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ANATOMIA HUMANA I // Profª.

Kelly Soares

localizado no meato nasal inferior. Esse é o percurso


Olho da lágrima.
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES Tem gente que tem obstrução desses
canalículos, que são as pessoas cujos olhos estão
Na região da superfície do olho, temos a parte
sempre lacrimejando.
branca, que é a esclera; a túnica fibrosa (túnica de
maior resistência do globo ocular) e a córnea. BULBO DO OLHO
Fazendo o revestimento da esclera, temos a
conjuntiva do olho (do bulbo) e das pálpebras
(ajudando no fechamento delas, com a produção de
líquido secreção lipídica).
O líquido lacrimal é uma solução salina
fisiológica aquosa que contém uma enzima
bactericida chamada lisozima, que umidifica e
lubrifica as superfícies da conjuntiva e córnea. O bulbo do olho é gformado por três túnicas:
Também temos a presença de glândulas sebáceas
Túnica fibrosa (camada externa): esclera e
nos cílios, importante para a proteção do olho.
córnea;
As pálpebras são pregas móveis. O líquido Tunica vascular (camada intermedia): corioide,
lacrimal, produzido na parte superior das pálpebras corpo ciliar e íris;
pelas glândulas lacrimais, protegem a córnea e o Tunica interna: retina;
bulbo do olho. Localizados na túnica fibrosa, a esclera é
Por trás da pele, temos um esqueleto fibroso relativamente avascular e é nela que estão inseridos
que é o septo orbital, que dá a sustentação das os músculos extrínsecos e intrínsecos do olho, já a
pálpebras. Juntamente aos tarsos superiores e córnea é avascular, necessitando da lágrima para
inferiores, temos a conjuntiva da pálpebra e do bulbo, lubrificação.

Importante lembrar que a conjuntiva do bulbo

esclera.

O limbo da córnea é o limite da córnea e da


esclera, é mais ou menos no limbo que termina a
conjuntiva.
O saco conjuntival,
A córnea é um meio de refração importante,
entre a parte do bulbo e a conjuntiva da pálpebra,
fazendo convergir os raios luminosos, pelo que é
favorece o deslizamento das pálpebras.
chamada de meio refrativo primário do olho.
As glândulas tarsais produzem a secreção
lipídica que impede que nossas pálpebras colem.
As glândulas ciliares são glândulas sebáceas
localizadas nos cílios.
APARELHO LACRIMAL

A lágrima é produzida pela glândula lacrimal e


é direcionada pelos dúctulos excretores para os
canalículos lacrimais, que estão na região medial do A túnica vascular, ou úvea ou trato uveal, é
nosso olho, de onde irão para o saco lacrimal para composta pelo corioide, camada marrom
então ser direcionada para o ducto lacrimonasal,

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corpo ciliar, com o músculo ciliar, importantíssimo pela visão em cores, e bastonetes, responsáveis
para a acomodação do cristalino. pelo nível de luminosidade do ambiente.
É graças ao corpo ciliar que temos a presença A região da ora serrata é a transição da parte
do músculo ciliar, que promove a acomodação da fotossensível para a parte não fotossensível,
nossa visão conforme a distância. encerrando a parte óptica funcional. Já a parte cega
não tem extrato nervoso, sensível à luz.
Na catarata, a nossa lente fica esbranquiçada,
dificultando a passagem de luz ao nervo óptico. Já o MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO OLHO
glaucoma está muito associado ao aumento da
Nosso olho precisa de um suprimento nervoso
pressão no olho: o humor aquoso é produzido e
importante.
circula na câmara anterior do olho, cuidando da
córnea e também da íris e da parte anterior do o Sensibilidade nervo oftálmico V1 (passa
cristalino. No entanto, se esse humor aquoso não é pela fissura orbital superior);
drenado, haverá um aumento da pressão interna,
o Via sensorial nervo óptico II (nervo
causando o glaucoma. sensorial, passa pelo canal óptico);

o Via motora costuma-se dizer que é formada


por 3 pares de nervos cranianos, também
chamados de grupo motor: nervo oculomotor
III, nervo troclear IV e nervo abducente
VI;

* II, IV, VI, veia oftálmica passam pela fissura orbital superior.

Muitas pessoas com traumatismo craniano


Quem faz a captação dessa produção de
ficam com estrabismo, porque tudo de
humor aquoso pelos processos ciliares é uma rede
movimentação é de responsabilidade do grupo
venosa entre a córnea e a esclera, o seio venoso da
motor.
esclera (canal de Schlemm). O equilíbrio entre
captação/drenagem é importante para a passagem Todos os movimentos do olho são movimentos
adequada do feixe venoso. conjugados, então toda a informação recebida pelos
olhos devem chegar juntas. A diplopia, por exemplo,
A íris é um diafrágma contrátil que ora está
é o funcionamento inadequado dos músculos do
fechado, ora aberto, por causa da pupila, devido ao
olho.
músculo dilatador e esfíncter da pupila (constrictor),
que são responsáveis pela midríase (luminosidade No total, temos sete músculos extrínsecos do
no ambiente) e miose. olho, ou extraoculares. Os nervos dão o impulso
motor para a movimentação do músculo.
Já na túnica interna, a retina é a camada
neural sensitiva, encontrando-se dividida em parte O nervo responsável pela movimentação
óptica da retina, que é a camada amarela mais lateral do olho é o nervo abducente (VI). O nervo
espessa, e parte cega da retina, que é a camada responsável pela movimentação para o meio é o
amarela mais fina e que não possui extrato nervoso. terceiro par, chamado de nervo oculomotor (III). As
movimentações diagonais para baixo são de
responsabilidade do nervo troclear (IV). A
movimentação diagonal lateral é feita pelo nervo
oculomotor (III).

Quando o paciente relatar dificuldade de subir


escada, com dificuldade de focar o olho na mirada
para baixo, provavelmente é um acometimento no
troclear, importante para subir e descer escada. Se
Na retina, temos uma série de camadas de (estrabismo
neurônios e também temos a presença de divergente), significa que o oculomotor está fraco. Se
fotorreceptores, que são os cones, responsáveis o paciente chega com estrabismo convergente (para

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o centro), o oculomotor está agindo e o abducente

Toda musculatura que o nome é reto, o

o movimento é em diagonal.
Vamos ter quatro retos: reto superior (eleva o
bulbo do olho), reto inferior (abaixa o bulbo do olho), Associado à vascularização, a principal veia é
reto medial (movimenta medialmente o olho) e reto a oftálmica superior. Tanto a veia superior quanto a
lateral (movimenta lateralmente). inferior levam a drenagem venosa do olho para o
seio cavernoso (fazendo o triângulo perigoso da
O oblíquo superior faz o movimento diagonal face).
pra baixo, o oblíquo inferior faz o movimento diagonal

Orelha
pra cima.

RL (reto lateral ) 6 VI CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES


OS (oblíquo superior) 4 IV
TO 3 III
(todos os outros músculos)
Possui a função de captar o ar e conduzi-lo até
(motores) o sistema auditivo e amplificação do som.

Atentar para lesões na fissura orbital superior, Temos a orelha externa, formada por
por onde passam os nervos III, IV e VI. cartilagem elástica de formato irregular, indo até o
conducto auditivo (meato acústico externo) e
parando na membrana timpânica; depois temos a
orelha média, associada aos ossículos da audição,
e depois a orelha interna, onde há a transmissão
nervosa (VIII par nervo vestibulococlear) da
informação da audição e equilíbrio.
ORELHA EXTERNA

Com relação à irrigação do olho, a principal A maior depressão da orelha, a concha, parte
responsável é a artéria oftálmica, que é ramo da mais profunda da superfície externa, tem a função de
carótida interna e entra pelo canal óptico. No nosso fazer a amplificação do som.
olho, a artéria oftálmica se ramifica. Também temos O lóbulo não possui cartilagem, tem tecido
ajuda da artéria infraorbital, que irriga as porções fibroso, gordura e vasos sanguíneos.
mais inferiores do globo ocular, que já é um ramo da
artéria oriunda da carótida externa. A porção do meato acústico externo tem
influência associada ao tecido cartilaginoso e uma
parte óssea, especialmente nos terços mediais. Além
disso, no meato acústico externo temos produção de
tecido sebáceo (gorduroso) e cerume, associado à
proteção do ouvido/orelha.

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Em relação à membrana timpânica, ela tem o comunicando-se diretamente com a tuba auditiva e
formato cônico, associado à parte do meato acústico teremos também uma parte mais superior que é o
externo, fazendo contato com os ossículos da recesso epitimpânico, com o primeiro ossinho que
audição. É importante entender que uma parte dela faz a localização do recesso muito associado ao
possui um aumento da cavidade, chamado de martelo e a bigorna.
umbigo do tímpano, fazendo a porção mais cônica.
A parte de mais relevância funcional está mais
Associado a isso, temos uma parte flácida (associada
relacionada a cavidade timpânica propriamente dita,
ao martelo) e uma parte tensa (formada por fibras).
por se comunicar com a tuba auditiva, influenciando
Isso é importante para a vibração da membrana,
na igualdade das pressões internas com as pressões
maleabilidade e resistência. O martelo é o primeiro
atmosféricas que precisam estar iguais.
ossículo da nossa audição que faz contato direto com
a membrana. Quando viajamos de avião nos queixamos que
o ouvido está tapado, então bocejamos, deglutimos
ou mascamos chiclete, buscando regularizar a
pressão. Os músculos do palato mole, o tensor do
véu palatino e o levantador do palato, são muito
importantes para, junto a tuba auditiva, igualar as
pressões.

A parte da faringe que se conecta com a tuba


auditiva é o osteo faríngeo da tuba auditiva.
ORELHA MÉDIA

Um ponto importante é que a nossa orelha


está bem próxima da ATM, então a principal irrigação
e inervação da orelha pega carona na irrigação da
ATM. As duas principais artérias são a artéria
auricular posterior e artéria temporal superficial,
ambos ramos da artéria carótida externa.
A orelha média é composta pelos ossículos da
audição (martelo, bigorna e estribo), músculo
estapédio, muito ligado ao estribo, e o musculo
tensor do tímpano, associado à contenção da
vibração do martelo são músculos de proteção da
nossa audição; também temos o nervo corda do
tímpano (ramo do nervo facial) e plexo timpânico
de nervos.

Em relação à drenagem linfática, a nossa


orelha tem associação com a glândula parótida,
com a presença de linfonodos na região, fazendo a
drenagem da face lateral da metade superior da
orelha. A outra parte, da face cranial da metade
superior, presença de linfonodos mastoideos e
linfonodos cervicais profundos; no restante da
orelha e lóbulo, linfonodos cervicais superficiais.
Em relação à orelha média, temos uma divisão
em cavidade timpânica propriamente dita,

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O martelo, bigorna e estribo são os primeiros a A duas voltas e meia da cóclea se dão ao redor
se ossificarem no nosso desenvolvimento, não tem do ossinho do modíolo. Essa é a principal estrutura
revestimento do periósteo, já tem uma conformação responsável por captar as informações associadas
fixa, e seu tecido ósseo é denso. com o estímulo da nossa audição.

O martelo se articula com a bigorna em uma Nessa região temos também a janela da
articulação do tipo sinovial. O cabo do martelo faz cóclea, chamada de segunda membrana
contato com a membrana timpânica, sendo o timpânica, que dissemina o ar que não foi captado
primeiro ponto em contato associado com a vibração pelos estímulos nervosos (pelos movimentos da
das estruturas ossiculares. A inervação do músculo perilinfa). O ar vem, vibra os ossículos, passa pela
tensor do tímpano por conta do n. trigêmeo e do cóclea, movimenta a perilinfa e passa pela primeira
estapédio pelo n. facial. rampa (do vestíbulo) voltando pela rampa do
tímpano, enquanto o som vai estimulando o órgão de
ORELHA INTERNA
Corti, e o ar que não foi utilizado sai pela janela da
cóclea (tímpano secundário).
O labirinto coclear está associado diretamente
a audição e o vestibular associado ao sistema de
equilíbrio.

A orelha interna tem duas principais


divisões: labirinto ósseo, região que dá o formato,
mais grosseira e de sustentação, banhado por um Em roxo, o labirinto ósseo, em azul, o labirinto
líquido (perilinfa, estimula receptores da audição), e membranáceo, e também temos a presença dos
o labirinto membranáceo, com a presença de outro receptores sensoriais nos canais semicirculares, por
líquido, endolinfa (importante para o equilíbrio). isso que quando giramos a cabeça, nosso cérebro
Cada um desses líquidos, no giro e balanço, estimula consegue captar essas informações.
porções específicas do nosso nervo vestíbulo A mácula, localizada no utrículo e sáculo, está
coclear. A parte da perilinfa estimula a porção associada a gravidade, aceleração linear ou
coclear e a endolinfa, a porção vestibular. desaceleração, quanto as ampolas estão mais
Quando falamos em cóclea, estamos falando associadas a aceleração rotacional ou
de uma das primeiras divisões do labirinto ósseo. desaceleração.
Essa parte mais estrutural e resistente é formada O órgão sensorial é o órgão de Corti, captando
pela cóclea, dos canais semicirculares e do vestíbulo. a informação da perilinfa, e quando movimentamos a
Já a parte interna, são ductos (já labirinto cabeça, será a mácula e ampola.
membranáceo).
O nervo vestíbulo coclear (VIII) passa pelo
meato acústico interno.

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processamento que se torna consciente, significa


Organização Anatomofuncional que a informação chegou no cérebro.

do Sistema Nervoso Temos o lobo anterior, chamado de lobo


frontal, cuja função é essencial para nossa
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES movimentação corporal e também está associado
com a parte da criatividade e personalidade.
A função do nosso sistema nervoso é fazer
integração, para depois termos uma resposta, que Posterior ao lobo frontal, temos o lobo parietal,
não necessariamente será motora, podendo ser com o sulco central separando o lobo frontal do
hormonal ou outra forma. Cada parte do nosso parietal.
sistema nervoso tem uma função no nosso corpo.

