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SUMÁRIO
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–§ 2º quando realizado em instituições prestadoras de
serviçosambulatoriais de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre
outros, o processo de saúde de enfermagem corresponde ao usualmente denominado
nesses ambientes como consulta de enfermagem.
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Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico que
oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de enfermagem e o
planejamento das ações ou intervenções de enfermagem; e que forneça a base para a
avaliação dos resultados de enfermagem alcançados.
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e) Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,
revogando-se as disposições contrárias, em especial, a Resolução COFEN nº 272/2002.
A atuação do enfermeiro, planejada e baseada em métodos racionais de
resolução de problema, permite uma ampliação e aperfeiçoamento de suas atividades
assistenciais. A sistematização da assistência de enfermagem organiza o trabalho de
enfermagem por meio da operacionalização de todas as fases da metodologia de
planejamento. A negligência da SAE é uma das principais razões da desorganização e
falta de confiança nas atividades de enfermagem. (CIANCIARRULO, 2004).
A mesma autora reflete sobre os passos do planejamento da assistência de
enfermagem, que é altamente dependente da teoria escolhida, pois dela partirá o
processo de enfermagem correspondente. Em cada modelo teórico ocorrem variações
quanto ao número e denominações de suas fases. Entretanto, destacam-se quatro etapas
fundamentais na prestação da assistência de enfermagem, ou seja, levantamento e
análise dos dados (histórico), diagnóstico, prescrição e evolução.
A implementação da sistematização da assistência de enfermagem é uma
experiência que vem demonstrando a qualidade nos serviços de enfermagem, pois se
constitui em um elemento organizativo fundamental para as atividades desenvolvidas
pelas equipes, beneficiando tanto o paciente, por intermédio de um atendimento
individualizado, assim como o enfermeiro, facilitando na tomada de decisões e
estabelecendo prioridades e fundamentando os cuidados prestados.
A qualidade do cuidado de enfermagem pode ser entendida como um conjunto
de ações que envolvem desde o saber-fazer até as atividades complexas, como a
formulação do diagnóstico de enfermagem. Isso significa que o enfermeiro deve ser
capaz de transferir seus conhecimentos para a prática diária, desenvolver julgamento
clínico, avaliar o resultado de suas ações, assim como assumir a responsabilidade dos
resultados do planejamento da assistência.
O saber específico do cuidado proporciona ao enfermeiro a possibilidade de
alcance de uma autonomia profissional. A observação sistemática – também chamada
de estruturada ou planejada – é aquela que fazemos para responder a propósitos
preestabelecidos, nos quais os dados são colhidos de forma organizada, sendo que o
mesmo poderá ser lido por diversos observadores, desde que compreendam as situações
e os detalhes da mesma forma. (CIANCIARRULO, 2004).
A sistematização da assistência de enfermagem é um assunto amplo e está ligado
ao trabalho diário do enfermeiro, mesmo por aqueles que desconhecem o assunto.
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Diante de suas ações dentro do cuidado assistencial prestado ao paciente se
desenvolvem vários pontos que fazem parte do processo da sistematização da
assistência de enfermagem, porém ainda tem um desenvolvimento precário e não
sistematizado.
Este curso tem como objetivo principal esclarecer aos enfermeiros a importância
da sistematização da assistência de enfermagem, detalhando suas etapas e seu
desenvolvimento auxiliando-os a traçar estratégias para que a sua implantação possa ser
realizada com facilidade.
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da profissão, subsidiando o enfermeiro quanto à tomada de decisões e na efetivação do
feedback necessário para prever, avaliar e determinar novas intervenções. É um método
sistemático de prestação de cuidados humanizados que enfoca a obtenção de resultados
desejados de uma maneira rentável. (ALFARO-LEFEVRE, 2005).
deliberada, desenvolvida de maneira ordenada e sistemática. É uma prática
deliberada porque existe a intenção de fazer de maneira organizada, atendendo a uma
lógica do raciocínio clínico. A eficiência, como resultado do processo, dizemos ser uma
prática ordenada e sistemática.
O processo de enfermagem, se efetivamente praticado, proporciona a
possibilidade plena de o enfermeiro avaliar a qualidade da assistência prestada,
justificando a enfermagem como uma ciência pela aplicação de conceitos e teorias
próprias, fundamentadas nas ciências biológicas, físicas, comportamentais e humanas
sempre presentes no processo de cuidar.
Segundo Horta (1979), “o conhecimento científico passa a ser ciência quando se
organiza em um sistema de proposições demonstradas experimentalmente e que se
relacionam entre si”. Ainda segundo o autor, “o que caracteriza uma ciência é a
indicação clara de seu objeto, sua descrição, explicação e previsão. O objeto do
conhecimento científico não é o ser, porque esse, por si próprio, é inobjetivável”.
O objeto da ciência é o ente concreto que se revela ao homem e todo ente está no
habitáculo do ser. Um único ser pode ter seus entes concretos como objeto de várias
disciplinas científicas. A psicologia, a sociologia, a história, a economia, a
administração, a antropologia, a medicina e todas as demais ciências têm seu ente
próprio, um único habitáculo, que é o ser humano.
A enfermagem enquanto ciência revela o homem como um ser humano
composto e que compõe o indivíduo, a família, a comunidade e todas as influências que
exerce ou sofre em termos sociais, profissionais e pessoais, atendendo ao indivíduo em
suas Por isso mesmo, torna-se o processo de enfermagem uma prática intelectual
necessidades afetadas, que caracterizam os entes da enfermagem.
O enfermeiro, em seu papel primordial, desenvolve um trabalho voltado para o
entendimento desses problemas, relacionando-os entre si e agindo sobre esses,
caracterizando o aspecto científico do cuidar. A enfermagem como ciência identifica,
analisa, estuda os fenômenos reais e sempre passíveis de experimentação, com muitas
teorias já desenvolvidas e amplamente validadas, que estabelecem relacionamento entre
os fatos e os atos existentes e identificados.
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Considera como base de suas conclusões a certeza probabilística de que todas as
ciências estão presentes, das hermenêuticas às empírico-formais, inclusive a física,
caracterizando-se como uma ciência formal ou positiva. O Processo de Enfermagem é
descrito em cinco fases essenciais para a sua efetividade e eficácia, quais sejam:
• Coleta de Dados;
• Diagnóstico;
• Planejamento;
• Implementação;
• Avaliação.
A coleta de dados, fase inicial do processo, leva o enfermeiro a constituir sua
base de dados, investigando, levantando problemas e necessidades afetadas,
possibilitando a coleta e análise dos dados. É a conhecida consulta de enfermagem, na
qual o enfermeiro coloca em prática sua competência na abordagem do paciente,
empregando técnicas de entrevistas adequadas ao que se pretende.
A coleta ordenada e sistemática de dados torna-se fundamental ao enfermeiro
para a perfeita identificação e classificação dos problemas e o enfermeiro deverá avaliar
se o conjunto de dados apurados atende ao desenvolvimento das fases posteriores e, se
negativo, deverá o enfermeiro realizar tantas quantas investigações se fizerem
necessárias.
Durante a coleta de dados e a investigação deverá o enfermeiro associar a esta
fase o exame físico, aplicando seu conhecimento científico e validando as informações
colhidas na entrevista (histórico) junto ao paciente. O diagnóstico de enfermagem, por
sua vez, possibilita ao enfermeiro o julgamento clínico das respostas do indivíduo aos
estímulos recebidos mediante os problemas reais ou potenciais de saúde ou de processos
de vida.
Esse indivíduo deverá ser olhado, pelo enfermeiro, como ele próprio, família,
comunidade, profissional e todo o universo que o compõe. É a base para a identificação
e determinação das intervenções de enfermagem (prescrição de enfermagem) e
estabelecimento de metas desejadas. A implementação constitui-se da colocação do
plano de cuidados em ação.
Segundo Alfaro-LeFevre (2005), esta fase subdivide-se em seis subfases:
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➢ Preparação para comunicação e para recebimento da comunicação;
➢ Estabelecimento das prioridades diárias;
➢ Investigação e reinvestigação;
➢ Realização das intervenções e das modificações necessárias;
➢ Registro;
➢ Comunicação.
EQUILÍBRIO HIDROELETROLÍTICO
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líquido (água e eletrólitos). Os fatores que influenciam a quantidade de líquido corporal
são a idade, sexo e gordura corporal.
Em geral, as pessoas mais jovens possuem um maior percentual de líquido
corporal que as pessoas idosas, e, proporcionalmente, os homens possuem mais líquido
que as mulheres. As pessoas obesas apresentam menos líquido que as pessoas magras
porque as células adiposas contêm menos água.
O líquido corporal localiza-se em dois compartimentos líquidos: o espaço
intracelular (líquido nas células) e o espaço extracelular (líquido fora das células).
Aproximadamente dois terços do líquido corporal estão no compartimento do líquido
intracelular (LIC) e se localizam principalmente na massa muscular esquelética.
O compartimento do líquido extracelular (LEC) é ainda dividido nos espaços
dos líquidos intravascular, intersticial e transcelular.
Os eletrólitos nos líquidos corporais são substâncias químicas ativas (cátions,
que carregam cargas positivas, e ânions, que transportam cargas negativas).
Os principais cátions nos líquidos corporais são os íons sódio, potássio, cálcio,
magnésio e hidrogênio. Os principais ânions são os íons cloreto, bicarbonato, fosfato,
sulfato e proteinato.
As concentrações eletrolíticas no LIC diferem daquelas no LEC.
Osmose e osmolalidade
Quando duas soluções distintas são separadas por uma membrana que é
permeável às substâncias dissolvidas, o líquido desloca-se pela membrana a partir da
região de baixa concentração de soluto para a região de alta concentração de soluto, até
que as soluções tenham igual concentração.
Essa difusão da água causada por um gradiente de concentração de líquido é
conhecida como osmose. A tonicidade é a capacidade de todos os solutos para provocar
uma força de direcionamento osmótico que promove o movimento da água de um
compartimento para o outro.
O controle da tonicidade determina o estado normal da hidratação celular e o
tamanho da célula. Três outros termos estão associados à osmose: pressão osmótica,
pressão oncótica e diurese osmótica.
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A pressão osmótica é a quantidade de pressão hidrostática necessária para parar
o fluxo de água por osmose. É determinada principalmente pela concentração dos
solutos.
A pressão oncótica é a pressão osmótica exercida por proteínas (por exemplo,
albumina). A diurese osmótica ocorre quando o débito urinário aumenta em virtude da
excreção de substâncias, como glicose, manitol ou agentes de contraste na urina.
Difusão
Filtração
A concentração de sódio é maior no LEC que no LIC, e, por causa disso, o sódio
tende a entrar na célula por difusão. Essa tendência é contrabalançada pela bomba de
sódio-potássio, que se localiza na membrana celular e movimenta ativamente o sódio da
célula para dentro do LEC.
De modo contrário, a concentração de potássio intracelular elevada é mantida
pelo bombeamento do potássio para dentro da célula. Por definição, o transporte ativo
implica que a energia deve ser gasta para que aconteça o movimento contra um
gradiente de concentração.
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A água e os eletrólitos são ingeridos de várias maneiras. Uma pessoa saudável
ingere líquidos ao beber e alimentar-se. Nos pacientes com alguns distúrbios, os
líquidos podem ser fornecidos pela via parenteral ou por meio de uma sonda de
alimentação enteral no estômago ou intestino.
Mecanismos Homeostáticos
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➢ Oligúria;
➢ Urina concentrada;
➢ Hipotensão postural;
➢ Frequência cardíaca rápida e fraca;
➢ Veias cervicais colabadas;
➢ Temperatura aumentada;
➢ Pressão venosa central diminuída;
➢ Pele fria e pegajosa relacionada com a vasoconstrição periférica;
➢ Sede;
➢ Anorexia;
➢ Náuseas;
➢ Indisposição;
➢ Fraqueza muscular;
➢ Cãibras.
Tratamento
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A velocidade da administração de líquido fundamenta-se na gravidade da perda
e na resposta hemodinâmica do paciente à reposição do volume.
Quando o paciente com DVL grave não está excretando suficientemente e,
portanto, está oliguria, o profissional de saúde precisa determinar se a função renal
deprimida é o resultado do fluxo sanguíneo renal reduzido secundário ao DVL ou, de
forma mais grave, à necrose tubular aguda por DVL prolongado.
O teste utilizado nessa situação é referido como um teste de carga hídrica.
Durante um teste de carga hídrica, os volumes de líquido são administrados em
velocidades e intervalos específicos enquanto se monitora a resposta hemodinâmica do
paciente a esse tratamento.
Intervenção de Enfermagem
Na avaliação do DVL pela enfermeira, a mesma monitora e mede a ingestão e
débito de líquidos pelo menos a cada 8 horas e, por vezes, a cada hora. O peso corporal
diário é monitorado.
Os sinais vitais são rigorosamente monitorados. A enfermeira observa para um
pulso fraco e rápido e para a hipotensão postural. A pele e o turgor cutâneo são
monitorados em uma base regular.
Para evitar o DVL, a enfermeira identifica os pacientes em risco e empreende as
medidas para minimizar as perdas de líquido.
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A administração excessiva de líquidos portadores de sódio em um paciente com
mecanismos reguladores prejudicados, também pode predispô-lo a um EVL grave.
As manifestações clínicas do EVL advêm da expansão do LEC e incluem o
edema, veias cervicais distendidas e estertores (sons pulmonares normais). As outras
manifestações compreendem taquicardia; pressão arterial, pressão de pulso e pressão
venosa central aumentada; peso aumentado; débito urinário aumentado; falta de ar e
sibilância.
Tratamento
Terapia Farmacológica
Hemodiálise
Terapia Nutricional
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O tratamento do EVL geralmente envolve a restrição de sódio na dieta. Uma
dieta diária média não restrita em sódio contém 6 a 15g de sal, enquanto a dieta
hipossódica pode variar desde uma restrição branda até tão pouco quanto 250mg de
sódio por dia, dependendo das necessidades do paciente.
Intervenção de Enfermagem
O choque é uma condição com risco de vida em razão das diversas causas
subjacentes. Caracteriza-se pela perfusão tissular inadequada que, quando não tratada,
resulta na morte celular.
O choque pode ser mais bem definido como uma condição em que a pressão
arterial sistêmica é inadequada para fornecer oxigênio e nutrientes para sustentar os
órgãos vitais e a função celular.
O fluxo sanguíneo adequado para tecidos e células requer os seguintes
componentes: bomba cardíaca adequada, sistema circulatório ou vascular a efetiva e
volume sanguíneo suficiente.
Quando um componente está prejudicado, o fluxo sanguíneo para os tecidos é
ameaçado ou comprometido. Sem tratamento, o fluxo sanguíneo inadequado para os
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tecidos resulta em liberação deficiente de oxigênio e nutrientes para as células, inanição
celular, morte celular, disfunção orgânica progredindo para falência orgânica e, mais
adiante, morte.
O choque afeta todos os sistemas orgânicos. Ele pode desenvolver-se de maneira
rápida ou lenta, dependendo da causa subjacente. Durante o choque, o corpo se esforça
para sobreviver, convocando todos os seus mecanismos homeostáticos para restaurar o
fluxo sanguíneo e a perfusão tissular.
Qualquer agressão ao corpo pode criar uma cascata de eventos que resultam em
má perfusão tissular. Portanto, quase todo paciente com algum estado patológico pode
estar em risco de desenvolver choque.
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE
O choque pode ser classificado por etiologia e pode ser descrito como:
• Hipovolêmico;
• Cardiogênico;
• Circulatório.
Choque hipovolêmico
Choque cardiogênico
Choque circulatório
FISIOPATOLOGIA DO CHOQUE
ESTÁGIOS DO CHOQUE
Alguns percebem a síndrome do choque como um continuum ao longo do qual o
paciente se esforça para sobreviver. Uma maneira conveniente para compreender as
respostas fisiológicas e os sinais e sintomas clínicos subsequentes consiste em dividir
esse continuum em estágios separados: compensatório, progressivo e irreversível.
Embora alguns identifiquem um estágio inicial do choque, as alterações
atribuídas a esse estágio acontecem no nível celular e, em geral, não são detectáveis
clinicamente.
