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OBJETIVO 01 – Descrever a origem real e aparente e a função de cada par de nervo craniano:
REFERÊNCIA: Neuroanatomia Funcional, MACHADO.
Nervos cranianos são os que fazem comunicação com o encéfalo. A maioria liga-se ao tronco encefálico,
exceto o óptico e olfatório, que se ligam diencéfalo e telencéfalo, respectivamente.
CLASSIFICAÇÃO AFERENTE:
Na extremidade cefálica dos animais, desenvolveram-se órgãos de sentido mais complexos, que são, nos
mamíferos, órgãos da visão, audição, gustação e olfação. Seus receptores são denominados especiais para
distingui-los dos demais receptores, que por serem encontrados em todas as partes do corpo, são
denominados gerais.
A classificação das fibras nervosas em relação a esses receptores são:
1. Fibras aferentes somáticas gerais: originam-se em exteroreceptores e proprioceptores, conduzindo
impulsos de temperatura, dor, pressão, tato e propriocepção.
2. Fibras aferentes somáticas especiais: originam-se na retina e no ouvido interno (visão, audição e
equilíbrio).
3. Fibras aferentes viscerais gerais: originam-se em visceroceptores e conduzem, impulsos relacionados
com a dor visceral.
4. Fibras aferentes viscerais especiais: originam-se em receptores gustativos e olfatórios, considerados
viscerais por estarem localizados em sistemas viscerais, como digestivo e respiratório.
CLASSIFICAÇÃO EFERENTE:
Cada nervo óptico une-se com o do lado oposto, formando o quiasma óptico, onde há cruzamento parcial de
suas fibras, as quais continuam no trato óptico até o corpo geniculado lateral.
Exclusivamente sensitivo, conduzindo impulsos visuais, sendo aferentes somáticas especiais.
Origem real: Núcleo geniculado lateral;
Origem aparente no encéfalo: Quiasma óptico;
Origem aparente no crânio: Canal óptico;
Nervo oculomotor (III par), nervo troclear (IV par), nervo abducente (VI par):
São nervos motores que penetram na órbita pela fissura orbital superior, distribuindo-se aos músculos
extrínsecos do bulbo ocular, que são os seguintes:
Elevador da pálpebra superior, reto superior/inferior/medial/lateral, oblíquo superior/inferior.
Todos esses músculos são inervados pelo oculomotor, com exceção do reto lateral e oblíquo superior, que
são inervados pelo abducente e troclear, respectivamente.
O nervo oculomotor possui fibras responsáveis pela inervação pré-ganglionar dos músculos intrínsecos do
bulbo ocular: o músculo ciliar, que regula a convergência do cristalino, e o músculo esfíncter da pupila.
Estes são músculos lisos e suas fibras são eferentes viscerais gerais.
III par:
Origem real: Núcleo oculomotor e o Edinger-Westphal;
Origem aparente no encéfalo: Sulco medial do pedúnculo cerebral;
Origem aparente no crânio: Fissura orbital superior;
IV par:
Origem real: núcleo pode ser encontrado ao nível do colículo inferior do tronco cerebral.
Origem aparente no encéfalo: Véu medular superior;
Origem aparente no crânio: Fissura orbital superior;
VI par:
Origem real: núcleo pode ser encontrado no colículo facial do tronco encefálico.
Origem aparente no encéfalo: Sulco bulbo-pontino;
Origem aparente no crânio: Fissura orbital superior;
1. Nervo oftálmico. V1
2. Nervo maxilar. V2
3. Nervo mandibular. V3
Esses três ramos são os responsáveis pela sensibilidade somática geral de grande parte da cabeça. Estas
fibras conduzem impulsos exteroceptivos e proprioceptivos:
Os exteroceptivos (temperatura, dor, pressão, tato) originam-se:
Da pele da face e fronte.
Conjuntiva ocular.
Parte ectodérmica da mucosa da cavidade bucal, nariz e seios paranasais, dentes.
Dos 2/3 anteriores da língua.
Da maior parte da dura-máter craniana.
Os impulsos proprioceptivos originam-se em receptores localizados nos músculos mastigadores e na
articulação temporomandibular.
Origem real: núcleos estão no tronco encefálico e na parte superior da medula espinhal;
Origem aparente encefálica: entre a ponte e o pedúnculo cerebelar médio;
Origem aparente cranial: fissura orbital superior (oftálmico); forame redondo (maxilar) e forame oval
(mandibular);
Nervo facial, VII par:
Grande importância médica, nas relações com o nervo vestibulococlear e com as estruturas do ouvido médio
e interno, e com a parótida.
O nervo emerge do sulco bulbo-pontino através da raiz motora, o nervo facial propriamente dito, e uma raiz
sensitiva e visceral, o nervo intermédio.
