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Luxação esternoclavicular

•Epidemiologia: é uma lesão rara, das luxações da cintura escapular 3% são EC, 85% são glenoumerais e 12% LAC.
•Anatomia: A articulação diartrodial, irregular (a superfície articular da clavícula é maior que do esterno), sendo a única articulação verdadeira
entre o membro superior e o esqueleto axial. A estabilidade é conferida por ligamentos. Ligamento do disco intra-articular impede o desvio
medial da clavícula, o ligamento costoclavicular resiste à rotação e ao desvio médio-lateral, o ligamento interclavicular ajuda a manter a posição
do ombro, o ligamento capsular (anterior – mais forte, e posterior) impede o desvio superior da parte medial da clavícula. ADM é de 35 graus
de elevação superior, 35 graus de mobilização AP combinada e 50 graus ao redor do seu eixo horizontal. A fise clavicular medial é a última a se
fundir, por volta dos 25 anos.
•Mecanismo do trauma: Direto é raro, trauma antero-medial na clavícula, gerando luxação posterior. Indireto é o mais comum, trauma na
porção antero-lateral do ombro, levando a luxação EC anterior e trauma na porção postero-lateral do ombro, com luxação EC posterior. A
maioria saõ luxações anteriores e unilaterais.
•Quadro clínico:Apoio do membro afetado junto ao tórax, sendo segurado pelo membro contralateral. Paciente pode inclinar a cabeça para o
lado afetada para diminuir o estresse na articulação. Há dor , edema, deformidade variável, dificuldade para assumir o DDH. Avaliar o
neurovascular (estruturas nobres posteriores). Pode haver comprometimento de tais estruturas levando a: ingurgitamento venoso, dispnéia,
disfagia.
•Diagnóstico: AP- pode demostrar assimetrias nas clavículas, avaliar pneumotórax. Incidência de Hobbs , Serendipity (no caso de luxação, a
clavícula medial fica acima da linha interclavicular; na posterior , fica abaixo dessa linha). Tomografia computadorizada – é o melhor exame para
avaliação.
•Classificação: Anatômica- Anterior x Posterior. Etiológica –Entorse x Luxação aguda x Luxação recorrente x Luxação não reduzida x Atraumática.
•Tratamento: Entorse leve – Crioterapia, tipóia 3-4 dias. Entorses moderados ou subluxação –imobilização em 8 ou tipóia por 4-6 semanas.
Entorses graves ou luxação- Luxação anterior: redução fechada (DDH, coxim na escápula, pressão na clavícula para posterior), imobilizar por 4-6
semanas (geralmente são instáveis após redução). Luxação posterior: redução fechada (DDH, coxim na escápula, tração do MS em abdução e
extensão, pode-se colocar uma pinça na clavícula e puxá-la para anterior), imobilizar por 4-6 semanas.
•Caso necessite de tratamento cirúrgico pode-se utilizar a fáscia lata, tendão subclávio ou sutura para fixar a clavícula medial ao esterno. Não
utilizar fios de Kirshner pelo risco de migração. Em casos de artrite pode-se realizar artroplastia da EC, ressecando a clavícula medial,
estabilizando o restante da clavícula na primeira costela.
•Em casos atraumáticos com luxação espontâneas em movimentos acima da cabeça deve ser estimulado o tratamento conservador, pois
geralmente é indolor e está relacionado a frouxidão ligamentar.
•Complicações: Alterações estéticas (complicação mais comum- proeminência medial alargada), alterações degenerativas. Em luxações
posteriores a taxa de complicação pode chegar a 25%, incluindo: pneumotórax, laceração da veia cava superior, congestão venosa no pescoço,
ruptura esofágica, compressão da artéria subclávia, compressão da carótida, alterações na voz, síndrome do desfiladeiro torácico.

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