Quanto mais precocemente os tratamentos médico e de enfermagem puderem ser
iniciados ao longo desse continuum, maior será a possibilidade de sobrevida do
paciente.
Estágio Compensatório
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O estado alcalótico provoca alterações do estado mental, como a confusão ou
combatividade, bem como a dilatação arteriolar. Se o tratamento começa nesse estágio
do choque, o prognóstico para o paciente é bom.
Estágio Progressivo
Estágio Irreversível
O estágio irreversível (ou refratário) do choque representa o ponto ao longo do
continuum do choque em que o comprometimento do órgão é tão grave que o paciente
não responde ao tratamento e pode sobreviver.
Apesar do tratamento, a pressão arterial permanece baixa. A insuficiência renal e
hepática completa, composta pela liberação das toxinas de tecido necrótico, criam uma
acidose metabólica avassaladora.
O metabolismo anaeróbico contribui para o agravamento da acidose láctica. As
reservas de ATP estão quase totalmente depletadas, e foram destruídos os mecanismos
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para armazenar os novos suprimentos de energia.
Ocorre a disfunção orgânica progressiva, avançando até a falência orgânica
completa, sendo a morte iminente. A disfunção de múltiplos órgãos pode acontecer
como uma progressão ao longo do continuum do choque ou como uma síndrome
própria.
TRATAMENTO DO CHOQUE
O tratamento, em todos os tipos e em todas as fases do choque, inclui o seguinte:
➢ Reposição de líquido para restaurar o volume intravascular: A reposição de
líquidos é administrada em todos os tipos de choque. O tipo de líquido administrado e a
velocidade de fornecimento variam, mas os líquidos são fornecidos para melhorar a
oxigenação cardíaca e tissular, o que depende, em parte, do fluxo. Os líquidos
administrados podem incluir cristaloides (soluções eletrolíticas que se movem
livremente entre os espaços: intravascular e intersticial), coloides (soluções intravenosas
com moléculas grandes) ou componentes sanguíneos.
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INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM
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sanguínea e a expulsão dos gases residuais, como dióxido de carbono, durante a
expiração.
Os distúrbios das vias aéreas superiores são condições comuns que afetam
ocasionalmente a maioria das pessoas. Algumas infecções são agudas, com sintomas
que duram vários dias; outras são crônicas, com sintomas que duram um longo tempo
ou reincidem.
Os pacientes com essas condições raramente precisam de hospitalização.
Contudo, os profissionais de saúde que trabalham em ambientes comunitários ou em
instituições de cuidados de longo prazo, podem encontrar pacientes que apresentem
essas infecções.
Dessa maneira, é importante o reconhecimento dos sinais e sintomas e o
fornecimento de cuidados apropriados.
Rinite
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Tratamento
Intervenção de Enfermagem
O paciente com rinite alérgica deve ser orientado pela enfermeira a evitar ou
reduzir a exposição aos alérgenos e irritantes, como poeiras, mofos, animais, fumaças,
odores.
Além disso, a enfermeira instrui o paciente sobre o uso apropriado e a técnica
para administrar os medicamentos nasais, como o soro fisiológico nasal ou os sprays em
aerossol.
Tratamento
Tratamento
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potencial antes que sejam prescritos os agentes antimicrobianos.
Os agentes antimicrobianos de escolha para uma infecção bacteriana variam na
prática clínica. Os antibióticos de primeira linha incluem a amoxicilina, sufametoxazol-
trimetroprim e eritromicina.
Os antibióticos de segunda linha incluem as cefalosporinas, como a cefuroxima
axetil, cefpodoxima e cefprozil e amoxilina com clavulanato. Antibióticos mais
modernos e mais dispendiosos com um espectro mais amplo incluem os macrolídeos,
azitromicina e claritromicina.
Também foram usadas as quinolonas, como a ciprofloxacina, levofloxacina e
esparfloxacina. O curso do tratamento geralmente é de 10 a 14 dias.
O uso de agentes descongestionantes orais e tópicos podem diminuir o edema da
mucosa dos pólipos nasais, melhorando, assim, a drenagem dos seios paranasais. A
umidade aquecida e a irrigação com soro fisiológico também podem ser efetivas para
abrir as passagens bloqueadas.
Os anti-histamínicos como a difenidramina, cetirizina e fexofenadina, podem ser
empregados quando se suspeita de um componente alérgico. Se o paciente continua a
apresentar sintomas depois de 7 a 10 dias, pode ser necessário irrigar os seios paranasais
assim como a hospitalização.
Faringite aguda
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Quando fica sem tratamento, as complicações podem ser graves e com risco de
vida. As complicações incluem a sinusite, otite média, abscesso peritonsilar, mastoidite
e adenite cervical.
Em casos raros, a infecção pode levar à bacteremia, pneumonia, meningite, febre
reumática ou nefrite.
Os sinais e sintomas da faringite aguda incluem tonsilas e membrana faríngea de
cor vermelha intensa, folículos linfoides edemaciados e salpicados com exsudato
branco-purpúreo, e linfonodos cervicais hipertrofiados e dolorosos e sem tosse.
Também pode estar presentes: a febre, indisposição e dor de garganta.
Tratamento
A faringite viral é tratada com medidas de apoio, pois os antibióticos não terão
efeito sobre o microrganismo. A faringite bacteriana é tratada com diversos agentes
antimicrobianos.
Se uma causa bacteriana é sugerida ou demonstrada, a penicilina é, em geral, o
tratamento de escolha. Os antibióticos são administrados no mínimo por 10 dias,
para erradicar a infecção a partir da orofaringe.
As dores de garganta intensas também podem ser aliviadas por medicamentos
analgésicos, conforme prescrito. O medicamento antitussígeno pode ser necessário para
controlar a tosse persistente e dolorosa, a qual, com frequência, acompanha a faringite
aguda.
Intervenção de Enfermagem
Faringite crônica
Tratamento
Laringite
Tratamento
Intervenção de Enfermagem
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As condições que afetam o trato respiratório inferior variam desde os problemas
agudos aos distúrbios crônicos de longo prazo. Muitos desses distúrbios são graves e,
com frequência, apresentam risco de vida. O ensino do paciente e da família é de grande
importância no tratamento de todos os distúrbios do trato respiratório inferior.
ATELECTASIA
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exceção, causar o colabamento ou obstrução das vias aéreas, o que leva à atelectasia.
Em geral, o desenvolvimento da atelectasia é insidioso. Os sinais e sintomas
incluem a tosse, produção de escarro e febre baixa. A febre é universalmente citada
como sinal clínico da atelectasia, porém existem poucos dados para sustentar isso. Mais
provavelmente, a febre que acompanha a atelectasia deve-se à infecção ou inflamação
distal da via aérea obstruída.
Na atelectasia aguda envolvendo uma grande quantidade de tecido pulmonar,
pode ser observada a angústia respiratória acentuada. Além dos sinais e sintomas
supracitados, podem ser antecipadas a dispneia, taquicardia, taquipneia, dor pleural e
cianose central.
De maneira peculiar, o paciente apresenta dificuldade respiratória na posição de
decúbito dorsal e se mostra ansioso. Os sinais e sintomas de atelectasia crônica são
semelhantes àqueles da atelectasia aguda.
Tratamento
PNEUMONIA
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A pneumonia é uma inflamação do parênquima pulmonar causada por um
agente microbiano. A “pneumonite” é um termo mais genérico que descreve um
processo inflamatório no tecido pulmonar que pode predispor ou colocar um paciente
em risco de invasão microbiana.
Diversos sistemas são empregados para classificar as pneumonias.
Classicamente, a pneumonia tem sido categorizada em uma das quatro seguintes
categorias: bacteriana ou típica, atípica, anaeróbica/cavitária e oportunista.
Entretanto, existe uma superposição nos micro-organismos julgados como
responsáveis pelas pneumonias típicas e atípicas. Um esquema de classificação mais
amplamente usado categoriza as principais pneumonias como: pneumonia adquirida na
comunidade, adquirida no hospital, hospedeiro imunocomprometido e pneumonia por
aspiração.
A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) ocorre no ambiente comunitário
ou dentro das primeiras 48 horas de hospitalização ou institucionalização. A
necessidade da hospitalização para a PAC depende da gravidade da pneumonia.
A pneumonia adquirida em hospital (PAH), também conhecida como
pneumonia nosocomial, é definida como o início dos sintomas de pneumonia mais de
48 horas depois da admissão no hospital.
A PAH contribui com aproximadamente 15% das infecções adquiridas em
hospital, porém é a infecção nosocomial mais letal. A pneumonia associada ao
ventilador pode ser considerada um tipo de pneumonia nosocomial que está associada à
intubação endotraqueal e ventilação mecânica.
A pneumonia no hospedeiro imunocomprometido é observada com maior
frequência porque os hospedeiros imunocomprometidos representam uma porção
crescente da população de pacientes.
A pneumonia por aspiração refere-se às consequências pulmonares decorrentes
da entrada de substâncias: endógenas ou exógenas na via aérea inferior. A forma mais
comum de pneumonia por aspiração é a infecção bacteriana a partir da aspiração de
bactérias que normalmente residem nas vias aéreas superiores.
Fisiopatologia
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otencialmente infecciosas alcancem o trato respiratório inferior normalmente estéril.
Dessa maneira, os pacientes com pneumonia causada por agentes infecciosos
frequentemente apresentam uma doença subjacente aguda ou crônica que compromete
as defesas do hospedeiro.
A pneumonia origina-se da flora normalmente presente em um paciente cuja
resistência foi alterada, ou resulta da aspiração da flora presente na orofaringe.
Com frequência, a pneumonia afeta a ventilação e a difusão. Uma reação
inflamatória pode ocorrer nos alvéolos, produzindo um exsudato que interfere com a
difusão do oxigênio e dióxido de carbono.
As áreas do pulmão não estão adequadamente ventiladas por causa das secreções
e do edema de mucosa, os quais causam a oclusão parcial dos brônquios e alvéolos, com
uma resultante diminuição na pressão de oxigênio alveolar. Por causa da hipoventilação,
ocorre um desequilíbrio da ventilação-perfusão na área afetada do pulmão.
O sangue venoso que entra na circulação pulmonar atravessa a área subventilada
e sai para o lado esquerdo do coração mal oxigenado. A mistura de sangue oxigenado e
não oxigenado, ou mal oxigenado, resulta em hipoxemia arterial.
Quando uma parte substancial de um ou mais lobos é afetada, a doença é
referida como “pneumonia lobar”. O termo “broncopneumonia” é utilizado para
descrever a pneumonia que se distribui em placas, tendo se originado em uma ou mais
áreas localizadas dentro dos brônquios e estendendo-se para o parênquima pulmonar
circunvizinho. A broncopneumonia é mais comum que a pneumonia lobar.
http//:www.medicinageriatrica.com.br/.../pneumonia.jpg>.
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RX AP E LATERAL DE UM PACIENTE COM PNEUMONIA
:<http//:www.medvarsity.com/.../cme/pneumonia/comm.htm>.
Manifestações Clínicas
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mialgia, erupção cutânea e faringite. Depois de alguns dias, é expectorado um escarro
mucoide ou mucopurulento, na pneumonia grave, as bochechas ficam ruborizadas e os
lábios e leitos ungueais evidenciam cianose central (hipoxemia).
Tipicamente, o paciente apresenta ortopedia (falta de ar quando se reclina); ele
prefere ficar apoiado no leito inclinando-se para diante (posição ortopneica), tentando
alcançar a troca gasosa adequada sem tossir ou respirar profundamente.
O apetite é deficiente, e o paciente se mostra sudoreico e se cansa com
facilidade. Com frequência, o escarro é purulento. O escarro tinto de sangue e com cor
de ferrugem pode ser eliminado com a pneumonia estreptocócica (pneumocócica),
estafilocócica e por Klebsiella.
O diagnóstico de pneumonia é feito por meio da história (principalmente de uma
infecção recente do trato respiratório), exame físico, exames radiográficos do tórax,
hemocultura (a invasão da corrente sanguínea, chamada de bacteremia, acontece com
frequência) e exame do escarro.
Tratamento
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uma monoterapia ou terapia combinada.
O tratamento da pneumonia viral é principalmente de suporte. Os antibióticos
são ineficazes nas infecções respiratórias altas virais e na pneumonia, podendo estar
associados a efeitos adversos.
Os antibióticos estão indicados para uma infecção respiratória viral apenas
quando está presente uma sinusite, bronquite ou pneumonia bacteriana secundária. A
hidratação é uma parte necessária da terapia, porque a febre e a taquipneia podem
resultar em perdas hídricas insensíveis.
Os antitérmicos podem ser usados para tratar a cefaleia e a febre; os
medicamentos
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EDEMA PULMONAR
Achados Diagnósticos
Tratamento
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Intervenção de Enfermagem
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respiratória crônica pode desenvolver IRA.
As causas comuns de IRA podem ser classificadas em quatro categorias:
• Estímulo respiratório diminuído: pode acontecer com a lesão cerebral
grave, grandes lesões do tronco cerebral (esclerose múltipla), uso de medicamentos
sedativos e distúrbios metabólicos, como o hipotireoidismo;
• Disfunção da parede torácica: quaisquer doenças ou distúrbios dos nervos,
medula espinhal, músculos ou junção neuromuscular envolvidos na respiração afetam a
ventilação e podem levar à IRA;
• Disfunção do parênquima pulmonar: derrame pleural, hemotórax,
pneumotórax e obstrução da via aérea superior são condições que interferem com a
ventilação ao evitar a expansão do pulmão.
• Outros: no período pós-operatório, a IRA pode ser causada pelos efeitos
dos agentes anestésicos, analgésicos e sedativos, que podem deprimir a respiração ou
estimular os efeitos dos opioides e levar à hipoventilação.
Manifestações Clínicas
Os sinais precoces estão associados à oxigenação prejudicada e podem englobar
a inquietação, fadiga, cefaleia, dispneia, fome de ar, taquicardia e pressão arterial
aumentada.
À medida que a hipoxemia progride, sinais mais óbvios podem estar presentes,
inclusive a confusão, letargia, taquicardia, taquipneia, cianose central, sudorese e, por
fim, parada respiratória.
Os achados físicos são aqueles da angústia respiratória aguda, incluindo o uso
dos músculos acessórios, sons respiratórios diminuídos, se o paciente não consegue
ventilar da forma adequada, e outros achados relacionados especificamente com o
processo patológico subjacente e com a causa da IRA.
Tratamento
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Intervenção de Enfermagem
HIPERTENSÃO PULMONAR
A hipertensão pulmonar é uma condição que não fica clinicamente evidente até
um período tardio em sua progressão. A hipertensão pulmonar existe quando a pressão
arterial pulmonar sistólica excede a 30 mmHg ou a pressão arterial pulmonar média
excede a 25 mmHg.
Essas pressões não podem ser medidas indiretamente como acontece com a
pressão sistêmica; em vez disso, elas devem ser medidas durante o cateterismo cardíaco
direto. Na ausência dessas condições, o reconhecimento clínico torna-se o único
indicador para a presença da hipertensão pulmonar.
VASOCONSTRIÇÃO PULMONAR
https://www.actelion.com.br/.../Vasoconstricao+pulmonar
43
apresentação clínica da hipertensão pulmonar primária existe sem evidência de doença
pulmonar ou cardíaca ou de embolia pulmonar.
Ela ocorre com maior frequência em mulheres de 20 a 40 anos de idade e, em
geral, é fatal dentro de cinco anos do diagnóstico.
A hipertensão pulmonar secundária é mais comum e resulta da doença cardíaca
ou pulmonar existente. O prognóstico depende da gravidade do distúrbio subjacente e
das alterações no leito vascular pulmonar.
O processo subjacente da hipertensão pulmonar varia e, com frequência,
múltiplos fatores são responsáveis. Normalmente, o leito vascular pulmonar pode
receber o volume sanguíneo liberado pelo ventrículo direito.
Ele apresenta uma baixa resistência ao fluxo sanguíneo e compensa o volume
sanguíneo aumentado por meio da dilatação dos vasos na circulação pulmonar.
Entretanto, se o leito vascular pulmonar está destruído ou obstruído, como na
hipertensão pulmonar, a capacidade de receber qualquer fluxo ou volume do sangue fica
prejudicada, e, então, o fluxo sanguíneo aumentado eleva a pressão da artéria pulmonar.
