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INSTITUTO SUPERIOR CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

Medicina Dentaria 1 ano

Testo de apoio de Anatomia humana 1

1. Conceito do Órgão de Sentido

Para Carneiro (1995), Órgãos dos sentidos é um conjunto de órgãos receptores externos
de estímulos sensoriais. As suas funções são transformar os estímulos (luz, som, calor,
pressão, sabor) em impulsos nervosos, onde esses percorrem as células nervosas até o
centro nervoso, o cérebro (receptor interno). O cérebro traduz, interpreta e transforma
os impulsos nervosos em sensações de quente, frio, de sabores, de cheiros, de sons, de
percepção de luminosidade (claro ou escuro) ou de distinção de cores

Os órgãos de sentidos são: Visão, Audição, Olfacto, Gustação ou Paladar, e Tato.

1.1.Visão (olho)

Segundo Castro (1985), a visão consiste na percepção das imagens dos objectos,
realmente como eles se apresentam e o órgão que capta estas imagens é o olho que, por
intermédio das vias ópticas, as envia ao centro cortical da visão (sulco calcário do lobo
occipital).

1.1.1. Anatomia do olho

O olho é um órgão par (direito e esquerdo), situado na cavidade orbital da face onde é
mantido e movimentado, por um conjunto de elementos, que recebem o nome de órgãos
acessórios do olho

Os globos oculares apresentam, anexos: as pálpebras, os cílios, as sobrancelhas ou


supercílios, as glândulas lacrimais e os músculos oculares.

As pálpebras são duas dobras de pele revestidas internamente por uma membrana
chamada conjuntiva. Servem para proteger os olhos e espalhar sobre eles o líquido que
conhecemos como lágrima.

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Os cílios ou pestanas impedem a entrada de poeira e de excesso de luz nos olhos, e as
sobrancelhas impedem que o suor da testa entre neles.

As glândulas lacrimais produzem lágrimas continuamente. Esse líquido, espalhado


pelos movimentos das pálpebras, lava e lubrifica o olho. Quando choramos, o excesso
de líquido desce pelo canal lacrimal e é despejado nas fossas nasais, em direção ao
exterior do nariz.

Os globos oculares estão alojados dentro de cavidades ósseas denominadas órbitas,


compostas de partes dos ossos frontal, maxilar, zigomático, esfenóide, etmóide, lacrimal
e palatino. Ao globo ocular encontram-se associadas estruturas acessórias: pálpebras,
supercílios (sobrancelhas), conjuntiva, músculos e aparelho lacrimal.

O olho é um globo de cerca de 25mm de diâmetro e 8 gramas.

É formado por várias estruturas:

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O corpo ciliar é a parte anterior da coróide, à qual está ligado o cristalino graças a
várias fibras chamadas zónulas ou ligamentos suspensores do cristalino. Tem um papel
fundamental na secreção do humor aquoso e na focagem dos raios de luz para permitir a
visão.

A íris é uma membrana redonda, com um orifício central, a pupila. Forma a parte
colorida do olho, sendo a cor determinada pela espessura do epitélio. A íris é clara
quando o epitélio é fino e escura quando é espesso.

A contracção ou distensão da íris é um reflexo fisiológico da adaptação à luz. Se a luz


for forte, a pupila fica pequena (miose), se a luz estiver fraca, o tamanho da pupila
aumenta para obter um máximo de luz (midríase).

A córnea é um tecido transparente, na parte anterior do olho, que faz refracção da luz
para o cristalino e para a retina. É formada por 5 camadas (epitélio, membrana de
Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio), não possui irrigação sanguínea
(por isso não sangra), mas é muito inervada. Isso explica a sua sensibilidade e o "reflexo
corneano" que faz a pálpebra piscar, como um mecanismo de protecção, quando os
objectos estão próximos dos olhos. É alimentada permanentemente por lágrimas e
humor aquoso.

O humor aquoso é um líquido transparente que fornece os nutrientes necessários à


córnea e à pupila. A sua função é manter a pressão intra-ocular e a forma do globo
ocular.

A esclera é uma membrana forte e branca, que constitui o "branco" do olho.

A coróide é um tecido do globo ocular, muito vascularizada, é a membrana nutritiva do


olho.