O encéfalo e o tubo cilindroide fazem parte


do sistema nervoso central. O encéfalo é formado
pelo cérebro, cerebelo (pequeno cérebro), tronco
encefálico e diencéfalo. Há mais neurônios no
cerebelo do que no cérebro.
O nosso cérebro é cheio de invaginações,
curvas e dobras, que são os giros cerebrais. Quanto
maior a quantidade de giros, maior a quantidade de
neurônios. Quando os indivíduos têm Alzheimer, eles 1 região anterior do sulco e 2 posterior
têm menor quantidade de giros e maior
Essas regiões são muito importantes pra área
proeminência das depressões. Os sulcos são
da saúde, especialmente para a medicina. Na frente
depressões de tecido cerebral entre os giros,
desse sulco, temos o giro pré-central (1) e atrás o
aumentando a área cerebral, melhorando as
giro pós-central (2), e são regiões importantes para a
capacidades intelectuais e comportamentais.
parte motora (frontal) e sensorial (lobo parietal).
Temos vários sulcos e giros e também uma
Se um paciente chega com uma lesão que
fissura importante, chamada de fissura longitudinal
pega o giro pré-central, teremos reflexo na
que é um marco anatômico estrutural usado como
movimentação do paciente (frontal); se pega o giro
parâmetro para separar os hemisférios cerebrais em
pós-central, terá reflexo sensorial no paciente
direito e esquerdo.
(parietal).
Em cerca de 80% das pessoas, a linguagem
O lobo occipital é importante para a nossa
está no hemisfério esquerdo, de forma que uma
visão. O sulco que separa a região occipital da
lesão nesse hemisfério pode implicar em problemas
parietal é chamado de sulco parietooccipital.
na linguagem. Geralmente o hemisfério direito nos dá
muita noção corporal e temporal/espacial. De lado, temos o lobo temporal, que é
essencial para a nossa audição, onde as nossas vias
Todos os nervos do sistema nervoso periférico
auditivas são processadas. É uma região rica em
são integrados no encéfalo.
neurônios, por isso algumas crises de epilepsia
Nosso encéfalo, como falamos, é dividido em acontecem nessa região, e também é uma região
hemisfério direito e esquerdo. A fissura muito associada às memórias de curta duração
longitudinal é como se fosse um sulco mais profundo (primeira parte do aprendizado).Noção espacial
e é por meio dela temos a separação anatômica do Emoção
No lobo frontal estão localizadas as memórias
hemisfério direito/esquerdo. Cada um desses
de longa duração, e no temporal, as de curta
hemisférios é constituído por lobos cerebrais. No
duração, sendo nossos neurônios aqueles que fazem
total, temos cinco lobos cerebrais, cada um com
a via de conexão constantemente. Julgamento
uma função específica e anatomicamente separados Emoção
por sulcos. A região temporal é separada da região frontal
e parietal pelo sulco lateral, que é bem delimitado, o
Cada lobo cerebral tem uma função no nosso
que permite sua separação, e quando isso acontece,
comportamento. Quando a gente tem um Memória de longa duração
Duração e personalidade/comportamento
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encontramos o quinto lobo, que é interno, chamado


de ínsula, muito associado ao paladar.
A ínsula também está associada ao
processamento da nossa imagem., então a ínsula e o
temporal andam juntos no quesito emocional,
associado com as porções de memória e
aprendizado. Empatia e orgulho

Na imagem, o azul está associado à parte


sensorial e o rosa à parte motora. Esses homúnculos
sensoriais e motores são importantes na medicina,
porque existem alguns AVCs que prejudicam o
suprimento sanguíneo dessas áreas, então se pegar
uma região x ou y, essas imagens indicam onde pode
O córtex
haver um prejuízo. Os movimentos dependem muito
mais escura que reveste todo o nosso cérebro, e é
do metabolismo do tecido cerebral.
neurônios e na parte branca, os axônios. Outro ponto importante é a plasticidade
cerebral, que é a capacidade de se adaptar.
O lobo occipital está associado às atividades
de processamento visual, englobando a propriedade
do indivíduo de analisar aspectos específicos de uma
cena (percepção de cores, movimento, organização,
forma, representação espacial, etc), bem como se
relaciona à capacidade de controle de atenção,
discriminação e identificação de objetos e
reconhecimento de faces.
O hemisfério direito
O lobo parietal tem relação direta com a nossa
é conectado ao esquerdo por um conjunto de fibras
sensibilidade. Um ponto importante desse lobo é,
brancas (axônios) chamado de corpo caloso, que
acredita-se, a função inter-hemisférica. Localizado na
favorece o trânsito de informações entre um
parte superior do cérebro, o lobo parietal tem três
hemisfério e outro. Uma ruptura/trauma que bloqueia
áreas funcionais: o córtex somatossensorial
essa passagem, teremos a síndrome da mão alheia.
primário, relacionado com o processamento cortical
da informação tátil e proprioceptiva; compreensão Atenção para os homúnculos das imagens,
da linguagem, em conjunto com o lobo temporal; e poderá ser cobrado em prova!
orientação espacial, percepção e atenção.
O lobo temporal contém quatro áreas
Quem tem problema no hemisfério direito funcionais: vias acústicas, vias da linguagem,
perde a noção de espacialidade e perde a funções psíquicas, memória e aprendizagem e
capacidade de completar uma imagem. navegação espacial (place cells).
O lobo frontal é a nossa região mais Quando vamos por novos caminhos, estamos
desenvolvida e é onde temos o córtex pré-frontal, aumentando as conexões do temporal,
que é o núcleo da nossa personalidade e semelhantemente a um GPS.
responsável pela intencionalidade, autorregulação,
autoconsciência, controle de pensamento, escrita, O lobo da ínsula, o lobo mais interno, está
fala e linguagem articulada. muito associado aos sabores, emoções, sentimentos
de nojo, desejo, orgulho, arrependimento, culpa ou
A emoção é um processo amplamente empatia e autoimagem. Acredita-se que os lobos da
distribuído pelos lobos. ínsula dos psicopatas são menores, pois não sentem
empatia nem culpa.

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4 ventrículo te e cerebelo
3 ventrículo diencéfalo
1/2 ventrículo laterais
Hemisférios cerebrais
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Em relação às divisões das demais áreas,


temos a seguinte divisão de cores no nosso tecido
cerebral, em primárias e secundárias (aquelas que
executam e auxiliam, respectivamente):

MENINGES

As áreas de associação, ou secundárias, são


aquelas as ações de preparação. Exemplo: Norma
fala que irá caminhar no açude; a formulação da As meninges possuem uma relevância clínica
imagem de si caminhando no açude facilita e prepara considerável. O sistema nervoso central (SNC) é
as sinapses das áreas primárias relacionadas à completamente envolvido pelas meninges, que são
execução. membranas conjuntivas membranáceas que
ÁREAS DA LINGUAGEM promovem a proteção do encéfalo
Essas membranas conjuntivas (meninges) são
Nas áreas de divisão cerebral, temos a área de
compostas por três camadas (de fora para dentro):
brocagem (Broca), localizada na região frontal,
dura-máter, aracnoide e pia-máter, além da
inferior, e está relacionada com a expressão, já a
presença do líquor (LCE líquido cefaloespinal)
área de Wernicke está localizada na região posterior,
entre a aracnoide e a pia-máter, cuja função é de
e está relacionada com a percepção, compreensão,
proteção do SNC.
com o entendimento da palavra.
Teremos suprimento venoso e arterial, porque
depois que passamos dessa camada, temos o tecido
cerebral, e esse tecido necessita de um alto
suprimento sanguíneo.

O espaço entre a dura-máter e a aracnoide é


um espaço virtual, porque uma membrana é muito
próxima da outra. O único espaço que chamamos de
real seria o espaço entre a aracnoide e a pia-máter.
Pergunta uma coisa e a pessoa responde outra A dura-máter é a membrana mais resistente,
sem sentido: Wernicke. é uma membrana que se puxarmos, ela não irá se
romper com facilidade, pois é extremamente
Atenção, para a prova, será importante ter em resistente, como seu nome já diz.
mente a imagem (resumo) a seguir. Essa membrana é muito rica em fibras
colágenas, é inervada principalmente pelo n.
trigêmeo e vascularizada pela a. meníngea média.

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Só chegamos ao tecido cerebral após rompermos O espaço entre a aracnoide e a pia-máter é


essa membrana. chamado de subaracnoide, que é onde passa o
líquor. O espaço entre o osso e a dura-máter é
O cérebro não dói, mas a dura-máter, sim.
chamado de epidural. O espaço entre a dura-máter
A dura-máter, no cérebro, possui duas e a aracnoide é chamado de subdural. Muitos
camadas. É como se no cérebro ela fizesse um edemas seguem essa nomenclatura, bem como
margeamento de duas folhas, uma mais próxima do anestesias.
crânio e outra mais próxima da aracnoide. Isso é
CRÂNIO
importante porque no espaço entre uma camada e Epidural (virtual)
outra temos o seio venoso, chamado de seio venoso DURA-MÁTER
subdural (virtual)
do cérebro, então é esse seio que capta nosso
ARACNOIDE
sangue e o direciona para o coração. subaracnoide (real) LCE
+ vasos sanguíneos, rede
arterial para o cérebro
PIA-MÁTER

Todos esses espaços entre uma membrana e


outra são chamados de espaços virtuais, com
exceção do espaço entre aracnoide e pia-máter,
ocupado pelo LCE (líquido cefaloespinhal, mais atual,
líquor ou líquido cefalorraquidiano).

Esses espaços podem deixar de ser virtuais e


passarem a ser reais em decorrência de um trauma,
onde o edema originado passa a ocupar o espaço
virtual, que passará a ser real.
de um seio venoso na região, um mais externo, em
contato com o periósteo, e outra porção mais interna, Se um edema ultrapassa apenas o crânio, sem
que estará em contato com a aracnoide. atingir a dura-máter, será um edema epidural; se
esse edema ultrapassa o crânio e a dura-máter, ele
Se tivermos exposição do crânio, patógenos será chamado de edema subdural; se ultrapassa a
podem atravessar os canais, periósteo e endósteo, e aracnoide, ele será chamado de edema
chegar na meninge, e como essa membrana tem subaracnoide uma região composta de vasos, o
uma rica vascularização, então pode haver uma que pode gerar uma hemorragia subaracnoide. Se o
disseminação desses patógenos. Essa via de acesso tecido cerebral for atingido, poderemos, ainda, ter
também pode ser venosa, pela a. meníngea, por um edema parenquimatoso.
exemplo.
Atenção para os seios venosos e para os
traumatismos cranioencefálicos.

A dura-máter tem uma especificidade quando


falamos de cérebro, pois nessa região ela é formada
por dois folhetos que, em alguns pontos, serão mais
dilatados, compondo um seio venoso (sangue pobre
em oxigênio). Nesse espaço, temos a captação de
sangue venoso que se distribui pelo nosso tecido
cerebral e vai para o coração.

Na imagem: na pinça, temos a dura-máter; em


vermelho, os ramos da artéria meníngea média; em
azul, associado aos seios venosos; depois temos a
arcanoide e, mais internamente, a pia-máter.
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Os pontos de dilatação estão em regiões Nesse margeamento do diafragma da sela


específicas do cérebro. Uma dessas regiões é a temos a presença de estruturas muito importantes,
foice do cérebro, uma área de invaginação que tem como: artéria carótida externa, quiasma óptico, nervo
a capacidade de dividir os hemisférios em direito e oculomotor, troclear, abducente, ramos oftálmico e
esquerdo; descendo, temos o tentório do cerebelo, maxilar do n. trigêmeo.
que separa a região do occipital do cerebelo;
descendo, temos ainda a foice do cerebelo,
separando os hemisférios cerebelares; e o último é o
diafragma da sela, tendo uma grande influência no
seio cavernoso. Em cada um desses tentórios haverá
a presença dos seios durais.

Esses pontos de dilatação da aracnoide são


chamados de granulações aracnoidas, localizada
nos seios durais (principalmente no seio sagital
superior), que captam o líquido para daí fazê-lo à
confluência dos seios durais. Essa granulação é
importante para evitar a hidrocefalia.
Atenção para os seios durais e
especialmente o seio sagital superior, pois é o A pia-máter é a camada mais interna das
principal que recebe o líquor mas não exclusivo. meninges, que está em conato direto com o
parênquima cerebral, a sua maior influência está
Os seios durais se assemelham aos canos associada com a aracnoide.
maiores de uma rede ramificada de tubulação. Na
medida que os pequenos vasos vão se unindo, eles O líquido cerebrospinal é produzido pelos
vão terminar na confluência dos seios de onde serão ventrículos, antigamente chamado de espaços
direcionados para a jugular interna. vazios. Temos a presença de quatro ventrículos:
lateral direito, lateral esquerdo, o terceiro ventrículo
Os seios durais são muito acometidos no e o quarto ventrículo, nos quais temos a presença
aneurisma, pois devido à dilatação, há um afinamento dos plexos coroides, que produzem em torno de 400-
da parede dos vasos que pode dar causa a um 500ml/dia de líquor, que passa dos laterais para o
extravasamento de sangue (significa uma ruptura). É terceiro e do terceiro para o quarto (percurso do
muito comum a ocorrência dessas hemorragias nos líquor).
seios durais.

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No quarto ventrículo temos a presença de A diferença de pressão é responsável pela


dilatações, chamadas de aberturas laterais, passagem do líquor e também tem influência na
mediais e central, e dessas aberturas teremos o irrigação do tecido cerebral. Uma infecção no líquido
direcionamento do líquido para o espaço é importante, pois pode implicar em uma infecção em
subaracnoide. Do espaço subaracnoide, as todos os locais da sua passagem. É caso de
granulações conduzem o líquido para o seio sagital internação de urgência. Espinha bífida também pode
superior (na foice do cérebro). implicar em problemas na drenagem do líquido,
muitas vezes em associação com hidrocefalia.

MEDULA ESPINHAL
Atenção para o percurso do líquor, pois se
tivermos um problema na produção/captação do
líquido, o indivíduo pode apresentar hidrocefalia, que
é uma síndrome resultante do desbalanço entre
produção e absorção do LCE.

O encéfalo é protegido pelo crânio e a nossa


Na imagem da direita, observamos um acúmulo
de líquido nos ventrículos, que estão dilatados. medula, por sua vez, é protegida pela nossa coluna
vertebral. Para entendermos esse assunto,
No bebê, a hidrocefalia se apresenta com o
necessitamos de relembrar alguns conceitos.
aumento do crânio, já em uma pessoa adulta,
teremos o aumento da pressão intracraniana, o que Nossa coluna vertebral é formada por 33
é grave e requer intervenção cirúrgica para inserção ossos, divididos em região cervical (7 vértebras C),
de uma válvula para retirada do acúmulo de líquido. torácica (12 vértebras T), lombar (5 vértebras L),
Geralmente é uma condição permanente, que requer
sacral (5 vértebras S) e cóccix (vértebras Cx),
avaliação e monitoramento constante.
algumas pessoas podem apresentar 34.
Vamos repetir o caminho do líquor: plexo
Os ossos da coluna vertebral possuem uma
coroide está nos ventrículos laterais e no terceiro e
quarto ventrículos, que produzem ~400-500ml/dia de configuração anatômica que permite a passagem, no
LCE; depois de produzido, termina no quarto interior, por um orifício, do arco vertebral. A nossa
ventrículo, onde há a presença de aberturas laterais, medula está protegida por todo esse arco vertebral
centrais e medianas, de onde o LCE irá para o das nossas vértebras.
espaço subaracnoide, passando a circular por todo
o SNC, sendo captado pelas granulações
aracnoideas e caindo no seio dural (seio sagital
superior), onde se mistura com o sangue venoso,
sendo daí conduzido para a veia jugular interna que
fará a passagem desses líquidos para o coração.
O líquor é transparente, quando há uma
infecção ele fica amarelado. Quando chega no seio
venoso, já não é mais LCE, é sangue venoso.

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Na medula, a dura-máter só tem uma camada


(sem a presença dos seios venosos), enquanto no
cérebro ela possui duas camadas.
A partir desse contexto, é pela medula que
teremos a formação dos nervos espinhais. Esse tubo
cilindro de tecido nervoso central promove a saída
dos nervos que formam o sistema nervoso periférico
e cada um desses nervos é responsável por inervar
as porções do nosso pescoço, membro superior,
tórax, região do abdômen, até os nossos membros
inferiores.
A tetraplegia (região cervical) e a paraplegia
(região torácica) são condições em que o indivíduo
perde, respectivamente, o movimento nos quatro
membros: inferiores e superiores; já na paraplegia, o
indivíduo só movimenta os membros superiores.
Para o entendimento desses comprometimentos é A região em azul e roxo, mais alargada, é
importante conhecer as regiões vertebrais. Quanto chamada de intumescência lombossacral. As
mais alta a lesão, mais grave ela pode ser. intumescências são regiões da medula que possuem
a maior concentração de neurônios, os quais
inervam os membros inferiores.