Manifestações Clínicas
Tratamento
44
pulmonar crônica. O transplante de coração-pulmão foi bem-sucedido em pacientes
seletos com hipertensão primária que não foram responsivos a outras terapias.
Intervenção de Enfermagem
A enfermeira assiste no procedimento de intubação e mantém a ventilação
mecânica. Avalia os estados: respiratório e cardíaco do paciente e administra os
medicamentos de acordo com a prescrição.
Durante a internação do paciente, a enfermeira o instrui sobre a importância da
monitorização rigorosa e a adesão ao regime terapêutico, em especial o uso de oxigênio
durante 24 horas. Os fatores que afetam a adesão do paciente ao regime de tratamento
são explorados e abordados.
EMBOLIA PULMONAR
45
da coagulação e lesão venosa;
• Outras condições predisponentes – idade avançada, obesidade,
gestação, uso de contraceptivo oral, história de tromboembolia prévia, embolia
pulmonar, roupas apertadas.
Fisiopatologia
<https://www.nlm.nih.gov/.../spanish/lungdiseases.html>.
Manifestações Clínicas
46
ansiedade, febre, taquicardia, apreensão, tosse, sudorese, hemoptise e síncope.
Uma embolia maciça é mais bem definida pelo grau de instabilidade
hemodinâmica em lugar do percentual de oclusão vascular pulmonar. Produz dispneia
pronunciada, dor subesternal súbita, pulso rápido e fraco, choque, síncopes e morte
súbita.
A obstrução embólica de artérias de médio calibre pode resultar em hemorragia
pulmonar, mas geralmente não causa infarto pulmonar, devido ao fluxo sanguíneo
colateral da artéria brônquica. Na presença de insuficiência cardíaca esquerda, podem
ocorrer infartos.
Tratamento
47
Por causa da inflamação crônica e das tentativas do corpo para repará-la, ocorre
o estreitamento das pequenas vias aéreas periféricas. Com o passar do tempo, esse
processo de lesão e reparação provoca a formação de tecido cicatricial e o estreitamento
da luz da via aérea.
A obstrução do fluxo de ar também pode ser decorrente da destruição do
parênquima, como se observa com o enfisema, uma doença dos alvéolos ou unidades de
troca gasosa.
Os fatores de risco para DPOC incluem as exposições ambientais e os fatores do
hospedeiro. O fator de risco mais importante para a DPOC é o fumo do cigarro,
cachimbo ou charuto.
Além disso, o tabagismo passivo contribui para os sintomas respiratórios e para
a DPOC. Os outros fatores incluem a exposição prolongada e intensa às poeiras e
substâncias químicas ocupacionais, poluição do ar em recinto fechado e poluição do ar
ambiente, que aumenta a carga total de partículas inaladas no pulmão.
Um fator de risco do hospedeiro para DPOC é uma deficiência de alfa1-
antitripsina, um inibidor enzimático que protege o parênquima pulmonar contra a lesão.
Manifestações Clínicas
Tratamento
48
As medidas para o tratamento de DPOC consistem na redução de risco, com a
cessação do tabagismo (intervenção isolada mais efetiva para prevenir ou retardar sua
progressão); terapia farmacológica com a administração de broncodilatadores,
corticosteroides, vacinação anual contra gripe e a vacina pneumocócica a cada 5 a 7
anos. Inclui também a terapia com oxigênio, tratamento cirúrgico e reabilitação
pulmonar.
BRONQUIECTASIA
Fisiopatologia
49
vital reduzida, baixa ventilação e uma proporção diminuída entre o volume residual e a
capacidade pulmonar total. Existe comprometimento na compatibilização entre a
ventilação e a perfusão e hipoxemia.
Tratamento
Intervenção de Enfermagem
50
ASMA
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que provoca a hiper-
responsividade dessas vias, edema da mucosa e produção de muco. Essa inflamação
leva, por fim, a episódios recorrentes dos sintomas de asma: tosse, opressão torácica,
sibilância e dispneia.
A asma difere de outras doenças pulmonares obstrutivas pelo fato de que ela é,
em grande parte, reversível, quer de maneira espontânea, quer com tratamento.
Os pacientes com asma podem experimentar períodos sem sintomas, que se
alternam com exacerbações agudas, as quais duram de minutos a horas ou dias. A asma
pode ocorrer em qualquer idade e é a doença crônica mais comum da infância.
A alergia é o mais forte fator predisponente para a asma. A exposição crônica
aos irritantes das vias aéreas ou alérgenos também aumenta o risco de desenvolvimento
da asma.
Os alérgenos comuns podem ser sazonais (gramíneas e pólen) ou perenes (mofo,
poeira, baratas ou pelos de animais). Os deflagradores comuns dos sintomas e
exacerbações da asma nos pacientes com asma incluem os irritantes das vias aéreas
(poluentes do ar, frio, calor, mudanças climáticas, odores ou perfumes fortes, fumo),
exercício, estresse e perturbações emocionais, sinusite com gotejamento posterior,
medicamentos, infecções virais do trato respiratório e refluxo gastroesofágico.
Muitas pessoas portadoras de asma são sensíveis a vários deflagradores. A
condição da asma de um paciente mudará, dependendo do ambiente, atividades, práticas
de controle e outros fatores.
Fisiopatologia
51
BRÔNQUIO NORMAL E BRÔNQUIO DE UM PACIENTE ASMÁTICO
https://www.pueri.com.br/asma.htm.
Manifestações Clínicas
52
haver sibilância generalizada (o som do fluxo de ar pelas vias aéreas estreitadas),
primeiramente na expiração e, então, possivelmente também durante a inspiração.
Ocorrem a opressão torácica generalizada e a dispneia.
Os sintomas da asma induzida pelo esforço incluem os sintomas máximos
durante o exercício, ausência de sintomas noturnos e, por vezes, apenas uma descrição
de uma sensação de “sufocação” durante o exercício.
A asma é categorizada de acordo com os sintomas e medidas objetivas de
obstrução do fluxo de ar.
As complicações da asma podem incluir o estado asmático, falência respiratória,
pneumonia e atelectasia. A obstrução da via aérea, principalmente durante os episódios
asmáticos agudos, frequentemente resulta em hipoxemia, exigindo a administração de
oxigênio e a monitorização da oximetria de pulso e da gasometria arterial.
Os líquidos são administrados porque as pessoas com asma estão
frequentemente desidratadas devido à sudorese e à perda insensível de líquidos com
hiperventilação.
Tratamento
Intervenção de Enfermagem
53
DISRITMIAS
TIPOS DE DISRITMIAS
54
Bradicardia Sinusal
Taquicardia Sinusal
A taquicardia sinusal ocorre quando o nódulo sinusal cria um impulso em uma
frequência mais rápida que a normal. Ela pode ser causada pela perda sanguínea aguda,
anemia, choque, hipovolemia, hipervolemia, insuficiência cardíaca congestiva, dor,
55
estados hipermetabólicos, febre, exercício, ansiedade ou medicamentos
simpatomiméticos.
Arritmia Sinusal
56
➢ Frequência ventricular e atrial entre 60 a 100 no adulto;
➢ Ritmos ventriculares e atriais irregulares;
➢ Formato e duração do QRS usualmente normais, mas podem ser
regularmente anormais;
➢ Onda P com formato normal e consistente entre 0,12 e 0,20 de segundo;
➢ Relação P: QRS de 1:1.
Disritmias Atriais
57
um intervalo PP maior que o normal, mas duas vezes menor que o intervalo PP normal.
Esse tipo de intervalo é chamado de pausa não compensatória;
➢ Formato e duração do QRS: o QRS que segue a onda P precoce
geralmente é normal, mas pode ser anormal (CAO) com condução aberrante ou, até
mesmo, estar ausente (CAP bloqueado);
➢ Onda P: uma onda P precoce e diferente pode ser observada ou pode
estar oculta na onda T; outras ondas P na fita são consistentes;
➢ Intervalo PR: a onda P precoce apresenta um intervalo PR mais curto
que o normal, mas ainda entre 0,12 e 0,20 de segundo;
➢ Relação P: QRS usualmente 1:1.
Flutter Atrial
O flutter atrial ocorre no átrio e cria impulsos em uma frequência atrial entre 250
e 400 vezes por minuto. Como a frequência atrial é mais rápida do que aquela que o
nódulo AV pode conduzir, nem todos os impulsos atriais são conduzidos para o
ventrículo, gerando um bloqueio terapêutico no nódulo AV.
Esse é um aspecto importante dessa disritmia. Se todos os impulsos atriais
58
fossem conduzidos para o ventrículo, a frequência ventricular também seria de 250 a
400, o que resultaria em fibrilação ventricular, uma disritmia com risco de vida. As
causas são similares àquela da fibrilação atrial.
Fibrilação Atrial
59
A fibrilação atrial causa uma contratura rápida desorganizada e descoordenada
da musculatura atrial. É a disritmia mais comum que faz com que os pacientes procurem
a atenção médica.
Ela pode começar e parar repentinamente. A fibrilação atrial pode acontecer
durante um intervalo de tempo muito curto ou pode ser crônica.
A fibrilação atrial está usualmente associada à idade avançada, cardiopatia
valvular, doença da artéria coronária, hipertensão, miocardiopatia, hipertireoidismo,
doença pulmonar, ingestão aguda moderada a pesada de álcool ou ao pós-operatório da
cirurgia de coração aberto.
60
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, V2.
Disritmias Juncionais
Disritmias Ventriculares
62
➢ Formato e duração do QRS: a duração é de 0,12 de segundo ou mais; o
formato é bizarro e anormal;
➢ Onda P: a visibilidade da onda P depende do momento do CVP; pode
estar ausente (oculto no QRS ou na onda T) ou na frente do QRS. Se a onda segue o
QRS, o formato da onda P pode ser diferente;
➢ Intervalo PR: se a onda P está na frente do QRS, o intervalo PR é
menor que 0,12 de segundo;
➢ Relação P:QRS:0 :1 ou 1 : 1.
Taquicardia Ventricular
63
Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, V2
Fibrilação Ventricular
64
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, V2
Ritmo Idioventricular
65
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, V2.
Assistolia Ventricular
66
Anormalidades de Condução
67
Bloqueio Atrioventricular de Segundo Grau, Tipo I
O bloqueio cardíaco de segundo grau do tipo I ocorre quando todos os impulsos
atriais, menos um, são conduzidos pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos.
Cada impulso atrial leva um tempo maior para a condução que o anterior, até
que um impulso seja plenamente bloqueado. Como o nódulo AV não é despolarizado
pelo impulso atrial bloqueado, o nódulo AV tem tempo para se repolarizar por
completo, de modo que o impulso atrial seguinte possa ser conduzido dentro do
intervalo de tempo mais curto.
O bloqueio de segundo grau do tipo I exibe as seguintes características:
68
FONTE: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgico, V2.
O bloqueio cardíaco de segundo grau do tipo II ocorre quando apenas parte dos
impulsos atriais é conduzida pelo nódulo AV para dentro dos ventrículos.
O bloqueio AV de segundo grau do tipo II mostra as seguintes características:
➢ Frequências ventriculares e atriais: dependem do ritmo subjacente;
➢ Ritmos ventriculares e atriais: o intervalo PP é regular quando o
paciente exibe um ritmo sinusal normal subjacente. O intervalo RR geralmente é
regular, mas pode ser irregular, dependendo da relação P:QRS;
➢ Formato e duração do QRS: usualmente normais, mas podem ser
anormais;
➢ Onda P: na frente do complexo QRS; mostra o ritmo sinusal, o
formato depende do ritmo subjacente;
➢ Intervalo PR: o intervalo PR é constante para as ondas P exatamente
antes dos complexos QRS;
➢ Relação P: QRS: 2 : 1, 3 : 1, 4 : 1, 5 : 1, e assim por diante.
69
RITMO SINUSAL COM BLOQUEIO DE SEGUNDO GRAU, TIPO II NA
DERIVAÇÃO V1
70
➢ Relação P:QRS: mais ondas P que complexos QRS.
RITMO SINUSAL COM BLOQUEIO AV DE TERCEIRO GRAU
71
familiarizem com os diversos tipos de condições das artérias coronárias e com os
métodos para aliviar, prevenir e tratar esses distúrbios por meios clínicos e cirúrgicos.
ATEROSCLEROSE CORONARIANA
Manifestações Clínicas
A EVOLUÇÃO DA ATEROSCLEROSE
72
<https://iatreion.warj.med.br/aterosclerose-i1.asp>.
Fatores de Risco
Tratamento
73
➢ Controlar a hipertensão;
➢ Controlar o diabetes.
ANGINA DO PEITO
Manifestações Clínicas
74
partes superiores dos braços, em geral o braço esquerdo. Com frequência, o paciente
sente uma opressão ou uma sensação de peso, sufocação ou compressão.
Uma sensação de fraqueza ou dormência nos braços, punhos e mãos pode
acompanhar a dor, assim como falta de ar, palidez, sudorese, tonteira ou vertigem,
náuseas e vômitos. Esses sintomas também podem aparecer isoladamente e, mesmo
assim, representar a isquemia miocárdica.
Tratamento
INFARTO DO MIOCÁRDIO
Manifestações Clínicas
ENDOCARDITE REUMÁTICA
76
O pericárdio também é afetado, e a pericardite reumática ocorre durante a
doença aguda. Essas complicações miocárdicas e pericárdicas geralmente ocorrem sem
sequelas graves. No entanto, a endocardite reumática resulta em efeitos colaterais
permanentes e, com frequência, incapacitantes.
Manifestações Clínicas
Tratamento
77
Os objetivos do tratamento são erradicar o organismo etiológico e evitar as
complicações adicionais, como um evento tromboembólico. A antibioticoterapia por
longo prazo é o tratamento recomendado, e a penicilina administrada por via parenteral
permanece como o medicamento de escolha.
O paciente que apresenta endocardite reumática e cuja disfunção valvular é
branda pode não precisar de tratamento adicional. Contudo, existe o perigo de crises
recorrentes de febre reumática aguda, endocardite bacteriana, embolia a partir das
vegetações ou trombos murais no coração e eventual insuficiência cardíaca.
Intervenções de Enfermagem
ENDOCARDITE INFECCIOSA
78
Manifestações Clínicas
79
ENDOCARDITE BACTERIANA EM PROTESE VALVAR
Prevenção
80
quadro de um procedimento dentário.
O cuidado profissional e pessoal regular e a lavagem com um antisséptico por 30
segundos antes dos procedimentos dentários podem ajudar na redução do risco de
bacteremia.
A vigilância aumentada também é necessária nos pacientes com cateteres
intravenosos. Para minimizar o risco de infecção, devem garantir a higiene rigorosa das
mãos, a preparação do local e o uso de técnica asséptica durante os procedimentos de
inserção e manutenção.
Tratamento
Intervenções de Enfermagem
Manifestações Clínicas
O aspecto clínico é amplo, incluindo desde uma afecção totalmente
assintomática até a instalação abrupta de arritmia, ICC ou até mesmo ocorrência de
morte súbita. A maioria dos pacientes recupera-se rapidamente, sem quaisquer sequelas.
Os sintomas de miocardite aguda dependem do tipo de infecção, do grau de
comprometimento do miocárdio e da capacidade do miocárdio para se recuperar. O
paciente pode desenvolver sintomas brandos a moderados e procurar atenção médica e
também pode sustentar a morte cardíaca súbita ou desenvolver rapidamente a
insuficiência cardíaca congestiva grave.
O paciente com sintomas brandos a moderados frequentemente se queixa de
fadiga e dispneia, palpitações e desconforto ocasional no tórax e parte superior do
abdome.
Tratamento
82
O repouso no leito também ajuda a diminuir o comprometimento miocárdico e
as complicações da miocardite. As atividades, principalmente os esportes em pacientes
jovens com miocardite, devem ser limitadas durante um período de seis meses ou, pelo
menos, até que o tamanho e função do coração tenham retornado ao normal.
O uso de corticosteroides no tratamento da miocardite permanece controvertido.
Os agentes anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como a aspirina e ibuprofeno,
não devem ser usados durante a fase aguda ou se o paciente desenvolve a insuficiência
cardíaca.
