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TOCOTRAUMATISMOS

Interna: Bárbara Cristina Dias


Preceptor: Dr. Luiz Riedel
CONCEITO
● Comprometimento da função corporal ou da estrutura do feto consequente a
influências adversas que ocorreram no nascimento;
● A lesão pode ocorrer no período do pré-natal, durante trabalho de parto ou
durante a reanimação neonatal;
● Pode ser evitável ou inevitável.
01 Bossa serossanguinea 02 Cefalo hematoma

03 Fratura de clávicula 04 Paralisia do plexo braquial

05 Torcicolo congênito
BOSSA SEROSSANGUINEA
● Acúmulo subcutâneo de líquido extraperiosteal.

● Ocorrência é comum;
● Costuma ser espontânea decorrente da evolução natural do trabalho de parto;
● Surge logo após o parto;
● Pode ser hemorrágica;
● Margens mal definidas;
● Pode estender além da linha média, cruzando as suturas;
● É depressível = cacifo +
BOSSA SEROSSANGUINEA
● Diagnóstico
○ Clínico
○ Não é necessário exames complementares
BOSSA SEROSSANGUINEA
● Tratamento
○ O sangue é reabsorvido espontaneamente, sem sequelas, nos primeiros dias
após o nascimento.
CEFALO HEMATOMA
● Acúmulo subperiosteal de sangue;
● Resultante da ruptura das veias superficiais entre crânio e periosteo;
● Secundário ao traumatismo do parto;
● Mais comum no parto vaginal instrumentalizado;

● Surgem após algumas horas do parto;


● Não cruzam as linhas de suturas;
● Margens mais bem definidas
CEFALO HEMATOMA
● Diagnóstico
○ Clínico
○ TC de crânio, se alterações neurológicos.
CEFALO HEMATOMA
● Tratamento
○ Maioria dos céfalo hematomas o sangue é reabsorvido em até 8 semanas;
○ Ocasionalmente se calcificam e persistem por vários meses ou anos;
○ Conduta: acompanhamento pediátrico e observação.

○ Raro a necessidade de intervenção para estancar o sangramento ou


drenagem de abscesso decorrente de contaminação.
FRATURA DE CLAVÍCULA
● A fratura de clavícula pode ocorrer devido a uma distócia de ombro durante o
trabalho de parto, partos pélvicos e em bebês macrossômicos.
● Ocorre quando a distância entre os ombros do bebê é muito grande grande em
relação ao canal do parto;
● Em geral inicialmente forma-se um calo ósseo;
● A fratura pode ser mais aparente entre o segundo ou terceiro dia de vida
○ Completa
○ Incompleta
FRATURA DE CLAVÍCULA
● Diagnóstico
○ Clínico
○ Não é necessário exames complementares
■ Cloherty: diagnóstico confirmado pelo RX de tórax.
FRATURA DE CLAVÍCULA
● Tratamento
○ Resolução espontânea;
○ Normalmente há evolução clínica benigna com consolidação completa;
○ Alívio da dor com analgésicos;
○ Limitação do movimento do braço fixando à manga do recém nascido a blusa
até formação do calo ósseo.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● A paralisia do plexo braquial é causada pela
tração excessiva sobre a cabeça, o pescoço e o
braço durante o trabalho de parto;
● Mais comum de ocorrer em: macrossômicos,
distocia de ombro, apresentação distócica e
partos instrumentalizados;
● A lesão geralmente envolve a raiz do nervo ,
especialmente no ponto em que as raízes se
unem para formar os troncos nervosos do
plexo.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● Paralisia de Erb-Duchenne
○ Acometimento de C5, C6 e ocasionalmente C7;
○ Tipo mais comum de lesão do plexo braquial - 90%;
○ O braço está aduzido e rodado internamente no ombro;
○ Há extensão e pronação do cotovelo e flexão do punho e
dedos;
○ Fraqueza ou paralisia dos músculos, acometendo até
extensores do punho e dos dedos;
○ Reflexos de Moro, bicipital e radial estão ausentes
homolateral;
○ Reflexo de preensão palmar está preservado.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● Paralisia de Klumpke
○ Acometimento de C7 a T1;
○ Rara - 1%;
○ Postura de semi-flexão das interfalangeanas e extensão
das metacarpofalangeanas;
○ Flexão do cotovelo, supinação do antebraço e extensão
do punho;
○ Comprometimento da musculatura intrínseca da mão,
flexor do punho e flexor longo dos dedos;
○ Reflexo de preensão palmar ausente;
○ Reflexo bicipital e radial presentes.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● Paralisia total do plexo braquial
○ Acometimento de C5 a T1;
○ Representa aproximadamente 10%;
○ O braço está inteiramente flácido;
○ Todos os reflexos estão ausentes;
○ Se as fibras simpáticas forem lesionadas em T1, pode
coexistir a Síndrome de Horner.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● Diagnóstico
○ Exclusão de lesão cerebral;
○ Exclusão de lesão de fratura de clavícula, da parte superior do úmero e da
coluna cervical inferior;

