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BATES

Lactente
CABEÇA tranquilamente sentado ou sendosegurado
em posição ereta. As pulsações da fontanela
A cabeça do recém-nascido pode parecer refletem o pulso periférico.
muito grande; ela representa 25% do
comprimento do corpo e um terço de seu As veias do couro cabeludo devem ser
peso. Essas proporções mudam, de modo inspecionadas cuidadosamente à procura de
que, ao atingir a idade adulta, a cabeça dilatação.
representa 1/8 do comprimento do corpo e
Veias dilatadas no couro cabeludo são
cerca de 1/10 do peso corporal.
indicativas de pressão intracraniana
Suturas e fontanelas: aumentada de longa data.

Espaços de tecido membranáceo, A fontanela posterior aumentada pode ser


denominados suturas, separam os ossos do observada no hipotireoidismo congênito.
crânio uns dos outros. As áreas onde as
principais suturas fazem intersecção nas A sobreposição dos ossos cranianos nas
porções anterior e posterior do crânio são suturas ao nascimento, denominada
conhecidas como fontanelas (fontículos). É cavalgamento (molding), resulta da
essencial o exame cuidadoso das suturas e passagem da cabeça do feto pelo canal do
fontanelas. parto; desaparece no prazo de 2 dias.

As suturas aparecem, à palpação, como A fontanela tensa e abaulada é observada


chanfraduras, enquanto as fontanelas seriam em lactentes com PIC e pode ser provocada
como concavidades moles. por infecções do SNC, doença neoplásica ou
hidrocefalia (obstrução da circulação do LCR
Ao nascimento a fontanela anterior (fontículo nos ventrículos cerebrais).
anterior) 4 a 6 cm de diâmetro e costuma
fechar entre 4 e 26 meses de idade (90% entre O fechamento precoce das fontanelas pode
7 e 19 meses). ser consequente a microcefalia, a
craniossinostose ou a algumas
A fontanela posterior (fontículo posterior) tem anormalidades metabólicas. Se tardio,
1 a 2 cm de diâmetro ao nascimento e costuma ser normal, mas pode ser
costuma fechar até os 2 meses de vida. consequente a hipotireoidismo,
megalocefalia, PIC ou raquitismo.

A fontanela anterior deprimida é um sinal de


desidratação.

Simetria do crânio e circunferência craniana.

Um tipo comum de aumento volumétrico


localizado do couro cabeludo é o
cefalematoma, causado por hemorragia
subperiosteal pelo tocotraumatismo.

Esse abaulamento não cruza as linhas de


sutura e regride no prazo de 3 semanas.

Com a resolução da hemorragia e sua


calcificação, restam às vezes chanfraduras
A fontanela deve ser palpada enquanto o ósseas palpáveis com um centro amolecido.
recém-nascido ou o lactente estiver
Tumefações assimétricas na cabeça do Deve ser medida durante os primeiros 2 anos
recém-nascido de vida, mas essa medida pode ser útil em
qualquer idade para avaliar o crescimento
O couro cabeludo do recém-nascido pode
da cabeça.
estar tumefeito na região occipitoparietal.
Este fenômeno é denominado caput Nos lactentes, reflete a velocidade de
succedaneum (bossa serossanguinolenta) e crescimento do crânio e do cérebro.
deve-se a distensão capilar e
É medida para que se detectem cabeças
extravasamento de sangue e líquido como
anormalmente grandes (macrocefalia) ou
consequência do efeito de vácuo da ruptura
pequenas (microcefalia).
do saco amniótico. Essa tumefação cruza
tipicamente as linhas de sutura e regride em 1
Palpe, então, as linhas de sutura.
a 2 dias.

Uma chanfradura óssea elevada na linha de


A cabeça do prematuro ao nascimento é
sutura sugere craniossinostose provocado
relativamente longa no diâmetro
pelo fechamento prematuro das suturas
occipitofrontal e estreita no diâmetro
cranianas.
bitemporal (dolicocefalia).

A sinostose da sutura sagital provoca


O formato do crânio normaliza-se, em geral,
estreitamento da cabeça, por ausência de
em 1 a 2 anos.
crescimento dos ossos parietais.
Essa condição pode ser prevenida pela Na craniotabes, os ossos cranianos são muito
mudança frequente da posição da cabeça maleáveis, pode ser secundária a PIC, como
do recém-nascido na hidrocefalia, distúrbios metabólicos, como
raquitismo, e infecção, como sífilis congênita.
Assimetria da calota craniana (plagiocefalia
posicional) pode ocorrer quando o lactente Simetria facial
passa a maior parte do tempo deitado de um O posicionamento in utero pode provocar
só lado, provocando o achatamento da assimetrias faciais transitórias.
região parieto-occipital do lado de baixo e
proeminência da região frontal no lado Se a cabeça estava flexionada sobre o
oposto. Essa proeminência desaparece esterno, pode ocorrer encurtamento do
quando o lactente se torna mais ativo e passa queixo (micrognatia).
a despender tempo menor em uma única
posição. Quase sempre a simetria é A compressão do ombro sobre a mandíbula
restaurada. pode provocar deslocamento lateral
temporário desta.
É interessante mencionar que a tendência
atual de os recém-nascidos dormirem em Micrognatia também pode ser parte de uma
decúbito dorsal para reduzir o risco de síndrome, como a síndrome de Pierre Robin.
síndrome da morte súbita do lactente
provocou um aumento dos casos de Um recém-nascido com hipotireoidismo
plagiocefalia posicional. congênito pode ter traços faciais grosseiros e
outros tipos de fácies anormal
Plagiocefalia também pode refletir doenças
como torcicolo por lesão do músculo Sinal de Chvostek (percussão da bochecha)
esternocleidomastoideo ao nascimento ou Encontrado em alguns transtornos
ausência de estimulação do recém-nascido metabólicos e, às vezes, em lactentes
ou do lactente. normais.
Circunferência craniana Percuta com a extremidade do dedo
indicador ou do dedo médio a parte de cima
da bochecha, logo abaixo do osso Gire o corpo dele lentamente em uma
zigomático à frente da orelha. direção. Isso em geral provoca a abertura dos
olhos do recém-nascido, possibilitando o
Consiste em caretas causadas por contração
exame das escleróticas (escleras), das
repetida dos músculos faciais.
pupilas, da íris e dos movimentos oculares.

Positivo é detectado em casos de tetania


O recém-nascido volta os olhos na direção
hipocalcêmica, tétano e tetania por
que você está girando.
hiperventilação.
Quando a rotação é interrompida, ele olha
OLHOS
na direção oposta após alguns movimentos
nistagmoides.
Inspeção

Os recém-nascidos mantêm os olhos O recém-nascido que não consegue abrir um


fechados, salvo durante seus breves períodos dos olhos (mesmo quando acordado ou
de despertar. alerta) pode ser portador de ptose congênita.
As causas incluem tocotraumatismo, paralisia
Se alguém tentar separar as pálpebras, elas do terceiro nervo craniano (NC III) e
serão ainda mais contraídas. problemas mecânicos.
As luzes brilhantes fazem os lactentes
piscarem. Hemorragias subconjuntivais são um achado
comum em recém-nascidos em caso de
Por isso, deve-se usar uma iluminação tênue. parto por via vaginal.

Se o examinador acordar o recém-nascido Persistência do nistagmo após alguns dias de


delicadamente, diminuir a intensidade da luz vida ou após a realização da manobra à
ambiente e segurá-lo em posição sentada, esquerda pode indicar déficit visual ou
com frequência o recém-nascido abrirá os doença do SNC.
olhos espontaneamente. Se o recém-nascido não fitar diretamente o
examinador nem acompanhar o rosto dele
É preciso ser astuto para examinar os olhos de nos períodos em que estiver acordado, é
lactentes e crianças pequenas. Muitas vezes, preciso dar atenção especial ao restante do
vale a pena usar truques para que eles exame ocular.
cooperem. Pequenos brinquedos coloridos
A criança pode ser normal, porém apresentar
são úteis como recursos de fixação ao
examinar os olhos. déficit visual.