PERICARDITE
Manifestações Clínicas
83
esquerda. A dor ou desconforto geralmente permanece quase constante, podendo
agravar-se à inspiração profunda e ao deitar ou virar-se.
Ela pode ser aliviada na posição deitada ou inclinada para diante. O sinal mais
característico da pericardite é um atrito. Outros sinais podem incluir febre branda,
contagem de leucócitos aumentada e velocidade de hemossedimentação (VHS)
aumentada.
A dispneia e outros sinais e sintomas de insuficiência cardíaca podem ocorrer
como
consequência da compressão pericárdica devido à pericardite constritiva ou
tamponamento cardíaco.
Tratamento
84
DISTÚRBIOS ARTERIAIS
ARTÉRIAS DA PERNA
<https://www.msd-brazil.com/.../mm_sec3_28.html>
Manifestações Clínicas
85
A característica marcante é a claudicação intermitente. Essa dor pode ser
descrita como contusa, em câimbras, fadiga ou fraqueza, que é consistentemente
reproduzida com o mesmo grau de exercício ou atividade e aliviada pelo repouso.
Em geral, a dor acontece nos grupamentos musculares situados em um nível
articular abaixo da estenose ou oclusão. À medida que a doença progride, o paciente
pode exibir capacidade diminuída para caminhar a mesma distância ou pode perceber a
dor aumentada com a deambulação.
Quando a insuficiência arterial se torna grave, o paciente começa a apresentar
dor em repouso. Essa dor está associada à isquemia crítica da parte distal do membro e é
persistente, contusa ou incômoda; ela pode ser tão cruciante que não é aliviada por
opioides.
A dor isquêmica em repouso geralmente é pior à noite e, com frequência, acorda
o paciente. Elevar o membro ou colocá-lo em uma posição horizontal aumenta a dor,
enquanto colocar o membro em uma posição pendente reduz a dor.
No leito, alguns pacientes dormem com a perna afetada pendendo ao lado do
leito.
Alguns pacientes dormem em uma cadeira reclinada em uma tentativa de aliviar
a dor.
Uma sensação de resfriamento ou dormência nos membros pode acompanhar a
claudicação intermitente e é a consequência do fluxo arterial reduzido.
Quando o membro é examinado, ele pode estar frio ao toque e parecer pálido,
quando elevado, ou rosado e cianótico, quando colocado em uma posição pendente. As
alterações na pele e unha, ulcerações, gangrena e atrofia muscular podem estar
evidentes. Os pulsos periféricos podem estar diminuídos ou ausentes.
Tratamento
86
Diversos medicamentos são prescritos para tratar os sintomas da doença arterial
periférica. A pentoxifilina aumenta a flexibilidade eritrocitária e reduz a viscosidade
sanguínea, e, por isso, acredita-se que ela melhore o suprimento de sangue oxigenado
para o músculo.
O cilostazol age inibindo a agregação plaquetária, inibindo a proliferação da
célula muscular lisa e aumentando a vasodilatação. Acredita-se que os agentes
antigregação plaquetária, como a aspirina, ticlodina e clopidogel melhorem a circulação
por todas as artérias comprometidas ou evitem a hiperplasia da íntima que conduz à
estenose.
Na maioria dos pacientes, quando a claudicação intermitente se torna grave e
incapacitante, ou quando o membro está em risco de amputação por causa da perda
tissular, o enxerto vascular ou a endarterectomia consiste no tratamento de escolha.
A escolha do tratamento cirúrgico depende do grau e localização da estenose ou
oclusão. Outras considerações importantes são a saúde do paciente e a duração do
procedimento que pode ser tolerada.
Por vezes, é necessário fornecer a terapia paliativa da amputação primária em
lugar de um bypass arterial (cirurgia de derivação).
Intervenções de Enfermagem
ANEURISMA AÓRTICO
87
saculares ou fusiformes.
Um sacular projeta-se apenas a partir de um lado do vaso. Quando todo um
segmento arterial se torna dilatado, desenvolve-se um aneurisma fusiforme.
As causas de aneurismas incluem aterosclerose e degeneração cística da média
(duas causas mais comuns), sífilis, traumatismos, defeitos congênitos e infecções
(aneurismas muito pequenos decorrentes da infecção localizada chamados de
aneurismas micóticos).
ANEURISMA DA AORTA
<https://www.chirurgiavascolare.com/foto/uomo.gif>.
88
➢ Inflamatórios (não inflamatórios): Associados à artrite e inflamação
periarterial;
➢ Infeccioso ou micótico: Associado às infecções bacterianas, fúngica,
por espiroquetas;
➢ Degenerativo relacionado com a gravidez: inespecífico, variante
inflamatória;
➢ Aneurismas anastomóticos (pós-arteriotomia) e de enxerto: Devido à
infecção, insuficiência da parede arterial, falência da sutura e falência do enxerto.
Manifestações Clínicas
Tratamento
89
O tratamento cirúrgico tem como meta reparar o aneurisma e restaurar a
continuidade vascular com um enxerto vascular. Para isso, a monitoração intensiva é
geralmente necessária depois deste tipo de cirurgia, e o paciente cuidado em uma
unidade de terapia crítica.
A reparação dos aneurismas torácicos usando enxertos endovasculares
implantados por via percutânea em um laboratório de intervenção pode diminuir o
tempo de recuperação pós- operatório e diminuir as complicações, se comparado com as
técnicas cirúrgicas tradicionais.
ntervenções de Enfermagem
DISTÚRBIOS VENOSOS
TROMBOSE VENOSA
Fisiopatologia
90
exatamente abaixo da pele. As veias profundas possuem paredes finas e apresentam
menos músculo na camada média.
Embora a etiologia exata da trombose venosa permaneça incerta, acredita-se que
três fatores desempenham um papel significativo em seu desenvolvimento. São eles: a
estase venosa (estase do sangue, lesão da parede vascular e coagulação sanguínea
alterada). Pelo menos dois desses fatores parecem ser necessários para a ocorrência da
trombose.
A estase venosa acontece quando o fluxo sanguíneo se mostra reduzido, como
na insuficiência cardíaca ou choque, quando as veias se mostram dilatadas, da mesma
forma que com algumas terapias medicamentosas e quando a contração muscular
esquelética se mostra reduzida, como na imobilidade, paralisia dos membros ou
anestesia.
Além disso, o repouso no leito reduz o fluxo sanguíneo nas pernas
significativamente. A lesão do revestimento íntimo dos vasos sanguíneos cria um local
para a formação do coágulo.
Esta lesão pode ser causada pelo trauma direto dos vasos, da mesma forma que
as fraturas ou luxações, doenças venosas e irritação química da veia por medicamentos
ou soluções intravenosas.
A coagulabilidade sanguínea aumentada ocorre principalmente em pacientes que
foram retirados abruptamente dos medicamentos anticoagulantes. O uso de
contraceptivo oral e várias anormalidades sanguíneas também podem levar à
hipercoagulabilidade.
A formação de um trombo geralmente é acompanhada de tromboflebite, que é
uma inflamação das paredes venosas. O processo de desenvolvimento inicial de um
trombo nas veias em consequência da estase ou hipercoagulabilidade, mas sem
inflamação, é denominado flebotrombose.
A trombose venosa pode acontecer em qualquer veia, porém acontece mais nas
veias dos membros inferiores. As veias superficiais e profundas dos membros podem
ser afetadas.
Manifestações Clínicas
91
trombose venosa iliofemoral maciça, na qual todo o membro se torna maciçamente
edemaciado, tenso, doloroso e frio ao toque.
Com a obstrução das veias profundas, vêm o edema e inchação do membro,
porque o fluxo de sangue venoso está inibido. O membro afetado pode mostrar-se mais
quente que o membro sadio, e as veias superficiais podem parecer mais proeminentes.
A hipersensibilidade, que geralmente ocorre mais adiante, é produzida por
inflamação da parede venosa e pode ser detectada pela palpação suave do membro
afetado. Em alguns casos, os sinais de um êmbolo pulmonar constituem a primeira
indicação da trombose venosa profunda.
A trombose das veias superficiais produz a dor ou hipersensibilidade, rubor e
calor na área envolvida. O risco de trombos venosos superficiais se deslocarem ou
fragmentarem em êmbolos é muito baixo porque muito deles se dissolvem de maneira
espontânea.
Prevenção
A trombose venosa, a tromboflebite e a trombose venosa profunda (TVP) podem
ser evitadas. As medidas preventivas compreendem a aplicação de meias de compressão
elástica, o uso de dispositivos de compressão pneumática intermitente, o exercício e
posicionamento corporal especial e administração de heparina não fracionada nos
pacientes cirúrgicos.
Tratamento
92
➢ Aneurismas;
➢ Trauma grave;
➢ Alcoolismo;
➢ Doença renal ou hepática grave;
➢ Infecções;
➢ Parto recente.
Intervenções de Enfermagem
Fisiopatologia
93
O sistema venoso é um sistema de capacitância, funcionando como reservatório
sanguíneo, e que, normalmente, tem a função de carrear o sangue desoxigenado de volta
ao coração.
As veias da panturrilha, em associação com os tecidos circundantes, formam
uma unidade funcional conhecida como bomba muscular ou coração periférico,
ativamente atuante na drenagem do sangue venoso durante o exercício.
Classicamente, a IVC agrupa quatro formas clínicas: as varizes primárias ou
essenciais, a síndrome pós-trombótica (SPT), as varizes por angiodisplasias congênitas
(Síndrome de Klippel-Trenaunay, síndrome de Parkes-Weber, síndrome de
Bockenheimer) e as varizes por fístulas arteriovenosas adquiridas. Admite-se, hoje, que
as varizes da gravidez constituem, também, um grupo à parte, com características
etiopatogênicas e fisiopatológicas próprias.
Existem dois mecanismos para a hipertensão venosa. O primeiro é a pressão
hidrostática, relacionado à pressão da coluna de sangue do átrio direito. Em situações
normais, o fluxo venoso corre do sistema venoso superficial para o profundo, por veias
comunicantes com válvulas competentes, que impedem o retorno de sangue para as
veias superficiais.
A incompetência das válvulas do sistema venoso profundo e comunicante e o
refluxo resultante causam hipertensão venosa.
A obstrução venosa, em pacientes que tiveram trombose venosa profunda, tende
à recanalização em um período de três a seis meses. Após esse processo, ocorre a lesão
das cúspides das válvulas venosas pelo processo trombótico e o consequente refluxo
venoso.
Com a presença do refluxo, no início do quadro, a musculatura da panturrilha
tenta compensar a sobrecarga de volume das veias insuficientes, ejetando um volume de
sangue maior.
Com o agravamento do refluxo, a bomba torna-se insuficiente para promover
uma redução cíclica da pressão de 100 mmHg para níveis de 0 a 30 mmHg. Instala-se,
dessa forma, um quadro de hipertensão venosa crônica permanente, levando aos sinais e
sintomas de IVC.
O segundo mecanismo é dinâmico e está relacionado à musculatura da
panturrilha, que exerce papel importante no retorno venoso. Essa bomba muscular,
quando em perfeito funcionamento, comprime as veias profundas da panturrilha durante
sua contração (os maiores reservatórios desse sistema são os capilares sinusoides
94
soleares e gastrocnêmicos).
A válvula distal da veia profunda e as válvulas das veias perfurantes fecham-se,
e o sangue é ejetado em direção ao coração. Durante o relaxamento da panturrilha,
produz-se uma enorme queda de pressão nas veias profundas, podendo atingir pressões
negativas; fecha-se, então, a válvula proximal do eixo profundo.
Dessa forma, a pressão venosa da rede superficial torna-se mais elevada do que a
dos eixos profundos, e o sangue é aspirado em profundidade pelas veias perfurantes.
Assim, por meio de uma ação aspirante e compressora, reduz-se a pressão hidrostática
venosa de um indivíduo, de 100 mmHg a valores de 0 a 30 mmHg, durante a
deambulação.
A bomba muscular, em um indivíduo sadio, ejeta o sangue de modo tão eficaz
que reduz a pressão intravascular venosa a valores próximos de zero e é capaz de gerar
pressões superiores a 200 mmHg.
Para que essa bomba muscular funcione adequadamente, faz-se necessária a
presença de veias de drenagem pérvias com válvulas competentes, musculatura eutônica
e eutrófica, integridade neural e articulações livres.
A disfunção da bomba muscular da panturrilha, associada ou não à disfunção
valvular, também é responsável pela hipertensão venosa, levando a um acúmulo
excessivo de líquido e de fibrinogênio no tecido subcutâneo, resultando em edema,
lipodermatosclerose e, finalmente, ulceração.
A pressão venosa permanece elevada nos membros inferiores durante a
deambulação, quando, em condições normais, deveria diminuir. Assim, os tecidos
adjacentes são expostos a uma pressão venosa elevada continuamente, enquanto o
paciente permanece com as pernas para baixo.
Ainda permanece sem explicação por que essa pressão elevada leva à formação
de úlceras nos membros inferiores. O edema secundário à hipertensão venosa pode ser
um dos fatores.
Todavia, pacientes com insuficiência cardíaca ou congestão hepática e edema de
membros inferiores não desenvolvem as alterações de pele e úlceras características de
pacientes com insuficiência venosa crônica.
Duas teorias tentam explicar essas mudanças que ocorrem em pacientes com
IVC. A primeira argumenta que a pressão venosa elevada causa um aumento do
tamanho do leito capilar e o alargamento dos poros intersticiais, permitindo um
extravasamento de fibrinogênio pelos poros, o qual se polimeriza em fibrina.
95
O depósito de fibrina leva à formação de manguitos que interferem na difusão de
oxigênio e nutrientes, predispondo à formação de úlceras.
Complicações
Tratamento
96
de compressão elásticas são recomendadas para pessoas com insuficiência venosa.
Os membros de pacientes com insuficiência venosa devem ser cuidadosamente
protegidos contra o trauma, mantendo a pele sempre limpa, seca e macia. Os sinais de
ulceração são imediatamente reportados para o tratamento e acompanhamento.
VEIAS VARICOSAS
Manifestações Clínicas
97
insuficiência venosa crônica: edema, pigmentação, dor e ulcerações. A suscetibilidade à
lesão e infecção mostra-se aumentada.
Prevenção
O paciente deve evitar as atividades que provocam a estase venosa como o uso
de meias apertadas ou de um cinto constritivo, cruzar as pernas no nível das coxas e
sentar ou ficar em pé durante longos períodos.
O paciente deve mudar de posição frequentemente, elevar as pernas quando elas
estão cansadas e caminhar por vários minutos a cada hora para promover a circulação.
O uso de meias de compressão elásticas e um plano de redução de peso para
pacientes com excesso de peso devem ser encorajados.
Tratamento
Intervenções de Enfermagem
98
O paciente é instruído pela enfermagem a elevar a área afetada acima do nível
cardíaco e a aplicar compressas úmidas e quentes no local a cada duas a quatro horas. A
educação deve focalizar a prevenção de um episódio recorrente.
O paciente com doença vascular periférica ou diabetes deve receber educação ou
reeducação sobre os cuidados com a pele e os pés.
HIPERTENSÃO ARTERIAL
99
< 90 > 140 Hipertensão Sistólica Isolada
100
Fisiopatologia
Além disso, também deve haver um problema com os sistemas de controle que
monitoram ou regulam a pressão.
Várias hipóteses sobre as bases fisiopatológicas da pressão arterial elevada estão
associadas ao conceito de hipertensão como uma condição multifatorial. Diante da
superposição dessas hipóteses, é provável que aspectos de todas elas venham a se
mostrar corretos mais adiante.
A hipertensão pode ter uma ou mais das seguintes causas:
➢ Atividade aumentada do sistema nervoso simpático relacionado com a
disfunção do sistema nervoso autônomo;
➢ Reabsorção renal aumentada de sódio, cloreto e água relacionada com
uma variação genética na maneira pela qual os rins manuseiam o sódio;
➢ Atividade aumentada do sistema renina-angiotensina-aldosterona,
resultando em expansão do volume do líquido extracelular e resistência vascular
sistêmica aumentada;
➢ Vasodilatação diminuída das arteríolas relacionada com a disfunção do
endotélio vascular;
➢ Resistência à ação da insulina, que pode ser um fator comum ligando a
hipertensão, diabetes do tipo 2, hipertrigliceridemia, obesidade e intolerância à glicose.
