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EF

cabeça e pescoço - criança


11/03/2023 17:07

Yasmin | MedUESC XIX | 4º ano

Exame físico geral


Comece com um breve resumo da aparência geral do paciente, estado nutricional, hidratação, nível de
consciência/estado mental e cooperação com o examinador.

ESTADO GERAL DO PACIENTE


• Excelente
• Bom
• Regular
• Ruim
• Muito ruim
Serve tanto para avaliar o bem-estar, quanto para avaliar o
grau da doença.

ATITUDE DO PACIENTE
• Observar a atividade da criança. Está apático ou indiferente?
• Existem posições eletivas (posição peculiar é preferida
por diminuir um desconforto ou uma limitação funcional)?
Se não houver, a posição é dita como indiferente (quando
não há desconforto e a criança fica em qualquer posição).
• Apresenta choro fácil ou irritabilidade?
• Está colaborando com o exame?

FÁCIES
• Como está a expressão facial da criança? Aparenta ter dor
ou sofrimento?
• Fácies atípica é considerada normal. Fácies típica tem
referência sindrômica.

ESTADO NUTRICIONAL
• Observar se há a presença de edemas.
• Observar a presença do panículo adiposo.
• Avaliar aspecto nutrido ou desnutrido

Sinais vitais
Certifique-se de que a criança esteja quieta e relaxada ao avaliar os sinais vitais.
Lembre-se de que os sinais vitais pediátricos têm intervalos apropriados com base na idade

Temperatura
Para fins práticos a temperatura axilar é a mais utilizada

Pulsos
Palpar: Carotídeo, radial e femoral
Auscultar: Mitral, pulmonar, aórtico, tricúspide

Avalia-se:
► Simetria: verificar se há desigualdade entre os pulsos radiais e femorais.
► Frequência: n° de pulsações por minuto.
► Ritmo: é o intervalo dado pela sequência de pulsações.
Se elas ocorrem em intervalos iguais, o ritmo é regular.
Se os intervalos variam, o ritmo é irregular.
► Amplitude: é a sensação captada pelo examinador a cada pulsação. É avaliada como: ampla (estado febril;
hipertireoidismo; esforço), mediana, pequena ou parvus (diminuição do DC).

Frequencia respiratória
Observar as incursões abdominais, principalmente no início da infância (quando há predomínio da respiração
diafragmática e as incursões torácicas são mínimas).

Pressão arterial
Use o tamanho correto do manguito de pressão arterial para a idade da criança.

Deve ser aferida rotineiramente a partir dos 3 anos de idade, na criança assintomática.

Mesmo método do adulto

Medições de crescimento
Peso
Meça o peso em cada visita.
Pergunte aos pais / responsáveis sobre o peso ao nascer (especialmente para bebês e crianças pequenas).
Pergunte aos pais/responsáveis se eles notaram alguma mudança recente no peso.

Altura/comprimento: Meça crianças < 2 anos em decúbito dorsal. As crianças mais velhas são medidas em pé.

Perímetro cefálico: Meça o perímetro cefálico em todos os lactentes com idade entre < 2 anos.

Perímetro torácico

Circunferência abdominal

Puberdade: Tome nota dos estágios de Tanner.

! Sempre registre altura, peso e perímetro cefálico com percentis em um gráfico de crescimento para
acompanhar a progressão desses valores.

EF:
Pele e mucosas
Observar:
Ø Coloração
• Icterícia: Avaliar: pele, mucosa e esclera.
• Cianose: Periférica ou Central? Avaliar: ao redor dos lábios, a ponta do nariz; os lobos da orelha, as mãos e os
pés.
• Palidez: Desaparecimento da cor rósea. Deve-se pesquisar: lábios, mucosa oral, conjuntiva e pálpebras.
Ø Textura da pele: normal, lisa ou áspera.
Ø Sensibilidade: tátil, térmica ou dolorosa.
Ø Espessura: normal; atrófica; hipertrófica.
Ø Hidratação: seca; normal; hiperhidratada.
Ø Elasticidade e Turgor: Para avaliar deve-se realizar o pinçamento e a tração da prega cutânea.
• Elasticidade: facilidade que a pele é deslocada
• Turgor: facilidade com que a pele retorna para o lugar
Ø Descrever lesões presentes, se houverem e suas localizações.

