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Emergências Neurológicas

TVM

Dr. Garcia
Introdução

• O traumatismo vertebromedular pode ser definido como


uma lesão à medula espinal que compromete, parcial ou
completamente, suas funções, tanto sensitivas, autonómicas
ou reflexas abaixo do nível da lesão.
• O TVM é também pode ser definido como a consequência
de uma força física que supera a capacidade de protecção e
sustentação da coluna vertebral e ocasiona uma compressão
e/ou qualquer nível de laceração da medula espinhal,
causando uma lesão que pode gerar comprometimento
neurológico permanente.
Epidemiologia

• Em Moçambique desconhece-se a morbi-mortalidade dos


traumatismos da medula espinhal, por falta de registos
adequados nas unidades sanitárias do país.
• A causa mais frequente de traumatismo da medula espinhal foi
o acidente de viação seguido de quedas. O grupo etário mais
afectado foi de 21-30 anos, com predominância do sexo
masculino. A região cervical, foi a mais lesada.
Revisão anatomia-funcional

A medula espinhal se divide em 4 regiões :


 Cervical
 Torácica
 lombar
 e sacral

• Cada região e dividida em segmentos, e cada seguimento da origem a


pares bilaterais de nervos pilaterais de nervos espinhais ou medulares.
• Os segmentos de C5 a T1 inervam os membros superiores, enquanto os
segmentos de T12 a S4 se designam aos membros interiores.
Fisiopatologia

As lesões neurológicas que acompanham as fraturas podem


ser :
• Primárias
• Secundárias
Lesões primárias

• Ocorrem no momento da lesão, por mecanismos de: contusão,


compressão, estiramento e laceração:
• Energia Cinética inercial
• Lesão neuronal e vascular imediata.
Lesões secundárias

Cascata Fisiológica Secundária :

• Hemorragia

• Inflamação

• Hidrólise de membranas

• Isquemia

• Hipóxia
Mecanismos fisiopatológicos

• traumatismo directo na medula;


• isquemia e hemorragia medular;
• edema do tecido nervoso;
• estiramento do tecido medular.
Etiologia

• Infecção •Lesões vertebromedular

• Lesão iatrogénica por objectos e caídas.


•Ferida por projéctil de
• Tumores
arma de fogo.
• Espondiloses
•Violência.
• Acidentes de trânsito.
•Deportes de risco

(alpinismo, motociclismo,

etc)
•Sexo masculino.
Biomecânica e mecanismo do trauma

A coluna vertebral pode ser lesada pelos seguintes mecanismos


de traumatismo ósseo:

Traumatismos directos Traumatismos indirectos


• Agentes físicos • lesão por flexão e flexão-rotação;
• Feridas penetrantes • lesão por compressão;
• lesão por hiperextensão;

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Classificação

• Topografia: cervical, dorsal, lumbo-sacral.

• Estabilidade da coluna: estável/instável.

• Estado da medula: secção parcial ou total.

• Deficit neurológico: completo ou incompleto.

• Funcional: sindromes medulares.


Lesões incompletas

Síndrome medular central

• Ocorre após lesão por hiperextensão da coluna cervical. Há


perda motora e sensitiva que acomete muito mais os membros
superiores do que os inferiores.
Síndrome de Hemissecção medular
• Déficit motor e da propriocepção ipsilateral à lesão, e perda da
sensibilidade térmica e dolorosa contra-lateral. Bom
prognóstico.
Síndrome medular anterior

• Lesões por hiperflexão.

• Perda motora completa e perda da discriminação à dor e


temperatura abaixo do nível de lesão.

• O prognóstico é bom se a recuperação for evidente e


progressiva nas primeiras 24 horas.
Síndrome medular posterior

• Envolve as colunas dorsais, perda da sensibilidade vibratória e


de propriocepção.

• Outras funções motoras e sensitivas estão normais.

• Lesão rara, geralmente associada a traumas em extensão.


Síndrome do cone medular

• Lesão medular toracolombar, em geral de nível vertebral T1 a


L1.
• Arreflexia de bexiga, intestino e MMII
• Segmentos sacrais preservados
• Prognóstico variável
Síndrome da caúda

• ocorre em lesão medular abaixo do nível vertebral de L1-L2,


com lesão das raízes lombossacrais abaixo do cone medular.
Lesão entre o cone medular e as raízes lombosacras.
• Arreflexia da bexiga, intestino e MMII.
• Anestesia em sela, arreflexia do bulbocavernoso
Avaliação do paciente

• Pacientes com suspeita de TVM devem ter o pescoço


imobilizado por diversos meios disponíveis.