Os recém-nascidos olham para o rosto do Nos primeiros 10 dias de vida, os olhos da


examinador e seguem uma luz brilhante se criança podem ficar fixos, fitando uma única
estiverem acordados. direção, se a cabeça dela for girada sem
movimentar o corpo (reflexo de olhos de
Alguns recém-nascidos conseguem boneca).
acompanhar os movimentos do rosto do
examinador e giram a cabeça 90° para a A persistência de estrabismo alternante
direita e para a esquerda. (convergente) ou divergente além de 3
meses ou de qualquer tipo de estrabismo
Os movimentos oculares do recém-nascido pode indicar paresia motora ocular ou outra
devem ser observados. anormalidade do sistema visual.

Segure-o em posição ereta, dando suporte


para a cabeça. Nos primeiros meses de vida, alguns lactentes
apresentam estrabismo intermitente
(estrabismo convergente alternante
intermitente ou exotropia) ou desvio lateral
dos olhos (estrabismo divergente alternante
intermitente ou exotropia).

Pesquise anormalidades ou problemas


congênitos nas escleróticas e nas pupilas.

Os olhos de muitos recém-nascidos estão Exame oftalmoscópico


edemaciados por causa do parto. No exame oftalmoscópico, realizado com o
bebê acordado e de olhos abertos, examine
Observe reações pupilares pela resposta à luz o reflexo vermelho da retina (fundo de olho)
ou cubra um olho por vez e, depois, ajustando o oftalmoscópio para 0 dioptria e
descubra-o. fazendo a avaliação da pupila a uma
distância de 2,5 cm.
Embora exista assimetria inicial nas dimensões
das pupilas, com o tempo elas tendem a Normalmente, existe um reflexo vermelho ou
apresentar tamanho e reação fotomotora alaranjado que emana do fundo de olho
equivalentes. através da pupila.

Examine as conjuntivas, pesquisando edema Em geral, é possível observar a córnea com


ou eritema. +20 dioptrias, o cristalino com +15 dioptrias e
o fundo de olho com 0 dioptria.
Na maioria dos berçários de recém-nascidos
é aplicada pomada oftálmica de antibiótico Nos lactentes, o disco óptico apresenta cor
para prevenir infecção oftalmológica mais clara, com menos pigmentação
gonocócica. macular.

Os colobomas são observados mesmo sem O reflexo luminoso da fóvea pode não ser
aparelhos e representam defeitos da íris. visível.

Manchas de Brushfield são um anel de Verifique cuidadosamente se há hemorragia


pontilhado branco na íris. Às vezes, são retiniana.
observadas em crianças normais, porém são
fortemente sugestivas de síndrome de Down. O papiledema é raro em lactentes, pois as
fontanelas e as suturas abertas acomodam
Secreção ocular e lacrimejamento eventuais aumentos de pressão
persistentes desde o nascimento podem ser intracraniana, poupando os discos ópticos.
devidos a dacriocistite ou obstrução do ducto
nasolacrimal. Glaucoma congênito também pode
Não é possível determinar a acuidade visual provocar turvação da córnea.
em recém-nascidos ou lactentes.

Pode-se usar os reflexos visuais para avaliar Um reflexo luminoso escuro pode ser
indiretamente a visão: constrição pupilar consequência de catarata, retinopatia da
direta e consensual como resposta à luz, prematuridade ou outras doenças.
piscada como resposta à luz brilhante (reflexo
de piscadela) e piscada como resposta à
movimentação rápida de um objeto em Um reflexo retiniano branco (leucocoria) não
direção do olho. é normal, e deve-se suspeitar de catarata,
descolamento de retina, coriorretinite ou
No primeiro ano de vida, a acuidade visual
retinoblastoma.
torna-se mais aguçada e a capacidade de
foco melhora.
Hemorragias extensas podem sugerir anoxia É preciso ter cuidado para não produzir
grave, hematoma subdural, hemorragia deslocamentos de ar que possam provocar a
subaracnóidea ou traumatismo. piscadela no lactente.

ORELHAS Pode ser difícil desencadear esse reflexo nos


primeiros 2 a 3 dias de vida. Após ele ser
Os principais objetivos são a determinação
desencadeado várias vezes durante um curto
da posição, do formato e das características
período, desaparece. Esse é um fenômeno
das orelhas para detectar anormalidades.
conhecido como habituação.
Observe a posição da orelha em relação aos
A tendência atual é pela realização de
olhos.
rastreamento auditivo universal em todos os
recém-nascidos, e não apenas nos de alto
Uma linha imaginária traçada dos cantos
risco para problemas auditivos.
internos e externos dos olhos deve atravessar
a orelha externa.

Se a orelha externa estiver abaixo dessa linha


imaginária, a implantação das orelhas desse
recém-nascido é baixa.

O exame otoscópico do recém-nascido só


consegue detectar se o meato acústico está
desobstruído, porque o vérnix caseoso
acumulado ofusca a membrana timpânica NARIZ E SEIOS PARANASAIS
nos primeiros dias de vida.
O componente mais importante do exame do
nariz dos recém-nascidos é o teste de
Orelhas externas pequenas, deformadas e de
desobstrução das fossas nasais.
implantação baixa indicam defeitos
congênitos associados, especialmente Ele pode ser realizado mediante a oclusão
nefropatia. cuidadosa de cada uma das narinas, de
modo alternado, enquanto o recém-
Um pequeno acrocórdon, uma fenda ou uma nascido/lactente é mantido com a boca
depressão detectada logo à frente do trago fechada.
corresponde a um resquício da primeira
fenda branquial e não costuma ser Isso normalmente não provoca angústia,
importante. porque a maioria dos lactentes respira pelo
nariz.
Problemas perinatais que elevam o risco de
defeitos auditivos incluem peso ao Na verdade, alguns lactentes são
nascimento < 1.500 g, anoxia, tratamento respiradores nasais obrigatórios e têm
com medicação potencialmente ototóxica, dificuldade de respirar pela boca. Não se
infecções congênitas, hiperbilirrubinemia deve ocluir as duas narinas simultaneamente
grave e meningite. – isso causará um transtorno considerável!

Inspecione o nariz para assegurar-se de que o


O reflexo acústico é a piscadela do recém-
septo nasal se encontra na linha média.
nascido e do lactente como resposta a um
som agudo súbito.
Um espéculo nasal calibroso do otoscópio
Pode-se provocar esse reflexo estalando os pode ser inserido delicadamente no nariz do
dedos ou usando uma campanhia, buzina ou recém-nascido e/ou do lactente.
outro dispositivo que produza barulho a uma
distância de cerca de 30 cm da orelha do Quando o bebê nasce, apenas as células
recém-nascido ou do lactente. etmoidais e o seio maxilar encontram-se
desenvolvidos; portanto, a palpação dos O frênulo da língua tem tamanho variável e,
seios paranasais nos recém-nascidos não tem às vezes, estende-se quase até a ponta da
utilidade. língua; em outros casos, é grosso e curto,
restringindo a protrusão da língua
As vias nasais dos recém-nascidos podem (anquiloglossia, ou língua presa); essas
estar obstruídas na atresia de cóanos. Nos variações dificilmente interferem na fala ou
casos graves, a obstrução nasal pode ser na funcionalidade da língua.
avaliada pela tentativa de introduzir um tubo
de alimentação nº 8 pelas narinas até a parte É muito frequente observar uma camada
posterior da faringe. esbranquiçada sobre a língua.

