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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

Danieli Grebin Gromann

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Palhoça
2020
Danieli Grebin Gromann

PROCESSO DE ENFERMAGEM

Processo de Enfermagem apresentado ao


curso de Enfermagem da Universidade do Sul
de Santa Catarina, conforme as exigências do
Estágio Supervisionado em Clínica Médica.

Orientadora: Prof.ª Márcia Regina Stahelin.

Palhoça
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................
4
2. OBJETIVOS ..................................................................................................
6
2.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 6
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO .............................................................................
6
3. PROCESSO DE ENFERMAGEM ..................................................................
7
3.1. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM
.................................................................7
3.1.1 História Pregressa
....................................................................................7
3.1.2 Comorbidades ..........................................................................................7
3.1.3 Histórico Familiar .....................................................................................7
3.1.4 Medicamentos em uso
.............................................................................7
3.1.5 Alergias .....................................................................................................7
3.1.6 Exames Laboratoriais ..............................................................................8
3.1.7 Diagnóstico médico atual
........................................................................8
3.1.8 Subjetivo ...................................................................................................8
3.1.9 Objetivo ...................................................................................................8
3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
...........................................................9
3.3 PLANEJAMENTO DE ENFERMAGEM
.........................................................9
3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
.........................................................9
3.5 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM
................................................................10
REFERÊNCIAS ................................................................................................11
APÊNDICE A – Comorbidades........................................................................13
APÊNDICE B – Nefrite Lúpica ........................................................................15
APÊNDICE C - Medicamentos em uso durante a internação hospitalar
......17

1. INTRODUÇÃO

De acordo com a Resolução COFEN 358/2009 a Sistematização da


Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional quanto ao método,
pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de
Enfermagem (COFEN, 2009). Portanto, pode-se afirmar que a finalidade da
SAE é a de organizar o cuidado a partir da adoção de um método sistemático,
o que proporcionará ao enfermeiro a delimitação da sua área de atuação, do
seu desempenho no âmbito da gerência em saúde e da assistência em
enfermagem (SILVA, 2016).

O Processo de enfermagem (PE) pode ser definido como uma metodologia de


trabalho que visa oferecer subsídios ao desenvolvimento da assistência, tendo
como base o método científico. Tem como propósito a identificação de uma
situação problema de um cliente/clientela, possibilitando, assim, direcionar a
implementação adequada das terapêuticas de enfermagem (COFEN, 2009).
Sendo assim o PE é uma ferramenta operacional que visa promover a
autonomia e cientificidade profissional do enfermeiro, visando aperfeiçoar a
interação paciente-profissional, com o intuito de facilitar a obtenção de dados
necessários para um cuidar individualizado (SILVA, 2016)

O Processo de Enfermagem organiza-se em cinco etapas inter-


relacionadas, interdependentes e recorrentes:
 Coleta de dados de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e
contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas variadas, que
tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou
coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do
processo saúde e doença. (COFEN, 2009).
 Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e
agrupamento dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a
tomada de decisão sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que
representam, com mais exatidão, as respostas da pessoa, família ou
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e
doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou
intervenções com as quais se objetiva alcançar os resultados esperados.
(COFEN 2009).
 Planejamento de Enfermagem - determinação dos resultados que se
espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão
realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana
em um dado momento do processo saúde e doença, identificadas na
etapa de Diagnóstico de Enfermagem. (COFEN 2009).
 Implementação da Assistência de enfermagem – realização das
ações ou intervenções determinadas na etapa de Planejamento de
Enfermagem. (COFEN 2009).
 Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e
contínuo de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família
ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde
doença, para determinar se as ações ou intervenções de enfermagem
alcançaram o resultado esperado; e de verificação da necessidade de
mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.
(COFEN 2009)

A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada formalmente,


reunindo em suma, um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou
coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença, os
diagnósticos de enfermagem, as ações ou intervenções de enfermagem
realizadas a partir dos diagnósticos de enfermagem identificados e os
resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de
enfermagem realizadas. (COFEN, 2009)