TECIDO SUBCUTÂNEO
É avaliado a partir do pinçamento de uma prega abdominal ou triciptal. O volume e o turgor da prega devem
ser observados. Para o pinçamento das pregas cutâneas, a criança deve estar ereta. A pinça deve ser feita com
o polegar e o indicador.
Ø Abdominal: a 1 cm acima da cicatriz umbilical
Ø Triciptal: os braços da criança devem estar ao lado do corpo, deve-se pinçar a região média dorsal do
braço.

MUCOSAS
Avaliar tanto a mucosa conjuntiva quanto a oral.
Observar:
Ø Coloração: ictérica; cianótica ou pálida.
Ø Umidade.
Ø Presença de úlceras, fissuras ou outras lesões.

ATENÇÃO
Lembrar que o choro e infecções respiratórias causam hiperemia da mucosa conjuntival.

FÂNEROS
Cabelos, pelos, unhas.
Ø Observar: quantidade, distribuição, características e alterações, sempre considerando os padrões
normais para a idade

CABEÇA:
Formato e simetria do crânio e da face

Formato:
1. Sutura Coronal fechada apenas em um dos lados – Plagiocefalia anterior - Cabeça no formato trapezóide;
Um lado do cranio mais para frente que o outro.
2. Sutura lambdóide fechada em um dos lados – Plagiocefalia posterior - Cabeça assimétrica com fechamento
na parte de trás; Um lado do cranio mais para frente que o outro na frente e atrás.
3. Sutura Coronal fechada em ambos os lados – Braquicefalia - Testa achatada e crescimento da cabeça de
forma lateralizada;
4. Sutura Sagital fechada – Escafocefalia - Crânio alongado, comprido;
5. Sutura Metópica fechada – Trigonocefalia - Formato de quilha de navio na testa.

FONTANELA:
Aberta? Medindo quanto?
Fechada?
Abaulada? [neoplasias, massas, hidrocefalia]
Deprimida? [desidratação]

OLHOS:
Secreção?
Lacrimejamento?
Fotofobia?
Nistagmo?
Anisocoria?
Exoftalmia ou enoftalmia?
Estrabismo?: convergente ou divergente, é a causa principal
de ambliopia – diminuição da acuidade visual em um ou
ambos os olhos devido ao não desenvolvimento visual na
infância. É fisiológico até os 6 meses de vida, devendo ser
investigado e tratado a partir dessa idade.
Cor da esclerótica: icterícia?

OUVIDOS:
Ø Inspeção
Observar simetria
Forma
Tamanho
Posição (a porção superior do Pavilhão auditivo se implanta ao nível ou acima da linha que cruza os cantos
internos e externos dos olhos). Implantação baixa pode ser indicativo de Síndrome de Down.
Deformidades
Presença do canal
Ø Palpação
Palpa a mastóide (pós-auricular)
Movimentar pavilhão
Palpar a articulação temporo mandibular (pré-auricular)
Pedir para o paciente abrir e fechar a boca
Ø Otoscopia
Cerume
Secreção purulenta
Corpos estranhos (Canal Auditivo Externo)
Sangue
Processos inflamatórios
Integridade
Transparência
Se está abaulada ou retraída (Membrana Timpânica)
Hiperemia
Ø Avaliação da qualidade auditiva
Nos lactente, observar se há pestanejamento dos olhos, susto ou direcionamento da cabeça para o lado do
estímulo.
Nas crianças maiores, pode-se sussurar ordens a uma distância de 240 cm, aproximadamente.
Encaminhar à especialista sempre que houver suspeita de anormalidade

NARIZ:
Mucosa e sua coloração
Septo nasal, se há a presença de desvios ou outras alterações
Pilosidade
Concha nasal média e inferior
Meato nasal médio
Calibre das vias aérea
Verificar a presença de secreção:
Hialina
Sero-mucosa
Purulenta
Sanguinolenta

BOCA E FARINGE:
Ø Na inspeção, deve-se observar a anatomia:
Parede posterior, pilares anteriores e posteriores mais tonsila palatina: pode pedir para o paciente colocar a
língua pra trás e dizer “AH”.
Observar o aspecto da tonsila: hiperemiada? Há a presença de petéquias? Presença de pontos esbranquiçados
ou purulentos?
Frênulo da língua: pode pedir para o paciente colocar a língua no céu da boa. Observar inserção, já que pode
estar relacionada com uma possível dificuldade de amamentação ou fala.
Dentes: avaliar defeitos no alinhamento, presença de cáries, tártaro e placa bacteriana.
Gengiva superior e inferior.
Face interna das bochechas
Língua: observar o aspecto, elas podem apresentar alterações fisiológicas (ex: língua geográfica) ou
patológicas (ex: língua em framboesa presente na escarlatina).
Abóbada palatina.
Úvula.
Ø Palpação
É realizada com o uso da luva de procedimento. É útil para avaliar a(s):
Integridade do palato duro e palato mole.
Gengiva.
Paredes da cavidade oral.