BOCA E FARINGE Se essa cobertura for consequência de leite,


é fácil removê-la raspando-a e enxugando-a.
Inspecione com abaixador de língua e
lanterna, e palpe para examinar a boca e a A melhor maneira de observar a faringe do
faringe. bebê é durante o choro.

A boca do recém-nascido não tem dentes e


É provável que você tenha dificuldade para
a mucosa alveolar é lisa, com bordas
usar o abaixador de língua, pois este provoca
finamente serrilhadas.
um forte reflexo faríngeo (do vômito).

Às vezes, observam-se cistos de retenção


Não espere conseguir visualizar as tonsilas.
peroláceos acompanhando as chanfraduras
alveolares, que são facilmente confundidos
Lactentes não têm tecido linfoide
com dentes – esses costumam desaparecer
proeminente.
no prazo de 1 a 2 meses.
O tamanho das tonsilas aumenta à medida
As petéquias também são achados comuns
que a criança cresce.
no palato mole após o nascimento.
Ouça o choro do bebê e suas características.
Palpe o palato duro superior para verificar sua
integridade.
Os lactentes normais têm um choro forte e
vigoroso.
As pérolas de Epstein, cistos de retenção
mucosos arredondados minúsculos de cor
Embora não seja comum, língua proeminente
branca ou amarela, localizam-se na linha
protrusa pode indicar hipotireoidismo
média posterior do palato duro e
congênito ou síndrome de Down.
desaparecem em alguns meses.
A candidíase oral (sapinho) é comum nos
Raramente são observados dentes
lactentes. As lesões são difíceis de remover e
supranumerários. Eles em geral são
têm uma base muito eritematosa
dismórficos e caem em alguns dias, mas são
extraídos para evitar aspiração.
A macroglossia está associada a doenças
sistêmicas graves.
Cistos podem ser observados na língua ou na
boca. Cistos de ducto tireoglosso podem
Quando associada a hipoglicemia e
desembocar sob a língua.
onfalocele, o diagnóstico provável é de
síndrome de Beckwith-Wiedemann.
Os lactentes produzem pouca saliva nos
primeiros 3 meses de vida. Depois dessa Fístula palatina é uma fístula congênita na
idade, produzem bastante saliva e babam linha mediana do palato.
com muita frequência.
Dentes natais são encontrados na cavidade
bucal por ocasião do nascimento.
Geralmente são apenas dentes normais que
irromperam precocemente, mas podem fazer
parte de algumas síndromes.

Como regra geral, uma criança ganha um


dente por mês entre os 6 e 26 meses de vida,
compondo um total de 20 dentes primários.

PESCOÇO

Palpe os linfonodos do pescoço e avalie se há


massas adicionais, como cistos congênitos.

Como os pescoços de lactentes são curtos, o


ideal é palpar os pescoços de lactentes em Palpe as clavículas e pesquise evidências de
decúbito dorsal. fratura nos recém-nascidos.

Se houver, será possível sentir


Verifique a posição da cartilagem tireóidea e descontinuidade no contorno do osso,
da traqueia. hipersensibilidade, crepitação no local de
fratura e restrição dos movimentos do braço
Cistos de fenda branquial têm o aspecto de no lado afetado.
pequenos pontos ou aberturas situados à
frente da porção média do m. Durante o parto pode ocorrer fratura de
esternocleidomastóideo. clavícula, principalmente quando a
Podem estar associados a trajetos fistulosos. liberação de um braço for difícil ou na
extração do ombro.
Cistos e seios pré-auriculares são depressões
comuns, do tamanho de cabeças de alfinete PRÉ-ESCOLARES E ESCOLARES
e, em geral, situadas à frente da hélice da
orelha. Costumam ser bilaterais e às vezes → Primeira infância | De 1 a 4 anos
estão associados a déficit de audição. → Escolar | De 5 a 10 anos
Cistos do ducto tireoglosso ficam localizados
A ordem do exame, agora, segue a de
na linha média do pescoço, logo acima da
adultos. Examine áreas dolorosas por último e
cartilagem tireóidea. Apresentam-se como
avise à criança com antecedência as regiões
massas firmes, pequenas e móveis que se
a serem examinadas. Se a criança resistir a
deslocam para cima com a protrusão da
uma parte do exame, você pode voltar para
língua ou com a deglutição.
esta parte no final.
Esses cistos costumam ser detectados após os
CABEÇA
2 anos.
No exame da cabeça e do pescoço, ajuste o
Torcicolo congênito é secundário ao
exame ao estágio de crescimento e
sangramento para o músculo
desenvolvimento da criança.
esternocleidomastóideo por estiramento
durante o trabalho de parto. Uma massa Mesmo antes de tocar a criança, observe
fibrosa firme é palpada no interior do músculo com cuidado o formato da cabeça, sua
2 a 3 semanas após o nascimento, e costuma simetria e se existe fácies anormal.
desaparecer em alguns meses.
A fácies anormal pode só ficar evidente em
uma fase mais adiantada da infância.
Portanto, é essencial o exame cuidadoso do Acuidade visual:
rosto e da cabeça de qualquer criança.
Pode não ser possível determinar a acuidade
Existem fácies diagnósticas na infância que visual em crianças com menos de 3 anos que
refletem anormalidades cromossômicas, não consigam identificar desenhos em uma
defeitos endócrinos, doença crônica e outros cartela para exame ocular.
distúrbios.
Nessas crianças, o exame mais simples
Na síndrome alcoólica fetal podem ser consiste em avaliar a preferência de fixação
encontradas fácies anormal e microcefalia, recobrindo de forma alternada cada um dos
assim como retardamento do olhos; a criança com visão normal não fará
desenvolvimento. objeção, mas uma criança com visão ruim
em um dos olhos fará objeção à oclusão do
O estrabismo nas crianças exige tratamento olho bom.
por oftalmologista. Tanto o estrabismo quanto
a anisometropia ocular (olhos com erros de Em todos os testes de acuidade visual, é
refração significativamente diferentes) importante que os dois olhos mostrem o
podem provocar ambliopia ou redução da mesmo resultado.
visão em olhos sem outros problemas.
A acuidade visual em crianças com 3 anos ou
A ambliopia pode induzir o surgimento de mais em geral pode ser testada formalmente
“olho preguiçoso”, com redução com uma cartela para exame com um de
permanente da acuidade visual quando não diversos optótipos (caracteres ou símbolos).
é realizada a correção precoce (em geral
até os 6 anos). Uma criança que não conheça as letras ou os
números de modo confiável pode ser testada
usando figuras, símbolos ou a cartela de “E”.
As formas comuns de estrabismo nas crianças
envolvem desvio horizontal: nasal (“eso”) ou Com o uso das cartelas de “E” a maioria das
temporal (“exo”). crianças coopera dizendo a você em que
direção o E está apontando.
Estrabismo latente (“foria”) ocorre quando a
pessoa rompe a fixação, estrabismo
A redução da acuidade visual tem maior
manifesto (“tropia”) ocorre sem interrupção e
probabilidade de ocorrer em crianças
é detectado pelo teste de cobertura (cover
nascidas prematuras e naquelas com outros
test) dos olhos.
transtornos neurológicos ou de
OLHOS desenvolvimento

Determinar se existe olhar conjugado ou


simétrico, testar acuidade visual em cada
olho.