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Levantar e gerar informações importantes sobre à saúde do paciente,


permitindo a realização de uma assistência em saúde conforme as suas
necessidades, com mais segurança, qualidade e integralidade.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO


 Coletar dados a respeito da história do paciente.
 Realizar o exame físico completo.
 Identificar os diagnósticos de enfermagem, conforme as necessidades
do paciente.
 Elaborar um planejamento assistencial, com os resultados esperados,
de acordo com os diagnósticos estabelecidos.
 Desenvolver a implementação da assistência, com as intervenções a
serem realizadas.
 Realizar a avaliação de enfermagem.
3. PROCESSO DE ENFERMAGEM

3.1 HISTÓRICO DE ENFERMAGEM

M.S.M, sexo feminino, 34 anos, do lar, casada, 2 filhos. Reside no município de


São João Batista/SC. Encaminhada do ambulatório de Reumatologia, após
aumento de proteinúria, devido a quadro de Nefrite Lúpica. Internada no dia
19/10/2020 para realização de biópsia do rim.

3.1.1 História da doença pregressa:

Há um mês começou a apresentar urina espumosa, dor em região


torácica/lombar alta e dispneia aos esforços. Procurou atendimento médico no
ambulatório de Reumatologia onde fazia o acompanhamento do Lúpus
Eritematoso Sistêmico. Após constatação de aumento de proteinúria, foi
encaminhada para o Hospital Regional de São José para realizar biópsia renal.

3.1.2 Comorbidades (APÊNDICE A): Hipertensão Arterial Sistêmica,


Trombose Venosa Profunda, Lúpus Eritematoso Sistêmico + Nefrite Lúpica.
Realizava o acompanhamento no Ambulatório de Reumatologia em São João
Batista para controle do Lúpus.

3.1.3 Histórico Familiar: Nega Comorbidades na Família.

3.1.4 Medicamentos em uso:

 Hidroxicloroquina 400mg, 1x ao dia;


 Predinisona 5mg, 1x ao dia:
 Micofenolato de Mofetil 500mg, 3cp, 2x ao dia;
 Vitamina D, 1x na semana;
 Carbonato de Cálcio 500mg, 1x ao dia;
 Vitamina B12, 1x na semana;
 Enalapril 10mg, 2 cp, 2x ao dia;
 Varfarina 5mg;
 Amitriptilina 25mg, 1cp, 1x a noite.

3.1.5 Alergias: Nega

3.1.6 Exames complementares:

 BX Renal (10/07/2020): 28 glomérulos, um esclerosado, estrutura


preservada, componente mesangial minimamente aumentado. IF:
depósito glomerular igA, igG, igM, C1q, C3c e cadeias leves kappa e
lambda, compatível com nefrite classe V.
 Exame laboratorial (01/10/2020): Hb: 12,6. Ht: 32,7. Leuco: 2,700.
Neut: 1,458. Linf: 945. Plaquetas: 247,000. AcUr: 4,75. Cr: 0,85, TGO:
23. TGP: 22. gGT: 27. Fa: 52. B12: 865. TSH: 1,2. VHS: 50. TAP: 3,02.
Glicose: 85. CT: 141. HDL: 45. LDL: 69. C4: 8. Proteinuria 24h: 2,998 em
2,500.

3.1.7 Diagnóstico Médico (APÊNDICE B): Nefrite Lúpica

3.1.8 Subjetivo: Paciente não relata queixas. Refere que consegue dormir bem
no período da noite. Comeu bem. Ingere 1 garrafinha de água por dia (500ml).
Relata não conseguir evacuar há 2 dias.