• O mais utilizado é o colar cervical rígido, com blocos laterais de


suporte, e o paciente deve ser transportado em uma prancha
rígida.
Cont.

Anamnese:
• Perda de consciência secundária ao trauma Sinais exterior do
trauma.
• dor na coluna.
• perda de sensibilidade e/ou mobilidade em membros.
• Limitação de movimento.
Cont.

Sinais vitais
Exame da Coluna:
• Inspeção:
- Respiração abdominal
-Ferimento, abrasões, hematoma, gibosidade, deformida.
- Priapismo (sem estímulo sexual).
• Palpação
- Processos espinhosos: busca da dor, afastamento, crepitação,
Hematoma.
- Deformidade da coluna.
- Espasmo muscular.
Exame neurológico

• Consciência

• Escala de coma Glasgow

• Pupilas

• Exame neurológico da motricidade;

• Exame neurológico da sensibilidade;

• Escala de Frankel
Exames complementares

• TC é o melhor método de imagem para detecção de fraturas,


fragmentos ósseos ou comprometimento do canal raquidiano.
RM é a único procedimento confiável para avaliação das lesões
intrínsecas de medula espinal e de ligamentos.
Medidas Gerais

O tratamento de todo tipo de traumatismo da coluna podemos


dividir em varias etapas partindo do local do acidente ate ao
Hospital
No local do acidente (ABCD)
(A) vias aereas desobstruidas, ver se nao ha corpos estranho
impedindo a respiracao,
(B) depois e preciso ver se a pessoa de facto esta a respirar bem
observando movimentos do torax e auscultar,
(C) controlar a hemorragia ou estancar ou fazer garrote para
impedir que a vitma entre em e hipovolemia,
(D) exame neurologico para ver se o paciente esta consciente

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Depois chamamos o transporte, este transporte deve realizar-se sobre
uma plano resistente que pode ser tabua isso e para garantir que nao
haja movimentos e flexao, porta evitar por paciente na maca que vai
produzir flexao

• Caso for a nivel cervical devemos fixar a cabeça com duas almofadas
e ambos lados do pescoço e fixar com um cinto, para evitar que rote

• Caso for a nivel lumbar se coloca um a almofada tranversal nessa


regiao para manter a coluna hiperextensa

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No hospital
a) Ver ou diagnosticar se o trauma da coluna existe ou não transtorno
neurológicos

b) Se o paciente estiver com uma retenção urinaria por paralisia do


esfíncter algaliar o paciente para aliviar

c) Ter cuidado no uso de analgésico se estiver com boa respiração


podemos dar, mais se estiver dificuldade evitar morfina e outros
depressor respiratório

d) Evitar mudar de cama

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Tratamento medicamentoso

• SF 0.9 %1000ml Ev 8/8


• Manitol 20% 1 a 2 g/kg ataque
0,25g de 4/4h
• Furosemida(EV): 0,3 – 0,6 mg/kg
• Fenitoina (250/5): 5-10 mg/kg/dia ev 8/8
• Se risco de infeção: Ceftriaxona 1g de 12/12 ou ciprofloxacina 500mg vo
12/12
• Protector gastrico: Omeprazol 15mg ev/dia ou 20 mg vo/dia
• Analgesico: Paracetamol 1g ev 8/8 ou 1g 8/8 vo
• Vit do grupo B: Complexo B 1 amp ev 12/12 ou 1comp vo 12/12
Corticoterapia

• Iniciado até 8 horas após o trauma.


• Se iniciado em até 3 horas, manter por 24 h, se além disto,
manter por 48 h.
• Metilprednisolona:
- 30 mg/Kg na 1ª hora e
- 5,4 mg/Kg/hora nas próximas 24 a 48 horas.
• Ou Dexametazona (4/1)
Ataque 20 mg e Manutensão: 8mg 8/8
• Criança 1,15mg/kg/dose 8/8
Cont.

Contra-Indicações:

• Gestantes

• Crianças abaixo dos 12 anos

• Ferimentos abertos

• Paciente com gastrite


Prognostico e reabilitação

• O prognóstico para pacientes vítimas de traumatismo


raquimedular depende de muitos factores, dentre eles a idade do
paciente, o tipo de traumatismo e as comorbidades.

• Devem-se manter os cuidados médicos e de enfermagem com


esses pacientes para melhor controle das complicações crônicas,
como bexiga neurogênica, úlceras de decúbito, dor neuropática
etc.
Thanks

good luck in your exam

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