Olhar conjugado:

O teste do reflexo luminoso da córnea e o


teste de cobertura são especialmente úteis
nos pré-escolares.
Campos visuais:
O teste de cobertura (cover test) dos olhos
pode ser feito como um jogo solicitando ao Podem ser examinados em lactentes e pré-
pré-escolar para olhar para o nariz do escolares pequenos com a criança sentada
examinador e dizer se ele está rindo ou não, no colo do pai ou da mãe.
mantendo coberto um dos olhos da criança. Os olhos devem ser testados um por vez com
o outro olho recoberto.
Mantenha a cabeça da criança na linha Às vezes, ocorre ruptura da membrana
média e traga o objeto, como um brinquedo, timpânica, durante otite média aguda, com
para o campo visual a partir da parte de trás saída de pus pelo meato acústico.
da criança.
Nesses casos, não é possível, em geral,
ORELHAS visualizar a membrana timpânica.

Pergunte ao pai ou à mãe qual seria a


A membrana timpânica não se move quando
preferência em relação ao posicionamento
existe líquido na orelha média (otite média
da criança para exame.
associada a derrame).
Existem duas posições comuns – com a
criança deitada e contida e com a criança Teste de audição formal:
sentada no colo do pai ou da mãe.
Teste da voz sussurrada - Para fazê-lo, fique de
Se a criança for mantida em decúbito dorsal, pé por trás da criança (para que ela não
solicite ao pai, ou à mãe, para manter os consiga ler seus lábios), cubra um dos meatos
braços esticados ou próximos às laterais da acústicos da criança e mobilize o trago,
criança para restringir os movimentos. usando um movimento circular. Sussurre
letras, números ou uma palavra e peça à
Segure a cabeça e afaste o trago com uma criança para repeti-las; em seguida, teste a
das mãos e, com a outra, segure o otoscópio. outra orelha.
Os pais podem ajudar envolvendo o corpo Pré-escolares que não passam nesses testes
da criança com um dos braços e usando de rastreamento ou apresentam atraso da
outro braço para segurar a cabeça. fala devem ser submetidos a testes
audiométricos. Essas crianças podem ter
Membranas timpânicas:
déficits de audição ou transtornos centrais do
Nos pré-escolares, o meato acústico externo processamento auditivo.
é direcionado para cima e para trás a partir
da parte externa, sendo preciso puxar a Até 15% das crianças em idade escolar
orelha externa para cima, para fora e para apresentam perda auditiva pelo menos leve,
trás para obter a melhor visão. o que enfatiza a importância do
rastreamento auditivo antes do ingresso na
Segure a cabeça da criança com uma das escola.
mãos e com a mesma mão puxe a orelha
externa. Com a outra mão, posicione o Os dois tipos de perda auditiva que ocorrem
otoscópio. na infância são neurossensorial e de
condução.
A otite média aguda é um quadro comum na
infância. As causas de perda auditiva de condução
incluem anormalidades congênitas,
Uma criança sintomática apresenta, traumatismo, otite média recorrente e
tipicamente, membrana timpânica vermelha perfuração da membrana timpânica
e abaulada, com reflexo luminoso fosco ou
ausente e redução do movimento com uso As causas de perda auditiva neurossensorial
da otoscopia pneumática. incluem infecções congênitas hereditárias,
uso de fármacos tópicos otológicos,
Observa-se também material purulento por traumatismo e algumas infecções, como
trás da membrana timpânica. meningite.

O sintoma mais útil para realizar o diagnóstico NARIZ E SEIOS PARANASAIS


é a dor, caso esteja associada aos sinais
acima.
Inspecione a porção anterior do nariz com um
espéculo grande do otoscópio. Inspecione as Se for necessário usar o abaixador de língua,
mucosas nasais, observando sua cor e empurre-o para baixo e puxe um pouco para
condição. Verifique se há desvio do septo frente na sua própria direção enquanto a
nasal e pólipos. criança diz “ahhh”.

Mucosas nasais pálidas e edemaciadas são


observadas em crianças com rinite alérgica
crônica (perene).

A rinite purulenta é comum nas viroses, mas


pode integrar o conjunto de sinais e sintomas
da sinusite.

Secreção nasal purulenta, unilateral e de odor


fétido pode ser devida a um corpo estranho
Examine os dentes quanto à sequência e à
nasal. Esse quadro é especialmente comum
cronologia de erupção, quantidade,
em pré-escolares, que tendem a colocar
características, situação e posição.
objetos em qualquer orifício do corpo.

As anormalidades do esmalte podem refletir


Pólipos nasais são crescimentos com
doença local ou geral.
coloração de carne observados no interior
das narinas. Costumam ser achados isolados,
Cáries dentárias são o problema de saúde
porém, em alguns casos, integram uma
mais comum nas crianças.
síndrome.

Cáries dentárias são provocadas por


Crianças com rinorreia purulenta (em geral
atividade bacteriana. Tendem a ocorrer mais
unilateral) e que também apresentem
em crianças pequenas alimentados por
cefaleia, dor de garganta e
mamadeira por muito tempo (“cáries da
hipersensibilidade sobre os seios paranasais
mamadeira”).
podem ter sinusite.

Inspecione com cuidado os dentes da


Os seios maxilares são observados nas arcada superior, como mostrado na foto.
radiografias aos 4 anos de idade. Os seios
Essa é uma localização comum de cáries
esfenoidais aos 6 e os seios frontais entre 6 e
causadas pelo uso da mamadeira. A técnica
7.
mostrada na foto, denominada
Os seios paranasais de crianças escolares “levantamento do lábio”, facilita a
podem ser palpados como o dos adultos, à visualização das cáries dentárias.
procura de dor localizada.
Visualize a parte interna dos dentes superiores
solicitando à criança que olhe para o teto
BOCA E FARINGE
com a boca bem aberta.
É mais provável que crianças saudáveis
cooperem com esta parte do exame físico do
que as crianças adoentadas, sobretudo se
elas virem o abaixador de língua ou já tiverem
experiência com coleta de material para
cultura de orofaringe

A criança é capaz de dizer “ahhh” em geral


oferece uma visão suficiente (embora breve)
da parte posterior da faringe, o que torna
desnecessário o uso do abaixador de língua.
congênita e língua em framboesa,
encontrada na escarlatina.

Alguns pré-escolares apresentam frênulo da


língua encurtado. As crianças que têm
“língua presa” grave podem ter dificuldades
de fala. Solicita-se à criança que toque com
a língua o palato duro para diagnosticar esse
quadro, que costuma ser fácil de tratar.

A língua geográfica (glossite migratória) é


uma condição benigna, mas permanente, na
Manchas nos dentes podem ser intrínsecas ou
qual uma parte da língua tem aspecto
extrínsecas.
incomum.
As manchas intrínsecas podem ser
Observe o tamanho, a posição, a simetria e a
secundárias ao uso de tetraciclina antes dos
aparência das tonsilas. O pico de
8 anos (manchas amarelas, cinza ou
crescimento do tecido das tonsilas é entre 8 e
castanhas).
16 anos.
As formulações contendo ferro (manchas
pretas) e o flúor (mancha branca) são As dimensões das tonsilas variam
exemplos de manchas extrínsecas. consideravelmente entre as crianças e muitas
vezes são classificadas em uma escala de 1+
As manchas extrínsecas podem ser retiradas; a 4+, com 1+ denotando fácil visibilidade e o
já as intrínsecas não podem. espaço entre as tonsilas e 4+ tonsilas que se
tocam na linha média quando a boca fica
Pesquise as anormalidades da posição dos bem aberta.
dentes. Estas incluem má oclusão, protrusão As tonsilas nas crianças muitas vezes têm um
maxilar (sobremordida) e protrusão aspecto mais obstrutivo do que de fato são.
mandibular (submordida).
As tonsilas infantis costumam apresentar
As duas últimas podem ser demonstradas
criptas profundas em suas superfícies e estas
pedindo-se à criança que morda com força,
frequentemente têm concreções brancas ou
enquanto você ou a criança afasta os lábios.
partículas de alimento em suas profundezas.
Observe a mordida verdadeira.
Isso não indica doença.
Em crianças normais, os dentes inferiores
ficam contidos no arco formado pelos Pesquise indícios de fenda palatina
superiores. Inspecione com cuidado a língua, submucosa, como chanfraduras na margem
inclusive a parte de baixo. posterior do palato duro ou úvula bífida.
Como a mucosa está íntegra, é fácil não
A maioria das crianças coloca alegremente a perceber o defeito subjacente.
língua para fora, move-a de um lado para
A faringite estreptocócica provoca
outro e mostra a cor da língua.
tipicamente o aparecimento de “língua em
framboesa”, exsudatos brancos ou
Má oclusão e desalinhamento dos dentes
amarelados nas tonsilas ou na parte posterior
podem ser devidos à prática de chupar o
polegar, podem ser hereditários ou da faringe posterior, úvula vermelho-viva e
secundários à perda prematura de dentes petéquias no palato.
primários.
O diagnóstico de abscesso peritonsilar é
sugerido pelo aumento assimétrico das
Anormalidades comuns incluem língua
tonsilas e deslocamento lateral da úvula.
saburrosa nas viroses, língua geográfica
Preste atenção nas características da voz da Isso tem especial importância quando o
criança. Determinadas anormalidades paciente mantém a cabeça sustentada de
podem mudar a tonalidade e as maneira assimétrica e quando há suspeita de
características da voz. doença do SNC, como meningite.