3.1.9 Objetivo: Paciente tranquila, lúcida, orientada em tempo e espaço,


consciente e contactuante, com bom padrão de fala observado. Corada,
anictérica, acianótica, hidratada e eupneica em ar ambiente. Couro cabeludo
íntegro sem sujidade. Face íntegra, sem alterações. Olhos simétricos, com
abertura ocular espontânea, pupilas isocóricas, esclerótica branca e visão sem
alterações. Orelhas íntegras, audição normal para a idade. Nariz íntegro, sem
obstrução. Mucosa Oral corada, hidratada, dentição completa com boa higiene.
Cervical com ausência de linfonodos infartados palpáveis. Mamas flácidas e
simétricas. Tórax simétrico, com expansibilidade bilateral +. Sinais Vitais: FR:
18rpm. FC: 68bpm. PA: 110x70 mmHg. T: 36.0 cº. Ausculta cardíaca: Bulhas
rítmicas, normofonéticas, em 2 tempos, sem sopros. Ausculta pulmonar: MV+.
MMSS simétricos, força motora e coordenação motora preservadas, sem
edema, extremidades aquecidas e bem profundidas com preenchimento capilar
em <2s. Presença de acesso venoso periférico em MSE com punção do dia
23/10/2020. Linha pérvia, sem sinais flogisticos local. Região abdominal flácida
e íntegra, com dor a palpação no quadrante inferior direito. RHA+. Região
dorsal e sacral íntegra, sem alterações. Região genital íntegra. MMII simétricos,
sem presença de edema, pulso presente, TEC <2s, força motora e
coordenação motora preservadas. Deambula sem auxílio.

3.2 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM

 Risco de Constipação
 Risco de infecção
 Risco de alteração de sono
 Risco de volume de líquidos insuficiente
 Conforto prejudicado
 Dor aguda

3.3 PLANEJAMENTO DE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


 Promover descanso, através de um sono profundo e restaurador.
 Promover a maior ingesta hídrica.
 Observar sono e repouso;
 Promover conforto ao paciente
 Atentar-se a constipação

3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM


 Manter ambiente limpo, confortável, calmo e seguro.
 Manter quarto com luz baixa durante a noite, evitando barulhos
desnecessários.
 Realizar administração de medicamentos, conforme prescrição médica.
 Avaliar sinais vitais diariamente, conforme o protocolo da instituição.
 Realizar diariamente a mensuração da dor.
 Orientar a ingesta hídrica, de pelo menos dois litros de água por dia.
 Orientar a ingesta alimentar rica em fibras.
 Orientar a importância da realização de atividade física.
 Proporcionar apoio emocional
 Observar sinais flogisticos.

3.5 AVALIAÇÃO DE ENFERMAGEM


26 DE OUTUBRO DE 2020.
Observações: Paciente em bom estado geral, sem queixas. Lúcida, orientada
em tempo e espaço, consciente e contactuante. Corada, hidratada e eupneica
em ar ambiente. FR: 16rpm. FC: 60bpm. PA: 120x80 mmHg. T: 36,2 cº. Dieta
mantida V.O, com boa aceitação. Eliminação urinária presente, sem evacuar há
3 dias. Dorme bem durante a noite. Aguardando realização de biópsia renal.

27 DE OUTUBRO DE 2020.

Paciente em bom estado geral, sem queixas. Lúcida, orientada em tempo e


espaço, consciente e contactuante. Corada, hidratada e eupneica em ar
ambiente. FR: 16rpm. FC: 62bpm. PA: 130x90mmHg. T: 35,8 cº. Dieta mantida
V.O, com boa aceitação. Eliminação urinária presente, sem evacuar há 4 dias.
A paciente teve alta, para esperar o agendamento da biopsia renal em casa.
REFERÊNCIAS

COFEN. CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Resolução 358/2009.


Sistematização da Assistência de Enfermagem – SAE nas Instituições de
Saúde Brasileiras. [Rio de Janeiro]: COFEN [2009]. Disponível em:
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html. Acesso em: 02 out.
2020.

