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Hemorragias

Enf: Emanuelle Souza


Hemorragias

• As hemorragias sendo uma emergência necessitam de um socorro rápido e


imediato.
• É preciso que a equipe de socorro atue de forma rápida e eficaz.
• A perda de grande quantidade de sangue é uma situação perigosa que
pode rapidamente causar a morte.
• Regra geral a abordagem na avaliação e tratamento segue a sequência
ABCDE.
• A gravidade da hemorragia depende de vários fatores, como o tipo de
vaso atingido (artéria, veia, capilar), da sua localização e do seu calibre.
• A perda de 1 litro de sangue no adulto, de 0,5 litro na criança ou de 25
a 30 mL num recém nascido pode levar rapidamente ao choque.
• Quanto mais rápida as hemorragias, menos eficientes são os mecanismos
compensatórios do organismo.
• Não pode ser medida, mas pode ser estimada através de dados clínicos do
acidentado.
• A hemorragia arterial é menos freqüente, mas é mais grave e precisa de
atendimento imediato para sua contenção e controle.
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

HEMORRAGIAS ARTERIAIS
• O sangue é vermelho vivo e sai em jato, em simultâneo com cada
contração do coração. É uma hemorragia muito abundante e de difícil
controlo.
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS
HEMORRAGIAS VENOSA
• O sangue é vermelho escuro e sai de uma forma regular e mais ou menos
constante. A hemorragia venosa poderá ser fatal se não for detectada. De
um modo geral, estas hemorragias são mais fáceis de controlar.
CLASSIFICAÇÃO DAS HEMORRAGIAS

HEMORRAGIAS CAPILARES
• Têm uma cor intermédia (entre o vermelho vivo e o vermelho escuro) e o
sangue sai lentamente, devido à rotura dos minúsculos vasos capilares de
uma ferida. Estas hemorragias são de fácil controlo, podendo parar
espontaneamente.
Hemorragias Internas
• O mecanismo da lesão possa provocar um impacto forte ao nível do
abdômen provocando lesões no fígado e/ou no baço.
• Lesões torácicas, com suspeita de fratura de costelas;
• Queda de altura 2 a 3 vezes superior à altura da vítima;
• Feridas penetrantes provocadas por armas de fogo ou por armas brancas
(ex. facas, navalhas);
• Politraumatizados graves com suspeita de fraturas;
• As hemorragias internas podem ainda acontecer em situação de doença
como é o caso de uma úlcera no estômago. Neste caso existem
habitualmente sinais como hematemeses ou melenas.
Sinais e Sintomas gerais das hemorragias:

• Saída evidente de sangue (hemorragias externas);


• Ventilação rápida, superficial;
• Pulso rápido e fraco/fino;
• Hipotensão (sinal tardio, pois inicialmente a pressão arterial é
normal);
• Pele pálida e suada;
• Hipotermia;
Sinais e Sintomas gerais das hemorragias:

• Mal-estar geral ou enfraquecimento;


• A vítima refere sede;
• Vômitos de sangue;
• Sensação de “zumbidos” nos ouvidos;
• Ansiedade e agitação;
• Inconsciência.
Controlo de Hemorragia Externa

Métodos para controlar hemorragias:


• Pressão direta (no local da hemorragia);
• Garrote (tratamento de 2ª linha: se pressão direta não funciona garrotar);
• Métodos de 3ª linha (caso os anteriores não estiverem a resolver a
situação):
• Elevação do membro (contraindicado se trauma associado);
• Pressão indireta (compressão à distância).
Tratamento de 1ª linha

A pressão direta não poderá ser utilizada quando:


• A hemorragia está localizada sobre uma fratura;
• No local da hemorragia existirem objetos empalados. Como proceder à
compressão manual direta:
• Comprimir com uma compressa esterilizada;
• Nunca retirar as primeiras compressas, se necessário, colocar outras por
cima desta;
• Logo que a hemorragia aparente estar controlada, efetuar um peso
compressivo sobre a ferida.
Método de 2ª linha

Garrote:
• Deve ser utilizado em situações, em que a compressão manual direta
efetuada com pressão adequada no local não se mostre eficaz, em
especial nos casos de esfacelos e/ou amputação com hemorragia grave.
• Para o aplicar, deve retirar a roupa do membro amputado não esquecendo
que, uma vez aplicado, não deve ser aliviado.
• Por segurança deverá sempre deixar o membro garrotado bem à vista e
marcar a hora da realização do garrote.
• O garrote preferencialmente não deve ser elástico e deve ser sempre
largo.
Método de 3ª linha
Elevação do membro
• Nas feridas ou lesões de um membro, deve aplicar uma compressa sob
pressão e elevar o membro, caso não haja fratura.
• A força da gravidade contraria a corrente sanguínea, a manutenção do
membro elevado auxiliará o controlo da hemorragia.