Tonsilite pode ser provocada por bactérias


A probabilidade de doença maligna
como Streptococcus ou por vírus. A voz de
aumenta quando o linfonodo tem mais de 2
“ovo na boca” é acompanhada por
cm, é duro ou fixado à pele ou ao tecido
aumento das tonsilas e exsudato.
subjacente (ou seja, não é móvel) e
acompanha-se de sinais sistêmicos graves,
Com a epidemia de obesidade na infância,
como perda de peso.
há muitas crianças que roncam e têm apneia
do sono.
Em pré-escolares com pescoços pequenos
pode ser difícil diferenciar os linfonodos
cervicais posteriores baixos dos linfonodos
supraclaviculares .

Nas crianças, a rigidez de nuca constitui um


indicador mais confiável de irritação
meníngea do que o sinal de Brudzinsky ou o
sinal de Kernig.
Um hálito anormal pode ajudar a conduzir a
Para detectar rigidez de nuca em escolares,
um diagnóstico específico.
solicita-se à criança que sente com os
Halitose em uma criança pode ser causada membros inferiores esticados na mesa de
por infecção IVAS, da faringe ou da cavidade exame.
oral; corpo estranho no nariz; doença
Normalmente, as crianças devem ser
dentária e refluxo gastresofágico.
capazes de sentar com as costas retificadas
e tocar o queixo no tórax.
PESCOÇO

Quase todas as crianças com rigidez de nuca


O sistema linfático da criança atinge seu
estarão extremamente doentes, irritáveis e
ápice de crescimento aos 12 anos e os
difíceis de examinar.
linfonodos cervicais ou amigdalianos atingem
um pico entre 8 e 16 anos.
Rigidez de nuca é a resistência acentuada à
movimentação da cabeça em qualquer
A grande maioria das linfadenopatias em
direção.
crianças deve-se a infecções (em geral virais,
mas com frequência bacterianas) e a
Sugere irritação meníngea por meningite,
doença maligna, embora a doença maligna
sangramento, tumor ou outras causas.
seja motivo de preocupação para muitos
pais.
Essas crianças são extremamente irritáveis e
difíceis de acalmar e podem evidenciar
É importante diferenciar linfonodos normais
“irritabilidade paradoxal” – aumento da
de linfonodos anormais ou de cistos
irritabilidade quando ficam no colo.
congênitos do pescoço.