A lesão de plexo braquial, que ocorre no


momento do parto, é uma ruptura desse plexo,
responsável por inervar nossos membros, podendo
o bebê ficar com o braço mais fraco.

Uma lesão no nervo é uma lesão no sistema


nervoso periférico, já uma lesão na medula é uma
lesão no sistema nervoso central.

A medula espinhal é um tubo cilindroide em Uma lesão ao nível do pescoço, estaríamos


formato de cone (vai afinando para baixo), protegida aproximadamente no nível do quarto nervo espinhal
pelas meninges, cuja extensão em cumprimento (o que representaria uma tetraplegia); ao nível do
mede aproximadamente 45 cm, indo até a região mamilo atingiria o quarto nível torácico, livrando os
lombar (L2), limitando-se cranialmente com o bulbo membros superiores; uma lesão ao nível do umbigo
pelo nível do forame magno. seria o décimo nível torácico (do umbigo para baixo
representaria paraplegia). A intumescência
Quando termina o cone medular, temos a saída lombossacral é responsável pela inervação dos
de nervos, que chamamos de filamentos nervosos, membros inferiores, portanto, uma lesão a partir do
os quais constituem a cauda equina, e são quadril pode representar perda de movimentação.
responsáveis por inervar nossos membros inferiores.
A nossa medula espinhal possui a função de
Temos 31 pares de nervos espinhais. O carregar informações sensoriais e motoras. Em um
primeiro nervo cervical sai antes da C1, portanto, corte transversal da medula, é possível observar uma
temos 8 nervos cervicais; 12 nervos torácicos, região em formato de H, chamada de substância
pois o primeiro sai depois da primeira vértebra cinzenta, ou corno, coluna, com a presença de
torácica; 5 nervos lombares; 5 nervos sacrais e 1 corpos de neurônios que vão captar e enviar
nervo coccígeo. mensagens aos nossos membros; bem como temos
uma substância lateral, ao redor do corno, chamada
de substância branca, também chamada de
funículos da medula, com a presença dos axônios.

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repercussões sensoriais e motoras, disfunções


sexuais no indivíduo que sofreu uma lesão na região
sacral.
Se a lesão só pegar a parte anterior na medula,
o comprometimento será motor; se a lesão ocorrer
na parte anterior, o comprometimento será sensorial;
já se a lesão for apenas na parte lateral, a maior
repercussão, dependendo do nível, estará associada
com o sistema nervoso autônomo.

Se eu tenho uma lesão no L3 para baixo, não


há paraplegia nem tetraplegia, pois nessa região da
cauda equina (periférico) não há mais neurônios,
mas nervos espinhais que fazem a inervação dos
Temos uma parte anterior (ventral) e uma parte membros inferiores. Da L3 pra cima: lesão do SNC;
posterior (dorsal) da substância cinzenta da medula.
da L3 pra baixo: lesão do SNP (recuperação mais
A partir dessas duas vias, anteriores e posteriores, é
tranquila, a depender da idade).
que temos a formação do nervo espinhal, que é
misto, carregando tanto informação sensorial quanto O crescimento do osso/medula espinhal, após
motora. Na zona cinzenta, o neurônio da via posterior o nascimento, não acontece na mesma medida, o
é sensorial e anterior é motor. osso passando a crescer mais rápido do que a
medula.
Se um indivíduo lesiona a medula, essa lesão
pode ser completa ou parcial, então uma lesão ao Se a gente tiver uma lesão no osso, temos que
nível T4, do mamilo para baixo haverá perda de fazer uma continha para saber a parte da medula
movimentação e sensibilidade dos membros afetada, isso porque uma lesão na região da medula
inferiores (paraplegia), já uma lesão ao nível do de C2 a T10, temos que adicionar 2 ao número do
décimo nível da medula espinhal implica em perda processo espinhoso (PE) dessa vértebra para
da sensibilidade do umbigo para baixo. O mais grave obter o número do segmento medular (SM)
é o do peito. afetado. Ex.: PEC6 = SMC8, esse paciente seria
tetraplégico.
O que diferencia a região T4 e T10? O nível. T4
é ao nível do mamilo, o que temos nessa região?
Costelas, pulmão, coração, etc. Além da função
motora e sensorial da medula, temos ainda uma
função associada ao sistema nervoso autônomo,
que é o que conhecemos como sistema nervoso
simpático (toracolombar) e parassimpático
(lombossacral). A inervação das nossas vísceras sai
do sistema nervoso toracolombar, desde T1 até L5.

O que acontece se temos uma lesão ao nível


T4? Podemos ter prejuízos respiratórios e cardíacos,
porque nossa medula espinhal possui uma anatomia Por que adiciona o 2? Termina medula, mas
anterior e posterior, apresentando neurônios nas continua osso, e nosso tecido nervoso é como se
colunas laterais, que fazem parte na inervação das fosse mais encurtado e o osso é largo e comprido,
vísceras. de forma que uma lesão no osso pode ser uma lesão
em vários níveis da medula, cujo tecido é mais
Lesões acima de T6 são muito sérias para o compacto.
coração e para pulmão por conta do sistema nervoso
autonômico. Essa inervação autonômica está muito
associada ao controle do esfíncter, às nossas
genitálias, especialmente a região sacral, portanto,
estamos falando em ereção e ejaculação, isso para
homem e para mulher. São muito comuns, além das

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sensoriais e motores da região da medula, de um


nível, então a resposta motora acontece
imediatamente. Ex.: reflexo de retirada imediata do
braço ao tocar uma superfície quente a nossa
medula também é responsável por essa informação.
Cada nível dos nossos reflexos é processado
na nossa medula. O que é o reflexo? Temos um
estímulo sensorial que estimula um neurônio
Processo espinhoso é a parte óssea (mais sensorial, que está na via sensorial. Vai ter uma
posterior) e processo medular seria a parte sinapse direta com o neurônio motor, onde acontece
nervosa. o reflexo, cuja informação irá depois para o cérebro
(quando tomamos consciência do reflexo, depois).
Paciente fraturou a 4ª vértebra lombar (L4),
fragmentando-a completamente. Esse paciente
ficará paraplégico? Não, pois não houve lesão na
medula, que só vai até a L2, repercutindo nos nervos
da cauda equina (SNP), podendo ter repercussões
na sensibilidade e fraqueza muscular, mas poderá
andar, pois não atingiu os neurônios.

Paciente fraturou osso T11 e T12, ou seja,


acometeu segmentos medulares lombares
(membros inferiores). Esse paciente ficará
tetraplégico? Não, ficará paraplégico com Uma lesão nessa região (em x vermelho)
repercussões no controle do esfíncter e nas funções impede a sinapse da informação da área estimulada,
sexuais. e se não tem como fazer a sinapse, não há como
Lesão medular na T10, como esse paciente ativar o neurônio motor.
chega? Apresentará paraplegia, sem sentir do Atenção! Uma coisa é nervo (SNPeriférico),
umbigo para baixo (lesão óssea na T8). Uma lesão na outra coisa é medula (neurônio). Se a lesão for no
medula C4 seria uma lesão óssea na C2. nível torácico T3, teremos problema em uma
Se a lesão for logo abaixo do occipital, teremos inervação, mas se for na medula haverá prejuízo na
prejuízo na espinhal 1; se for logo abaixo da C1, parte motora, sensorial, de reflexo e de parte
teremos prejuízo na espinhal 2, então uma lesão no autonômica da cintura pra baixo. Nervo = sistema
corpo da C1 pode representar um prejuízo medular nervoso periférico, medula = sistema nervoso
tanto na C1 quanto na C2. A C1 possui essa central.
diferença. Então a partir da C2 temos que fazer a Há uma fase aguda, nessas lesões, em que o
continha. paciente pode ficar sem reflexo e, superado isso, o
Saindo do occipital, temos o tronco encefálico. paciente pode apresentar hiperreflexia (condição
Se eu tenho uma lesão no osso, a força do impacto associada ao SNC), quando as vias ficam muito
pode prejudicar o tronco encefálico. aguçadas, apresentando reflexo exacerbado, porque
o sistema nervoso central tem uma condição
Importante mencionar, entretanto, que essa chamada espasticidade, que é o aumento dos
conta não é exata, por conta das variações reflexos.
anatômicas que um indivíduo pode apresentar.
Retomando: SNP associado com os nervos
Quais são as funções da medula? Função espinhais (saem da medula espinhal, em número de
sensorial, motora e função autonômica, 31 pares) e cranianos (10 saem do tronco encefálico
dependendo da região, bem como função reflexa, e 2 da base do cérebro). Esses nervos podem ser
que é uma função de defesa. sensoriais, motores ou mistos (informação sensorial
O reflexo medular é uma informação de via e motora) todos os nervos espinhais são mistos.
motora que acontece antes de ser processada no Lembrem da fotografia da medula, com a região
cérebro, então temos uma conexão dos neurônios anterior e dorsal com neurônio sensorial e motor, de

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onde saem as raízes ventral e dorsal formando o Antes de iniciarmos tronco encefálico, é bom
nervo espinhal, de formação mista, portanto. lembrarmos da influência cranial no sistema nervoso
parassimpático tronco encefálico. Recordemos,
Em algumas regiões específicas da medula
pois, dos nervos cranianos:
espinhal temos ainda um neurônio localizado na
coluna lateral responsável pelo SNA, que por sua vez
se divide em simpático (tóraco-lombar) e
I nervo olfatório;
parassimpático (crânio-sacral).
II nervo óptico;
Na literatura é muito comum encontrar que
esses controles são antagônicos, porém essa divisão
* III nervo oculomotor;
do SNA é complementar, um sempre tende a IV nervo troclear;
aumentar o metabolismo enquanto o outro tende a V nervo trigêmeo;
diminuir o metabolismo, é comum encontrar que são VI nervo abducente;
antagônicos, mas o ideal deles é a manutenção do
equilíbrio, assim, a atuação de um não implica em
* VII nervo facial;
dizer que o outro não está atuando, apenas que um VIII nervo vestíbulo coclear;
se sobressai em repouso. * IX nervo glossofaríngeo;
SNAS tóraco-lombar: são 7 níveis cervicais, *X nervo vago;
12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 cóccix. XI nervo acessório;
Nessas regiões, quando encontramos o neurônio
lateral, estamos nos referindo ao SNAS (autônomo
XII nervo hipoglosso.
simpático). SNAS relação direta com o cérebro,
que possui 5 lobos (frontal, temporal, parietal,
occipital e lobo da ínsula) que sofrem influência do III nervo oculomotor: grupo motor do olho (voluntário)
IV nervo troclear: grupo motor do olho (voluntário)
SNA, pois possuem uma conexão direta. SNAP VI nervo abducente: grupo motor do olho (voluntário)
crânio-sacral. I nervo olfatório;
II nervo óptico;
Para descontrair: fisiologia do romantismo frio na barriga, rubor, é o V nervo trigêmeo: tem 3 raízes, olftálmica e maxilar
(sensoriais), e mandibular (mista), a maior porcentagem do
sangue indo para a periferia porque você precisa fugir dessa situação kkk trigêmeo, portanto, é sensorial;
VII nervo facial: sensorial para língua/paladar e motor para
fluxo sanguíneo saindo da parte central do tronco para a periferia SNAS. expressão facial, portanto, é misto; também está associado
O coração bate mais rápido... SNAS quando a paixão vira amor quem com produção de lágrima, produção de secreção nasal e
saliva (parassimpático);
sobressai é o SNAP. Quando não se fala coisa com coisa com o paquera, IX nervo glossofaríngeo: saliva associado com
quando estamos apaixonados, é porque é tanta emoção envolvida, uma parassimpático;
VIII vestíbulo coclear: região do ouvido, audição e equilíbrio;
descarga tão grande de emoção, que o sistema nervoso simpático desliga o X
maior nervo que temos, saindo do tronco encefálico até as
frontal, pela alta descarga de adrenalina. porções abdominais e é tão potente que sua estimulação é
terapêutica para epilepsia;
Então se a gente tem uma redução do frontal, vamos perder um pouco da XI nervo acessório: nervo motor com influência no
movimento do pescoço;
razão. Já o temporal está relacionado com as memórias. O parietal por sua XII nervo hipoglosso: nervo motor (língua);
vez, está associado com a sensibilidade. O occipital, da visão, está associado
com o occipital, importante para a atenção e para o entendimento do
Em linhas gerais, são quatro os nervos que
feedback do outro. O lobo da ínsula está associado com empatia, com saem do tronco encefálico que tem relação direta
percepção do corpo no espaço. com o parassimpático: facial, glossofaríngeo e
vago, bem como o oculomotor, cuja ação na
dilatação/contração da pupila possui relação com o
parassimpático (SNAP).

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TRONCO ENCEFÁLICO

É a parte mais antiga do cérebro, herdada


dos répteis, pelo que também é conhecido como
cérebro reptiliano. Nossas funções vitais dependem
do tronco encefálico, responsável pela respiração e
pelo batimento cardíaco, por exemplo.

Pacientes com lesão nos lobos cerebrais não


costumam vir a óbito: lesão no frontal alteração
personalidade, lesão no temporal alteração da
audição, lesão no occipital visão, entretanto,
quando temos um paciente com lesão no tronco
encefálico, a história muda, pois ele, como dito, é
responsável por funções vitais ao organismo.

Na medula espinhal temos os níveis, e quanto


mais superior for a lesão, maior o impacto nos
controles vitais. Ao observar um tronco, note que há uma
Importante mencionar que, na pediatria, o região de onde sai apenas um nervo:
tronco encefálico está relacionado com
prematuridade, porque cada semana implica em
aumento dos giros e sulcos cerebrais e
corticalização, então quanto mais prematuro, mais há
tendencia a uma constituição encefálica mais lisa,
que seria lisencéfalo, ou paquicéfalo. Com 30 Esse púnico ne trigêmeo, que sai sozinho da
semanas de gestação, temos apenas cerca de 30- ponte, parte mais robusta. Abaixo da ponte está o
40% do nosso sistema nervoso organizado, então bulbo, e acima está o mesencéfalo.
essas etapas finais são muito importantes para a
organização do sistema nervoso.

Com relação ao autismo, síndrome de Down,


etc, os indivíduos com essa condição devem ser
estimulados devido à plasticidade cerebral.

Tronco encefálico é constituído por


mesencéfalo, ponte e bulbo ( MPB ), estando no
limite inferior com a medula espinhal e superior
associado com as porções do diencéfalo por isso Lembrem que 10 nervos cranianos estão no
que lesões muito altas podem pegar o tronco tronco encefálico, e essa ordem é crescente:
encefálico. mesencéfalo nervos menores; ponte nervos
intermediários; e bulbo nervos maiores.

Na ponte temos o V par, acima, no


mesencéfalo temos o III e IV pares; os demais
pegando a parte do bulbo.

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PONTE

A ponte é uma região intermediária que dá


suporte ao bulbo (chamado de centro respiratório,
que também está muito associado ao cardíaco), bem
como possui importante relação com o cerebelo,
sendo um centro de transmissão de impulsos para o
cerebelo e facilitando a passagem de fibras nervosas
que ligam o cérebro e a medula.
É importante entender que o tronco encefálico
tem relação com o cerebelo.