101
.Manifestações Clínicas
Tratamento
Intervenções de Enfermagem
CRISES HIPERTENSIVAS
103
EMERGÊNCIA HIPERTENSIVA
URGÊNCIA HIPERTENSIVA
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS
ANEMIAS
104
➢ Perda de eritrócitos – ocorre com o sangramento, potencialmente a partir
de qualquer fonte importante, como o trato gastrintestinal, útero, nariz ou uma ferida.
➢ Produção diminuída de eritrócitos – pode ser causada por uma
deficiência nos cofatores (inclusive ácido fólico, vitamina B12 e ferro) necessários para
a eritropoiese. A produção de hemácias também pode estar reduzida quando a medula
óssea está suprimida ou está inadequadamente estimulada por causa de uma carência de
eritropoietina (como ocorre na doença renal crônica).
➢ Destruição aumentada de eritrócitos – pode ocorrer por causa de um
sistema reticuloendotelial (SER) hiperativo ou porque a medula óssea produz eritrócitos
anormais que, em seguida, são destruídos pelo SER (por exemplo: anemia falciforme).
Manifestações Clínicas
Complicações
Tratamento Médico
LEUCOCITOSE E AS LEUCEMIAS
107
B, o plasmócito.
O aspecto comum das leucemias é uma proliferação desregulada dos leucócitos
na medula óssea. Nas formas agudas (ou estágios tardios das formas crônicas), a
proliferação de células leucêmicas deixa pouco espaço para a produção de células
normais.
Também pode haver uma proliferação de células no ligado e no baço
(hematopoiese extramedular). Com as formas agudas, pode haver infiltração de outros
órgãos, como as meninges, linfonodos, gengivas e pele.
A causa da leucemia não é plenamente conhecida, mas existe alguma evidência
de que a influência genética e a patogenia viral podem estar envolvidas. A lesão da
medula óssea consequente à exposição à radiação ou a substâncias químicas, como o
benzeno e agentes alquilantes, pode provocar a leucemia.
As leucemias são comumente classificadas de acordo com a linhagem da célula-
tronco envolvida, seja linfoide ou mieloide. Elas também são classificadas como agudas
ou crônicas, com base no tempo que os sintomas demoram em evoluir e na fase de
desenvolvimento celular em que elas param.
Na leucemia aguda, o início dos sintomas é abrupto, ocorrendo, com frequência,
dentro de algumas semanas. O desenvolvimento do leucócito é estancado na fase de
blasto, de modo que a maioria dos leucócitos são indiferenciados ou são blastos.
A leucemia aguda progride muito rapidamente, a morte acontece dentro de
semanas a meses sem o tratamento agressivo.
Na leucemia crônica, os sintomas evoluem durante um período de meses a anos,
e a maioria dos leucócitos produzidos são maduros. A leucemia crônica progride mais
lentamente; a trajetória da doença pode estender-se por anos.
108
Manifestações Clínicas
Tratamento
109
A leucemia mieloide crônica (LMC) origina-se de uma mutação na célula-tronco
mieloide. As células mieloides normais continuam a ser produzidas, mas há uma
preferência por formas imaturas (blastos).
Portanto, existe um amplo espectro de tipos celulares dentro do sangue, desde
formas blásticas até neutrófilos maduros. Como há uma proliferação descontrolada das
células, a medula expande-se para dentro das cavidades dos ossos longos (p.ex., o
fêmur), sendo as células também formadas no fígado e no baço (hematopoiese
extramedular), resultando em aumento desses órgãos, o que é por vezes doloroso.
Os pacientes diagnosticados com LMC, na fase crônica apresentam uma
expectativa de vida média global de 3 a 5 anos. Durante esse período, eles apresentam
poucos sintomas e complicações da própria doença.
Os problemas com infecção e sangramento são raros. Entretanto, quando a
doença entra na fase aguda (crise blástica), o tempo de sobrevida global raramente
excede há alguns meses.
Manifestações Clínicas
Tratamento
110
O resultado esperado do tratamento é a remissão completa. As células blásticas
linfoides são tipicamente mais sensíveis aos corticosteroides e aos alcaloides da vinca,
portanto, esses medicamentos constituem uma parte integrante da terapia de indução
inicial.
Como a LLA frequentemente invade o sistema nervoso central, a profilaxia com
irradiação craniana ou quimioterapia intratecal ou ambas é uma parte integrante do
plano de tratamento.
Manifestações Clínicas
Tratamento
Nos estágios iniciais, a LLC pode não requerer tratamento. Quando os sintomas
são intensos (sudorese noturna intensa, linfadenopatia dolorosa) ou quando a doença
progride para os estágios mais avançados (com resultante anemia e trombocitopenia),
com frequência se emprega a quimioterapia com corticosteroides e clorambucil.
<https://brasilescola.com/imagens/doencas/gastrite.jpg>.
112
estômago.
Fisiopatologia
Tratamento
113
A gastrite aguda também é controlada ao se instruir o paciente para se abstiver
de álcool e alimento até que diminuam os sintomas. Depois que o paciente pode passar
a receber nutrição por via oral, recomenda-se uma dieta não irritante.
Quando os sintomas persistem, os líquidos podem precisar ser administrados por
via parenteral. Quando o sangramento está presente, o tratamento é similar aos
procedimentos usados para a hemorragia do trato GI superior.
Quando a gastrite é causada por ingestão de ácido ou base forte, o tratamento
consiste em diluir e neutralizar o agente agressor. Para neutralizar ácidos, empregam-se
os antiácidos comuns, para neutralizar uma base, utiliza-se o suco de limão diluído ou
vinagre diluído.
Quando a corrosão é extensa ou grave, evitam-se os eméticos e a lavagem por
causa do perigo de perfuração e lesão do esôfago.
A terapia é de suporte e pode incluir a incubação nasogástrica (NG), analgésicos
e sedativos, antiácidos e líquidos intravenosos (IV). Pode ser necessária a endoscopia
fibróptica.
Nos casos extremos, a cirurgia de emergência pode ser necessária para remover
o tecido gangrenoso ou perfurado. A gastrojejunostomia ou ressecção gástrica pode ser
necessária para tratar a obstrução pilórica, um estreitamento do orifício pilórico.
A gastrite crônica é tratada ao se modificar a dieta do paciente, promover o
repouso, reduzir o estresse e iniciar a farmacoterapia. O H. Pylori pode ser tratado com
antibióticos (p.ex., tetraciclina ou amoxicilina, combinado com a claritromicina) e um
inibidor da bomba de prótons.
Intervenções de Enfermagem
Uma úlcera péptica é uma escavação (área deprimida) que se forma na mucosa
do estômago, no piloro (abertura entre o estômago e o duodeno), no duodeno (a
114
primeira parte do intestino delgado) ou no esôfago.
Uma úlcera péptica é frequentemente referida como uma úlcera gástrica,
duodenal ou esofágica, dependendo de sua localização, ou como a doença da úlcera
péptica. A erosão de uma área circunscrita da mucosa é a causa.
Essa erosão pode estender-se profundamente, indo até as camadas musculares
ou, pelo músculo, até o peritônio. É mais provável que as úlceras pépticas estejam no
duodeno do que no estômago. Como regra, elas ocorrem isoladamente, mas podem
ocorrer de forma múltipla. As úlceras gástricas crônicas tendem a ocorrer na curvatura
menor do estômago, próximo ao piloro.
A doença da úlcera péptica ocorre com a frequência máxima nas pessoas entre
40 e 60 anos de idade. É relativamente incomum em mulheres na idade reprodutiva, mas
foi observada nas crianças e, até mesmo, em lactentes.
Depois da menopausa, a incidência de úlceras pépticas em mulheres é quase
igual à incidência nos homens. As úlceras pépticas no corpo do estômago podem
ocorrer sem secreção ácida excessiva.
No passado, acreditava-se que o estresse e a ansiedade fossem as causas das
úlceras. A pesquisa identificou que as úlceras pépticas resultam da infecção pela
bactéria Gram- negativa H. Pylori.
Entretanto, as úlceras realmente parecem desenvolver-se mais amiúde nas
pessoas que estão tensas; não se sabe se isso é um fator contribuinte para a condição.
Ademais, a secreção excessiva de HCI no estômago pode contribuir para a
formação das úlceras gástricas, e o estresse pode estar associado à sua secreção
aumentada. A ingestão de leite e bebidas cafeinadas, o tabagismo e o álcool também
podem aumentar a secreção de HCI.
A tendência de origem familiar pode ser um fator predisponente significativo.
Uma ligação genética adicional é notada no achado de que as pessoas com sangue do
tipo O são mais suscetíveis às úlceras pépticas que aquelas com sangue dos tipos A, B
ou AB.
Também existe uma associação entre as úlceras duodenais e doença pulmonar
crônica ou doença renal crônica. Os outros fatores predisponentes associados à úlcera
péptica incluem o uso crônico de AINEs, ingestão de álcool e tabagismo excessivo.
Raramente, as úlceras são causadas por quantidades excessivas do hormônio
gastrina, produzido por tumores. Essa síndrome de ZoIlinger-Ellison (IZES) consiste,
em úlceras pépticas graves, hiperacidez gástrica extrema e tumores pancreáticos
115
malignos ou benignos secretores de gastrina.
As úlceras de estresse, que são clinicamente diferentes das úlceras pépticas, são
ulcerações na mucosa, que podem acontecer na área gastroduodenal. As úlceras de
estresse podem acontecer nos pacientes que são expostos a condições estressantes. As
úlceras esofágicas ocorrem em consequência do fluxo retrógrado do El Cl a partir do
estômago para dentro do esôfago.
Fisiopatologia
116
trauma ou cirurgia. A endoscopia fibróptica dentro de 24 horas depois da lesão revela
erosões superficiais da parede do estômago; em torno de 72 horas, são observadas
múltiplas erosões gástricas.
Quando a condição estressante continua, as úlceras espalham-se. Quando o
paciente se recupera, as lesões se revertem. Esse padrão é típico da ulceração por
estresse.
Há diferenças de opinião sobre a causa real da ulceração da mucosa nas úlceras
de estresse. Em geral, ela é precedida por choque, isso leva ao fluxo sanguíneo
diminuído na mucosa gástrica e ao refluxo do conteúdo duodenal para dentro do
estômago.
Além disso, grandes quantidades de pepsina são liberadas. A combinação de
isquemia, ácido e pepsina cria um clima ideal para a ulceração.
As úlceras de estresse devem ser diferenciadas das úlceras de Cushing e úlceras
de Curling, dois outros tipos de úlceras gástricas. As úlceras de Cushing são comuns em
pacientes com trauma cerebral. Elas podem ocorrer no esôfago, estômago ou duodeno e,
em geral, são mais profundas e mais penetrantes que as úlceras de estresse.
A úlcera de Curling é frequentemente observada aproximadamente 72 horas
depois de queimaduras extensas e envolve o antro do estômago ou o duodeno.
Manifestações Clínicas
117
epigástrio ou ligeiramente à direita da linha média.
Os outros sintomas incluem pirose (azia), vômitos, constipação ou diarreia e
sangramento. A pirose é uma sensação de queimação no esôfago e estômago, que se
movimenta para cima, no sentido da boca. Com frequência, a azia é acompanhada por
alguma eructação, ou arroto, que é comum quando o estômago do paciente se mostra
vazio.
Embora o vômito seja raro na úlcera duodenal não complicada, ele pode ser um
sintoma de uma complicação da úlcera péptica.
Resulta da obstrução do orifício pilórico, causada pelo espasmo muscular do
piloro ou por obstrução mecânica resultante da cicatrização ou edema agudo da mucosa
inflamada adjacente à úlcera.
O vômito pode ser precedido ou não por náuseas; em geral, ele sucede a uma
crise de dor imensa e distensão abdominal, que é aliviada pela ejeção do conteúdo
gástrico.
Com frequência, o vômito contém alimento não digerido, o qual fez parte de
uma refeição há muitas horas. A constipação ou a diarreia pode ocorrer, provavelmente
em consequência da dieta e dos medicamentos.
Quinze por cento dos pacientes com úlceras gástricas experimentam
sangramento. Os pacientes podem apresentar-se com sangramento GI, conforme
evidenciado pela eliminação de fezes com cor de piche.
Uma pequena porção de pacientes que sangram em razão de uma úlcera aguda
não exibiu nenhuma queixa digestiva prévia, mas esses pacientes desenvolvem sintomas
depois.
Tratamento
118
Terapia Farmacológica
Cessação do Tabagismo
Modificação da Dieta
Tratamento Cirúrgico
119
de fezes no reto durante um período prolongado. Qualquer variação dos hábitos normais
pode ser considerada um problema.
A constipação pode ser causada por determinados medicamentos
(tranquilizantes, anticolinérgicos, antidepressivos, anti-hipertensivos, opioides
antiácidos com alumínio e ferro), distúrbios retais ou anais (hemorroidas, fissuras),
obstrução (câncer do intestino), condições neuromusculares, neurológicas e metabólicas
(diabetes, doença de Parkinson, esclerose múltipla), distúrbios endócrinos
(hipotireoidismo, feocromocitoma), intoxicação por chumbo e distúrbios do tecido
conjuntivo (esclerodermia, lúpus eritematoso).
A constipação é um problema importante para os pacientes que tomam opioides
para a dor crônica. As doenças do cólon comumente associadas à constipação são a
síndrome do intestino irritável (IBS) e a doença diverticular. A constipação também
pode ocorrer com um processo patológico agudo no abdome (apendicite).
As outras causas incluem fraqueza, imobilidade, debilidade, fadiga e uma
incapacidade de aumentar a pressão intra-abdominal para facilitar a passagem das fezes,
como acontecem com o enfisema. Muitas pessoas desenvolvem constipação porque não
gastam tempo para defecar ou ignoram a vontade de defecar.
Nos Estados Unidos, a constipação também é uma consequência dos hábitos
nutricionais (baixo consumo de fibras e ingesta inadequada de líquido), falta de
exercício regular e uma vida estressante.
A constipação percebida também pode ser um problema. Esse problema
subjetivo acontece quando o padrão de eliminação intestinal de um indivíduo não é
compatível com o que o indivíduo percebe como normal.
O uso crônico de laxativos é atribuído a esse problema e é uma importante
preocupação de saúde nos Estados Unidos, principalmente entre a população idosa.
Fisiopatologia
120
desses três processos.
Manifestações Clínicas
Complicações
Tratamento
121
Intervenções de Enfermagem
DIARREIA
122
Os outros processos patológicos associados à diarreia são os distúrbios
nutricionais e de má absorção (doença celíaca), defeito do esfíncter anal, síndrome de
Zollinger-Ellison, íleo paralítico, obstrução intestinal e síndrome da imunodeficiência
adquirida (AIDS/SIDA).
Fisiopatologia
Manifestações Clínicas
Tratamento
123
O tratamento principal direciona-se para o controle dos sintomas, prevenção das
complicações e eliminação ou tratamento da doença subjacente. Determinados
medicamentos (p.ex., antibióticos, agentes anti-inflamatórios) podem reduzir a
gravidade da diarreia e tratar a doença subjacente.
Intervenções de Enfermagem
APENDICITE
Fisiopatologia
124
O apêndice torna-se inflamado e edemaciado em consequência de ficar dobrado
ou ocluído por um fecalito (massa fecal endurecida), tumor ou corpo estranho.
O processo inflamatório aumenta a pressão intraluminal, iniciando uma dor
abdominal superior ou generalizada, progressivamente intensa, que se torna localizada
no quadrante interior direito do abdome dentro de algumas horas. Mais adiante, o
apêndice inflamado enche- se de pus.
Manifestações Clínicas
125
Complicações
Tratamento
Intervenções de Enfermagem
PERITONITE
126
organismos originam-se de doenças do trato GI ou, nas mulheres, dos órgãos
reprodutores internos.A peritonite também pode resultar de fontes externas, como lesão
ou trauma (ferida por arma de fogo, ferida por arma branca) ou de uma inflamação que
se estende de um órgão fora da área peritoneal, como o rim.