PESCOÇO
Ø Inspeção
Presença de abaulamentos
Sinais de inflamação
Secreção
Avaliar se há: lesões e torcicolo congênito
Ø Palpação
Avaliação de um possível adenomegalia:
Consistência
Tamanho
Aderência
Dor
Avaliação da rigidez da musculatura: no caso do torcicolo
congênito

Palpar tireoide na criança maior, assim como faz no adulto

LINFONODOS
Ø Na criança, é obrigatória a avaliação dos linfonodos:
Cervicais
Submandibulares
Retroauriculares
Axilares
Supraclaviculares
Pré-auriculares
Ø Deve-se se observar:
Tamanho
Localização: geral ou localizado
Consistência: fibroelástica ou amolecido ou endurecido
Presença de sinais inflamatórios
Sensibilidade
Presença de fístulas
Aderência à pele, planos profundos (pode sugerir
malignidade) ou a outros gânglios (não diferencia em
benigno ou maligno)
Ø Presença de linfonodo palpável de qualquer tamanho no período neonatal: adenomegalia.
Ø Em lactentes e crianças menores: Estão anormais:
Linfonodos cervicais > 1cm
Linfonodos inguinais > 1,5cm
Qualquer outro linfonodo > 0,5cm

Interpretação dos achados dos linfonodos

Linfonodos benignos: normalmente menos de 1 cm, lisos, arredondados, não sensíveis e móveis.

Linfonodos reativos: normalmente lisos, arredondados, sensíveis, móveis e associados a sintomas infecciosos
(por exemplo, febre).

Linfadenopatia associada a malignidade hematológica: linfonodos extensos e fibrosos generalizados.


Linfadenopatia generalizada é observada em várias condições infecciosas, inflamatórias ou malignas, como
infecção pelo HIV ou AIDS, mononucleose infecciosa, linfoma, leucemia e sarcoidose.

Linfadenopatia associada ao câncer metastático: linfadenopatia regional em grupos de linfonodos que drenam
o órgão afetado. Os gânglios linfáticos costumam ser duros, firmes, irregulares e costumam estar presos a
estruturas locais.

Linfonodos dolorosos à palpação sugerem inflamação; linfonodos endurecidos ou fixos (endurecidos nas
estruturas subjacentes e não móveis na palpação) sugerem processos malignos.

Sequencia
• Submental
• Submandibular
• Tonsillar ou amigdalianos
• Parótida
• Pré-auricular
• Pós-auricular
• Cervical superficial
• Cervical profunda
• Cervical posterior
• Occipital
• Supraclavicular

1. Comece sob o queixo (gânglios linfáticos submentonais), em seguida, mova posteriormente palpando
abaixo da mandíbula (submandibular), vire para cima no ângulo da mandíbula (gânglios linfáticos tonsilar e
parótida - amidalianos) e sinta anterior (gânglios linfáticos pré-auriculares) e posterior às orelhas (linfonodos
auriculares posteriores).
2. Siga a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo (cadeia cervical anterior) até a clavícula e, em
seguida, palpe atrás da borda posterior do esternocleidomastóideo (cadeia cervical posterior) até o processo
mastoide.
3. Palpe sobre a protuberância occipital (linfonodos occipitais).
4. Peça ao paciente para inclinar a cabeça (traga a orelha em direção ao ombro) de cada lado e palpar atrás da
borda posterior da clavícula na fossa supraclavicular (linfonodos supraclaviculares e infraclaviculares).

RIGIDEZ DE NUCA
• Importante sinal de irritação meníngea que deve ser obrigatoriamente pesquisado, principalmente quando a
criança tem febre e sintomas neurológicos.
• Se manifesta em processos meníngeos agudos.
• Consiste na rigidez ou resistência a movimentação passiva do pescoço.
• Deve-se flexionar a cabeça da criança até o seu queixo tocar o seu corpo.

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