Havendo irritação meníngea, a criança


Verifique se há mobilidade cervical.
adota uma posição de tripé e não consegue
assumir uma posição ereta plena para realizar
É importante assegurar-se, em qualquer
a manobra queixo-tórax.
criança, de que a nuca esteja livre e seja
facilmente movimentada em todas as
Linfonodomegalia periférica na criança e no
direções.
adolescente: quando pensar em câncer
de base (infecções, doenças autoimunes
O baço, as amígdalas, as adenoides e as e neoplasias malignas).
placas de Peyer fazem parte do tecido
linfoide e seu papel é realizar a CARACTERÍSTICAS DOS LINFONODOS
depuração dos antígenos provenientes Os linfonodos são estruturas dinâmicas,
do fluído extracelular. que apresentam grande flutuação no seu
O tecido linfoide aumenta rapidamente tamanho, especialmente nas crianças,
na infância, alcançando dimensões do considerando que estão expostas a
adulto em torno dos seis anos de idade. O diversos vírus e bactérias.
pico máximo de crescimento é no Linfonodomegalia é o termo utilizado
período pré-puberal, ocorrendo, para descrever as condições nas quais os
posteriormente, involução. linfonodos apresentam aumento no
No período neonatal geralmente os tamanho, podendo estar associado a
linfonodos não são palpáveis, pois esta é alterações na consistência ou em
uma fase em que há pouca estimulação número.
antigênica. Na infância, a resposta No atendimento da criança/adolescente
hiperplásica do linfonodo tende a ser mais com linfonodomegalia é relevante
imediata e intensa que no adulto, mas à considerar a idade do paciente, bem
medida que a criança cresce os como o tamanho, as características e a
mecanismos de defesa tornam-se mais localização do linfonodo, sua evolução e
específicos e a reatividade ganglionar a presença de sinais/sintomas
tende a ser menos intensa e, comumente, inflamatórios ou sistêmicos associados.
mais localizada.
Os linfonodos são considerados
Usualmente o tamanho normal do aumentados quanto ao seu tamanho, na
linfonodo é menor que 1 cm de diâmetro, dependência de sua localização.
embora haja variações nas diferentes
regiões e idades. A linfonodomegalia é definida como
localizada, quando há envolvimento de
Nas crianças (2-10 anos) geralmente os linfonodos de regiões anatômicas
linfonodos normais são maiores em contíguas, e generalizada, quando há
tamanho, e aqueles > 2-3 cm são comprometimento de mais que duas
usualmente sugestivos de malignidade ou cadeias não contíguas.
de doença granulomatosa.
As localizadas estão comumente
relacionadas com infecção ou
neoplasias malignas.
Em relação à evolução, a
linfonodomegalia poderá ser aguda,
quando a duração for menor que duas
semanas, subaguda, se persistir por duas
Cerca de 75% das linfonodomegalias
a seis semanas e crônica, caso persista
periféricas são localizadas e mais de 50%
por mais de seis semanas.
são observadas na região de cabeça e
pescoço. No que se refere às características da
linfonodomegalia, deve ser realizada
As linfonodomegalias generalizadas
inspeção cuidadosa à procura de
representam 25% dos casos e estão
hiperemia, bem como avaliar a região
geralmente relacionadas a uma doença
anatômica drenada, que pode
apresentar ferimentos que funcionam Tumores sólidos, tais como,
como porta de entrada para um neuroblastoma, rabdomiossarcoma,
microrganismo. carcinoma de nasofaringe e carcinoma
de tireoide podem determinar metástase
Na palpação o pediatra deve procurar
para os linfonodos periféricos.
por calor local, avaliar a consistência do
linfonodo e verificar a regularidade da Linfonodomegalia periférica na criança e
sua superfície. no adolescente: quando pensar em
câncer
As malignidades são mais prováveis
naqueles linfonodos maiores, nos que Tempo de duração e aspecto evolutivo:
estão rapidamente aumentando de linfonodomegalia que dura menos que
tamanho, naqueles com consistência duas semanas ou que não aumenta de
firme ou que são confluentes e fixos, e nos tamanho há mais que um ano, a
localizados em área supraclavicular. probabilidade de malignidade é muito
baixa.
Avaliar os linfonodos em relação à sua
localização, consistência, tamanho,
mobilidade e presença de sinais
flogísticos: todo linfonodo deve ser
considerado anormal, quando em
localização não habitual, como nas
regiões epitrocleares, supraclaviculares,
pré-auriculares, poplíteas e em outros
locais mais raros. O acometimento da
cadeia supraclavicular é considerado
anormal e deve ser sempre interpretado
Etiopatogenia como de alto risco para doença
Os linfonodos podem aumentar de neoplásica. Linfonodomegalia
volume por proliferação de células supraclavicular e cervical baixa em
intrínsecas, como os linfócitos T e B, criança estão associadas com alto risco
plasmócitos, células dendríticas e/ou por de malignidade.
infiltração de células extrínsecas. No que se refere ao tamanho, aquele
As linfonodomegalias de etiologia linfonodo maior que 2-3 cm, parece ser o
maligna podem ocorrer por proliferação ponto de início apropriado para suspeita
dos componentes intracelulares, como de malignidade.
nos linfomas de Hodgkin (LH) e não- Em relação à consistência, os linfonodos
Hodgkin (LNH) ou por proliferação de endurecidos, firmes e indolores estão mais
células que infiltram ou determinam frequentemente associados ao câncer.
metástases, como no caso das leucemias
e diversos tumores sólidos. Em raras ocasiões, os linfonodos dolorosos
e fibroelásticos podem ser resultantes de
Os linfomas representam o terceiro mais hemorragia dentro de um centro
frequente câncer nas crianças, após as necrótico neoplásico ou pela pressão na
leucemias e os tumores do sistema cápsula do linfonodo determinada pela
nervoso central, entretanto é a rápida expansão tumoral ou, ainda, por
malignidade mais comum da região da estimulação imunológica dos receptores
cabeça e pescoço. da dor.
Linfonodos associados a malignidade são inexplicada podem ocorrer nas doenças
frequentemente fixos à pele ou aos linfoproliferativas, em especial no linfoma
tecidos vizinhos. Especial atenção deve de Hodgkin. Petéquias, equimoses, febre
ser dada aos linfonodos maiores que 2 cm e hepatoesplenomegalia podem ser
e de crescimento progressivo, pois apesar observadas nas leucemias agudas;
da possibilidade de ocorrência de
Presença de hepatoesplenomegalia e
malignidade existir em linfonodos
manifestações hemorrágicas: estão mais
menores (cerca de 10% a 20% dos casos),
frequentemente associadas às leucemias;
é mais provável seu diagnóstico naqueles
maiores de 2 cm; Resposta ao tratamento antimicrobiano:
crianças com linfonodomegalia
Avaliar se a linfonodomegalia é
localizada pode ser um fator importante
localizada ou generalizada: no linfoma
na definição da abordagem diagnóstica.
não Hodgkin e nas leucemias, a
linfonodomegalia costuma se apresentar Hemograma: neutropenia com ou sem
de forma generalizada, simétrica, e no blastos, bicitopenia ou pancitopenia
linfoma de Hodgkin geralmente são podem sugerir o diagnóstico de
localizadas, mais volumosas e leucemia. A presença de bicitopenia ou
assimétricas em relação ao lado oposto; anemia normocrômica e normocítica
inexplicada e alterações
Idade do paciente: linfonodos pequenos
leucoeritrobláticas podem sugerir
em localização occipital e retro-auricular
infiltração metastática;
podem ser palpados no primeiro ano de
vida. Linfonodos inguinais, axilares e Mielograma: presença de diminuição
cervicais são também comumente significativa e inexplicada do número de
palpáveis em crianças saudáveis. No células, de uma ou mais séries no
entanto, é importante o pediatra estar hemograma; blastos ou alterações
ciente de que apesar da etiologia leucoeritroblásticas no sangue periférico;
maligna ser baixa, a probabilidade se citopenias ou leucocitose associadas a
eleva com o aumento da idade da linfonodomegalia ou
criança. Em pacientes menores que seis hepatoesplenomegalia não infecciosas;
anos de idade, as neoplasias malignas citopenias ou leucocitose associadas a
mais frequentes são leucemias, linfomas massa mediastinal;
não Hodgkin, neuroblastoma e
(LDH): maiores concentrações são
rabdomiossarcoma. Em crianças, na faixa
obtidas durante dano tecidual
etária entre sete e 13 anos são mais
inespecífico. Normalmente está elevada
prevalentes os linfomas (Hodgkin e não
nas neoplasias malignas (como marcador
Hodgkin), carcinoma de tireoide e
do turnover celular), miocardites, distrofia
rabdomiossarcoma. Nos adolescentes
muscular, mononucleose infecciosa,
maiores de 13 anos de idade, o linfoma
hepatopatias, pneumopatias, anemia
de Hodgkin é mais prevalente;
hemolítica, pancreatite, falência renal,
Presença de sinais/sintomas uso de determinados medicamentos
constitucionais sugestivos de doença (anestésicos, aspirina, fluoretos), entre
sistêmica: febre inexplicada; perda de outras causas. Usado para monitorar a
peso, astenia, sangramentos, palidez, dor resposta ao tratamento do câncer, uma
óssea ou articular inexplicadas; sudorese vez que os valores de lactato
noturna; prurido constante; dor desidrogenase tendem a baixar com a
abdominal recorrente e inexplicada. adequada resposta à terapia
Febre, sudorese noturna e perda de peso antineoplásica.
Ácido úrico: é resultante da quebra das não ganglionares. Os exames de imagem
moléculas de purina, por ação da enzima também são úteis para guiar as biópsias
xantina oxidase. Causas de produção por agulha, melhorando assim, a
excessiva incluem câncer metastático, acurácia do método.
leucemias, linfomas, anemias hemolíticas,
4. Biópsia do linfonodo (diagnóstico
policitemia, quimioterapia, radioterapia,
tecidual): é o padrão ouro para
alguns medicamentos, dieta rica em
avaliação das linfonodomegalias
proteínas e alguns distúrbios hereditários.
periféricas. Deve ser realizada
No momento do diagnóstico pode estar
preferencialmente a biópsia excisional,
aumentado principalmente nas
do maior linfonodo, e se possível, do mais
linfonodomegalias por leucemias e
profundo, pois os linfonodos mais
linfomas.
periféricos podem geralmente ser
Exames de imagem reacionais. Caso nenhum linfonodo seja
predominante devemos optar por ordem
1. Radiografia de tórax: fornece
decrescente de escolha pelos linfonodos
informações acerca da linfonodomegalia
supraclaviculares, cervicais baixos,
generalizada e hilar, além de evidenciar
axilares e inguinais. A razão pela qual a
a presença de possível massa mediastinal.
biópsia excisional é o padrão ouro é que
Em relação à localização das massas
remove os linfonodos inteiros e, assim,
mediastinais, as neoplasias malignas mais
geralmente fornece tecido sufi ciente e
frequentes do mediastino anterior são os
permite o exame microscópico de todas
linfomas e tumores mesenquimais; no
as regiões dos linfonodos. O tecido obtido
mediastino médio são linfomas e
por biópsia de excisão é enviado para
sarcomas; e no mediastino posterior são
análises histológicas, que compreendem
neuroblastoma, tumor neuroectodérmico
avaliação morfológica, imuno-
primitivo, sarcomas e tumores das células
histoquímica e, em alguns casos, testes
germinativas.
para mutações específicas, como
2. USG cervical com doppler: permite translocações ou mutações pontuais.
avaliar os linfonodos em relação ao
Os linfonodos podem ser analisados por
número, dimensões, forma, hilo, córtex,
citometria de fluxo, semelhante ao
presença de necrose, calcificação,
sangue e à medula óssea.
disseminação extracapsular, padrão
vascular, resistência vascular e índice de Quando o linfonodo deve ser biopsiado?
pulsatilidade.
As recomendações de consenso na
literatura para realização de biópsia são:
• Linfonodomegalia localizada em que a
pesquisa clínica e laboratorial (incluindo
aspirado de medula óssea) foi
inconclusiva, e o linfonodo continue
aumentando de tamanho após duas
semanas de observação, ou não
apresente regressão em 4 a 6 semanas;

