser utilizado.
Outros métodos comportamentais, como tabelinha e muco cervical, só
são recomendados serem utilizados após a regularização do ciclo menstrual.
A laqueadura tubária, por ser método definitivo, deve respeitar os preceitos
legais (artigo 10 da lei nº 9263).
Para maiores esclarecimentos das condutas a serem seguidas, a equipe
poderá consultar o Caderno de Atenção Básica nº 26, Saúde Sexual e Saúde
Reprodutiva, do Ministério da Saúde, no link:
http://dab.saude.gov.br/portaldab/biblioteca.php?conteudo=publicacoes/cab26
87

VII USO DE MEDICAMENTOS NA ASSISTÊNCIA A


GESTANTE, PUÉRPERA E RECÉM NASCIDO
88

Nesta seção está apresentada para efeito de condução do planejamento das


ações no território de atenção à saúde, a listagem de medicamentos essenciais que
deverão estar disponíveis para a atuação das Equipes de Saúde na linha de cuidado
voltada para esse grupo específico.

Quadro 13. Medicamentos que devem estar disponíveis para o cuidado da


gestante e puérpera

Medicamento Uso Nível de Apresentação


Assistência RENAME
Acetato de Anticoncepcional injetável AB,AM 150 mg/ml
medroxiprogesterona trimestral
Aciclovir Herpes simples AB,AM Comp. 200 mg
Pó para sol. inj. 250
mg
Ácido acetilsalicílico Lúpus eritematoso sistêmico, AB,AM Comp. 100 mg
síndrome antifosfolipide, infarto Comp. 500 mg
do miocárdio
Ácido fólico Anemia, prevenção defeitos AB,AM Solução oral –
tubo neural e anemia 0,2mg/mL
megaloblástica
Ácido folínico Toxoplasmose, feto infectado AB, AM Comp. 15 mg
Alfa-metildopa Hipertensão arterial AB, AM Comp. rev. 250 e
500mg
Amoxicilina Antibioticoterapia AB,AM Cáp. 500 mg
Pó susp. oral 50
mg/mL
Ampicilina Infecção urinária, infecções RN, AB,AM Comp. 500 mg
abortamento infectado
septicemia, infecção puerperal,
endocardite bacteriana
Azitromicina Antibioticoterapia AB,AM Comp. 500 mg
Betametasona amadurecimento AM Solução inj. 12mg
pulmonar/trabalho de parto
prematuro
Carbamazepina Epilepsia AM Comp. 200 mg
Xarope 20 mg/ml
Carbonato de cálcio Deficiência de cálcio/prevenção AB,AM Comp. 500mg
PE
Cefalosporina 1ª geração Infecção urinária, bacteriúria AB,AM Cáp. 500 mg
(Cefalexina) Susp. oral 50 mg/ml
Cefalosporina de 3ª Antibioticoterapia, infecção AB, AM Pó para sol. inj. 500
geração (cefotaxima, urinária, septicemia , IST mg
ceftazidima, ceftriaxona) Pó para sol. inj. 1 g
Pó para sol. inj. 250
mg
Clindamicina Malária falciparum, infecção RN, AB,AM Cáp. 150 mg
vaginose bacteriana, Cáp. 75 mg
abortamento infectado Sol. inj. 150 mg/ml
septicemia, infecção puerperal,
embolia pulmonar,
corioamnionite
Continua
89

Continuação
Medicamento Uso Nível de Apresentação
Assistência RENAME
Clonazepam Epilepsia AM Comp. 0,5 mg
Comp. 2 mg
Sol. oral gotas 2,5
mg/ml
Diazepam Hemorragia intracraniana, AM Comp. 2 mg
depressão, outros Comp. 5 mg
Sol. inj. 5 mg/ml
Dexametasona Trabalho de parto prematuro, AM Sol.inj.2mg/ml
Broncodisplasia do RN Sol.inj.4mg/ml
Dimeticona/simeticona Gases AB,AM Comp. 40 mg
Comp. 120 mg
Dipirona Analgésico, antitérmico AB,AM Sol. oral 500 mg/ml
Sol. inj. 500 mg/ml
Eritromicina Antibioticoterapia AB,AM Cáp. 500 mg
Comp. rev. 500 mg
Susp. oral 25 mg/ml
Espiramicina Toxoplasmose AB,AM Comp. rev. 500 mg
Fenitoína Epilepsia AM Comp. 100 mg
Fenobarbital Epilepsia AM Comp. 100mg
Gts. oral 40 mg/ml
Sol. inj. 100 mg/ml
Furosemida ou Diurético AB,AM Comp. 40 mg
espironolactona Sol. inj. 10 mg/ml;
Comp. 25 mg
Hidróxico de alumínio e Azia AB,AM Susp. oral 35,6 mg +
magnésio 37 mg/ml
Hioscina/ Cólicas AB,AM Comp. 10 mg
butilescopolamina
Imunoglobolina anti-D Isoimunização AM Sol inj.300mg
Insulina Diabetes AB,AM Sol. inj. 100 UI/ml
Lamivudina Profilaxia infecção HIV SAE Comp. 150 mg
Sol. oral 10 mg/ml
Mebendazol Helmintíase AB,AM Comp. 150 mg
Susp. oral 20 mg/ml
Metoclopramida Hiperêmese, náuseas e vômitos AB,AM Comp. 10 mg
Sol. inj. 5 mg/ml
Metronidazol Vaginites, infecção puerperal, AB, AM Comp. 250 mg
septicemia, abortamento
infectado
Metronidazol creme vag. Corrimentos, colpite, AB,AM Creme vag. 5%
abortamento infectado
Miconazol Antifúngico AB,AM Creme 2%
Creme vaginal 2%
Nelfinavir Profilaxia infecção HIV SAE Comp. 250 mg
Pó sol. oral 50 mg
Nifedipina Crise hipertensiva/Hipertensão AB,AM Comp. 10mg (ação
arterial rápida)
Comp 20 mg (uso
manutenção)
Nistatina creme vag. Corrimentos, colpite AB, AM Creme vag. 25.000
UI/g
Nitrofurantoína Infecção urinária, bacteriúria AB,AM Comp. 100 mg
Susp. oral 5 mg/ml
Paracetamol/acetaminofen Analgésico, antitérmico AB,AM Comp. 500 mg
Sol. oral 100 mg/ml
Continua
90