As bactérias mais comumente implicadas são a Escherichia coli, Klebsiella,
Proteus e Pseudomonas. Inflamação e íleo paralítico são os efeitos diretos da infecção.
As outras causas comuns de peritonite são a apendicite, úlcera perfurada, diverticulite e
perfuração intestinal. A peritonite também pode estar associada a procedimentos
cirúrgicos abdominais e diálise peritoneal.
Fisiopatologia
A peritonite é causada por extravasamento do conteúdo dos órgãos abdominais
para dentro da cavidade abdominal, geralmente em consequência de inflamação,
infecção, isquemia, trauma ou perfuração tumoral.
Ocorre proliferação bacteriana. Resulta o edema tissular, e a exsudação do
líquido desenvolve-se em um curto período. O líquido na cavidade peritoneal fica turvo
com quantidades crescentes de proteína, leucócitos, resíduos celulares e sangue.
A resposta imediata do trato intestinal é a hipermotilidade, logo seguida por íleo
paralítico com um acúmulo de ar e líquido no intestino.
Manifestações Clínicas
127
Complicações
Tratamento
128
causa. O tratamento cirúrgico é direcionado no sentido da excisão (apêndice), ressecção
com ou sem anastomose (intestino), reparação (perfuração) e drenagem (abscesso). Com
a sepse extensa, pode haver necessidade de criar um desvio fecal.
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS
ICTERÍCIA
129
CARACTERÍSTICAS DA ICTERÍCIA
<https://www.virtual.epm.br/.../figado/Imagens/icdef.jpg>.
Icterícia Hemolítica
Icterícia Hepatocelular
130
A icterícia hepatocelular é causada pela incapacidade das células hepáticas
lesionadas em depurar as quantidades normais da bilirrubina a partir do sangue. A lesão
celular pode originar-se da infecção, como hepatite viral (hepatite A, B, C, D ou E) ou
outros vírus que afetam o fígado (vírus da febre amarela, vírus Epstein-Barr), da
toxidade por medicamento ou sustância química (tetracloreto de carbono, clorofórmio,
fósforo, arsenicais, determinados medicamentos), ou a partir do álcool.
A cirrose do fígado é uma forma de doença hepatocelular que pode produzir
icterícia. Em geral, ela está associada à ingestão excessiva de álcool, mas também pode
ser consequência tardia da necrose da célula hepática causada por infecção viral. Na
icterícia obstrutiva prolongada, a lesão celular desenvolve-se mais adiante, de modo que
ambos os tipos apareçam juntos.
Os pacientes com icterícia hepatocelular podem estar discreta ou gravemente
doentes, com falta de apetite, náuseas, indisposição, fadiga, fraqueza e possível perda de
peso.
Em alguns casos de doença hepatocelular, a icterícia pode não ser óbvia. A
concentração sérica de bilirrubina e o nível de urobilinogênio urinário podem estar
elevados.
Além disso, os níveis de ASt e ALT podem estar aumentados, indicando a
necrose celular. O paciente pode reportar cefaleia, calafrios e febre, quando a causa é
infecciosa. Dependendo da causa e extensão da lesão da célula hepática, a icterícia
hepatocelular pode ser completamente reversível ou não.
Icterícia Obstrutiva
131
quais são referidos como agentes colestáticos.
Estes incluem fenotiazínicos, medicamentos antitireoideos, sulfonilureias,
agentes antidepressivos tricíclicos, nitrofurantoína, androgênios e estrogênios.
Se a obstrução é intra-hepática ou extra-hepática e independente de qual possa
ser a causa, a bile pode não fluir normalmente dentro do intestino, mas é refluída para
dentro da substância hepática.
Então, ela é absorvida para dentro do sangue e transportada por todo o corpo,
corando a pele, mucosas e escleras. Ela é excretada na urina, que se torna
profundamente alaranjada e espumosa.
Por causa da quantidade diminuída de bile no trato intestinal, as fezes tornam-se
claras ou com cor acinzentada. A pele pode apresentar prurido intenso, exigindo
repetidos banhos suavizantes.
A dispepsia e a intolerância a alimentos gordurosos podem desenvolver-se por
causa da digestão prejudicada dos lipídios na ausência da bile intestinal. Em geral, os
níveis de AST, ALT e GGT aumentam de forma apenas moderada, mas os níveis de
bilirrubina e fosfatase alcalina estão elevados.
HIPERBILIRRUBINEMIA HEREDITÁRIA
132
Fisiopatologia
Manifestações Clínicas
Tratamento
Modificação da dieta
133
salgados, manteiga e margarina com sal e todos os alimentos comuns enlatados e
congelados (alimentos que não são especificamente preparados para dietas
hipossódicas).
Pode levar 2 a 3 meses para que as papilas gustativas do paciente se ajustem aos
alimentos não salgados. Nesse intervalo, o paladar de alimentos não salgados pode ser
melhorado por meio do uso de substitutos do sal, como suco de limão, orégano e
tomilho.
Os substitutos comerciais do sal precisam ser aprovados pelo médico porque
aqueles que contêm amônia podem precipitar o coma hepático. Muitos substitutos do sal
contêm potássio e devem ser evitados se o paciente apresenta função renal
comprometida.
O paciente deve fazer uso liberal do leite em pó hipossódico e derivados do leite,
se o acúmulo de líquido não é controlado com esse regime. A quantidade diária de sódio
permitida pode ser reduzida para 500mg, podendo ser administrados os diuréticos.
Diuréticos
Repouso no leito
Nos pacientes com ascite, a postura ereta está associada à ativação do sistema
renina-angiotensina-aldosterona e do sistema nervoso simpático. O repouso no leito
pode ser uma terapia útil, principalmente para pacientes cuja condição é refratária aos
diuréticos.
Paracentese
134
A paracentese é a remoção de líquido (ascite) da cavidade peritoneal por meio
de uma pequena incisão cirúrgica ou punção feita pela parede abdominal sob condições
estéreis.
A paracentese foi outrora considerada uma forma rotineira de tratamento para a
ascite, porém, atualmente, é realizada, sobretudo para o exame diagnóstico do líquido
ascítico, para tratamento da ascite maciça que é resistente à terapia nutricional e
diurética.
A qual está provocando graves problemas para o paciente, e como um prelúdio
de exames de imageamento diagnósticos, diálise peritoneal ou cirurgia.
Intervenções de Enfermagem
HEPATITE VIRAL
Manifestações clínicas
Tratamento
O repouso no leito durante o estágio agudo e uma dieta que é aceitável para o
136
paciente faz parte do tratamento e do cuidado de enfermagem. Durante o período de
anorexia, o paciente deve receber pequenas alimentações frequentes, suplementadas,
quando necessário, por líquidos com glicose.
Como esse paciente costuma apresentar uma aversão ao alimento, a persistência
suave e a criatividade podem ser necessárias para estimular o apetite. Os níveis ótimos
de alimentos e líquidos são necessários para contrapor a perda de peso e a recuperação
lenta. Mesmo antes da fase ictérica, no entanto, muitos pacientes recuperam o apetite.
A sensação de bem-estar do paciente, bem como os resultados dos exames
laboratoriais, geralmente são orientadores adequados para o repouso no leito e restrição
de atividade física.
A deambulação gradual, porém progressiva, parece acelerar a recuperação,
desde que o paciente repouse depois da atividade e não participe em atividade até o
ponto da fadiga.
137
Manifestações Clínicas
Prevenção
Tratamento
138
Se o vômito persistir, o paciente pode precisar de hospitalização e terapia com
líquidos. Por causa da modalidade de transmissão, o paciente é avaliado para outras
doenças transmitidas pelo sangue (infecção por HIV).
139
sangue, e os programas de saúde pública estão ajudando a reduzir o número de casos
associados às agulhas compartilhadas no uso de drogas ilícitas.
Há muito se acredita que existe outro agente não A, não B, não C causador da
140
hepatite em seres humanos. O período de incubação para hepatite pós-transfusão é de 14
a 145 dias, muito longo para a hepatite B ou C.
O significado clínico desse vírus permanece incerto. Os fatores de risco são
semelhantes àqueles para a hepatite C. Não existe relação clara entre a infecção
por GBV- C/HGV e a doença hepática progressiva. A infecção persistente realmente
acontece, mas não afeta a evolução clínica.
CIRROSE HEPÁTICA
Fisiopatologia
141
Embora diversos fatores tenham sido implicados na etiologia da cirrose, o
consumo de álcool é considerado o principal fator etiológico. A cirrose ocorre com
frequência máxima entre os alcoólicos.
Embora a deficiência nutricional com a ingestão proteica reduzida contribua
para a destruição do fígado na cirrose, a ingestão excessiva de álcool é o principal fator
etiológico no fígado gorduroso e em suas consequências.
Contudo, a cirrose também ocorreu em pessoas que não consumiam álcool e
naquelas que consomem uma dieta normal e têm elevada ingestão de álcool.
A cirrose alcoólica caracteriza-se por episódios de necrose envolvendo as células
hepáticas, por vezes ocorrendo repetidamente durante todo o curso da doença.
As células hepáticas destruídas são gradativamente substituídas pelo tecido
cicatricial; mais adiante, a quantidade de tecido cicatricial supera a do tecido hepático
funcionante.
Ilhas de tecido normal residual e tecido hepático em regeneração podem
projetar-se a partir das áreas contraídas, dando ao fígado cirrótico seu característico
aspecto em prego. Em geral, a doença tem um início insidioso e uma evolução
protraída, continuando, ocasionalmente, por um período de 30 anos ou mais.
Compensada:
142
Descompensada:
• Ascite;
• Icterícia;
• Fraqueza;
• Desgaste muscular;
• Perda de peso;
• Febre baixa contínua;
• Baqueteamento dos dedos;
• Púrpura (devido à contagem de plaquetas diminuídas);
• Equimoses espontâneas;
• Epistaxe;
• Hipotensão;
• Pelos corporais escassos;
• Unhas esbranquiçadas;
• Atrofia de gônadas.
Tratamento
143
Intervenções de Enfermagem na cirrose hepática
• Promover o repouso;
• Melhorar o estado nutricional;
• Fornecer o cuidado cutâneo;
• Reduzir o risco de lesão;
• Monitorar e tratar as complicações potenciais.
DISTÚRBIOS BILIARES
COLECISTITE
144
os vasos sanguíneos na vesícula biliar são comprimidos, comprometendo seu
suprimento vascular.
Pode resultar a gangrena da vesícula biliar com perfuração. As bactérias
desempenham um papel secundário na colecistite aguda; contudo, a infecção secundária
da bile pela Escherichia coli, espécies de Klebsiella e outros organismos entéricos
acontece em aproximadamente 60% dos pacientes.
A colecistite acalculosa descreve a inflamação aguda da vesícula biliar na
ausência de obstrução por cálculos biliares. A colecistite acalculosa ocorre depois de
procedimentos cirúrgicos importantes, trauma grave ou queimaduras.
Os outros fatores associados a esse tipo de colecistite incluem torção, obstrução
do duto cístico, infecções bacterianas primárias da vesícula biliar e múltiplas transfusões
sanguíneas.
Especula-se que a colecistite acalculosa resulta de alterações nos líquidos e
eletrólitos e no fluxo sanguíneo regional na circulação visceral. Acredita-se também que
uma função seja desempenhada pela estase da bile (falta de contração da vesícula biliar)
e pela viscosidade aumentada da bile.
A ocorrência de colecistite acalculosa com procedimentos cirúrgicos importantes
ou trauma dificulta o diagnóstico.
COLELITÍASE
Fisiopatologia
145
O risco de desenvolver esses cálculos mostra-se aumentado nos pacientes com
cirrose, hemólise e infecções do trato biliar. Os cálculos com pigmento não podem ser
dissolvidos e devem ser removidos por procedimentos cirúrgicos.
Os cálculos com colesterol contribuem com a maioria dos casos remanescentes
de doença da vesícula biliar nos Estados Unidos. O colesterol, um constituinte normal
da bile, é insolúvel em água.
Sua solubilidade depende dos ácidos biliares e da lecitina (fosfolipídios) na bile.
Nos pacientes propensos a cálculos biliares, há síntese diminuída de ácidos biliares e
síntese aumentada de colesterol no fígado, resultando em bile supersaturada com
colesterol, o qual se precipita para fora da bile para formar os cálculos. A bile saturada
de colesterol predispõe à formação de cálculos biliares e age como um irritante,
produzindo alterações inflamatórias na vesícula biliar.
Um número quatro vezes maior de mulheres desenvolve cálculos de colesterol e
doença da vesícula biliar em relação aos homens; as mulheres geralmente têm mais de
40 anos de idade, são multíparas e obesas.
A incidência de formação de cálculos aumenta nos usuários de contraceptivos
orais, estrogênios e clofibrato; essas substâncias são conhecidas por aumentar a
saturação biliar com colesterol.
A incidência de formação de cálculos aumenta com a idade em consequência da
secreção hepática aumentada de colesterol e síntese diminuída de ácido biliar.
Além disso, existe um risco aumentado por causa da má absorção de sais biliares
nos pacientes com doença gastrintestinal ou fístula do tubo T ou naqueles que se
submeteram à ressecção ou bypass ileal. A incidência também aumenta nas pessoas com
diabetes.
Manifestações Clínicas
Tratamento
DIABETES MELLITUS
147
principais fontes dessa glicose são a absorção do alimento ingerido no trato
gastrintestinal (GI) e a formação de glicose pelo fígado a partir das substâncias
alimentares.
A insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas, controla o nível de glicose no
sangue ao regular a produção e o armazenamento de glicose. No estado diabético, as
células podem parar de responder à insulina ou o pâncreas pode parar totalmente de
produzi-la.
Isso leva à hiperglicemia, a qual pode resultar em complicações metabólicas
agudas, como a cetoacidose diabética (DKA) e a síndrome não cetótica hiperosmolar
hiperglicêmica (HHNS).
Os efeitos da hiperglicemia em longo prazo contribuem para as complicações
macrovasculares (doença da artéria coronária, doença vascular cerebral e doença
vascular periférica), complicações microvasculares crônicas (doença renal e ocular) e
complicações neuropáticas (doenças dos nervos).
CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES
148
processo autoimune.
Em consequência disso, elas produzem pouca ou nenhuma insulina e precisam
de injeções desse hormônio para controlar seus níveis de glicose no sangue. O diabetes
do tipo 1 é caracterizado por um início agudo, comumente antes dos 30 anos.
As complicações do diabetes podem desenvolver-se em qualquer pessoa com
diabetes do tipo 1 ou do tipo 2, e não somente em pacientes que recebem insulina.
Alguns pacientes com diabetes do tipo 2 que são tratados com medicamentos
orais podem ter a impressão de que eles realmente não têm diabetes ou apenas possuem
diabetes “limítrofe”.
Eles podem acreditar que, em comparação com os pacientes diabéticos
necessitando de injeções de insulina, o diabetes não constitui um problema grave. É
importante que a enfermeira enfatize para esses indivíduos que eles têm diabetes e não
um problema “limítrofe” com o açúcar (glicose). O diabetes limítrofe é classificado
como comprometimento da tolerância à glicose (CGT) ou comprometimento da glicose
em jejum (CGJ) e refere-se a uma condição em que os níveis de glicose no sangue se
situam entre os níveis normais e os níveis considerados diagnósticos para o diabetes.
A insulina é secretada por células beta, as quais constituem um dos quatro tipos
de células nas ilhotas de Langerhans no pâncreas. A insulina é um hormônio anabólico
ou de armazenamento.
Quando uma pessoa ingere uma refeição, a secreção de insulina aumenta e
movimenta a glicose do sangue para o músculo, fígado e células adiposas. Nas células
beta, a insulina:
• Transporta e metaboliza a glicose para a energia;
• Estimula o armazenamento de glicose no fígado e músculo (na
forma de glicogênio);
• Sinaliza o fígado para interromper a liberação de glicose;
• Estimula o armazenamento de lipídios da dieta no tecido adiposo;
• Acelera o transporte de aminoácidos (derivados da proteína
nutricional) para as células.
A insulina também inibe a clivagem da glicose, proteína e lipídios armazenados.