○ Radiografias de ombro e braço;


○ Exame físico minucioso do tórax para detectar paralisia do diafragma.
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
● Tratamento
○ Inicialmente conservador;
○ A fisioterapia e os exercícios de amplitude de movimento passivos previne
contraturas - Devem ser iniciados com 7 a 10 dias, quando a neurite pós lesão
tiver sido resolvida;
○ Talas de punho e dedos podem ser úteis.
TORCICOLO CONGÊNITO
● Distúrbio caracterizado por uma limitação dos movimentos do pescoço, assimetria
da face e do crânio e posição inclinada da cabeça;
● Tumoração indolor, dura e fibrosa situada dentro do músculo
esternocleidomastóideo;
● A causa mais provável é de uma síndrome compartimental muscular resultante do
posicionamento intrauterino ou durante trabalho de parto;
● Inicialmente, manifesta-se no momento do nascimento como uma massa
palpável de 1 a 2 cm na região do músculo ECM e inclinação da cabeça para o lado
da lesão;
● Observado com 1 a 4 semanas de idade.
TORCICOLO CONGÊNITO
● Cabeça fica inclinada para o lado afetado, orelha parece inclinada para baixo em
direção à clavícula do lado ipsilateral, A face voltada para frente do lado
contralateral O ombro do lado acometido está elevado epode estar presente
escoliose cervical e torácica;
● A hemiface do lado do músculo acometido tende a ser hipoplásica levando a
assimetria facial Como o lactente fica a maior parte do tempo deitado, a posição
continuamente viciosa da cabeça pode levar a uma deformação do crânio
chamada plagiocefalia (cabeça plana).
TORCICOLO CONGÊNITO
● Diagnóstico
○ Clínico
TORCICOLO CONGÊNITO
● Tratamento
○ Exercícios fisioterápicos da região cervical;
○ O alongamento passivo por rotação da cabeça para o lado encurtado e a
inclinação contralateral podem ser úteis;
○ Aproximadamente em 80% dos casos a recuperação ocorre em 3 a 4 meses
de fisioterapia;
○ A cirurgia é necessária se o torcicolo persistir após 6 meses de fisioterapia;
○ Injeções de toxina botulínica no ECM podem ajudar nos casos refratários.
REFERÊNCIAS
● CARLOMAGNO C.E.B; LAUAND L.S.L; Pediatria. Medcel . V.1,2022

● BRASIL. Atenção à saúde do recém nascido : guia para os profissionais de saúde. Secretaria de Atenção à Saúde,
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. 2. ed. atual. Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

● BRASIL. Anormalidades congênitas do pescoço e dorso . Manual MSD. 2020

● MEHANNA K.H.; torcicolo congênito . Cirurgia Pediátrica 2018. Acesso em 25/10/22. Disponível em:
https://cirurgiapediatricacuritiba.com.br/torcicolo congenito

● Eichenwald,Eric C.,Stark,Ann R.,Cloherty,John P. Manual de Neonatologia . 7 edição. Rio de Janeiro : Guanabara Koogan,
2015.
OBRIGADA!

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