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23/02/2017 Ouvido ­ externo, médio e interno ­ Audição ­ InfoEscola

Ouvido
Por Débora Carvalho Meldau

O ouvido é o órgão responsável pela captação de vibrações no ar (sons) e


transformação desses, em impulsos nervosos que o cérebro “codifica”. Além dessa
função, este órgão também está relacionado com o equilíbrio do corpo. Ele é dividido
em três partes:

Ouvido externo é a parte que recebe


as ondas sonoras;
Ouvido médio, onde há a
transformação dessas ondas em
vibrações mecânicas que será
transmitida para a próxima parte;
Ouvido interno, onde as vibrações
estimulam os receptores e sofrem
transdução para impulsos nervosos
que vão alcançar o sistema nervoso
central, via nervo acústico.

Ouvido externo
Compreende o pavilhão auricular (ou orelha), o meato acústico externo e a membrana
do tímpano.

O pavilhão auricular participa na captação do som, possui forma irregular e é constituído


essencialmente por uma placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de
pele dos dois lados, onde são encontradas glândulas sebáceas e poucas glândulas
sudoríparas.

O meato acústico externo vai desde o pavilhão até a membrana do tímpano. Apresenta­
se como um canal achatado, de paredes rígidas, que o mantém constantemente aberto.
O terço externo desse canal apresenta cartilagem elástica, que é continuação da
cartilagem do pavilhão auricular. O arcabouço dos dois terços internos é formado pelo
osso temporal.

O meato acústico é revestido internamente por pele rica em pêlos e glândulas sebáceas
e ceruminosas (glândulas sudoríparas modificadas). Ao produto resultante da secreção
dos dois tipos glandulares, dá­se o nome de cerúmen (substância pastosa de coloração
marrom). Tanto o cerúmen quanto o pêlos do meato possuem função protetora,
dificultando a penetração de objetos estranhos.

No fundo do meato está presente a membrana timpânica (ou tímpano), de formato oval.
Essa membrana é externamente recoberta por uma fina camada de pele e internamente
por epitélio cubóide simples. Entre as duas camadas epiteliais, são encontradas duas
camadas de fibras colágenas e fibroblastos. Na camada externa, estas fibras orientam­
se radialmente, de modo que na cama interna são circulares. Além do colágeno,
encontra­se também uma fina rede de fibras elásticas. No quadrante superior ântero­
superior do tímpano não há a presença de fibras, sendo, portanto, flácida essa região,
recebendo o nome de membrana de Shrapnell. A membrana timpânica é a estrutura que
transmite as ondas sonoras para os ossículos do ouvido médio.
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Ouvido Médio
Localiza­se na espessura do osso temporal, como uma cavidade que separa a
membrana timpânica da superfície óssea do ouvido interno. Em sua porção anterior, se
comunica com a faringe pela tuba auditiva (ou Trompa de Eustáquio). Em sua porção
posterior, se comunica com as cavidades cheias de ar do processo mastóide do osso
temporal. O ouvido médio é revestido por epitélio simples pavimentoso, cuja lâmina
própria se apresenta aderida ao periósteo. Próximo ao orifício da tuba auditiva, o
epitélio torna­se prismático ciliado e, ao passo que se aproxima da faringe, observa­se a
sua gradual transição para epitélio pseudo­estratificado ciliado. Normalmente, a tuba
auditiva encontra­se fechada, abrindo­se durante o ato de deglutição, para que haja o
equilíbrio da pressão externa com o ouvido médio.

Na parede medial, existem duas regiões sem osso, recobertas apenas por uma
membrana conjuntivo­epitelial, são as janelas oval e redonda.

Unindo a janela oval ao tímpano existe um sistema de três ossículos articulados,


formado pelo martelo, bigorna e estribo, que transmitem as vibrações mecânicas
geradas na membrana timpânica até o ouvido interno. O martelo insere­se na
membrana timpânica e o estribo na janela oval, sendo a bigorna encontrada entre esses
dois ossículos.

No ouvido médio são encontrados dois pequenos músculos estriados esqueléticos, o


tensor do tímpano e o tensor do estribo, que se inserem no martelo e no estribo,
respectivamente. Esses músculos participam da regulação da condução do estímulo
sonoro.

Ouvido Interno
Recebe também o nome de labirinto. É uma estrutura complexa formada por sacos
membranosos, cheios de líquido, que estão alojados dentro de cavidades na porção
pétrea do osso temporal.

Ao conjunto de cavidades e canais limitados por tecido ósseo, denomina­se labirinto


ósseo. Dentro deste, encontram­se estruturas membranosas que ocupam parcialmente
as cavidades ósseas, seguindo, normalmente, a sua forma. Recebe o nome de labirinto
membranoso, que, apesar de se ligar à parede óssea em certas regiões, na maior parte
de sua extensão está separado do osso. Existe, pois, um espaço entre o labirinto ósseo
e o membranoso, que é uma continuação do espaço subaracnóideo das meninges, que
se apresentam cheios de líquido, a perilinfa (composição semelhante ao líquido
cefalorraquidiano).

Além da perilinfa, também são encontradas finas traves de tecido conjuntivo contendo
vasos, que unem o periósteo que reveste o labirinto ósseo às estruturas membranosas.
O interior dessas estruturas é repleto de endolinfa (líquido de composição e origem
diferentes da perilinfa). O labirinto membranoso é composto principalmente por epitélio
de revestimento pavimentoso, circundado por uma fina camada de tecido conjuntivo. No
entanto, na região mais profunda, o epitélio do labirinto membranoso tem origem
ectodérmica, pois se origina de uma invaginação ectodérmica da parede lateral do
esboço cefálico do embrião. Esta invaginação transforma­se gradualmente em uma
vesícula, denominada vesícula óptica. Esta, por sua vez, prolifera e cresce
irregularmente, dando origem a diversos compartimentos do labirinto membranoso no
adulto. O epitélio de suas paredes, em determinadas regiões, estabelece contato com os

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nervos vestibular e coclear, espessando­se e diferenciando­se em órgãos especiais, os


receptores, que são: as máculas, as cristas e o órgão de Corti.

O labirinto ósseo é constituído por uma cavidade central de forma irregular, o vestíbulo,
onde desembocam, de um lado, os canais semicirculares e, de outro, a cóclea. O
vestíbulo contém duas estruturas: o sacúolo e o utrículo. Neste último desembocam os
canais semicirculares. Cada canal apresenta uma dilatação numa das suas
extremidades, denominadas ampolas. Já o sacúolo une o utrículo à cóclea por meio de
estreitos canais.

Fontes:
http://www.ines.gov.br/ines_livros/1/1_001.HTM
http://pt.wikipedia.org/wiki/Orelha
http://www.neurinoma.org.br/conteudo.asp?id=17
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A.
(10° Ed), 2004.

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