3. USG abdominal, tomografia de tórax e • Tamanho: linfonodos supraclaviculares


abdome avaliam linfonodomegalias no aumentados devem ser sempre
tórax e cavidade abdominal e pélvica, prontamente avaliados, pois estão
permitindo a diferenciação com massas
associados a um alto risco de
malignidade;
• Linfonodomegalia com características
sugestivas de malignidade: linfonodo
aderido à planos profundos ou à pele, de
crescimento rápido, coalescente e
endurecido;
• Linfonodomegalia em região cervical
inferior ou supraclavicular e/ou associada
a linfonodomegalia profunda;
• Linfonodomegalia associada à
sintomatologia sugestiva de doença
grave (presença de sinais/sintomas
sistêmicos persistentes e inexplicados);
• Linfonodomegalia associada a
anormalidades radiológicas ou
alterações no hemograma inexplicadas
pela avaliação de medula óssea;
• Linfonodomegalia generalizada
associada a hepatomegalia e/ou
esplenomegalia inexplicada;
• Linfonodomegalia sem sinais de
involução após tratamento específico.
A terapêutica a ser instituída, bem como
o prognóstico da neoplasia maligna
estará na dependência do diagnóstico
histológico e do estadiamento clínico da
doença (extensão clínica).
Caso o resultado do exame
anatomopatológico seja inconclusivo, ou
de hiperplasia reativa inespecífica, a
biópsia deve ser repetida. Nestes
pacientes, é imprescindível que o
tratamento com corticosteroide não seja
realizado antes que o diagnóstico
definitivo esteja estabelecido, pois esse
medicamento pode mascarar ou atrasar
o diagnóstico histopatológico das
leucemias e linfomas, além de determinar
alocação desses pacientes para grupo
de maior risco, com terapêutica mais
agressiva.
EF cabeça e pescoço - criança
11/03/2023 17:07

Yasmin | MedUESC XIX | 4º ano

Exame físico geral


Comece com um breve resumo da aparência geral do paciente, estado nutricional, hidratação, nível de
consciência/estado mental e cooperação com o examinador.

ESTADO GERAL DO PACIENTE


• Excelente
• Bom
• Regular
• Ruim
• Muito ruim
Serve tanto para avaliar o bem-estar, quanto para avaliar o
grau da doença.

ATITUDE DO PACIENTE
• Observar a atividade da criança. Está apático ou indiferente?
• Existem posições eletivas (posição peculiar é preferida
por diminuir um desconforto ou uma limitação funcional)?
Se não houver, a posição é dita como indiferente (quando
não há desconforto e a criança fica em qualquer posição).
• Apresenta choro fácil ou irritabilidade?
• Está colaborando com o exame?

FÁCIES
• Como está a expressão facial da criança? Aparenta ter dor
ou sofrimento?
• Fácies atípica é considerada normal. Fácies típica tem
referência sindrômica.

ESTADO NUTRICIONAL
• Observar se há a presença de edemas.
• Observar a presença do panículo adiposo.
• Avaliar aspecto nutrido ou desnutrido

Sinais vitais
Certifique-se de que a criança esteja quieta e relaxada ao avaliar os sinais vitais.
Lembre-se de que os sinais vitais pediátricos têm intervalos apropriados com base na idade

Temperatura
Para fins práticos a temperatura axilar é a mais utilizada

Pulsos
Palpar: Carotídeo, radial e femoral
Auscultar: Mitral, pulmonar, aórtico, tricúspide

Avalia-se:
► Simetria: verificar se há desigualdade entre os pulsos radiais e femorais.
► Frequência: n° de pulsações por minuto.
► Ritmo: é o intervalo dado pela sequência de pulsações.
Se elas ocorrem em intervalos iguais, o ritmo é regular.
Se os intervalos variam, o ritmo é irregular.
► Amplitude: é a sensação captada pelo examinador a cada pulsação. É avaliada como: ampla (estado febril;
hipertireoidismo; esforço), mediana, pequena ou parvus (diminuição do DC).

Frequencia respiratória
Observar as incursões abdominais, principalmente no início da infância (quando há predomínio da respiração
diafragmática e as incursões torácicas são mínimas).

Pressão arterial
Use o tamanho correto do manguito de pressão arterial para a idade da criança.

Deve ser aferida rotineiramente a partir dos 3 anos de idade, na criança assintomática.

Mesmo método do adulto

Medições de crescimento
Peso
Meça o peso em cada visita.
Pergunte aos pais / responsáveis sobre o peso ao nascer (especialmente para bebês e crianças pequenas).
Pergunte aos pais/responsáveis se eles notaram alguma mudança recente no peso.

Altura/comprimento: Meça crianças < 2 anos em decúbito dorsal. As crianças mais velhas são medidas em pé.

Perímetro cefálico: Meça o perímetro cefálico em todos os lactentes com idade entre < 2 anos.

Perímetro torácico

Circunferência abdominal

Puberdade: Tome nota dos estágios de Tanner.

! Sempre registre altura, peso e perímetro cefálico com percentis em um gráfico de crescimento para
acompanhar a progressão desses valores.

EF:
Pele e mucosas
Observar:
Ø Coloração
• Icterícia: Avaliar: pele, mucosa e esclera.
• Cianose: Periférica ou Central? Avaliar: ao redor dos lábios, a ponta do nariz; os lobos da orelha, as mãos e os
pés.
• Palidez: Desaparecimento da cor rósea. Deve-se pesquisar: lábios, mucosa oral, conjuntiva e pálpebras.
Ø Textura da pele: normal, lisa ou áspera.
Ø Sensibilidade: tátil, térmica ou dolorosa.
Ø Espessura: normal; atrófica; hipertrófica.
Ø Hidratação: seca; normal; hiperhidratada.
Ø Elasticidade e Turgor: Para avaliar deve-se realizar o pinçamento e a tração da prega cutânea.
• Elasticidade: facilidade que a pele é deslocada
• Turgor: facilidade com que a pele retorna para o lugar
Ø Descrever lesões presentes, se houverem e suas localizações.

TECIDO SUBCUTÂNEO
É avaliado a partir do pinçamento de uma prega abdominal ou triciptal. O volume e o turgor da prega devem
ser observados. Para o pinçamento das pregas cutâneas, a criança deve estar ereta. A pinça deve ser feita com
o polegar e o indicador.
Ø Abdominal: a 1 cm acima da cicatriz umbilical
Ø Triciptal: os braços da criança devem estar ao lado do corpo, deve-se pinçar a região média dorsal do
braço.

MUCOSAS
Avaliar tanto a mucosa conjuntiva quanto a oral.
Observar:
Ø Coloração: ictérica; cianótica ou pálida.
Ø Umidade.
Ø Presença de úlceras, fissuras ou outras lesões.

ATENÇÃO
Lembrar que o choro e infecções respiratórias causam hiperemia da mucosa conjuntival.