149
Durante os períodos de jejum (entre as refeições e durante a noite), o pâncreas libera
continuamente uma pequena quantidade de insulina (insulina basal); outro hormônio
pancreático, chamado de glucagon (secretado pelas células alfa das ilhotas de
Langerhans), é liberado quando os níveis de glicose no sangue diminuem e estimulam o
fígado a liberar a glicose armazenada.
A insulina e o glucagon mantém, em conjunto, um nível constante de glicose no
sangue ao estimularem a liberação de glicose pelo fígado.
Inicialmente, o fígado produz glicose por meio da clivagem do glicogênio
(glicogenólise). Depois de 8 a 12 horas sem alimento, o fígado forma glicose a partir da
clivagem de substâncias diferentes do carboidrato, incluindo aminoácidos
(gliconeogênese).
DIABETES DO TIPO 1
DIABETES DO TIPO 2
DIABETES GESTACIONAL
Manifestações Clínicas
151
estado catabólico induzido pela deficiência de insulina e clivagem de proteínas e
lipídios.
Outros sintomas compreendem fadiga e fraqueza, alterações visuais súbitas,
formigamento ou dormência nas mãos e pés, pele seca, lesões cutâneas ou feridas que
exibem cicatrização lenta, além de infecções recorrentes.
O início do diabetes do tipo 1 também pode estar associado à perda de peso
súbita ou náuseas, vômitos ou dores abdominais, quando a DKA se desenvolveu.
Tratamento do Diabetes
152
DISFUNÇÃO DO TRATO URINÁRIO SUPERIOR E INFERIOR
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
153
porém é incapaz de alcançar o vaso sanitário a tempo.
Uma contração desinibida do detrusor é o fator precipitante. Isso pode acontecer
em um paciente com uma disfunção neurológica que comprometa a inibição da
contração da bexiga ou em um paciente sem disfunção neurológica franca.
Incontinência Reflexa
154
incontinência mista geralmente é uma combinação da incontinência por estresse com a
incontinência por urgência.
Apenas com a identificação adequada do problema, avaliação e referência para o
exame diagnóstico e tratamento, é que pode ser determinada a perspectiva da
incontinência. Todas as pessoas com incontinência devem ser consideradas para
avaliação e tratamento.
Tratamento
Terapia Comportamental
Terapia Farmacológica
155
Intervenções de Enfermagem
156
bacteriúria e as ITUs são mais comuns em pessoas com idade igual ou superior a 65
anos do que nos adultos mais jovens.
As estimativas conservadoras sugerem que 20 a 25% das mulheres que
deambulam e 10% dos homens nesse grupo etário apresentam bacteriúria assintomática;
a incidência sobe para 50% nas mulheres acima de 80 anos de idade.
Fisiopatologia
Para que a infecção aconteça, as bactérias devem ter acesso à bexiga, fixar-se e
colonizar o epitélio do trato urinário para evitar serem depuradas com a micção, fugir
dos mecanismos de defesa e iniciar a inflamação.
Muitas ITUs resultam de organismos fecais que ascendem a partir do períneo até
a uretra e bexiga, aderindo, depois, às superfícies da mucosa.
Manifestações Clínicas
157
costela mais inferior do gradil costal e coluna vertebral.
Nos pacientes com ITUs complicadas, como aqueles com sondas de demora, as
manifestações podem variar desde a bacteriúria assintomática até uma sepse Gram-
negativa com choque.
As ITUs complicadas devem-se a um espectro mais amplo de organismos,
apresentam uma menor taxa de resposta ao tratamento e tendem a reincidir. Muitos
pacientes com ITUs associadas à sonda mostram-se assintomáticos, contudo; qualquer
paciente que desenvolva subitamente sinais e sintomas de choque séptico deve ser
avaliado para a urossepse.
Tratamento
Pielonefrite Aguda
A pielonefrite é uma infecção bacteriana da pelve renal, túbulos e tecido
intersticial de um ou de ambos os rins. As ITUs superiores estão associadas ao
revestimento de anticorpo das bactérias na urina. (Isso ocorre na medula renal; quando
as bactérias são excretadas na urina, o teste imunofluorescente pode detectar o
revestimento de anticorpo.)
158
As bactérias alcançam a bexiga por meio da uretra e ascendem ao rim. Embora
os rins recebam 20 a 25% do débito cardíaco, as bactérias raramente alcançam esses
órgãos a partir do sangue: menos de 3% dos casos são devidos à disseminação
hematogênica.
A pielonefrite é frequentemente secundária ao refluxo ureterovesical, na qual
uma valva ureterovesical incompetente permite que a urina reflua (refluxo) para dentro
dos ureteres. A obstrução do trato urinário (que aumenta a suscetibilidade dos rins à
infecção), tumores vesicais, estenoses, hiperplasia benigna da próstata e cálculos
urinários são algumas das outras causas. A pielonefrite pode ser aguda ou crônica.
Os pacientes com pielonefrite aguda geralmente apresentam rins aumentados
com infiltrações intersticiais das células inflamatórias. Os abscessos podem ser notados
na cápsula renal e na junção córrico-medular.
Mais adiante, podem sobrevir a atrofia e a destruição dos túbulos e dos
glomérulos.
Quando a pielonefrite se torna crônica, os rins ficam cicatrizados, contraídos e
afuncionais.
O paciente com pielonefrite aguda parece agudamente doente com calafrios e
febre, leucocitose, bacteriúria e piúria e dor no flanco. Além disso, os sintomas do
envolvimento do trato urinário inferior, como a disúria e frequência, são comuns.
Os pacientes com pielonefrite aguda não complicada geralmente são tratados
como pacientes externos caso eles não estejam desidratados, nem experimentando
náuseas ou vômitos, nem evidenciando sinais ou sintomas de sepse.
Além disso, eles devem ser responsáveis e confiáveis para garantir que todos os
medicamentos sejam tomados de acordo com a prescrição. Outros pacientes, inclusive
todas as mulheres grávidas, podem ser hospitalizados durante, pelo menos dois ou três
dias de terapia parenteral. Os agentes orais podem ser instituídos quando o paciente
estiver afebril e mostrando melhora clínica.
Pielonefrite Crônica
159
O paciente com pielonefrite crônica geralmente não apresenta sintomas de
infecção, a menos que ocorra uma exacerbação aguda. Os sinais e sintomas perceptíveis
podem compreender fadiga, cefaleia, apetite deficiente, poliúria, sede excessiva e perda
de peso. A infecção persistente e recorrente pode produzir a cicatrização progressiva do
rim, com a insuficiência renal sendo o resultado final.
As complicações da pielonefrite crônica incluem a DRET (doença renal em
estágio terminal), a partir da perda progressiva dos nefrons secundária à inflamação
crônica e cicatrização, hipertensão e formação dos cálculos renais (a partir da infecção
crônica com organismos que clivam a ureia).
A escolha do agente antimicrobiano baseia-se em qual patógeno é identificado
pela urinocultura. Se a urina não pode ser isenta de bactérias, pode-se utilizar a
nitrofurantoína ou SMZ-TMP para suprimir o crescimento bacteriano.
A função renal prejudicada altera a excreção de agentes antimicrobianos e
necessita da monitoração cuidadosa da função renal, principalmente quando os
medicamentos são potencialmente tóxicos para os rins.
O paciente com pielonefrite crônica pode precisar de hospitalização ou pode ser
tratado como um paciente externo. Quando o paciente está hospitalizado, o balanço
hídrico é medido e registrado rigorosamente.
Exceto quando contraindicado, os líquidos são encorajados (3 a 4/l dia) para
diluir a urina, diminuir a queimação à micção e evitar a desidratação. A enfermeira
avalia a temperatura do paciente a cada 4 horas e administra os agentes antitérmicos e
antibióticos, de acordo com a prescrição.
As orientações ao paciente pela enfermeira focalizam a prevenção das ITUs ao
consumir os líquidos adequados, esvaziar regularmente a bexiga e realizar a higiene
perineal recomendada. A importância de tomar os medicamentos antimicrobianos
exatamente da maneira prescrita é ressaltada para o paciente, pois existe a necessidade
de manter as consultas de acompanhamento.
160
endócrinas, bem como a distúrbios hídricos, eletrolíticos e acidobásicos.
A insuficiência renal é uma doença sistêmica e é uma via final comum de muitas
doenças renais e do trato urinário diferentes. A cada ano, o número de mortes por
insuficiência renal irreversível aumenta.
Fisiopatologia
161
lesão) e a hemoglobina são liberadas, gerando toxicidade renal e/ou isquemia. As
reações transfusionais graves também podem causar a insuficiência intrarrenal; a
hemoglobina é liberada por meio da hemólise, filtrada pelos glomérulos e fica
concentrada nos túbulos renais até um grau em que acontece a precipitação da
hemoglobina. Os medicamentos também podem predispor um paciente à lesão
intrarrenal, principalmente os agentes anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e
inibidores da ECA. Esses medicamentos interferem com os mecanismos
autorreguladores normais do rim e podem causar a hipoperfusão e a isquemia mais
tarde. As outras causas potenciais da IRA intrarrenal ou intrínseca incluem a
rabdomiólise, que resulta em acúmulo de mioglobina nos glomérulos secundariamente à
lesão do musculoesquelético, e a nefrotoxicidade secundária a medicamentos à base de
ervas.
• As causas pós-renais de IRA geralmente constituem o resultado de uma
obstrução em algum ponto distal ao rim. A pressão aumenta nos túbulos renais: após
certo tempo, a TFG diminui.
As causas comuns de IRA estão resumidas abaixo:
Insuficiência Pré-renal
• Hemorragia;
• Perdas renais (diurético, diurese osmótica);
• Perdas gastrintestinais (vômitos, diarreia, aspiração nasogástrica).
• Infarto do miocárdio;
• Insuficiência cardíaca;
• Disritmias;
• Choque cardiogênico.
162
• Sepse;
• Anafilaxia;
• Medicamentos anti-hipertensivos ou outros medicamentos que
provocam vasodilatação.
# Insuficiência Intrarrenal
• Pielonefrite aguda;
• Glomerulonefrite aguda.
# Insuficiência Pós-renal
• Cálculos (litíase);
163
• Tumores;
• Hiperplasia benigna da próstata;
• Estenoses;
• Coágulos sanguíneos.
Embora a patogenia exata da IRA e da oligúria nem sempre seja conhecida, em
muitas ocasiões existe um problema subjacente específico. Alguns dos fatores podem
ser reversíveis, quando identificados e tratados de imediato, antes que a função renal
esteja prejudicada.
Isso é verídico nas seguintes condições que diminuem o fluxo sanguíneo para o
rim e prejudicam a função
➢ Hipovolemia;
➢ Hipotensão:
➢ Débito cardíaco reduzido e insuficiência cardíaca;
➢ Obstrução do rim ou do trato urinário inferior por tumor, coágulo
sanguíneo ou cálculo renal;
➢ Obstrução bilateral das artérias ou veias renais.
Quando essas condições são tratadas e corrigidas, antes que os rins sejam
permanentemente lesionados, os níveis aumentados de ureia e creatinina, oliguria e
outros sinais associados à IRA podem ser revertidos.
Embora não seja uma causa comum de IRA, alguns tipos de cálculos renais
podem aumentar o risco de IRA mais que outros. As doenças por litíase hereditárias
(cistinúria, hiperoxalúria primária, doença de Dent), cálculos de estruvita primários e
urolitíase, ligadas à infecção associada a anomalias anatômicas e funcionais do trato
urinário e lesão raquimedular.
Podem causar surtos recorrentes de obstrução, bem como os eleitos cristais-
específicos sobre as células epiteliais tubulares e células renais intersticiais. Isso, por
sua vez, pode ativar a cascata fibrogênica responsável pela perda do parênquima renal.
Fases da Insuficiência Renal Aguda
164
das substâncias usualmente excretadas pelos rins (ureia, creatinina, ácido úrico, ácidos
orgânicos e os cátions intracelulares).
A quantidade mínima de urina necessária para que o corpo se livre dos produtos
residuais metabólicos normais é de 400 ml. Nessa fase, os sintomas urêmicos aparecem
em primeiro lugar e desenvolvem-se as condições com risco de vida, como a
hipercalemia.
Alguns pacientes apresentam a função renal diminuída com retenção de
nitrogênio crescente, embora, na realidade, excretem quantidades normais de urina (2
l/dia ou mais).
Essa é a forma não oligúrica da insuficiência renal e ocorre predominantemente
depois que agentes antibióticos nefrotóxicos são administrados ao paciente, ela pode
ocorrer com queimaduras, lesão traumática e uso de agentes anestésicos halogenados.
No período da diurese, a terceira fase, o paciente experimenta débito urinário
gradativamente crescente, sinal de que a filtração glomerular começou a se recuperar.
Os valores laboratoriais param de aumentar e, mais adiante, diminuem. Embora
o volume do débito urinário possa alcançar níveis normais ou elevados, a função renal
ainda pode estar acentuadamente anormal.
Como os sintomas urêmicos ainda podem estar presentes continua a necessidade
de tratamento médico e de enfermagem experientes. O paciente deve ser rigorosamente
observado para a desidratação durante essa fase; caso a desidratação aconteça, é
provável que os sintomas urêmicos aumentem.
O período de recuperação indica a melhora da função renal e pode levar de 3 a
12 meses. Os valores laboratoriais retornam ao nível normal do paciente. Embora uma
redução de l a 3% na TFG seja comum, ela não é clinicamente significativa.
Manifestações Clínicas
Quase todos os sistemas do organismo são afetados quando existe falência dos
mecanismos reguladores renais normais. O paciente pode parecer criticamente doente e
letárgico, com náuseas persistentes, vômitos e diarreia.
A pele e as mucosas mostram-se secas devido à desidratação, e o hálito pode ter
odor de urina (hálito urêmico). Os sinais e sintomas do sistema nervoso central
compreendem sonolência, cefaleia, contratura muscular e convulsões.
165
Tratamento
166
sanguíneos. Se a IRA é causada por hipovolemia secundária à hipoproteinemia, pode ser
prescrita uma infusão de albumina.
A diálise pode ser iniciada para evitar complicações graves de IRA, como a
hipercalemia, acidose metabólica grave, pericardite e edema pulmonar. A diálise corrige
muitas anormalidades bioquímicas; permite a liberalização da ingesta de líquido,
proteína e sódio: diminui as tendências hemorrágicas; e pode ajudar a cura da ferida.
A hemodiálise, a diálise peritoneal ou qualquer uma das novas terapias de
substituição renal contínua podem ser realizadas.
Intervenções de Enfermagem
Fisiopatologia
167
relacionam-se com o distúrbio subjacente, excreção urinária de proteína e presença de
hipertensão.
Manifestações Clínicas
168
A pele pode apresentar uma coloração amarelo-acastanhada e, ocasionalmente, a
concentração de ureia encontra-se tão elevada a ponto de ocorrer à cristalização dessa
substância do suor, formando um pó branco sobre a pele (geada de ureia, uridrose
cristalina). Alguns indivíduos com insuficiência renal crônica apresentam um prurido
generalizado muito desconfortável.
Complicações
Tratamento
169
elevadas de potássio e de fosfato no sangue. Uma dieta pobre em proteínas (0,4 a 0,8 g
por quilo de peso corpóreo ideal) pode retardar a velocidade da progressão da
insuficiência renal crônica à insuficiência renal terminal, para a qual é necessária a
instituição da diálise ou a realização de um transplante renal.
Comparados com os não diabéticos os indivíduos diabéticos normalmente
necessitam de um desses tratamentos mais precocemente. Quando a dieta é
rigorosamente limitada ou quando a diálise é iniciada, é recomendável a administração
de uma suplementação vitamínica contendo vitaminas do grupo B e vitamina C.
A anemia é causada pela incapacidade dos rins de produzir quantidades
suficientes de eritropoietina (um hormônio que estimula a produção de eritrócitos). A
anemia responde lentamente à eritropoetina, uma droga injetável.
As transfusões de sangue somente são realizadas quando a anemia é intensa ou
sintomática. O médico também investiga outras causas de anemia, particularmente as
deficiências dietéticas de nutrientes como, por exemplo, de ferro, de ácido fólico
(folato) e de vitamina B12, ou o excesso de alumínio no organismo.