Continuação
Medicamento Uso Nível de Apresentação
Assistência RENAME
Penicilina benzatina Sífilis AB,AM Pó para sol. inj.
600.000 UI e
1.200.000 UI
Pirimetamina Toxoplasmose, feto infectado AM Comp. 25 mg
Prednisona Lúpus eritematoso sistêmico, AB,AM Comp. 5 mg
asma Comp. 20 mg
Propanolol Hipertensão arterial crise AB,AM Comp. 40 mg
tireotóxica, hipertireoidismo Comp. 80 mg
Rifampicina Hanseníase, tuberculose AB,AM Cáp. 300 mg
Salbutamol Trabalho parto prematuro, AB,AM Xarope 0,4 mg/ml
asma Aerossol 100 μg por
dose
Sol. inj. 500 μg/ml
Comp. 2mg
Sol. ina. 5mg/ml
Sulfadiazina Toxoplasmose, feto infectado AB,AM Comp. 500 mg
Sulfametoxazol + Quimioprofilaxia para AB,AM Comp. 400 + 80 mg
trimetoprim Pneumocistis carinii, Sol. inj. 80 + 16
antibioticoterapia mg/ml
Susp. oral 40 + 8
mg/ml
Sulfato ferroso Anemia AB,AM Comp. revest. 40
mg
Sol. oral 25 mg/ml
Teofilina Asma AM Comp. lib. len. 100
mg e 200 mg
Tiabendazol Estrongiloidíase AB,AM Comp. 500 mg
Susp. oral 50 mg/ml
Zidovudina Terapia anti-retroviral SAE Cáp. 100 mg
Legenda: AB – Atenção Básica; AM – Ambulatorial de Referência.
91

Quadro 14 - Uso de medicamentos durante o período de amamentação


Uso contraindicado durante a
Uso criterioso durante a lactação Uso compatível com a lactação
lactação
Grupos de
medicamentos Conduta: Suspender a Conduta: Podem ser usados em doses
Conduta: Uso potencialmente seguro em doses
amamentação temporária ou ocasionais e/ou habituais, contudo
habituais
definitivamente monitorar a criança para efeitos colaterais
Ácidos mefenâmico e flufenâmico. Diclofenaco. Piroxicam.
Analgésicos, antitérmicos, Fenilbutazona, indometacina, dextropropoxifeno.
Naproxeno, cetoprofeno, ibuprofeno, colchicina. Paracetamol,
anti-inflamatórios e Sais de ouro Doses elevadas/uso prolongado: morfina, codeína,
dipirona. Uso de curta duração: morfina, codeína, petidina,
opiáceos petidina, salicilatos
salicilatos
Clindamicina, cloranfenicol, imipenem. Penicilinas, ampicilina, amoxicilina, carbenicilina, oxacilina,
Sulfametoxazol, sulfonamidas, nitrofuranto na, ácido cefalosporinas, aminoglicosídeos, aztreonam, teicoplanina,
nalidíxico. Quinolonas: evitar ciprofloxacin, preferir vancomicina, eritromicina, azitromicina, claritromicina,
Antibióticos e norfloxacin. Antivirais. Escabicidas: lindano e lincomicina, tetraciclinas, rifampicina, tuberculostásticos.
Doxaciclina
antiinfecciosos B monossulfiran. Antimicóticos: cetoconazol, itraconazol, Antivirais: aciclovir, idoxuridine. Escabicidas: exceto lindano e
terconazol, isoconazol. Metronidazol, tinidazol, monossulfiran. Antimicóticos: miconazol, nistatina, fluconazol,
furazolidona. Antimaláricos. Pirimetamina. clortrimazol, anfotericina B, griseofulvina. Anti-helmínticos.
Clofazimina, dapsona Antiesquistossomóticos. Pentamina, antimoniato de meglumina.
Antidepressivos: amitriptilina, imipramina, lítio,
moclobemida, fluoxetina, maprotilina, paroxetina.
Anticonvulsivantes: fenobarbital, butabarbital,
primidona, difenilhidantoína, etosuximida, Benzodiazepínicos: oxazepam e lorazepam.
Medicamentos que atuam Anfetaminas, cocaína, heroína, LSD,
clonazepam. Antipsicóticos: haloperidol, droperidol, Anticonvulsivantes: carbamazepina, ácido valpróico.
no sistema nervoso central maconha
pimozida, sulpirida, clorpromazina, levopromazina, Clomipramina.
flufenazina, periciazina, tioridazina, pipotiazina.
Derivados da ergotamina (antienxaqueca).
Antiparkinsonianos
Tamoxifen. Andrógenos. Bromocriptina, Hipoglicemiantes orais. Propiltiuracil, carbamizol, Adrenalina, insulina, tiroxina. Anticoncepcionais: progesterona
Hormônios cabergolina. Misoprostol. Mifepristone. metimazol. Corticosteróides: doses elevadas/uso (microdosagem), espermaticidas, DIU com progestogênio.
E antagonistas
Estrógenos: doses elevadas prolongado. Ocitocina, ergonovina Corticosteróides: uso de curta duração
Antiácidos. Cimetidina, ranitidina, famotidina, cisaprida,
metoclopramida, bromoprida, alisaprida, domperidona. Anti-
Omeprazol, lansoprazol, pantoprazol. Teofilina, histamínicos: preferir loratadina. Descongestionantes.
Amiodarona. Antineoplásicos: aminofilina. Iodetos, lodopovidona. Antitussígenos. Mucolíticos: exceto iodetos. Broncodilatadores orais e inalados.
Miscalênia citotóxicos/imunossupressores. Substâncias Nafazolina, oximetazolina, fenilefrina. Carisoprodol. Heparina, warfarin, dicumarol. Betabloqueadores: preferir
radiotivas. Fenindiona. Clonidina. Pizotifeno. Reserpina. Bebidas alcoólicas. propanolol, labetolol. Digitálicos. Bloqueadores de canais de
Nicotina. cálcio: nifedipina, verapamil. Anti-hipertensivos: metildopa,
captopril, hidralazina. Diuréticos. Lidocaína. Laxativos.
Vitaminas. Imunoglobulinas. Vacinas.
Fonte: MS,SAS/DAPS, Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias.
92

QUADRO 15 - Medicamentos que não devem ser usadas na gestação

Ácido valpróico Flurazepan Norgestrel

Amniopterina Fluvastatina Pravastina

Ciguatoxin Iodeto glicerol Quazepam

Clomifeno Isotretinoína Quinina

Clortianisena Isotretinoína Ribavirin

Cumarínicos Leuprolida Sinsvastatina

Contraceptivos orais Lítio Talidomida

Danazol Lovastatina Temazepam

Dietilestilbestrol Mefipistona Triazolam

Doxiciclina Menadiona Vacina de vírus vivo

Estrógenos conjugados Mestranol Warfarin

Estrona Misoprostol

Etinilestradinol Noretindrona

Etrenitrato Noretinodrel

Fenciclidina

Fonte: MS,SAS/DAPS, Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias


Link http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amamentacao_uso_medicamentos_2ed.pdf
93

Quadro 16 - Medicamentos indicados no tratamento das parasitoses intestinais


na gestação

Helmintos Medicamentos Posologia

Ancilostomose Mebendazol Via Oral, 100mg, duas vezes ao dia, durante três dias
Ascaridíase seguidos.
Enterobíase
Oxaminiquine
Esquistossomose Praziquantel Contraindicados: tratar no puerpério
Ditioletiona
Estrongiloidíase Tiabendazol 50mg/kg/dia, por VO, em duas tomadas (manhã/noite),
durante dois dias seguidos.