KLUMB, Evandro Mendes et al. Consenso da Sociedade Brasileira de


Reumatologia para o diagnóstico, manejo e tratamento da nefrite lúpica.
Revista Brasileira de Reumatologia, [S.L.], v. 55, n. 1, p. 1-21, jan. 2015.
Springer Science and Business Media LLC. Disponível em:
https://www.scielo.br/pdf/rbr/v55n1/0482-5004-rbr-55-01-0001.pdf. Acesso em:
02 nov. 2020.

SILVA, Rudval Souza da et al. Sistematização da Assistência de Enfermagem


na perspectiva da equipe. Rev Enferm Foco. p.32-36. 2016. Disponível em:
https://pdfs.semanticscholar.org/a60a/c6a8973054b28d239894d520abcc15527
8ed.pdf. Acesso em: 02 out. 2020.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR.
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO. 2015.
Disponível em: https://sbacvsp.com.br/wp-content/uploads/2016/05/trombose-
venosa-profunda.pdf. Acesso em: 03 fev. 2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Lúpus Eritematoso


Sistêmico. 2019. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-
reumaticas/lupuseritematososistemicoles/#:~:text=O%20L%C3%BApus
%20Eritematoso%20Sist%C3%AAmico%20(LES,de%20atividade%20e%20de
%20remiss%C3%A3o. Acesso em: 03 nov. 2020.

VI DIRETRIZES Brasileiras de Hipertensão. Sociedade Brasileira de


Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Arq Bras Cardiol, n. 95, supl.1, p. 1-51, 2010. Acesso em: 02 out.
2020.

ZAMITH, Luiza Magalhães et al. NEFRITE LÚPICA: CLÍNICA, DIAGNÓSTICO


E TRATAMENTO. Cadernos da Medicina-UNIFESO, v. 1, n. 1, 2018.
Disponível em:
http://www.revista.unifeso.edu.br/index.php/cadernosdemedicinaunifeso/
article/view/949. Acesso em: 02 out. 2020.
APÊNDICE A

COMORBIDADES.

Hipertensão Arterial Sistêmica: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma


condição clínica multifatorial, caracterizada por níveis elevados e sustentados
de pressão arterial. Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou
estruturais dos órgãos-alvo como: coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos e
a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais (VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,
2010).

Trombose Venosa Profunda: A trombose venosa profunda (TVP),


caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas, com
obstrução parcial ou oclusão, sendo mais comum nos membros inferiores. As
principais complicações decorrentes dessa doença são: insuficiência venosa
crônica/síndrome pós-trombótica, edema e/ou dor em membros inferiores,
mudança na pigmentação, ulcerações na pele e embolia pulmonar. Os
principais fatores de risco são: idade avançada, câncer, procedimentos
cirúrgicos, imobilização, uso de estrogênio, gravidez, distúrbios de
hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos. A sua incidência aumenta
proporcionalmente com a idade, sugerindo que esta seja o fator de risco mais
determinante para um primeiro evento de trombose (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR, 2015).

Lúpus Eritematoso Sistêmico: O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma


doença inflamatória crônica de origem autoimune, cujos sintomas podem surgir
em diversos órgãos de forma lenta e progressiva ou mais rapidamente e variam
com fases de atividade e de remissão. São reconhecidos dois tipos principais
de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com manchas na pele,
avermelhadas ou eritematosas, principalmente nas áreas que ficam expostas à
luz solar como o rosto, orelhas, colo e nos braços e o sistêmico, no qual um ou
mais órgãos internos são acometidos. Por ser uma doença do sistema
imunológico, que é responsável pela produção de anticorpos e organização dos
mecanismos de inflamação em todos os órgãos, quando a pessoa tem LES ela
pode ter diferentes tipos sintomas e vários locais do corpo. Alguns sintomas
são gerais como a febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e
desânimo. Outros, específicos de cada órgão como dor nas juntas, manchas na
pele, inflamação da pleura, hipertensão e/ou problemas nos rins (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2019).
APÊNDICE B