A tendência ao sangramento na insuficiência renal crônica pode ser
temporariamente suprimida por transfusões de eritrócitos (hemácias, glóbulos
vermelhos) ou de plaquetas ou por
Diálise
Intervenções de Enfermagem
171
a maior independência.
172
afetam um ou mais vasos e constituem o tipo mais comum de acidente vascular cerebral
isquêmico.
Os acidentes vasculares cerebrais trombóticos de pequenas artérias também são
chamados de acidentes vasculares cerebrais lacunares por causa da cavidade que é
criada quando o tecido cerebral infartado desintegra.
Os acidentes vasculares cerebrais embólicos cardiogênicos estão associados às
arritmias cardíacas, usualmente à fibrilação arterial. Os êmbolos originam-se do coração
e circula até a vasculatura cerebral, mais amiúde a artéria cerebral média esquerda,
resultando em acidente vascular cerebral.
Os acidentes vasculares cerebrais embólicos podem ser evitados pelo uso da
terapia com anticoagulante em pacientes com fibrilação arterial.
As duas últimas classificações dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos são
os do tipo criptogênico, que não possuem uma etiologia conhecida, e outros acidentes
vasculares cerebrais, devido a causas como o uso da cocaína, coagulopatias, enxaqueca
e dissecção espontânea das artérias carótidas ou vertebrais.
Fisiopatologia
173
gluramato.
A área de penumbra pode ser revitalizada por meio da administração de arivado
do plasminogênio tecidual (t-PA), e o influxo de cálcio pode ser limitado com o uso de
bloqueadores dos canais de cálcio.
O influxo de cálcio e a liberação de glutamato, quando prosseguem, ativam
inúmeras vias lesivas, as quais resultam na destruição da membrana celular, liberação de
mais cálcio e glutamato, vasoconstrição e geração de radicais livres. Esses processos
aumentam a área de infarto para dentro da penumbra, estendendo o acidente vascular
cerebral.
Cada etapa na cascata isquêmica representa uma oportunidade para a
intervenção que limita a extensão da lesão cerebral secundária provocada por um
acidente vascular cerebral.
Os medicamentos que protegem o cérebro devido à lesão secundária são
chamados de neuroprotetores. Inúmeros ensaios clínicos estão focalizando os
antagonistas dos canais de cálcio que bloqueiam o influxo de cálcio, antagonistas do
glutamato, antioxidantes e outras estratégias neuroprotetoras que ajudarão a evitar
complicações secundárias.
Manifestações Clínicas
174
• Cefaleia intensa súbita.
Podem ser prejudicadas as funções motora, sensorial, dos nervos cranianos,
cognitiva e outras. Os pacientes exibem déficits em localizações específicas, bem como
comportamento diferente.
Tratamento
Fisiopatologia
175
A fisiopatologia do acidente vascular cerebral hemorrágico depende da etiologia
e do tipo de distúrbio vascular cerebral. Os sintomas são produzidos quando um
aneurisma ou MAV aumenta e pressiona o tecido cerebral ou nervos cranianos
próximos ou, de maneira mais dramática, quando um aneurisma ou MAV se rompe,
provocando a hemorragia subaracnoide (hemorragia no espaço subaracnoide craniano).
O metabolismo cerebral normal é rompido pelo fato de o cérebro ser exposto ao
sangue, por um aumento na PIC decorrente da entrada súbita de sangue no espaço
subaracnoide, o que comprime e lesa o tecido cerebral; ou por isquemia secundária do
cérebro decorrente da pressão de perfusão reduzida e vasoespasmo que, em geral,
acompanham a hemorragia subaracnoide.
O paciente com acidente vascular cerebral hemorrágico pode apresentar-se com
ampla variedade de déficits neurológicos, semelhantes ao paciente com acidente
vascular cerebral isquêmico.
A avaliação abrangente revelará a extensão dos déficits neurológicos. Muitas das
mesmas funções motora, sensorial, de nervos cranianos, cognitivos e outras que são
rompidas após o acidente vascular cerebral isquêmico são alteradas depois de um
acidente vascular cerebral hemorrágico.
Além dos déficits neurológicos que são similares ao acidente vascular cerebral
isquêmico, o paciente com aneurisma intracraniano ou MAV pode apresentar algumas
manifestações clínicas únicas.
A ruptura do aneurisma ou MAV quase sempre produz uma cefaleia súbita,
incomumente intensa, bem como, amiúde, a perda da consciência por um período
variável.
Pode haver dor e rigidez da parte posterior do pescoço (rigidez de nuca) e coluna
vertebral em virtude de irritação meníngea. Os distúrbios visuais (perda da visão,
diplopia) acontecem quando o aneurisma é adjacente ao nervo oculomotor. Também
pode ocorrer zumbido, tonteira e hemiparesia.
Por vezes, o aneurisma ou MAV extravasa sangue, levando à formação de
coágulo que sela o sítio da ruptura. Nesse caso, o paciente pode exibir pouco déficit
neurológico. Em outros casos, ocorre sangramento intenso, resultando em lesão cerebral
seguida rapidamente por coma e morte.
O prognóstico depende da condição neurológica do paciente, idade, doenças
associadas, extensão e localização do aneurisma intracraniano. A hemorragia
176
subaracnoide devido ao aneurisma constitui um evento catastrófico, com morbidade e
mortalidade significativa.
Tratamento
ONCOLOGIA
PADRÕES PROLIFERATIVOS
178
câncer sofrem investigação extensa para:
• Determinar a presença do tumor e sua extensão;
• Identificar a possível disseminação (metástase) da doença ou invasão de
outros tecidos corporais;
• Avaliar a função e órgãos dos sistemas corporais envolvidos e não afetados;
• Obter tecidos e células para análise, inclusive a avaliação do estágio e grau
tumorais.
A avaliação diagnóstica é guiada por informação obtida por meio de uma
história completa e exame físico. O conhecimento de sintomas suspeitos e do
comportamento de certos tipos de câncer auxilia na determinação dos exames
diagnósticos mais apropriados.
TRATAMENTO DO CÂNCER
Os vários tipos de tratamento oferecidos aos pacientes com câncer devem ser
baseados em metas realistas e atingíveis para cada tipo específico de câncer. Nos
objetivos do tratamento pode incluir a erradicação completa da doença maligna (cura),
sobrevida prolongada e contenção de crescimento da célula cancerosa ou alívio dos
sintomas associados à doença.
Múltiplas modalidades são comumente utilizadas no tratamento do câncer.
Diversas terapias, como a cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia com
modificador da resposta biológica (BRM), podem ser utilizadas em diversos momentos
durante todo o tratamento.
DIAGNÓSTICO DE CÂNCER
Compreender os princípios de cada tratamento e como elas de inter-relacionam é
importante na compreensão da justificativa e metas do tratamento.
179
ocorrem devido à compressão e infiltração tecidual. Sobrevêm várias alterações
fisiológicas, gerando algum ou todos os eventos fisiopatológicos a seguir:
• Pressão intracraniana (PIC) elevada e edema cerebral;
• Atividade convulsiva e sinais neurológicos focais;
• Hidrocefalia;
• Alteração da função hipofisária.
Os tumores cerebrais primários originam-se das células e estruturas dentro do
cérebro. Os tumores cerebrais secundários ou metastáticos desenvolvem-se das
estruturas fora do cérebro e ocorrem em 20 a 40% de todos os pacientes com câncer.
Os tumores cerebrais raramente geram metástase para fora do SNC, mas as
lesões metastáticas cerebrais acontecem amiúde a partir do pulmão, mama, trato
gastrintestinal inferior, pâncreas, rim e pele (melanomas).
A etiologia dos tumores cerebrais primários é desconhecida. O único fator de
risco conhecido é a exposição à radiação ionizante. As neoplasias gliais e meníngeas
foram ligadas à irradiação do crânio, com um período de latência de 10 a 20 anos depois
da exposição.
As possíveis causas adicionais foram investigadas, porém os resultados dos
estudos são conflitantes e não convincentes, as causas sugeridas incluíram o uso de
telefones celulares, exposição a fios de alta tensão, uso de tinturas de cabelo,
traumatismo craniano, exposição nutricional a certos fatores como nitratos (encontrado
em alguns alimentos processados e grelhados) e outras fontes.
A incidência de tumores cerebrais parece ter aumentado nas últimas décadas.
Contudo, os dados epidemiológicos sugerem que isso se deve mais ao diagnóstico
agressivo e exato do que a um aumento real na incidência. Estima-se que existem
aproximadamente 17.000 novos casos de tumores cerebrais primários por ano, 9.600 em
homens e 7.400 em mulheres.
são mais comuns. A incidência mais elevada de tumores cerebrais nos adultos
ocorre na quinta, sexta e sétima décadas, com uma incidência discretamente maior nos
homens.
Nos adultos, muitos tumores cerebrais originam-se das células gliais (as células
gliais constituem a estrutura e o sistema de suporte do cérebro e medula espinhal) e são
supratentorais (localizados acima do revestimento do cerebelo). As lesões neoplásicas
no cérebro causam, por fim, a morte, por comprometerem as funções vitais, como a
180
respiração, ou por elevarem a pressão intracraniana (PIC).
Fisiopatologia
GLIOMAS
MENINGIOMAS
NEUROMAS ACÚSTICOS
ADENOMAS HIPOFISÁRIOS
22.7 ANGIOMAS
182
Os angiomas cerebrais (massas compostas em grande parte de vasos sanguíneos
anormais) são encontrados na superfície do cérebro ou dentro dele. Eles ocorrem no
cerebelo em 83% dos casos.
Alguns persistem por toda a vida sem causar sintomas; outros causam sintomas
de um tumor cerebral. Ocasionalmente, o diagnóstico é sugerido pela presença de outro
angioma em algum ponto na cabeça ou por um sopro (um som sensações dolorosas na
face no mesmo lado da compressão do quinto nervo craniano pelo anormal) audível
sobre o crânio.
Como as paredes dos vasos sanguíneos são finas, esses pacientes estão em risco
de acidente vascular cerebral (derrame). Na realidade, a hemorragia cerebral em pessoas
com menos de 40 anos de idade deve sugerir a possibilidade de um angioma.
Manifestações Clínicas
Tratamento
183
Uma fração da medula óssea do paciente é aspirada, usualmente a partir da crista
ilíaca, e guardada. O paciente recebe grandes doses de quimioterapia ou radioterapia
para destruir grandes quantidades de células malignas. Em seguida, a medula é
reinfundida por via intravenosa depois de terminado o tratamento.
Os corticosteroides podem ser utilizados antes e depois do tratamento para
reduzir o edema cerebral e promover a recuperação mais suave e mais rápida. A terapia
de transferência tumoral para a suscetibilidade ao tratamento. Essa conduta está sendo
testada.
Uma nova técnica que está sendo investigada é a terapia fotodinâmica. Esse é
um tratamento dos tumores cerebrais malignos primários que libera uma terapia
direcionada, enquanto conserva o tecido cerebral saudável.
TUMORES RAQUIMEDULARES
Tratamento
184
tumor, a descompressão da medula espinhal, a quimioterapia e a radioterapia,
principalmente para os tumores intramedulares e lesões metastáticas.
Acompreensão epidural da medula espinhal ocorre em cerca de 5 % dos
pacientes que morrem de câncer e é considerada uma emergência neurológica. No
paciente com compressão epidural da medula espinhal decorrente de câncer metastático
(mais amiúde da mama, próstata ou pulmão), a dexametasona em dose alta combinada
com a radioterapia é efetiva no alívio da dor.
DOENÇAS INFECCIOSAS
ORGANISMOS ETIOLÓGICOS
RESERVATÓRIO
MODALIDADE DE SAÍDA
185
ambiente, antes que a transmissão possa ocorrer. Os organismos saem pelo trato
respiratório, trato gastrintestinal, trato geniturinário e sangue.
VIA DE TRANSMISSÃO
Uma via de transmissão é necessária para ligar a fonte infecciosa a seu novo
hospedeiro. Os organismos podem ser transmitidos pelo contato sexual, contato pele a
pele, injeção percutânea ou partículas infecciosas transportadas no ar. Uma pessoa que
transporta ou transmite um organismo e que não apresenta sinais e sintomas evidentes
de infecção é chamada de portadora.
É importante reconhecer que diferentes organismos exigem vias específicas de
transmissão para que a infecção aconteça. Por exemplo, o Mycobacterium tuberculosis
quase sempre é transmitido pelo ar. Os profissionais de saúde não "transportam" a
bactéria M. tuberculosis em suas mãos ou roupas. Em contraste, bactérias como o
Staphylococcus aureus são facilmente transmitidas de um paciente para outro pelas
mãos dos profissionais de saúde.
Quando apropriado, a enfermeira deve explicar as vias de transmissão da doença
para os pacientes. Ela pode, por exemplo, explicar que o compartilhamento de um
quarto com um paciente que está infectado pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV), não coloca uma pessoa em risco, porque o contato íntimo (sexual ou parenteral)
é necessário para que ocorra a transmissão.
HOSPEDEIRO SUSCETÍVEL
Para que aconteça a infecção, o hospedeiro deve ser suscetível (não possuir
imunidade para determinado patógeno). A infecção prévia ou a administração de vacina
podem tornar o hospedeiro imune (não suscetível) à infecção adicional por um agente.
Muitas infecções são evitadas por causa da defesa imune humana vigorosa.
Embora a exposição a micro-organismos potencialmente infecciosos ocorra
essencialmente em uma base constante, nossos sistemas imunes elaborados geralmente
evitam a ocorrência da infecção. A pessoa imunossuprimida apresenta suscetibilidade
muito maior que o hospedeiro normal saudável.
PORTA DE ENTRADA
186
Uma porta de entrada é necessária para que o organismo ganhe acesso ao
hospedeiro. Por exemplo, o M. tuberculosis transmitido pelo ar não causa doença
quando se deposita sobre a pele de um hospedeiro exposto. A única via preocupante de
entrada para a bactéria, se faz pelo sistema respiratório.
Colonização
Doença
187
estar decorrente da infecção. Quando o hospedeiro interage imunologicamente com um
organismo, porém permanece isento de sintomas, não foi satisfeita a definição de
doença.
O M. tuberculosis constitui um exemplo de um organismo que, com frequência,
persiste como infecção sem produzir doença. O hospedeiro pode tornar-se infectado
depois da exposição ao bacilo da tuberculose.
A pessoa está infectada quando as bactérias são primeiramente detectadas por
reconhecimento imunológico inespecífico e, mais adiante, quando as células T
recentemente sensibilizadas propagam as linhagens-filhas de células protetoras TB-
específicas.
Depois da infecção inicial, o hospedeiro não tratado apresenta uma baixa
probabilidade de ficar realmente doente. Cerca de 90% dos hospedeiros infectados pelo
M. tuberculosis não desenvolvem TB, a doença.
A prevenção e o controle da infecção na comunidade são metas compartilhadas
pelo CDC e pelos departamentos de saúde pública estadual e municipal.
Grande parte da ênfase de saúde pública é colocada sobre a prevenção para
evitar surtos e outras situações que exigem controle. Os métodos de prevenção da
infecção compreendem as técnicas sanitárias (purificação da água, descarte do esgoto e
de outros materiais potencialmente infecciosos), práticas de saúde regulamentadas
(manuseio, armazenamento, embalagem, preparação de alimentos por instituições) e
programas de imunização.
Nos Estados Unidos, os programas de imunização diminuíram muito a
incidência de doenças infecciosas.
Programas de Vacinação
188
As preocupações de que a varíola possa ser reintroduzida como um ato de guerra
biológica levou os profissionais de saúde a dedicarem atenção redobrada para sua
prevenção.
Os profissionais de saúde que se especializam no controle da infecção são
responsáveis pelo desenvolvimento de políticas gerais da instituição e pela direção do
programa.
O risco de infecção é muito aumentado na medida em que os equipamentos de
cuidados do paciente se tornam mais complexos e conforme são utilizados mais
aparelhos que rompem as barreiras anatômicas de proteção natural.
As enfermeiras da equipe desempenham um papel importante na redução do
risco ao darem atenção cuidadosa à higiene das mãos, ao garantirem a administração
cuidadosa dos antibióticos prescritos e ao seguirem os procedimentos para reduzir os
riscos associados a aparelhos de cuidados do paciente.
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REFERÊNCIAS
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