Himenolepíase Praziquantel Contraindicados: tratar no puerpério


Niclosamida

Teníase Mebendazol 200mg, por VO, duas vezes ao dia (manhã/noite), durante
quatro dias seguidos

Tricuríase Mebendazol 100mg, duas vezes ao dia, por VO, durante três dias
seguidos.

Protozooses Medicamentos Posologia

Amebíase Metronidazol 250mg, três vezes ao dia, por VO, durante dez dias.

Giardíase Metronidazol 250mg, três vezes ao dia, por VO, durante sete dias
seguidos

Entamoeba coli,
Iodamoeba
buetschlii, - Não há necessidade de realizar tratamento.
Chilomastix
mesnili,
Endolimax nana,
Trichomonas
hominis

Fonte: (BRASIL, 2004).


94

VIII ANEXOS
95

ANEXO 1 /A

Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018


96

ANEXO 1 /B
SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE VALE DO
JAMARI
NÍVEL DE MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA
Atenção Básica Alto Paraíso 6 CS/UBS (Cobertura 83,86% ) Alto Paraíso
Ariquemes 14 CS/UBS (Cobertura 66,72% ) Ariquemes
1 NASF Ariquemes
1 Serviço de Atenção Domiciliar Ariquemes
Buritis 5 CS/UBS (Cobertura 62,42% ) Buritis
Cacaulândia 3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Cacaulândia
Campo Novo 4 CS/UBS (Cobertura 96,14% ) Campo Novo
Cujubim 1 CS/UBS (Cobertura 47,65% ) Cujubim
Machadinho 7 CS/UBS (Cobertura 72,83% ) Machadinho D'Oeste
D'Oeste
Monte Negro 6 CS/UBS (Cobertura 64,56% ) Monte Negro
Rio Crespo 1 CS/UBS (Cobertura 100% ) Rio Crespo
Atenção Ariquemes 1 Centro de Referência à Saúde da Mulher Ariquemes
Especializada
1 Centro de Especialidades Odontológicas-CEO II Ariquemes
1 Centro de Especialidades de Ariquemes Ariquemes
1 Serviço de Assistência Especializada-SAE Ariquemes
1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ariquemes
Buritis 1 Centro de Especialidade de Fisioterapia Buritis
1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Buritis
Machadinho 1 Centro de Saúde da Mulher Machadinho do
D'Oeste D’Oeste
1 Centro Especializado em Reabilitação Machadinho do
D’Oeste
1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Machadinho do
D’Oeste
Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios

Assistência Ariquemes Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU Regionalizado


Pré-hospitalar
Buritis 2 Ambulâncias Buritis
Campo Novo 2 Ambulâncias Campo Novo
Cujubim 2 Ambulâncias Cujubim
Machadinho 2 Ambulâncias Machadinho D’Oeste
D'Oeste
Assistência Alto Paraíso 1 Hospital Geral Alto Paraíso
Hospitalar
Ariquemes 2 Hospital Geral ( Hospital Regional de Ariquemes e Região de Saúde Vale
Hospital de Criança) do Jamari
Buritis Hospital Regional de Buritis Buritis
Cacaulândia 1 Unidade Mista Cacaulândia
Campo Novo 1 Unidade Mista Campo Novo
Cujubim 1 Hospital de Pequeno Porte-HPP Cujubim
Machadinho 1 Hospital Geral Machadinho D'Oeste
D'Oeste
Monte Negro 1 Hospital Geral Monte Negro
Porto Velho Hospital Estadual e Pronto Socorro João Paulo II Macro Região I da RUE
Rio Crespo 1 Hospital Geral Rio Crespo

Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/201


97

ANEXO 1 /C
SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTÊNCIA. REGIÃO DE SAÚDE CENTRAL.

NÍVEL DE
MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA

Alvorada D'Oeste 6 CS/UBS (Cobertura 72,95%) Alvorada D'Oeste


Gov. Jorge Teixeira 6 CS/UBS (Cobertura 100%) Gov. Jorge Teixeira
12 CS/UBS (Cobertura 91,93%) Jaru
Jaru
3 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Jaru
15 CS/UBS (Cobertura 73,54%) Ji-Paraná
Ji-Paraná
7 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Ji-Paraná
Mirante da Serra 2 CS/UBS (Cobertura 84,09% ) Mirante da Serra
Atenção Básica Nova União 1 CS/UBS (Cobertura 69,65%) Nova União
Ouro Preto 13 CS/UBS (Cobertura 86,60%) Ouro Preto
Presid. Médici 9 CS/UBS (Cobertura 100%) Presid. Médici
Teixeirópolis 1 CS/UBS (Cobertura 100%) Teixeirópolis
Theobroma 6 CS/UBS (Cobertura 100%) Theobroma
Urupá 3 CS/UBS (Cobertura 78,42%) Urupá
Vale do Anari 4 CS/UBS (Cobertura 62,73%) Vale do Anari
Vale do Paraíso 2 CS/UBS (Cobertura 100%) Vale do Paraíso
Jaru 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Jaru

3 Centros Especializados Ji-Paraná


2 Centro de Saúde de Apoio a Saúde da
Ji-Paraná Ji-Paraná
Família
Atenção
2 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ji-Paraná
Especializada
Ouro Preto 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Ouro Preto

Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios


Presid. Médici 1 Centro de Atenção Psicossocial-CAPS Presid. Médici
Alvorada D'Oeste 1 Unidade Mista Alvorada D'Oeste
Gov Jorge Teixeira 1 Unidade Mista Gov Jorge Teixeira
Jaru 1 Hospital Municipal Jaru
Regiões de Saúde:
Ji-Paraná 1 Hospital Geral Municipal Central e Vale do
Guaporé
Mirante da Serra 1 Unidade Mista Mirante da Serra
Nova União 1 Unidade Mista Nova União
Assistência Ouro Preto 1 Hospital Municipal Ouro Preto
Hospitalar Presid. Médici 1 Unidade Mista Presid. Médici
Teixeirópolis 1 Unidade Mista Teixeirópolis
Theobroma 1 Unidade Mista Theobroma
Urupá 1 Hospital Municipal Urupá
Vale do Anari 1 Unidade Mista Vale do Anari
Hospital Estadual e Pronto Socorro João Marco Região I da
Porto Velho
Paulo II RUE
Vale do Paraíso 1 Unidade Mista Vale do Paraíso
Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018
98

ANEXO 1 /D

SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE CAFÉ.