Mesencéfalo
diencéfalo, e tem relação direta com II e o IV pares
BULBO
cranianos, possuindo estruturas com relação direta
com porções associadas a informações de visão e Já o bulbo possui um sulco bulbopontino, do
audição, devido aos colículos superiores e qual saem o VI, VII e VIII pares cranianos desse sulco.
inferiores. Também tem muita influência coma No bulbo propriamente dito, no bulbo isolado, temos
questão de movimentação. Como o II par craniano o IX, X, XI e XII pares cranianos.
sai do mesencéfalo (responsável por contração da
pupila), é muito comum fazer o teste a luz no olho do O bulbo é muito influente no controle da
paciente em caso de traumatismo, se o paciente não respiração, da parte basal, da parte básica:
contrai a pupila, isso indica uma lesão alta. respiração, batimentos cardíacos, pressão do
sangue, reflexo de salivação, espirro, tosse e ato de
Outra parte importante do mesencéfalo engolir. Como o bulbo exerce influência na
associada com movimento, está relacionado com a respiração e parte cardíaca, muitas vezes os
substância nigra. Há uma região no mesencéfalo indivíduos que sofrem overdose de drogas tiveram
com alta concentração de neurônios relação com o bulbo. Overdose de opioide (como
dopaminérgicos, que tem muita melanina, são mais morfina) causa depressão no bulbo e pode ocasionar
escuros, daí a nomenclatura. Dopamina está morte pela parada na respiração.
relacionada com movimentação, que demanda alta
na dopamina. Pouca dopamina pode implicar em
depressão, por exemplo. A fisiopatologia do
Parkinson também está relacionada com a
substância nigra, com a degeneração progressiva
dessa substância geralmente se utiliza
medicamento para aumentar a dopamina. Portanto,
mesencéfalo substância nigra. Dessa forma, o
mesencéfalo possui uma região de forte associação
com neurônios dopaminérgicos. Os impulsos nervosos conduzidos pelo bulbo
No tronco encefálico, temos corpos de se relacionam com a propriocepção consciente ou
neurônios agrupados em núcleos e fibras nervosas, sentido de posição e movimento do corpo; tato
sendo que muitos desses núcleos recebem ou discriminativo, que permite a localização e
emitem fibras nervosas que participam na descrição de características táteis de um objeto ou
constituição dos nervos cranianos. Dos 12 pares dos discriminar dois pontos; sensibilidade vibratória e
nervos cranianos, dez deles se conectam ao tronco estereognosia, que é a capacidade de percepção,
encefálico. com as mãos , de forma e tamanho de objetos sem
uso da visão. Além de tudo isso, o bulbo possui
influência com a vigília, de estar acordado, de estar
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alerta. Então, o nosso bulbo vai distribuir todas essas influenciando na movimentação. A ingestão de álcool
vias de sensibilidade, especialmente para a região , inibe o frontal, impedindo a integridade da
parietal e também para a região occipital e temporal, via dificulta a conexão da parte frontal e pré-frontal
por causa da visão e audição. Logo, extremamente (movimento). Beber uma ou duas vezes, isso será
importante essas vias de conexão do tronco neuroquímico em estado de sobriedade não
encefálico para nossas regiões mais corticais, acontece, porém, com mais de dez anos de
especialmente o bulbo. alcoolismo teremos morte dessas estruturas, o que
impede a correção. Andar do bêbado problema
Por tudo isso, o bulbo é chamado de centro
relacionado com cerebelo, que é responsável pela
vital, por sua importância para funções de
coordenação e equilíbrio.
sustentação da vida.
Uma lesão no cerebelo implica em prejuízo das
FORMAÇÃO RETICULAR
funções, porém a pessoa percebe, tem consciência
É no bulbo que temos uma região chamada de da perda das suas capacidades.
formação reticular. O que vem da periferia passa
Proporcionalmente falando, há mais neurônios
pelo tronco e daí segue para as regiões de
no cerebelo do que no cérebro. Quando fazemos um
consciência e quando as informações chegam
corte, por exemplo sagital (imagem abaixo), é
nesses lugares, isso significa que temos consciência
possível notar que a região externa é cinza, o que
do que acontece no nosso meio já o que acontece
significa que os corpos de neurônios estão
no reptiliano, por exemplo, ocorre no subconsciente.
localizados na parte cortical do cerebelo e no
Outras funções associadas ao tronco interior temos a substância branca:

associação com o controle dos níveis de oxigênio e


gás carbônico no sangue e o controle da frequência
cardíaca, a depender do repouso
(bulbo)/exercício(ponte).
CEREBELO

Possui uma relação muito importante com o


equilíbrio, coordenação, controle motor fino e
grosso. Quando a gente está aprendendo a dirigir,
nossas vias de atenção estão muito acesas, frontal,
temporal, parietal, já quando estamos praticantes, já
não estamos mais tão atentos: quando a gente tem o
Um ponto importante: cerebelo não cruza!
Dessa forma, uma lesão no lado direito dessa região
atenção diminui é o nosso cerebelo que diz a todo implica em prejuízos no mesmo lado da lesão. Já no
tempo que um movimento deve ser corrigido. cérebro o cruzamento acontece no bulbo lesão
tem prejuízo no lado oposto! Hemisfério do
O cerebelo exerce enorme influência no córtex
frontal, porque ali tem conexão direta com via de cérebro hemisfério do cerebelo.
troca de informação. O nome do cerebelo, como sua Da mesma maneira que acontece no cérebro,
nomenclatura mesmo diz, significa cérebro pequeno temos o cerebelo do lado direito e cerebelo do lado
e está localizado logo abaixo da região occipital, esquerdo devido à divisão em dois hemisférios,
região muito susceptível a lesões, de forma que direito e esquerdo, com uma parte central chamada
alguns traumatismos cranioencefálicos podem vermis. Quanto mais periférica for a lesão no
machucar o cerebelo, um exemplo comum é a lesão hemisfério, mais prejuízo nas partes distais do corpo,
de rebote em automobilísticos apresentar uma lesão quanto mais próximo do centro, mais prejuízo na
secundária no cerebelo. Por isso: traumatismo região do tronco.
craniano exame de imagem.
O cérebro tem 5 lobos, já o cerebelo possui 3
No alcoolismo, há alterações de personalidade lobos: anterior, posterior e flóculo-nodular.
e alterações motoras. Em estado de sobriedade há
conexão do cerebelo com o córtex frontal,
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cerebelo anterior com conexão com a medula


espinhal espinocerebelo.
Em termos de evolução quem veio primeiro foi
o vestíbulocerebelo, depois espinocerebelo e
cérebrocerebelo. Quanto mais detalhado o
movimento, mais significa que estamos usando o
cerebelo mais novo, o posterior, que é mais
desenvolvido porque temos uma riqueza de
Em termos de evolução (nascimento), a movimentos distais.
primeira região que apareceu foi a do flóculo-
No movimento de pegar o livro em uma
nodular, que é importante para o equilíbrio e
estante, temos o uso dos três cerebelos, devido à
movimento ocular. Já a parte posterior
necessidade de equilíbrio, posicionamento da
(cérebrocerebelo) é a mais recente, mais nova
cabeça e da movimentação dos membros
(movimentos distais, finos) e o espinocerebelo
(movimento grosso e de pinça).
está bem associado à coordenação dos movimentos
(macroscópicos dos membros). Relacionado a isso, A lesão mais séria aconteceria na região do
temos uma regulação do tônus muscular, associado vestíbulo do cerebelo, depois no cerebelo anterior
à postura. (prejuízo no tônus) e depois no cerebelo posterior
(prejuízo mais distal). Porém, quanto mais próxima a
A manutenção do tônus muscular é dada pelo
lesão na parte nova do cerebelo, melhor para as
lobo anterior do cerebelo. Lembrando que o tônus
basais do paciente.
também tem a ver com as emoções, o que deve ser
levado em consideração no manejo terapêutico dos Cerebelo e controle motor controle do início,
pacientes. nível e taxa de produção de força do músculo.
Comando voluntário do movimento sinais
sensoriais feedback corretivo, imprecisão x precisão
do movimento.
O cerebelo é vital para o controle da atividade
muscular antecipatória em várias articulações e para
a modificação da resposta.
Tempo, qualidade, execução do movimento,
velocidade, trajetória, tudo isso é característico do
cerebelo. O tremor de ação (cerebelo) é diferente
tremor do Parkinson é tremor de repouso.

O nosso vestíbulo coclear tem relação direta


com o floculonodular via vestíbulocerebelo. O lobo
posterior do cerebelo tem relação dieta com o córtex
motor (frontal) via cerebrocerebelo. A parte do

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DIENCÉFALO Çposteriormente, mais próximo do cerebelo,


temos o epitálamo (linha horizontal vermelha), onde
temos a glândula pineal.

E escondidinha, engtre mesencéfalo e tlamo,


temos o subtálamo (pequena linha horizontal
vermelha).

O delineado vermelho representa o


diencéfalo, que fica acima do mesencéfalo e you
embaixo do corpo caloso. Em uma sequência
decrescente, temos o diencéfalo, tronco, medula O tálamo são duas massas ovóides que agem
espinhal, que é uma região chamada de subcortical, como filtro modulador, captando informações
porque não está sensoriais que recebemos do meio e distribuindo
para o córtex cerebral, da mesma forma o faz com as
O diencéfalo é formado por quatro partes: informações motoras do córtex cerebral e distribui,
tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo. atuando, portanto, como um reler motor e
sensorial.

Tálamo, núcleo ovoide localizado no hemisfério


direito e esquerdo. É um núcleo de substância cinzenta (corpos
de neurônio) que se localizam em campos
Na frente do tálamo temos o hipotálamo, onde específicos, sendo um grande núcleo cheio de
temos a hipófise (em verde): núcleos menores que se conectam com partes
específica do córtex cerebral.

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estrogênio progesterona e testosterona. Nosso


hipotálamo regula todo nosso corpo, relacionando-se
com a tireoide.

Portanto, o hipotálamo possui centros (corpos


de neurônio) que regulam o comportamento
emocional, o equilíbrio hídrico (regulação da
diurese), ciclo circadiamo (relógio biológico),
controla a conservação de calor do organismo,
No tálamo temos uma estrutura (em azul) que controla a pressão arterial, a saciedade e influencia a
se conecta no occipital, a parte verde se conecta alimentação.
com córtex auditivo, a parte em vermelho com
sensibilidade amarelo com a parte motora: Essa regulação hormonal do hipotálamo
exerce influência sobre o sistema neuroendócrino
(ajustes a longo prazo) e sistema nervoso autônomo
(ajustes rápidos).

É importante mencionar as vias do hipotálamo,


que com a descarga de
hormônio/neurotransmissores fortalece muito as
nossas memórias. O hipotálamo tem relação muito
direta com o olfato.

O hipocampo é bastante importante para a


conexão de memórias de curta duração, logo, um
problema no hipocampo implica em dificuldade de
O tálamo só não recebe a parte do olfato, que formação de novas memórias.
vai direto para o córtex pré-frontal, com associação
direta com memorias afetivas, emoções. O epitálamo é onde está localizada a glândula
pineal, responsável pela liberação de melatonina,
Crise epiléptica de ausência importante para o sono.

confundida com desatenção, porém é comum em O subtálamo é uma estrutura localizada em


crianças. São disparos anormais dos neurônios dois pontos (zona de transição), fazendo parte tanto
os do diencéfalo quanto dos núcleos da base e a sua
neurônios do córtex com tálamo. principal função está associada aos movimentos
(motricidade). Na doença de Parkinson é uma das
Assim, o tálamo possui funções sensoriais e vias afetadas, bem como é responsável pela
motoras; estando também associado com funções síndrome conhecida por hemibalismo,
emocionais devido a alguns de seus núcleos caracterizada por movimentos involuntários das
fazerem parte do sistema límbico ramificando para o extremidades do corpo ou Huntington.
córtex pré-frontal (mediando reações de raiva, medo
e defesa); bem como possui função de ativação
cortical, com seus núcleos conectando sistema
reticular ativador e córtex (perigo e ciclos de sono-
vigília).

O hipotálamo, por sua vez, está localizado


anteriormente ao tálamo e é importante para a
regulação da homeostase do organismo, regulando
nossos comportamentos e emoções.

É no hipotálamo que está localizada a hipófise,


que possui duas porções, neuro-hipófise (hipófise-
posterior) e adenohipófise (hipófise anterior),
associadas com produção e secreção d hormônios
diretamente na corrente sanguínea, exemplo:
hormônio do crescimento, prolactina, ocitocina,

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NÚCLEOS DA BASE

São núcleos de corpos de neurônios


localizados na substância branca, cuja função está
associada ao controle motor (vias motoras). Até
agora aprendemos que a via motora é formada pelo
frontal, vimos que o tálamo contribui para a porção
do movimento e vimos também cerebelo e tronco
encefálico e medula, entretanto temos estruturas que
regulam essa atividade, que está muito associada
aos núcleos da base.

Vias da movimentação: para se movimentar,


precisamos do neurotransmissor dopamina, que fica
armazenada em região da substância nigra. Se há
dopamina suficiente, o movimento acontece, se não,
o movimento fica mais lento. Dopamina regulação
do movimento. Todo movimento voluntario é
planejado. O pré-frontal deseja fazer um movimento,
fazendo uma sinapse direta com o npucleo caudado
e com putâmen (o movimento ainda não aconteceu,
é a preparação). Depois dessa conexão inical, temos
sinapses entre o globo pálido medial e globo pálido
medial e também a conexão da substância nigra com
Os núcleos da base são formados por cinco
o subtálamo (função movimento), ou seja, há uma
núcleos, um mais externo em contato direto cocm os
relação direta com essas porções para verificar se há
ventrículos laterais, que é o núcleo caudado; na parte
dopamina suficiente, se positivo, o tálamo diz ao
mais inferior há três bem próximos um do outro, são
córtex motor movimento para fazer o movimento, e o
dois núcleos, o mais externo, putâmen e os
movimento acontece, se não tem dopamina o
pequenininhos, globo pálido lateral e globo pálido
movimento não tem condição de acontecer.
medial (mais interno). Vista lateral:
Lembrem que o tálamo recebe a informação do
desejo motor para ver se o movimento pode
acontecer ou não, então os núcleos da base
conversam com o tálamo, que é a via final, do tálamo
vai para o córtex motor. Então toda essa
movimentação é antes de o movimento acontecer.
Quem temp Parkinson o movimento é lento pela
pouca dopamina, a medicação para Parkinson
geralmente é L-Dopa.

Hoje em dia temos o TOC, antigamente


pensávamos que era apenas psicológico, porém com
o avanço dos estudos, descobriu-se que os núcleos
da base tem relação com o TOC, porque o núcleo
caudado além a função motora tem uma parte
Os outros dois vemos na imagem abaixo: cognitiva importante, recebendo informação direta
substância nigra e subtálamo. do córtex (cognitivo, voluntario)., entoa o núcleo
caudado tem respostas cognitivas importantes,
estando associado também com essa parte, por isso
quem tem transtorno do movimento, associado com
a dopamina, pode ter alteração na regulação
emocional. A fala é um ato motor que termina na área
de Broca, então alguns tipos de gagueira podem
estar associados com falhas de conexão dos núcleos
da base.