Compressão indireta ou digital à distância


• Consiste em comprimir uma artéria contra um músculo ou um osso, entre o
local da hemorragia e o coração.
• A pressão exercida nas artérias contra um músculo ou um osso, na raiz dos
membros, levará ao controlo de hemorragias nos territórios irrigados pela
artéria
ATUAÇÃO
• Intervir sempre em função de AVALIAÇÃO PRIMÁRIA;
• Abordar a vítima, imobilizando a cabeça desta em posição neutra e
assumindo sempre a possibilidade de coexistir um TVM;
• Administrar oxigénio;
• Identificar e controlar a hemorragia externa, pela seguinte ordem de
atuação:
• Pressão direta;
• Garrote;
• Elevação do membro;
• Compressão indireta;
• Avaliar, caracterizar e registar os Sinais Vitais;
ATUAÇÃO

• Despistar sinais de choque;


• Suspeitar de eventual hemorragia oculta;
• Recolher o máximo de informação sobre o mecanismo do trauma e sobre a
vítima recorrendo à nomenclatura CHAMU;
• Efetuar a observação sistematizada de modo a detectar eventuais lesões
associadas;
• Não dar nada a beber;
• Manter a temperatura corporal;
• Transportar para a unidade de saúde adequada mantendo vigilância dos
sinais vitais;
Choque
• Estado de perfusão tecidual inadequada que gera suprimento insuficiente de
oxigênio (O2) e nutrientes aos tecidos e impede a remoção dos produtos de
excreção celular.
• Causado por anormalidades no veículo de transporte de O2 (sangue) ou no
sistema de transporte (sistema cardiovascular) .
• É caracterizado pelo desequilíbrio entre a perfusão e as necessidades
celulares
Causas

• Falha no mecanismo que bombeia o sangue (coração);


• Problemas nos vasos sanguíneos (alteração na resistência da
parede vascular);
• Baixo nível de fluido no corpo (sangue ou líquidos corporais).
Classificação

• CHOQUE HIPOVOLÊMICO: perda de sangue, plasma ou líquidos


extracelulares;
• CHOQUE CARDIOGÊNICO: insuficiência miocárdica ;
• CHOQUE DISTRIBUTIVO: diminuição do tônus vascular. Dividido
em:
• CHOQUE NEUROGÊNICO;
• CHOQUE ANAFILÁTICO;
• CHOQUE SÉPTICO.
• CHOQUE OBSTRUTIVO: obstrução mecânica do fluxo sanguíneo.
Manifestações Clínicas Gerais

• Resfriamento das extremidades


• Hipotensão
• Taquicardia • Hipotermia
• Pulso fino e taquicárdico • Respiração superficial, rápida e
irregular
• Pele fria e pegajosa
• Sede
• Sudorese abundante
• Mucosas descoradas e secas • Náuseas e vômitos
• Palidez • Alterações neurossensoriais.
• Cianose
Estágios do Choque

✓ Compensatório- O corpo tenta superar os problemas utilizando seus


mecanismos de defesa habitual procurando manter as funções. PA diast
normal, taquicardia, pele fria e úmida, pele opaca (acinzentada), astenia.
✓ Progressivo- O sangue dos membros (MMSS e MMII) + região abdominal é
desviado para órgãos vitais (coração, cérebro, pulmões). Cianose, queda
da PA, sudorese aumentada, sede, náuseas e vômitos, tonturas, alteração
da consciência
✓ Irreversível - Desvio de sangue do fígado e rins para coração, cérebro,
gerando falência de órgãos, fazendo com que o sangue se acumule
afastado dos órgãos vitais, seguido de óbito. olhos opacos, pupilas
dilatadas, respiração superficial e irregular, perda da consciência.
Choque hipovolêmico

Diminuição do volume intravascular gerando incapacidade no sistema de


manter a circulação adequada a todas as partes do corpo.

✓Causas:
❖Perda sanguínea secundária hemorragia (interna ou externa)

❖Perda de líquidos e eletrólitos


Tratamento

• Causa básica;

• Reposição hídrica e sanguínea;

• Redistribuição de líquidos;

• Medicamentos.
Choque distributivo

É caracterizado por queda do tônus vasomotor, com expansão


do leito vascular (vasodilatação) e hipovolemia relativa
(retenção da volemia em vasos periféricos)
✓Subdivisão:
* Neurogênico;
* Anafilático;
* Séptico
Choque neurogênico

Lesão medular ou cefálica ocasionando perda do controle


nervoso. Os vasos sanguíneos dilatam e não existe sangue
suficiente para enchê-los.
➢Causas:
* Lesão da medula espinhal;
* Anestesia espinhal;
* Lesão do sistema nervoso;
* Efeito depressor de medicamentos;
* Uso de drogas e ainda estados hipoglicemiantes .
➢ Manifestações clínicas:

* Pele seca e quente;


* Hipotensão;
* Bradicardia;
➢ Tratamento:
* Tratar a causa básica
* Restauração do tônus simpático, através da estabilização da
medula espinhal, no caso de anestesia espinhal.
* Corticosteróides ( altas doses)
Choque Anafilático
Reação alérgica aguda que acontece quando um indivíduo entra em contato
uma segunda vez com algum agente que promova uma reação alérgica
exagerada, a anafilaxia.
➢Causas:
* Alimentos e aditivos alimentares;
* Picadas e mordidas de insetos;
* Agentes usados na imunoterapia;
* Drogas como a penicilina e anestésicos locais;
* Vacinas como o soro antitetânico;
* Poeiras e substâncias presentes no ar (casos raros).
➢Manifestações clínicas:
* Sensação de desmaio;
* Pulso rápido;
* Dificuldade respiratória;
* Náuseas e vômito;
* Dor de estômago;
* Inchaço nos lábios, língua ou garganta (edema de glote);
* Urticária;
* Pele pálida, fria e úmida;
* Tonteira, confusão mental e perda da consciência;
* Pode haver parada cardíaca
➢Tratamento: Emergencial
* Adrenalina;
* Anti-histamínico;
* Corticoide

✓Em casos de paradas cardíaca e respiratória : RCP


✓Caso necessário: intubação endotraqueal
✓Garantir acesso venoso
Referências

• http://www.inem.pt/files/2/documentos/2014010817232160071.
pdf

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