NÍVEL DE
MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA

9 CS/UBS (Cobertura 62,82%) Cacoal


Cacoal
1 Unidades de Atenção à Saúde Indígena Cacoal

Espigão D'Oeste 7 CS/UBS (Cobertura 73,83%) Espigão D'Oeste

Atenção Básica Ministro Andreazza 1 CS/UBS (Cobertura 31,99% ) Ministro Andreazza

Pimenta Bueno 7 CS/UBS (Cobertura 63,91% ) Pimenta Bueno

Primavera 2 CS/UBS (Cobertura 100% ) Primavera

São Felipe 3 CS/UBS (Cobertura 100%) São Felipe

1 Centro de Saúde da Mulher Cacoal

1 Centro Especializado Cacoal

1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Cacoal


Cacoal
1 Centro Especializado em Odontologia
Cacoal
tipo III
Atenção
1 Centro Especializado em Reabilitação
Especializada Cacoal
tipo II
1 Centro de Especialidade Espigão D'Oeste
Espigão D'Oeste
1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Espigão D'Oeste

1 Centro de Especialidade Pimenta Bueno


Pimenta Bueno
1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Pimenta Bueno

Cacoal 1 Hospital Materno Infantil Região de Saúde Café


Espigão D'Oeste 1 Unidade Mista Espigão D'Oeste
Assistência Ministro Andreazza 1 Unidade Mista Ministro Andreazza
Hospitalar
Pimenta Bueno 1 Hospital e Maternidade Municipal Pimenta Bueno

São Felipe 1 Unidade Mista São Felipe


Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018
99

ANEXO 1 /E
Quadro 02 – SÍNTESE DA DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE ZONA
DA MATA.

NÍVEL DE
MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA

Alta Floresta
D'Oeste 9 CS/UBS (Cobertura 67,63%)

7 Unidades de Atenção à Saúde Indígena

Alto Alegre dos


Parecis 5 CS/UBS (Cobertura 100%)

Castanheiras 2 CS/UBS ( Cobertura 100%)


Nova Brasilândia
Atenção Básica 3 CS/UBS ( Cobertura 79,60%)

Novo Horizonte 2 CS/UBS ( Cobertura 100%)


Parecis 2 CS/UBS ( Cobertura 100%)
Rolim de Moura
15 CS/UBS ( Cobertura 80,10%)

Santa Luzia 3 CS/UBS ( Cobertura 100%)


São Miguel
4 CS/UBS ( Cobertura 73,32%)

Alta Floresta
D'Oeste 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

1 Policlínica
1 Centro Especializado em Reabilitação
Atenção (CER II)
Especializada Rolim de Moura
1 Centro de Saúde da Mulher

1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

Estadual (52
Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz
municípios)
Alta Floresta
1 Hospital Geral
D'Oeste
Alto Alegre dos
Parecis 1 Hospital de Pequeno Porte

Castanheiras 1 Unidade Mista


Nova Brasilândia 1 Hospital Geral
Novo Horizonte 1 Unidade Mista
Assistência
Hospitalar Parecis 1 Unidade Mista
Rolim de Moura 1 Hospital Regional

Hospital Estadual de Urgência e Macro Região II da


Cacoal
Emergência de Rondônia (HEURO) RUE

Santa Luzia 1 Hospital Geral


São Miguel 1 Hospital Geral
Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018
100

ANEXO 1 /F
SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE VALE DO
GUAPORÉ

NÍVEL DE
MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA

São Francisco 5 CS/UBS (Cobertura 100% ) São Francisco

Atenção Básica Costa Marques 3 CS/UBS (Cobertura 92,65%) Costa Marques

Seringueiras 3 CS/UBS (Cobertura 82,03% ) Seringueiras

Atenção
Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios
Especializada
Costa Marques 1 Unidade Mista Costa Marques
Assistência Região do Vale do
São Franciso Hospital Regional de São Francisco
Hospitalar Guaporé
Seringueiras 1 Hospital Geral Seringueiras
Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018
101

ANEXO 1 /G
SÍNTESE DOS SERVIÇOS POR NÍVEIS DE ASSISTENCIA. REGIÃO DE SAÚDE CONE SUL,
2016

NÍVEL DE
MUNICÍPIO UNIDADE DE SAÚDE REFERÊNCIA
ASSISTÊNCIA

3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Cabixi


Cabixi
1 NASF Cabixi
Cerejeiras 6 CS/UBS (Cobertura 96,05% ) Cerejeiras
Chupinguaia 4 CS/UBS (Cobertura 100% ) Chupinguaia
Atenção Colorado 5 CS/UBS (Cobertura 92,55% ) Colorado
Básica Corumbiara 3 CS/UBS (Cobertura 100% ) Corumbiara
Pimenteiras 1 CS/UBS (Cobertura 100%) Pimenteiras
10 CS/UBS (Cobertura 92%) Vilhena
Vilhena
2 Unidades de Atenção à Saúde Indígena População Indígena

1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Cerejeiras


Cerejeiras
1 Centro de Especialidades Odontológicas
Cerejeiras
(CEO)
Chupinguaia 1 Centro de Fisioterapia Chupinguaia

Colorado 1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Colorado


Atenção
1 Policlínica Vilhena
Especializada
1 Centro Especializado em Reabilitação Vilhena

Vilhena 1 Centro de Saúde da Mulher e da


Vilhena
Criança

1 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Vilhena

Porto Velho Policlínica Osvaldo Cruz 52 municípios


Cabixi 1 Unidade Mista Cabixi
Cerejeiras 1 Hospital Municipal Cerejeiras
Chupinguaia 1 Unidade Mista Chupinguaia
Colorado 1 Hospital Municipal Colorado
Assistência Hospital de Urgência e Emergência de Marco Região II da
Cacoal
Hospitalar Rondônia (HEURO) RUE
Corumbiara 1 Unidade Mista Corumbiara
Pimenteiras 1 Unidade Mista Pimenteiras
Referência para a
Vilhena 1 Hospital Regional Região de Saúde
C.SUL
Fontes: CNES, DAB/MS. Dados acessados em Janeiro/2018
102

ANEXO 2 - FICHA DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL


Critérios para encaminhamento para serviços Ambulatoriais de Gestação de Alto Risco*