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A retina é uma membrana fina que cobre uma grande parte da superfície interna do
globo ocular. Sensível à luz, é formada por células foto receptoras (bastonetes e cones) e
neurónios que transmitem sinais eléctricos para o cérebro. A retina central inclui a
mácula e a fóvea. O seu aporte de sangue é assegurado pela artéria e veia central da
retina.

O nervo óptico, que é o segundo nervo craniano, permite a transmissão de informação


visual da retina para o cérebro.

1.1.2. Músculos oculomotores

Dentro da cavidade ocular, o globo ocular é mantido e movido pelos músculos extra-
oculares:

 4 Rectos
 2 Oblíquos
 Rectos:
1. O recto inferior permite o movimento do olho para baixo: movimento descendente.
2. O recto superior permite o movimento do olho para cima: movimento ascendente.

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3. O recto medial permite o movimento do olho para o nariz: movimento para dentro.
4. O recto lateral permite o movimento do olho em direcção à têmpora: movimento
para fora.
 Oblíquos:
1. O oblíquo inferior: é o músculo extra-ocular mais curto. Permite o movimento do
olho em direcção à têmpora e uma elevação do campo de visão.
2. O oblíquo superior: é o músculo oculomotor mais longo. Permite o movimento do
olho para o nariz e uma redução do campo de visão.

1.1.3. Sistema Lacrimal

O sistema lacrimal corresponde a todo o órgão que permite a produção, repartição e


secreção de lágrimas.

A circulação contínua de lágrimas ajuda a prevenir a desidratação da córnea (função


nutritiva) e a eliminação de impurezas presentes no olho.

As lágrimas são produzidas pela glândula lacrimal, sob a pálpebra superior. Elas
espalham-se na área anterior do olho, e são espalhadas pelo movimento de pestanejar.
Isso também permite a sua drenagem através do ponto lacrimal no canto interno das
pálpebras.

As lágrimas são drenadas pelo canalículo lacrimal no canal lacrimo-nasal e,


finalmente, na cavidade nasal.

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1.2.Audição (ouvido)

É a capacidade de ouvir os sons (vozes, ruídos, barulhos, músicas) provenientes do


mundo exterior. O ouvido capta as ondas sonoras e as envia para que o cérebro faça a
interpretação daquele som.

1.2.1. Ouvido externo

Ouvido externa é formada pelo pavilhão auditivo (antigamente denominado orelha) e


pelo canal auditivo externo ou meato auditivo.

Todo o pavilhão auditivo (excepto o lobo ou lóbulo) é constituído por tecido


cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons para a
orelha média.

O canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a ouvido média e o meio


externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso
temporal. É revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma substância
gordurosa e amarelada, denominada cerume ou cera.

Tanto os pêlos como o cerume retêm poeira e micróbios que normalmente existem no ar
e eventualmente entram nos ouvidos.

O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - tímpano ou membrana


timpânica - firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido
fibroso, chamado anel timpânico.

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1.2.2. Ouvido Médio

O ouvido média começa na membrana timpânica e consiste, em sua totalidade, de um


espaço aéreo – a cavidade timpânica – no osso temporal. Dentro dela estão três
ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua
forma: martelo, bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos no ouvido
média, através de ligamentos.

O cabo do martelo está encostado no tímpano; o estribo apoia-se na janela oval, um dos
orifícios dotados de membrana da ouvido interno que estabelecem comunicação com a
ouvido média. O outro orifício é a janela redonda. A ouvido média comunica-se
também com a faringe, através de um canal denominado tuba auditiva ou( trompa de
Eustáquio). Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio. Dessa forma, de um
lado e de outro do tímpano, a pressão do ar atmosférico é igual. Quando essas pressões
ficam diferentes, não ouvimos bem, até que o equilíbrio seja reestabelecido.

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1.2.3. Ouvido interno

A ouvido interno, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal,


revestidas por membrana e preenchidas por líquido. Limita-se com a ouvido média
pelas janelas oval e a redonda. O labirinto apresenta uma parte anterior,
a cóclea ou caracol - relacionada com a audição, e uma parte posterior - relacionada
com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos canais semicircular.

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A cóclea é um aparelho membranoso formado por tubos espiralados.

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