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Então a primeira sinapse córtex, núcleo


caudado e simultaneamente putâmen. Depois
dessas conexões, temos um jogo importante de
sinapse, lobo pálido externo interno com subtálamo
e com a substância nigra, e da substância nigra
temos uma conexão com o tálamo e do tálamo vem
direto para o córtex motor, exatamente o humúnculo
motor. Substância nigra (mesencéfalo e núcleos da
base ) e subtálamo (diencéfalo e núcleos da base)
fazem parte de dois comandos.

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A carótida interna adentra pelo carotídeo


Vascularização do ramificando em duas: a cerebral média e anterior. a
artéria oftálmica é ramo da carótida interna, mas
Sistema Nervoso Central vamos focar na artéria cerebral anterior e artéria
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES cerebral média.

Para entendermos a vascularização do sistema


nervoso, devemos entender que cerca de 20% do
metabolismo do O2 vai direto para o cérebro,
somente o encéfalo sendo responsável pelo
consumo de 15% do débito cardíaco (sangue
arterial).

Para termos um cérebro saudável, precisamos


ter um coração saudável. Da artéria aorta, teremos
artérias importantes que sobem para irrigar o
cérebro, a carótida interna (nasce da carótida
comum e passa pelo canal carotídeo mais
anteriormente, dividindo-se em duas ramificações
cerebral anterior e cerebral média) e a artéria
vertebral (com ajuda das vertebras vertebrais entra
posteriormente pelo forame magno, irrigando a
medula, tronco encefálico, cerebelo e porção mais
posterior do cérebro occipital). O suprimento do
cérebro basicamente vem dessas duas artérias.

A artéria cerebral anterior é uma das segundas


mais afetadas, a artéria cerebral média é a mais
afetada em termos de AVC, em termos de lesão.
Quando o paciente tem problema na artéria cerebral
anterior ele terá repercussões funcionais que
dependem do território de irrigação dessa artéria.
Temos a carótida interna do lado direito e do
lado esquerdo, cada artéria irrigando um hemisfério,
por isso quando temos um AVC na carótida interna
do lado direito, o prejuízo será no lado direito com
disfunção em algum lugar do corpo. O paciente com
disfunção no corpo do lado direito, lembre-se que
há cruzamento e a artéria afetada fica do outro
lado.

O polo frontal do cérebro tem relação direta


com território de irrigação da artéria cerebral média
(ACM). Então se o paciente tem problema nessa
artéria fraqueza muscular, alteração na
sensibilidade, incontinência urinaria, alteração da
memória e alterações emocionais. Artéria cerebral
anterior (ACA) irrigação do polo anterior, região
mais superficial, córtex, lobo parietal, lobo frontal,

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poções importantes do homúnculo motor e sensorial artérias reservas, por isso que alguns AVCs não
dessas áreas. A artéria cerebral média irriga mais por deixam sequelas.
fora, influenciando na memória (temporal),
sensibilidade e parte motora também, principalmente Prejuízo nos MMSS artéria cerebral média. Se
MMSS. A influência maior da artéria anterior é na o prejuízo for exclusivamente nos MMII artéria
memória associada com o frontal e artéria cerebral cerebral anterior. Acontece muito na clínica
média com a memória do lobo temporal. bloqueio na carótida interna, acabando por gerar
uma leve fraqueza muscular nos MMII, porém
acometendo mais os MMSS.

cerebral posterior, que afeta o occipital (exclusivo


para visão), então o indivíduo terá principalmente
repercussão nos marcos da visão, é uma irrigação
mais localizada, restrita. É importante saber que as
artérias vertebrais se unem e depois se dividem
novamente, sendo por meio dessas divisões
posteriores que temos a formação da cerebral
posterior, mas a sua
vertebral. A mãe da artéria cerebral média e
Um AVC na carótida interna afeta tudo com cerebral anterior carótida interna.
exceção do occipital (responsabilidade da artéria
vertebral). AVC na artéria vertebral afetando a
sensibilidade e motricidade dos MMII, é verdadeiro
ou falso? Falso, porque essa porção da vertebral
pega exclusivamente partes mais posteriores
(occipital, cerebelo, tronco encefálico), todas essas
estruturas de responsabilidade da artéria vertebral.

A imagem acima mostra a artéria cerebral


média. Todo o contexto frontal, temporal e parietal
tem grande influência da a cerebral anterior e média.
A posterior faz irrigação do occipital, oriunda da
artéria vertebral. A artéria cerebral média mais
destaque dos MMII hemiplegia/paresia
contralateral, afasias, etc. Broca - motora A artéria vertebral direita e artéria vertebral
Vernicke - compreensão esquerda se unem para formar uma artéria basilar,
que se ramifica para o tronco encefálico e para o
cerebelo artéria cerebelar anterior e artéria
cerebelar posterior, artérias da ponte, do bulbo e
do mesencéfalo, tudo nascendo da basilar. Da
basilar, temos saída da artéria cerebral posterior,
irrigação do lobo occipital. Outro exemplo da artéria
vertebral: saem duas ramificações que se unem para
irrigar a medula espinhal. A artéria vertebral irriga
muito posterior e inferior, enquanto a carótida,
médio e anterior. Todas as artérias são importantes,
Quanto mais calibrosa uma artéria, mais porque cada uma tem uma função específica.
potente ela é, por isso que um AVC na artéria
O circuito arterial do cérebro lembra um
cerebral média é mais complicado. Por isso temos
polígono.

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Esse circuito é formado pelas artérias


cerebrais anteriores direita esquerda, bem como
pela artéria comunicante anterior, fechando a
nossa região anterior do cérebro; na parte mais
medial temos a influência das artérias carótida
interna (direita e esquerda), saindo dela teremos
duas artérias comunicantes posteriores,
comunicando as artérias cerebrais posteriores, Drenagem venosa:
fechando o circuito que irriga todas as porções do
nosso cérebro. Algumas literaturas trazem que
artérias cerebrais medias fazem parte desse circuito,

como Moore, não as considera no circuito.

Com relação à vascularização da medula,


temos a artéria espinal anterior (única) que sai da
artéria vertebral. Também temos duas artérias
espinais posteriores, que também saem da artéria
vertebral, sendo que a artéria anterior só sai uma e
as posteriores saem duas e se juntam.

Memória cerebral média e inferior (região


frontal), mas também pode ter a ver com artéria
posterior se houver lesão na temporal posterior.

Com relação a drenagem venosa, devemos


lembrar dos seios dura-máter, onde temos duas
camadas (seios), porque os vasos de drenagem
venosa irão desembocar nesses seios, que vão cair
na jugular interna, voltando para o coração. O
caminho final da drenagem venosa, portanto, é veia
jugular interna. O mesmo ocorre na medula, onde
também temos um plexo venoso que capta o sangue
pobre em oxigênio que irá retornar ao coração.

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Uma vertebra típica apresenta uma estrutura


Pescoço basal da seguinte forma, com um corpo, processo
espinhoso e dois processos transversos e fazendo
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES a conexão do processo transverso com o processo
espinho e o corpo, temos um orifício chamado de
Nosso pescoço possui uma camada de pele, arco vertebral, onde está a medula espinal:
fina, depois temos o músculo platisma, que ajuda
muito na expressão facial, depois dele temos grupos
musculares importantes como o
esternocleidomastóideo (rotação e inclinação do
rosto). Para quem gosta de pediatria, há uma
condição muito comum, que é o torcicolo congênito
(criança já nasce), mas o adulto pode desenvolver o
torcicolo também. Posteriormente temos um outro
grande musculo, o trapézio, importante para a
extensão do pescoço. Esses dois músculos são
referências anatômicas para cirurgias cabeça-
pescoço. Nossas vertebras possuem diferenças e
características peculiares. A principal característica
Temos ainda no pescoço, vísceras, tireoide,
das vértebras cervicais, no processo transverso,
paratireoide, faringe, laringe, traqueia, vasos
tem a presença do forame transversário, por onde
(carotídeos e jugular), linfonodos, nervos.
passa a artéria vertebral, de modo que esse forame
deve estar íntegro para não prejudicar a irrigação do
sistema nervoso. É muito comum a laminectomia na
parte de trauma/neuro a realização de cirurgias,
inserindo placas de titânio nessa região. O processo
espinho dessas vertebras é bifurcado, bífido, é o
ossinho que salta atrás com a flexão do pescoço, a
7ª cervical, a mais proeminente.

Portanto a característica marcante das


vertebras cervicais típicas é a presença do forame no
processo transverso, o processo espinhoso é bífido
e o corpo tem formato retangular e possui pouca
altura.

Entretanto, temos duas vertebras atípicas, que


são as duas primeiras vertebras: atlas (primeira
Em relação as vertebras, temos um total de 33 vértebra cervical, não tem corpo, possuindo uma
a 34 vertebras. No pescoço temos 7 vertebras face articular que recebe o côndilo do occipital, com
cervicais que fazem contato, superiormente, com o o que faz a articulação atlantoaxial do atlas com
osso occipital e inferiormente com a vertebra áxis) e áxis.
torácica são importantes para mobilidade e
estabilidade para a região do pescoço. Comparadas
com as demais, são mais fininhas e leves, possuindo
um corpo pequeno e retangular.

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Imagem acima: Atlas

Posicionado acima ou abaixo do corpo da


vertebra temos o disco vertebral, fibrocartilaginoso,
Imagem acima: Áxis, que possui um processo que inclusive influencia na altura.
proeminente chamada de dente ou de processo
odontóide. A face articular recebe a 1ª vertebra,
chamada de atlas.

A primeira articulação osso-occipital junto com


o atlas é do tipo sinovial (que permite o movimento
de afirmação). A outra articulação será do dente do
áxis com a parte do tubérculo para o movimento de
negação.

Essa duas vertebras são chamadas de atípicas


porque se diferem das demais vertebras típicas
cervicais. Outro ponto é que é comum associar as
vértebras com os discos vertebrais, importante para
absorção de impactos, os quais são
fibrocartilaginosos, no entanto, o disco só estará
presente a partir da 2ª vértebra cervical.

Qual o problema de hérnia do disco? A A nossa parte muscular do pescoço, a parte


compressão dos nervos espinais, podendo haver mais superficial. É chamado de músculo platisma,
alterações na sensibilidade e na força muscular, com considerado musculo da mímica facial e é inervado
problemas nos discos vertebrais. pelo VII par craniano, nervo facial. Depois desse
musculo platisma, começamos a adentrar em
camadas mais profundas do pescoço, onde
começamos a falar das fáscias planos de clivagem
do nosso pescoço.

Se fizéssemos um corte transversal do


pescoço, teríamos primeiro a pele, depois o platisma,
depois o esternocleidomastóideo, músculo infra-
hióideo, tireoide, cartilagem da laringe, a medida que
vamos passando temos camadas mais profundas da
região cervical: são os planos de clivagem da região
do pescoço, e cada plano desse tem uma fáscia de
tecido conjuntivo protegendo, fica uma bolsinha
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protegendo cada um desses níveis e graças a isso


temos barreiras mecânicas importante para controle
de infecção, então uma infecção vai ser diferente
para cada um desses níveis.

Observe a linha roxa acima, ela abraça a


tireoide e chega até o mediastino, então um
problema nessa fáscia pode gerar repercussões
Nesse passeio entre os planos, teremos a cardíacas.
fáscia superficial (mais externa); depois temos a roxa
(imagem acima) que é a pré-traqueal com 2 divisões Depois da nossa pré-traqueal, temos uma
uma muscular e outra visceral (vísceras do pescoço), camada mais profunda, a pré-vertebral, que reveste
e mais profundamente, a lâmina pré-vertebral. Cada a coluna vertebral, pegando uma camada mais
um desses níveis tem uma repercussão diferente. profunda do pescoço pegando também a nossa
coluna vertebral, seria a linha em amarelo na imagem
Essas fáscias são importantes também para acima, e vai até o mediastino.
mobilidade do pescoço, exemplo: deglutição, que
precisa de maleabilidade para condução do alimento
ao trato digestivo, bem como o movimento d
inspiração. Além disso, são pontos importantes para
cirurgia cabeça pescoço.

A lâmina superficial é a mais tranquila de se


trabalhar, ela começa abaixo da mandíbula, passa na
frente do hioide e para no manúbrio do nosso esterno
(anteriormente) e posteriormente vai da região da
occipital e passa até a VII vertebra cervical, nesse
caminho passando pelo musculo trapézio e
esternocleidomastóideo. Um problema de infecção
dessa lâmina se dissemina até o manúbrio do esterno Outra muito importante, a bainha carótica
(anterior) ou na VII cervical, porque fica protegido por (linha vermelha na imagem), que envolve a jugular
esse margeamento prejuízo direto interna, a carótida, linfonodos e nervo vago. Entre as
esternocleidomastóideo, trapézio ou outras regiões duas bainhas carótidas temos o espaço retrofaríngeo
desse nível. ( região perigosa do pescoço ) que é uma região
delicada, pois uma lesão nessa região pode implicar
em alteração da digestão (disfagia), porvelma dna
passagem do ar (asfixia), alterar fala (disartria), e
também pode gerar parada cardiorrespiratória,
porque essa camada é relevante para a
movimentação das vísceras do pescoço e chega até
o mediastino também.

Esse espaço retrofaríngeo tem associação


direta entre pré-vertebral e pré-traqueal.
Mais ao fundo temos a lâmina pré-traqueal
com a camada visceral dessa fáscia, onde está
presente a tireoide, traqueia e esôfago. A parte ada
musculatura pega os músculos infra-hióideos. Uma
infecção nesse margeamento visceral dá um
problema maior porque essa parte chega ate o
pericárdio (camada que reveste o coração).

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digástrico, formando o trígono carótico, mais


anteriormente forma o trígono muscular e abaixo do
mento forma o trígono submandibular e na região do
mento outro trígono, o trígono submentual .

O movimento inclina e roda da cabeça é


promovido pelo esternocleidomastóideo, que
possui um espaço chamado de trígono anterior e
outro chamado de trígono posterior (na frente do
trapézio), cada um possuindo estruturas anatômicas
importantes. O trapézio e o
esternocleidomastóideo são inervados pelo XI
par craniano nervo acessório (nervo motor) que
ajuda na movimentação do pescoço. Essas duas
porções musculares são responsáveis pela divisão
(anterior/posterior) representada na imagem abaixo:

O trígono posterior é dividido em dois, uma


parte mais superior (trígono occipital) e uma parte
inferior (trígono supraclavicular). No trígono
supraclavicular temos o plexo nervoso braquial que
é formado por nervos das raízes C5 até T, importante
Temos dois trígonos maiores, anterior e para inervação dos MMSS. O parto a fórceps pode
posterior/lateral, este dividido em dois trígonos ocasionar a distensão da região do trapézio e do
menores e o anterior dividido em quatro trígonos esternocleidomastóideo, o que pode comprometer o
menores, portanto, temos 6 trígonos. plexo braquial, com possibilidade de acarretar
alterações nos MMSS, e quanto mais alta a raiz pode
comprometer a inervação do diafragma.