1 – IDADE: 5. AVALIAÇÃO
5. AVALIAÇÃO 7 - PATOLOGIAS DE RISCO ATUAL:
( ) (‐) de 15 anos ...................... 1 NUTRICIONAL:
NUTRICIONAL: OBST. + GINEC.
( ) De 15 a 34 anos................... 0 ( ) Ameaça de Aborto .............................5
( ) (+) de 35 anos...................... 1 (( )) Baixo
Baixo Peso(IMC
Peso(IMC <18,
<18, ( ) Anom. do trato Genitourinario.............5
5kg/m2) e/ou
5kg/m2) e/ou ganho
ganho de
de peso
peso ( ) Placenta Prévia .............................. .10
inadequado e/ou
inadequado e/ou anemia
anemia.......
.......11 ( ) Câncer Materno ............................. .10
( ) Doença Hemolítica ......................... .10
(( )) Peso
Peso Adequado
Adequado (IMC (IMC 18,18, ( ) Esterelidade Tratada ..........................5
5‐24, 9kg/m2)
5‐24, 9kg/m2)........................
........................00 ( ) Isoimunização ................................ .10
( ) Neoplasias Ginecológicas .............. .10
(( )) Sobrepeso(25‐29,
Sobrepeso(25‐29, 9kg/m2) 9kg/m2) ( ) Mal Formações congênitas ............ .10
..............................................
............................................. 11 ( ) Crescimento Uterino Retardado ..... .10
( ) Polihidramnio/Oligoidramnio ........... .10
(( )) Obesidade
Obesidade (IMC>30kg/m2)
(IMC>30kg/m2) ( ) Citologia Cervical Anormal(Nicl-ll-lll).10
..............................................
............................................. 55 ( ) Doença Hipertensiva da Gestação . .10
( ) Diabetes Gestacional ..................... .10
( ) Gemelar ......................................... .10
( ) Incomp. Istmo Cervical ................... .10

2 – SITUAÇÃO FAMILIAR 6 – ANTECEDENTES 8- PATOLOGIAS DE RISCO ATUAL:


Situação Familiar Instável OBSTÉTRICOS: MÉDICAS + CIRURG.
( ) Não................................... 0 ( ) Abortos até 2 ................. 5 ( ) Cardiopatias ...................................... 10
( ) Sim ................................... 1 ( ) Abortos espontâneos+2.10 ( ) Varizes acentuadas ........................... ..5
( ) Natimorto ....................... 5 ( ) Pneumopatia Grave 10
Aceitação de GRAVIDEZ: ( ) Prematuro ...................... 5 ( ) Diabetes Mellitus ............................... 10
( ) Aceita ............................... 0 ( ) Óbito Fetal ..................... 5 ( ) Doenças Auto-imunes(Colagenose) .. 10
( ) Não Aceita ........................ 1 ( ) Eclampsia ................... ..10 ( ) Doença Psiquiátrica........................... ..5
( ) Presença de situação de ( ) Placenta Prévia .............. 5 ( ) Doença Renal Grave ......................... 10
violência.................................... 1 ( ) Descol. Prem. de Placenta ( ) Epilepsia e Doença Neurológica ........ 10
............................................. 5 ( ) Hemopatias ....................................... 10
( ) Incompetência Istmo ( ) Infecção Urinária de repetição
Cervical .............................. ..10 (pielonefrite ou infecções 3x ou +) ........... 10
( ) Restrição de Cresc. ( ) Infecções Grave ................................ 10
Intrauterino ............................ 5 ( ) AIDS/HIV ........................................... 10
( ) Malformação Fetal ......... 5 ( ) Sífilis ................................................. ..5
( ) Último Parto (‐) de 12 ( ) Hepatites ........................................... 10
meses ................................... 2 ( ) Tuberculose ...................................... 10
( ) + 1Filho Prematuro ..... ..10 ( ) Toxoplasmose ................................... 10
( ) Pre eclampsia ................ 5 ( ) Dep. de Drogas ................................. 10
( ) Alcoolismo ......................................... 10
( ) Trombofilia ........................................ 10
( ) Endocrinopatias................................. 10
( ) Alterações da Tireóide....................... 10
3 – ESCOLARIDADE:
Sabe Ler e Escrever: ESCORE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GESTACIONAL
( ) Sim.............................................0
( ) Não.............................................1 RISCO.................10 ou + Pontos ALTO
RISCO................ 5 a 9 Pontos MÉDIO
4 – HÁBITOS: RISCO................ até 4 Pontos BAIXO
Tabagista:
( ) Sim.............................................2 *Fatores sócio econômicos não são critérios isoladamente para encaminhamento ao
( ) Não.............................................0 Pré-Natal de Alto Risco (PNAR). Merecem atendimento diferenciado na Atenção
Básica.
PNAR: Deve conter obrigatoriamente itens dos quadros 5 e\ou 6 e\ou 7 da
classificação acima (somando 10 ou mais pontos).
Médio Risco: Somatório de 5 a 9 pontos deve receber atendimento de Pré-Natal na
Atenção Básica pelo médico intercalado com o enfermeiro.
Baixo Risco: Somatório de até 4 pontos deve receber atendimento intercalado de
Pré-Natal na Atenção Básica pelo enfermeiro e pelo médico. Seguir fluxograma de
pré natal.
** Instrumento publicado pela Rede Cegonha do estado de Santa Catarina, vide " Classificação de risco gestacional na atenção básica" baseado nas publicações do
MS: Manual Técnico Gestação de Alto Risco e Caderno de Atenção Básica Nº 32‐ Atenção ao Pré-Natal de Baixo Risco e material da Fundação SESP.
103

ANEXO 3 - FICHA PARA REALIZAÇÃO DO MOBILOGRAMA


(Mobilograma fetal entre 39 e 41 semanas)

Nome da Gestante: ________________________-


___________________________________________

UBS: _________________________________________Profissional: _________________________

Instruções:
 Após as principais refeições (café da manhã, almoço e jantar) a gestante deverá deitar em decúbito
lateral esquerdo e anotar o número de movimentações percebidas durante uma hora.
 Se perceber no mínimo seis movimentos do bebê, sugere-se que o feto está bem.
 Se for percebido menos de seis movimentos, o procedimento deverá ser repetido. Se na próxima
hora não sentir seis movimentos, deverá procurar imediatamente a maternidade de referência para
que seja realizada avaliação fetal.