NEFRITE LÚPICA

Para que se torne possível o entendimento relacionado ao


diagnóstico desenvolvida pela paciente M.T.E.F, é necessário associar com
sua doença de base, o Lúpus Eritematoso Sistêmico.
O LES, é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico da
pessoa começa a atacar os tecidos saudáveis do corpo e provocar lesões em
diversos órgãos, sendo um deles o rim. Sendo assim, a nefrite lúpica é
considerada uma inflamação no rim, também conhecida como glomerulonefrite.
(KLUMB et al, 2015)
A nefrite lúpica acontece na maioria dos pacientes lúpicos, chegando
a 60% deles. Os sinais e sintomas mais proeminentes nos pacientes que
apresentam a doença renal são edema, urina espumosa, hipertensão, ou uma
combinação destes. Conforme visto anteriormente, a paciente M.S.M,
apresentava urina espumosa, hipertensão e edema (ZAMITH et al, 2018).
Suspeita-se do diagnóstico em todos os pacientes com lúpus
eritematoso sistêmico, particularmente naqueles com proteinúria, hematúria
microscópica, cilindros hemáticos, ou hipertensão. O diagnóstico é também
suspeitado em pacientes com hipertensão inexplicada, níveis de creatinina
séricos elevados ou alterações do exame de urina com características clínicas
sugestivas de lúpus eritematoso sistêmico. (ZAMITH et al, 2018).

Classificação:
Classe I – NL mesangial mínima: Glomérulos normais à microscopia
ótica (MO), mas com depósitos imunes à imunofluorescência (IF).

Classe II – NL mesangial proliferativa: Hipercelularidade mesangial


pura em qualquer grau ou expansão da matriz mesangial pela MO com
depósitos imunes no mesangio. Pode haver poucos e isolados depósitos
subepiteliais ou subendoteliais visíveis à IF ou à microscopia eletrônica
(ME), mas não a MO.

Classe III – NL focal: Glomerulonefrite (GN) focal ativa ou inativa,


segmentar ou glogal, endo ou extra capilar envolvendo ≥ 50% de todos os
glomérulos, tipicamente com depósitos imunes subendoteliais com ou
sem alterações mesangiais. É ainda classificado em: A, ativa; A/C
ativa/crônica; C, crônica inativa.

Classe V – NL membranosa: Depósitos imunes subepiteliais globais ou


segmentares ou suas sequelas morfológicas à MO e IF ou ME, com ou
sem alterações mesangiais. Pode ocorrer em combinação com as classes
III ou IV.

Classe VI – esclerose avançada: Esclerose glomerular global em ≥ 90%


sem atividade residual.

Diagnóstico: O diagnóstico da nefrite lúpica se dá por exame de urina,


creatinina sérica e Biópsia renal . Realiza-se primeiro exame de urina e de
creatinina sérica. Se ambos forem anormais, realiza-se geralmente
a biópsia renal para confirmar o diagnóstico e classificar a doença
histologicamente. (KLUMB et al, 2015)
Tratamento: O tratamento irá depender do tipo histológico e do estado da
doença. Podendo ser utilizado: Inibidores da angiotensina para hipertensão
ou proteinúria. A inibição da angiotensina com inibidores de ECA ou
bloqueadores do receptor da angiotensina II é indicada para pacientes
mesmo com hipertensão leve (p. ex., pressão arterial > 130/80 mmHg) ou
proteinúria. Além disso, devem-se tratar agressivamente a dislipidemia e os
fatores de risco de aterosclerose; Ciclofosfamida e prednisona para nefrite
ativa, potencialmente reversível ; Transplante de rim para pacientes com
doença renal em estágio terminal. O tratamento para nefrite lúpica
proliferativa geralmente associa fármacos citotóxicos, corticoides e outros
imunossupressores. (KLUMB et al, 2015)

No caso da paciente M.S.M, ela está aguardando a realização da biopsia renal


para confirmar o diagnóstico e classificar a doença histologicamente, a
classificação histológica auxilia a determinar o prognóstico e a direcionar o
tratamento.