Outro ponto importante nessa região está


associado com a artéria subclávia, então uma lesão
bem acima, pegando o trígono subclavicular, pode
ocasionar comprometimento do suprimento
sanguíneo do braço, e se temos artéria subclávia,
temos também uma porção da veia subclávia, de
forma que também pode ter comprometimento
venoso. O nervo acessório e uma porção pequena
da veia jugular interna também passa nessa região.
Agora precisamos destacar o músculo omo-
hioideo, nascendo no hioide e fazendo um L e ao
fazer isso ajuda a divisão dos trígonos do nosso
pescoço. Na parte posterior, o músculo omo-
hioideo divide o trígono posterior em dois,
superior/inferior. Na região anterior, o m. omo-
hioideo forma o triângulo que pega o músculo

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direita, artéria/tronco braquiocefálico, que se


ramifica em dois sendo artéria comum carótida
direita e artéria subclávia direita.

O ponto chave do trígono submandibular é


a presença dos linfonodos submandibulares, além
disso temos a glândula submandibular e a artéria e
veia facial, bem como o nervo hipoglosso.

O trígono submentual tem a presença dos


linfonodos submentuais e também pega a veia
jugular anterior. O trígono carótico, por sua vez,
contém a artéria carótida comum, além da jugular
interna e pequenas porções das glândulas
cervicais (mais associada ao trígono muscular), e
juntamente à bainha carótica, temos a presença de
alguns nervos que descem para a língua
(hipoglosso), que desce para o
esternocleidomastóideo (nervo acessório e nervo
vago).

Atenção para o trígono carótico!

Uma cirurgia nos linfonodos submandibulares


de um paciente com câncer na língua, qual o trigono
que acessamos ou quais outras estruturas podem
estar relacionadas com essa cirurgia desse
contexto? Daí temos que lembrar quais os conteúdos
do trígono submandibular.

O muscular, por sua vez, é via de acesso para


cicrurgia da tireoide. Junto disso não podemos
esquecer os musucuo=los infra-hoides,
estenotireoide e esterno-hioide, que vao fazer o
margeamento anterior, termina que acessa essas
estruturas. As duas principais artérias que irrigam o
cérebro são a artéria carótida interna , cuja mãe é
No que toca a irrigação do pescoço, é bom a artéria carótida comum, e artéria vertebral cuja
lembrar da estrutura do nosso coração, de onde sai mãe é a artéria subclávia.
uma artéria extremamente importante, que é a artéria
aorta, que possui uma parte ascendente e outra parte Atenção para a diferença do lado direito ou
descendente e graças a isso acontece a irrigação da esquerdo!
nossa cabeça e dos MMSS, e a descendente vai para
a região abdominal e MMII. Tudo que vamos discorrer adiante acontece no
lado direito e lado esquerdo.
À medida que a gente observa o arco da aorta,
é possível notar que ela se ramifica, sendo 3 as
principais ramificações (da esquerda para a direita
D/E) do lado esquerdo, artéria subclávia (que
vai para o braço); no meio, artéria carótida comum
esquerda (que origina carótida externa e interna); à
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Carótida interna se divide no cérebro. A


carótida externa, por sua vez, emite 8 ramificações
que vão para o pescoço, já Moore diz que emite 6
ramificações para o pescoço e dois ramos terminais
(6).

Quando estudamos a face/cabeça, estudamos


algumas artérias: artéria facial, artéria lingual, artéria
maxilar, artéria auricular posterior, artéria temporal
superficial, artéria occipital e agora veremos a artéria
tireóidea superior (tireoide) e artéria faríngea
A subclávia tem formato de curvinha e é uma ascendente (faringe) os oito ramos da nossa
artéria relativamente grande, pelo que os artéria carótida.
anatomistas dividem a artéria subclávia em 3 partes:
Principais ramificações da artéria carótida
externa: artéria lingual, artéria faríngea ascendente,
artéria occipital, artéria auricular posterior
(audição/ATM), artéria temporal superficial
(audição/ATM), artéria facial (dentes superiores,
dentes inferiores, palato, região bucal, meninge) e
artéria tireóidea superior.

Na porção 1, temos a saída da artéria


vertebral, que vai para o cérebro, protegido pela
estrutura da vertebra cerebral, o forame transversal.
Vizinho a ela, ainda na porção 1, temos o tronco
tireocervical (irrigação da tireoide). Dessa região
também saem artéria cervical transversa e supra
escapular. Da terceira parte sai a artéria subclávia e
artéria axilar.

Temos duas veias importantes na região


cerebral e da face e pescoço, são as veias jugulares
interna (VJI) e externa (VJE). A veia jugular interna
(VJI) pega o sangue da carótida interna. A drenagem
venosa da face vem pela veia jugular externa (VJE).

Artéria cerebral média é interna. A artéria facial


é externa. Essa drenagem interna vai ser direcionada
para a jugular interna, enquanto o sangue da região
externa é direcionado para jugular externa. Essa veia
vai para o átrio direito, carregando sangue pobre em
oxigênio, devendo para ser oxigenado no pulmão,
então essas veias vão começar a se juntar (até a veia
cava superior) para chegar no átrio direito do
coração.

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Tireoide, Paratireoides,
Laringe e Faringe
CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES

Na região cervical temos muitas estruturas de


transição para a região torácica, exemplo: traqueia e
esôfago, são vísceras cérvico-torácicas. O principal
destaque são as camadas do pescoço, divididas em
Temos um sistema de seios superficiais e três.
profundos, seio sagital, seio reto, transverso, todos
Se fizermos um corte transversal vemos a VII
direcionados para veia jugular interna (VJI), que
vertebra torácica e as fáscias da região do pescoço,
depois vai se juntar com a veia jugular externa,
encontrando o esôfago, porções associadas a
subclávia e braquiocefálica, que vai mudar de nome
traqueia e junto a ela, superiormente, a laringe, e na
e se transforma na veia cava superior que chega no
parte mais anterior o margeamento da glândula
átrio direito (lado direito é sangue pobre em O2
tireoide, mais a frente, margeamento muscular, infra-
[circulação pulmonar] e esquerdo é sangue rico em
hoideo, esternocleidomastóideo, platisma e pele
O2).
em linhas gerais. Nesse contexto temos glândulas
endócrinas, vísceras associadas com a respiração e
associada com a fonação e alimentação, então temos
as camadas endócrinas, respiratória e alimentar.

A camada endócrina envolve a tireoide,


associada com o nosso metabolismo com
associação direta coma a hipófise. A tireoide tem
função associada com metabolismo do cálcio
(calcitonina) e está localizada entre a laringe e a
traqueia.

Quanto a drenagem linfática, é importante


lembrar que temos camadas mais superficiais e
camadas mais profundas. Superficialmente, temos o
colar linfático pericervical envolvendo ao longo da
VJE o occipital, retroauricular, protídeo superficial,
submandibular e submentual, tudo isso superficial
direcionando para região mais profunda, pelo que os
vasos eferentes desses linfonodos drenam para os
linfonodos cervicais profundos, cadeia ao longo da A glândula tireoide esta localizada entre a V
VJI. vértebra cervical e a I vertebra torácica. Então temos
o lobo direito, esquerdo e o istmo da tireoide,
revestida por uma capsula fibrosa que a mantem no
seu local, contendo ainda uma bainha de tecido

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conjuntivo frouxo, contribuindo para a malemolência.


A artéria tireóidea superior irriga a parte superior da
tireoide e a artéria tireóidea inferior irriga a parte mais
inferior da tireoide. Já a artéria tireóidea ima
(Neubauer) está presente em 10% da população e
faz a ligação da parte do meio .

Em relação a drenagem venosa, é um pouco


diferente, porque temos 3 veias, tireóidea superior,
veia tireóidea inferior e a veia tireóidea média, a via
final da veia tireóidea superior e média sendo a
VIJ e a da veia tireoide inferior vai para a veia
braquiocefálica, que posteriormente vai para a veia
cava superior, para onde todas ao final
desembocam.

Em relação as paratireoides, são glândulas


hormonais importantes para o metabolismo, A laringe é formada por cartilagens, no total de
especialmente o metabolismo do fosforo e cálcio. As nove, e tem uma relação importante com a via
paratireoides estão em números variáveis (4/6/8), respiratória e digestiva, porque na parte da
mas o mais comum é encontrá-las no número de laringofaringe temos a cartilagem epiglótica, que faz
quatro, superiores e inferiores, localizadas parte da laringe e é elástica, parece uma portinha
externamente à capsula da tireoide e pegando um e graças a essa movimentação ela direciona o ar que
pouco da margem posterior de cada lóbulo da vai para o sistema respiratório ou a comida para o
tireoide. esôfago.

Superiormente (imagem acima) temos o osso


hioide e abaixo dele um ligamento/membrana
chamada de tíreo-hioidea (conecta a cartilagem
tireoide com osso hioide);

O cálcio é um íon importante para nosso


funcionamento, para o balanço da contração, então
qualquer alteração nesse metabolismo influencia
efetividade da contração muscular, e a paratireoide
tem grande influência nosso pelo cálcio e fosforo a
última contração muscular, após, morte, acontece Depois da tireo-hioidea, há outra
devido a um acúmulo de cálcio liberado (rigor membrana/ligamento chamado de cricotireóideo
mortis). (conecta a cartilagem cricóide com a cartilagem
tireoide):
Em relação a irrigação das paratiroides, pega
carona com a artéria da tireoide superior e ima
inferior, ou artérias laríngeas, traqueias e esofágicas,
porque quando analisamos a imagem abaixo, vemos
que a parte posterior dela está localizado pero do
esôfago e a parte inferior pega traqueia e laringe,
pegando suprimento dessas artérias mais próximas.
E em cima, temos a cartilagem epiglótica:
Em relação a drenagem venosa as veias são
chamadas de paratireóides.

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Nossa laringe possui muitos ligamentos, alguns


deles chamamos de membranas, de ligamentos ou
prega, a depender da quantidade de revestimento. A
membrana tireo-hioidea é mais chamada de
membrana (presença de forame para passagem de
nervo, maior resistência) enquanto as demais são
comumente chamadas de ligamentos.

Essas três cartilagens mencionadas são


ímpares, e as três demais, pares, resultando em Essas estruturas são articuladas por
nove cartilagens. articulações sinoviais.

Acima das aritenoides, temos outras duas


cartilagens fixas chamadas de cartilagens
corniculadas.

A cartilagem tireóidea é a mais proeminente


( pomo de Adão ), é aberta e revestida por mucosa.
A cartilagem epiglótica (em formato de naja) é
A cartilagem cricóide possui formato de anel móvel.
e é a única que fecha a laringe, outro ponto
importante é que é o centro de movimentação da
laringe, influenciando na voz alta ou baixa
(movimentação das cartilagens) aumento da
entonação (estica/alonga as cordas vocais) e mais
baixo (relaxa).

Além da mobilização com a tireoide, faz


mobilização com a cartilagem aritenoide, uma
cartilagem dupla, que fazem movimentos de adução
e abdução, importante para movimentação das
cordas vocais. O principal nervo que inerva essa
região é o nervo vago. Temos também um nervo
chamado de motor primário, para essas porções O ligamento abaixo conecta o osso hioide à
intrínsecas da laringe, um problema nele gera cartilagem epiglótica:
distúrbio associado na da fonação e respiração.

A movimentação da tireoide sobre a cricóide


permite o alongamento ou tensionamento enquanto
a aritenoide realiza o movimento de adução e
abdução, porque temos a presença de um ligamento
conectando a aritenoide com a cartilagem tireoide, é
chamado de ligamento vocal.

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Esse outro ligamento conecta a tireoide com a


epiglote: ligamento tiro epiglótico:

Ligamento vocal:

A nossa epiglótica, famosa pelo edema de


glote, é um espaço , porque temos
estruturas acima e abaixo da epiglote. O edema de
glote é uma inflamação que impede a passagem de
ar.

A nossa epiglote é uma cartilagem que possui


revestimento, associado com musculo e mucosa e de
coloração avermelhada, bem flexível e com
extremidade superior e larga. Associada com o ádito
da laringe (abertura e fechamento da laringe
abertura passagem doo ar, fechamento Há outro ligamento também que faz o
direcionamento para trato digestivo). fechamento de uma membrana superiormente,
chamada de membrana quadrangular de um lado e
de outro. Tudo isso que dá a formação das pregas
vocais. Quem é a extremidade superior do cone
elástico? Ligamento/prega vocal. Aritenoide
movimenta, movimenta cone elástico.

A extremidade superior do cone elástico que é


a prega vocal. A margem inferior da membrana
quadrangular é chamada de ligamento vestibular, ou
prega vocal falsa abaixo dela temos o ventrículo da
laringe.
O ligamento vocal, conectando a tireoide com
aritenoide. Esse ligamento não tem apenas esse
comprimento, ele desce também, e ap fazer esse
margeamento, ele passa a ser chamado de cone
elástico, que se junta com o ligamento cricotireóideo
(fibroelástico), porque a nossa laringe é toda
fechadinha.

Cone elástico depende das cartilagens


aritenoide, tireoide e cricoide. Membrana
quadrangular depende da epiglótica e aritenoide.

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MM Adutores movimentam aritenoides;


MM Abdutores movimentam aritenoides;
MM tensionadores movimentam
comprimento do ligamento vocal
movimentando tireoide e cricoide;
MM relaxados movimentam comprimento
do ligamento vocal movimentando tireoide
e cricoide;
MM esfíncteres associado com adito da
laringe (aberto/fechado) e epiglote;
O ventrículo que se observa na imagem acima MM tensionadores (aumento da voz)
está entre a prega vocal falsa (acima) e prega vocal musculo cricotireoideo.
verdadeira (abaixo). A cavidade infra glótica está
abaixo, associado com as cordas vocais, e tudo que
está acima supra glótico. Pregas vestibulares
(membrana quadrangular) e vocais (ligamento vocal
e cone elástico) associadas com ligamentos.

Ádito associado com abertura dependente da


cartilagem epiglótica, com músculos chamados de
esfíncteres pata abertura e fechamento desse ádito
da laringe (alimentação, passagem do ar).

Abdutores e adutores cricoaritenoideo


posterior (contrai: abre cordas vocais, único abdutor)
e cricoaritenóideo lateral (contrai - adução das
cordas vocais). Os únicos abdutores =->
cricoaritenóideo posterior. Em relação aos outros
musculo adutores: aritenóideo transverso e
aritenóideo oblíquo (adução das cordas vocais).

Na respiração temos abdução (direção para


traqueia); adução vibração, passagem do som.

Em relação aos músculos relaxadores


(músculos vocais), temos duas musculaturas
Em relação a musculatura, teremos duas, uma acompanhando o ligamento vocal, fazendo esse
associada com a musculatura extrínseca (músculo contato, chamado de músculos vocais
supra hioides e infra-hiodes) e intrínseca (mais tireoaritenóideo (relaxamento da corda vocal).
delicada, porque deve ter relações diretas com a
mobilidade de todas essas cartilagens). Em linhas
gerais, temos os músculos intrínsecos da laringe:

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motoramente todos os mm da laringe com exceção


do músculo cricotireoide, que recebe a inervação o
nervo laríngeo externo.

Músculo cricotireóideo músculo tensionador


um problema nele altera o tom da voz. Refluxo
esfíncteres do esôfago, e pode prejudicar a fonação.