Idade Gestacional
Após o café da Após o almoço Após o jantar
Semanas Dias manhã 1 (uma) Hora 1 (uma) Hora Observação
1 (uma) Hora

0
1
2
39 3
4
5
6
0
1
2
40 3
4
5
6
41 Ir para a maternidade de referência
IIIIII IIIIII IIIIII Na dúvida, procure a
Exemplo 6 movimentos 6 movimentos 6 movimentos maternidade de referência
OK OK OK
Fonte: Adaptação baseada no Caderno de Atenção Básica, nº Brasil, 2012.
104

ANEXO 4 - FLUXOGRAMA DE PESQUISA PARA DIABETES GESTACIONAL

DIABETES GESTACIONAL

DIAGNÓSTICO

GLICEMIA DE JEJUM NA PRIMEIRA CONSULTA

< 92mg/dL Entre 92mg/dL e 125mg/dL ≥ 126mg/dL

Fatores
de Risco
DIABETES DIABETES PRÉVIA
GESTACIONAL À GRAVIDEZ
TOTG – 75mg - 2 horas

Na presença de Diabetes Mellitus


NORMAL ALTERADO Gestacional ou Diabetes prévia,
encaminhar ao Serviço de
Referência de alto Risco

ENCERRAR DIABETES
PESQUISA GESTACIONAL

TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA À GLICOSE


JEJUM 1 HORA 2 HORAS
< 92mg < 180mg < 153mg

Fonte: OPAS, 2016


105

ANEXO 5 - FLUXOGRAMA DO MANEJO DA GESTANTE NOS QUADROS DE SÍFILIS

Tem sífilis ou teve sífilis


Realizar Teste Rápido (TR) para Sífilis (títulos baixos) ou falso (+) Parcerias sexuais de pessoas com
sífilis deverão:
1) Realizar testes imunológicos;
2) Ser tratadas com esquema de
Iniciar primeira dose de penicilina
benzatina na gestante e agendar sífilis latente tardia, na ausência
Não Resultado Reagente? Sim retorno para resultado de teste de sinais e sintomas e quando
não treponêmico em 7 dias impossível estabelecer-se a data
Testar e tratar parceira sexual da infecção;
3) Ser tratadas na mesma
oportunidade, em caso de
Apresentou alguma Coletar sangue periférico para dúvida quanto ao seguimento.
situação de Sim realizar teste não treponêmico
exposição à sífilis nos
(TNP) na mesma consulta
últimos três meses?

Se reagente, tratar conforme fase clínica da doença:


- Sífilis primária: penicilina benzatina, 2.400.000 UI,
Não Não Resultado Reagente? intramuscular, em dose única (1.200.000 UI em cada
glúteo);
- Sífilis recente secundária e latente: penicilina
benzatina, 2.400.000 UI, intramuscular, repetida após
Testagem na Testagem Coletar nova amostra para 1 semana, sendo a dose total de 4.800.000 UI;
- Sífilis tardia (latente e terciária): penicilina
28ª semana para sífilis realizar TNP em 30 dias e
benzatina 2.400.000 UI, intramuscular, semanal (por
repetir fluxograma, se Sim
de gestação em 30 dias 3 semanas), sendo a dose total de 7.200.000 UI.
resultado reagente Após a dose terapêutica inicial na doença recente,
poderá surgir a reação de Jarisch-Herxheimer, que é
a exacerbação das lesões cutâneas e a presença de
As gestantes com história comprovada de alergia à penicilina devem ser encaminhadas para um centro de referência, para
febre com outros sintomas gerais (adinamia,
que se realize a dessensibilização. A penicilina é a única droga treponemicida que atravessa a barreira placentária e, portanto,
trata também o feto. artralgias, mialgia). Esta reação tem involução
As gestantes com manifestações neurológicas e/ou cardiovasculares devem ser hospitalizadas e submetidas a esquemas espontânea em 12 a 48 horas, exigindo apenas
especiais de penicilina via intravenosa. cuidado sintomático. Não justifica a interrupção do
tratamento
e não significa alergia à droga.
Com a instituição do tratamento correto, o teste não treponêmico (VDRL) tende a se negativar em 6 a 12 meses, podendo, no
Tratamento alternativo:
entanto, permanecer com títulos baixos por longos períodos de tempo ou até por toda a vida; é o que se denomina memória ou
cicatriz sorológica da sífilis. - Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1x/dia, por 8 a 10 dias
Os testes não treponêmicos (VDRL) devem ser realizados mensalmente para controle de cura. (gestantes e não gestantes).
Nos casos de sífilis primária e secundária, os títulos devem declinar em torno de quatro vezes em três meses e oito vezes NOTIFICAR O CASO
em seis meses.
Se os títulos se mantiverem baixos e estáveis em duas oportunidades, após um ano, pode ser dada alta.
Fonte: DDAH/SVS/MS e BRASIL,2016
106

ANEXO 6 - FLUXOGRAMA PARA MANEJO DA TOXOPLASMOSE


GESTACIONAL

ACOLHIMENTO COM A maioria dos casos de toxoplasmose


ESCUTA QUALIFICADA E pode acontecer sem sintomas ou com
ENTREVISTA sintomas bastante inespecíficos.
Equipe multiprofissional  Os casos positivos precisam ser
notificados.

SIM
Gestante soronegativa Prevenção primária
IgG (-) e IgM (-)? Repetir a sorologia de três em
Enfermeiro(a)/médico(a) três meses e no momento do
parto.
Enfermeiro(a)/médico(a)

NÃO

Gestante IgG (+) e IgM Gestante IgG (+) e IgM Gestante IgG (-) e IgM
(-) (+) (+)

- Imunidade remota: - Possibilidade de infecção durante a - Infecção muito recente ou


gestante com doença antiga ou gestação. IgM falso positivo.
toxoplasmose crônica. - Realizar teste de avidez de IgG na mesma - Iniciar espiramicina imediatamente.
amostra:
- Não há necessidade de novas - Repetir a sorologia em três
 Avidez forte e gestação < 16
sorologias. semanas: infecção adquirida antes semanas:
da gestação, não há necessidade de *IgG positiva: confirma-se
Enfermeiro(a)/médico(a) mais testes. a infecção.
Enfermeiro(a)/médico(a) *IgG negativa: suspender a
 Avidez forte e gestação > 16 espiramicina, prevenção primária e
semanas: iniciar espiramicina se repetir sorologia de três em três
antes da 30ª semana e esquema meses e no
tríplice após a 30ª semana.
momento do parto.
 Avidez fraca: possibilidade de
infecção adquirida na gestação,
iniciar espiramicina imediatamente. Médico(a)

Médico(a)

• Confirmada a infecção aguda antes da 30ª semana, deve-se manter a espiramicina (1 g – 3.000.000 UI), de 8/8 horas, via oral,
continuamente até o final da gravidez.
• Se a infecção se der após a 30ª semana, recomenda-se instituir o tratamento tríplice materno: pirimetamina (25 mg), de 12/12 horas, por
via oral; sulfadiazina (1.500 mg), de 12/12 horas, por via oral; e ácido folínico (10 mg/dia) – este imprescindível para a prevenção de
aplasia medular causada pela pirimetamina.
• Em gestantes com infecção aguda, deve-se realizar USG mensal para avaliar alterações morfológicas fetais e, caso haja alterações,
encaminhar para o serviço especializado.
• Se há suspeita de infecção aguda materna, deve-se encaminhar a gestante para centro especializado em medicina fetal para realização de
amniocentese, visando avaliar a presença de infecção fetal por análise do líquido amniótico por meio de PCR.
• Se idade gestacional > 30 semanas, não é necessário avaliar o líquido amniótico. Inicia-se esquema tríplice pela alta probabilidade de
infecção fetal.