APÊNDICE C

MEDICAMENTOS EM USO DURANTE A INTERNAÇÃO HOSPITALAR

Albendazol: Antiparasitário; anti-helmíntico; vermicida. Indicado para


Ancilostomíase; ascaridíase; enterobíase; estrongiloidíase; teníase;
tricocefalíase; giardíase. Cuidados de enfermagem: deve-se evitar engravidar
durante e até um mês após o término do tratamento. Utilizar métodos para
evitar a gravidez.

Dipirona sódica: Indicada como analgésico e antipirético. Possuindo um


efeito esperado em 30 a 60 minutos após a administração. Os pacientes
podem apresentar efeitos colaterais, como: Náusea, diarreia, vômito e no caso
de infusão endovenosa, pode ocorrer hipotensão. Cuidados de enfermagem:
Avaliar sinais vitais antes e após administração. Atentar para a via de
administração, a dosagem e a forma de apresentação do medicamento. Avaliar
o paciente entre 30 minutos e 1 hora após a administração do medicamento,
para verificar a diminuição da temperatura ou da dor.

Amitripilina: Antidepressivo. Indicado para depressão mental; tem sido


também utilizada para tratar: dor neurogênica crônica grave; bulimia. Absorção:
gastrintestinal, boa e rápida. Biotransformação: no fígado. Início da ação: 2 a 3
semanas. Eliminação: urina. Cuidados de enfermagem: Avaliar sinais vitais
antes e após administração. Explicar reações adversas, cuidado com cirurgias
(risco de sangramento), inclusive nos procedimentos odontológicos de
emergência; se possível descontinuar o uso do produto dias antes de
procedimentos cirúrgicos, levantar-se devagar, quando estiver sentado ou
deitado. Evitar mudanças bruscas de posição.

Enalapril: Hipotensor arterial (Inibidor da ECA). Indicado para HAS, ICC,


disfunção de ventrículo esquerdo pós-IAM. Cuidados de Enfermagem: VO:
monitore a PA durante, pelo menos,1h após sua estabilização, se a PA não for
controlada reintroduza os diuréticos. Reações adversas mais frequentes:
infarto do miocárdio ou AVC, dor torácica, distúrbios do ritmo cardíaco,
palpitações, angina pectoris, hipotensão, hipotensão postural. Hipertensão:
monitore PA e o pulso frequentemente. ICC: monitore o peso e avaliar os sinais
de retenção hídrica.

Enoxaparina: Anticoagulante, antitrombótico. Utilizada na profilaxia de TVP e


TEP; prevenção da coagulação do circuito extracorpóreo durante hemodiálise;
tratamento da angina instável e do IAM sem supra desnível de ST, e no
tratamento de isquemias e infarto do miocárdio. Cuidados de Enfermagem:
Informar ao paciente reações adversas relacionadas ao uso da medicação.
Recomendar ao paciente uso de escovas de dentes macias, e que evite tomar
medicações que contém ácido acetilsalicílico, para evitar o risco de
sangramentos. Avaliar sinais e sintomas de lesões neurológicas, sinais de
sangramento, evidencias de tromboses. Avaliar os exames laboratoriais, pois
pode causar aumento nos níveis de TGO e TGP.

Hidroxicloroquina: Antimalárico; antirreumático. Indicado para artrite


reumatoide; lúpus eritematoso; malária. Como antirreumático, inibe a produção
do fator reumatoide e outros reagentes da fase aguda da inflamação.
Cuidados de Enfermagem: Orientar usar óculos escuros, evitando exposições
prolongadas aos raios solares. Realizar hemograma completo periodicamente
em tratamentos de longo prazo. O tratamento deve ser interrompido se ocorrer
fraqueza muscular