Para falar de faringe, é importante lembrar da


audição, por conta da tuba auditiva. Além disso
temos repercussões com os músculos do palato, pq
Em relação aos músculos que modificam o a introdução do alimento na via oral é a primeira fase
adito da laringe, temos influência dos músculos da digestão, fase voluntaria. Quando cruza do palato
tireoepiglótico (pegando tireoide com epiglote) e grosso, já é involuntário o direcionamento ao
ariepiglótico (pegando a epiglote com as esôfago, com influência dos infra-hiodes e dos
aritenoides). músculos constritores.

A nossa faringe, portanto, é um tubo de


conexão desde a região nasal até o meio termo entre
a laringe e esôfago, começando desde a base do
crânio are mais ou menos a 6ª vertebra cervical.

Devemos lembrar do nervo trigêmeo quando


falamos em faringe, influenciando na sensibilidade da
faringe. Também devemos lembrar do nervo vago,
que tem um ramo faríngeo (musculatura involuntária
da faringe). Também temos o glossofaríngeo
pegando o terço posterior da língua (raiz da língua).

Em relação a irrigação, está bem associada as


artérias com mesmo nome das vísceras - artéria
laríngea superior e artéria laríngea inferior, e também
temos a artéria cricotireóidea. Drenagem venosa
VV. Laríngeas superior e inferior.

Com relação a inervação, precisamos de


atenção. A principal inervação da laringe vem do
nervo vago. Temos um nervo saindo do gânglio vagal
inferior (nervo misto) chegando na laringe, etc. Esse
nervo laríngeo superior manda dois ramos_ N.
laríngeo interno (sensorial da laringe - sensibilidade)
e N. laríngeo externo (inerva unicamente o Osteo faríngeo conexão da tuba auditiva.
cricotireóideo - inervação motora). Os demais Tonsila faríngea adenoides. Toda essa região é
músculos vão ser inervados por outro ramo chamado formada por pregas salpingo faríngea (mais
de nervo laríngeo recorrente, que desce e faz uma posterior) e salpingo palatina (palato mole),
curvinha , recorrendo na artéria subclávia e inerva revestidas por musculo, quando deglutimos
os outros músculos da parte motora, por isso é (eleva/abaixa palato) fazemos contração desses
chamado de motor primário da laringe (todos os músculos.
outros músculos são inervados por ele).
Outra estrutura é o recesso faríngeo, uma
Principal nervo da laringe é o nervo vago, e depressão da faringe que ajuda na conexão da naso
bem perto da laringe temos o gânglio (gânglio vagal com a faringe, ajudando também no direcionamento
inferior), desse gânglio temos ramificações , um que do alimento para o esôfago.
vai para faringe e outro que é chamado laríngeo
superior e laríngeo recorrente esses três saem
desse gânglio vagal inferior. O motor primário da
laringe é o nervo laríngeo recorrente, que inerva

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Deglutição: encurtamento e alargamento da


nossa faringe laringe durante deglutição e fala.

É importante entender que temos duas


musculaturas intrínsecas da faringe, uma
constritora (movimentos peristálticos) superior,
médio e inferior, mas antes disso precisamos
encurtar e enlanguescer a faringe, trabalhando, além
dos supra e infra-hioideos, acamada longitudinal
(com conexão do palato mole e na deglutição com o
tuba auditiva - salpingo faríngeo). Temos ainda a
Os principais limites da região oral estão estrutura do temporal, processo estiloide, mandando
associados com o palato mole (superior), base da musculatura que faz contato com o músculo
língua (inferior) e arcos do palatoglosso e constritor médio (quando contrai encurta e alarga) e
palatofaríngeo (laterais). ainda o musculo palatofaríngeo, então esses três
músculos são os que fazem parte da camada
A túnica possui túnicas de revestimento longitudinal da faringe com função de encurtamento
mucosa (todo interior é revestido por muco), camada e alargamento da faringe e laringe durante a
fibrosa (segurando o musculo na base do crânio e deglutição e fonação. Se tiver alimento para
outra camada fibrosa separando a musculatura do continuar o esôfago, a camada constritora segue seu
lado direito/esquerdo) e muscular (constritora destino.
superior, média e inferior direcionamento do
alimento para o esôfago e longitudinal Temos três fases na deglutição. A 1ª fase é
encurtamento). voluntaria (musculatura da língua alimento na
região oral); 2ª fase (passa para orofaringe); 3ª
descida para esôfago também é involuntária.

Temos o constritor superior, médio e inferior,


direcionando o alimento para o esôfago. A camada
longitudinal tem associação com o palato, portanto,
palatofaríngeo (margeamento do palato), 1ª fase da deglutição elevação da língua d
estilofaríngeo do processo estiloide e anterior p posterior, abaixamento do palato mole
salpingofaringeo (margeamento do palato mole, (enquanto a língua movimenta), MM da língua
associado com ostio da tuba auditva). inervado pelo XII par craniano e MM do palato mole.

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2ª fase da deglutição involuntária: o palato


mole tem que travar a cavidade nasal e ao fazer isso Parede Torácica
a tendencia é o bolo alimentar descer, então estamos
falando de elevação e alargamento da faringe e CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES
laringe, e automaticamente lembramos dos
músculos longitudinais da laringe e músculos supra Posteriormente temos 12 vértebras torácicas,
e infra hioideos, e tbm temos o fechamento do ádito na região látero-anterior, teremos as costelas em
da laringe para o alimento não cair na traqueia. formato de arco e na região anterior temos o esterno.
Essa arquitetura contribui para a biomecânica da
respiração (inspiração aumento do diâmetro
anteroposterior, látero-lateral e supra inferior porque
as costelas ajudam nesse movimento) expiração
diminuição desse acabou p expulsão do ar. O pulmão
anda junto do coração.

3ª fase da deglutição involuntária:


contração direta dos músculos constritores da
faringe (direcionamento do alimento para esôfago),
depois o adito se abre.

Teremos aberturas principais associadas com


o tórax, com a parte superior associada com a
primeira costela que se articula com esterno e
posteriormente com coluna torácica, e a nossa base
inferior é formada pelas duas ultimas costelas
chamadas de costelas flutuantes que não fazem
A irrigação pega região oral e cervical, mas o contato com esterno e vai ter fechamento pelo
que é importante entender é que temos conexão da diafragma (parece um lençol estendido fazendo
a facial, da x maxilar, a faríngea ascendente, e ramos separação entre o tórax e abdômen, quando contrai
do nosso palato. A faringe pega três regiões: nasal, ele relaxa, e quando relaxa, ele sobe isso muda a
oral e cervical até a própria laringe também ajuda pressão na caixa torácica).
na conformação da irrigação da faringe.

Quanto a drenagem venosa, temos o plexo


faríngeo, direcionando para VJI. A inervação da
faringe pega n. maxilar, n. glossofaríngeo e nervo
vago (ramo faríngeo).

As nossas costelas têm margeamentos em


formato de arco e possuem cabeça que se articula
com o corpo de nossas vértebras, e na região
anterior sete delas terão a presença de cartilagens
individuais/independentes que se conectam com o
esterno, por isso são chamadas de costelas

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verdadeiras (cartilagens independentes que se Um ponto importante das costelas é que são
articulam com o esterno). Três dessas costelas são formadas por tecido esponjoso, capaz de formar
chamadas de falsas porque não possuem cartilagens novas células sanguíneas (hematopoiese), então
independentes, pegam carona com a última nossas costelas, como o esterno, podem ser pontos
costela verdadeira; e ao final temos duas costelas de punção para transplante de medula óssea.
chamadas de flutuantes que só se articulam com a
coluna torácica. Então em relação ao esqueleto das Em relação a anatomia das costelas, é
nossas costelas teremos: 7 costelas verdadeiras, 3 importante saber que as costelas superiores são
falsas e 2 flutuantes. menores e inferiores maiores, o arco torácico vai se
expandindo.

Na costela teremos a cabeça da costela, com


uma depressão depois da cabeça, chamada de colo,
e depois dele outra proeminência chamada de
tubérculo da costela

Cirurgia estética para afinar a cintura que


retira as flutuantes, pode afetar a biomecânica da
respiração.

Em relação ao nosso esterno, ele é dividido em A cabeça e o tubérculo se articulam com


3 partes, superior - manúbrio, intermediaria corpo nossas vertebras torácicas, depois disso temos um
do esterno e inferior processo xifoide. ponto chamado de ângulo da costela que vai fazer
o arco da costela e garças a ele temos a presença de
um sulco, que é uma depressão por onde passam os
nervos e vasos intercostais.

O nosso esterno possui depressões


chamadas de incisura costais que recebem as
cartilagens costais, portanto, são pontos de Abaixo, vemos os pontos articulado s de uma
articulações que em alguns pontos são sinoviais vertebra torácica típica, típica porque tem presença
porque na respiração as nossas costelas sobrem e do corpo mais arredondado e maior e mais alto, pois
esse é um movimento amplo, fluído. Atrás, cabeça da sustenta mais peso, o processo espinhoso é o maior
costela com vértebras tem que ser sinovial, devido a que temos e está inclinado pra baixo enquanto na
movimentação. cervical é mais horizontal, a torácica é mais inclinado
pra baixo (proteção do coração).
O esterno é formado por três partes, mas à
medida que envelhecemos ele se transforma em um
osso só.

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Também vamos ter faces articulares das


vertebras umas sobre as outras (articulação sinovial), Acima articulação costovertebral, que é a T VII
e no corpo das vértebras torácicas também temos (7ª costela) com articulação da cabeça com corpo,
um face articular que recebe a cabeça da nossa chamada de costovertebral e a costela típica tem
costela. Então as costelas se articulam com as face articular para vértebra superior vértebra do seu
vértebras do número dela e com a vertebra inferior mesmo número (na imagem articulando com a TVII e
(em termos de número) a ela. Outro fator é a TVI), nesse sentido protegendo o disco intervertebral
proteção do disco articular (intervertebral) porque é (com o processo espinhoso inclinado e a proteção do
muito difícil o seu deslocamento por causa da arcabouço da costela). No processo transverso tem
proteção da cabeça da costela. O nosso tubérculo outra articulação sinovial do tipo plana, chamada
tbm tem um face articular para se articular com o costotransversária, e nesse sentido nossas costelas
processo transverso . essas caraterísticas são são susceptíveis a deslocamentos porque a cabeça
exclusivas das vertebras torácicas 12 vertebras e 12 é extremidade final lisa articulando com outra
pares de costelas) cervical nem lombar tem isso. estrutura lisa, entoa temos um ligamento potente que
Todas essas articulações (cabeça com corpo, conecta corpo da vértebra com cabeça da costela
tubérculo com corpo e face articular da vértebra uma chamado de ligamento radiado.
sobre a outra são sinoviais, exceto a do disco
intervertebral com corpo, que é exemplo de sínfise
articulação cartilaginosa secundaria).

Retomando: temos o esterno (divido em 3


partes: corpo, manúbrio e processo xifoide, e
incisuras articulares que se articulam com as
cartilagens costais). No total temos 12 costelas, mas
são diferentes, umas 1-7 costelas verdadeiras e 3
costelas falsas (8-10) pegando carona com a última
costela verdadeira, e as costelas flutuantes (11 e 12)
que estão conectadas com a coluna torácica. Não
podemos esquecer que a costela tem uma cabeça,
colo e tubérculo, que essas faces mencionadas são Fazendo conexão do processo transverso com
pontes articulares da coluna vertebra. E que a tubérculo da costela tem 2 ligamentos chamado de
cabeça e tubérculo são articulações sinoviais. Temos costotransversário lateral e outro conectando
o corpo com angulação e quanto mais inferior, a processo transverso com colo da costela chamado
angulação da costela vai mudando. O sulco protege de costotransversário superior.
os vasos e nervos intercostais e na extremidade
temos a face articular para a cartilagem costal. Em
linha geral essa é a anatomia de uma costela típica.
A primeira costela é mais larga e mais curta porque
o diâmetro torácico superior é menor.

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As articulações que dividem o esterno são


cartilaginosas e com o passar dos anos o esterno vai
se transformando em um osso único.

Na imagem acima vemos as articulações


esternocostais e a cartilagem com a costela
(costocondral).

Em relação a camada muscular dessa região, é


importante entende r que a maioria dos músculos da
região anterior do nosso tórax tem influência direta
com os MMSS.
Ligamento mais forte é o radiado e depois
temos os outros ligamentos conectando do processo
transverso com o tubérculo ou com colo, e isso tudo
é para estabilidade.

Não podemos esquecer do ligamento


longitudinal anterior, que é um dos mais fortes da
nossa coluna vertebral, porque ele limita a extensão
da coluna, sem o que teríamos mais lesões na coluna
e medula. Outro ponto importante desse ligamento é
que ele é muito forte, ele limita o deslocamento do
disco intervertebral, por isso que as hernias O peitoral é muito importante para os MMSS,
(deslocamento do disco) acontece mais para região na caixa torácica, em uma respiração rápida, usamos
posterior ou lateral, salvo casos de acidente. muito a musculatura acessória, com ajuda do
esternocleidomastóideo, pegando costela e clavícula
e ao fazer isso uso a musculatura peitoral. A peitoral
maior e menor são músculos acessórios da
respiração, na respiração forçada (respiração
superior).

Os margeametos do esterno fazem contato


com as cartilagens costais. Da 2 cartilagem em
diante (7ª) a articulação é do tipo sinovial, a primeira
é um tipo de articulação cartilaginosa do tipo primaria
(sincondrose), porque em cima é mais proteção, e
não tanto movimento.

A musculatura diretamente relacionada c as


costelas é o serrátil anterior (um pouco mais

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profundo do que o peitoral menor) vem da borda O nervo espinal é misto, com função sensorial
lateral fazendo o revestimento das costelas e ajudam e motora. As costelas têm porções anterior posterior
na inspiração porque quando contraem elevam as e lateral, em todo esse arco tem inervação dada pela
costelas. São músculos acessórios da respiração. medula torácica. corno anterior e posterior, um é
motor e outro sensorial, e as duas raízes se
Grande chave mestre de mover cada costela transformam no nervo espinal. Do nervo misto tem
são os mm intercostais, e temos 3 camadas de mm um ramo q vai p posterior e outro p anterior, o ramo
intercostais. Músculo intercostal externo com posterior inerva os músculos do dorso (motor e
direcionamento das fibras mais vertical (contrai sensorial) e o ramo anterior vai se transformar no
elevando costelas inspiração) e músculo intercostal nervo intercostal, que é o ramo anterior do nervo
interno com fibras de direcionamento mais diagonal, torácico todos eles são mistos. À medida que ele
mais interno (contraem deprimem costela vai circulando o arco costal, vai recebendo
expiração), de ações contrárias tudo pelo sentido nomenclaturas diferentes, então vamos ter ramos
das fibras. Salientando que eles trabalham durante a musculares (inervando mm da respiração), quando
respiração, mas não são musculaturas primárias. chega na parte lateral, manda mais ramos (ramos
cutâneos sensibilidade da região lateral) e quando
faz o margeamento para frente manda ramo cutâneo
anterior (sensibilidade da região anterior), então esse
nervo vai perfurando as camadas para fazer toda
essa inervação tanto da parte mais profunda e
superficial do gradil costal.