Compõe-se de uma parte vestibular e uma parte coclear, que, embora unidas em um tronco comum, têm
origem, funções e conexões diferentes.
A parte vestibular é formada por fibras que se originam dos neurônios sensitivos do gânglio vestibular, que
conduzem impulsos nervosos relacionados com o equilíbrio, originados em receptores da porção vestibular
do ouvido interno.
A parte coclear é constituída de fibras que se originam nos neurônios sensitivos do gânglio espiral e que
conduzem impulsos nervosos relacionados a audição, originados no órgão espiral, receptor da audição,
situado na cóclea.
Fibras classificadas como aferentes somáticas especiais.
Lesões na parte coclear: diminuição da audição.
Lesões na parte vestibular: vertigem, alterações do equilíbrio e enjoo.
Origem real: possui um núcleo vestibular e outro coclear.
Origem aparente encefálico: sulco bulbo-pontino (lateralmente ao VII)
Origem aparente cranial: penetro no osso temporal pelo meato acústico interno, mas não sai do crânio
Nesse trajeto, o vago dá origens a numerosos ramos que inervam a laringe e faringe, entrando na formação
dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras torácicas e abdominais.
O vago possui dois gânglios sensitivos, o superior (jugular) e o inferior (nodoso), situado logo abaixo desse
forame.
Entre os dois gânglios reúne-se ao vago o ramo interno do nervo acessório.
Suas fibras eferentes originam-se em núcleos situados no bulbo, e as fibras sensitivas, nos gânglios
superiores e inferior.
Origem real: núcleos são o ambíguo, vagal motor dorsal e solitário
Origem aparente encefálico: sulco lateral posterior caudalmente ao IX
Origem aparente cranial: forame jugular
Central:
A paralisia facial central (PFC) é um sinal neurológico caracterizado pela paralisia ou paresia do
quadrante inferior da hemiface. As paralisias faciais podem ser divididas em dois grandes grupos: central
(PFC) ou supranucleares; e periférica (PFP), sendo nucleares e infranucleares.
O núcleo motor do nervo facial possui duas divisões: dorsal e ventral. Nelas há neurônios motores inferiores,
responsáveis pela inervação dos quadrantes superior e inferior da hemiface ipsilateral.
A divisão dorsal tem representação bilateral, ou seja, ambos os hemisférios cerebrais. A divisão ventral
recebe apenas entrada contralateral (ou seja, do hemisfério contralateral).
Lesões do trato corticonuclear entre o córtex cerebral e o núcleo do motor facial comprometem a divisão
ventral, mas a entrada ipsilateral da divisão dorsal é mantida.
7 Tutoria 02 – Doutor, eu vou ficar assim?
Para pacientes com incapacidade de proteção dos olhos: colírio lubrificante/lágrimas artificiais de 1/1 hora
(sempre que o paciente lembrar; no período diurno).
Pomada oftalmológica estéril, como Acetato de retinol (10.000 unidades/g), utilizada no período noturno: 1x
antes de dormir.
Curativo oclusivo no período noturno. Os cuidados oculares para prevenção de ceratite e ulceração de
córnea são essenciais, tendo em vista que o paciente tem fechamento incompleto da pálpebra e com
frequência lacrimejamento insuficiente.
Tratamento com corticoides está indicado nos primeiros 3-5 dias da doença, na dose de 60-80 mg/dia, por 5-
7 dias (Prednisona) ou na dose de 60 mg/dia, por 5 dias (Prednisolona).
O tratamento com antivirais não apresenta evidências fortes na literatura. Metanálise recente verificou que
os antivirais não têm benefício, nem de modo isolado, nem em associação a corticoides.
Seu uso associado a corticóides ainda é controverso. Em meta-análise realizada por de Almeida e
colaboradores, houve tendência de benefício com o tratamento combinado. Entretanto, os estudos são
pequenos, heterogêneos, com falhas metodológicas. Em revisão sistemática Cochrane, o tratamento
combinado não mostrou reduzir sequela neurológica quando comparado ao uso isolado de corticóides. REF:
BVS Atenção Primária em Saúde
Alguns autores sugerem a coadministração de Valaciclovir oral ou Aciclovir junto com glicocorticoides para
pacientes com paralisia facial grave, definido como House-Brackmann (HB) grau IV ou superior.
Uma revisão sistemática atualizada em 2021 encontrou apenas dois pequenos estudos randomizados
comparando grupos de controle cirúrgico e não cirúrgico. A qualidade metodológica de ambos os ensaios foi
muito baixa e não houve diferença no resultado entre os grupos de tratamento. Não há evidências suficientes
para decidir se a cirurgia para paralisia de Bell é benéfica.