Omeprazol: Tratamento de esofagite de refluxo, gastrite, úlcera gástrica e


úlcera duodenal. Protetor gástrico contra medicamentos gástricos agressivos.
Indigestão associada à acidez gástrica, como azia, enjoo ou dor de estômago.
Cuidados de Enfermagem: Orientar não se deitar após as refeições,
cabeceira elevada. Antes das refeições, de preferência 15 minutos antes do
café da manhã

Insulina Regular: Insulina Humana regular é uma insulina de ação rápida


indicada para melhorar o controle glicêmico em pacientes adultos com diabetes
mellitus. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre 30 minutos e
uma hora, e seu efeito máximo se dá entre duas a três horas após a aplicação.
Cuidados de Enfermagem: Monitorar níveis glicêmicos; manipular o frasco de
insulina delicadamente, sem agitá-lo, pois, isso pode provocar alteração na
ação do medicamento; Manter a insulina sob refrigeração não muito intensa -
entre 2º e 8ºC;

Cloridrato de metoclopramida: Indicado para o tratamento de alterações da


movimentação gástrica, como em enjoos e vômito. O paciente pode
apresentar efeitos colaterais, como: Hipertensão, depressão, inquietação,
insônia, náuseas, cefaleia, distonia aguda, síndrome parkinsoniana. Cuidados
de enfermagem: Orientar o paciente sobre sinais e sintomas dos efeitos
colaterais.

Prednisona: Corticosteroides. Indicado no tratamento de uma ampla variedade


de doenças crônicas (inflamatórias, alérgicas, hematológicas, neoplásicas e
autoimunes), esclerose múltipla, terapia adjuntiva de pneumonia por
pneumocystis carinii em pacientes com AIDS, nefrose. Cuidados de
enfermagem: Recomendar a paciente o emprego de contraceptivos seguros,
reações adversas mais frequentes: hipertensão, acne, prejuízo na cicatrização
de ferimentos, equimose, retenção hídrica, hipocalemia.
Carbonato de cálcio: Carbonato de Cálcio é indicado como antiácido, para
tratamento de sintomas relacionados à acidez estomacal, tais como pirose,
hiperacidez gástrica, dispepsia e indigestão gástrica. Cuidados de
enfermagem:Estimular a prática de exercícios físicos, pela importância na con
strução e manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose.
Explicar que adequadas quantidades de vitamina D ou exposição solar axiliam
na absorção de cálcio.Orientar para deixar intervalo de 1 a 2 horas para ingest
ão de outros medicamentos.Orientar para evitar uso concomitante a alimentos r
icos em fibras, álcool, fumo ou cafeína .

Micofenolato Mofetil: Micofenolato de Mofetila comprimidos está indicado


para a profilaxia da rejeição aguda de órgãos e para o tratamento da primeira
rejeição ou da rejeição refratária de órgãos em pacientes adultos receptores
de transplantes renais halogênico, deve ser usado em associação com a
ciclosporina A e corticosteroides. Cuidados de Enfermagem: tratamentos
dentários devem terminar antes do início do tratamento com este produto,
evitar contato com portadores de infecção, manusear a medicação com
cuidado (risco de possíveis efeitos teratogênicos), antes e durante a terapia:
avaliar o paciente clinicamente e através de eletrocardiograma.

Vitamina D: Indicado na prevenção e tratamento auxiliar na desmineralização


óssea, prevenção e tratamento do raquitismo, osteomalácia, osteoporose e na
prevenção no risco de quedas e fraturas. Cuidados de Enfermagem: Deve-
se realizar a monitorização dos níveis de cálcio e fosfato no sangue. deve ser
usada com cuidado por pacientes que fazem uso concomitante de produtos
contendo cálcio, outras preparações contendo vitamina D ou diuréticos.

Vitamina B12: Antianêmico. Indicada para anemia megaloblástica (por


deficiência de ácido fólico); anemia macrocítica (por deficiência de ácido fólico)
(por alcoolismo, doença hepática, anemia hemorrágica ou por gestação).
Cuidados de Enfermagem: Não usar o produto em anemia normocítica,
aplástica ou perniciosa.

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