Muito comum em fraturas de costela, que é um


local difícil de imobilizar, então é comum fazer
bloqueios intercostais. Temos 12 costelas e 11
nervos intercostais porque o último é chamado de
nervo subcostal, porque depois da 12 costela não
tem outra costela. Esse bloqueio pode ser mais
profundo ou superficial pode ser global (na
A musculatura primaria é o musculo medula) ou individual.
diafragma, dividindo a região torácica e abdominal,
quando contrai ele desce e aumenta o diâmetro
supra inferior, anteroposterior e látero-lateral,
diminuindo a pressão intratorácica (ar entra), quando
o diagrama relaxa a pressão intratorácica aumenta e
o ar sai. O diagrama é inervado pelo nervo frênico
(saindo nos níveis da cervical - C3-5 lesão cervical
alta pode precisar de suporte respiratório).

Veia + artéria + nervo com seus colaterais


ramificando mais próximo da costela superior e mais
próximo da costela inferior (em forma de estilingue).
Vai de VAN (veia, artéria e nervo) e volta de NAVE
(nervo, artéria e veia) .

Em relação a inervação do tórax, temos que


atentar que a nossa região torácica é de
responsabilidade das vetrebras torácicas (12
vertebrasa e 12 nervos).

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A imagem abaixo mostra os ramos cutâneos,


todas as vias de sensibilidade:

Temos ainda os ramos colaterais que vão se


dividir um para posterior e anterior, mandando os
ramos intercostais anteriores que é onde temos essa
irrigação colateralizada (superior e inferior) e atrás
quem manda é a parte torácica da aorta.
Com relação a vascularização, devemos ter
em mente que ela pega todo o arco da costela, então
temos que ter uma artéria mandando irrigação para
todo o arco, precisando de duas artérias, uma
levando a irrigação do arco posterior da costela e
outra artéria irrigando a parte anterior do arco costal.

A inervação é um nervo só, a parte da irrigação


precisa de 2 artérias. A artéria posterior é a parte
torácica da aorta, que sai do VE faz a curva
ascendente e descendente e ao fazer essa curva
começa a distribuir sangue oxigenado p nosso corpo
e o 1 ponto de contato é exatamente essa parte
torácica da aorta onde vai mandar os ramos arteriais Outro ponto importante é a artéria subclávia
intercostais posteriores chegando mais ou menos até esquerda e direita (origens diferentes), mas quando
a metade da axila. O complemento anterior vem da elas vêm, elas mandam uma terminação chamada de
artéria torácica interna, filha da artéria subclávia, artéria axilar que irriga a caixa torácica mais superior
fazendo o sentido contrário p completar o arco com a artéria torácica lateral (fazendo essa irrigação
fazendo anastomose com a outra artéria ficando mais superior). Artéria axilar artéria torácica
contínuas. Tudo isso para dizer que a parte anterior superior e a torácica lateral.
é respo da torácica interna e parte posterior de
responsabilidade da parte torácica da aorta.

Depois temos a continuação da torácica


interna e da parte torácica da aorta fazendo a
complementação da parte mais interna da caixa
torácica.

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estética, está associada com função de produção de


leite, então quando o bebê faz a sucção estimula
essa musculatura (ejeção de leite). Nessa parte é
bom lembrar do hipotálamo (prolactina, ocitocina
mamotropina).

Quanto a vascularização do tórax, segue o


mesmo caminho, margem anterior (arco costal
manda veias torácicas internas) e margem posterior.

Artéria torácica interna manda artérias


intercostais anteriores e quem pega o sangue pobre
em o2 são as veias intercostais anteriores e manda
para veia torácica interna, de onde vai para a veia Quando a gente adentra o parênquima
braquicefálica e depois cai na veia cava superior. A mamário temos os ligamentos suspensores da
parte posterior é de responsabilidade das vv. mama, lóbulo de gordura e parte associada com a
intercostais posteriores, sendo que agora vai para o fisiologia da produção do leite (lóbulos mamários
sistema de ázigos, de lá é drenado direto p veia cava na imagem cheios de leite) que são direcionados
superior ou pega carona na veia subclávia e depois para ductos lactíferos (formando aprox. de 15 a 20
direcionada para braquiocefálica e depois v. cava lóbulos mamários).
superior, depende da anatomia, mas o que importa é
Na fisiologia da amamentação o bebê
que ao final cai na VCS.
posiciona a boca na aureola, que estimula a
musculatura, que por sua vez estimula toda a
sequência interna até sair no seio lactífero. Os
lóbulos armazenam o leite que vai ser direcionado p
os ductos e depois sair dos seios para serem
ejetados para a região oral do bebê.

A nossa mama precisa ser dividida em


quadrantes, ao fazer isso temos o quadrante superior
lateral e inferior lateral e quadrante superior medial e
inferior medial que são marcos para identificação de
nódulos.

Outro ponto importante é que o câncer de


mama pode ir para os ossos, porque fica muito
próximo das costelas, bem como pode ir para o
MAMAS
pulmão, podendo haver uma programação para
essas áreas.
As mamas dependem de mulher pra mulher
mas seu maior componente é gordura, tecido fibroso
e glândulas mamarias, possuindo um suporte da tela
muscular do peitoral maior e esse tecido tbm tem
ligamentos suspensores. Anatomicamente está
localizada entre o 2 e 6º espaço intercostal e se limita
na porção lateral da nossa linha medial axilar. A parte
mais proeminente é a papila mamaria, localizada na
aureola.

Na nossa auréola temos musculatura lisa,


involuntária, porque a função da mamãe, além da

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Cerca de 75% da drenagem linfática da mama TRAQUEIA


vai para a cadeia axila, por isso que muitas vezes é
feita a ressecção dos linfonodos axilares para Continuação da laringe, e em linhas gerais vai
impedir que o câncer avance. Também temos uma do nível da VI VC até a V vertebra torácica (VT),
cadeia lateral que drena os outros 25%. podendo chegar até a VI VT em inspiração forçada
(maleabilidade de extensão).
Então vamos ter linfonodos paraesternais e
também vai ter linfonodos direcionando mais para a Formada por semianéis cartilaginosos unidos
cadeia diafragmática e bronco pulmonar, mas a por ligamentos traqueais (anulares) e a porção final
maior proporção é da cadeia axilar. é chamada de carina, importante p exame de
broncoscopia.
Retirando as duas mamas, temos a cadeia do
quilo, localizada na caixa torácica, para onde vamos
direcionar, estimulando os linfonodos da região
cervical, é bem delicado. Em casos extremos
direcionamos para a cadeia inguinal, que pega muito
os MMII.

Retomando a irrigação arterial, a mama está no


arco anterior pegando um pouco do arco lateral,
precisando dos intercostais anteriores, tbm pega
uma porção dos intercostais posteriores, e tbm pega
influência da artéria axilar e pega carona na artéria
torácica lateral e artéria toracoacromial .
A traqueia pega carona na irrigação e
drenagem linfática e venosa das regiões cervicais e
torácicas, então termina que a artéria tireóidea
inferior e superior ajudam na irrigação da traqueia.
Como termina nos brônquios também temos
influência das artérias bronquiais amos da aorta.
Também temos a artéria torácica interna, que passa
perto do esterno, podendo mandar algumas
ramificações algumas vezes.

A mesma lógica se aplica na drenagem venosa,


direcionando para veia cava superior.

Também temos os ramos perfurantes, que são


frutos da torácica interna, porque o esterno está na
frente e atorácica passa perto.

A drenagem venosa segue o mesmo percurso,


temos drenagem da veia torácica interna e pra veia
axilar, sendo que no sentido contrário, daí da veia
axilar drena para veia subclávia, da veia subclávia vai
pra braquiocefálica e depois veia cava superior.

A inervação das mamães pega mais uma vez


os intercostais, especialmente os anteriores e
laterais, então pega os cutâneos anteriores e laterais Nesse contexto traqueia, carina, brônquio
do 4 te o 6 intercostal. E como está fazendo contato principal esquerdo e brônquio principal direito. A
cm musculatura peitoral maior e menor, acaba que divisão da arvore brônquica depende do parênquima
pega aquele suprimento da parte mais inferior. pulmonar, sendo importante entender as diferenças.
Lembrem dos pacientes com lesão medular p saber O pulmão direito tem 3 lobos, o esquerdo apenas
os níveis. Mamilo t4. dois superior e inferior. Então a árvore é diferente em
cada lado.

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Na divisão carina, temos os brônquios principal Pontos importantes: Pulmão direito 3 lobos e
esquerdo e direito, são os primários, depois deles 2 fissuras oblíquas e pulmão esquerdo e 1 fissura
temos a divisão em lobares ou secundários, então obliqua 2,a presença do hilo pulmonar onde temos
cada um desses lobares vai arborizar nossos lobos, a entrada dos brônquios principais e vasos e artérias.
no lado direito temos o lobar superior, lobar médio e O ponto diferencial é que o brônquio primário do lado
lobar inferior e no esquerdo só temos o lobar direito é mais vertical e do lado esquerdo, mas
superior e lobar inferior. horizontal.

Observem que os brônquios primários


possuem anéis cartilaginosos. Depois dos primários
e secundários temos os terciários ou segmentares.

Pulmão direito 3 lobos e 2 fissuras oblíquas e


pulmão esquerdo e 1 fissura obliqua 2.
Anatomicamente o pulmão direito é maior em ais
pesado do que o esquerdo, sendo que é mais curto
por conta do fígado. Pelo fato de ele ser maior a
literatura menciona que ele pode ter até 10
segmentos, enquanto o do lado esquerdo tem aprox.
8 segmentos. Entretanto, depende do livro que vocês
se baseiam, mas Moore utiliza essa divisão.
Com relação a irrigação é feita pelas artérias
No brônquio segmentar temos as porções dos brônquicas )ramos da artéria aorta das artérias
bronquíolos que não possuem anéis cartilaginosos, e intercostais), que levam sangue oxigenado para a
depois deles temos os bronquíolos terminais e raiz do pulmão e tecidos adjacentes (pleuras).
depois os bronquíolos respiratórios (trocas gasosas
hematose) e depois deles temos os alvéolos, que
lembram cachos de uvas que precisam estar abertos
para permitir a troca gasosa), terminando a
arborização do pulmão.

A drenagem venosa da mesma forma, veias


bronqueais direita e esquerda, direcionam para a
parte mais posterior, pegando as intercostais
(sistema ázigo e hemiázigo), daí subindo para chegar
na braquiocefálica ou direto na veia cava superior.

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A função dos pulmões é fazer o banco da A pleura parietal mediastinal possui o


respiração e possui um revestimento composto de ligamento pulmonar. Temos duas pleuras parietal e
duas pleuras, formadas por tecido conjuntivo visceral, contínua, que chegam junto até o hilo do
(seroso, mais fino) e duas camadas pleura parietal pulmão formando o ligamento pulmonar, é uma parte
(reveste externamente) e pleura visceral (contínua de maior resistência que protege as veias
com o parênquima pulmonar). Temos mama, pulmonares, artérias pulmonares e os brônquios.
musculo, gordura, etc, chegando nas costelas, Quando chegamos na margem inferior temos pontos
depois temos um face endotorácica de proteção e de visualização radiológica importante, porque
depois temos a pleura parietal, depois temos um conseguimos ver a cúpula do pulmão e impressão
espaço virtual e aí temos uma fina camada de líquido cardíaca.
pleural que favorece a movimentação do pulmão, e
depois desse líquido temos a pleura visceral. Então
essa camada é importante porque é essa situação
que gera uma pressão negativa e favorece a
expansão do pulmão. Uma perfuração na camada
da pleura entra ar e ocasiona o colabamento do
pulmão (pressão negativa que deixa o pulmão
expandido). Mesma coisa se tiver um derramamento
de sangue, dando o hemotórax, que também
ocasiona problema na distensão do pulmão.
A pleura diafragmática reveste a maior parte
do diafragma exceto o centro tendíneo e tem a fáscia
frênico pleural, porque aqui chega inervação do
nervo frênico (diafragma inervado pelo n. frênico).

A cúpula da pleura é a parte mais susceptível


para lesão (sem proteção dos ossos). É reforçada
pela membrana supra pleural.

Nossa pleura tem algumas porções. As


porções costais que fazem margeamento com as
costelas (o pulmão tem margens costais). nossa
pleura também tem porção diafragmática que 4entra
e contato com diafragma, tem a porção mediastinal Em relação aos pulmões, é importante lembrar
(presença do coração no meio) e porção da cúpula das faces costais, mediastinal e diafragmática,
da pleura (parte mais exposta do pulmão parte margens anterior, inferior e posterior. Hilo acesso
medial da clavícula). Portanto as porções são: costal, de um brônquio principal em cada pulmão. Raiz
mediastinal, diafragmática e cúpula. nervos e vasos pulmonares.

A pleura parietal costal está associada com as


costelas, protegido pela fáscia endotorácica, borda
inferior associada com diafragma (recesso
costodiagfragmático), borda anterior chamado de
costomediastinal e parte posterior indefinida.

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As principais estruturas da raiz são os Os bronquíolos respiratórios são as porções


brônquios, vasos pulmonares (lembrem das artérias finais dos bronquíolos da árvore brônquica, ela
e veias pulmonares), vasos bronquiais (vem da termina nos bronquíolos terminar, bronquíolos
traqueia p irrigar traqueia e brônquios primários), respiratórios e alvéolos (saquinhos de uva que
vasos linfáticos e linfonodos, nervos. permitem hematose precisam estar aberto e
possuem surfactante que permite a expansão e troca
gasosa). Prematuro geralmente precisa do
surfactante e muitas vezes precisam ficar na UTI-Neo
para amadurecimento da arvore pulmonar.

Os segmentos pulmonares são supridos


independentemente, por um brônquio segmentar e
um ramo arterial pulmonar.

Pulmão esquerdo tem pressão cardíaca mais


proeminente.

As veias vão para coração, artérias saem do


coração. Nosso pulmão tem uma circulação
pulmonar e ela chega no pulmão pobre em oxigênio
pelas artérias pulmonares direita e artéria pulmonar
esquerda, cada uma fazendo suprimento do pulmão
que são independentes. Do tronco pulmonar temos a
saída das artérias direta e esquerda, delas há
Bronquíolos são ramificações menores dos hematose e voltam como veias pulmonares
brônquios, não tem cartilagem, glândulas ou nódulos chegando com sangue rico em O2. Veia vai e
linfáticos, mais associados com brônquios. artérias sai.

Artérias pulmonares pobre em O2 e veias


pulmonares ricas em O2. Lobos primários,
secundários e terciários = artérias e veias da mesma
forma por isso podemos fazer cirurgia de
segmentos do pulmão. Cada um dos nossos lobos
recebe esse suprimento.

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A inervação também vem dos nervos


intercostais e frênicos, e essa parte associada com
os nervos intercostais é responsável pela
sensibilidade tátil e álgica da região do pulmão. A dor
referida acontece muito com pulmão e coração. O
plexo vagal tem relação direta com inervação do
coração.

A drenagem linfática dos pulmões começa


sendo direcionada lá dos alvéolos para os brônquios
lobares e principais e depois chega na cadeia tronco
mediastinal. Sempre começa intrapulmonar depois
vai pra bronco pulmonar (brônquios-hilos), depois
traqueobrônquica (traqueia e brônquio, terminando
no broncomediastinal (mediastino e brônquios).

A inervação depende do nosso sistema


nervoso autônomo. Quando a gente está mais
tranquilo e relaxado, nossos vasos pulmonares estão
dilatados e arvore brônquica contraída. No estresse
precisamos de maior dilatação para troca gasosa,
vasos mais apertados (vasoconstrição).

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