Fonte: BRASIL (2016, pag 111).


107

ANEXO 7 - FLUXOGRAMA PARA SOROLOGIA POSITIVA PARA O VÍRUS HIV

ACOLHIMENTO COM
ESCUTA QUALIFICADA E
ENTREVISTA
Equipe multiprofissional

A gestante deve ser encaminhada


para serviço de pré-natal de alto risco.
Manter seguimento na Atenção
Básica.
Sorologia SIM Toda gestante infectada pelo HIV deve
para HIV receber TARV durante a gestação, com
reagente ou dois objetivos: profilaxia da
teste rápido positivo transmissão vertical ou tratamento da
infecção pelo HIV.
Enfermeiro(a)/médico(a)

NÃO

Manter acompanhamento de rotina do pré-natal.


Fazer aconselhamento pré e pós-teste.
Teste rápido não reagente: aconselhamento e,
se houver suspeita de infecção pelo HIV,
recomenda-se repetir o exame em 30 dias.
Repetir sorologia (ou TR em situações
especiais) no 3º trimestre.

Enfermeiro(a)/médico(a)

O diagnóstico reagente da infecção pelo HIV deve ser realizado mediante pelo menos duas
etapas de testagem (etapas 1 e 2).
Eventualmente, podem ocorrer resultados falso-positivos. A falsa positividade na testagem é
mais frequente na gestação do que em crianças, homens e mulheres não grávidas e pode
ocorrer em algumas situações clínicas, como no caso de doenças autoimunes.
Diagnóstico com testes rápidos: a possibilidade de realização do diagnóstico da infecção pelo
HIV em uma única consulta, com o teste rápido, elimina a necessidade de retorno da gestante
ao serviço de saúde para conhecer seu estado sorológico e possibilita a acolhida imediata, no
SUS, das gestantes que vivem com HIV.
Nos casos de gestantes já sabidamente HIV positiva ou em uso de antirretroviral, encaminhar
para acompanhamento em serviço de pré-natal de alto risco e Serviço de Atendimento Especializado
(SAE) e atentar para a prevenção de transmissão vertical.
O TR se destina a todas as gestantes.
As gestantes HIV positivas deverão ser orientadas a não amamentar.

Fonte: BRASIL ( 2016, pag 116).


108

ANEXO 8 - FLUXOGRAMA PARA QUEIXAS URINÁRIAS NA GESTAÇÃO

ACOLHIMENTO COM
ESCUTA QUALIFICADA
E
ENTREVISTA
Equipe multiprofissional

Gestante com queixas


urinárias

ITU complicada
SIM SIM Na suspeita, encaminhar
Apresenta a gestante para avaliação
Apresenta hospitalar.
sintomas de sintomas
sistêmicos** Médico(a)
ITU*
Enfermeiro(a) Enfermeiro(a)
/médico(a) /médico(a)

NÃO Bacteriúria assintomática


ITU não complicada
O tratamento deve ser
guiado, sempre que Iniciar uso de antibiótico
possível, pelo teste de de forma empírica, sendo
Urocultura positiva sensibilidade do agente que a escolha deve estar
Enfermeiro(a) observado no direcionada para
/médico(a) antibiograma cobertura de germes
Enfermeiro(a)/médico(a) comuns e pode ser
modificada após a
identificação do agente e
a determinação de sua
susceptibilidade.
NÃO Orientar que o aumento Médico(a)
do número de micções é
comum na gestação, por
conta da compressão da
bexiga pelo útero
gravídico,
diminuindo a capacidade
volumétrica.

Enfermeiro(a)/médico(a)

Antibióticos de escolha no tratamento da bacteriúria assintomática e ITU não complicada em gestantes:


Nitrofurantoína (100 mg), uma cáp., de 6/6 horas, por 10 dias (evitar após a 36ª semana de gestação);
Cefalexina (500 mg), uma cáp., de 6/6 horas, por 7 a 10 dias;
Amoxicilina-clavulanato (500 mg), uma cáp., de 8/8 horas, por 7 a 10 dias.

Enfermeiro(a)/médico(a)

Repetir urinocultura sete a dez dias após o termino do tratamento.


Verificar se o quadro de infecção urinária é recorrente ou de repetição.
Na apresentação de um segundo episódio de bacteriúria assintomática ou ITU não complicada na gravidez, a gestante
deverá ser encaminhada para avaliação e acompanhamento médico.
Para orientações referentes à coleta da urinocultura .

* Sintomas de infecção do trato urinário ** Sintomas sistêmicos:


(ITU): febre;
dor ao urinar; taquicardia;
dor suprapúbica; calafrios;
urgência miccional; náuseas;
aumento da frequência urinária; vômitos;
nictúria; dor lombar, com sinal de giordano
estrangúria; positivo;
presença de sangramento visível na urina. dor abdominal.

Fonte: BRASIL (2016, pag. 98).


109

ANEXO 9 - MODELO DE PLANO DE PARTO

NOME:
________________________________________________________________________________________________
ENDEREÇO:________________________________________________________________
DATA:______/_______/________
TELEFONE:______________________ E-MAIL:
_______________________________________________________________

Estamos cientes de que o parto pode tomar diferentes rumos. Abaixo listamos nossas preferências em relação
ao nascimento do nosso filho. Sempre que os planos não puderem ser seguidos, gostaríamos de ser
previamente avisados e consultados a respeito das alternativas.

TRABALHO DE PARTO CUIDADOS COM A CRIANÇA


Presença de meu marido e doula.
Administração de nitrato de prata ou antibióticos
Sem tricotomia (raspagem dos pelos pubianos) oftálmicos apenas se necessário.
Quero fazer a amamentação sob
e enema (lavagem intestinal). livre demanda.

Sem perfusão contínua de soro e ou ocitocina Em hipótese alguma, oferecer água glicosada, bicos
ou qualquer outra coisa ao bebê.
Liberdade para caminhar e escolher
a posição que quero ficar. Alojamento conjunto o tempo todo. Pedirei para levar o bebê
caso esteja necessite de ajuda.
Uso ilimitado da banheira e/ou chuveiro.
Gostaria de dar o banho no meu bebê e fazer as trocas (ou eu
Peço que não seja oferecido anestésicos ou meu marido).
ou analgésicos. Eu pedirei quando necessário.
Sem rompimento artificial de bolsa. CASO A CESÁREA SEJA NECESSÁRIA

PARTO Exijo o início do trabalho de parto antes de se resolver


Prefiro ficar de cócoras ou semi-sentada pela cesárea.
(costas apoiadas).
Quero a presença do meu acompanhante e/ou da doula
Gostaria de um ambiente na sala de parto.
especialmente calmo nesta hora.
Anestesia: peridural, sem sedação em momento
Não vou tolerar que minha barriga algum.
seja empurrada para baixo.
Na hora do nascimento gostaria que o campo
Episiotomia: só se for realmente necessário. fosse abaixado para que eu possa vê-lo nascer.
Não gostaria que fosse uma intervenção de rotina.
Quero que as luzes fossem apagadas e o ar Gostaria que as luzes e ruídos fossem reduzidas e o ar
condicionado desligado na hora do nascimento. condicionado desligado.