FÂNEROS
Cabelos, pelos, unhas.
Ø Observar: quantidade, distribuição, características e alterações, sempre considerando os padrões
normais para a idade

CABEÇA:
Formato e simetria do crânio e da face

Formato:
1. Sutura Coronal fechada apenas em um dos lados – Plagiocefalia anterior - Cabeça no formato trapezóide;
Um lado do cranio mais para frente que o outro.
2. Sutura lambdóide fechada em um dos lados – Plagiocefalia posterior - Cabeça assimétrica com fechamento
na parte de trás; Um lado do cranio mais para frente que o outro na frente e atrás.
3. Sutura Coronal fechada em ambos os lados – Braquicefalia - Testa achatada e crescimento da cabeça de
forma lateralizada;
4. Sutura Sagital fechada – Escafocefalia - Crânio alongado, comprido;
5. Sutura Metópica fechada – Trigonocefalia - Formato de quilha de navio na testa.

FONTANELA:
Aberta? Medindo quanto?
Fechada?
Abaulada? [neoplasias, massas, hidrocefalia]
Deprimida? [desidratação]

OLHOS:
Secreção?
Lacrimejamento?
Fotofobia?
Nistagmo?
Anisocoria?
Exoftalmia ou enoftalmia?
Estrabismo?: convergente ou divergente, é a causa principal
de ambliopia – diminuição da acuidade visual em um ou
ambos os olhos devido ao não desenvolvimento visual na
infância. É fisiológico até os 6 meses de vida, devendo ser
investigado e tratado a partir dessa idade.
Cor da esclerótica: icterícia?

OUVIDOS:
Ø Inspeção
Observar simetria
Forma
Tamanho
Posição (a porção superior do Pavilhão auditivo se implanta ao nível ou acima da linha que cruza os cantos
internos e externos dos olhos). Implantação baixa pode ser indicativo de Síndrome de Down.
Deformidades
Presença do canal
Ø Palpação
Palpa a mastóide (pós-auricular)
Movimentar pavilhão
Palpar a articulação temporo mandibular (pré-auricular)
Pedir para o paciente abrir e fechar a boca
Ø Otoscopia
Cerume
Secreção purulenta
Corpos estranhos (Canal Auditivo Externo)
Sangue
Processos inflamatórios
Integridade
Transparência
Se está abaulada ou retraída (Membrana Timpânica)
Hiperemia
Ø Avaliação da qualidade auditiva
Nos lactente, observar se há pestanejamento dos olhos, susto ou direcionamento da cabeça para o lado do
estímulo.
Nas crianças maiores, pode-se sussurar ordens a uma distância de 240 cm, aproximadamente.
Encaminhar à especialista sempre que houver suspeita de anormalidade

NARIZ:
Mucosa e sua coloração
Septo nasal, se há a presença de desvios ou outras alterações
Pilosidade
Concha nasal média e inferior
Meato nasal médio
Calibre das vias aérea
Verificar a presença de secreção:
Hialina
Sero-mucosa
Purulenta
Sanguinolenta

BOCA E FARINGE:
Ø Na inspeção, deve-se observar a anatomia:
Parede posterior, pilares anteriores e posteriores mais tonsila palatina: pode pedir para o paciente colocar a
língua pra trás e dizer “AH”.
Observar o aspecto da tonsila: hiperemiada? Há a presença de petéquias? Presença de pontos esbranquiçados
ou purulentos?
Frênulo da língua: pode pedir para o paciente colocar a língua no céu da boa. Observar inserção, já que pode
estar relacionada com uma possível dificuldade de amamentação ou fala.
Dentes: avaliar defeitos no alinhamento, presença de cáries, tártaro e placa bacteriana.
Gengiva superior e inferior.
Face interna das bochechas
Língua: observar o aspecto, elas podem apresentar alterações fisiológicas (ex: língua geográfica) ou
patológicas (ex: língua em framboesa presente na escarlatina).
Abóbada palatina.
Úvula.
Ø Palpação
É realizada com o uso da luva de procedimento. É útil para avaliar a(s):
Integridade do palato duro e palato mole.
Gengiva.
Paredes da cavidade oral.

PESCOÇO
Ø Inspeção
Presença de abaulamentos
Sinais de inflamação
Secreção
Avaliar se há: lesões e torcicolo congênito
Ø Palpação
Avaliação de um possível adenomegalia:
Consistência
Tamanho
Aderência
Dor
Avaliação da rigidez da musculatura: no caso do torcicolo
congênito

Palpar tireoide na criança maior, assim como faz no adulto

LINFONODOS
Ø Na criança, é obrigatória a avaliação dos linfonodos:
Cervicais
Submandibulares
Retroauriculares
Axilares
Supraclaviculares
Pré-auriculares
Ø Deve-se se observar:
Tamanho
Localização: geral ou localizado
Consistência: fibroelástica ou amolecido ou endurecido
Presença de sinais inflamatórios
Sensibilidade
Presença de fístulas
Aderência à pele, planos profundos (pode sugerir
malignidade) ou a outros gânglios (não diferencia em
benigno ou maligno)
Ø Presença de linfonodo palpável de qualquer tamanho no período neonatal: adenomegalia.
Ø Em lactentes e crianças menores: Estão anormais:
Linfonodos cervicais > 1cm
Linfonodos inguinais > 1,5cm
Qualquer outro linfonodo > 0,5cm

Interpretação dos achados dos linfonodos

Linfonodos benignos: normalmente menos de 1 cm, lisos, arredondados, não sensíveis e móveis.

Linfonodos reativos: normalmente lisos, arredondados, sensíveis, móveis e associados a sintomas infecciosos
(por exemplo, febre).

Linfadenopatia associada a malignidade hematológica: linfonodos extensos e fibrosos generalizados.


Linfadenopatia generalizada é observada em várias condições infecciosas, inflamatórias ou malignas, como
infecção pelo HIV ou AIDS, mononucleose infecciosa, linfoma, leucemia e sarcoidose.

Linfadenopatia associada ao câncer metastático: linfadenopatia regional em grupos de linfonodos que drenam
o órgão afetado. Os gânglios linfáticos costumam ser duros, firmes, irregulares e costumam estar presos a
estruturas locais.

Linfonodos dolorosos à palpação sugerem inflamação; linfonodos endurecidos ou fixos (endurecidos nas
estruturas subjacentes e não móveis na palpação) sugerem processos malignos.

Sequencia
• Submental
• Submandibular
• Tonsillar ou amigdalianos
• Parótida
• Pré-auricular
• Pós-auricular
• Cervical superficial
• Cervical profunda
• Cervical posterior
• Occipital
• Supraclavicular

1. Comece sob o queixo (gânglios linfáticos submentonais), em seguida, mova posteriormente palpando
abaixo da mandíbula (submandibular), vire para cima no ângulo da mandíbula (gânglios linfáticos tonsilar e
parótida - amidalianos) e sinta anterior (gânglios linfáticos pré-auriculares) e posterior às orelhas (linfonodos
auriculares posteriores).
2. Siga a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo (cadeia cervical anterior) até a clavícula e, em
seguida, palpe atrás da borda posterior do esternocleidomastóideo (cadeia cervical posterior) até o processo
mastoide.
3. Palpe sobre a protuberância occipital (linfonodos occipitais).
4. Peça ao paciente para inclinar a cabeça (traga a orelha em direção ao ombro) de cada lado e palpar atrás da
borda posterior da clavícula na fossa supraclavicular (linfonodos supraclaviculares e infraclaviculares).

RIGIDEZ DE NUCA
• Importante sinal de irritação meníngea que deve ser obrigatoriamente pesquisado, principalmente quando a
criança tem febre e sintomas neurológicos.
• Se manifesta em processos meníngeos agudos.
• Consiste na rigidez ou resistência a movimentação passiva do pescoço.
• Deve-se flexionar a cabeça da criança até o seu queixo tocar o seu corpo.

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