Gostaria de ter meu bebê colocado de imediato Após o nascimento, gostaria que colocassem o bebê
no meu colo com liberdade para amamentar. sobre meu peito e que minhas mãos estejam livres para
segurá-lo
APÓS O PARTO
Aguardar a expulsão espontânea da placenta, Gostaria de permanecer com o meu filho no contato pele a pele
sem manobras, tração ou massagens. enquanto estiver na sala de cirurgia.

Quero ter o bebê comigo o tempo Também gostaria de amamentar o bebê e ter alojamento
todo enquanto eu estiver na sala de parto. conjunto o quanto antes.
Liberação para o apartamento o
quanto antes com o bebê junto comigo.

Agradeço muito a equipe envolvida e a ajuda para tornar esse momento especial. Muito obrigada!

________________________________ ______________________________________

Assinatura dos pais Assinatura do médico ou enfermeiro da ESF


110

ANEXO 10 - ESCALA DE DEPRESSÃO PÓS-PARTO (EPDS)

Nome: ________________________________________________________________________
Data:_____________ Idade do bebê:___________ Pontuação:________
Aplicador da escala: _____________________________________________________________

Dado que teve um bebê há pouco tempo, gostaríamos de saber como se sente.
Por favor, sublinhe a resposta que mais se aproxima dos seus sentimentos nos últimos 7 dias.
Obrigado.

Nos últimos 7 dias:

1. Tenho sido capaz de me rir e ver o lado divertido das coisas.


Tanto como dantes
Menos do que antes
Muito menos do que antes
Nunca

2. Tenho tido esperança no futuro.


Tanta como sempre tive
Menos do que costumava ter
Muito menos do que costumava ter
Quase nenhuma

3. Tenho-me culpado sem necessidade quando as coisas correm mal.


Sim, a maioria das vezes
Sim, algumas vezes
Raramente
Não, nunca

4. Tenho estado ansiosa ou preocupada sem motivo.


Não, nunca
Quase nunca
Sim, por vezes
Sim, muitas vezes

5. Tenho-me sentido com medo ou muito assustada, sem motivo.


Sim, muitas vezes
Sim, por vezes
Não, raramente
Não, nunca

6. Tenho sentido que são coisas demais para mim.


Sim, a maioria das vezes não consigo resolvê-las
Sim, por vezes não tenho conseguido resolvê-las como antes
Não, a maioria das vezes resolvo-as facilmente
Não, resolvo-as tão bem como antes

7. Tenho-me sentido tão infeliz que durmo mal.


Sim, quase sempre
Sim, por vezes
Raramente
Não, nunca
111

8. Tenho-me sentido triste ou muito infeliz.


Sim, quase sempre
Sim, muitas vezes
Raramente
Não, nunca

9. Tenho-me sentido tão infeliz que choro.


Sim, quase sempre
Sim, muitas vezes
Só às vezes
Não, nunca

10. Tive ideias de fazer mal a mim mesma.


Sim, muitas vezes
Por vezes
Muito raramente
Nunca

EPDS – Orientações para cotação

 As respostas são cotadas de 0, 1, 2 e 3, de acordo com a gravidade crescente dos


sintomas.
 As questões 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 são cotadas inversamente (3, 2, 1, 0).
 Cada item é somado aos restantes para obter a pontuação total.

Uma pontuação de 12 ou mais indica a probabilidade de depressão, mas não a sua


gravidade. A EPDS foi desenhada para complementar, não para substituir, a avaliação
clínica.

Adaptado de Edinburgh Postnatal Depression. Original de JL Cox, JM Holden, R Sagovsky. British Journal Of
Psychiatry (1987), 150, 782-786.

Versão Portuguesa: Postnatal depression in an urban area of Portugal: comparison of childbearing women and
matched controls. Augusto A; Kumar R; Calheiros JM; Matos E; Figueiredo E. Psychol Med, 26 (1):135-41; 1996
Jan

Referências bibliográficas: Cepêda T, Brito I, Heitor MJ. Promoção da Saúde Mental na Gravidez e Primeira
Infância - Manual de Orientação para profissionais de saúde. Lisboa: DGS; 2005 (Disponível em:
http://www.dgs.pt/upload/membro.id/ficheiros/i008180.pdf).
112

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.


Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde. Diretrizes nacionais
de assistência ao parto normal: versão resumida [recurso eletrônico]. Brasília:
Ministério da Saúde, 2017. 51 p. : il

_____. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Vigitel 2015. Saúde
Suplementar : vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico [recurso eletrônico] – Brasília : Ministério da Saúde, 2017. 170 p.: il.

_____. Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante. 3ªed. Brasília, DF. 2016. Disponível
em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/marco/01/Caderneta-Gest-
Internet.pdf>. Acesso em 01 dezembro de 2017.

_____. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres /


Ministério da Saúde, Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília: Ministério da
Saúde, 2016. 230 p.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas Estratégicas. Coordenação Nacional de Saúde do Homem. Guia do Pré
Natal do Parceiro para Profissionais do Parceiro. 1ª ed. Rio de Janeiro,2016. Ministério
da Saúde. Disponível em https://central3.to.gov.br/arquivo/369122/ acesso em 12 de
novembro de 2018.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco [recurso eletrônico] 1. ed. rev. – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2013. 318 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, n° 32)

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção


Básica. Programa Nacional de Suplementação de ferro: Manual de condutas gerais.
Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

_____. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da


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Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. 5.
reimp. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 44 p. : il. color. – (Série B. Textos
Básicos de Saúde)

_____. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras
substâncias. 2. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010.

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programática Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério
atenção qualificada e humanizada: manual técnico. 3ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
113

_____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações


Programáticas e Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério:
atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília, 2005.

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REZENDE, J. Obstetrícia Fundamental. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
114

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SÃO PAULO. Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Planejamento em Saúde. Assessoria


Técnica em Saúde da Mulher. Atenção à gestante e à puérpera no SUS: manual técnico
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Trends in maternal mortality: 1990 to 2010


WHO, UNICEF, UNFPA and The World Bank estimates. WHO Press, Geneva, 2012.
GOVERNO DO ESTADO DE RONDÔNIA
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE

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